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Aula 10-funcoes-essenciais-a-justica

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SISTEMA DE ENSINO
DIREITO 
CONSTITUCIONAL 
Funções Essenciais à Justiça
Livro Eletrônico
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Aragonê Fernandes
Funções Essenciais à Justiça
DIREITO CONSTITUCIONAL
Funções Essenciais à Justiça ..........................................................................................4
Apresentação .................................................................................................................4
1. Ministério Público ........................................................................................................5
1.1. Considerações Iniciais e Ingresso na Carreira ............................................................5
1.2. Princípios Institucionais ............................................................................................9
1.3. Princípio do Promotor Natural ............................................................................... 14
1.4. Autonomia Funcional, Administrativa e Orçamentária ............................................ 15
1.5. Diferentes Ramos Existentes no Ministério Público ................................................ 18
1.6. Foro por Prerrogativa de Função ...........................................................................23
1.7. Garantias ................................................................................................................25
1.8. Proibições ..............................................................................................................26
1.9. Funções Institucionais ........................................................................................... 28
1.10. Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) ..................................................35
2. Advocacia Pública..................................................................................................... 41
2.1. Defensor Legis .......................................................................................................47
3. Advocacia Privada ....................................................................................................49
4. Defensoria Pública ...................................................................................................53
4.1. Princípios Institucionais ..........................................................................................56
4.2. Autonomia Administrativa, Funcional e Orçamentária ...........................................57
4.3. Foro por Prerrogativa de Função ..........................................................................59
4.4. A atuação da Defensoria Pública nas Tutelas Coletivas .........................................59
4.5. A Percepção de Honorários Advocatícios ..............................................................59
5. Quadro Comparativo entre Pontos Principais das Funções Essenciais à Justiça ....... 60
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Funções Essenciais à Justiça
DIREITO CONSTITUCIONAL
6. Tópico Especial: Súmulas Aplicáveis à Aula .............................................................. 61
Questões de Concurso – Cespe .....................................................................................64
Gabarito – Cespe ..........................................................................................................75
Gabarito Comentado – Cespe ........................................................................................ 77
Questões de Concurso – FCC ...................................................................................... 125
Gabarito – FCC ............................................................................................................ 155
Gabarito Comentado – FCC ......................................................................................... 156
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Funções Essenciais à Justiça
DIREITO CONSTITUCIONAL
FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA
ApresentAção
As Funções Essenciais à Justiça são tratadas logo após o Poder Judiciário – ao longo dos 
artigos 127 a 135 da Constituição.
Elas abrangem o Ministério Público, a Advocacia – pública e privada – e a Defensoria Pública.
É aqui que começam as perguntas em provas, colocando outros órgãos e entidades no 
rol aí de cima.
Se você olhasse as provas de alguns anos atrás, veria uma grande proeminência de ques-
tões sobre o MP em detrimento da Defensoria Pública e da Advocacia (pública ou privada).
Hoje em dia essa disparidade é bem menor. A advocacia pública, por exemplo, tem sido 
explorada em diversas questões, relativamente simples.
Isso também acontece com a Defensoria Pública, instituição que ganhou muito relevo nos 
últimos anos.
Aliás, não sei se você sabe, mas quando parti para os concursos de alto rendimento na 
área jurídica queria ser Defensor Público. O curioso é que passei para Defensor, para promotor 
e para Juiz, mas o único cargo em que não tomei posse foi exatamente o de Defensor...
A razão para isso? Defensor Público era no querido Estado do Rio Grande do Sul, enquanto 
promotor e Juiz eram no DF, minha terra natal (nas aulas você notará um sotaque nordestino, fruto 
da convivência com um monte de paraibanos lá de casa – tenho orgulho de minhas origens!).
Acabei ficando apenas alguns meses na promotoria de Justiça, pois os concursos da Ma-
gistratura e do MP caminharam juntos. Foi, sem dúvidas, a decisão mais difícil de minha vida.
Confesso que nunca me arrependi da escolha que fiz, pois adoro o meu trabalho, embora 
ele seja uma árdua tarefa.
Essa vida de concurseiro é curiosa!
Ah, também aqui, como já deve ser do seu costume, citarei os julgados mais importantes 
sobre o tema.
Venha comigo!
As funções essenciais à Justiça são o Ministério Público, a Advocacia (pública e privada) e a 
Defensoria Pública. Não estão nesse rol o Judiciário ou as Polícias Civil e Militar.
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Funções Essenciais à Justiça
DIREITO CONSTITUCIONAL
1. Ministério público
1.1. considerAções iniciAis e ingresso nA cArreirA
Uma coisa: o Ministério Público também recebe o nome de Parquet – palavra de origem fran-
cesa, que remete aos antigos procuradores do rei da França, que ficavam em pé sobre o assoalho 
(parquet) da sala de audiência. Você ainda pode ouvir expressões como custos legis (fiscal da lei), 
custos constitucionis (fiscal da Constituição) ou (ombudsman) ouvidor da sociedade.
Mas fique atento(a) a uma coisa: “custos legis” (fiscal da lei) é o MP, enquanto “defensor 
legis” (curador da lei) é o advogado-geral da União, que atua defendendo a norma questiona-
da no STF. Eu falo isso para você não trocar alhos com bugalhos.
Avançando, a primeira Constituição brasileira a fazer referência ao Ministério Público foi a 
de 1891. De lá para cá, a instituição constou em todos os textos constitucionais – seja com 
maior ou menor grau de atuação.
No entanto,não há dúvidas de que foi a atual Constituição a que maior autonomia deu ao MP.
A própria Constituição, em seu artigo 127, conceitua o MP dizendo que ele:
é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da 
ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis.
Você vai ver que quase todas as regras de ingresso, garantias e proibições aplicáveis aos 
magistrados são estendidas aos membros do MP. Note que eu disse quase...
Começando, o artigo 129, § 3º, da Constituição aponta que se aplicam ao MP, no que cou-
berem, as regras do artigo 93.
Dentro desse cenário, o candidato deve se submeter a concurso público de provas e títulos, 
sendo obrigatória a participação da OAB em todas as fases da disputa.
Agora imagine a cena: algumas Comarcas são criadas em determinado estado, mas o MP 
local não designa promotores de justiça para atuarem nelas.
Após diversas tentativas infrutíferas, o corregedor do TJ resolve autorizar a nomeação de “pro-
motor de Justiça ad hoc”. Assim, um bacharel em direito alheio aos quadros do MP funcionaria 
como órgão acusatório penal.
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Funções Essenciais à Justiça
DIREITO CONSTITUCIONAL
Pergunto a você: pode isso, Arnaldo?
É claro que não, miserável!
O STF entendeu que haveria ofensa ao princípio do promotor natural e à exclusividade da 
promoção da ação penal pública pelo Ministério Público (STF, ADI n. 2.958). É cada uma que o 
povo inventa...
Avançando, uma inovação trazida pela EC n. 45/2004 é a chamada quarentena de entrada. 
De acordo com essa regra, exige-se do bacharel em direito no mínimo três anos de atividade 
jurídica. O dispositivo surgiu com o claro intuito de que o futuro julgador tenha mais experiên-
cia, dada a relevância das funções que exercerá.
Para regulamentar o conceito ‘atividade jurídica’, o CNJ editou a Resolução n. 75/2009 e o 
CNMP, a Resolução n. 40/2009. Nelas são previstas diversas hipóteses de contagem do prazo 
de três anos. Destaco que não há a obrigatoriedade de o candidato exercer a advocacia, sendo 
esta apenas uma das diversas hipóteses.
Eu, por exemplo, usei tanto no concurso de promotor de Justiça quanto no de juiz o período 
em que fui analista judiciário do STF e assessor de ministro do STJ – eu também passei para 
defensor público, mas na época (2011) não foi exigido o triênio de prática jurídica.
Em decisão recorrentemente cobrada nas provas, o STF entendeu que a contagem do prazo 
de três anos se inicia com a conclusão do curso, e não com a colação de grau (STF, ADI n. 3.460).
Ainda sobre o tema, há uma decisão importantíssima (para as provas e para a vida!):
A comprovação de atividade jurídica pode considerar o tempo de exercício em cargo não 
privativo de bacharel em Direito, desde que ausentes dúvidas acerca da natureza eminen-
temente jurídica das funções desempenhadas (STF, MS n. 28.226).
