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Sobre os Normandos - Os Homens do Norte - ou dinamarqueses como eram entendidos internamente, em sua obra a Sociedade Feudal Marc Bloch afirma: " No entanto, desde o tempo em que os Normandos saquearam o primeiro mosteiro, em 793, na costa de Nortúmbria e, durante o ano de 800, forçaram Carlos Magno a organizar à pressa, na Mancha, a defesa do litoral franco, as suas empresas, pouco a pouco, haviam mudado de características, bem como de envergadura. Ao princípio, tinham sido assaltos espaçados, quando fazia bom tempo, ao longo das margens setentrionais - Ilhas Britânicas, terras baixas marginais da grande planície do Norte, falésias da Nêustria - organizados por pequenos grupos de «Vikings». A etimologia da palavra é contestada 19, mas designa sem dúvida um aventureiro em busca de lucros e de guerras; nem tão pouco se duvida de que os grupos assim formados, fora dos laços da família ou do povoado, se tenham geralmente constituído com vista à própria aventura, Apenas os reis da Dinamarca, colocados à frente de um Estado pelo menor rudimentarmente organizado, tentavam já, nas fronteiras do sul, fazer verdadeiras conquistas, sem multo sucesso, aliás. " (...) " Na verdade, tudo contribuía para favorecer essa transformação dos simples bandidos de há pouco. Estes Vikings, que os campos de pilhagem do Ocidente atraíam, pertenciam a um povo de camponeses, de ferreiros, de escultores em madeira e de comerciantes, tal como de guerreiros. Arrastados para fora das suas terras pelo amor à riqueza ou às aventuras, por vezes obrigados ao exílio por questões entre famílias ou rivalidades entre chefes, não deixavam por isso de sentir atrás de si as tradições de uma sociedade que tinha os seus quadros fixos. Assim, fora como colonos que os Escandinavos se tinham estabelecido, desde o século VII, nos arquipélagos do Oeste, das ilhas Far-Oer às Hébridas; como colonos ainda, verdadeiros desbravadores de terra virgem, a partir de 870 haviam procedido à grande «conquista de terra», à Landnáma, na Islândia. Acostumados a misturarem comércio e pirataria, tinham criado em volta do Báltico uma coroa de mercados fortificados e, dos primeiros principados que alguns dos seus chefes de guerra fundaram durante o século IX, nos dois extremos da Europa - na Irlanda, em redor de Dublin, de Cork e de Limerick; na Rússia, de Kiev, ao longo das etapas da grande via fluvial - a característica comum era a de se apresentarem como Estados essencialmente urbanos que, a partir de uma cidade que funcionava como centro, dominavam a área mais baixa que os rodeava. "
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