Buscar

2057085-poder-judiciario (1)

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 156 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 156 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 156 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

DIREITO CONSTITUCIOnal
STM
Poder judiciário
Livro Eletrônico
Italo
Realce
2 de 156
DIREITO CONSTITUCIONAL 
Poder Judiciário
Prof. Aragonê Fernandes
www.grancursosonline.com.br
SUMÁRIO
Poder Judiciário ..........................................................................................5
Apresentação da Metodologia .......................................................................5
I – Disposições Gerais – Artigos 92 a 100 ......................................................6
1.1. Órgãos do Poder Judiciário ....................................................................6
1.2. Ingresso na Carreira da Magistratura ......................................................9
1.3. Promoção na Carreira .........................................................................10
1.4. Hipóteses de Perda do Cargo ...............................................................12
1.5. Das Sessões Administrativas................................................................14
1.6. Possibilidade de Criação de Órgão Especial ............................................14
1.7. Cláusula de Reserva de Plenário ...........................................................14
1.8. Fim das Férias Coletivas ......................................................................18
1.9. Regra do Quinto Constitucional ............................................................18
1.10. Garantias dos Magistrados .................................................................19
1.10.1. Vitaliciedade .................................................................................19
1.10.2. Inamovibilidade .............................................................................20
1.10.3. Irredutibilidade de Subsídios ...........................................................21
1.11. Proibições dos Magistrados ................................................................21
1.11.1. Exercício de Outro Cargo ou Função .................................................21
1.11.2. Quarentena de Saída .....................................................................22
1.11.3. Dedicação a Atividades Político-Partidária ..........................................23
1.12. Julgamento de Juízes e de Membros do Ministério Público ......................23
1.13. Autonomia Administrativa, Financeira e Orçamentária dos Tribunais ........25
1.14. Juizados Especiais ............................................................................27
1.15. Precatórios ......................................................................................30
II – Dos Tribunais – Composição e Competências – Artigos 101 a 126 .............35
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
3 de 156
DIREITO CONSTITUCIONAL 
Poder Judiciário
Prof. Aragonê Fernandes
www.grancursosonline.com.br
1. Supremo Tribunal Federal ......................................................................37
1.1. Composição e Processo de Escolha .......................................................37
1.2. Competências do STF .........................................................................37
1.2.1. Competência Originária ....................................................................38
1.2.2. Competência Recursal ......................................................................51
1.2.2.1. Recurso Ordinário (RO) .................................................................52
1.2.2.2. Recurso Extraordinário (RE) ...........................................................53
1.2.3. Repercussão Geral ...........................................................................55
1.2.4. Súmulas Vinculantes ........................................................................55
2. Conselho Nacional de Justiça ..................................................................59
2.1 Composição e Atribuições .....................................................................60
3. Superior Tribunal de Justiça ....................................................................65
3.1. Composição ......................................................................................66
3.2. Competência Originária .......................................................................68
3.3. Competências Recursais ......................................................................78
3.3.1. Recurso Ordinário (RO) ....................................................................79
3.3.2. Recurso Especial (RESP) ...................................................................81
3.4. Conselho da Justiça Federal (CJF) e Escola Nacional de Formação e 
Aperfeiçoamento de Magistrados (ENFAM) ...................................................85
4. Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais ...........................................86
4.1. Composição ......................................................................................87
4.2. Competência Originária dos TRFs .........................................................88
4.3. Competência Recursal dos TRFs ...........................................................90
4.4. Competência dos Juízes Federais ..........................................................91
4.5. Federalização de Crimes – IDC .............................................................96
5. Tribunais e Juízes do Trabalho .................................................................98
5.1. Tribunal Superior do Trabalho – TST .....................................................98
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
4 de 156
DIREITO CONSTITUCIONAL 
Poder Judiciário
Prof. Aragonê Fernandes
www.grancursosonline.com.br
5.2. Conselho Superior da Justiça do Trabalho (CSTJ) e Escola Nacional de 
Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados do Trabalho (ENAMAT) ............. 100
5.3. Tribunais Regionais do Trabalho e Juízes do Trabalho – TRTs ................... 101
5.4. Competência da Justiça do Trabalho ................................................... 102
6. Tribunais e Juízes Eleitorais .................................................................. 109
6.1. Tribunal Superior Eleitoral – TSE ....................................................... 109
6.2. Tribunal Regional Eleitoral – TRE ....................................................... 110
6.3. Irrecorribilidade das Decisões do TSE .................................................. 112
6.4. Possibilidade de Interposição de Recursos Contra Decisões dos TREs ....... 112
7. Tribunais e Juízes Militares ................................................................... 113
7.1. Superior Tribunal Militar .................................................................... 114
7.2. Competência da Justiça Militar ........................................................... 115
8. Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal ................................. 118
8.1. Representação de Inconstitucionalidade Estadual ................................. 119
8.2. Justiça Militar Estadual ...................................................................... 122
Questões de Concurso ............................................................................. 126
Gabarito ................................................................................................ 136
Questões Comentadas .............................................................................137
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
5 de 156
DIREITO CONSTITUCIONAL 
Poder Judiciário
Prof. Aragonê Fernandes
www.grancursosonline.com.br
PODER JUDICIÁRIO
Apresentação da Metodologia
Caro(a) aluno(a),
O capítulo destinado ao Poder Judiciário é frequentemente cobrado nas provas 
de concurso. Diferentemente do que você possa imaginar, questões relacionadas 
ao Judiciário caem também em certames de outras áreas e Poderes. É o caso, por 
exemplo, de concursos nas carreiras policiais, do Executivo, do Ministério Público e 
do Legislativo.
O ponto-chave aqui é mesclar a leitura da Constituição com a interpretação 
dada pelo STF e pelo STJ. A doutrina, neste ponto, não é tão importante. 
As disposições gerais – artigos 92 a 100 – são exaustivamente cobradas nas 
provas. Logo, fazer questões das provas anteriores será de fundamental importân-
cia para assimilação do conteúdo.
Tem mais: a competência dos Tribunais, para muitos, é um verdadeiro tormen-
to! Vou tentar tornar as coisas mais simples, decodificando o juridiquês.
Mãos à obra!
ARAGONÊ FERNANDES
Atualmente, atua como Juiz de Direito do TJDFT. Contudo, em seu 
qualificado percurso profissional, já se dedicou a ser Promotor de 
Justiça do MPDFT; Assessor de Ministros do STJ; Analista do STF; além 
de ter sido aprovado em vários concursos públicos. Leciona Direito 
Constitucional em variados cursos preparatórios para concursos.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
6 de 156
DIREITO CONSTITUCIONAL 
Poder Judiciário
Prof. Aragonê Fernandes
www.grancursosonline.com.br
I – Disposições Gerais – Artigos 92 a 100
Eu já avisei ali em cima e aproveito para reafirmar: as disposições gerais são 
exaustivamente cobradas nas provas.
Você vai ver que várias vezes eu farei menção à EC 45/2004, responsável pela 
“Reforma do Poder Judiciário”. A bem da verdade, ela (a EC 45) tratou também 
de outros pontos, mas é no Judiciário e nas funções essenciais à Justiça que ela 
promoveu modificações mais consistentes.
E tem mais: eu diria que ela é a “Reforma do Judiciário – Parte I”, pois contem-
plou apenas os assuntos acerca dos quais houve consenso. Ficaram de fora outros 
pontos, mas isso não nos interessa, ao menos por ora...
1.1. Órgãos do Poder Judiciário
Logo aqui começam várias indagações. Então, a melhor coisa a fazer é transcre-
ver o artigo 92, para depois pontuar as observações que eu entendo necessárias. 
Avançando, o artigo 92 da Constituição diz que o Judiciário é composto pelos 
seguintes órgãos:
I – o Supremo Tribunal Federal – STF;
I-A – o Conselho Nacional de Justiça – CNJ (EC 45/2004);
II – o Superior Tribunal de Justiça – STJ;
II-A – o Tribunal Superior do Trabalho – TST (EC 92/2016);
III – os Tribunais Regionais Federais (TRF) e os Juízes Federais;
IV – os Tribunais e Juízes do Trabalho;
V – os Tribunais (TSE e TRE) e Juízes Eleitorais;
VI – os Tribunais e Juízes Militares (STM) e auditorias militares;
VII – os Tribunais (TJ) e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios.
A primeira coisa a destacar é que o CNJ, como você viu, está inserido como 
órgão do Poder Judiciário. 
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
7 de 156
DIREITO CONSTITUCIONAL 
Poder Judiciário
Prof. Aragonê Fernandes
www.grancursosonline.com.br
E qual a importância dessa constatação?
Ora, há inúmeras questões de prova indicando que o CNJ faria o controle ex-
terno do Judiciário. Você, no entanto, tem que lembrar que o controle feito pelo 
CNJ é interno (STF, ADI 3.395). 
