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Aula 8: Ciência e Tecnologia dos Materiais 2º Bimestre FACULDADE NOBRE CURSOS DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA MECÂNICA E ENGENHARIA ELÉTRICA DISCIPLINA: CIÊNCIA E TECNOLOGIA DOS MATERIAIS Prof.º MSc. JODILSON AMORIM CARNEIRO DIFUSÃO NOS SÓLIDOS Aula 8: Ciência e Tecnologia dos Materiais 2º Bimestre DIFUSÃO • Fenômeno de transporte de material por movimento atômico que implica na homogeneização dos átomos, moléculas ou íons envolvidos. 2 Aula 8: Ciência e Tecnologia dos Materiais 2º Bimestre DIFUSÃO • HISTÓRICO – Robert Boyle (1627-1691) foi o primeiro a reportar que um sólido (zinco) penetrou em uma moeda de cobre e formou um material dourado (latão = liga cobre-zinco) 3 Aula 8: Ciência e Tecnologia dos Materiais 2º Bimestre DIFUSÃO • HISTÓRICO – O fenômeno da difusão em sólidos foi formalmente comunicado em 1896 por Sir Roberts-Austen, estudando a difusão do ouro em chumbo. Ele determinou o coeficiente de difusão do Au no Pb e a difusividade do ouro em função do inverso da temperatura. 4 Aula 8: Ciência e Tecnologia dos Materiais 2º Bimestre DIFUSÃO • HISTÓRICO – Mecanismos que explicavam o fenômeno da difusão no passado até aproximadamente 1950): a troca simultânea de átomos ou o modelo da troca por anel (não existia ainda o conceito de lacuna). Modelos: a) troca simultânea b) troca por anel 5 Aula 8: Ciência e Tecnologia dos Materiais 2º Bimestre DIFUSÃO – TRANSPORTE DE MASSA • Da mesma forma que a corrente elétrica está associada ao transporte de cargas elétricas através de um fio condutor quando este está sujeito a uma diferença de potencial elétrico, a DIFUSÃO está associada ao transporte de massa que ocorre em um sistema quando nele existe diferença de potencial termodinâmico (que pode ser proporcional à diferença de concentração química, quando o sistema está em equilíbrio térmico). 6 Aula 8: Ciência e Tecnologia dos Materiais 2º Bimestre DIFUSÃO – ESTADOS DA MATÉRIA • Governada por diferentes mecanismos e manifestando-se com magnitudes bastante distintas, a difusão ocorre no interior de sólidos, líquidos e gases. Uma gota de tinta que se dilui na água, é um exemplo de difusão no interior de um líquido. O odor de um perfume que se espalha por uma sala, é um exemplo de transporte de massa (convecção e difusão) no interior de um gás. 7 tinta difundindo em água Aula 8: Ciência e Tecnologia dos Materiais 2º Bimestre DIFUSÃO – MATERIAIS SÓLIDOS • Existem, fundamentalmente, dois tipos de processos de transporte em sólidos: • 1.Difusão de um fluido através dos poros de um sólido (ex. hemodiálise, processos catalíticos) • 2.Difusão de constituintes do sólido através de movimentos atômicos (de maior interesse na engenharia - átomos dentro dos sólidos). 8 Aula 8: Ciência e Tecnologia dos Materiais 2º Bimestre DIFUSÃO – MATERIAIS SÓLIDOS • No interior dos sólidos, a difusão ocorre por movimentação atômica (no caso de metais), de Cátions e ânions (no caso de cerâmicas) e de macromoléculas (no caso de polímeros). • Daremos aqui atenção especial ao caso da difusão em materiais metálicos sólidos e reticulados cristalinos cúbicos. 9 Aula 8: Ciência e Tecnologia dos Materiais 2º Bimestre DIFUSÃO – MATERIAIS SÓLIDOS • A presença da difusão em nosso cotidiano não é tão comum. Mas, ela tem grande importância na fabricação de componentes ou estruturas de engenharia. 10 Cementação: tratamento termoquímico onde se acrescenta C (carbono) na superfície da peça para aumento de dureza Esquema da dopagem de boro (verde) no silício (cinza escuro) Aula 8: Ciência e Tecnologia dos Materiais 2º Bimestre SOLUÇÃO – É o nome dado a dispersões cujo tamanho das moléculas dispersas é menor que 1 nanômetro (10 Angstrons). A solução ainda pode ser caracterizada por formar um sistema homogêneo (a olho nu e ao microscópio), por ser impossível separar o disperso do dispersante por processos físicos 11 Aula 8: Ciência e Tecnologia dos Materiais 2º Bimestre SOLUÇÃO – Podem envolver sólidos, líquidos ou gases como dispersantes (chamados de solventes – existentes em maior quantidade na solução) e como dispersos (solutos). 