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SISTEMA DE ENSINO
DIREITO 
CONSTITUCIONAL 
Poder Judiciário
Livro Eletrônico
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Aragonê Fernandes
Poder Judiciário
DIREITO CONSTITUCIONAL
Poder Judiciário ..............................................................................................................4
Apresentação da Metodologia ........................................................................................4
1. Disposições Gerais – Artigos 92 a 100 ........................................................................4
1.1. Órgãos do Poder Judiciário .......................................................................................5
1.2. Ingresso na Carreira da Magistratura ....................................................................... 7
1.3. Promoção na Carreira ............................................................................................ 10
1.4. Hipóteses de Perda do Cargo ................................................................................. 12
1.5. Das Sessões Administrativas ................................................................................. 14
1.6. Possibilidade de Criação de Órgão Especial ............................................................ 15
1.7. Cláusula de Reserva de Plenário ............................................................................ 15
1.8. Fim das Férias Coletivas ........................................................................................ 18
1.9. Regra do Quinto Constitucional .............................................................................. 18
1.10. Garantias dos Magistrados .................................................................................. 20
1.11. Proibições dos Magistrados ...................................................................................22
1.12. Julgamento de Juízes e de Membros do Ministério Público ....................................24
1.13. Autonomia Administrativa, Financeira e Orçamentária dos Tribunais ....................25
1.14. Juizados Especiais ................................................................................................ 28
1.15. Precatórios .......................................................................................................... 30
2. Dos Tribunais – Composição e Competências – Artigos 101 a 126 ..............................36
2.1. Supremo Tribunal Federal ......................................................................................38
2.2. Conselho Nacional de Justiça ................................................................................ 66
2.3. Superior Tribunal de Justiça ..................................................................................72
2.4. Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais ..................................................... 90
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Poder Judiciário
DIREITO CONSTITUCIONAL
2.5. Tribunais e Juízes do Trabalho ............................................................................. 102
2.6. Tribunais e Juízes Eleitorais .................................................................................. 112
2.7. Tribunais e Juízes Militares ................................................................................... 116
2.8. Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal ............................................ 119
3. Tópico Especial: Súmulas Aplicáveis à Aula ............................................................ 126
Questões de Concurso ................................................................................................ 130
Gabarito ..................................................................................................................... 142
Gabarito Comentado ................................................................................................... 144
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Poder Judiciário
DIREITO CONSTITUCIONAL
PODER JUDICIÁRIO
ApresentAção dA MetodologiA
Caro(a) aluno(a).
O capítulo destinado ao Poder Judiciário é frequentemente cobrado nas provas de concur-
so. Diferentemente do que você possa imaginar, questões relacionadas ao Judiciário caem 
também em certames de outras áreas e Poderes. É o caso, por exemplo, de concursos nas 
carreiras policiais, do Executivo, do Ministério Público e do Legislativo.
O ponto-chave aqui é mesclar a leitura da Constituição com a interpretação dada pelo STF 
e pelo STJ. A doutrina, neste ponto, não é tão importante.
As disposições gerais – artigos 92 a 100 – são exaustivamente cobradas nas provas. Logo, 
fazer questões das provas anteriores será de fundamental importância para assimilação do 
conteúdo.
Tem mais: a competência dos Tribunais, para muitos, é um verdadeiro tormento! Vou tentar 
tornar as coisas mais simples, decodificando o juridiquês.
Mãos à obra!
1. disposições gerAis – Artigos 92 A 100
Eu já avisei anteriormente e aproveito para reafirmar: as disposições gerais são exaustiva-
mente cobradas nas provas.
Você vai ver que várias vezes eu farei menção à EC n. 45/2004, responsável pela ‘Refor-
ma do Poder Judiciário’. A bem da verdade, ela (a EC n. 45) tratou também de outros pontos, 
mas é no Judiciário e nas funções essenciais à Justiça que ela promoveu modificações 
mais consistentes.
E tem mais: eu diria que ela é a “Reforma do Judiciário – Parte I”, pois contemplou apenas 
os assuntos acerca dos quais houve consenso. Ficaram de fora outros pontos, mas isso não 
nos interessa, ao menos por ora...
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1.1. Órgãos do poder Judiciário
Logo aqui começam várias indagações. Então, a melhor coisa a fazer é transcrever o ar-
tigo 92, para depois pontuar as observações que eu entendo necessárias.
Avançando, o artigo 92 da Constituição diz que o Judiciário é composto pelos seguin-
tes órgãos:
I – o Supremo Tribunal Federal – STF;
I – A – o Conselho Nacional de Justiça – CNJ (EC n. 45/2004);
II – o Superior Tribunal de Justiça – STJ;
II – A – o Tribunal Superior do Trabalho – TST (EC n. 92/2016);
III – os Tribunais Regionais Federais (TRF) e os Juízes Federais;
IV – os Tribunais e Juízes do Trabalho;
V – os Tribunais (TSE e TRE) e Juízes Eleitorais;
VI – os Tribunais e Juízes Militares (STM) e auditorias militares;
VII – os Tribunais (TJ) e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios.
A primeira coisa a destacar é que o CNJ, como você viu, está inserido como órgão do Poder 
Judiciário.
E qual a importância dessa constatação?
Ora, há inúmeras questões de prova indicando que o CNJ faria o controle externo do 
Judiciário. Você, no entanto, tem que lembrar que o controle feito pelo CNJ é interno (STF, 
ADI n. 3.395).
Há mais: a EC n. 92/2016 inseriu o inciso II-A, deixando clara a presença do TST entre os 
órgãos. Antes dessa inovação, havia apenas o registro da expressão “Tribunaise Juízes do 
Trabalho”. A novidade, sem dúvida, aparecerá nas próximas provas!
Mas o mais importante vem de algo que não está no artigo 92: as turmas recursais! Objeto 
de cobrança em diversas provas, objetivas e subjetivas (eu mesmo já fiz concurso em que o 
tema foi cobrado – juiz do TJ-PB): o STF entendeu que as Turmas Recursais não são órgãos 
do Poder Judiciário.
Na mesma linha, o acesso a elas não caracteriza promoção, e sim, mera designação. Con-
sequentemente, não é necessária a observância dos critérios de antiguidade e merecimento 
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Poder Judiciário
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(RE n. 590.409/RJ). Em consequência, não haverá vagas para os membros do MP e da OAB 
(quinto constitucional).
Avançando, diz o texto constitucional que o STF e os Tribunais Superiores têm sede na 
Capital Federal e jurisdição em todo o território nacional. Já o CNJ, criado pela EC n. 45/2004, 
embora tenha sede na Capital Federal, não possui jurisdição – ele não tem competências ju-
risdicionais.
A Justiça desportiva (STJD e TJD), o Tribunal Marítimo, os Tribunais de Contas e os Tribu-
nais Arbitrais não são integrantes do Poder Judiciário. Eles são tribunais administrativos.
Foi também a EC n. 45/2004 a responsável pela extinção dos Tribunais de Alçada – TA, que 
pertenciam à estrutura do Poder Judiciário estadual (ficavam posicionados um pouco abaixo 
dos TJs). Os membros que integravam os TAs foram transformados em desembargadores de 
Tribunais de Justiça.
Falando nisso, entendo ser importante fazer uma observação, pois muita gente confunde 
e outros não sabem, mas ficam com vergonha de perguntar: os membros do Poder Judiciário 
de 1ª instância (1º grau) são chamados de juízes; aqueles que atuam na 2ª instância (2º grau) 
recebem o nome de desembargador; os que trabalham nos Tribunais Superiores e no STF são 
denominados ministros. Embora haja essa diferenciação na nomenclatura, todos podem ser 
chamados de magistrados.
Outra informação importante, especialmente para as provas objetivas: o STF entende que 
o princípio do duplo grau de jurisdição não está previsto nem explícita nem implicitamente 
na CF/1988. Ele existiria na legislação supralegal (Pacto de São José da Costa Rica), e não na 
Constituição (STF, AI n. 513.044).
De outro lado, não haveria afronta ao princípio do juízo natural no fato de os órgãos fra-
cionários dos Tribunais (turmas, câmaras ou seções) serem compostos majoritariamente por 
juízes de primeiro grau, convocados (STF, RE n. 597.133).
Lembramos, por fim, que não existe Poder Judiciário, Ministério Público ou mesmo Defen-
soria Pública na esfera municipal.
