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EXPANSÃO TÉRMICA João Adílio Silva de Araújo; Lucas Rayan Gomes Amaral; Maria Karolina Meneses Damasceno; Maykon Douglas da Silva Brito; Yoserph Vaz Saldanha. Departamento de Física – Centro de Ciências da Natureza – UFPI Email: karolinaduff@hotmail.com RESUMO Quando a temperatura de um sólido é aumentada ele se dilata. A dilatação térmica desse sólido está associada ao aumento da distância entre os átomos próximo que o compõe, quando isso ocorre pode-se dizer que a força de interação elétrica entre esses átomos já não é suficiente para mantê-los próximos devido ao grau de agitação térmica1. Neste experimento investigou-se o coeficiente de dilatação linear do cobre, alumínio e latão. Inicialmente foi montado o arranjo experimental, depois o Termistor foi preso abaixo do grampo da mola na haste de metal. Logo em seguida alinhou-se o terminal com o eixo da haste de modo a haver contato máximo entre o talão e a haste. Depois conectou-se o Sensor do Termistor (Temperatura) e o sensor de movimento giratório na interface Xplorer GLX. Mediu-se o comprimento da barra e a temperatura ambiental, logo em seguida isolou-se a vara e o Termistor com um envoltório tubular de espuma e colocou-se o tubo de plástico sobre ambas entradas superiores do gerador de vapor. O gerador de vapor foi enchido até a metade e ligado, em seguida na Interface Xplorer GLX em desbloqueio numérico inseriu-se a seguinte expressão L = 1,327*data (posição angular). Depois foi escolhido dois gráficos, em um gráfico foi colocado o eixo y1 em unidades (mm) e no eixo x o tempo (s), no outro gráfico o eixo y em temperatura (°C) e no eixo x o tempo (s). Quando o som de gargarejo foi escutado, iniciou-se o procedimento para gravar a temperatura, depois que a leitura se estabilizou, as alterações de Temperatura (ΔT) e a expansão do comprimento da haste ( ΔL) foram anotadas em uma tabela. Ao se analisar as tabelas com os dados obtidos no experimento, pode-se constatar que é possível realizar cálculo do coeficiente de dilatação linear por meio desse experimento. Não obstante, é de suma importância realizar a prática com deveras cuidado, visto que mínimos deslocamentos na barra, incoerências nas temperaturas e mal-uso dos equipamentos podem introduzir erros ao cálculo. Pode-se concluir também que o coeficiente é diretamente proporcional ao aumento da temperatura. Ou seja, quanto maior a variação de temperatura para mais ou para menos, maior será sua dilatação ou retração, respectivamente. Palavras chave: Temperatura; Dilatação; Agitação. INTRODUÇÃO Às vezes, para conseguir desatarraxar a tampa metálica de um pote de vidro basta colocar o pote debaixo de uma torneira de água quente fornece energia aos átomos. (Com a energia adicional, os átomos se afastam mais uns dos outros, atingindo um novo ponto de equilíbrio com as forças elásticas Inter atômicas que mantêm os átomos unidos em um sólido.) Entretanto, como os átomos no metal se afastam mais uns dos outros que os átomos de vidro, a tampa se dilata mais do que o pote e, portanto, fica frouxa. A dilatação térmica dos materiais com aumento de temperatura deve ser levada em conta em muitas situações da vida prática. Quando uma ponte esta sujeita a grandes variações de temperatura ao longo do ano, por exemplo, é dividida em trechos separados por juntas de dilatação para que o concreto possa se expandir nos dias quentes sem que a ponte se deforme. O material usado nas obturações dentarias deve ter as mesmas propriedades de dilatação térmica que os dentes para que o paciente possa beber um café quente ou tomar um sorvete sem sofrer consequências desagradáveis2. Suponhamos que um objeto de comprimento L é submetido a uma variação de temperatura de magnitude ∆T. Se ∆T é