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ÁCIDOSE E ALCALOSE MANUAL MERCK

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Profa. Maria Isabel Morgan Martins – MANUAL MERCK[Digite texto] Página 1 
 
ÁCIDOSE E ALCALOSE 
 O grau de acidez é uma propriedade química importante do sangue e de outros 
líquidos corpóreos. A acidez é expressa na escala de pH, na qual 7,0 é o valor neutro, acima 
de 7,0 é básico (alcalino) e abaixo de 7,0 é ácido. Um ácido forte possui um pH muito baixo 
(próximo de 1,0), enquanto uma base forte possui um pH muito alto (próximo de 14,0). 
Normalmente, o sangue é discretamente alcalino, com um pH situado na faixa de 7,35 a 
7,45. O equilíbrio ácido-básico é controlado com precisão porque mesmo um pequeno desvio 
da faixa normal pode afetar gravemente muitos órgãos. 
O organismo utiliza três mecanismos para controlar o equilíbrio ácido-básico do sangue. Em 
primeiro lugar, o excesso de ácido é excretado pelos rins, principalmente sob a forma de 
amônia. Os rins possuem uma certa capacidade de alterar a quantidade de ácido ou de base 
que é excretada, mas, geralmente, esse processo demora vários dias. Em segundo lugar, o 
corpo utiliza soluções tampão do sangue para se defender contra contra alterações súbitas 
da acidez. Um tampão atua quimicamente para minimizar as alterações do pH de uma 
solução. O tampão mais importante do sangue utiliza o bicarbonato (um composto básico) 
que se encontra em equilíbrio com o dióxido de carbono (um composto ácido). À medida que 
mais ácido ingressa na corrente sangüínea, mais bicarbonato e menos dióxido de carbono 
são produzidos. 
À medida que mais base entra na corrente sangüínea, mais dióxido de carbono e menos 
bicarbonato são produzidos. Em ambos os casos, o efeito sobre o pH é minimizado. O 
terceiro mecanismo de controle do pH do sangue envolve a excreção do dióxido de carbono. 
O dióxido de carbono é um subproduto importante do metabolismo do oxigênio e, 
conseqüentemente, é produzido constantemente pelas células. O sangue transporta o 
dióxido de carbono até os pulmões, onde ele é expirado. Os centros de controle respiratório 
localizados no cérebro regulam a quantidade de dióxido de carbono que é expirado através 
do controle da velocidade e profundidade da respiração. 
Quando a respiração aumenta, a concentração sérica de dióxido de carbono diminui e o 
sangue torna-se mais básico. Quando a respiração diminui, a concentração sérica de dióxido 
de carbono aumenta e o sangue torna-se mais ácido. Através do ajuste da velocidade e da 
profundidade da respiração, os centros de controle respiratório e os pulmões são capazes de 
regular o pH sangüíneo minuto a minuto. Uma alteração em um ou mais desses mecanismos 
de controle do pH pode produzir uma das principais alterações do equilíbrio ácidobásico: a 
acidose ou a alcalose. A acidose é uma condição na qual o sangue apresenta um excesso de 
ácido (ou uma falta de base), acarretando freqüentemente uma redução do pH sangüíneo. 
A alcalose é uma condição na qual o sangue apresenta um excesso de base (ou uma falta de 
ácido), acarretando ocasionalmente um aumento do pH sangüíneo. A acidose e a alcalose 
não são doenças e sim conseqüências de vários distúrbios. A presença de uma acidose ou 
uma alcalose provê um indício importante ao médico de que existe um problema metabólico 
grave. A acidose e a alcalose podem ser classificadas como metabólicas ou respiratórias, de 
acordo com a sua causa primária. A acidose metabólica e a alcalose metabólica são causadas 
por um desequilíbrio na produção e na excreção de ácidos ou bases pelos rins. A acidose 
respiratória e a alcalose respiratória são causadas principalmente por distúrbios pulmonares 
ou respiratórios. 
 
