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RESUMO 
O Brasil está longe de ter uma cultura isenta de preconceitos e isso se 
reflete em outros campos. Há, por exemplo, mais homens que mulheres se 
formando nos cursos de engenharia, isso corrobora com a hipótese de que o 
machismo ainda se faz presente nas diversas Universidades Federais e\ou 
estaduais e também nas Faculdades particulares. O presente trabalho teve como 
objetivo principal mensurar e demonstrar através da opinião pública dos 
estudantes de engenharia, que por mais que as mulheres estejam conquistando 
mais espaço na sociedade a cada dia, ainda existe uma barreira a ser vencida: a 
do preconceito de gênero. 
PALAVRAS-CHAVE: Mulher. Preconceito. Engenharias. Ensino. 
 
ABSTRACT 
 
Brazil is far from having a culture free of prejudice and this is reflected in other fields. 
There are, for example, more men than women graduating in engineering courses, this 
corroborates with the hypothesis that machismo is still present in the various Federal 
and state universities and also in private colleges. The main objective of this study was to 
measure and demonstrate, through the public opinion of engineering students, that 
despite the fact that women are gaining more space in society every day, there is still a 
barrier to be overcome: that of gender bias. 
KEYWORD: Woman. Preconception. Engineering. Teaching. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
Durante muito tempo, a área de exatas era predominantemente composta por 
alunos do sexo masculino, em especial as engenharias. Em determinados cursos 
dessa modalidade, tal estatística ainda é uma realidade. Houveram mudanças 
significativas nesse quadro, como bem foi mostrado em uma pesquisa do 
Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (CONFEA) para o G1 (2017), os 
dados coletados revelaram que de 2005 a 2015, o ingresso de mulheres nos 
cursos de engenharia subiu em 9,4%, mas no mercado de trabalho, a ascensão 
de somente 3%, para o mesmo período, demonstra que não há proporcionalidade 
entre o número de graduandas e formadas, pois existem muitas desistências no 
decorrer da graduação. Mas porque essas mulheres desistem? A pesquisa que foi 
realizada para apoiar a confecção deste artigo pode ser a resposta para esse 
questionamento. 
É verdade que as mulheres enfrentam preconceito nos mais diversos cursos 
de exatas, mas nas engenharias, existe uma barreira a ser vencida, tanto pelos 
alunos quanto pelos professores: o preconceito de gênero, que foi detectado nas 
respostas dadas pelos entrevistados na pesquisa desse artigo, demonstra que o 
machismo é uma realidade dentro do ensino superior em engenharia. O 
preconceito de gênero, infelizmente, não é o único problema existente, que levam 
as mulheres a abandonarem seu sonho de se tornarem engenheiras, os próprios 
colegas de classe fazem brincadeiras maldosas questionando a capacidade da 
mulher em realizar as funções inerentes da profissão, acarretando uma 
desmotivação para com o curso. O assédio sexual é um fato, tanto por parte dos 
alunos, quanto dos próprios professores, justamente por ter se convencionado que 
engenharia é para homens. Até mesmo no momento de divisão das partes de um 
trabalho, os meninos ficam com as partes de campo, por acharem que as 
mulheres não possuem aptidão física para tais funções. 
A expectativa de um mercado de trabalho com condições de trabalhos 
desiguais é bastante desanimadora para as mulheres que fazem engenharia, pois 
os salários não são iguais para ambos os sexos que exercem a mesma função, e 
quando uma mulher tem a oportunidade de mostrar seu trabalho, escuta coisas 
do tipo "parece homem", um tipo de sexismo muito comum e praticado por muitas 
pessoas, que nem percebem que estão sendo extremamente preconceituosas. A 
sociedade está em um processo de mudanças de conceitos, por isso que hoje, 
consegue-se identificar tais termos machistas, que anteriormente eram ditos na 
intenção de elogiar. Criou-se um perfil de que mulher pode ser professora, design, 
arquiteta, enfermeira, médica entre outras, mas engenheira não é profissão 
adequada para uma moça, subjugando a sua inteligência, colocando-a como ser 
frágil e delicado. A imagem que a mulher transpassou durante séculos está se 
desfazendo aos poucos, a medida que ela vai ganhando espaço dentro das 
universidades, o que não significa que não existem barreiras a serem vencidas. 
 