Assim, nada impede que o(a) candidato(a) que trabalha como técnico judiciário (nível 
médio) de um Tribunal ou técnico administrativo no Ministério Público se candidate ao con-
curso da Magistratura (ou MP, ou Defensoria), quando comprovar que desempenhava a cha-
mada atividade-fim.
Uma dúvida comum: e o pessoal que trabalha como agente ou escrivão de polícia, pode 
também usar o tempo de atividade policial para contagem de atividade jurídica?
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Funções Essenciais à Justiça
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A resposta é positiva, de acordo com o CNJ. Para isso, obviamente o candidato precisa 
ser bacharel em direito e juntar certidão circunstanciada, expedida pelo órgão competente, 
indicando as respectivas atribuições e a prática reiterada de atos que exijam a utilização pre-
ponderante de conhecimento jurídico (CNJ, Consulta n. 0009079-37.2017.2.00.0000).
Tem mais um ponto frequente de perguntas no fórum de dúvidas: na Magistratura, o CNJ não 
admite a utilização de pós-graduação, mestrado ou doutorado para a contagem de atividade jurí-
dica. Repare que eu falei na Magistratura, porque em relação ao Ministério Público, o CNMP editou 
a Resolução n. 40/2009, prevendo que a pós-graduação conta como um ano de prática jurídica, 
enquanto o mestrado e o doutorado equivalem a dois e três anos, respectivamente.
Agora fique atento(a) a um julgamento do STF que tem causado grande confusão no pes-
soal: o Conselho Federal da OAB ajuizou uma ADI pedindo que fosse declarada a inconstitucio-
nalidade das resoluções do CNJ e do CNMP que permitiam a contagem de tempo de atividade 
jurídica usando pós, mestrado e doutorado.
Ao julgar o caso, o STF primeiro disse que, em relação à resolução do CNJ, o pedido estava 
prejudicado, porque desde 2009, ano da edição da Resolução n. 75, os concursos para a ma-
gistratura não permitiriam a contagem. 
Por outro lado, no que se refere à Resolução n. 40 do CNMP, o Tribunal decidiu que ela foi 
editada dentro da autonomia do órgão, sendo válida. Ou seja: nos concursos para o Ministério 
Público podem ser usados pós-graduação, mestrado ou doutorado para a contagem de tempo 
de atividade jurídica.
A partir daí, um montão de gente começou a falar que agora essa contagem valeria tam-
bém para a magistratura. Só que isso está errado! A decisão do STF foi restrita ao Ministério 
Público, até porque se discutia uma resolução do CNMP.
Aragonê, mas, se o CNJ quiser, ele pode editar nova resolução nos mesmos moldes da 
que foi feita pelo CNMP?
Claro que pode, dentro de sua autonomia. Se isso acontecer, passa a ser possível. Até lá, 
nada feito!
Aragonê, e como ficam os concursos para defensor e advogado público?
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DIREITO CONSTITUCIONAL
Não há uma regra unificada nacionalmente. Vale, então, o que estiver previsto no edital. Em 
regra, os editais admitem para essas carreiras a contagem até de tempo de estágio obrigatório 
da faculdade, o que facilita as coisas.
Posso sistematizar?
Carreira Exigência de três anos de atividade 
jurídica
Pós-graduação, mestrado e douto-
rado podem contar?
MagistraturaMagistratura Sim Não
Ministério PúblicoMinistério Público Sim Sim
Defensoria PúblicaDefensoria Pública Na CF, não. Valerá a regra do edital. Valerá a regra do edital.
Advocacia PúblicaAdvocacia Pública Na CF, não. Valerá a regra do edital. Valerá a regra do edital.
Outra coisa: em regra, os requisitos do cargo público devem ser comprovados no ato da 
posse (STJ, Súmula n. 266). No entanto, para a Magistratura e para o Ministério Público, a 
comprovação deve ser feita na inscrição definitiva (STF, RE n. 655.265 e artigo 3º da Resolu-
ção n. 40, do CNMP).
Para que não haja dúvidas, deixe-me explicar aqui a “maratona” de um concurso desse 
porte: primeiro, o candidato faz a inscrição preliminar. Depois, submete-se a provas objetivas 
(primeira fase) e subjetivas (segundafase).
Após a segunda fase (e antes da prova oral), é hora da inscrição definitiva, oportunidade de 
comprovação também dos três anos de atividade jurídica. Finalizando, acontecem as provas 
orais e de títulos, esta de caráter meramente classificatório – o STF já entendeu que fase de 
títulos não pode ter caráter eliminatório.
Aproveitando que falei em concurso público, vou logo começar com um julgado muito po-
lêmico, que tende a cair em várias provas que estão por vir.
É o seguinte: chegou ao STF o questionamento de uma lei complementar aplicável ao Mi-
nistério Público do Estado de Santa Catarina, que dizia o seguinte:
Art. 63-A. O Ministério Público poderá oferecer estágios:
(…)
IV – para bacharéis em Direito regularmente matriculados em cursos de pós-graduação, em nível de 
especialização, mestrado, doutorado ou pós-doutorado, em área afeta às funções institucionais do 
Ministério Público estadual, ou com elas afim.
O questionamento foi feito pela associação de servidores do próprio MP/SC, dizendo que a 
contratação de bacharéis em direito na função de estagiário seria uma burla ao concurso público.
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Ao final, o STF confirmou a validade da norma, julgando a ação improcedente, ao argu-
mento de que o estágio realizado durante o curso de pós-graduação estaria inserido na Lei do 
Estágio. Também não haveria violação à Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), 
sendo legítimo o instituto da “residência jurídica”, criado pela lei estadual.
Apontou-se, igualmente, respeito aos princípios da impessoalidade e da publicidade, 
uma vez que o processo seletivo para a contratação de estagiários permitia amplo acesso 
e concorrência, em igualdade de condições, para os estudantes interessados, bem como 
pressupõe publicação de edital no Diário Oficial Eletrônico do Ministério Público. Além disso, 
o programa de residência jurídica seria compatível com o princípio da eficiência adminis-
trativa, porquanto teria o potencial de oferecer um aprendizado particularizado aos futuros 
ocupantes de cargos públicos, incrementado, por esta via, a qualidade no desempenho das 
suas futuras funções (STF, ADI n. 5.752).
Os requisitos para ingresso nas carreiras do Ministério Público e da Magistratura devem ser 
comprovados na inscrição definitiva, e não na posse.
1.2. princípios institucionAis
O artigo 127, § 1º, da Constituição elenca três princípios institucionais do Ministério Públi-
co: unidade, indivisibilidade e independência funcional.
As questões mais simples nas provas se limitam a perguntar quais são os princípios ou 
ainda quais não são. Hoje em dia também se pergunta a quais instituições esses princípios 
se aplicam.
Disse “hoje em dia”, porque a EC n. 80/2014 definiu que os três princípios institucionais 
também valem para a Defensoria Pública. Ah, eles não se estendem para a advocacia pública, 
pegadinha frequentemente usada pelos examinadores.
O problema é que só isso não será suficiente para a maior parte das provas que são apli-
cadas atualmente.
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Então, vou detalhar para você o que pode ser cobrado, para não deixar você num mato sem 
cachorro...
1.2.1. Unidade
A unidade significa que os membros do Ministério Público integram um só órgão sob a 
direção de um só procurador-geral.
Contudo, você tem que lembrar que a unidade existe dentro de cada MP. Em outras pala-
vras, há uma chefia para o Ministério Público da União – PGR – e uma chefia no Ministério 
Público Estadual – PGJ.
É dentro desse cenário que o STF reconhece a legitimidade do membro do MP Esta-
dual para recorrer diretamente no STF e no STJ nos processos que ele tenha atuado na 
primeira instância.
Aliás, também se confere essa mesma possibilidade em relação ao ajuizamento de recla-
mação, quando a instância de origem não quiser dar cumprimento à decisão do Tribunal Supe-
rior ou do STF (STF, RCL n. 7.245).
Para você entender melhor a polêmica, segundo a legislação, quem atuaria no STF e nos 
Tribunais Superiores seriam somente os membros do MPU (PGR e subprocuradores-gerais).