razoavelmente pequeno, a variação de comprimento, ∆L, é geralmente proporcional a L e ∆T. Matematicamente: ∆𝑳 = 𝜶𝑳∆𝑻 (1) Onde 𝛼 é chamado o coeficiente de expansão linear do material. Os materiais que não são isotrópicas, por exemplo um cristal anisotrópico, 𝛼 pode ter valores diferentes, dependendo do eixo ao longo do qual a expansão é medida. O coeficiente (𝛼) também pode variar um pouco com a temperatura. Portanto, o grau de expansão depende da magnitude da variação de temperatura e da temperatura absoluta3. MATERIAIS E PROCEDIMENTOS Materiais da Prática 5: • Aparato de expansão térmica; • Barra de cobre, latão e alumínio; • Gerador de vapor; • Interface Xplorer GLX; • PASPORT Temperature Sensor. Procedimento Experimental Figura 1: Arranjo Experimental da prática 5. Fonte: Apostila de física experimental II – Maria Leticia Vega Inicialmente montou-se o arranjo experimental da figura 1. De forma que, prendeu-se o termistor abaixo do grampo de mola na haste de metal de tal modo que o lado côncavo se encaixou perfeitamente sobre a haste. O terminal foi alinhado com o eixo da haste, de modo que houvesse um contato máximo entre o talão e a haste. Com a outra a mão, pressionou-se as extremidades da braçadeira juntos, deslizando assim a lug debaixo da mola de captura para anexar o talão termistor ao grampo. Depois conectou-se o sensor do termistor e o sensor de movimento giratório na interface Xplorer GLX. Mediu-se a temperatura e o comprimento da barra e isolou-se a vara e o termistor com um envoltório tubular de espuma, abrangendo toda circunferência da haste. Depois de encher o gerador até a metade, foi colocado tubos plásticos sobre ambas as entradas na parte superior da tampa que cobre o gerador de vapor, em um dos tubos foi colocado uma braçadeira de plástico e o outro tubo foi conectado na haste metálica. No outro lado da haste colocou-se um pequeno recipiente para coletar a água que sai da vara. Depois de ligado o gerador, na interface Xplorer Glx foi inserido a expressão “l=1,327*data(posição angular)”, logo após determinou-se os nomes e as unidades para o gráfico. Para o primeiro gráfico, o eixo yl em milímetros(mm) e x em segundos(s). Já no segundo gráfico determinou-se como eixo y em graus Celsius(ºC) e o eixo x em segundos(s). Logo após o vapor começar a fluir pela haste, foi iniciado o aparelho de medição, parando o aparelho somente com os gráficos constantes, podendo assim anotar as alterações de temperatura e a expansão do comprimento da haste, usando como parâmetro um gráfico do outro. Repetindo esse passo por 3 vezes, podendo assim determinar o coeficiente de expansão linear do material. RESULTADOS E DISCUSSÕES Primeiramente, é importante esclarecer que o coeficiente de dilatação linear é uma constante de proporcionalidade característica de cada material. Esse coeficiente determina a variação do tamanho da barra em unidade de comprimento por grau de temperatura4. Essa variação acontece porque a temperatura na haste aumenta, de modo que o grau de desordem molecular (entropia) aumenta. Além disso, de acordo com os estudos da Engenharia e Ciência dos Materiais, a temperatura pode aumentar a difusão dos átomos na rede cristalina (uma variável microscópica). Claramente, essa difusão vai gerar espaçamentos, que são chamados de espaços intersticiais5. Em seguida, sabe-se que os metais possuem, como ligações primárias, as ligações metálicas. É característico desse tipo de ligação o mar de elétrons livres. Isso está relacionado ao fato de que ambos componentes da ligação querem “perder” elétrons para atingir a sua estabilidade formando, assim, a nuvem eletrônica (outra variável microscópica). Esses elétrons livres são excelentes condutores tanto de eletricidadecomo de energia térmica6. A posteriori, pode-se afirmar, mais