Acidose Metabólica 
A acidose metabólica é a acidez excessiva do sangue caracterizada por uma concentração 
anormalmente baixa de bicarbonato no sangue. Quando um aumento do ácido supera o 
sistema tampão do pH do corpo, o sangue pode tornar- se realmente ácido. Quando o pH 
sangüíneo cai, a respiração torna-se mais profunda e rápida à medida que o organismo tenta 
livrar o sangue do excesso de ácido reduzindo a quantidade de dióxido de carbono. 
Finalmente, os rins também tentam compensar excretando mais ácido na urina. No entanto, 
Profa. Maria Isabel Morgan Martins – MANUAL MERCK[Digite texto] Página 2 
 
ambos os mecanismos podem ser superados quando o corpo continua a produzir ácido em 
demasia, o que acarreta uma acidose grave e, em última instância, o coma. 
Causas 
As causas da acidose metabólica podem ser agrupadas em três categorias principais. Em 
primeiro lugar, a quantidade de ácido no organismo pode ser aumentada pela ingestão de 
um ácido ou de uma substância que, ao ser metabolizada, transforma-se em um ácido. A 
maioria das substâncias que causam acidose quando ingeridas são consideradas tóxicas. Os 
exemplos incluem o álcool de madeira (metanol) e os anticongelantes (etileno glicol). 
Entretanto, mesmo uma dose muito elevada de aspirina (ácido acetilsalicílico) pode produzir 
acidose metabólica. Em segundo lugar, o corpo pode produzir quantidades maiores de ácido 
através do metabolismo. 
Principais Causas de Acidose e de Alcalose Metabólica 
 
 
Acidose Metabólica 
• Insuficiência renal 
• Acidose tubular renal (uma forma de malformação renal) 
• Cetoacidose diabética 
• Acidose lática (acúmulo de ácido lático) 
• Substâncias tóxicas como o etileno glicol, o salicilato ( overdose), o metanol, 
o paraldeído, a acetazolamida ou o cloreto de amônia 
• Perda de bases (p.ex., bicarbonato) através do trato gastrointestinal, 
(diarréia, ileostomia ou colostomia) 
Alcalose Metabólica 
• Uso de diuréticos (tiazídicos, furosemida, ácido etacrínico) 
• Perda de ácido através do vômito ou da aspiração do conteúdo gástrico 
• Hiperatividade adrenal (síndrome de Cushing ou uso de corticosteróides) 
 
 
O corpo pode produzir um excesso de ácido em decorrência de várias doenças. Uma das 
mais importantes é o diabetes mellitus do tipo I. Quando o diabetes é mal controlado, o 
corpo degrada as gorduras e produz ácidos denominados cetonas. Além disso, o corpo 
produz ácido em excesso nas fases avançadas do choque, quando ocorre formação de ácido 
lático através do metabolismo do açúcar. Em terceiro lugar, a acidose metabólica pode 
ocorrer em conseqüência da incapacidade dos rins de excretar uma quantidade suficiente de 
ácido. Mesmo a produção de quantidades normais de ácido pode acarretar a acidose quando 
os rins não estão funcionando normalmente. Esse tipo de disfunção renal é denominado 
acidose tubular renal e pode ocorrer nos indivíduos com insuficiência renal ou com alterações 
que afetam a capacidade dos rins de excretar ácido. 
Sintomas e Diagnóstico 
Um indivíduo com acidose metabólica leve pode não permanecer assintomático. No entanto, 
é comum a ocorrência de náusea, vômito e fadiga. A respiração torna-se mais profunda ou 
discretamente mais rápida, mas a maioria dos indivíduos sequer percebem essas alterações. 
À medida que a acidose piora, o indivíduo começa a sentir-se extremamente fraco e 
sonolento e pode apresentar confusão mental e uma náusea progressiva. Quando a acidose 
agrava ainda mais, a pressão arterial pode cair, acarretando o choque, o coma e a morte. O 
diagnóstico da acidose geralmente requer a determinação do pH sangüíneo em uma amostra 
de sangue arterial, a qual é comumente coletada da artéria radial, ao nível do pulso. 
Utilizase o sangue arterial porque o sangue venoso não provê uma mensuração precisa do 
pH sangüíneo. Para saber mais sobre a causa da acidose, o médico mensura também as 
concentrações de dióxido de carbono e de bicarbonato no sangue. Para auxiliar na 
determinação da sua causa, podem ser realizados outros exames de sangue. Por exemplo, a 
glicemia elevada e a concentração elevadade cetonas na urina geralmente indicam um 
Profa. Maria Isabel Morgan Martins – MANUAL MERCK[Digite texto] Página 3 
 