Porém, dando uma interpretação mais contextualizada, abriu-se a possibilidade de o mem-
bro do MP Estadual acompanhar o processo até o final, sem precisar “pedir benção” aos mem-
bros do MP da União (STF, RE n. 848.286).
Cá para nós, tem horas que o concurseiro precisa respirar fundo, porque é eita atrás de eita, 
não é mesmo?
Eu digo isso porque, num primeiro momento, o STF entendia (passado) que conflito de 
atribuições entre membros do MPU e do MP Estadual deveria ser dirimido pelo próprio STF, por 
envolver conflito federativo. Aplicava-se, assim, a regra do artigo 102, I, f, da CF.
Pois é, mas depois o Tribunal mudou de orientação, passando a entender que o procura-
dor-geral da República é quem deveria dirimir conflitos de atribuições entre os membros do 
MP Federal e do MP Estadual (STF, ACO n. 1.567). É certo que não faltaram críticas à nova 
orientação, porque o membro do MP Estadual não possui nenhum vínculo de subordinação ou 
hierarquia com o PGR, que chefia apenas o MPU.
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Em nova mudança, operada a partir de voto proferido pelo ministro Alexandre de Moraes 
(que foi do MP-SP), o STF atualmente entende que esse conflito deve ser resolvido é pelo 
CNMP. Armaria, nãm!
Explicando em juridiquês, por não ter vinculação direta com qualquer dos ramos dos Minis-
térios Públicos dos entes federativos, mas sendo por eles composto, o CNMP possuiria isen-
ção suficiente para definir, segundo as normas em que se estrutura a instituição, qual agente 
do Ministério Público tem aptidão para a condução de determinado inquérito civil.
Invocou-se o § 2º do art. 130-A, segundo o qual é competência do CNMP o controle da 
atuação administrativa do MP e do cumprimento dos deveres funcionais de seus membros. 
Dentro desse controle, caberia ao Conselho zelar pela autonomia funcional e administrativa do 
MP, bem como pela legalidade dos atos administrativos praticados por membros ou órgãos 
do MPU ou do MP Estadual, entre eles, aqueles atos que originaram o conflito de atribuições. 
Trocando em miúdos, ficou vencedora a tese segundo a qual a solução de conflitos de 
atribuições entre ramos diversos dos Ministérios Públicos pelo CNMP é a mais adequada, 
pois reforça o mandamento constitucional que lhe atribuiu o controle da legalidade das ações 
administrativas dos membros e órgãos dos diversos ramos ministeriais, sem ingressar ou ferir 
a independência funcional (STF, ACO n. 843).
Resumo da ópera: conflito de atribuições entre membros do MPU e do MP Estadual não 
vai nem para o STF nem para o PGR. Agora, seu destino é ser dirimido pelo CNMP.Em minha humilde opinião, acho que a solução atual ficou bem melhor do que a anterior...
Os membros do Ministério Público Estadual dispõem de legitimidade para atuar diretamente 
no STF, ajuizando reclamação ou mesmo na interposição de recursos nos processos em que 
tenham atuado na primeira instância.
Foi também com base no princípio da unidade que o STF decidiu ser desnecessária a ra-
tificação da denúncia quando apresentada anteriormente por membro do MP incompetente. 
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A hipótese envolvia membro pertencente ao mesmo MP e também do mesmo grau funcional 
(STF, HC n. 85.137).
Outra coisa: a Resolução n. 126 do CNMP trouxe regra no sentido de que:
após a instauração do inquérito civil ou do procedimento preparatório, quando o membro que o 
preside concluir ser atribuição de outro Ministério Público, este deveria submeter sua decisão ao 
referendo do órgão de revisão competente, no prazo de 3 (três) dias.
Contra esse dispositivo foi ajuizada ADI no STF, sob a alegação de que haveria violação aos 
princípios da unidade e da independência funcional. Ao julgar a ação, o STF negou o pedido e 
manteve a validade da resolução, dizendo que o CNMP agiu dentro dos limites constitucionais 
ao editar resolução para esclarecer que deve ser referendada, pelo órgão de revisão competen-
te, a decisão do membro do MP que conclui, após a instauração do inquérito civil ou do respec-
tivo procedimento preparatório, ser este ou aquele de atribuição de outro ramo do Ministério 
Público (STF, ADI n. 5.434).
Agora fique ligado(a) em um julgamento que pode interessar a você nas provas e na vida: o 
STF entende que só existe unidade dentro de cada Ministério Público, e não entre o MP de um 
estado e de outro, nem entre estes e os diversos ramos do MPU.
Essa orientação foi usada para negar a possibilidade de remoção, por permuta nacional, 
entre membros de MP diversos. 
Prevaleceu a tese de que a permuta nesses moldes caracterizaria hipótese de transferên-
cia, em violação ao princípio do concurso público, além de uma ofensa à Súmula Vinculante n. 
43, segundo a qual:
é inconstitucional toda modalidade de provimento que propicie ao servidor investir-se, sem 
prévia aprovação em concurso público destinado ao seu provimento, em cargo que não integra 
a carreira na qual anteriormente investido (STF, ADPF n. 482).
Ah, tramita no Congresso Nacional a “PEC da Permuta”, que busca permitir, dentro da pró-
pria Constituição (e não por ato do CNMP) a permuta entre membros da magistratura e do 
Ministério Público. Aguardemos as cenas dos próximos capítulos.
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Cabe ao CNMP a tarefa de dirimir conflitos de atribuições entre membros do MP Estadual e do 
MP Federal.
1.2.2. Indivisibilidade
O princípio da indivisibilidade é uma decorrência do postulado da unidade. Por meio dele, é 
possível que um membro do MP substitua outro, dentro da mesma função, pois quem exerce 
os atos não é a pessoa do promotor, e sim, a instituição Ministério Público.
Exemplificando, um processo de homicídio qualificado que tramita na Vara do Júri da Comarca 
de Belo Horizonte pode ter a denúncia oferecida pelo promotor de Justiça José, mas as audi-
ências serem feitas pelo promotor João. Nada impediria, ainda, que outro promotor, Alfredo, 
faça o júri.
Aragonê, você quer dizer então que podem mandar qualquer promotor para fazer um 
Júri específico?
Calma lá, eu não disse isso, até porque a figura do promotor Natural impede que haja desig-
nações casuísticas. Mas isso você verá mais à frente. Fique firme aí, pois não demora.
Também por conta da indivisibilidade o STF entendeu que o pedido de arquivamento de 
inquérito em trâmite naquele Tribunal formulado pelo PGR não poderia ser recusado. E essa 
orientação se aplicaria mesmo na hipótese em que um novo PGR ofereça denúncia (STF, INQ 
n. 2.028).
1.2.3. Independência Funcional
Este princípio é muito importante, principalmente dentro do direito processual penal. Aqui 
no constitucional ele também é lembrado, mas acredito que a grande aposta para as provas 
esteja no princípio da unidade.
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Avançando, no exercício de suas funções, o membro do MP é livre e independente, não 
ficando sujeito às ordens de seu superior hierárquico ou mesmo de outro Poder. O que há é 
hierarquia no sentido administrativo, mas nunca de índole funcional.
Comentando esse princípio, Alexandre de Moraes, hoje ministro do STF, diz que
Nem seus superiores hierárquicos podem ditar-lhes ordens no sentido de agir desta ou daquela 
maneira dentro de um processo. Os órgãos de administração superior do Ministério Público podem 
editar recomendações sobre a atuação funcional para todos os integrantes da Instituição, mas sem-
pre sem caráter normativo (MORAES, 2008).
Voltando ao Processo Penal, no artigo 28 do CPP consta que se o Juiz não concordar com 
o pedido de arquivamento de inquérito feito pelo promotor de Justiça, deveria remeter os autos 
ao Chefe da Instituição. Este, por sua vez, teria três opções: a) oferecer, ele próprio, a denúncia; 
b) indicar que outro promotor ofereça a denúncia, agindo em seu nome (longa manus); e c) 
insistir pelo arquivamento, opção em que o juiz deveria arquivar.
Note que o chefe da instituição jamais poderá obrigar que aquele primeiro membro do MP 
atue em sentido diverso de seu entendimento.