Há mais: a EC 92/2016 inseriu o inciso II-A, deixando clara a presença do 
TST entre os órgãos. Antes dessa inovação, havia apenas o registro da expressão 
“Tribunais e Juízes do Trabalho”. A novidade, sem dúvida, aparecerá nas próximas 
provas!
Mas o mais importante vem de algo que não está no artigo 92: as turmas re-
cursais! Objeto de cobrança em diversas provas, objetivas e subjetivas (eu mesmo 
já fiz concurso que o tema foi cobrado – Juiz do TJPB): o STF entendeu que as 
Turmas Recursais não são órgãos do Poder Judiciário. 
Na mesma linha, o acesso a elas não caracteriza promoção, e, sim, mera de-
signação. Consequentemente, não é necessária a observância dos critérios de an-
tiguidade e merecimento (RE 590.409/RJ). Em consequência, não haverá vagas 
para os membros do MP e da OAB (quinto constitucional).
Avançando, diz o texto constitucional que o STF e os Tribunais Superiores 
têm sede na Capital Federal e jurisdição em todo o território nacional. Já o CNJ, 
criado pela EC 45/2004, embora tenha sede na Capital Federal não possui jurisdi-
ção – ele não tem competências jurisdicionais.
A Justiça desportiva (STJD e TJD), o Tribunal Marítimo, os Tribunais de Contas 
e os Tribunais Arbitrais não são integrantes do Poder Judiciário. Eles são tribunais 
administrativos.
Foi também a EC 45/2004 a responsável pela extinção dos Tribunais de Alçada 
– TA –, que pertenciam à estrutura do Poder Judiciário estadual (ficavam posicio-
nados um pouco abaixo dos TJs). Os membros que integravam os TAs foram trans-
formados em Desembargadores de Tribunais de Justiça.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
8 de 156
DIREITO CONSTITUCIONAL 
Poder Judiciário
Prof. Aragonê Fernandes
www.grancursosonline.com.br
Falando nisso, entendo ser importante fazer uma observação, pois muita gente 
confunde e outros não sabem, mas ficam com vergonha de perguntar: os membros 
do Poder Judiciário de 1ª instância (1º grau) são chamados de juízes; aqueles que 
atuam na 2ª instância (2º grau) recebem o nome de Desembargador; os que tra-
balham nos Tribunais Superiores e no STF são denominados Ministros. Embora haja 
essa diferenciação na nomenclatura, todos podem ser chamados de Magistrados.
Outra informação importante, especialmente para as provas objetivas: o STF 
entende que o princípio do duplo grau de jurisdição não está previsto nem 
explícita nem implicitamente na CF/1988. Ele existiria na legislação supralegal 
(Pacto de São José da Costa Rica), e não na Constituição (STF, AI 513.044).
De outro lado, não haveria afronta ao princípio do juízo natural no fato 
de os órgãos fracionários dos Tribunais (turmas, câmaras ou seções) serem 
compostos majoritariamente por juízes de primeiro grau convocados (STF, 
RE 597.133).
Lembramos, por fim, não existe Poder Judiciário, Ministério Público ou 
mesmo Defensoria Pública na esfera municipal.
Veja abaixo o organograma do Judiciário:
Organograma do Poder Judiciário
STF CNJ
STM TSE TST STJ
TM*1 TRE TRT TRF TJ*2
Auditorias 
militares
Juízes e juntas 
eleitorais
Juízes do
trabalho
Turma recursal de 
juizados especiais 
federais*3
Juízes
federais
Juízes
estaduais
Turma recursal de jui-
zados especiais*3
Juizados especiais 
federais
Juizados especiais
*1: só haverá em tempos de guerra.
*2:nos estados em que o efetivo de militares (PM e Bombeiros) superar 20.000 integrantes pode ser criado um TJM (Tribunal de Justiça 
Militar). Caso ele não exista, esses militares são julgados no TJ.
*3: Em regra, decisão proferida por Turma Recursal de Juizados Especiais é definitiva. Exceções: a) se houver violação à CF, pode ser 
interposto recurso extraordinário (RE) para o STF; b) pode ser impetrado habeas corpus (HC) e mandado de segurança (MS), apontando-se 
como autoridade coatora a Turma Recursal. Nesse caso, o julgamento será feito pelo respectivo TJ ou TRF (antes também ia direto para 
STF); c) a decisão de Turma Recursal não pode ser questionada por meio de recurso especial no STJ (STJ, Súmula 203), mas há outros 
meios de impugnação, que serão detalhados à frente.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
9 de 156
DIREITO CONSTITUCIONAL 
Poder Judiciário
Prof. Aragonê Fernandes
www.grancursosonline.com.br
1.2. Ingresso na Carreira da Magistratura
Há previsão de que lei complementar, de iniciativa do STF, disporá sobre o 
Estatuto da Magistratura. Essa lei ainda não foi editada. Em razão disso, continuam 
sendo observadas as regras contidas na Lei Orgânica da Magistratura Nacional (LC 
n. 35/1979) naquilo que não contrariarem o atual texto constitucional.
O cargo inicial para ingresso na carreira da Magistratura é o de juiz substituto. 
O candidato deve se submeter a concurso público de provas e títulos, sendo obri-
gatória a participação da OAB em todas as fases da disputa.
Uma inovação trazida pela EC 45/2004 é a chamada quarentena de entrada. 
De acordo com essa regra, exige-se do bacharel em Direito, no mínimo, três anos 
de atividade jurídica. O dispositivo surgiu com o claro intuito de que o futuro jul-
gador tenha mais experiência, dada a relevância das funções que exercerá.
Para regulamentar o conceito “atividade jurídica”, o CNJ editou a Resolução n. 
75/2009. Nela são previstas diversas hipóteses de contagem do prazo de três anos. 
Destaco que não há a obrigatoriedade de o candidato exercer a advocacia, 
sendo essa apenas uma das diversas hipóteses – eu, por exemplo, usei tanto no 
concurso de Promotor de Justiça quanto no de Juiz o período em que fui Analista 
Judiciário do STF e Assessor de Ministro do STJ – eu também passei para Defensor 
Público, mas, na época (2011), não havia a exigência para Defensor, o que acon-
teceu apenas com a EC 80/2014.
Em decisão recorrentemente cobrada nas provas, o STF entendeu que a con-
tagem do prazo de três anos se inicia com a conclusão do curso, e não com 
a colação de grau.
Ainda sobre o tema, há uma decisão importantíssima (para as provas e para a 
vida!): “a comprovação de atividade jurídica pode considerar o tempo de 
exercício em cargo não privativo de bacharel em Direito, desde que, ausen-
tes dúvidas acerca da natureza eminentemente jurídica das funções desempenha-
das” (STF, MS 28.226). 
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
10 de 156
DIREITO CONSTITUCIONAL 
Poder Judiciário
Prof. Aragonê Fernandes
www.grancursosonline.com.br
Assim, nada impede que o candidato que trabalhe como técnico judici-
ário (nível médio) de um Tribunal ou técnico administrativo no Ministério 
Público se candidate ao concurso da Magistratura (ou MP ou Defensoria), 
quando comprovar que desempenhava a chamada atividade-fim.
Outra coisa: em regra, os requisitos do cargo público devem ser comprovados 
no ato da posse. No entanto, para a Magistratura, a comprovação deve ser 
feita na inscrição definitiva (STF, RE 655.265). 
Para que não haja dúvidas, deixe-me explicar aqui a “maratona” que é um con-
curso desse porte: primeiro, o candidato faz a inscrição preliminar. Depois, sub-
mete-se a provas objetivas, subjetivas e de sentença. Após a sentença (e antes da 
prova oral), é hora da inscrição definitiva, oportunidade de comprovação também 
dos três anos de atividade jurídica. Finalizando, acontecem as provas orais e de 
títulos, esta última de caráter meramente classificatório.
1.3. Promoção na Carreira
A promoção acontece de entrância para entrância, e da primeira para a se-
gunda instância, sempre de maneira alternada, por antiguidade e merecimento, 
observadas as regras constantes na seguinte ilustração:
Promoção por 
merecimento
1 se juiz estiver na lista por três vezes consecutivas ou cinco vezes alternadas, será obrigatoria-
mente promovido;
2 juiz tem de ter, no mínimo, dois anos na entrância e deve integrar a quinta parte entre os mais 
antigos, salvo se os que preenchem os requisitos não quiserem (Exemplo: se Tribunal tem 100 
juízes, candidato deve ser um dos 20 mais antigos);
3 para aferir (medir) merecimento, devem ser utilizados critérios objetivos de produtividade e 
presteza no exercício da jurisdição + frequência e aproveitamento em cursos oficiais ou reconheci-
dos de aperfeiçoamento;
Promoção por 
antiguidade
1 o Tribunal só pode recusar o juiz + antigo pelo voto fundamentado de 2/3 dos membros, asse-
gurada ampla defesa.