Veja a seguir o organograma do Judiciário:
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Organograma do Poder Judiciário
STF CNJ
STM TSE TST STJ
TM*1 TRE TRT TRF TJ*2
Auditorias
militares
Juízes e 
juntas
eleitorais
Juízes do 
trabalho
Turma recur-
sal de juiza-
dos especiais 
federais*3 Juízes
federais
Juízes esta-
duais
Turma recursal 
de juizados espe-
ciais*3
Juizados 
especiais 
federais
Juizados
especiais
*1: só haverá em tempos de guerra.
*2: nos estados em que o efetivo de militares (PM e Bombeiros) superar 20.000 integrantes, pode ser criado 
um TJM (Tribunal de Justiça Militar). Caso ele não exista, esses militares são julgados no TJ.
*3: em regra, decisão proferida por Turma Recursal de juizados Especiais é definitiva. Exceções: a) se houver 
violação à CF, pode ser interposto recurso extraordinário (RE) para o STF; b) pode ser impetrado habeas 
corpus (HC) e mandado de segurança (MS), apontando-se como autoridade coatora a Turma Recursal. Nesse 
caso, o julgamento será feito pelo respectivo TJ ou TRF (antes também ia direto para STF); c) a decisão de 
Turma Recursal não pode ser questionada por meio de recurso especial no STJ (STJ, Súmula n. 203), mas há 
outros meios de impugnação, que serão detalhados à frente.
1.2. ingresso nA cArreirA dA MAgistrAturA
Há previsão de que lei complementar, de iniciativa do STF, disporá sobre o Estatuto da 
Magistratura. Essa lei ainda não foi editada. Em razão disso, continuam sendo observadas 
as regras contidas na Lei Orgânica da Magistratura Nacional (LC n. 35/1979) naquilo que não 
contrariarem o atual texto constitucional.
O cargo inicial para ingresso na carreira da Magistratura é o de juiz substituto. O candidato 
deve se submeter a concurso público de provas e títulos, sendo obrigatória a participação da 
OAB em todas as fases da disputa.
Uma inovação trazida pela EC n. 45/2004 é a chamada quarentena de entrada. De acordo 
com essa regra, exige-se do bacharel em Direito no mínimo três anos de atividade jurídica. O 
dispositivo surgiu com o claro intuito de que o futuro julgador tenha mais experiência, dada a 
relevância das funções que exercerá.
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Para regulamentar o conceito ‘atividade jurídica’, o CNJ editou a Resolução n. 75/2009 e o 
CNMP a Resolução n. 40/2009. Nelas são previstas diversas hipóteses de contagem do prazo 
de três anos. Destaco que não há a obrigatoriedade de o candidato exercer a advocacia, sendo 
esta apenas uma das diversas hipóteses.
Eu, por exemplo, usei tanto no concurso de promotor de justiça quanto no de juiz o período 
em que fui analista judiciário do STF e assessor de ministro do STJ – eu também passei para 
defensor público, mas na época (2011) não foi exigido o triênio de prática jurídica.
Em decisão recorrentemente cobrada nas provas, o STF entendeu que a contagem do prazo 
de três anos se inicia com a conclusão do curso, e não com a colação de grau (STF, ADI n. 3.460).
Ainda sobre o tema, há uma decisão importantíssima (para as provas e para a vida!):
A comprovação de atividade jurídica pode considerar o tempo de exercício em cargo não 
privativo de bacharel em Direito, desde que ausentes dúvidas acerca da natureza eminen-
temente jurídica das funções desempenhadas (STF, MS n. 28.226).
Assim, nada impede que o(a) candidato(a) que trabalha como técnico(a) judiciário(a) (ní-
vel médio) de um Tribunal ou técnico(a) administrativo(a) no Ministério Público se candidate 
ao concurso da Magistratura (ou MP ou Defensoria), quando comprovar que desempenhava a 
chamada atividade-fim.
Uma dúvida comum: e o pessoal que trabalha como agente ou escrivão de polícia, pode 
também usar o tempo de atividade policial para contagem de atividade jurídica?
A resposta é positiva, de acordo com o CNJ. Para isso, obviamente o candidato precisa 
ser bacharel em direito e juntar certidão circunstanciada, expedida pelo órgão competente, 
indicando as respectivas atribuições e a prática reiterada de atos que exijam a utilização pre-
ponderante de conhecimento jurídico (CNJ, Consulta n. 0009079-37.2017.2.00.0000).
Tem mais um ponto frequente de perguntas no fórum de dúvidas: na magistratura, o CNJ nãoadmite a utilização de pós-graduação, mestrado ou doutorado para a contagem de atividade jurídi-
ca. Repare que eu falei na magistratura, porque, em relação ao Ministério Público, o CNMP editou 
a Resolução n. 40/2009, prevendo que a pós-graduação conta como um ano de prática jurídica, 
enquanto o mestrado e o doutorado equivalem a dois e três anos, respectivamente.
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Agora fique atento(a) a um julgamento do STF que tem causado grande confusão no pes-
soal: o Conselho Federal da OAB ajuizou uma ADI pedindo que fosse declarada a inconstitucio-
nalidade das resoluções do CNJ e do CNMP que permitiam a contagem de tempo de atividade 
jurídica usando pós, mestrado e doutorado.
Ao julgar o caso, o STF primeiro disse que, em relação à resolução do CNJ, o pedido estava 
prejudicado, porque desde 2009, ano da edição da Resolução n. 75, os concursos para a ma-
gistratura não permitiriam a contagem. 
Por outro lado, no que se refere à Resolução n. 40 do CNMP, o Tribunal decidiu que ela foi 
editada dentro da autonomia do órgão, sendo válida. Ou seja: nos concursos para o Ministério 
Público podem ser usados a pós-graduação, o mestrado ou o doutorado para a contagem de 
tempo de atividade jurídica.
A partir daí, um montão de gente começou a falar que agora essa contagem valeria tam-
bém para a magistratura. Só que isso está errado! A decisão do STF foi restrita ao Ministério 
Público, até porque se discutia uma resolução do CNMP.
Aragonê, mas, se o CNJ quiser, ele pode editar nova resolução nos mesmos moldes da 
que foi feita pelo CNMP?
Claro que pode, dentro de sua autonomia. Se isso acontecer, passa a ser possível. Até lá, 
nada feito!
Aragonê, e como fica para concursos para defensor e advogado público?
Não há uma regra unificada nacionalmente. Vale, então, o que estiver previsto no edital. Em 
regra, os editais admitem para essas carreiras a contagem até de tempo de estágio obrigatório 
da faculdade, o que facilita as coisas.
Posso sistematizar?
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Carreira Exigência de três anos de atividade jurídica
Pós-graduação, mestrado e doutorado 
podem contar?
Magistratura Sim Não
Ministério Público Sim Sim
Defensoria Pública Na CF, não. Valerá a regra do edital. Valerá a regra do edital.
Advocacia Pública Na CF, não. Valerá a regra do edital. Valerá a regra do edital.
Outra coisa: em regra, os requisitos do cargo público devem ser comprovados no ato da 
posse (STJ, Súmula n. 266). No entanto, para a Magistratura e para o Ministério Público, a 
comprovação deve ser feita na inscrição definitiva (STF, RE n. 655.265 e artigo 3º da Resolu-
ção n. 40, do CNMP).
Para que não haja dúvidas, deixe-me explicar aqui a “maratona” que é um concurso desse 
porte: primeiro, o candidato faz a inscrição preliminar. Depois, submete-se a provas objetivas, 
subjetivas e de sentença. Após a sentença (e antes da prova oral), é hora da inscrição defini-
tiva, oportunidade de comprovação também dos três anos de atividade jurídica. Finalizando, 
acontecem as provas orais e de títulos, esta é de caráter meramente classificatório.
1.3. proMoção nA cArreirA
A promoção acontece de entrância para entrância, e da primeira para a segunda instância, 
sempre de maneira alternada, por antiguidade e merecimento, observadas as regras constan-
tes na seguinte ilustração:
Promoção por 
merecimento
1. se juiz estiver na lista por três vezes consecutivas ou cinco vezes alternadas, será obri-
gatoriamente promovido;
2. juiz tem de ter no mínimo dois anos na entrância e deve integrar a quinta parte entre os 
mais antigos, salvo se os que preenchem os requisitos não quiserem (Ex.: se Tribunal tem 
100 juízes, candidato deve ser um dos 20 mais antigos);
3. para aferir (medir) merecimento, devem ser utilizados critérios objetivos de produtivi-
dade e presteza no exercício da jurisdição + frequência e aproveitamento em cursos ofi-
ciais ou reconhecidos de aperfeiçoamento;
Promoção por 
antiguidade
1. o Tribunal só pode recusar o juiz + antigo pelo voto fundamentado de 2/3 dos membros, 
assegurada ampla defesa.