1.3. princípio do proMotor nAturAl
De antemão, lembre-se: existe o princípio do juiz natural (artigo 5º da Constituição); existe 
o princípio do defensor natural (artigo 4º-A da LC n. 80/1994), mas não existe o princípio do 
delegado natural.
Agora é hora de falarmos sobre o princípio do promotor natural.
Embora haja certa resistência (minoritária), prevalece a orientação segundo a qual também 
se admite o princípio do promotor natural. Ele decorreria da norma contida no art. 5º, inciso LIII 
(‘ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente’).
No STF, a questão referente à existência do princípio do promotor natural não é pacífica. No 
ano de 1992, houve julgamento do Plenário, no qual quatro ministros defenderam a inexistên-
cia desse princípio. No entanto, as decisões mais recentes mencionam a sua existência, razão 
pela qual acredito ser essa a posição atual do Tribunal (STF, HC n. 95.447).
Mas o que se entenderia pelo princípio do promotor natural? Ele não se choca com o prin-
cípio institucional da indivisibilidade?
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Como você viu anteriormente, um membro do MP pode ser substituído pelo outro, pois 
quem atua é a instituição, e não a pessoa. A partir disso, criou-se um entendimento (minoritá-
rio) no sentido de que não haveria o princípio do promotor natural.
Contudo, o que se impede é a figura do promotor de exceção, que a partir de manipulação 
casuística, recebe uma designação específica, em nítido caráter de perseguição (STF, HC n. 
136.503).
Exemplificando, pense aí que um grande criminoso, já conhecido pelos promotores da capital, 
pratique um crime de homicídio doloso numa pequena cidade no interior daquele estado.
Naquela longínqua Comarca, o promotor que atua acabou de ingressar na instituição. En-
tão, “para não perder o júri”, o MP designa seu melhor quadro para não deixar escapar uma 
sentença de condenação.
Note que no bizarro exemplo por mim criado o promotor experiente no júri foi mandado “por 
encomenda” para aquela Comarca, a fim de participar apenas do julgamento do “bandidão”.
O princípio do promotor Natural impede a figura do promotor de exceção, que a partir de mani-
pulação casuística, recebe uma designação específica, em nítido caráter de perseguição.
1.4. AutonoMiA FuncionAl, AdMinistrAtivA e orçAMentáriA
Em relação à autonomia administrativa, a Constituição prevê que o MP poderá propor ao Po-
der Legislativo a criação e extinção de seus cargos e serviços auxiliares, provendo-os por concur-
so público de provas ou de provas e títulos, política remuneratória e os planos de carreira.
É com base na autonomia deferida pela Constituição que o STF assentou o entendimento 
segundo o qual o Ministério Público não se submete a controle interno, feito pelo Executivo 
(STF, ADI n. 2.513).
Ao contrário, essa instituição, assim como todo o Poder Público, está sujeita ao controle 
externo, realizado pelo Legislativo com o apoio dos Tribunais de Contas, e ao controle feito 
pelo CNMP.
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Fique atento(a) a um detalhe: você lembra que cargos e órgãos públicos são criados por 
lei, certo?
Pois é, em razão disso, foi declarada a inconstitucionalidade de lei estadual que permitia a 
criação de procuradorias e de promotorias de justiça, por meio de ato infralegal editado pelo 
procurador-geral de Justiça. Em vez de ato infralegal, a criação desses órgãos deveria ser feita 
por lei (STF, ADI n. 1.757).
Quanto à autonomia financeira, assim como acontece em relação ao Poder Judiciário, o 
próprio MP é responsável pela elaboração de sua proposta orçamentária, obviamente dentro 
dos limites estabelecidos na LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias).
Sobre o tema, entende-se que o MP pode deflagrar o processo legislativo de lei concernen-
te à política remuneratória e aos planos de carreira de seus membros e servidores. Em outras 
palavras, é dele a iniciativa para projetos de lei de seu interesse (STF, ADI n. 603).
Ah, tal qual acontece com as propostas de iniciativa do Executivo e do Judiciário, não cabe 
emenda parlamentar a projeto de lei de iniciativa do Ministério Público que importe aumento 
de despesa (ADI n. 4.075).
Repare em um ponto: foi declarada a inconstitucionalidade de uma lei estadual, ao argu-
mento de que ela (a norma) não poderia fazer:
compreender na autonomia financeira do Ministério Público a competência para elaborar 
o seu próprio orçamento, sem a participação do Poder Legislativo (STF, ADI n. 1.757).
Ou seja, em matéria de orçamento, o MP – assim como o Judiciário e a Defensoria – 
apenas envia a proposta para ser consolidada pelo Executivo e, a partir daí, ser votada a LOA 
pelo Legislativo.
Agora imagine a seguinte situação: o PGJ de determinado MP Estadual indefere o pagamento 
de gratificação a servidores do órgão. Acontece que essa decisão é reformada por outra, pro-
ferida pelo Colégio de Procuradores do mesmo MP.
Então, ao ser acionado, o CNMP revoga o ato do Colégio de Procuradores, restabelecendo a 
decisão do PGJ.
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Só que esse “balaio de gatos” não tem fim e o sindicato dos servidores resolve ir ao STF, bus-
cando o pagamento da gratificação aos servidores.
Ao julgar, o Tribunal primeiro reafirmou a orientação de que não existe direito ao duplo grau de 
jurisdição na instância administrativa.
Na sequência, foi decidido que exatamente em razão da ausência do duplo grau, nem o CNMP 
nem o Colégio de Procuradores seriam competentes para rever ou modificar atos de natureza 
discricionária do procurador-geral, no âmbito de seu poder de gestão e administração da uni-
dade ministerial, quando tais atos respeitem a legalidade, a proporcionalidade e a moralidade 
(STF, MS n. 34.472).
Ainda dentro do tema autonomia do Ministério Público, o STF declarou a inconstitucionali-
dade de emenda à Constituição de Rondônia, que ampliou o rol de autoridades a serem inves-
tigadas e processadas, no âmbito cível, pelo PGJ. 
O dispositivo questionado dizia competir exclusivamente ao PGJ promover o inquérito civil 
público e a ação civil pública para a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente 
e de outros interesses difusos e coletivos quando praticados pelo governador do estado, pe-
los membros do Legislativo, Judiciário, Tribunal de Contas, Ministério Público e da Defensoria 
Pública.
O problema é que a emenda à Constituição invadiu competência reservada ao presidente 
da República (normas gerais de organização do MP) e atribuição dada privativamente ao chefe 
do MP Estadual de elaborar projeto de lei complementar.
Para piorar, houve ampliação das regras previstas na Lei n. 8.625/1993, segundo as quais 
se garante a atribuição do PGJ para propor o ICP e a ACP por atos do governador do estado, do 
presidente da Assembleia Legislativa ou dos presidentes de tribunais. 
Assim, ao alargar a atuação do PGJ, o dispositivo estadual violou as normas constitucio-
nais (STF, ADI n. 5.281).
Mais uma polêmica: a Lei n. 10.001/2000 trazia a previsão de prioridade na tramitação de 
processos e procedimentos decorrentes de relatórios das CPIs.
Daí a PGR foi ao STF alegando inconstitucionalidade ao argumento de que a lei violava a 
independência funcional do Ministério Público. 
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Porém, o Tribunal rejeitou o pedido e confirmou a validade da norma, pontuando que, em-
bora influencie indiretamente o trabalho do Ministério Público, a prioridade no processamento 
das conclusões da CPI não fere a autonomia do órgão.
Pesaram na decisão a importância e o interesse público do trabalhodas CPIs, inseridas na 
função fiscalizatória do Congresso Nacional sobre a administração pública, viabilizando uma 
das facetas do sistema de freios e contrapesos, essencial à democracia (STF, ADI n. 5.351).
1.5. diFerentes rAMos existentes no Ministério público
Além do Ministério Público da União (MPU), existe também o Ministério Público Estadual 
(MPE) e aquele que atua junto aos Tribunais de Contas (MP/Contas).
De outro lado, convém alertar que não existe Ministério Público municipal – também não 
há Judiciário ou Defensoria Pública na esfera municipal.
O MPU abrange quatro ramos:
a) Ministério Público Federal – MPF;
b) Ministério Público do Trabalho – MPT;
c) Ministério Público Militar – MPM;
d) Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios – MPDFT.