Se o juiz retiver, injustificadamente, os autos que estão em seu poder além do prazo legal, não será promovido, 
nem por antiguidade nem por merecimento.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
11 de 156
DIREITO CONSTITUCIONAL 
Poder Judiciário
Prof. Aragonê Fernandes
www.grancursosonline.com.br
Um esclarecimento: entrância é divisão existente nas leis de organização judi-
ciária. Em alguns estados, há comarcas de primeira, segunda e terceira entrância 
(ou até entrância especial). A primeira contemplaria as Comarcas menores e a úl-
tima estaria situada nos grandes centros. Parte-se da premissa de que as causas 
mais complexas estão nos grandes centros. Então, a lógica seria colocar os juízes 
iniciantes na primeira entrância, enquanto os mais tarimbados ficariam nas demais. 
A mudança de uma entrância para outra é uma espécie de promoção, 
que ocorre na horizontal. O mais importante é lembrar que o Magistrado que atua 
em qualquer uma dessas entrâncias ainda será um juiz de 1º grau (1ª instância).
Nesse contexto, o Magistrado só passará ao cargo de Desembargador quando 
for promovido da 1ª para a 2ª instância.
Em data recente, o STF entendeu que, na promoção por antiguidade, o quo-
rum de 2/3 (dois terços) deve considerar as cadeiras preenchidas e aque-
les em condições legais de votar, e não o número de cargos de Desembargador. 
Em outras palavras, se o TJ conta com 40 cargos de Desembargador, mas 10 deles 
estão afastados pelo CNJ, os 2/3 serão computados sobre o número 30 (STF, MS 
31.361).
Por fim, como falei ali em cima, o ato de composição das turmas recursais 
não caracteriza promoção de magistrado para outra entrância ou mesmo de 
remoção, porém de mera designação para integrar órgão de primeiro grau, não 
se impondo, portanto, a observância dos critérios de merecimento ou antiguidade 
(STF, MS 28.254).
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilizaçãocivil e criminal.
12 de 156
DIREITO CONSTITUCIONAL 
Poder Judiciário
Prof. Aragonê Fernandes
www.grancursosonline.com.br
1.4. Hipóteses de Perda do Cargo
O texto constitucional faz a seguinte diferenciação, levando em conta o fato de 
o Magistrado possuir – ou não – a vitaliciedade:
HIPÓTESES DE PERDA DO CARGO
ANTES do vitaliciamento APÓS o vitaliciamento
A perda do cargo pode ocorrer em duas hipóteses:
a. deliberação do Tribunal a que o juiz está vincu-
lado;
b. sentença judicial transitada em julgado.
A perda do cargo fica restrita à sentença 
judicial transitada em julgado*.
Há, ainda, outra hipótese de perda do cargo pouco lembrada pela doutrina, mas 
que já foi cobrada, por exemplo, na prova de Juiz Federal da 2ª Região (RJ e ES), 
elaborada pelo CESPE.
Com efeito, quando estudamos as competências do Senado Federal – art. 52 da 
CF/1988 – vimos competir àquela Casa processar e julgar, nos crimes de respon-
sabilidade, os Ministros do STF e os membros do CNJ e do CNMP, além de outras 
autoridades.
Levando em conta que uma das consequências possíveis da condenação por cri-
me de responsabilidade é a perda do cargo, salientamos que os Ministros do STF 
e os membros do Judiciário que estejam integrando os conselhos acima 
referidos também poderão perder o cargo por decisão do Senado Federal.
Mas, aproveitando que falei das hipóteses de perda do cargo de Magistrado, não 
há como deixar de falar nos casos de perda do cargo do servidor estável. 
Mais do que isso, veja o quadro que preparei para você com as diferenças cen-
trais entre estabilidade e vitaliciedade:
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
13 de 156
DIREITO CONSTITUCIONAL 
Poder Judiciário
Prof. Aragonê Fernandes
www.grancursosonline.com.br
PARÂMETRO ESTÁVEL VITALÍCIO
Período necessá-
rio para aquisição
Três anos de efetivo exercício
Dois anos de efetivo exercício 
para quem ingressa na 1ª instân-
cia, por meio de concurso. 
Obs.: os membros que entram 
diretamente nos Tribunais são 
vitalícios desde a posse.
Hipóteses de 
perda do cargo
I – sentença condenatória transitada 
em julgado;
II – mediante processo administrativo, 
em que lhe seja assegurada ampla 
defesa;
III – mediante avaliação periódica de 
desempenho, na forma de lei comple-
mentar, assegurada ampla defesa;
IV – se for ultrapassado limite de 
gastos com pessoal (artigo 169, § 4º, 
da Constituição).
Em regra, apenas sentença con-
denatória transitada em julgado.
Obs.: ministros do STF, PGR, 
membros do CNJ e do CNMP 
também podem perder o cargo 
por decisão do Senado Federal, no 
Crime de Responsabilidade (artigo 
52, I, da Constituição).
Manutenção das 
prerrogativas 
do cargo após a 
aposentadoria
Não.
Sim. Contudo, o foro especial 
cessa com a aposentadoria. 
Assim, mesmo Desembargadores 
e Ministros dos Tribunais Superio-
res serão processados na 1ª ins-
tância após a aposentadoria.
A quem se aplica
A todos os servidores efetivos, aos 
Membros da Defensoria Pública e 
da Advocacia Pública.
Aos Membros do Judiciário, do 
Ministério Público e dos Tribu-
nais de Contas.
O STF decidiu ser inconstitucional lei estadual que preveja a exoneração de servidor 
em estágio probatório pelo simples fato de ele participar de movimento grevista. 
Na ocasião, entendeu-se que a norma previa indevida diferenciação entre estáveis 
e não estáveis (STF, ADI 3.235).
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
14 de 156
DIREITO CONSTITUCIONAL 
Poder Judiciário
Prof. Aragonê Fernandes
www.grancursosonline.com.br
1.5. Das Sessões Administrativas
As decisões administrativas dos tribunais serão motivadas e em sessão públi-
ca, sendo as disciplinares tomadas pelo voto da maioria absoluta de seus membros.
Antes da EC 45/2004, as decisões administrativas eram reservadas (fecha-
das).
1.6. Possibilidade de Criação de Órgão Especial
O inciso XI do artigo 93 da Constituição diz que, se o Tribunal tiver mais de 
25 membros, poderá ser criado órgão especial, com o mínimo de 11 e o má-
ximo de 25 membros. 
Esse órgão especial terá competência para o exercício das atribuições adminis-
trativas e jurisdicionais delegadas pelo Tribunal Pleno.
Para entender a necessidade de criação do órgão especial (que pode ter vários 
nomes, como Corte Especial ou Conselho Especial), basta pensar no funcionamento 
do TJSP, Tribunal que conta atualmente com quase 400 Desembargadores. É nota-
damente mais fácil reunir 25 do que 400 desses Magistrados.
A composição do órgão deverá contar com metade das vagas preenchida pelo 
critério da antiguidade, enquanto a outra metade será por eleição do Tribunal 
Pleno.
Vale destacar que caberá ao Plenário do Tribunal definir quais são as atribuições 
que delega ao Órgão Especial (STF, MS 26.411).
1.7. Cláusula de Reserva de Plenário
Eu diria que a cláusula de reserva de plenário é, ao mesmo tempo, importantís-
sima para quem se prepara para concursos públicos e pouco compreendida pelos 
candidatos!
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
15 de 156
DIREITO CONSTITUCIONAL 
Poder Judiciário
Prof. Aragonê Fernandes
www.grancursosonline.com.br
Prevista no art. 97 da Constituição, é também chamada full bench (banco cheio). 
Embora um Juiz de primeira instância possa, isoladamente, declarar a 
inconstitucionalidade de uma norma (controle difuso), nos Tribunais a regra 
é diferente. Isso porque se prevê que somente pelo voto da maioria absoluta 
de seus membros (Plenário) ou dos membros do órgão especial poderão 
os Tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do 
Poder Público. 
Vale lembrar que em matéria de controle de constitucionalidade, o ordena-
mento brasileiro adota um sistema misto, abrangendo o controle difuso – de 
origem norte-americana – e o controle concentrado, sistema adotado na Europa.
O controle difuso de constitucionalidade pode ser feito por qualquer juiz ou 
Tribunal do país, enquanto o controle concentrado é realizado apenas pelo STF 
(guardião da Constituição Federal) e pelo TJ (guardião da Constituição Estadual).
Quando o controle difuso é feito por um Tribunal – exemplo: STJ, TJDFT, TST – 
incidirá a regra segundo a qual a norma somente será declarada inconstitucional se 
houver decisão nesse sentido de maioria absoluta dos membros do Tribunal ou de 
seu órgão especial – como visto acima, este substitui o Plenário do Tribunal. 
Pensando no STJ para ilustrar, a inconstitucionalidade não poderá ser declarada 
por um Ministro, pela Turma ou por uma Seção, ficando reservada à Corte Especial, 
uma vez que lá há o órgão especial.