Se o juiz retiver, injustificadamente, os autos que estão em seu poder além do prazo legal, não será promo-
vido, nem por antiguidade nem por merecimento.
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Um esclarecimento: entrância é divisão existente nas leis de organização judiciária. Em 
alguns estados, há comarcas de primeira, segunda e terceira entrância (ou até entrância es-
pecial). A primeira contemplaria as Comarcas menores e a última estaria situada nos grandes 
centros. Parte-se da premissa de que as causas mais complexas estão nos grandes centros. 
Então, a lógica seria colocar os juízes iniciantes na primeira entrância, enquanto os mais tarim-
bados ficariam nas demais.
A mudança de uma entrância para outra é uma espécie de promoção, que ocorre na ho-
rizontal. O mais importante é lembrar que o magistrado que atua em qualquer uma dessas 
entrâncias ainda será um juiz de 1º grau (1ª instância).
Nesse contexto, o magistrado só passará ao cargo de desembargador quando for promo-
vido da 1ª para a 2ª instância.
Avançando, o STF entendeu que, na promoção por antiguidade, o quórum de 2/3 (dois ter-
ços) deve considerar as cadeiras preenchidas e aqueles em condições legais de votar, e não 
o número de cargos de desembargador. Em outras palavras, se o TJ conta com 40 cargos de 
desembargador, mas 10 deles estão afastados pelo CNJ, os 2/3 serão computados sobre o 
número 30 (STF, MS n. 31.361).
Outra coisa: até que venha outra lei complementar regulando a magistratura nacional, nos 
moldes determinados pela CF, deve ser observada a LC n. 35/1979, chamada de LOMAN.
Eu digo isso, porque não pode a legislação estadual estabelecer, como critério de antigui-
dade na carreira, o tempo de serviço no estado ou no serviço público em geral, ou ainda maior 
prole (você perderia fácil a disputa para o professor Gustavo Scatolino, hein?!), uma vez que 
na LOMAN não existem esses parâmetros. Em contrapartida, nada impede que a idade seja 
utilizada como diferenciador (STF, ADI n. 4.462/TO).
Por fim, como falei anteriormente, o ato de composição das turmas recursais não carac-
teriza promoção de magistrado para outra entrância ou mesmo de remoção, porém de mera 
designação para integrar órgão de primeiro grau, não se impondo, portanto, a observância dos 
critérios de merecimento ou antiguidade (STF, MS n. 28.254).
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1.4. HipÓteses de perdA do cArgo
Você já deve ter ouvido pelo noticiário que o juiz Fulano ou o promotor de justiça Ciclano 
foram pegos vendendo decisões judiciais, envolvidos em escândalos de corrupção e o repórter 
ao final dizendo que não daria nada, que no máximo receberiam aposentadoria compulsória 
com proventos integrais.
A primeira coisa que eu quero que você saiba é que, quando existia, essa punição adminis-
trativa se dava com proventos proporcionais ao tempo de contribuição.
Repare que eu falei “quando existia”, porque a EC n. 103/2019 – ela mesma, a reforma da 
Previdência – acabou com a aposentadoria compulsória como forma de punição.
Confira o antes e depois da reforma da Previdência:
Antes da EC n. 103/2019 Após a EC n. 103/2019
VIII – o ato de remoção, disponibilidade e aposen-
tadoria do magistrado, por interesse público, fun-
dar-se-á em decisão por voto da maioria absoluta 
do respectivo tribunal ou do Conselho Nacional de 
Justiça, assegurada ampla defesa;
VIII – o ato de remoção ou de disponibilidade do 
magistrado, por interesse público, fundar-se-á em 
decisão por voto da maioria absoluta do respec-
tivo tribunal ou do Conselho Nacional de Justiça, 
assegurada ampla defesa;
Ué, quer dizer que agora nada mais acontecerá?
Claro que não é isso, né, gafanhoto!
Ao contrário do que você vê no noticiário, mesmo os magistrados vitalícios podem ser 
demitidos. Isso mesmo: demissão, sem ganhar nada, e de quebra ainda pode é ser condenado 
criminalmente, com penas de reclusão ou de detenção.
Como exemplo, lembre-se do juiz que foi flagrado dirigindo um carrão pertencente ao Eike 
Batista. Ele foi condenado à perda do cargo e a cumprir pena de oito anos de reclusão.
Avançando, o texto constitucional diferencia a situação considerando se o magistrado pos-
sui – ou não – vitaliciedade. Confira:
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HIPÓTESES DE PERDA DO CARGO
Antes do vitaliciamento Após o vitaliciamento
A perda do cargo pode ocorrer em duas hipóteses:
a) deliberação do Tribunal a que o juiz está vinculado;
b) sentença judicial transitada em julgado.
A perda do cargo fica restrita à sentença judicial 
transitada em julgado*.
Há, ainda, outra hipótese de perda do cargo pouco lembrada pela doutrina, mas que já foi 
cobrada, por exemplo, na prova de juiz Federal da 2ª Região (RJ e ES), elaborada pelo CESPE.
Quando estudamos as competências do Senado Federal – art. 52 da CF/1988 –, vimos 
competir àquela Casa processar e julgar, nos crimes de responsabilidade, os ministros do STF 
e os membros do CNJ e do CNMP, além de outras autoridades.
Levando em conta que uma das consequências possíveis da condenação por crime de 
responsabilidade é a perda do cargo, salientamos que os ministros do STF e os membros do 
Judiciário que estejam integrando os conselhos acima referidos também poderão perder o 
cargo por decisão do Senado Federal.
Mas, aproveitando que falei das hipóteses de perda do cargo de magistrado, não há como 
deixar de falar nos casos de perda do cargo do servidor estável.
Mais do que isso, veja o quadro que preparei para você com as diferenças centrais entre 
estabilidade e vitaliciedade:
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PARÂMETRO ESTÁVEL VITALÍCIO
Período necessário 
para aquisição
Três anos de efetivo exercício
Dois anos de efetivo exercício para 
quem ingressa na 1ª instância, por 
meio de concurso.
Obs.: os membros que entram dire-
tamente nos Tribunais são vitalícios 
desde a posse.
Hipóteses de
perda do cargo
I – sentença condenatória transitada em 
julgado;
II – mediante processo administrativo, em 
que lhe seja assegurada ampla defesa;
III – mediante avaliação periódica de desem-
penho, na forma de lei complementar, asse-
gurada ampla defesa;
IV – se for ultrapassado limite de gastos com 
pessoal (artigo 169, § 4º, da Constituição).
Em regra, apenas sentença condenató-
ria transitada em julgado.
Obs.: ministros do STF, PGR, membros 
do CNJ e do CNMP também podem 
perder o cargo por decisão do Senado 
Federal, no Crime de Responsabilidade 
(artigo 52, I, da Constituição).
Manutenção das 
prerrogativas do 
cargo após a apo-
sentadoria
Não.
Sim. Contudo, o foro especial cessa 
com a aposentadoria. Assim, mesmo 
desembargadores e ministros dos Tri-
bunais Superiores serão processados 
na 1ª instância após a aposentadoria.
A quem se aplica
A todos os servidores efetivos, aos mem-
bros da Defensoria Pública e da Advocacia 
Pública.
Aos membros do Judiciário, do Minis-
tério Público e dos Tribunais de Contas.
O STF decidiu ser inconstitucional lei estadual que preveja a exoneração de servidor em estágio 
probatório pelo simples fato de ele participar de movimento grevista. Na ocasião, entendeu-se 
que a norma previa indevida diferenciação entre estáveis e não estáveis (STF, ADI n. 3.235).
1.5. dAs sessões AdMinistrAtivAs
As decisões administrativas dos tribunais serão motivadas e em sessão pública, sendo as 
disciplinares tomadas pelo voto da maioria absoluta de seus membros.
Antes da EC n. 45/2004, as decisões administrativas eram reservadas (fechadas).
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1.6. possibilidAde de criAção de Órgão especiAl
O inciso XI, do artigo 93, da Constituição, diz que, se o Tribunal tiver mais de 25 membros, 
poderá ser criado órgão especial, com o mínimo de 11 e o máximo de 25 membros.
Esse órgão especial terá competência para o exercício das atribuições administrativas e 
jurisdicionais delegadas pelo Tribunal Pleno.
Para entender a necessidade de criação do órgão especial (que pode ter vários nomes, 
como Corte Especial ou Conselho Especial), basta pensar no funcionamento do TJSP, Tribunal 
que conta atualmente com quase 400 desembargadores. É notadamente mais fácil reunir 25 
do que 400 desses magistrados.