Eu já falei isso anteriormente, mas vou repetir: agora, prevalece no STF a orientação de que 
cabe ao CNMP dirimir conflito de atribuições entre membros do Ministério Público Federal e do 
Ministério Público Estadual (STF, ACO n. 843).
Vou cuidar primeiro do MP/Contas, pois ele merece tratamento especial.
1.5.1. Ministério Público Junto aos Tribunais de Contas (MP/Contas)
De acordo com o artigo 130 da Constituição, aos membros do Ministério Público junto aos 
Tribunais de Contas se aplicam as mesmas disposições pertinentes a direitos, vedações e for-
ma de investidura inerentes aos outros membros do MP.
Um ponto importantíssimo: o MP/Contas não se insere na estrutura do MP comum, sejam 
os dos Estados, seja o da União.
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Em razão disso, não podem os membros do MP Estadual atuar junto ao Tribunal de Con-
tas, ainda que transitoriamente (STF, MS n. 27.339).
Além disso, também se entende que o MP/Contas estadual não dispõe das garantias ins-
titucionais pertinentes ao Ministério Público comum dos Estados-membros, notadamente 
das prerrogativas que concernem à autonomia administrativa e financeira, ao processo de 
escolha, nomeação e destituição de seu titular e ao poder de iniciativa dos projetos de lei re-
lativos à sua organização (STF, ADI n. 2378).
É por essa razão que cabe ao respectivo Tribunal de Contas a iniciativa de projetos de lei 
de interesse do MP/Contas. Isso é o oposto do MP comum, que conta com o poder de dar o 
start nos projetos de lei de seu interesse.
Só mais uma coisinha...
Existe o MP/Contas atuando junto ao TCU, TCE e TCDF, mas não junto ao TCM-SP e o TCM-
-RJ (órgãos municipais). Quanto a esses últimos, o STF entendeu que não precisa ser criado 
Ministério Público especial. 
Prevaleceu a ideia de que não faria sentido falar em simetria aos modelos federal e estadu-
al na medida em que na esfera municipal não existe Ministério Público, Defensoria Pública ou 
Judiciário (STF, ADPF n. 292).
1.5.2. Chefia do MPU
Um alerta inicial: depois de tratar das chefias do MPU e do MPE/MPDFT eu farei um quadro 
comparativo para facilitar a visualização, ok?
O chefe do MPU é o procurador-geral da República – PGR. Ele é nomeado pelo presidente 
da República, dentre integrantes da carreira, com mais de 35 anos, após a aprovação de seu 
nome pela maioria absoluta dos membros do Senado Federal, para mandato de dois anos, 
permitida a recondução.
Note que não há limitação no número de reconduções. Ou seja, pode o PGR ser recondu-
zido ao cargo quantas vezes o presidente da República quiser. Contudo, em todas as recondu-
ções será necessária a aprovação pelo Senado.
Para tentar ajudar – talvez você não se lembre –, quando o Brasil era presidido por Fernando 
Henrique Cardoso o então PGR, Geraldo Brindeiro, ficou oito anos consecutivos no cargo.
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Outra coisa: na escolha do PGR não há elaboração de lista tríplice. Apenas se exige que a 
indicação recaia sobre um integrante da carreira.
Daí você me fala:
Professor, eu vi no noticiário que foi elaborada uma lista tríplice recentemente para a es-
colha do novo PGR.
Pois é, o que acontece é que informalmente a Associação Nacional dos Procuradores da 
República – ANPR – elabora uma lista como espécie de sugestão ao presidente da República.
Desde o primeiro mandato do ex-presidente Lula, passando por Dilma e por Temer, o esco-
lhido sempre foi algum dos integrantes da lista.
Daí, em 2019, quando Bolsonaro assumiu a Presidência, chegou a hora de substituir a en-
tão PGR, Raquel Dodge.
Novamente a ANPR encaminhou uma lista tríplice, mas a escolha presidencial recaiu sobre 
o subprocurador-geral Augusto Aras, que estava fora da lista. Alguma ilegalidade? Nenhuma.
Repito: não há obrigatoriedade de o presidente escolher um nome da lista.
Avançando, antes do término do prazo de dois anos, é possível a destituição do PGR, que de-
penderá de iniciativa do presidente da República e de autorização de maioria absoluta do Senado.
Veja que o Senado e o presidente participariam do processo de escolha e também de des-
tituição antes do término do biênio.
Cabe, ainda, lembrar que o PGR será o presidente do Conselho Nacional do Ministério 
Público, sendo membro nato. Em outras palavras, o tempo em que ele ficar como PGR perma-
necerá à frente do CNMP.
Na escolha do PGR não há formação de lista tríplice. O nome indicado pelo presidente da Re-
pública precisa ser sabatinado por maioria absoluta do Senado Federal.
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1.5.3. Chefia dos MPEs e do MPDFT
Tanto no âmbito estadual quanto no Distrito Federal o Ministério Público é chefiado pelo 
Procurador-Geral de Justiça – PGJ.
Diferentemente do que você viu com o PGR, aqui há lista tríplice. Ela deve ser elaborada 
entre integrantes da carreira, sendo que todos os membros (Promotores e Procuradores de 
Justiça) participam da votação.
Formada a lista, ela é encaminhada para o Chefe do Poder Executivo para que faça a esco-
lha de um nome. O indicado terá mandato de dois anos, permitida uma recondução.
Você notou quando eu falei que a escolha caberia ao Chefe do Executivo, e não ao governador?
É que só caberá ao governador fazer a escolha se estivermos tratando de MP Estadual.
Contudo, no caso do MPDFT, cabe ao presidente da República indicar um nome entre os 
integrantes da lista. Isso porque, como você viu, o MPDFT é um dos ramos do Ministério Pú-
blico da União.
Em nova diferença em relação ao PGR, o PGJ só pode ser reconduzido uma vez. A pro-
pósito, o STF já decidiu que será inconstitucional norma estadual que permita reconduções 
sucessivas (STF, ADI n. 3.077).
Também é possível a destituição do PGJ antes do prazo de dois anos. O § 4º do artigo 128 
da CF prevê que os procuradores-gerais nos estados e no Distrito Federal e territórios poderão 
ser destituídos por deliberação da maioria absoluta do Poder Legislativo.
Um pontoimportantíssimo para as provas: o STF entende ser inconstitucional norma da 
Constituição Estadual que preveja a participação da Assembleia Legislativa na escolha do 
PGJ (STF, ADI n. 452).
Aliás, também de declarou a inconstitucionalidade de outra norma estadual, que previa 
que, vagando o cargo de PGJ no curso do biênio, o novo titular apenas completaria o período 
restante, e não iniciando novo biênio (STF, ADI n. 1.783).
Mas lembre-se de que o inferno tem subsolo e que a criatividade do legislador às vezes não 
tem limites...
Por meio da iniciativa parlamentar (erro 1, vício de iniciativa, que seria do procurador-geral, 
regulada por lei complementar), alterou-se a Constituição do estado de Rondônia para prever 
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que a escolha do PGJ seria restrita por meio de votação em turno único, sem formação de 
lista tríplice (erro 2, a lista é obrigatória), restrita a membros vitalícios (erro 3, não há essa li-
mitação), sem passar pelo governador (erro 4, é o chefe do Executivo quem escolhe). Ou seja, 
estava tudo errado (STF, ADI n. 5.653).
De acordo com o § 5º do artigo 128 da CF, leis complementares da União e dos estados, 
cuja iniciativa é facultada aos respectivos procuradores-gerais, estabelecerão a organização, 
as atribuições e o estatuto de cada Ministério Público.
É exatamente por essa razão que as normas estaduais não podem nascer de iniciativa 
parlamentar, mesmo que essa mudança seja feita por meio de emenda à Constituição (STF, 
ADI n. 5.171).
Na escolha do PGJ há formação de lista tríplice, mas não existe a previsão de sabatina do 
nome. Será inconstitucional norma da Constituição Estadual que exija aprovação da Assem-
bleia Legislativa.
1.5.4. Quadro Comparativo entre PGR e PGJ
Algumas linhas aí para cima eu avisei que faria um quadro comparando os critérios de 
escolha dos Chefes do MPU e do MPE/MPDFT. Chegou a hora!