A razão da existência da referida cláusula é a seguinte: é certo que uma decisão 
proferida por um Juiz de determinada Comarca é importante. No entanto, muito 
mais importante é uma decisão proferida por um Tribunal da envergadura do STJ, 
pois nesse último caso, todos os Tribunais inferiores indicarão o julgamento a título 
de orientação e exemplo. 
Vale dizer, as decisões dos Tribunais são mais importantes e, por isso, 
não podem ser tomadas monocraticamente oupor um pequeno número de 
julgadores (órgão fracionário).
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
16 de 156
DIREITO CONSTITUCIONAL 
Poder Judiciário
Prof. Aragonê Fernandes
www.grancursosonline.com.br
Esse tema, de difícil compreensão por grande parte dos estudantes, tem direta 
relação com a Súmula Vinculante n. 10, que tem esta redação: 
viola a cláusula de reserva de plenário (CF, artigo 97) a decisão de órgão fracionário de 
tribunal que, embora não declare expressamente a inconstitucionalidade de lei ou ato 
normativo do poder público, afasta sua incidência, no todo ou em parte”.
Qual a razão de ser da SV 10?
É o seguinte: muitas vezes, para fugir da exigência de submeter a questão re-
lativa à inconstitucionalidade ao Plenário – ou órgão especial –, os órgãos fracio-
nários dos Tribunais (turmas, câmaras ou seções) dão “um jeitinho”: ao invés de 
dizer que a norma é inconstitucional, eles deixam de aplicá-la. No final das contas, 
só deixaram de aplicá-la por entender que era inconstitucional...
Por fim, cabe alertar que somente será necessário submeter a questão ao Ple-
nário – ou ao órgão especial – quando se entender que a norma é inconstitucional, 
pois todas as normas nascem com presunção (relativa) de constitucionalidade.
Ou seja, para se afirmar a constitucionalidade da norma não há necessidade de 
uma Turma mandar o caso para o Plenário, pois estará confirmando a regra, “cho-
vendo no molhado”.
Foi exatamente dentro dessa diferença que trabalhou o examinador de recente 
concurso para a Magistratura no DF. Na ocasião, perguntou-se a diferença entre 
a Interpretação Conforme à Constituição e a Declaração de Inconstitucionalidade 
Parcial sem redução de texto.
Antes mesmo de dar a resposta, vou lembrá-lo(a) de uma dica: todas as vezes 
que for indagada a diferença entre institutos, você deve encontrar inicial-
mente a semelhança. 
Isso porque as perguntas giram em torno de temas com vários pontos de inter-
secção. Exemplificando, não será perguntada a diferença entre caneta e relógio. A 
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
17 de 156
DIREITO CONSTITUCIONAL 
Poder Judiciário
Prof. Aragonê Fernandes
www.grancursosonline.com.br
pergunta recairia sobre a diferença entre tênis e sapato. Em casos assim, o can-
didato responderia: “ – embora ambos sejam calçados, masculino e feminino (se-
melhança), o tênis é utilizado para ocasiões mais casuais, enquanto o sapato para 
eventos formais” (diferença).
Pois bem.
Voltando à questão feita no concurso do TJDFT, tanto a interpretação conforme 
à Constituição quanto a declaração de inconstitucionalidade parcial sem redução de 
texto são técnicas de manipulação situadas entre os limites constitucionalidade/in-
constitucionalidade (elas estariam dentro do grande gênero “sentenças intermediá-
rias”, na subdivisão “decisões transitivas”). Além disso, as duas atuam em palavras 
plurissignificativas – até aqui, vimos as semelhanças!
Avançando sobre a distinção, tem-se que na interpretação conforme à Cons-
tituição se faz um juízo positivo de constitucionalidade. Em outras palavras, 
afirma-se a constitucionalidade, o que conduz à desnecessidade de remeter o 
caso ao Plenário (ou órgão especial, se houver).
Já na declaração de inconstitucionalidade parcial sem redução de texto, 
o juízo é negativo. Neste caso, como se profere um juízo de inconstitucionalida-
de (negativo), será necessária a observância da regra do artigo 97 da CF, ora em 
estudo.
Por fim, atenção!
Não há necessidade de observância da cláusula de reserva de plenário 
por juízes de primeira instância, por Turmas Recursais de Juizados Espe-
ciais (embora colegiadas, são compostas por juízes de primeiro grau) e 
também pelas Turmas do STF (STF, AI 607.616).
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
18 de 156
DIREITO CONSTITUCIONAL 
Poder Judiciário
Prof. Aragonê Fernandes
www.grancursosonline.com.br
1.8. Fim das Férias Coletivas
A Reforma do Judiciário também extinguiu as férias coletivas nos juízos de 1º e 
2º grau, ou seja, na 1ª e na 2ª instância a atividade jurisdicional será ininterrupta.
Por outro lado, as férias coletivas não acabaram no âmbito do STF e dos 
Tribunais Superiores. Nesses órgãos, elas continuam ocorrendo no período de 2 
a 31 de janeiro e 2 a 31 de julho.
1.9. Regra do Quinto Constitucional
Um quinto (1/5) das vagas dos TRFs, dos TJs (dos Estados e do DF), do TST 
e dos TRTs será preenchido por membros do Ministério Público e da OAB, indicados 
em lista sêxtupla pelos órgãos de representação das classes. 
Caso 1/5 das vagas não resulte em número inteiro, o arredondamento deve ser 
feito sempre para cima. Exemplificando, no TST, onde se tem 27 Ministros, 1/5 da-
ria o resultado 5,4, que é arredondado para 6 vagas.
Depois que o respectivo Tribunal recebe a lista sêxtupla, ele deve fazer uma 
votação, reduzindo essa lista para tríplice (3 nomes).
A partir daí, competirá ao chefe do Poder Executivo escolher um dos listados, 
no prazo de 20 dias. 
Lembro que será do Presidente da República a escolha referente aos membros 
do TST, dos TRTs e dos TRFs, pois esses Tribunais integram o Poder Judiciário da 
União. De outro lado, tratando-se de Poder Judiciário Estadual (TJ), a escolha ca-
berá ao governador.
Há, ainda, a peculiar situação do Distrito Federal. Isso porque o TJDFT também é 
integrante do Poder Judiciário da União. Assim, é do Presidente da República a prerro-
gativa de escolher o membro que ocupará a cadeira do quinto constitucional no TJDF. 
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
19 de 156
DIREITO CONSTITUCIONAL 
Poder Judiciário
Prof. Aragonê Fernandes
www.grancursosonline.com.br
Em relação aos membros do Ministério Público, exige-se que eles possuam mais 
de 10 anos de carreira; quanto aos membros da OAB, além do requisito anterior, 
também há previsão de que eles possuam notório saber jurídico e reputação ilibada.
Ademais, o STF entende que viola o princípio da separação dos Poderes, 
norma de Constituição Estadual que preveja aprovação, pela Assembleia Le-
gislativa, de candidatos do 1/5 constitucional à vaga no TJ (STF, ADI 4.150).
No âmbito do STJ, não há o 1/5 constitucional, mas, sim, o 1/3, pois há divisão 
igualitária entre Desembargadores de TJ, Juízes de TRF (Desembargadores Fede-
rais) e Membros do MP/OAB.
Pergunta: há a possibilidade de o Tribunal recusar a lista sêxtupla encaminhada 
pelo órgão de classe? Em caso positivo, haveria o dever de fundamentar a recusa? 
A questão foi tratada no STF diante de impasse envolvendo vaga oriunda da OAB 
para o STJ. Na ocasião, o Tribunal entendeu pela possibilidade de recusa, e tam-
bém pela desnecessidade de fundamentação quanto a ela (STF, RMS 27.920).
1.10. Garantias dos Magistrados
Os magistrados possuem basicamente três garantias, que devem ser interpre-
tadosnão como privilégios, mas como prerrogativas para atuarem sem medo de 
retaliação de detentores do poder econômico ou político. São elas:
1.10.1. Vitaliciedade
É adquirida após dois anos de efetivo exercício, para aqueles que ingres-
sam, mediante concurso público, na 1ª instância. Os membros que ingressam 
diretamente nos Tribunais, seja pelo quinto constitucional, seja por indicação 
(STF, STJ, TST, TSE etc.), são vitalícios desde a posse.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
20 de 156
DIREITO CONSTITUCIONAL 
Poder Judiciário
Prof. Aragonê Fernandes
www.grancursosonline.com.br
Lembro, ainda, que os conceitos de vitaliciedade e de titularidade não se 
confundem. Desse modo, pode um juiz titular não ser vitalício, assim como pode 
um juiz já vitalício ainda ser substituto.
Por outro lado, vitaliciedade e estabilidade apresentam algumas distinções, que 
já trabalhei algumas linhas acima. Para se olhar para apenas uma delas, o prazo 
para a aquisição da estabilidade é bem maior – 3, e não 2 anos. 