A composição do órgão deverá contar com metade das vagas preenchida pelo critério da 
antiguidade, enquanto a outra metade será por eleição do Tribunal Pleno.
Vale destacar que caberá ao Plenário do Tribunal definir quais são as atribuições que dele-
ga ao Órgão Especial (STF, MS n. 26.411).
1.7. cláusulA de reservA de plenário
Eu diria que a cláusula de reserva de plenário é, ao mesmo tempo, importantíssima para 
quem se prepara para concursos públicos e pouco compreendida pelos candidatos!
Prevista no art. 97, da Constituição, é também chamada full bench (banco cheio).
Embora um juiz de primeira instância possa, isoladamente, declarar a inconstitucionali-
dade de uma norma (controle difuso), nos Tribunais a regra é diferente. Isto porque se prevê 
que, somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros (Plenário) ou dos membros 
do órgão especial, poderão os Tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato nor-
mativo poder público.Vale lembrar que, em matéria de controle de constitucionalidade, o ordenamento brasileiro 
adota um sistema misto, abrangendo o controle difuso – de origem norte-americana – e o 
controle concentrado, sistema adotado na Europa.
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O controle difuso de constitucionalidade pode ser feito por qualquer juiz ou Tribunal do 
País, enquanto o controle concentrado é realizado apenas pelo STF (guardião da Constituição 
Federal) e pelo TJ (guardião da Constituição Estadual).
Quando o controle difuso é feito por um Tribunal – ex.: STJ, TJDFT, TST –, incidirá a regra 
segundo a qual a norma somente será declarada inconstitucional se houver decisão nesse 
sentido de maioria absoluta dos membros do Tribunal ou de seu órgão especial – como visto 
anteriormente, este substitui o Plenário do Tribunal.
Pensando no STJ para ilustrar, a inconstitucionalidade não poderá ser declarada por um 
ministro, pela Turma ou por uma Seção, ficando reservada à Corte Especial, uma vez que lá há 
o órgão especial.
A razão da existência da referida cláusula é a seguinte: é certo que uma decisão proferida 
por um juiz de determinada Comarca é importante. No entanto, muito mais importante é uma 
decisão proferida por um Tribunal da envergadura do STJ, pois, nesse último caso, todos os 
Tribunais inferiores indicarão o julgamento a título de orientação e exemplo.
Vale dizer, as decisões dos Tribunais são mais importantes e, por isso, não podem ser to-
madas monocraticamente ou por um pequeno número de julgadores (órgão fracionário).
Esse tema, de difícil compreensão por grande parte dos estudantes, tem direta relação 
com a Súmula Vinculante n. 10, que tem esta redação:
Viola a cláusula de reserva de plenário (CF, artigo 97) a decisão de órgão fracionário de 
tribunal que, embora não declare expressamente a inconstitucionalidade de lei ou ato nor-
mativo do poder público, afasta sua incidência, no todo ou em parte.
Qual a razão de ser da SV n. 10?
É o seguinte: muitas vezes, para fugir da exigência de submeter a questão relativa à in-
constitucionalidade ao Plenário – ou órgão especial –, os órgãos fracionários dos Tribunais 
(turmas, câmaras ou seções) dão ‘um jeitinho’: em vez de dizer que a norma é inconstitucional, 
eles deixam de aplicá-la. No fim das contas, só deixaram de aplicá-la por entender que era in-
constitucional...
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Por fim, cabe alertar que somente será necessário submeter a questão ao Plenário – ou 
ao órgão especial – quando se entender que a norma é inconstitucional, pois todas as normas 
nascem com presunção (relativa) de constitucionalidade.
Ou seja, para se afirmar a constitucionalidade da norma, não há necessidade de uma Tur-
ma mandar o caso para o Plenário, pois estará confirmando a regra, “chovendo no molhado”.
Foi exatamente dentro dessa diferença que trabalhou o examinador de recente concurso 
para a Magistratura no DF. Na ocasião, perguntou-se a diferença entre a Interpretação Confor-
me a Constituição e a Declaração de Inconstitucionalidade Parcial sem redução de Texto.
Antes mesmo de dar a resposta, vou lembrá-lo de uma dica: todas as vezes que for indaga-
da a diferença entre institutos, você deve encontrar inicialmente a semelhança.
Isto porque as perguntas giram em torno de temas com vários pontos de intersecção.
Exemplificando, não será perguntada a diferença entre caneta e relógio. A pergunta recairia 
sobre a diferença entre tênis e sapato. Em casos assim, o candidato responderia: “embora 
ambos sejam calçados, masculino e feminino (semelhança), o tênis é utilizado para ocasiões 
mais casuais, enquanto o sapato, para eventos formais (diferença).”
Pois bem.
Voltando à questão feita no concurso do TJDFT, tanto a interpretação conforme a Cons-
tituição quanto à declaração de inconstitucionalidade parcial sem redução de texto são téc-
nicas de manipulação situadas entre os limites constitucionalidade/inconstitucionalidade 
(elas estariam dentro do grande gênero ‘sentenças intermediárias’, na subdivisão ‘decisões 
transitivas’). Além disso, as duas atuam em palavras plurissignificativas – até aqui, vimos 
as semelhanças!
Avançando sobre a distinção, tem-se que, na interpretação conforme a Constituição, se faz 
um juízo positivo de constitucionalidade. Em outras palavras, afirma-se a constitucionalidade, o 
que conduz à desnecessidade de remeter o caso ao Plenário (ou órgão especial, se houver).
Já na declaração de inconstitucionalidade parcial sem redução de texto, o juízo é negati-
vo. Neste caso, como se profere um juízo de inconstitucionalidade (negativo), será necessária 
a observância da regra do artigo 97, da CF, ora em estudo.
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Outra coisa: é desnecessária a submissão do caso à regra da reserva de plenário na hipó-
tese em que a decisão judicial estiver fundada em jurisprudência do Plenário do STF ou em 
súmula desse tribunal (STF, ARE n. 914.045).
Não há necessidade de observância da cláusula de reserva de plenário por juízes de primeira 
instância, por Turmas Recursais de juizados Especiais (embora colegiadas, são compostas 
por juízes de primeiro grau) e também pelas Turmas do STF (STF, AI n. 607.616).
1.8. FiM dAs FériAs coletivAs
A Reforma do Judiciário também extinguiu as férias coletivas nos juízos de 1º e 2º grau, ou 
seja, na 1ª e na 2ª instância a atividade jurisdicional será ininterrupta.
Por outro lado, as férias coletivas não acabaram no âmbito do STF e dos Tribunais Superio-
res. Nesses órgãos, elas continuam ocorrendo no período de 2 a 31 de janeiro e 2 a 31 de julho.
1.9. regrA do Quinto constitucionAl
Um quinto (1/5) das vagas dos TRFs, dos TJs (dos Estados e do DF), do TST e dos TRTs 
será preenchido por membros do Ministério Público e da OAB, indicados em lista sêxtupla pe-
los órgãos de representação das classes.
Mas quem seria o “órgão de representação da classe” no caso do Ministério Público?
A pergunta é importante porque a CONAMP (Associação Nacional dos membros do Minis-
tério Público) questionou no STF o fato de a Lei n. 8.625/1993 atribuir ao Conselho Superior 
do MP a tarefa de definição da lista sêxtupla. A queixa principal era o fato de o Conselho ser 
composto apenas por procuradores de justiça (e não por promotores).
No entanto, o STF entendeu não haver inconstitucionalidade alguma, especialmente por-
que, embora composto exclusivamente por procuradores de justiça, a escolha passaria por 
votação de membros de toda a carreira (STF, ADI n. 4.134).
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Caso 1/5 das vagas não resulte em número inteiro, o arredondamento deve ser feito sem-
pre para cima.
Exemplificando, no TST, onde se têm 27 ministros, 1/5 daria o resultado 5,4, que é arredondado 
para seis vagas.
Depois que o respectivo Tribunal recebe a lista sêxtupla, ele deve fazer uma votação, redu-
zindo essa lista para tríplice (três nomes).
A partir daí, competirá ao chefe do Poder Executivo escolher um dos listados, no prazo de 20 dias.
Lembro que será do presidente da República a escolha referente aos membros do TST, dos 
TRTs e dos TRFs, pois esses Tribunais integram o Poder Judiciário da União. De outro lado, 
tratando-se de Poder Judiciário Estadual (TJ), a escolha caberá ao governador.
Há, ainda, a peculiar situação do Distrito Federal. Isto porque o TJDFT também é integrante 
do Poder Judiciário da União. Assim, é do presidente da República a prerrogativa de escolher o 
membro que ocupará a cadeira do quinto constitucional no TJDF.
