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Prévia do material em texto

1ª EDIÇÃO
EGUS 2014
PORTUGUÊS INSTRUMENTAL
DANIELE PONTES PASSOS 
FRANCISCA DE FÁTIMA FARIAS DE SOUSA 
MÁRCIA MARIA DE SOUSA
INTA - Instituto Superior de Teologia Aplicada
PRODIPE - Pró-Diretoria de Inovação Pedagógica
Equipe de Transposição Didática e Modelagem 
Pedagógica
Anaisa Alves de Moura
Evaneide Dourado Martins
Sonia Maria Henrique Pereira da Fonseca
Produção e Desenvolvimento de Softwares para 
Aprendizagem em EaD
Anderson Barbosa Rodrigues
André Alves Bezerra
Luís Neylor da Silva Oliveira
Diretor-Presidente
Oscar Rodrigues Júnior 
Pró-Diretor de Inovação Pedagógica
João José Saraiva da Fonseca
Coordenadora Pedagógica e de Avaliação
Sonia Maria Henrique Pereira da Fonseca
Assessor de Gestão Administrativo 
Éder Jacques Porfírio Farias
 
Multimídia Impressa e Audiovisual
Cícero Romário Lima Rodrigues
Edney Eslley Ferreira Lima
Francisco Sidney Souza de Almeida
José Antônio Castro Braga
Juliardy Rodrigues de Sousa
Marcio Alessandro Furlani
Manutenção e Suporte do Ambiente Virtual de 
Aprendizagem
Rhomélio Anderson Sousa Albuquerque
7INTA EAD Português Instrumental
Palavras do Professor-Autor ...................................................11
Ambientação ...................................................................................14
Trocando ideias com os autores ...........................................16
Problematizando ............................................................18
1 Introdução à comunicação humana
Noções da comunicação ....................................................................................24 
Escrita, Língua, Linguagem e Fala .................................................................27
A Gramática para a produção, compreensão e 
interpretação de textos
Concordância Verbal ............................................................................................31
Concordância Nominal .......................................................................................35
Pontuação ...................................................................................................................38
Acentuação Gráfica conforme o novo acordo ortográfico ..............43
Crase ..............................................................................................................................46
Tirando suas dúvidas ............................................................................................50
Sintetizando o que mudou no novo acordo ortográfico ...................58
2
Sumário
8 Português Instrumental INTA EAD
Noções textuais para compreensão da leitura
Características de um texto ...............................................................................65
Ler e compreender ..................................................................................................66
Tópicos para compreensão de textos ...........................................................67
Tipos e gêneros textuais: uma real proximidade ...................................71
Leitura Obrigatória .................................................. 82
Saiba mais ................................................................. 84
Revisando .................................................................. 86
Autoavaliação ........................................................... 88
Bibliografia ............................................................... 106
Bibliografia da Web ................................................. 108
3
9INTA EAD Português Instrumental
11INTA EAD Português Instrumental
Palavra do Professor-Autor
Caro (a) estudante, 
Nesta disciplina você terá oportunidade de entender o caráter teórico e 
metodológico do ensino da Língua Portuguesa. 
 A temática busca explicar a gramática voltada à leitura e produção textual, 
compreendendo a diferença entre a oralidade, a escrita e as particulares do ato de 
escrever e ler no mundo dos negócios.
O estudo sobre a Língua Portuguesa no ensino superior visa assegurar a 
prática consciente da leitura e a produção de textos, considerando as exigências da 
linguagem formal com foco na função social exercida pela comunicação humana. 
A motivação para estudar português é aprender alguns métodos de produção 
e a leitura de textos, seja na forma escrita ou na linguagem oral, neste aspecto, 
compreendendo a diferença entre a oralidade, a escrita e os demais aspectos do 
ensino de língua portuguesa específicos para o mundo do trabalho.
Nessa perspectiva, ressaltamos que o estudo dessa disciplina no ensino superior 
é apresentado como uma necessidade para você compreender variados textos 
e continuar o processo de aquisição do conhecimento através da produção e 
interpretação textuais.