12 Aula 8: Ciência e Tecnologia dos Materiais 2º Bimestre FENÔMENO DA DIFUSÃO Interdifusão ou difusão de impurezas 13 p a r d e d if u s ã o s e m t ra ta m e n to t é rm ic o p a r d e d if u s ã o c o m t ra ta m e n to t é rm ic o f u n ç ã o d o g ra d ie n te d e c o n c e n tr a ç ã o Aula 8: Ciência e Tecnologia dos Materiais 2º Bimestre 14 Cobre e níquel= monel CFC Zinco e Cobre= latão Estanho e Cobre= bronze Aula 8: Ciência e Tecnologia dos Materiais 2º Bimestre • FATORES QUE INFLUENCIAM A FORMAÇÃO DAS SOLUÇÕES SÓLIDAS – ESTRUTRAS SEMELHANTE – DIMENSÕES SEMELHANTES – No caso da liga de cobre e zinco ( latão) temos individualmente: • Estrutura CFC • rcu = 1,278 e rzn =1,332 • 28 elétrons ( excetuando os da valência) • Quando isolados o NC =12 Ainda • A distribuição é ao acaso • No máximo 40% de cobre é substituído ( saturação) 15 Aula 8: Ciência e Tecnologia dos Materiais 2º Bimestre MECANISMO DA DIFUSÃO 16 Difusão de um componente do material, quando todos os átomos que mudam de posição são do mesmo tipo Autodifusão Aula 8: Ciência e Tecnologia dos Materiais 2º Bimestre MECANISMO DA DIFUSÃO 17 Difusão por lacuna ou substitucional Aula 8: Ciência e Tecnologia dos Materiais 2º Bimestre MECANISMO DA DIFUSÃO 18 Difusão intersticial Aula 8: Ciência e Tecnologia dos Materiais 2º Bimestre FLUXO DE DIFUSÃO 19 O fluxo de difusão, J, é usado para determinar a velocidade com que uma difusão ocorre; Pode ser dada em função do número de átomos por área e tempo ( at/m2.s) ou em termos do fluxo de massa(kg/m2.s) Onde: M= massa difundida através do plano; A= Área do plano; T= tempo de difusão Aula 8: Ciência e Tecnologia dos Materiais 2º Bimestre DIFUSÃO – PERFIL DE CONCENTRAÇÃO 20 Concentração ( C ) de átomos ou moléculas de interesse em função da posição(x) na amostra Aula 8: Ciência e Tecnologia dos Materiais 2º Bimestre DIFUSÃO – PERFIL DE CONCENTRAÇÃO 21 Gradiente de Concentração ( dC/dx ) ( kg/m³): pode ser encontrado a partir da inclinação da reta em um determinado ponto da curva de perfil de concentração de átomos ou moléculas de interesse em função da posição(x) na amostra Aula 8: Ciência e Tecnologia dos Materiais 2º Bimestre DIFUSÃO – PERFIL DE CONCENTRAÇÃO 22 Difusão de estado estacionário Difusão de estado não- estacionário Aula 8: Ciência e Tecnologia dos Materiais 2º Bimestre DIFUSÃO EM ESTADO ESTACIONÁRIO 23 Perfil linear de concentração Aula 8: Ciência e Tecnologia dos Materiais 2º Bimestre O FLUXO DE DIFUSÃO (J) não varia com o tempo. A concentração (C) também não varia com o tempo. O GRADIENTE DE CONCENTRAÇÃO (dC/dx) é a inclinação em um ponto particular no perfil de concentração (gráfico C versus x). Ele é a força motriz da difusão. Para que J não varie com o tempo, é necessáriotambém que ele não varie com a posição (x). Assim, para o eixo x, (dC/dx) = cte ∴ C= f(x), é uma função linear 24 DIFUSÃO EM ESTADO ESTACIONÁRIO Aula 8: Ciência e Tecnologia dos Materiais 2º Bimestre DIFUSÃO EM ESTADO ESTACIONÁRIO 25 % a to m o A A B Onde: D é uma k de proporcIonalidade: coeficiente de difusão; O sinal negativo indica que o fluxo se dá na direção decrescente do gradiente Aula 8: Ciência e Tecnologia dos Materiais 2º Bimestre EXEMPLO • Uma placa de ferro está exposta por um de seus lados a uma atmosfera cabornetante e pelo outro lado a uma atmosfera descarbonetante e se encontra a uma temperatura de 700ºC (1300ºF). Se uma condição de estado estacionário é atingida, calcular o fluxo de difusão do carbono através da placa , sabendo-se que as concentrações de carbono nas posições a 5 e a 10mm abaixo da superfície carbonetante são de 1,2 e 0,8 kg/m3, respectivamente. Considere