Em relação aos membros do Ministério Público, exige-se que eles possuam mais de 10 
anos de carreira; quanto aos membros da OAB, além do requisito anterior, também há previsão 
de que eles possuam notório saber jurídico e reputação ilibada.
Ademais, o STF entende que viola o princípio da separação dos Poderes norma de Cons-
tituição Estadual que preveja aprovação, pela Assembleia Legislativa, de candidatos do 1/5 
constitucional à vaga no TJ (STF, ADI n. 4.150).
No âmbito do STJ, não há o 1/5 constitucional, mas sim o 1/3, pois há divisão igualitária entre 
desembargadores de TJ, Juízes de TRF (Desembargadores Federais) e membros do MP/OAB.
Pergunta: há a possibilidade de o Tribunal recusar a lista sêxtupla encaminhada pelo órgão 
de classe? Em caso positivo, haveria o dever de fundamentar a recusa?
A questão foi tratada no STF diante de impasse envolvendo vaga oriunda da OAB para o 
STJ. Na ocasião, o Tribunal entendeu pela possibilidade de recusa, e pela desnecessidade de 
fundamentação quanto a ela (STF, RMS n. 27.920).
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1.10. gArAntiAs dos MAgistrAdos
Os magistrados possuem basicamente três garantias, que devem ser interpretadas não 
como privilégios, mas como prerrogativas para atuarem sem medo de retaliação de detentores 
do poder econômico ou político. São elas:
1.10.1. Vitaliciedade
É adquirida após dois anos de efetivo exercício, para aqueles que ingressam, mediante 
concurso público, na 1ª instância. Os membros que ingressam diretamente nos Tribunais, seja 
pelo quinto constitucional, seja por indicação (STF, STJ, TST, TSE etc.), são vitalícios desde a 
posse.
Lembro, ainda, que os conceitos de vitaliciedade e de titularidade não se confundem. Des-
se modo, pode um juiz titular não ser vitalício, assim como pode um juiz já vitalício ainda ser 
substituto.
Por outro lado, vitaliciedade e estabilidade apresentam algumas distinções, que já trabalhei 
anteriormente. Para se olhar para apenas uma delas, o prazo para a aquisição da estabilidade 
é bem maior – três, e não dois anos.
Fique atento(a), pois os detentores de vitaliciedade (Magistrados, membros do Ministério 
Público e dos Tribunais de Contas) mantêm as prerrogativas do cargo após a aposentadoria, 
mas uma delas – talvez a mais importante para as provas – não é mantida: o foro especial.
Então, pedimos sua atenção porque o STF entende que, com a aposentadoria, acaba o foro 
por prerrogativa de função.
Exemplificando, um ministro do STJ que estivesse respondendo a ação penal perante o STF, 
caso se aposente, o processo passará a tramitar na 1ª instância (STF, RE n. 549.560)!
Tem mais: o fato de o cargo ser vitalício não impede a aposentadoria compulsória, quando 
atingido o limite de idade previsto no inciso II do § 1º do artigo 40 da CF. Se você lembra bem, 
a EC n. 88/2015 previu que a aposentadoria compulsória acontecerá aos 70 anos de idade ou, 
havendo lei complementar, aos 75 anos.
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Na prática, já existe a LC n. 152/2015, de modo que o limite de 75 anos vem sendo aplicado 
a todos os servidores e membros, não só do Executivo, valendo também para a magistratura 
ou o Ministério Público (STF, ADI n. 5.490).
1.10.2. Inamovibilidade
Os juízes não podem ser removidos de ofício, salvo se houver motivo de interesse público. 
A decisão para afastar a inamovibilidade do magistrado será tomada pela maioria absoluta dos 
membros do Tribunal ou do CNJ. Fique de olho, pois esse quórum era de 2/3 até a EC n. 45/2004.
A questão queridinha das Bancas examinadoras nesse ponto diz respeito a outra peculia-
ridade: o STF entendeu que a inamovibilidade valeria para os magistrados titulares e para os 
substitutos. Em relação a estes, a inamovibilidade estaria na Comarca ou na Circunscrição 
(STF, MS n. 27.958).
Ilustrando, um juiz substituto que esteja lotado na Comarca de Ribeirão Preto/SP poderá subs-
tituir os Colegas que estiverem afastados, doentes, em férias etc. Contudo, não se pode exigir 
que ele deixe sua Comarca. Do contrário, ele viveria como artistas circenses, vagando de uma 
Cidade para outra.
Aproveitando que eu falei em titulares e em substitutos, a CF prevê que o juiz titular residirá 
na respectiva comarca, salvo autorização do tribunal.
Obs.: � Aqui, valem duas observações: a primeira, no sentido de que só por lei complementar 
poderia ser imposta a perda de subsídio de juízes que se ausentassem das comarcas, 
de modo a ser inconstitucional o uso de provimento do TJ (ato interno) para essa fina-
lidade (STF, ADI n. 3.053); a segunda, para lembrar que o STF afastou o pagamento de 
auxílio-moradia a magistrados e a membros do Ministério Público (STF, AO n. 1.773).
1.10.3. Irredutibilidade de Subsídios
Nesse ponto, destaca-se a observância do teto do funcionalismo e o pagamento de tribu-
tos. Ademais, com base na tese de que não há direito a regime jurídico, o STF entendeu que 
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magistrados não poderiam incorporar quintos incorporados em regime jurídico diverso (STF, 
RE n. 587.381).
Para você entender melhor, vou usar meu caso como exemplo: eu era Técnico Judiciário (nível 
médio) e possuía direito a 2/5 (dois quintos) de gratificação em chefia, proporcionais ao perí-
odo em que a lei ainda permitia a incorporação. Quando virei Analista (nível superior), pude 
trazer comigo aquele valor incorporado. Contudo, ao mudar de regramento, saindo da Lei n. 
8.112/1990 para LC n. 35/1979 (Lei da Magistratura Nacional), deixei de fazer jus à incorpora-
ção, perdendo aquela parcela.
Ah, importante lembrar que verbas de caráter indenizatório (exemplo, férias pagas em pe-
cúnia) não se submetem ao teto constitucional.Outra coisa: por não encontrar respaldo na LOMAN, é inconstitucional norma estadual que 
preveja “verba de representação” para os cargos de presidente, vice-presidente, corregedor ou 
de decano do Tribunal (o membro mais antigo), também não podendo haver a incorporação 
desses valores aos subsídios (STF, ADI n. 3.072).
1.11. proibições dos MAgistrAdos
Se, de um lado, a Constituição assegura um leque de garantias, de outro consagra diversas 
vedações, justificadas pela importante função exercida por tais agentes estatais. Veja as prin-
cipais proibições previstas no art. 95:
1.11.1. Exercício de Outro Cargo ou Função
Veda-se o exercício de outro ofício ou profissão, ainda que em disponibilidade, salvo uma 
de Magistério.
Foi com base nesse dispositivo constitucional que o CNJ editou a Resolução n. 10/2005, 
a partir da qual se proibiu que os membros do Judiciário também integrassem a Justiça des-
portiva. Esse ato normativo foi questionado junto ao STF, que entendeu pela sua autoaplicabi-
lidade (STF, MS n. 25.938).
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Quando se fala “salvo uma de Magistério”, não há uma restrição numérica, mas sim ligada à 
compatibilidade de horários, para que não haja prejuízo à função judicante (STF, ADI n. 3.126).
Ainda sobre o tema, em recente decisão, o CNJ entendeu pela proibição do exercício de 
atividades de coaching, mentoria ou similares (Resolução n. 226/2016). Por outro lado, idênti-
ca proibição não alcança os membros do Ministério Público.
Ah, considerando o entendimento do STF no sentido de que, na acumulação lícita de car-
gos públicos deve ser observado o teto de remuneração em cada cargo isoladamente e não na 
somatória dos valores, é possível que na prática o magistrado supere o subsídio mensal pago 
aos ministros do STF.
1.11.2. Quarentena de Saída
Todo cuidado é pouco aqui, pois são muitas questões cobrando este assunto: você viu que 
são exigidos três anos de atividade jurídica para o ingresso na carreira (quarentena de entrada).
Agora é hora de vermos a quarentena de saída, que nada mais é do que o período em que se 
proíbe que o magistrado exerça a advocacia no juízo ou Tribunal do qual se afastou, também 
pelo período de três anos.
Note que a restrição alcança o Tribunal de onde o magistrado se afastou, ainda que a Corte 
tenha jurisdição em todo o território nacional. Assim, poderia um ministro do STF advogar no 
STJ, por exemplo.