As autoras
12 Português Instrumental INTA EAD
Biografia dos Autores
Daniela Pontes Passos
Possui graduação em Letras com habilitação em Língua 
Inglesa e Portuguesa pela Universidade Estadual Vale do Acaraú 
- UVA. Especialista em Gestão de Organizações Sociais, pela UVA, 
Especialização em Educação a Distância, pelo Instituto Superior 
de Teologia Aplicada - INTA. Atualmente Gerente da Educação 
Infantil da Secretaria de Educação de Sobral. Atuou como revisora 
de materiais didáticos e tutora de Inglês Técnico do Instituto de 
Educação Profissional Lourenço Caetano de Jesus (INTEC). Autora 
dos livros Inglês Técnico e Português Instrumental, para o Curso de Informática do 
INTEC e dos livros de Inglês Instrumental e Português Instrumental dos cursos de 
graduação do INTA EAD e revisora de materiais didáticos pelo Inst. Caetano de 
Jesus. Tem experiência em secretariado executivo, docência e gestão escolar, com 
ênfase em secretariado escolar, e também como professora de Inglês do Projeto 
Projovem Urbano.
Francisca de Fátima Farias de Sousa
Possui graduação em Letras e Pedagogia com habilitação 
em Biologiapela Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA. 
Atuou como professora substituta, coordenadora pedagógica 
e atualmente como Diretora Escolar daEscola Senador Carlos 
Jereissatinomunicípio de Sobral.
Márcia Maria de Sousa
É Pedagogacom Habilitação em Língua Portuguesa,Especialista 
em Psicopedagogia e Gestão Escolar, graduanda em Letras Língua 
Inglesa, ambas pela Universidade Vale do Acaraú _ UVA, em 
Sobral-Ce. Professora efetiva da rede municipal de Sobral, com 
experiência em formação de professores e gestão escolar. Está 
como Diretora Escolar da Rede Municipal de Sobral, atuando nas 
áreas de Ensino Infantil e Fundamental. 
13INTA EAD Português Instrumental
AMBIENTAÇÃO À 
DISCIPLINA
Este ícone indica que você deverá ler o texto para ter 
uma visão panorâmica sobre o conteúdo da disciplina.
15INTA EAD Português Instrumental
A língua portuguesa faz parte da cultura do Brasil e de outros países que falam 
a este mesmo idioma com instrumento de comunicação entre os povos. Porém 
o valor da comunicação não esta no significado pronunciado, a língua não pode 
ser compreendida como sistema de códigos exclusivamente linguístico, mas pelas 
diversas formas de interação que a língua estabelece com a realidade e com o sujeito 
falante e com outros. Isto quer dizer que existem diversas nuances de enunciados; 
verdadeiros, falsos, belos...
Poucos leitores compreendem os textos conforme a intenção do autor ao 
comunicar a mensagem que seja escrita ou falada. O uso da linguagem tornou-se 
densamente enraizado na cultura humana, além de ser empregada para comunicar 
e compartilhar informações. 
A linguagem também possui vários usos sociais e culturais, como a manifestação 
da identidade, da estratificação social, na manutenção da unidade em uma sociedade 
e para o entretenimento. A palavra "linguagem" também pode ser usada para 
descrever o conjunto de regras que torna isso possível, ou o conjunto de enunciados 
que podem produzirdiversas normas nesse sentido. É uma das intenções da inserção 
do estudo da Língua Portuguesa, neste curso, oferecer subsídios para o estudante 
aperfeiçoar as habilidades de leitor e produtor de textos. 
Recomendamos este livro: Comunicação e Escrita. 
BAHIENSE, Raquel. Comunicação e Escrita. Rio de Janeiro: 
Senac Nacional, 2005.
 A leitura deste livro tem a intenção de promover um momento 
de ambientação ao conteúdo da disciplina. Leia e faça um 
resumo das ideais do autor. 
 
TROCANDO IDEIAS 
COM OS AUTORES 
A intenção é que seja feita a leitura de obras indicadas 
pelo professor-autor numa perspectiva de dialogar com 
os autores de relevo nacional e/ou mundial. 