uma vez com base nas propriedades dos metais citadas acima, que a barra é capaz de uniformizar a temperatura ao longo de seu comprimento, tendo em vista sua excelente condução térmica. Ademais, quanto a dilatação entre outras direções, é importante relembrar que o cálculo do coeficiente linear está atrelado à dilatação dos objetos cujo comprimento é muito maior do que as outras dimensões7. Ou seja, as dilatações mínimas se tornam desprezíveis tanto pela sua dimensão insignificante, quanto para evitar introduzir erros desnecessários no cálculo. Em consonância a esses conceitos, vemos que a temperatura influencia diretamente na dilatação de um material. A figura 2 mostra essa relação por meio de um gráfico: Figura 2: Gráfico da temperatura em função do comprimento. Fonte: Ebah/ Dilatação linear dos sólidos. No gráfico da figura 2, nota-se que a linha cresce linearmente (como uma função do 1° grau). Em relação ao experimento, obteve-se a tabela 1: Tabela 1: Dados experimentais da prática. Materiais L (mm) ∆𝐋 (mm) ∆𝐓 ( ℃) Cobre 454 0,527 65,1 Latão 454 0,541 65,2 Alumínio 454 0,705 65,4 Considerando que L seja o comprimento inicial da haste, ∆L seja a variação do comprimento após o aquecimento e ∆T seja a variação de temperatura sofrida pelo material, temos, de acordo com os dados da Tabela 1 e com auxílio da equação 1, o coeficiente linear experimental (∝exp) dos materiais na tabela 2: Tabela 2: Coeficientes experimentais das hastes. Materiais ∝exp (10-6/ °C) Cobre 17,8 Latão 18,2 Alumínio 23,7 Comparando os dados da tabela 2 aos dados da figura 3 pode-se construir a tabela 3, cujos valores correspondem ao erro percentual dos dados obtidos experimentalmente em relação aos dados teóricos. Figura 3: Coeficientes de dilatação linear de diversos materiais. Fonte: Interna.Coceducação/ Termologia Tabela 3: Erro percentual entre os coeficientes. Materiais Erro percentual (%) Cobre 4,7% Latão 4,2% Alumínio 7,7 % Podemos notar que, com base na figura 3, o coeficiente de expansão linear destoa pouquíssimo do valor teórico (ainda dentro da margem de 10%). Averiguou-se, também, que, quem tinha maior coeficiente de dilatação, expandia mais. Contudo, sua probabilidade de sofrer algum dano na estrutura é muito maior. Ou seja, nem sempre a capacidade de se expandir pode ser uma vantagem. CONCLUSÃO Tendo em vista os dados obtidos durante o experimento e levando em consideração a tabela 3, pode-se dizer que os dados obtidos foram satisfatórios. Foi possível calcular os coeficientes, ainda que com um erro ínfimo, porém dentro do aceitável. O experimento também possibilitou o aprendizado sobre a expansão térmica na prática, mas sempre respeitando a literatura. É importante pontuar também que esse experimento precisa ser feito com bastante cautela, visto que a barra precisa estar bem posicionada, para que evite deslocamentos e não adicione erros desnecessários ao cálculo do coeficiente. REFERÊNCIAS 1.Halliday, David, 1916. Fundamentos da física, volume 2: gravitação, ondas e termodinâmica/ Halliday, Resnick, Jearl Walker: tradução e revisão técnica Ronaldo Sérgio de Biasi, - Rio de Janeiro: LTC, 2009. 2.Halliday, D; Resnick, R; Krane, K. Física, 5ª ed. ED. LTC, Rio de Janeiro. 2000. 3.Apostila de Física experimental I- elaborada pela Profa. Maria Leticia Vega - 2015 4.Ramalho Júnior, Francisco, 1940 -Os fundamentos da física/ Francisco Ramalho Júnior, Nicolau Gilberto Ferraro, Paulo Antônio de Toledo Soares, - - 6 ed. – São Paulo: Moderna, 1993. 5.Askeland, Donald R., Wright, Wendelin J. – Ciência e engenharia dos materiais – 2 ed. – Tradução da 3° ed norte-americana – São Paulo: Trilha, 2004. 6.Disponível em : http://www.if.ufrgs.br/~leila/dilata.htm 7.Disponível em : http://educacao.globo.com/fisica/assunto/termica/dil atacao-termica.html