Fique atento(a), pois os detentores de vitaliciedade (Magistrados, Membros 
do Ministério Público e dos Tribunais de Contas) mantêm as prerrogativas do 
cargo após a aposentadoria, mas uma delas – talvez a mais importante para 
as provas – não é mantida: o foro especial.
Então, pedimos sua atenção porque o STF entende que, com a aposentado-
ria, acaba o foro por prerrogativa de função. Exemplificando, um Ministro 
do STJ que estivesse respondendo a ação penal perante o STF, caso se 
aposente, o processo passará a tramitar na 1ª instância (STF, RE 549.560)! 
1.10.2. Inamovibilidade
Os juízes não podem ser removidos de ofício, salvo se houver motivo de 
interesse público. A decisão para afastar a inamovibilidade do magistrado será 
tomada pela maioria absoluta dos membros do Tribunal ou do CNJ. Fique de olho, 
pois esse quorum era de 2/3 até a EC 45/2004.
A questão queridinha das bancas examinadoras nesse ponto diz respeito a outra 
peculiaridade: o STF entendeu que a inamovibilidade valeria para os Magis-
trados titulares e também para os Substitutos. Em relação a estes, a inamo-
vibilidade estaria na Comarca ou na Circunscrição (STF, MS 27.958).
Ilustrando, um Juiz Substituto que esteja lotado na Comarca de Ribeirão Preto/
SP poderá substituir os Colegas que estiverem afastados, doentes, em férias etc. 
Contudo, não se pode exigir que ele deixe sua Comarca. Do contrário, ele viveria 
como artistas circenses, vagando de uma cidade para outra.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
21 de 156
DIREITO CONSTITUCIONAL 
Poder Judiciário
Prof. Aragonê Fernandes
www.grancursosonline.com.br
1.10.3. Irredutibilidade de Subsídios
Nesse ponto, destaca-se a observância do teto do funcionalismo e o pagamento 
de tributos. Ademais, com base na tese de que não há direito a regime jurídico, o 
STF entendeu que Magistrados não poderiam incorporar quintos incorporados em 
regime jurídico diverso (STF, RE 587.381).
Para você entender melhor, vou usar meu caso como exemplo: eu era Técnico 
Judiciário (nível médio) e possuía direito a 2/5 (dois quintos) de gratificação em 
chefia, proporcionais ao período em que a lei ainda permitia a incorporação. Quando 
virei Analista (nível superior), pude trazer comigo aquele valor incorporado. Contu-
do, ao mudar de regramento, saindo da Lei n. 8.112/1990 para LC 35/1979 (Lei da 
Magistratura Nacional), deixei de fazer jus à incorporação, perdendo aquela parcela. 
Ah, importante lembrar que verbas de caráter indenizatório (exemplo, férias 
pagas em pecúnia) não se submetem ao teto constitucional.
1.11. Proibições dos Magistrados
Se, de um lado, a Constituição assegura um leque de garantias, de outro consa-
gra diversas vedações, justificadas pela importante função exercida por tais agen-
tes estatais. Veja as principais proibições previstas no art. 95:
1.11.1. Exercício de Outro Cargo ou Função
Veda-se o exercício de outro ofício ou profissão, ainda que em disponibilidade, 
salvo uma de Magistério.
Foi com base nesse dispositivo constitucional que o CNJ editou a Resolução n. 
10/2005, a partir da qual se proibiu que os membros do Judiciário também 
integrassem a Justiça desportiva. Esse ato normativo foi questionado junto ao 
STF, que entendeu pela sua autoaplicabilidade (STF, MS 25.938).
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
22 de 156
DIREITO CONSTITUCIONAL 
Poder Judiciário
Prof. Aragonê Fernandes
www.grancursosonline.com.br
Quando se fala “salvo uma de Magistério”, não há uma restrição numérica, mas, 
sim, ligada à compatibilidade de horários, para que não haja prejuízo à função ju-
dicante (STF, ADI 3.126).
Ainda sobre o tema, em recente decisão, o CNJ entendeu pela proibição do 
exercício de atividades de coaching, mentoria ou similares (Resolução n. 
226/2016). Por outro lado, idêntica proibição não alcança os Membros do Ministério 
Público.
Ah, considerando o entendimento do STF no sentido de que, na acumulação 
lícita de cargos públicos deve ser observado o teto de remuneração em cada cargo 
isoladamente e não na somatória dos valores, é possível que, na prática, o Magis-
trado supere o subsídio mensal pago aos Ministros do STF.
1.11.2. Quarentena de Saída
Todo cuidado é pouco aqui, pois são muitas questões cobrando esse assunto: 
você viu que são exigidos três anos de atividade jurídica para o ingresso na carreira 
(quarentena de entrada). 
Agora é hora de vermos a quarentena de saída, que nada mais é do que o 
período em que se proíbe que o Magistrado exerça a advocacia no juízo ou 
Tribunal do qual se afastou, também pelo período de três anos.
Note que a restrição alcança o Tribunal do qual o Magistrado se afastou, ainda 
que a Corte tenha jurisdição em todo o território nacional. Assim, poderia um Mi-
nistro do STF advogar no STJ, por exemplo.
Há, ainda, uma importante polêmica sobre o tema: em 2013, o Conselho Fede-
ral da OAB editou ato segundo o qual a proibição de advogar se estenderia a 
todo o escritório integrado pelo Magistrado aposentado. 
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
23 de 156
DIREITO CONSTITUCIONAL 
Poder Judiciário
Prof. Aragonê Fernandes
www.grancursosonline.com.br
Esse ato foi questionado junto ao STF por meio de ADPF, mas ela não foi julga-
da. É importante acompanhar a tramitação, pois o tema certamente será objeto de 
perguntas nas provas que estão por vir (STF, ADPF 310).
1.11.3. Dedicação a Atividades Político-Partidária
Para os Magistrados, essa vedação já estava prevista desde o texto original da 
Constituição, do ano de 1988, enquanto para os Membros do Ministério Público foi 
incluída apenas no ano de 2004, com a Emenda 45.
Um ponto importante: a vedação não persiste durante a inatividade. Ou seja, 
com a aposentadoria do Magistrado, poderia candidatar-se a mandato eletivo. 
É por tal razão,por exemplo, que se fala na possibilidade de o Ministro Joaquim 
Barbosa ou qualquer outro membro do Judiciário, que esteja aposentado, lançar-se 
candidato.
1.12. Julgamento de Juízes e de Membros do Ministério Pú-
blico
Os juízes Estaduais e os do Distrito Federal serão julgados pelos respectivos 
Tribunais de Justiça, nos crimes comuns e de responsabilidade, ressalvada a com-
petência da Justiça Eleitoral.
É também do Tribunal de Justiça a competência para julgar os membros do 
Ministério Público Estadual nos crimes comuns e de responsabilidade, ressalva-
da a competência da justiça Eleitoral. 
De outro lado, a questão não é tão simples quando envolver os membros do 
Ministério Público da União – MPU. Inicialmente, lembro que o MPU possui qua-
tro ramos: MP Federal; MP do Trabalho; MP Militar; e MP do Distrito Federal e dos 
Territórios.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
24 de 156
DIREITO CONSTITUCIONAL 
Poder Judiciário
Prof. Aragonê Fernandes
www.grancursosonline.com.br
Veja as regras:
1. O PGR será julgado, nos crimes comuns, pelo STF e, nos crimes de respon-
sabilidade, pelo Senado Federal.
2. Os membros do MPU que atuem perante Tribunais (de 2ª instância ou supe-
riores) serão julgados, nos crimes comuns + responsabilidade, pelo STJ.
3. Os membros do MPU que atuam na primeira instância serão julgados, nos 
crimes comuns + responsabilidade, pelo respectivo TRF. 
4. Os membros do MPDFT são julgados, nos crimes comuns + responsabilidade, 
pelo TRF, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral (STF, RE 418.852).
Para ajudar a sistematizar, vou usar um quadro esquemático:
FORO PARA JULGAMENTO DE MEMBROS DO MINISTÉRIO PÚBLICO
Ministério Público ESTADUAL Ministério Público da UNIÃO
PGJ
Em crime comum TJ
PGR
Em crime comum STF
Em crime de respon-
sabilidade
TJ (STF, ADI 541)
Em crime de responsa-
bilidade
Senado 
Federal
Se atuar em 2ª instância TJ, exceto crime eleitoral
Se atuar em tribunal
(2ª instância ou superior)
STJ
Se atuar em 1ª instância TJ, exceto crime eleitoral Se atuar na 1ª instância
TRF, exceto 
crime eleitoral
Os Juízes do TJDFT são julgados nos crimes comuns e nos de responsabilidade 
pelo próprio TJDFT, ressalvada a competência da justiça eleitoral; já os Promoto-
res de Justiça do MPDFT serão julgados pelo TRF nos mesmos crimes. 