Há, ainda, uma importante polêmica sobre o tema: em 2013, o Conselho Federal da OAB 
editou ato segundo o qual a proibição de advogar se estenderia a todo o escritório integrado 
pelo magistrado aposentado.
Esse ato foi questionado junto ao STF por meio de ADPF, mas ela não foi julgada. É impor-
tante acompanhar a tramitação, pois o tema certamente será objeto de perguntas nas provas 
que estão por vir (STF, ADPF n. 310).
1.11.3. Dedicação a Atividades Político-partidária
Para os magistrados, esta vedação já estava prevista desde o texto original da Constitui-
ção, do ano de 1988, enquanto para os membros do Ministério Público foi incluída apenas no 
ano de 2004, com a Emenda n. 45.
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Um ponto importante: a vedação não persiste durante a inatividade. Ou seja, com a aposen-
tadoria do magistrado, este poderia candidatar-se a mandato eletivo.
É por tal razão, por exemplo, que se fala na possibilidade de o ministro Joaquim Barbosa ou 
qualquer outro membro do Judiciário, que esteja aposentado, lançar-se candidato.
1.12. JulgAMento de Juízes e de MeMbros do Ministério público
Os juízes estaduais e os do Distrito Federal serão julgados pelos respectivos Tribunais de Justi-
ça, nos crimes comuns e de responsabilidade, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral.
É também do Tribunal de Justiça a competência para julgar os membros do Ministério 
Público Estadual nos crimes comuns e de responsabilidade, ressalvada a competência da Jus-
tiça Eleitoral.
De outro lado, a questão não é tão simples quando envolver os membros do Ministério Pú-
blico da União – MPU. Inicialmente, lembro que o MPU possui quatro ramos: MP Federal; MP 
do Trabalho; MP Militar; e MP do Distrito Federal e dos Territórios.
Veja as regras:
1) o PGR será julgado, nos crimes comuns, pelo STF e, nos crimes de responsabilidade, 
pelo Senado Federal;
2) os membros do MPU que atuem perante Tribunais (de 2ª instância ou superiores) serão 
julgados, nos crimes comuns + responsabilidade, pelo STJ;
3) os membros do MPU que atuam na primeira instância serão julgados, nos crimes co-
muns + responsabilidade, pelo respectivo TR;
4) os membros do MPDFT são julgados, nos crimes comuns + responsabilidade, pelo TRF, 
ressalvada a competência da Justiça Eleitoral (STF, RE n. 418.852).
Para ajudar a sistematizar, vou usar um quadro esquemático:
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Foro para julgamento de membros do Ministério Público
Ministério Público ESTADUAL Ministério Público da UNIÃO
PGJ
Em crime comum TJ
PGR
Em crime comum STF
Em crime
de responsabilidade
TJ (STF, ADI n. 541)
Em crime
de responsabilidade
Senado Fede-
ral
Se atuar em 2ª instância TJ, exceto crime eleitoral
Se atuar em tribunal
(2ª instância ou superior)
STJ
Se atuar em 1ª instância TJ, exceto crime eleitoral Se atuar na 1ª instância
TRF, exceto
crime eleitoral
os juízes do TJDFT são julgados nos crimes comuns e nos de responsabilidade pelo próprio 
TJDFT, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral; já os promotores de Justiça do MPDFT 
serão julgados pelo TRF nos mesmos crimes.
1.13. AutonoMiA AdMinistrAtivA, FinAnceirA e orçAMentáriA dos 
tribunAis
De acordo com a Constituição, cada Tribunal deve: a) elaborar seu regimento interno e 
eleger seus órgãos diretivos; b) prover os cargos de juiz de carreira da respectiva jurisdição; 
c) propor a criação de novas varas; e d) prover, por concurso público, os cargos necessários à 
administração da Justiça (Ex.: analista, técnico), exceto os de confiança – que não precisam 
de concurso.
Sobre as eleições para cargos diretivos, três observações: a primeira é no sentido de que 
nada impede a criação de cargo de 2º vice-presidente – o TJDFT, por exemplo, possui – nem 
de corregedor-adjunto.
A segunda observação é para deixar claro que cabe aos desembargadores a escolha dos 
integrantes de órgãos diretivos no Tribunal, não podendo a norma estadual permitir que juízes 
vitalícios participem da eleição (STF, ADI n. 2.012).
Quanto à terceira, o STF firmou a compreensão de que o Tribunal de Justiça tem autonomia 
para disciplinar a eleição dos seus cargos de direção (presidente, vice-presidente e correge-
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dor-geral de justiça) e que todos os seus membros podem concorrer às vagas. Essa decisão é 
importante, porque o artigo 102 da LOMAN (Lei da Magistratura Nacional) dizia que os Tribu-
nais escolheriam, dentre seus juízes mais antigos, em número correspondente ao dos cargos 
de direção. Ou seja, dava-se preferência ao critério da antiguidade. 
Acontece que, segundo o STF, a regra da LOMAN não foi recebida pela CF atual. Portanto, 
deve ser prestigiada a interpretação de que, após a EC n. 45/2005, a composição da direção 
do Tribunal passou a ser ditada não apenas pela antiguidade, mas também pela eleição, não 
havendo impedimento para que todos os membros da 2ª segunda instância pudessem concor-
rer aos cargos de cúpula, não sendo válida regra que limite a elegibilidade (STF, ADI n. 3.976).
Hora de avançar.
Invocando o artigo 96, I, a, da Constituição, o STF declarou a inconstitucionalidade de por-
taria editada pelo presidente de Tribunal de Justiça, a qual estabelecia novo horário de funcio-
namento da Corte Estadual. Na ocasião, entendeu-se pela necessidade de Resolução, editada 
pelo Colegiado (e não apenas pelo presidente) para tratar sobre o tema (STF, ADI n. 2.907).
Ainda segundo a Constituição, o STF, os Tribunais Superiores e os Tribunais de Justiça 
devem propor ao Legislativo: a) a alteração do número de membros dos Tribunais inferiores; 
b) a criação de cargos e a remuneração dos seus serviços auxiliares, bem como a fixação de 
subsídio de seus membros e dos juízes; c) a criação ou extinção dos Tribunais inferiores; e d) 
a alteração da organização e da divisão judiciárias.
Trata-se de iniciativa privativa de lei. Assim, não cabe aos outros Poderes dar início ao pro-
cesso legislativo nas matérias acima listadas.
Além disso, não se permite emenda parlamentar que provoque aumento de despesa em 
projeto de iniciativa do Poder Judiciário ou mesmo do Ministério Público (STF, ADIs n. 4.062 e 
n. 4.075).
Embora a organização judiciária seja tratada por meio de lei em sentido formal, a jurispru-
dência do STF entende ser possível a especialização de varas também através de resolução 
do Tribunal de Justiça – e não apenas por meio de lei. Aliás, essa questão aparece frequen-
temente em provas de concursos, especialmente para cargos do Poder Judiciário (STF, HC n. 
91.024).
Outra coisa: cabe aos TJs julgar os prefeitos por crimes comuns de natureza estadual, 
certo?
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Acontece que o regimento interno de determinado Tribunal falava que o julgamento caberia 
à Câmara Criminal, mas, por meio de emenda parlamentar a um projeto de lei, foi modificada a 
competência para o julgamento caber ao Plenário do TJ.
Analisando a lei, o STF afirmou ser:
inválida a inclusão de norma com conteúdo próprio à disciplina dos regimentos internos 
dos Tribunais, por emenda parlamentar, ao projeto de lei apresentado pelo Tribunal de 
Justiça com o propósito de dispor sobre a organização judiciária do Estado, uma vez que 
violada a reserva de iniciativa disposta no art. 96, II, “d”, da CF, prevalecendo a previsão do 
Regimento Interno (STF, ADI n. 3.915).
Os Tribunais elaborarão as propostas orçamentárias dentro dos limites estipulados con-
juntamente com os demais Poderes na Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDO.
Vamos, então, para mais um quadro, esquematizando o encaminhamento das propostas 
orçamentárias:
Encaminhamento de propostas orçamentárias
No âmbito da União No âmbito dos Estados, DF e Territórios
Compete ao presidente do STF e dos Tribunais Superiores, 
com aprovação dos respectivos Tribunais.
Compete ao presidente do Tribunal de Justiça, 
com aprovação dos respectivos Tribunais.