17INTA EAD Português Instrumental
Vamos dar continuidade ao processo de ambientação ao 
estudo da língua Portuguesa. 
A gramática é fundamental para você conhecer o padrão culto da língua. A 
origem da palavra gramática vem do grego gramma (letra) e era o nome dado às 
técnicas de leitura e escrita. Após um tempo, passou a designar o conjunto de regras 
que garantem os padrões de certo/errado para o uso do idioma. 
 É importante lembrar que a norma culta é apenas mais uma das variantes que a 
língua portuguesa possui. Isso significa que a língua não se restringe ao conjunto de 
normas ditadas pela gramática. Tais variantes encontram-se no estudo da variação 
linguística, que analisa a língua dentro de um contexto histórico, geográfico, social, 
entre outros. Entretanto, em razão da norma culta ser hoje um instrumento de 
prestígio social e ascensão profissional, seu conhecimento e aplicação tornam-se 
imprescindíveis em nosso estudo. Além disso, a norma culta é unificadora, criando 
um padrão linguístico que facilita a comunicação entre as diversas regiões do país, 
ou entre países que falam a mesma língua.
Sugerimos dois livros. Escolha um livro, leia e 
elabore um resumo sobre o que mais aprendeu.
 
 
 
 
EMEDIATO, Wander. A fórmula do texto: redação, argumentação e leitura. São 
Paulo: Geração Editorial, 2004 
INFANTE, Ulisses; NETO, Pasquale Cipro. Gramática da Língua Portuguesa. São 
Paulo: Scipione, 1998
PROBLEMATIZANDO
É apresentada uma situação problema onde será feito 
um texto expondo uma solução para o problema 
abordado, articulando a teoria e a prática profissional.
19INTA EAD Português Instrumental
Será que Ler e Compreender são a mesma coisa? 
Vamos fazer uma experiência? 
 
Leia o texto abaixo: 
O dissacarídeo de fórmula C12H22O11, obtido através da fervura e da evaporação 
de H2O do líquido resultante da prensagem do caule da gramínea Saccharus 
officinarum, Linneu, isento de qualquer outro tipo de processamento suplementar que 
elimine suas impurezas, quando apresentado sob a forma geométrica de sólidos de 
reduzidas dimensões e arestas retilíneas, configurando pirâmides truncadas de base 
oblonga e pequena altura, uma vez submetido a um toque no órgão do paladar de 
quem se disponha a um teste organoléptico, impressiona favoravelmente as papilas 
gustativas, sugerindo a impressão sensorial equivalente provocada pelo mesmo 
dissacarídeo em estado bruto que ocorre no líquido nutritivo de alta viscosidade, 
produzindo nos órgãos especiais existentes na Apis mellifica, Linneu.
Fonte: http://www.humornaciencia.com.br/laboratorio/simples.htm
Há diferença entre os termos Ler e Compreender, Você leu o texto? Compreendeu 
o texto?
APRENDENDO A PENSAR
O estudante deverá analisar o tema da disciplina em 
estudo a partir das ideias organizadas pelo professor-
autor do material didático.
INTRODUÇÃO À COMUNIAÇÃO 
HUMANA
1
Conhecimentos
Compreender o conceito de comunicação.
Habilidades
Identificar os vários elementos básicos na comunicação.
Atitude
Usar a comunicação verbal e escrita adequada às normas vigentes.
22 Português Instrumental INTA EAD
23INTA EAD Português Instrumental
O que é comunicação
A palavra comunicar vem do latim communicare, que significa pôr em comum. 
Conclui-se daí que a essência da palavra comunicar está associada à ideia de 
convivência, comunidade, relação de grupo, sociedade.
A comunicação surgiu, provavelmente, da necessidade que os homens sentiam 
de trocar ideias e experiências com outros membros do seu grupo, nos estágios 
primitivos da civilização. Desde que passou a viver em sociedade, o homem vem 
sentindo cada vez mais a necessidade imperiosa de se comunicar,.