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Italo
Realce
25 de 156
DIREITO CONSTITUCIONAL 
Poder Judiciário
Prof. Aragonê Fernandes
www.grancursosonline.com.br
1.13. Autonomia Administrativa, Financeira e Orçamentária 
dos Tribunais
De acordo com a Constituição, cada Tribunal deve: a) elaborar seu regimento 
interno e eleger seus órgãos diretivos; b) prover os cargos de juiz de carreira da 
respectiva jurisdição; c) propor a criação de novas varas; e d) prover, por concurso 
público, os cargos necessários à administração da Justiça (exemplo: analista, téc-
nico), exceto os de confiança – que não precisam de concurso.
Invocando o artigo 96, I, a, da Constituição, o STF declarou a inconstitucionali-
dade de portaria editada pelo Presidente de Tribunal de Justiça, a qual estabelecia 
novo horário de funcionamento da Corte Estadual. Na ocasião, entendeu-se pela 
necessidade de Resolução, editada pelo Colegiado (e não apenas pelo Presidente) 
para tratar sobre o tema (STF, ADI 2.907).
Ainda segundo a Constituição, o STF, os Tribunais Superiores e os Tribunais de 
Justiça devem propor ao Legislativo: a) a alteração do número de membros dos 
Tribunais inferiores; b) a criação de cargos e a remuneração dos seus serviços 
auxiliares, bem como a fixação de subsídio de seus membros e dos juízes; c) a 
criação ou extinção dos Tribunais inferiores; e d) a alteração da organização e da 
divisão judiciárias;
Trata-se de iniciativa privativa de lei. Assim, não cabe aos outros Poderes dar 
início ao processo legislativo nas matérias acima listadas. 
Além disso, não se permite que emenda parlamentar que provoque aumento de 
despesa em projeto de iniciativa do Poder Judiciário ou mesmo do Ministério Público 
(STF, ADIs 4.062 e 4.075).
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
26 de 156
DIREITO CONSTITUCIONAL 
Poder Judiciário
Prof. Aragonê Fernandes
www.grancursosonline.com.br
Embora a organização judiciária seja tratada por meio de lei em sentido formal, 
a jurisprudência do STF entende ser possível a especialização de varas 
também por meio de resolução do Tribunal de Justiça – e não apenas por 
meio de lei. Aliás, essa questão aparece frequentemente em provas de concursos, 
especialmente para cargos do Poder Judiciário (STF, HC 91.024).
Os Tribunais elaborarão as propostas orçamentárias dentro dos limites estipu-
lados conjuntamente com os demais Poderes na Lei de Diretrizes Orçamentárias 
– LDO.
Vamos então para mais um quadro, esquematizando o encaminhamento das 
propostas orçamentárias:
Encaminhamento de propostas orçamentárias
No âmbito da União No âmbito dos Estados, DF e Territórios
Compete ao Presidente do STF e dos Tribu-
nais Superiores, com aprovação dos respec-
tivos Tribunais.
Compete ao Presidente do Tribunal de Justiça, 
com aprovação dos respectivos Tribunais. 
Se os órgãos responsáveis não encaminharem as propostas dentro do prazo estabelecido na 
LDO, o Poder Executivo considerará os valores aprovados na LDO vigente. Ou seja: vai repetir 
para o ano seguinte os valores repassados no ano corrente (na prática, é uma punição, porque 
as despesas normalmente são crescentes).
Se proposta orçamentária for encaminhada em desacordo com limites da LDO, o Poder Execu-
tivo poderá ajustar valores.
Durante a tramitação do projeto da LOA, pode o Legislativo promover cortes no orçamento do 
Judiciário, mesmo que eles sejam muito drásticos. Por essa razão, o STF negou pedido for-
mulado pela Associação Nacional dos Magistrados do Trabalho – ANAMATRA, que pretendia a 
declaração de inconstitucionalidade da Lei n. 13.255/2016, por que ela promoveu um corte de 
90% nas despesas de investimento e de 24,9% nas de custeio no orçamento de 2016 da Jus-
tiça do Trabalho (STF, ADI 5.468).
Não pode haver realização de despesas nem assunção (assumir) obrigações que extrapolem 
limites da LDO. Exceção: se houver abertura de créditos suplementares ou especiais.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
27 de 156
DIREITO CONSTITUCIONAL 
Poder Judiciário
Prof. Aragonê Fernandes
www.grancursosonline.com.br
1.14. Juizados Especiais
Diz o art. 98, I, da Constituição, que a União, no DF e nos Territórios, e os Esta-
dos criarão Juizados Especiais, promovidos por juízes togados, ou togados e leigos, 
competentes para a conciliação, o julgamento e a execução de causas cíveis de 
menor complexidade e infrações penais de menor potencial ofensivo.
Os popularmente conhecidos “juizados de pequenas causas” – na verdade, jui-zados especiais – estão inseridos na estrutura dos Tribunais de Justiça (TJ) e dos 
Tribunais Regionais Federais (TRF). Eles surgiram com o claro intuito de resolver as 
causas de menor complexidade de maneira mais célere. 
Nesse contexto, eventual recurso contra a decisão proferida pelos juizados es-
peciais deve ser encaminhado à Turma Recursal, que é composta por três juízes de 
primeiro grau. 
Note que na turma recursal não há Desembargadores e, na linha do entendi-
mento do STF, elas não são consideradas Tribunais (STF, RE 590.409).
Avançando, o STF entende que o acesso às Turmas Recursais não caracte-
riza promoção, e sim mera designação. Em consequência, não há necessidade 
de observância dos critérios de antiguidade e merecimento. 
Em outras palavras, a definição dos critérios para composição da Turma Recur-
sal seria um ato interno do próprio Tribunal (STF, MS 28.254).
Como regra, a decisão proferida pelas turmas recursais será irrecorrível. 
No entanto, havendo violação à Constituição, caberá recurso extraordinário, 
endereçado ao STF. Há também a possibilidade de impetração de habeas corpus e 
mandado de segurança, que serão julgados pelo respectivo TJ ou TRF. 
Nesse ponto, uma atenção especial para as provas: está superada a Súmula 
690/STF, que previa a competência do STF para o julgamento de HC ou MS impe-
trados contra as turmas recursais.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
28 de 156
DIREITO CONSTITUCIONAL 
Poder Judiciário
Prof. Aragonê Fernandes
www.grancursosonline.com.br
Por outro lado, mesmo que violada a legislação federal, não será cabível a 
interposição de recurso especial contra decisão de turmas recursais (STJ, 
Súmula 203). 
Essa observação é importante, pois o aluno costuma fazer um paralelo entre o 
recurso extraordinário (RE) e o recurso especial (RESP), sendo o primeiro julgado 
pelo STF – guardião da Constituição –, enquanto o último é da competência do STJ 
– guardião da lei federal.
Uma pergunta: decisão de turma recursal de juizado especial que contra-
rie o entendimento do STJ pode ser combatida por meio de algum recurso?
Nesse caso, deve ser feita a seguinte diferenciação:
1. decisão é proveniente de turma recursal de juizado especial estadual: 
a lei dos juizados especiais estaduais – Lei n. 9.099/1995 – não prevê a existência 
de turma de uniformização de jurisprudência. Em razão disso, não haveria como 
combater a decisão proferida pela turma recursal (ressalvado, como visto, o cabi-
mento do recurso extraordinário por violação à Constituição ou a impetração do HC 
e do MS).
Por conta dessa falta de recurso próprio, o STF, num primeiro momento, firmou 
a compreensão de que, se a decisão de turma recursal de juizado especial estadu-
al contrariar a jurisprudência do STJ, será cabível reclamação para este tribunal 
(STJ) – (STF, RE 571.572).
Regulamentando a reclamação, o STJ editou a Resolução n. 12/2009. Contudo, 
no ano de 2016, diante do excessivo número de reclamações que chegavam ao 
Tribunal contra decisões das Turmas Recursais Estaduais, o STJ editou outro ato 
normativo.
Pois é, atualmente, segundo a Resolução n. 3/2016 (já na vigência do Novo 
CPC), entende-se que a parte que se sentir prejudicada com a decisão de 
Turma Recursal de Juizado Estadual deve ingressar com reclamação no 
próprio TJ. Ou seja, o STJ empurrou esse abacaxi para o TJ descascar...
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
29 de 156
DIREITO CONSTITUCIONAL 
Poder Judiciário
Prof. Aragonê Fernandes
www.grancursosonline.com.br
Então, sistematizando, caberá reclamação para o TJ Estadual (ou TJDFT) quando 
a decisão da Turma Recursal de Juizado Estadual contrariar jurisprudência do STJ 
que esteja consolidada em: a) incidente de assunção de competência; b) incidente 
de resolução de demandas repetitivas (IRDR); c) julgamento de recurso especial 
repetitivo; d) enunciados das Súmulas do STJ; e) precedentes do STJ. 