Se os órgãos responsáveis não encaminharem as propostas dentro do prazo estabelecido na LDO, o Poder 
Executivo considerará os valores aprovados na LDO vigente. Ou seja: vai repetir para o ano seguinte os valores 
repassados no ano corrente (na prática, é uma punição, porque as despesas normalmente são crescentes).
Se proposta orçamentária for encaminhada em desacordo com limites da LDO, o Poder Executivo poderá 
ajustar valores.
Durante a tramitação do projeto da LOA, pode o Legislativo promover cortes no orçamento do Judiciário, 
mesmo que eles sejam muito drásticos. Por essa razão, o STF negou pedido formulado pela Associação 
Nacional dos Magistrados do Trabalho (ANAMATRA), que pretendia a declaração de inconstitucionalidade da 
Lei n. 13.255/2016, porque ela promoveu um corte de 90% nas despesas de investimento e de 24,9% nas de 
custeio no orçamento de 2016 da Justiça do Trabalho (STF, ADI n. 5.468).
Não pode haver realização de despesas nem assunção (assumir) obrigações que extrapolem limites da LDO. 
Exceção: se houver abertura de créditos suplementares ou especiais.
Por falar em orçamento – e em dinheiro –, uma lei do Rio Grande do Norte destinava deter-
minado percentual da taxa judiciária (custas judiciais) para Escola da Magistratura.
Questionada no STF, o Tribunal entendeu que:
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O funcionamento de Escola da Magistratura como órgão integrante do Poder Judiciário 
visa a aprimorar a prestação jurisdicional, o que lhe permite ser financiada também por 
recursos decorrentes da utilização de tal serviço público.
Ou seja, a validade da norma foi confirmada (STF, ADI n. 3.419).
1.14. JuizAdos especiAis
Diz o art. 98, I, da Constituição que a União, no DF e nos territórios, e os estados criarão 
juizados especiais, promovidos por juízes togados, ou togados e leigos, competentes para a 
conciliação, o julgamento e a execução de causas cíveis de menor complexidade e infrações 
penais de menor potencial ofensivo.
Os popularmente conhecidos ‘juizados de pequenas causas’ – na verdade, juizados espe-
ciais – estão inseridos na estrutura dos Tribunais de Justiça (TJ) e dos Tribunais Regionais Fe-
derais (TRF). Eles surgiram com o claro intuito de resolver as causas de menor complexidade 
de maneira mais célere.
Nesse contexto, eventual recurso contra a decisão proferida pelos juizados especiais deve 
ser encaminhado à Turma Recursal, que é composta por três juízes de primeiro grau.
Note que na turma recursal não há desembargadores e, na linha do entendimento do STF, 
elas não são consideradas Tribunais (STF, RE n. 590.409).
Avançando, o STF entende que o acesso às Turmas Recursais não caracteriza promoção, e 
sim mera designação. Em consequência, não há necessidade de observância dos critérios de 
antiguidade e merecimento.
Em outras palavras, a definição dos critérios para composição da Turma Recursal seria um 
ato interno do próprio Tribunal (STF, MS n. 28.254).
Como regra, a decisão proferida pelas turmas recursais será irrecorrível.
No entanto, havendo violação à Constituição, caberá recurso extraordinário, endereçado ao 
STF. Há também a possibilidade de impetração de habeas corpus e mandado de segurança, 
que serão julgados pelo respectivo TJ ou TRF.Nesse ponto, uma atenção especial para as provas: está superada a Súmula n. 690/STF, 
que previa a competência do STF para o julgamento de HC ou MS impetrados contra as turmas 
recursais.
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Por outro lado, mesmo que violada a legislação federal, não será cabível a interposição de 
recurso especial contra decisão de turmas recursais (STJ, Súmula n. 203).
Essa observação é importante, pois o(a) aluno(a) costuma fazer um paralelo entre o recur-
so extraordinário (RE) e o recurso especial (RESP), sendo o primeiro julgado pelo STF – guar-
dião da Constituição –, enquanto o último é da competência do STJ – guardião da lei federal.
Uma pergunta: decisão de turma recursal de juizado especial que contrarie o entendimen-
to do STJ pode ser combatida através de algum recurso?
Nesse caso, deve ser feita a seguinte diferenciação:
1. decisão é proveniente de turma recursal de juizado especial estadual: a lei dos juizados 
especiais estaduais – Lei n. 9.099/1995 – não prevê a existência de turma de uniformização 
de jurisprudência. Em razão disso, não haveria como se combater a decisão proferida pela 
turma recursal (ressalvado, como visto, o cabimento do recurso extraordinário por violação à 
Constituição ou a impetração do HC e do MS).
Por conta dessa falta de recurso próprio, o STF, num primeiro momento, firmou a compre-
ensão de que, se a decisão de turma recursal de juizado especial estadual contrariar a jurispru-
dência do STJ, será cabível reclamação para este tribunal (STJ) – (STF, RE n. 571.572).
Regulamentando a reclamação, o STJ editou a Resolução n. 12/2009. Contudo, no ano de 
2016, diante do excessivo número de reclamações que chegavam ao Tribunal contra decisões 
das Turmas Recursais Estaduais, o STJ editou outro ato normativo.
Pois é, atualmente, segundo a Resolução n. 3/2016 (já na vigência do Novo CPC), entende-
-se que a parte que se sentir prejudicada com a decisão de Turma Recursal de juizado Estadu-
al deve ingressar com reclamação no próprio TJ. Ou seja, o STJ empurrou esse abacaxi para 
o TJ descascar...
Então, sistematizando, caberá reclamação para o TJ Estadual (ou TJDFT) quando a decisão 
da Turma Recursal de juizado Estadual contrariar jurisprudência do STJ que esteja consolidada 
em: a) incidente de assunção de competência; b) incidente de resolução de demandas repeti-
tivas (IRDR); c) julgamento de recurso especial repetitivo; d) enunciados das Súmulas do STJ; 
e) precedentes do STJ.
2. Decisão é proveniente de turma recursal de juizado especial federal: a Lei n. 
10.259/2001, que trata dos juizados especiais federais, trouxe um procedimento próprio para 
tratar da questão.
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Segundo seu artigo 14, a parte que se sentir prejudicada com a decisão da Turma Recursal 
de juizado Federal poderá formular pedido de uniformização de jurisprudência para a Turma 
Regional de Uniformização de Jurisprudência (TRU). Daí, caberá novo pedido para a Turma 
Nacional de Uniformização de Jurisprudência (TNU). Se a orientação acolhida pela Turma de 
Uniformização contrariar súmula ou jurisprudência dominante no STJ, a parte interessada po-
derá provocar a manifestação deste (STJ), que dirimirá a divergência. Repito: a provocação do 
STJ não será feita por meio de recurso especial (STJ, Súmula n. 203).
3. Decisão é proveniente de turma recursal de juizado especial da Fazenda Pública: a Lei 
n. 12.153/2009, que trata dos juizados especiais da Fazenda Pública, também prevê a possibi-
lidade de a questão ser submetida ao STJ, nas hipóteses de contrariedade a Súmulas do STJ, 
ou mesmo para uniformizar a orientação nas Turmas Estaduais.
Ou seja, em linhas gerais, o procedimento se assemelha àquele usado pela Lei n. 
10.259/2001. Há diferenças, mas elas não interessam ao objetivo deste trabalho porque caem 
em concursos muito específicos.
Ultrapassada toda essa discussão, mas ainda sobre os juizados, chamo sua atenção 
para o fato de que, dentro da ideia de menor complexidade, não se insere o julgamento rela-
tivo a pedidos de indenização decorrentes das consequências danosas advindas do cigarro 
(STF, RE n. 537.427).
Em outro julgamento, o STF confirmou a constitucionalidade do art. 41 da Lei Maria da 
Penha – Lei n. 11.340/2006 –, regra que afasta da incidência dos juizados especiais o julga-
mento de crimes ou contravenções penais cometidas mediante violência doméstica contra a 
mulher (STF, HC n. 106.212).
1.15. precAtÓrios
Quando a gente fala em precatório, o(a) aluno(a) já torce o nariz. O primeiro problema que 
surge é que o candidato sequer sabe o que é um precatório.
Para piorar, as regras são realmente confusas, pois há um grande número de emendas à 
Constituição, disposições espelhadas no artigo 100 da Constituição e também em alguns pon-
tos do ADCT e inúmeras decisões judiciais relevantes, partindo do STF.
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Ou seja, segure-se aí, pois a tarefa não será fácil. Ah, se você preferir pular o assunto, pode ir, 
mas saiba que as bancas examinadoras adoram cobrar questões sobre precatórios nas provas.