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DIFERENÇA ENTRE PGR e PGJ
CRITÉRIOCRITÉRIO PGRPGR PGJPGJ
O que o cargo significa? É o chefe do MPU É o chefe do MP Estadual e do MPDFT.
Quem escolhe?
É escolhido pelo presidente 
da República entre integran-
tes da carreira
É escolhido pelo Chefe do Executivo, 
entre integrantes de lista tríplice elabo-
rada por toda a carreira.
MPE: governador escolhe.
MPDFT: presidente escolhe.
Há lista tríplice? Não Sim
Há sabatina pelo órgão 
do Legislativo (Senado ou 
Assembleia Legislativa)?
Sim, pelo voto de maioria 
absoluta dos Senadores, em 
votação secreta.
Não! Se norma estadual previr saba-
tina, será inconstitucional.
É possível a destituição 
antes do término do biênio?
Sim
Dependerá de iniciativa do 
presidente da República e de 
autorização de maioria abso-
luta do Senado.
Sim
Dependerá de autorização de maioria 
absoluta dos membros do Legislativo 
(AL no caso dos estados e Senado 
para o MPDFT).
1.6. Foro por prerrogAtivA de Função
É do Tribunal de Justiça a competência para julgar todos os membros do Ministério 
Público Estadual nos crimes comuns e de responsabilidade, ressalvada a competência da 
justiça Eleitoral.
Agora quanto aos membros do MPU é a hora que a porca torce o rabo...
Antes de detalhar as regras, eu lembro que o MPU possui quatro ramos, a saber: MP Fede-
ral; MP do Trabalho; MP Militar; e MPDFT.
Veja como fica:
1) O PGR, chefe da instituição, será julgado, nos crimes comuns, pelo STF e, nos crimes de 
responsabilidade, pelo Senado.
2) Os membros do MPU que atuem perante Tribunais (de 2ª instância ou Superiores) se-
rão julgados, nos crimes comuns + responsabilidade, pelo STJ.
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3) Os membros do MPU que atuam na primeira instância serão julgados, nos crimes co-
muns + responsabilidade, pelo respectivo TRF (sempre ressalvada a competência da 
Justiça Eleitoral).
Cuidado com uma particularidade: os membros do MPDFT recebem o mesmo nome dos 
membros do MP Estadual. Ou seja, temos promotores de Justiça, Procuradores de Justiça e o 
Procurador-Geral de Justiça.
E, embora o TJDFT também seja organizado e mantido pela União, o STF, invocando 
o princípio da especialidade, entendeu que não cabe ao TJ julgar os membros do MPDFT. 
Em outras palavras, os membros de nenhum dos ramos do MPU serão julgados pelos TJs 
(STF, RE n. 418.852).
Dito isso, eles serão julgados pelo TRF (promotores de Justiça) ou pelo STJ (procuradores 
de Justiça e o procurador-geral de Justiça).
Outra coisa: tanto aí em cima, quanto no quadro a seguir, você vai ver que somente para 
quem é julgado na 2ª instância – TJ ou TRF – é que se ressalva a competência da Justiça 
Eleitoral. Logo, as autoridades com foro perante o STF ou STJ serão julgadas nesses Tribu-
nais mesmo nos crimes eleitorais. Para eles, vale a máxima segundo a qual “infrações penais 
comuns” abrangem crimes comuns, crimes eleitorais, crimes militares e contravenções pe-
nais (STF, RCL n. 511).
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Sistematizando:
Foro para julgamento de membros do Ministério Público
Ministério Público EstadualMinistério Público Estadual Ministério Público da UniãoMinistério Público da União
PGJ
Em crime comum TJ
PGR
Em crime comum STF
Em crime de responsa-
bilidade
TJ
Em crime de respon-
sabilidade
Senado Federal
Se atuar em 2ª instância
TJ, exceto
crime eleitoral
Se atuar em tribunal
(2ª instância ou superior)
STJ
Se atuar em 1ª instância
TJ, exceto
crime eleitoral
Se atuar na 1ª instância TRF, exceto crime eleitoral
Os membros do MPDFT que atuam na primeira instância (promotores de Justiça) serão jul-
gados pelo TRF. Já os que trabalham na 2ª instância (procuradores de Justiça) respondem 
perante o STJ.
1.7. gArAntiAs
As garantias e vedações do Ministério Público seguem, em linhas gerais, as mesmas re-
gras já estudadas em relação ao Poder Judiciário. É claro que as diferenças, embora sutis, são 
perguntadas nas provas.
Vamos começar pelas garantias!
1.7.1. Vitaliciedade
É adquirida após dois anos de efetivo exercício, para aqueles que ingressam, mediante 
concurso público, na 1ª instância.
Lembro, ainda, que os conceitos de vitaliciedade e de titularidade não se confundem. Des-
se modo, pode um promotor titular não ser vitalício, assim como pode um promotor já vitalício 
ainda ser substituto.
Por outro lado, vitaliciedade e estabilidadeapresentam algumas distinções. Para se olhar 
para apenas uma delas, o prazo para a aquisição da estabilidade é bem maior – três, e não dois 
anos.
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Fique atento(a), pois os detentores de vitaliciedade (Magistrados, Membros do Ministério 
Público e dos Tribunais de Contas) mantêm as prerrogativas do cargo após a aposentadoria, 
mas uma delas – talvez a mais importante para as provas – não é mantida: o foro especial.
Então, pedimos sua atenção porque o STF entende que, com a aposentadoria, acaba o foro 
por prerrogativa de função. Exemplificando, um Procurador-Geral da República que estivesse 
respondendo a ação penal perante o STF, caso se aposente, o processo passará a tramitar na 
1ª instância (STF, RE 549.560)!
1.7.2. Inamovibilidade
Os membros do MP não podem ser removidos de ofício, salvo se houver motivo de in-
teresse público. A decisão para afastar a inamovibilidade do magistrado será tomada pela 
maioria absoluta dos membros do próprio órgão. Fique de olho, pois esse quórum era de 2/3 
até a EC n. 45/2004.
1.7.3. Irredutibilidade de Subsídios
Nesse ponto, destaca-se a observância do teto do funcionalismo e o pagamento de tributos.
Ah, importante lembrar que verbas de caráter indenizatório (exemplo, férias pagas em pe-
cúnia) não se submetem ao teto constitucional.
Com a aposentadoria do magistrado ou membro do Ministério Público, terminam o foro espe-
cial e a proibição para a dedicação a atividades político-partidárias.
1.8. proibições
Se, de um lado, a Constituição assegura um leque de garantias, de outro consagra diversas 
vedações, justificadas pela importante função exercida por esses agentes estatais.
Veja as principais proibições previstas no artigo 128, § 5º, II, bem assim as pontuações que 
diferenciam os membros do MP dos magistrados:
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1.8.1. Exercício de Outro Cargo ou Função
Veda-se o exercício de outro ofício ou profissão, ainda que em disponibilidade, salvo uma 
de magistério.
Quando se fala “salvo uma de Magistério”, não há uma restrição numérica, mas, sim, ligada 
à compatibilidade de horários, para que não haja prejuízo à função (STF, ADI n. 3.126).
Lá no Poder Judiciário eu citei resolução do CNJ, por meio da qual se entendeu pela proi-
bição do exercício de atividades de coaching, mentoria ou similares aos juízes (Resolução n. 
226/2016). 
Pois é, em fevereiro de 2021 foi a vez de o CNMP editar ato normativo semelhante, proibin-
do as mesmas atividades aos integrantes do Ministério Público. As alterações foram incorpo-
radas à Resolução n. 73/2011.
Ainda com base nesse dispositivo, proíbe-se que membros do Ministério Público ocupem 
cargos que estejam fora da estrutura da própria instituição (STF, ADI n. 3.574).
Tente aí puxar pela memória um acontecimento relativamente recente: a então presidente 
Dilma, já mais para o final do mandato, indicou para o cargo de ministro da Justiça um procu-
rador de Justiça do MP/BA.
Dentro da proibição ora comentada, decidiu-se que para ocupar o cargo de Ministro de Es-
tado ele deveria abandonar o MP/BA, o que não aconteceu.