2. decisão é proveniente de turma recursal de juizado especial federal: 
a Lei n. 10.259/2001, que trata dos juizados especiais federais, trouxe um proce-
dimento próprio para tratar da questão.
Segundo seu artigo 14, a parte que se sentir prejudicada com a decisão da 
Turma Recursal de Juizado Federal poderá formular pedido de uniformização de 
jurisprudência para a Turma Regional de Uniformização de Jurisprudência 
(TRU). Daí, caberá novo pedido para a Turma Nacional de Uniformização de 
Jurisprudência (TNU). Se a orientação acolhida pela Turma de Uniformização 
contrariar súmula ou jurisprudência dominante no STJ, a parte interessada po-
derá provocar a manifestação deste (STJ), que dirimirá a divergência. Repito: 
a provocação do STJ não será feita por meio de recurso especial (STJ, Súmula 203). 
3. decisão é proveniente de turma recursal de juizado especial da Fa-
zenda Pública: a Lei n. 12.153/2009, que trata dos juizados especiais da Fazenda 
Pública, também prevê a possibilidade de a questão ser submetida ao STJ, nas 
hipóteses de contrariedade a Súmulas do STJ, ou mesmo para uniformizar a orien-
tação nas Turmas Estaduais.
Ou seja, em linhas gerais, o procedimento se assemelha àquele usado pela Lei 
n. 10.259/2001. Há diferenças, mas elas não interessam ao objetivo deste traba-
lho, porque caem em concursos muito específicos.
Ultrapassada toda essa discussão, mas ainda sobre os juizados, chamo sua 
atenção para o fato de que dentro da ideia de menor complexidade não se insere 
o julgamento relativo a pedidos de indenização decorrentes das consequências da-
nosas advindas do cigarro (STF, RE 537.427).
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
30 de 156
DIREITO CONSTITUCIONAL 
Poder Judiciário
Prof. Aragonê Fernandes
www.grancursosonline.com.br
Em outro julgamento, o STF confirmou a constitucionalidade do art. 41 da 
Lei Maria da Penha – Lei n. 11.340/2006 –, regra que afasta da incidência 
dos juizados especiais o julgamento de crimes ou contravenções penais 
cometidos mediante violência doméstica contra a mulher (STF, HC 106.212).
1.15. Precatórios
Quando a gente fala em precatório, o aluno já torce o nariz... O primeiro proble-
ma que surge é que o candidato sequer sabe o que é um precatório. 
Para piorar, as regras são realmente confusas, pois há um grande número de 
emendas à Constituição, disposições espelhadas no artigo 100 da Constituição e 
também em alguns pontos do ADCT e inúmeras decisões judiciais relevantes, par-
tindo do STF.
Ou seja, segure-se aí, pois a tarefa não será fácil. Ah, se você preferir pular o 
assunto, pode ir, mas saiba que as bancas examinadoras adoram cobrar questões 
sobre precatórios nas provas.
Começando, eu conceituaria, de maneira resumida, precatório como o meio 
utilizado para se cobrar um débito do Poder Público – Fazenda Federal, Estadual ou 
Municipal –, decorrente de decisão judicial.
Como eu já adiantei, há algumas emendas à Constituição tratando do tema. Eu 
destacaria a EC 62/2009, fruto da denominada PEC dos Precatórios – também 
conhecida de “PEC do calote” – e a EC 94/2016, que incluiu um regime especialde pagamento para os casos de mora.
Vejamos, então, os principais pontos, que ajudarão você a se sair bem nas pro-
vas objetivas e discursivas.
De início, alerto que o pagamento dos débitos do Poder Público provenientes 
de decisões judiciais deve obedecer à ordem cronológica de apresentação dos 
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
31 de 156
DIREITO CONSTITUCIONAL 
Poder Judiciário
Prof. Aragonê Fernandes
www.grancursosonline.com.br
precatórios, proibida a designação de casos ou de pessoas nas dotações orça-
mentárias e nos créditos adicionais abertos para este fim. Em outras palavras, é 
proibido “furar a fila”.
Pensando em uma instituição bancária, há uma “fila normal”, uma “fila prefe-
rencial” e aquelas pessoas que vão resolver situações muito simples, que sequer 
enfrentarão qualquer fila, como é o caso do cidadão que quer apenas trocar uma 
nota de R$ 50,00, viabilizando um depósito no envelope no montante de R$ 30,00.
Traçando um paralelo, teríamos a situação dos credores em geral (“fila normal”), 
uma fila preferencial, destinada a detentores de crédito de natureza alimentícia 
(menor, mas continua tendo fila), e a situação daquelas pessoas que resolverão 
questões simples – os credores de RPV (requisições de pequeno valor).
Pois bem.
Os débitos de natureza alimentícia compreendem aqueles decorrentes de 
salários, vencimentos, proventos, pensões e suas complementações, benefícios 
previdenciários e indenizações por morte ou por invalidez, fundadas em responsa-
bilidade civil, em virtude de sentença judicial transitada em julgado, e serão pagos 
com preferência sobre todos os demais débitos, à exceção da hipótese narrada logo 
a seguir. 
Além das filas “normal” e preferencial (débitos de natureza alimentícia), há ain-
da o RPV, cujo valor varia para cada uma das esferas de governo – federal, estadual 
e distrital, e municipal. 
Quanto à definição do RPV, o § 4º do artigo 100 estipula que o valor míni-
mo será igual ao montante do maior benefício do Regime Geral da Previ-
dência Social – RGPS. Com base nessa disposição, o STF deferiu a cautelar para 
suspender a aplicação de lei municipal que fixava em R$ 1.950,00 o marco do RPV 
(STF, ADPF 370, decisão cautelar).
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
32 de 156
DIREITO CONSTITUCIONAL 
Poder Judiciário
Prof. Aragonê Fernandes
www.grancursosonline.com.br
É certo que, em regra, não é possível o fracionamento do valor do pre-
catório, para se receber uma parcela como RPV e o restante na fila, seja normal 
ou preferencial. No entanto, há previsão na Constituição possibilitando o fracio-
namento.
A exceção fica por conta dos créditos de natureza alimentícia cujos titulares, 
originários ou por sucessão hereditária, tenham acima de 60 (sessenta) anos 
de idade, sejam portadores de doença grave ou pessoas com deficiência, 
assim definidos na forma da lei. 
Nesses casos, faz-se o fracionamento, para se pagar, com preferência 
sobre todos os demais débitos, o montante relativo até o triplo do valor 
fixado em lei como RPV. O saldo restante, por sua vez, será pago na ordem cro-
nológica de apresentação do precatório. 
Vale lembrar que a expressão “ou por sucessão hereditária” foi incorporada pela 
EC 94/2016, ampliando os legitimados a se beneficiarem do fracionamento do pre-
catório. A referida Emenda também retirou o trecho “na data da expedição do pre-
catório”, responsável por violar o princípio da isonomia, segundo decidiu o Supremo 
Tribunal (STF, ADI 4.425). E mais: incluiu os deficientes entre os beneficiados para 
o fracionamento dos precatórios.
É obrigatória a inclusão, no orçamento das entidades de direito público, de ver-
ba necessária ao pagamento de seus débitos, oriundos de sentenças transitadas 
em julgado, constantes de precatórios judiciários apresentados até 1º de julho, 
fazendo-se o pagamento até o final do exercício seguinte, quando terão seus 
valores atualizados monetariamente.
Sobre o tema, a Súmula Vinculante n. 17 diz que durante o período previs-
to no parágrafo primeiro do artigo 100 da Constituição, não incidem juros 
de mora sobre os precatórios que nele sejam pagos. Ou seja, caso o precatório 
seja pago dentro do prazo constitucional especificado no parágrafo anterior, não 
dever o Estado pagar juros. 
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
33 de 156
DIREITO CONSTITUCIONAL 
Poder Judiciário
Prof. Aragonê Fernandes
www.grancursosonline.com.br
A organização da fila dos precatórios fica a cargo do Presidente do Tri-
bunal. Caso ele, por ato comissivo ou omissivo, retarde ou tente frustrar a liquida-
ção regular de precatórios incorrerá em crime de responsabilidade e responde-
rá, também, perante o Conselho Nacional de Justiça.
A EC 62/2009 trouxe ao credor a faculdade de entregar seus créditos em 
precatórios para compra de imóveis públicos do respectivo ente federado. Tal 
disposição, no entanto, depende de lei a ser editada pela entidade devedora.
Tem mais: o credor poderá ceder, total ou parcialmente, seus créditos em 
precatórios a terceiros, independentemente da concordância do devedor. Entre-
tanto, em caso de cessão, não se fala em observâncias às regras mais benéficas 
(de idade; de doença e de RPV). 