Começando, eu conceituaria, de maneira resumida, precatório como o meio utilizado para 
se cobrar um débito do poder público – Fazenda Federal, Estadual ou Municipal –, decorrente 
de decisão judicial.
Como eu já adiantei, há algumas emendas à Constituição tratando do tema. Eu destacaria 
a EC n. 62/2009, fruto da denominada PEC dos Precatórios – também conhecida de ‘PEC do Ca-
lote’ –, e a EC n. 94/2016, que incluiu um regime especial de pagamento para os casos de mora.
Vejamos, então, os principais pontos, que ajudarão você a se sair bem nas provas objetivas 
e discursivas.
De início, alerto que o pagamento dos débitos do poder públicos provenientes de deci-
sões judiciais deve obedecer à ordem cronológica de apresentação dos precatórios, proibida 
a designação de casos ou de pessoas nas dotações orçamentárias e nos créditos adicionais 
abertos para este fim. Em outras palavras, é proibido ‘furar a fila’.
Pensando em uma instituição bancária, há uma “fila normal”, uma “fila preferencial” e aquelas 
pessoas que vão resolver situações muito simples, que sequer enfrentarão qualquer fila, como 
é o caso do cidadão que quer apenas trocar uma nota de R$ 50,00, viabilizando um depósito 
no envelope no montante de R$ 30,00.
Traçando um paralelo, teríamos a situação dos credores em geral (“fila normal”), uma fila prefe-
rencial, destinada a detentores de crédito de natureza alimentícia (menor, mas continua tendo 
fila), e a situação daquelas pessoas que resolverão questões simples – os credores de RPV 
(requisições de pequeno valor).
Pois bem.
Os débitos de natureza alimentícia compreendem aqueles decorrentes de salários, vencimen-
tos, proventos, pensõese suas complementações, benefícios previdenciários e indenizações 
por morte ou por invalidez, fundadas em responsabilidade civil, em virtude de sentença judicial 
transitada em julgado, e serão pagos com preferência sobre todos os demais débitos, à exce-
ção da hipótese narrada logo a seguir.
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Além das filas ‘normal’ e ‘preferencial’ (débitos de natureza alimentícia), há ainda o RPV, cujo 
valor varia para cada uma das esferas de governo – federal, estadual e distrital, e municipal.
Quanto à definição do RPV, o § 4º, do artigo 100, estipula que o valor mínimo será igual ao 
montante do maior benefício do Regime Geral da Previdência Social – RGPS. Com base nessa 
disposição, o STF deferiu a cautelar para suspender a aplicação de lei municipal que fixava em 
R$ 1.950,00 o marco do RPV (STF, ADPF n. 370, decisão cautelar).
É certo que, em regra, não é possível o fracionamento do valor do precatório, para se re-
ceber uma parcela como RPV e o restante na fila, seja normal ou preferencial. No entanto, há 
previsão na Constituição possibilitando o fracionamento.
A exceção fica por conta dos créditos de natureza alimentícia cujos titulares, originários ou 
por sucessão hereditária, tenham acima de 60 (sessenta) anos de idade, sejam portadores de 
doença grave ou pessoas com deficiência, assim definidos na forma da lei.
Nesses casos, faz-se o fracionamento, para se pagar, com preferência sobre todos os 
demais débitos, o montante relativo até o triplo do valor fixado em lei como RPV. O saldo res-
tante, por sua vez, será pago na ordem cronológica de apresentação do precatório.
Vale lembrar que a expressão “ou por sucessão hereditária” foi incorporada pela EC n. 
94/2016, ampliando os legitimados a se beneficiarem do fracionamento do precatório. A re-
ferida Emenda também retirou o trecho “na data da expedição do precatório”, responsável por 
violar o princípio da isonomia, segundo decidiu o Supremo Tribunal (STF, ADI n. 4.425). E mais: 
incluiu os deficientes entre os beneficiados para o fracionamento dos precatórios.
Essa possibilidade de fracionamento institui uma espécie de “superpreferência”, pas-
sando na frente inclusive dos créditos de natureza alimentícia, que já são colocados em 
ordem preferencial.
Mas pense aí: e se a mesma pessoa possuir dois precatórios diferentes? Ela poderá rece-
ber de modo antecipado uma parcela de cada um deles?
Analisando essa situação, o STF entendeu que sim, dizendo que não contraria a regra cons-
titucional o pagamento de mais de um precatório dentro da sistemática da “superpreferência” 
estabelecida no § 2º do artigo 100, mesmo que seja feito a um só credor e no mesmo exercício 
orçamentário (STF, RE n. 964.577).
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Preste atenção no que diz o § 5º do artigo 100: é obrigatória a inclusão, no orçamento das 
entidades de direito público, de verba necessária ao pagamento de seus débitos, oriundos de 
sentenças transitadas em julgado, constantes de precatórios judiciários apresentados até 1º 
de julho, fazendo-se o pagamento até o final do exercício seguinte, quando terão seus valores 
atualizados monetariamente.
Sobre o tema, a Súmula Vinculante n. 17 diz que durante o período previsto no parágrafo 
quinto, do artigo 100, da Constituição, não incidem juros de mora sobre os precatórios que 
nele sejam pagos.
Ou seja, caso o precatório seja pago dentro do prazo constitucional especificado no pa-
rágrafo anterior, não deve o Estado pagar juros. Por outro lado, incidem juros da mora entre a 
data da realização dos cálculos e a da requisição ou do precatório (STF, RE n. 579.431).
Só tem mais um probleminha... e se não pagar dentro do prazo constitucional?
Nessa situação, o Tribunal decidiu que em caso de inadimplemento do prazo constitucio-
nal, os juros moratórios passam a incidir a partir do primeiro dia do exercício financeiro seguin-
te ao que deveria ter sido pago o precatório. Em outras palavras, se poderia pagar até o final de 
um ano, os juros começam a partir do início do ano seguinte (STF, RE n. 940.236).
A organização da fila dos precatórios fica a cargo do presidente do Tribunal. Caso ele, 
por ato comissivo ou omissivo, retarde ou tente frustrar a liquidação regular de precatórios, 
incorrerá em crime de responsabilidade e responderá, também, perante o Conselho Nacio-
nal de Justiça.
A EC n. 62/2009 trouxe ao credor a faculdade de entregar seus créditos em precatórios 
para compra de imóveis públicos do respectivo ente federado. Tal disposição, no entanto, de-
pende de lei a ser editada pela entidade devedora.
Tem mais: o credor poderá ceder, total ou parcialmente, seus créditos em precatórios a 
terceiros, independentemente da concordância do devedor. Entretanto, em caso de cessão de 
um crédito “normal”, não se fala em observâncias às regras mais benéficas olhando para as 
condições pessoais do adquirente (idade avançada, doença, necessidades especiais). 
Exemplificando, se um credor de precatório possui 30 anos de idade e o crédito não possui 
natureza alimentícia, caso ele ceda o valor a que faz jus para seu avô de 90 anos, por exemplo, 
o crédito não passará a tramitar de forma prioritária, pois isso seria uma burla ao sistema.
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Mas pera lá, pois pode acontecer situação inversa! Ou seja, pode o detentor de um pre-
catório de natureza alimentícia (que entra naquela fila preferencial) ceder seu crédito a outra 
pessoa e esse adquirente continuará com o benefício da fila preferencial. A esse respeito, o 
STF firmou a tese segundo a qual:
a cessão de crédito alimentício não implica a alteração da natureza (STF, RE n. 631.537).
Ah, a cessão de precatórios somente produzirá efeitos após comunicação, por meio de 
petição protocolizada, ao tribunal de origem e à entidade devedora.
Avançando, o STF declarou inconstitucional a EC n. 62/2009 quanto à atualização de pre-
catórios e requisições de pequeno valor pela TR, sob o fundamento de que “este referencial é 
manifestamente incapaz de preservar o valor real do crédito de que é titular o cidadão” (STF, 
ADI n. 4.357). Em modulação de efeitos, estabeleceu-se a incidência do índice oficial de re-
muneração básica da caderneta de poupança (TR) até a data de conclusão do julgamento 
(25/3/2015). Após tal marco, a correção deveria seguir o Índice de Preços ao Consumidor 
Amplo Especial, IPCA-E.
Em outro ponto, também se declarou a inconstitucionalidade do regime de compensação 
que constava nos §§ 9º e 10, do art. 100, da CF/1988. Na ocasião, destacou-se a ofensa à 
isonomia entre o poder público e o particular, pois este não disporia de ferramenta idêntica em 
seu benefício.
Por outro lado, entendeu o STF que:
O regime ‘especial’ de pagamento de precatórios para

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