O mundo da comunicação é vastíssimo, contudo, os mais predominantes 
quando se fala em comunicação são os sistemas de comunicação verbal, não verbal 
e a comunicação escrita. Existem, porém, muitos outros meios de comunicação, 
como, imagens, sons, artes e até o sinal do computador, que constituem formas de 
comunicação não verbal. A comunicação não verbal, portanto, pode ser estabelecida 
principalmente através dos sons (o código Morse, o tambor falante das tribos 
do Congo); através das imagens (cartazes, televisão, cinema); através dos gestos 
(convencionais ou codificados, como o alfabeto dos surdos-mudos). Os sinais de 
trânsito (placas indicativas, apitos, semáforos) são exemplos de comunicação não 
verbal que usamos quotidianamente.
Modernamente, vários fatores, como a maneira de se vestir, de andar, sentar, falar 
ou calar, a postura, o comportamento social vêm sendo estudados como formas 
de comunicação entre as pessoas. Essas formas de comunicação não verbal do ser 
humano são chamadas de linguagem corporal.
Atualmente, os meios de comunicação de massa estão abrindo espaço para 
trabalhos que divulgam as formas não verbais da comunicação. O jornal O Estado 
de S. Paulo, de 6-1-88, no “Caderno de Empresas”’, publicou interessante artigo do 
Gaudêncio Torquato (professor titular da ECA/USP), intitulado: “Comunicação pelo 
traje”, do qual foram extraídos os seguintes parágrafos:
Na composição do modelo visual, a vestimenta assume papel de realce. 
Não há dúvida sobre o fato de que o traje carrega uma retórica que põe 
à disposição das pessoas o sonho de mudar de identidade. Por trás de um 
pequeno detalhe, da cor de uma roupa, do corte, do volume, do tipo de 
tecido de um adereço, milhares de pessoas procuram ser reconhecidas como 
“outras”, realizando, de algum modo, o sonho de uma dupla personalidade. 
Quando não é esse o caso, então é a lógica profissional, que passa a exigir o 
traje adequado, para o cargo adequado, na empresa adequada.
24 Português Instrumental INTA EAD
A Folha de S. Paulo do dia 8-3-88, na “Folha Ilustrada”, trouxe, sob a rubrica 
MODA, a matéria de Costanza Pascolato: “A linguagem das roupas é antiga e 
universal”, da qual vale a pena transcrever alguns trechos:
A declaração de que a roupa é uma linguagem não é nova. Balzac, em 
“Filha de Eva” (1839), observou que, para uma mulher, vestir é “a contínua 
manifestação de pensamentos íntimos, uma linguagem, um símbolo.” Hoje 
a semiótica está em voga e os sociólogos nos dizem que a moda também é 
uma linguagem de signos, um sistema não verbal de comunicação.
A tendência atual é unificar os sistemas de sinalização e informações dos 
aeroportos, estradas, estações rodoviárias e ferroviárias, assim como de outros 
lugares públicos e de atração turística, empregando-se a comunicação pela 
imagem, através de placas indicativas.
Esses símbolos convencionais, considerados linguagem universal, são mais 
facilmente identificados e decodificados, pois não exigem o conhecimento de 
nenhuma língua escrita.
Noções da Comunicação.
Todo ato de comunicação constitui um processo que tem por objetivo a 
transmissão de uma mensagem e, como todo processo, apresenta alguns elementos 
fundamentais, essenciais e não podem deixar de estar presente ao ato de comunicar. 
São seis os elementos envolvidos no processo de comunicação, conforme o 
seguinte esquema:
25INTAEAD Português Instrumental
Figura 1 - Elementos do processo de comunicação interpessoal
Obs.: Na imagem demonstrativa, a “resposta” é o código a língua, que tem de 
ser do conhecimento de ambos, emissor/receptor para que haja comunicação.
O emissor ou destinador é quem transmite a mensagem; é fonte porque gera, 
cria o que será comunicado. Pode ser um indivíduo, um grupo, uma firma ou um 
órgão de difusão.
O receptor ou destinatário é aquele que recebe a mensagem. Pode ser 
um indivíduo, um grupo, um animal ou até mesmo uma máquina (computador, 
gravador). Note que o fato de receber a mensagem não implica, necessariamente, 
decodificá-la e compreendê-lá.