um coeficiente de difusão de 3x10-11 m2/s a essa temperatura 26 Aula 8: Ciência e Tecnologia dos Materiais 2º Bimestre COEFICIENTE DE DIFUSÃO 27 O coeficiente de difusão D: Indica a taxa de movimentação atômica; Depende e cresce exponecialmente com a temperatura Onde: Do é o fator exponencial independente da temperatura; Qd é a energia de ativação da difusão (J/mol ou eV/átomo); R é a constante dos gasses ( 8,314 J/mol ou 8,62 eV/átomo); T é a temperatura absoluta (K). Aula 8: Ciência e Tecnologia dos Materiais 2º Bimestre TABULAÇÃO DE DADOS DE DIFUSÃO 28 Aula 8: Ciência e Tecnologia dos Materiais 2º Bimestre DISFUSÃO – ESTADO NÃO-ESTACIONÁRIO 29 J varia com o tempo; C = f( t ; x) Situação mais próxima do real; A equação é dada por uma equação diferencial parcial: 2ª Lei de Fick Aula 8: Ciência e Tecnologia dos Materiais 2º Bimestre 1 – Antes da Difusão, todos os átomos do soluto em difusão encontram-se distribuídos de maneira uniforme 2- O valor de x na superfície é zero e aumenta com a distância para dentro do sólido 3- O tempo zero é tomado como sendo o instante imediatamente anterior ao inicio do processo de difusão 30 Condições de contorno: Sólido semi-infinito onde a concentração na superfície do sólido é constante. Aula 8: Ciência e Tecnologia dos Materiais 2º Bimestre das condições de contorno Para t=0,C = C0 em Para t>0, C=Cs (a concentração k na superfície do sólido) em x=0 C= C0 em x= 31 Solução para a equação diferencial Cs=K função de erro Gaussiana cujos valores são tabelados. Aula 8: Ciência e Tecnologia dos Materiais 2º Bimestre 32 Distância da interface, x C o n c e n tr a ç ã o , C Perfil de concentração para a difusão em estado não- estacionário K K K Aula 8: Ciência e Tecnologia dos Materiais 2º Bimestre 33 Onde o termo foi substituído pela variável z Aula 8: Ciência e Tecnologia dos Materiais 2º Bimestre Para algumas aplicações, torna-se necessário endurecer a superfície de um aço( ou de uma liga ferro-carbono) a níveis superiores ao existente no seu interior. Uma das maneiras de se conseguir isso é aumentar a concentração de carbono na superfície do material através de um processo conhecido por carbonetação. A peça de aço é exposta em uma temperatura elevada a uma atmosfera rica em hidrocarboneto gasoso, por exemplo, como o metano. 34 Aula 8: Ciência e Tecnologia dos Materiais 2º Bimestre PROBLEMA – EXEMPLO: Considerar uma dessas ligas com concentração inicial uniforme de carbono de 0,25%p, que deve ser tratada a uma temperatura de 950˚. Se a concentração de carbono na superfície for repentinamente elevada e mantida a 1,20%p, quanto tempo será necessário para atingir um teor de carbono de 0,80%p em uma posição localizada a 0,5mm abaixo da superfície? O coeficiente de difusão para o carbono no ferro nessa temperatura é de 1,6x10-11 m²/s; supor que a peça de aço seja semi-infinita. 35 Aula 8: Ciência e Tecnologia dos Materiais 2º Bimestre DIFUSÃO - FATORES INFLUENTES 36 Temperatura: tem influência significativa sobre os coeficientes e taxa de difusão Aula 8: Ciência e Tecnologia dos Materiais 2º Bimestre DIFUSÃO - FATORES INFLUENTES 37 Energia de Ativação: é necessária uma grande energia para que um átomo se desloque entre os outros durante a difusão. Geralmente a energia para uma difusão por lacuna > a da difusão intersticial Aula 8: Ciência e Tecnologia dos Materiais 2º Bimestre DIFUSÃO - FATORES INFLUENTES 38 Microestrutura: os coeficientes da difusão se modificam com os caminhos de difusão disponíveis no material; Aula 8: Ciência e Tecnologia dos Materiais 2º Bimestre DIFUSÃO - RESUMO 39 Difusão: migração discreta de átomos de sítio da rede / trocando posições Condições : Um sítio adjacente vazio; O átomo deve ter energia suficiente ( energia de vibração para: Quebrar ligações com o átomo vizinho; Gerar distorções na rede
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