Exemplificando, se um credor de precatório possui 30 anos de idade e o crédito 
não possui natureza alimentícia, caso ele ceda o valor a que faz jus para seu avô 
de 90 anos, por exemplo, o crédito não passa a tramitar de forma prioritária. Aliás, 
se isso fosse possível, você acha que quantas pessoas recorreriam a tal manobra?
A cessão de precatórios somente produzirá efeitos após comunicação, por meio 
de petição protocolizada, ao tribunal de origem e à entidade devedora.
Avançando, o STF declarou inconstitucional a EC 62/2009 quanto à atua-
lização de precatórios e requisições de pequeno valor pela TR, sob o funda-
mento de que “este referencial é manifestamente incapaz de preservar o valor real 
do crédito de que é titular o cidadão” (STF, ADI 4.357). Em modulação de efeitos, 
estabeleceu-se a incidência do índice oficial de remuneração básica da caderneta 
de poupança (TR) até a data de conclusão do julgamento (25/03/2015). Após tal 
marco, a correção deveria seguir o Índice de Preços ao Consumidor Amplo Especial, 
IPCA-E. 
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
34 de 156
DIREITO CONSTITUCIONAL 
Poder Judiciário
Prof. Aragonê Fernandes
www.grancursosonline.com.br
Em outro ponto, também se declarou a inconstitucionalidade do regime 
de compensação que constava nos §§ 9º e 10 do art. 100 da CF/1988. Na oca-
sião, destacou-se a ofensa à isonomia entre o poder público e o particular, pois este 
não disporia de ferramenta idêntica em seu benefício.
Por outro lado, entendeu o STF que “o regime ‘especial’ de pagamento de 
precatórios para Estados e Municípios, criadopela EC n. 62/2009, ao veicular 
nova moratória na quitação dos débitos judiciais da Fazenda Pública e ao 
impor o contingenciamento de recursos para esse fim, viola a cláusula consti-
tucional do Estado de Direito (CF, art. 1º, caput), o princípio da Separação de 
Poderes (CF, art. 2º), o postulado da isonomia (CF, art. 5º), a garantia do acesso à 
justiça e a efetividade da tutela jurisdicional (CF, art. 5º, XXXV), o direito adquirido 
e à coisa julgada (CF, art. 5º, XXXVI)” (STF, ADI 4.425).
Mudando o foco, fique atento(a) quando o assunto relacionar precatórios e ho-
norários advocatícios, certo?
É que a Súmula Vinculante 47 dispõe que os honorários advocatícios in-
cluídos na condenação ou destacados do montante principal devido ao cre-
dor são entendidos como verba autônoma, de natureza alimentar. 
Por conta disso, os honorários serão quitados por meio de RPV – caso se encai-
xem nesses valores –, ou por meio de precatórios na fila preferencial.
Desse modo, pode ocorrer de o advogado receber antes de seu cliente. Como 
assim?
Imaginemos a situação em que o crédito principal (do cliente) não seja enten-
dido como de natureza alimentícia. Nessa situação, o cliente aguardará na “fila 
normal”, enquanto seu advogado receberá via fila preferencial ou como RPV, a de-
pender do montante (STJ, RESP 1.347.736).
Ressalto ainda que “as sociedades de economia mista prestadoras de serviço 
público de atuação própria do Estado e de natureza não concorrencial subme-
tem-se ao regime de precatório” (STF, RE 852.302). 
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
35 de 156
DIREITO CONSTITUCIONAL 
Poder Judiciário
Prof. Aragonê Fernandes
www.grancursosonline.com.br
Esse benefício, todavia, não seria extensível àquelas entidades que ex-
ploram atividade econômica, em regime de concorrência ou que tenham 
como objetivo distribuir lucros aos seus acionistas. Afastou, com base nessa pre-
missa, a aplicação do regime de precatórios à Eletronorte (STF, RE 599.628). 
Pronto! Você viu os pontos principais dos precatórios, o que já dá munição sufi-
ciente para fazer uma boa prova!
II – Dos Tribunais – Composição e Competências – Artigos 101 
a 126
Aqui, o desafio não é menor do que aquele verificado ao tratarmos das Disposi-
ções Gerais. Isso porque a questão relativa à competência dos Tribunais tira o sono 
de muitos candidatos. 
Vou tentar ser claro e objetivo, indo direto ao ponto, sem fugir das “bolas divi-
didas” ou dos temas polêmicos, ok?
Uma dica: é muito comum o aluno errar questões sobre competência dos Tribu-
nais, porque na hora da prova ele olha para o cargo ocupado pela pessoa que será jul-
gada, acha pomposo, e logo pensa que a competência deveria ser do STF ou do STJ.
É aí que mora o problema: as competências dos artigos 102 e 105 devem ser 
interpretadas restritivamente. Em outras palavras, se não está em um desses dis-
positivos, é porque outro deve ser o órgão competente para julgamento.
Quer um exemplo?
O julgamento de um HC impetrado contra Delegado de Polícia Federal, em re-
gra, deverá ser julgado pela Justiça Federal de 1ª instância. 
Daí o examinador vem e manda: “a quem cabe julgar HC impetrado contra o 
Chefe da Interpol no Brasil?”
Você me responde: “e eu lá sabia que tinha chefe da Interpol no Brasil...”
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
36 de 156
DIREITO CONSTITUCIONAL 
Poder Judiciário
Prof. Aragonê Fernandes
www.grancursosonline.com.br
Pois é. Tem, sim. Essa função é ocupada por um Delegado de Polícia Federal. 
Logo, o HC também será dirigido ao Juiz Federal de 1ª instância. 
O problema é que o aluno cai no canto da sereia de dizer que a competência 
seria do STF...
Para não errar novamente, lembre sempre que o STF e o STJ possuem pouquís-
simos julgadores (11 e 33, respectivamente), enquanto a Magistratura de 1º grau 
é composta por cerca de 16.000 juízes.
Ou seja: é muito mais lógico as coisas começarem lá embaixo do que lá no an-
dar de cima, já assoberbado pela quantidade de processos que, naturalmente, vão 
para lá por conta do grande rol de competências originárias e recursais.
Ah, falando nisso, competência originária é quando o processo começa direta-
mente no Tribunal. É o caso de julgamento de Membros do Congresso Nacional em 
crimes comuns, que se dá no próprio STF.
Já na competência recursal, o processo normalmente nasce na 1ª instância e 
vem subindo até chegar aos Tribunais Superiores e no STF.
Agora vem outro detalhe: a regra é o processo parar na 2ª instância (TJ, TRF, 
TRT ou TRE), até porque daí para cima nós falamos em “recursos excepcionais”. 
Como assim?
Ora, pense no STJ: além das competências originárias, seus 33 Ministros rece-
bem recursos vindos de todos os TRFs e TJs do país. 
Se você lembrar que apenas o TJSP já conta com quase 400 Desembargadores, 
já dá para ter uma ideia de que o filtro para impedir a subida deve ser muito eficaz. 
Do contrário, não haveria como o Tribunal funcionar.
Está bem! Já falei demais! Hora de colocar a mão na massa e ver os pontos mais 
importantes para as provas!
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
37 de 156
DIREITO CONSTITUCIONAL 
Poder Judiciário
Prof. Aragonê Fernandes
www.grancursosonline.com.br
1. Supremo Tribunal Federal
1.1. Composição e Processo de Escolha
O STF é composto por 11 (onze) Ministros, escolhidos livremente pelo Presi-
dente da República, entre brasileiros natos com mais de 35 e menos de 65 anos 
de idade. Eles devem possuir notório saber jurídico e reputação ilibada.
Repare que não há formação de listas para a escolha do novo membro e tam-
bém não se fala em quinto constitucional.
Atendendo a regra dos freios e contrapesos (checks and balances) o nome in-
dicado pelo Presidente da República (Executivo) para ocupar uma cadeira no STF 
(Judiciário) deverá ser aprovado pelo voto de maioria absoluta do Senado Federal 
(Legislativo).
Fique atento(a), pois a aprovação do nome pelo Senado Federal acontecerá em 
votação secreta, exceção à regra das votações abertas no Parlamento.
1.2. Competências do STF
É certo que o STF, órgão de cúpula do Poder Judiciário, tem a missão de ser o 
guardião da Constituição Federal. A ele cabe interpretar a norma constitucio-
nal, dando-lhe os contornos e os limites.
Também em decorrência disso, o STF fará o controle concentrado de cons-
titucionalidade quando a ofensa se direcionar à Constituição Federal. Tratan-
do-se, no entanto, de violação à Constituição Estadual, caberá aos TJs realizar 
o controle concentrado.
Aproveitando, lembro que o controle difuso pode ser feito por qualquer 
Juiz ou Tribunal do País, o que obviamente também inclui o STF. Ou seja, o Tri-
bunal atuará nas duas frentes, como adiante se verá.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
38 de 156
DIREITO CONSTITUCIONAL 
Poder Judiciário
Prof. Aragonê

Outros materiais