Então, a ex-presidente nomeou outro membro do MP para o cargo de ministro da Justiça. 
A diferença é que o escolhido, o subprocurador-geral da República Eugênio de Aragão, havia 
ingressado no MP antes de 1988, não lhe sendo imposta a proibição (STF, ADPF n. 388).
Ah, considerando o entendimento do STF no sentido de que, na acumulação lícita de car-
gos públicos deve ser observado o teto de remuneração em cada cargo isoladamente e não 
na somatória dos valores, é possível que na prática os ganhos do membro do MP superem o 
subsídio mensal pago aos ministros do STF.
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1.8.2. Quarentena de Saída
Todo cuidado é pouco aqui, pois são muitas questões cobrando este assunto: você viu que 
são exigidos três anos de atividade jurídica para o ingresso na carreira (quarentena de entrada).
Agora é hora de vermos a quarentena de saída, que nada mais é do que o período em que 
se proíbe que o membro do MP exerça a advocacia no juízo ou Tribunal no qual oficiava, tam-
bém pelo período de três anos.
Note que a restrição alcança o Tribunal de onde o membro oficiava, ainda que a Corte tenha 
jurisdição em todo o território nacional. Assim, poderia o PGR após a sua aposentadoria advo-
gar em processos na 1ª instância, sem a necessidade de aguardar o triênio.
1.8.3. Dedicação a Atividades Político-partidárias
Para os magistrados, essa vedação já estava prevista desde o texto original da Constitui-
ção, do ano de 1988. Por sua vez, a proibição só alcançou os membros do Ministério Público 
com a EC n. 45/2004.
Um ponto importante: a vedação não persiste durante a inatividade. Ou seja, com a aposen-
tadoria, o membro do MP poderia candidatar-se a mandato eletivo.
1.8.4. Exercício da Advocacia e Recebimento de Custas ou Honorários
Note que os membros do Ministério Público não podem exercer a advocacia nem mesmo 
em causa própria (STF, HC n. 76.671).
A proibição, contudo, encontra uma exceção: os membros que ingressaram antes da Cons-
tituição de 1988 puderam optar entre a vitaliciedade e a estabilidade.
A quem optou pela estabilidade, foi permitido o exercício da advocacia.
Tirando tal excepcionalidade, também não poderá haver o recebimento de honorários, per-
centagens ou custas processuais.
1.9. Funções institucionAis
Esse é o ponto alto das provas relacionadas ao Ministério Público. O artigo 129 lista algu-
mas atribuições, chamando-as de funções institucionais.
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Vou apresentar cada uma delas e fazer comentários às mais importantes:
I – promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei;
Vamos por partes! O MP é o titular da ação penal pública. Logo, é ele quem atuará como 
órgão acusador.
O primeiro ponto que enseja grande discussão é sobre a (im)possibilidade de o MP fazer 
investigações, coletar provas.
Embora o artigo 144 da Constituição diga que cabe exclusivamente à polícia federal e à polícia 
civil a tarefa de polícia judiciária (responsável pelas investigações), prevaleceu no STF e no STJ a 
orientação segundo a qual seriam legítimas as provas coletadas pelo MP (STF, HC n. 91.661).
Adotou-se no caso a teoria norte-americana dos princípiosimplícitos – “quem pode o mais, 
pode o menos”.
Como assim?
Ora, se o MP é o titular da ação penal, cabe a ele oferecer a acusação. Mas para isso ele 
precisa de provas, certo?
Então, ele pode requisitar as provas à autoridade policial ou ainda coletá-las diretamente. 
Afinal, quem pode o mais (acusar), pode o menos (coletar provas para acusar)!
De todo modo, não esqueça que a presidência do inquérito policial é atividade privativa do 
Delegado de Polícia, não podendo ser exercida pelo Ministério Público (STF, RHC n. 81.326).
Aragonê, você me disse que o MP é o titular da ação penal. Mas e se ele permanecer iner-
te, mesmo diante da notícia de um grave crime?
É justamente nesses casos que se permite o uso da ação penal privada subsidiária da pú-
blica, prevista lá no artigo 5º, LIX, da Constituição.
Falando abreviadamente – o assunto é mais afeito ao Processo Penal –, temos quatro 
tipos de ações penais:
a) ação penal pública: subdivide-se em incondicionada (regra em nosso ordenamento); condiciona-
da à representação do ofendido; e condicionada à requisição do Ministro da Justiça (crimes contra 
o presidente da República).
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b) ação penal privada: o particular age com uma queixa-crime. Seria para aqueles crimes em que o 
maior interessado na condenação seja a própria vítima. Exemplo: crime contra a honra.
c) ação penal privada subsidiária da pública: mencionada aí em cima. É aquela possibilidade dada 
aos cidadãos para que iniciem a ação penal, ante a inércia do órgão acusador (Ministério Público).
d) ação penal pública subsidiária da pública: pouco conhecida da grande maioria dos concurseiros. 
Ela é a possibilidade dada a outro ente público de promover a denúncia diante da inércia do MP. Está 
presente, por exemplo, no artigo 80 do Código de Defesa do Consumidor.
Eu acrescento, por fim, que a peça inicial da ação penal pública é chamada de denúncia, ao 
passo que na ação penal privada ela recebe o nome de queixa-crime.
Ah, mas pera lá: o julgado que você viu anteriormente, sobre o poder de investigação do MP, 
desagradou os delegados de polícia e agradou o Ministério Público, certo?
Pois é, mas depois o jogo virou...
Isso porque, ao contrário do que queria a PGR, o STF entendeu pela validade dos disposi-
tivos da Lei n. 12.850/2013 (Lei das Organizações Criminosas) que possibilitam ao delegado 
de polícia celebrar acordos de colaboração premiada. Nessa situação, deve ser ouvido o repre-
sentante do Ministério Público, mas a sua manifestação não terá caráter vinculante.
No julgamento, não se acolheu a tese da PGR segundo a qual somente o MP teria legitimi-
dade para oferecer acordos de colaboração premiada, tendo em vista o fato de ser o titular da 
ação penal pública (STF, ADI 5.508).
Outra coisa: em agosto de 2018, o STF firmou a compreensão de que cabe prioritariamente 
ao MP propor a ação de cobrança de multa decorrente de sentença penal condenatória transi-
tada em julgado (STF, ADI n. 3.150).
Para contextualizar e facilitar sua compreensão, suponha que a pessoa tenha sido condenada, 
por roubo, a cumprir pena de cinco anos de reclusão, em regime inicial semiaberto, além do 
pagamento de 12 dias-multa.
Então, o que o Tribunal entendeu foi que essa multa penal – 12 (doze) dias-multa, no meu 
exemplo – deverá ser cobrada prioritariamente pelo MP, pois continua a ser uma sanção crimi-
nal, embora possa ser considerada como dívida de valor.
Assim, a legitimidade prioritária para a ação de execução seria do Ministério Público, que 
deveria ajuizar a ação perante a Vara de Execuções Penais (VEP). Entretanto, caso o titular da 
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ação penal, devidamente intimado, não propusesse a execução da multa no prazo de noventa 
dias, o juiz da execução criminal deveria dar ciência do feito ao órgão competente da Fazenda 
Pública (federal ou estadual, conforme o caso) para a respectiva cobrança na própria vara de 
execução fiscal.
Pois é, mas, se pode complicar, para que facilitar?
Digo isso porque o Pacote Anticrime (Lei n. 13.964/2019) alterou o artigo 51 do Código 
Penal, de modo que na atual redação consta o seguinte:
Art. 51. Transitada em julgado a sentença condenatória, a multa será executada perante o juiz da 
execução penal e será considerada dívida de valor, aplicáveis as normas relativas à dívida ativa da 
Fazenda Pública, inclusive no que concerne às causas interruptivas e suspensivas da prescrição.
Ou seja, pela leitura do Código Penal em sua atualidade, reforçou-se a legitimidade do MP 
para executar a multa penal, não falando na Procuradoria da Fazenda.
Embora se admita a possibilidade de o Ministério Público investigar, a presidência de inquéri-
to policial é ato privativo de Delegado de Polícia.
II – zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos serviços de relevância pública aos direitos 
assegurados nesta Constituição, promovendo as medidas necessárias a sua garantia;
III – promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio público e social, 
do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos;
A promoção do inquérito civil é privativa do Ministério Público. Ou seja, nenhum outro ente 
público pode presidir o inquérito civil, que serve muitas vezes como preparativo para a ação 
civil pública.
Traçando um paralelo, o inquérito policial é usado para instruir a ação penal pública, en-
quanto o inquérito civil é usado para dar suporte à ação civil pública.
No ano de 2021 o STF declarou a inconstitucionalidade de uma alteração feita no artigo 16 
da Lei da Ação Civil Pública (LACP). Com isso, os efeitos de decisão em ação civil pública não 
devem ter limites territoriais, sob pena de restrição ao acesso à justiça e violação do princípio 
da igualdade. 
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Para você entender melhor, veja o que dizia o artigo 16: 
A sentença civil fará coisa julgada erga omnes, nos limites da competência territorial do órgão pro-
lator, exceto se o pedido for julgado improcedente por insuficiência de provas, hipótese em que 
qualquer legitimado poderá intentar outra ação com idêntico fundamento, valendo-se de nova prova.
As decisões em ações civis públicas estão dentro do processo coletivo e otimizam o aces-
so à Justiça. O professor Gregório Assagra de Almeida fala em um microssistema processual 
coletivo, formado pela ação popular, ação civil pública, CDC, mandado de segurança coletivo 
(adiciono, por conta, o mandado de injunção coletivo e o habeas corpus coletivo).1
Voltando para a decisão do STF, em seu voto, o ministro relator destacou que a alteração de 
1997 na Lei da Ação Civil Pública ocorreu na contramão dos avanços na proteção de direitosmetaindividuais. Ele pontuou que, a partir da decisão e da coisa julgada, os efeitos e a eficácia 
da decisão não se confundem com a limitação territorial. Os efeitos têm a ver com os limites 
da lide. Não se poderia confundir limitação territorial de competência com os efeitos.
Fixada a competência de um caso, a decisão do julgador não poderia ter seus efeitos li-
mitados territorialmente. Para piorar, o artigo 16 exigiria a propositura de ações em todos os 
territórios de pessoas lesadas, o que vai contra o sistema brasileiro, violando os princípios da 
igualdade e da eficiência da prestação jurisdicional (STF, RE n. 1.101.937).
Avançando, diferentemente do que acontece com o inquérito civil, na ação civil pública há 
outros legitimados. A esse respeito, veja o teor do artigo 5º da Lei n. 7.357/1985 (LACP):
Art. 5º Têm legitimidade para propor a ação principal e a ação cautelar:
I – o Ministério Público;
II – a Defensoria Pública;
III – a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios;
IV – a autarquia, empresa pública, fundação ou sociedade de economia mista;
V – a associação que, concomitantemente:
a) esteja constituída há pelo menos 1 (um) ano nos termos da lei civil;
b) inclua, entre suas finalidades institucionais, a proteção ao patrimônio público e social, ao meio 
ambiente, ao consumidor, à ordem econômica, à livre concorrência, aos direitos de grupos raciais, 
étnicos ou religiosos ou ao patrimônio artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico.
Sobre o tema, foi questionada junto ao STF a legitimidade da Defensoria Pública para atu-
ar nas tutelas coletivas. O Tribunal, então, confirmou a possibilidade de a Defensoria Pública 
ajuizar ações civis públicas (STF, ADI n. 3.943).
1 ALMEIDA, Gregório Assagra de. Manual das ações constitucionais. Belo Horizonte: Del Rey, 2007.
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Lembro, na linha do que acabamos de ver, que ela (a Defensoria) não poderá promover 
inquérito civil.
Outra observação se impõe: a Lei n. 4.717/1965 (Lei da Ação Popular – LAP) diz que o 
legitimado para o ajuizamento da ação popular é o cidadão, vale dizer, o brasileiro no gozo de 
capacidade eleitora ativa (quem pode votar).
A LAP norma também prevê que, caso o cidadão desista da ação popular, o Ministério Pú-
blico poderá prosseguir com a ação – repare que não falou que o MP pode ajuizar.
A questão da (im)possibilidade de o MP ajuizar ação civil pública nas mais variadas situa-
ções é recorrente nas provas e na jurisprudência.
Então, vou destacar algumas delas, que serão mais exploradas nas provas do nível de ana-
lista para cima, mas vez ou outra aparecem até em provas de técnico. Vamos a elas?
Começando, o Ministério Público tem legitimidade para promover ação civil pública cujo 
fundamento seja a ilegalidade de reajuste de mensalidade escolares (STF, Súmula n. 643).
De igual modo, o STF também entende que o MP pode ajuizar a ACP que vise anular ato 
administrativo de aposentadoria que importe em lesão ao patrimônio público ou que busque 
defender direitos sociais relacionados ao FGTS, ou ainda quando se visa ao fornecimento de 
remédios a portadores de certa doença.
Mas tem uma orientação do STF que está lá no topo das cobranças: ela diz respeito à ilegi-
timidade do MP para ajuizar a ACP tratando sobre pretensão relativa à matéria tributária (STF, 
ARE n. 694.294).
E quem disse que só o STF tem decisões envolvendo a legitimidade do MP e da Defensoria 
nas ações civis públicas? Confira algumas súmulas do STJ sobre o tema:
Súmula n. 601
O Ministério Público tem legitimidade ativa para atuar na defesa de direitos difusos, 
coletivos e individuais homogêneos dos consumidores, ainda que decorrentes da pres-
tação de serviço público.
Súmula n. 329
O Ministério Público tem legitimidade para propor ação civil pública em defesa do patri-
mônio público.
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Existem diversas espécies de inquéritos. Destacam-se: inquéritos policial, civil, administrati-
vo, policial-militar, judicial, parlamentar de inquérito, policial legislativo.
IV – promover a ação de inconstitucionalidade ou representação para fins de intervenção da União 
e dos Estados, nos casos previstos nesta Constituição;
São cinco as ações do controle concentrado de constitucionalidade (sempre digo que elas 
cabem nos dedos de uma mão): ADI, ADO, ADC, ADPF e ADI Interventiva.
As quatro primeiras (ADI, ADO, ADC e ADPF) podem ser ajuizadas por nove legitimados, que 
são listados no artigo 103 da Constituição Federal: a) presidente da República; b) Mesa do Sena-
do Federal; c) Mesa da Câmara dos Deputados; d) Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara 
Legislativa do DF; e) governador de Estado ou do DF; f) procurador-geral da República (PGR); g) 
Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB); h) partido político com representa-
ção no Congresso; e i) confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.
A única ferramenta do controle concentrado que conta com regra diferente é a ADI Inter-
ventiva, exatamente o que estamos tratando agora.
Segundo a Constituição, ela pode ser proposta apenas pelo PGR, que fica sendo o único 
legitimado perante o STF.
Aplicando o princípio da simetria, a Súmula n. 614 do STF diz que somente o PGJ tem legi-
timidade para propor ADI interventiva por inconstitucionalidade de lei municipal.
A ADI Interventiva é cabível se houver violação a um dos princípios constitucionais sensí-
veis, previstos no artigo 34, VII, da Constituição.
Eles são chamados de sensíveis, pois, se forem violados, autorizam a intervenção federal, 
medida extrema em uma Federação. Vale lembrar que a característica central de uma Federa-
ção é a autonomia dos entes que a compõem, e ela (autonomia) será afastada no processo de 
intervenção.
V – defender judicialmente os direitos e interesses das populações indígenas;
VI – expedir notificações nos procedimentos administrativos de sua competência, requisitando in-
formações e documentos para instruí-los, na forma da lei complementar respectiva;
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VII – exercer o controle externo da atividade policial, na forma da lei complementar mencionada no 
artigo anterior;
Aqui, lembro-me da observação que você viu anteriormente, no sentido de que o MP pode 
investigar, mesmo o artigo 144 da Constituição afirmando caber exclusivamente à PF e à PC 
as funções de polícia judiciária.
VIII – requisitar diligências investigatórias e a instauração de inquérito policial, indicados os funda-
mentos jurídicos de suas manifestações processuais;
Quando se fala no inquérito policial, você precisa lembrar que, se houver o seu arquiva-
mento, por decisão do juiz e a requerimento do promotor de

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