diabetes não controlado. A presença de uma substância tóxica no sangue sugere que a 
acidose metabólica é causada por uma intoxicação ou por uma overdose. Algumas vezes, é 
realizado o exame microscópico da urina e a mensuração do seu pH. 
Tratamento 
O tratamento da acidose metabólica depende basicamente da sua causa. Sempre que 
possível, o médico trata a causa subjacente. Por exemplo, o médico pode controlar o 
diabetes com insulina ou tratar a intoxicação através da remoção da substância tóxica do 
sangue. Ocasionalmente, a diálise é necessária para tratar overdoses e intoxicações graves. 
A acidose metabólica também pode ser tratada diretamente. Quando a acidose é leve, pode 
ser suficiente a administração intravenosa de líquidos e o tratamento do distúrbio principal. 
Quando a acidose é grave, pode ser realizada a administração intravenosa de bicarbonato. 
No entanto, ele produz um alívio apenas temporário e pode ser nocivo. 
 
Alcalose Metabólica 
A alcalose metabólica é uma condição na qual o sangue é alcalino devido a uma 
concentração anormalmente alta de bicarbonato. A alcalose metabólica ocorre quando o 
corpo perde ácido em excesso. Por exemplo, ocorre uma perda considerável de ácido 
gástrico durante os períodos de vômito prolongado ou quando é realizada a aspiração do 
suco gástrico com o auxílio de uma sonda gástrica (como é algumas vezes realizado em 
hospitais, sobretudo após cirurgias abdominais). Em raros casos, a alcalose metabólica 
ocorre em um indivíduo que ingeriu uma quantidade excessiva de substâncias alcalinas 
(p.ex., bicarbonato de sódio). Além disso, a alcalose metabólica pode ocorrer quando a 
perda excessiva de sódio ou de potássio afeta a capacidade dos rins de controlar o equilíbrio 
ácido- básico do sangue. 
Sintomas e Diagnóstico 
A alcalose metabólica pode causar irritabilidade, contrações musculares e câimbras ou pode 
ser assintomática. Quando a alcalose é grave, o indivíduo pode apresentar contrações 
prolongadas e tetania (espasmos musculares). Geralmente, uma amostra de sangue arterial 
revela que o sangue é alcalino. Uma amostra de sangue venoso revela uma concentração 
alta de bicarbonato. 
Tratamento 
Normalmente, o médico trata a alcalose metabólica através da reposição de água e de 
eletrólitos (sódio e potássio) e, concomitantemente, trata a causa básica. Ocasionalmente, 
quando a alcalose metabólica é muito grave, é realizada a administração intravenosa de 
ácido diluído sob a forma de cloreto de amônio. 
 
Acidose Respiratória 
A acidose respiratória é a acidez excessiva do sangue causada por um acúmulo de dióxido de 
carbono no sangue em decorrência de uma má função pulmonar ou de uma respiração lenta. 
A velocidade e a profundidade da respiração controlam a concentração de dióxido de carbono 
carbono no sangue. Normalmente, quando o dióxido de carbono acumula-se, o pH sangüíneo 
cai e o sangue torna-se ácido. A concentração alta de dióxido de carbono no sangue estimula 
as partes do cérebro que regulam a respiração, as quais por sua vez estimulam o aumento 
da freqüência e da profundidade da respiração. 
Causas 
Profa. Maria Isabel Morgan Martins – MANUAL MERCK[Digite texto] Página 4 
 