 
1. MÉTODO E METODOLOGIA 
Foi elaborado um questionário no Google Forms, o qual foi compartilhado com 
turmas de engenharia em várias faculdades de Vitória da Conquista, tanto 
particulares quanto públicas. O material consiste no estudo quantitativo, de 
abordagem restrita aos estudantes de engenharia. A população amostra tinha 
idade entre 18 e 40 anos que estão na graduação de ambos os sexos, que se 
dispuseram a responder voluntariamente o questionário. 
A pesquisa foi compartilhada nas redes sociais como WhatsApp, Instagram, 
Facebook e Twitter. O questionário era composto de 10 perguntas, abertas, de 
múltipla escolha e de sim ou não. As questões abertas, possibilitou uma 
multiplicidade de metodologias para se alcançar o resultado, que era uma visão 
pessoal de cada estudante a respeito da problemática. 
A coleta de dados ocorreu entre os dias 05 e 06 de março de 2018, e é 
importante salientar que nenhum dos participantes foi influenciado, ou recebeu 
algum suborno para responder às perguntas e após encerrada a coleta de dados, 
foi feita uma tabulação dos resultados no Excel e no Google Forms para 
posteriores discussões. Os dados foram avaliados de maneira exploratória-
explicativa, mediante a elaboração dos gráficos. 
2. RESULTADOS E DISCUSSÕES 
Observamos através dos dados, que o motivo que pode estar levando à 
evasão feminina nos cursos de engenharia é o machismo e a não aceitação da 
mulher quanto engenheira. O curso é complexo, exige um incessante esforço para 
concluir as disciplinas, e por não se ter uma certeza de uma empregabilidade 
rentável ao se formarem, mulheres desistem, uma vez que o curso ainda é visto 
como perfil masculino. Diante das respostas dadas pelos entrevistados, vê-se que 
as mulheres não se sentem acolhidas na profissão, não porque não é o perfil 
feminino, mas sim porque há uma convenção implícita de que mulher não nasceu 
para ser engenheira. 
Mas claro que não é só isso, houveram muitos relatos de que meninas foram 
assediadas por seus professores e colegas de curso. Muitos assuntos que os 
docentes dão em sala de aula parecem ser destinados ao público masculino, 
esquecendo que as mulheres também são alunas. O mais preocupante, foram as 
denúncias de assédio por parte dos professores. Hoje existe uma conscientização 
massiva a respeito do abuso sexual, mas nem todos parecem ter conhecimento 
sobre os direitos e a posição que a mulher ocupa hoje na sociedade. 
As perguntas eram relacionadas com a graduação de mulheres em engenharia 
e no mercado de trabalho. Qual a percepção que os estudantes tinham enquanto 
isso? Na figura 1, estão computadas as idades dos participantes. Trata-se de um 
método quantitativo-exploratório, que possibilitou uma visão geral da situação. 
A população amostra é composta de 49,8% de homens e 50,2% de mulheres, 
o que corrobora com a afirmação dita na introdução de que as mulheres estão 
presentes nos cursos superiores de engenharia. 
Quando questionados sobre o que achavam das condições de trabalhos entre 
mulheres e homens no ramo da engenharia, 87,7 % dos entrevistados 
responderam que o mercado de trabalho não é igualitário para ambos os sexos, 
contra 12,3% que disseram que não há diferenças. 
A população amostra pertencia aos cursos de: engenharia ambiental, civil,elétrica, produção, florestal, controle e automação, agronômica e alimentos 
 
Figura 1: Faixa etária dos participantes da pesquisa. 
 
Através do gráfico abaixo, vê-se que a maioria dos estudantes concordam 
que há uma diferença no tratamento entre homens e mulheres dentro da faculdade 
de engenharia. 
Figura 2: Gráfico correspondente à porcentagem de pessoas que responderam à "Existem 
tratamentos diferentes para homens e mulheres dentro dos cursos de engenharias?". 
 
3. CONCLUSÃO 
É imprescindível que, diante dos argumentos expostos, todos se 
conscientizem de que a mulher ainda sofre preconceito e é vítima abuso moral e 
sexual por alunos e professores, por serem mulheres dentro das Universidades 
no curso de engenharia. Para os machistas, as mulheres devem exercer funções 
como ser esposa, cuidar de casa e dos filhos. E se for para seguir uma profissão, 
que está seja voltada para área da educação ou saúde, nada que venha do 
"Universo Masculino", e sim cuidar ou educar, pois para engenheira não serve, já 
não possui nível intelectual para isso. Apesar de mostrar que é capaz sim de 
ocupar funções "de homem", não só na área da engenharia que é o que está em 
questão. Ainda existe esse preconceito em virtude do que foi mencionado nas 
amostras coletadas concluímos que os estudos da engenharia ainda é uma 
questão de homens. 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
[1] RAMOS, Cherolee. Mulheres na engenharia. 2016. Disponível em: 
<https://mulheresnaengenharia.wordpress.com/author/cherolee/>. Acesso em: 
05 de março 2018. 
[2] MORENO, A. Porcentagem de mulheres nas faculdades de engenharia 
civil cresce mais que n° de engenheiras no mercado. 2017. Disponível em: 
<https://g1.globo.com/educacao/guia-de-carreiras/noticia/porcentagem-de-
mulheres-nas-faculdades-de-engenharia-civil-cresce-mais-que-n-de-
engenheiras-no-mercado.ghtml> acesso em: 06 de março 2018.

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