A acidose respiratória ocorre quando os pulmões não eliminam adequadamente o dióxido de 
carbono. Isto pode ocorrer em doenças que afetam gravemente os pulmões como, por 
exemplo, o enfisema, a bronquite crônica, a pneumonia grave, o edema pulmonar e a asma. 
A acidose respiratória também pode ocorrer quando doenças dos nervos ou dos músculos 
torácicos comprometem a mecânica respiratória. Além disso, um indivíduo pode apresentar 
acidose respiratória quando é submetido a uma sedação profunda com narcóticos e 
medicações indutoras do sono potentes reduzem a freqüência respiratória. 
Sintomas e Diagnóstico 
Os sintomas iniciais podem ser a cefaléia (dor de cabeça) e a sonolência. Quando a acidose 
respiratória piora, a sonolência pode evoluir para o estupor e o coma. O estupor e o coma 
podem ocorrer rapidamente quando a respiração cessa ou é gravemente comprometida ou 
ela pode ocorrer em horas quando a respiração encontra-se menos dramaticamente 
comprometida. Os rins tentam compensar a acidose retendo bicarbonato, mas esse processo 
leva muitas horas ou dias. Em geral, os médicos diagnosticam rapidamente a acidose 
respiratória através dos resultados das determinações do pH sangüíneo e da concentração de 
dióxido de carbono em amostras de sangue arterial. 
Tratamento 
O tratamento da acidose respiratória visa melhorar a função pulmonar. Os medicamentos 
que melhoram a respiração podem ajudar os indivíduos com doenças pulmonares como a 
asma e o enfisema. Os indivíduos que por qualquer razão apresentam um comprometimento 
grave da função pulmonar podem necessitar de respiração artificial com ventilação mecânica. 
 
Alcalose Respiratória 
A alcalose respiratória é uma condição na qual o sangue é alcalino porque a respiração 
rápida ou profunda acarreta uma concentração baixa de dióxido de carbono no sangue. A 
hiperventilação (respiração rápida e profunda) provoca uma eliminação excessiva de dióxido 
de carbono do sangue. A causa mais comum da hiperventilação e conseqüentemente da 
alcalose respiratória é a ansiedade. Outras causas de alcalose respiratória são a dor, a 
cirrose hepática, a concentração sérica baixa de oxigênio, a febre e a overdose de aspirina. 
Sintomas e Diagnóstico 
A alcalose respiratória pode fazer com que o indivíduo se sinta ansioso e pode causar uma 
sensação de formigamento em torno dos lábios e na face. Quando a alcalose respiratória 
piora, os músculos podem entrar em espasmo e o indivíduo pode sentir-se afastado da 
realidade. Normalmente, o médico consegue estabelecer o diagnóstico de alcalose 
respiratória simplesmente observando e conversando com o indivíduo. Quando o diagnóstico 
não é evidente, o médico pode mensurar a concentração sérica de dióxido de carbono em 
uma amostra de sangue arterial. Freqüentemente, o pH do sangue também encontra-se 
elevado. 
Tratamento 
Geralmente, o único tratamento necessário é reduzir a freqüência respiratória. Quando a 
alcalose respiratória é causada por ansiedade, um esforço consciente de reduzir a freqüência 
respiratória pode fazer com que o problema desapareça. Quando a respiração rápida é 
causada por uma dor, o alívio da mesma geralmente é suficiente para que o ritmo 
respiratório regularize. Respirar em um saco de papel (não de plástico) pode ajudar a 
aumentar a concentração de dióxido de carbono no sangue, pois o indivíduo inala novamente 
o dióxido de carbono após havê-lo exalado. Com a elevação da concentração de dióxido de 
carbono, os sintomas da hiperventilação melhoram e, conseqüentemente, a ansiedade 
diminui e a crise cessa. 
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