Mensagem é tudo aquilo que o emissor transmite ao receptor; é o objeto da 
comunicação. Toda mensagem é transmitida através de um canal de comunicação.
Canal ou contato é o meio físico, o veículo através do qual a mensagem é levada 
do emissor ao receptor e vice-versa. De maneira geral, as mensagens circulam 
através de dois principais meios:
• meios sonoros: ondas sonoras, ar (voz);
• meios visuais: excitação luminosa, percepção da retina.
26 Português Instrumental INTA EAD
Assim sendo, mensagens transmitidas através de um meio sonoro utilizam 
sons, palavras, músicas. Se a transmissão é feita por meios visuais, empregam-se as 
imagens (desenhos, fotografias) ou símbolos, i.e., a escrita ortográfica. No primeiro 
caso diz-se que são mensagens icônicas; no segundo, mensagens simbólicas. As 
mensagens tácteis recorrem aos choques, pressões, trepidações etc.; as olfativas 
utilizam odores, um perfume, por exemplo.
• Código é um conjunto de signos e suas regras de comunicação. 
Cada tipo de comunicação tem seu código próprio: comunicações verbais 
e comunicações não verbais, evidentemente, utilizam códigos diferentes, 
específicos a cada situação comunicativa.
• Referente é o assunto da comunicação, o conteúdo da mensagem.
O papel do código é de suma importância, pois emissor e receptor devem 
possuir pleno conhecimento do código, da língua utilizada para que a comunicação 
se realize; caso contrário, a comunicação será apenas parcial ou nula.
Exemplificando: uma classe em que os estudantes têm por língua materna o 
português é convidada para assistir a uma conferência pronunciada em inglês. 
Ocorre que alguns estudantes dominam perfeitamente o inglês, outros dominam 
relativamente e os restantes não conhecem essa língua. Os que dominam plenamente 
a língua inglesa, o código, compreenderão as palavras do conferencista; portanto, 
a comunicação será plena. Para aqueles que conhecem relativamente o código, 
a comunicação será parcial e os que não conhecem a língua, obviamente, não 
participarão do processo de comunicação.
Só haverá comunicação se houver decodificação — o emissor envia uma 
mensagem ao receptor, através de um canal, utilizando um código que contém um 
referente (assunto) a ser decodificado pelo receptor.
Cada tipo de comunicação exige um código adequado, ou seja, uma linguagem 
específica.
27INTA EAD Português Instrumental
Escrita, Língua, Linguagem e Fala.
Apesar de haver muitas relações entre a forma falada e a forma escrita da língua 
(os princípios para construir uma oração, por exemplo, são praticamente os mesmos), 
o ato de escrever é diferente do ato de falar.
A grande diferença talvez esteja no fato de que o interlocutor está presente no 
momento da fala e ausente no momento da escrita. Estando o interlocutor presente 
quando falamos, qualquer problema de compreensão pode ser imediatamente 
esclarecido. Além disso, há sempre junto com a fala um jogo de gestos, de expressões 
faciais, de tons de voz que complementam e reforçam aquilo que está sendo dito.
Nessa perspectiva, a qualidade maior de um texto escrito é a clareza: não devemos 
poupar esforços nesse sentido. O leitor não deve ter dificuldade de compreensão 
ao que estamos transmitindo. Se ele tiver dificuldades, a comunicação poderá ser 
frustrante, com consequências negativas para nós.
O cérebro humano tem uma importante e complicada tarefa; colocar em 
funcionamento o processo da linguagem. Ao conviver com crianças pequenas na 
fase em que começam a falar nós, adultos, não atinamos com o fantástico processo 
que está ocorrendo até porque as crianças aprendem, sem maiores dificuldades 
e sem nenhuma especial orientação, a falar a língua que ouvem a sua volta. Mas 
há algo de extraordinário e complexo atrás desse corriqueiro acontecimento. Para 
perceber basta lembrar, por exemplo, que a estrutura da língua é de extrema 
complexidade e a criança, quando está aprendendo a falar, é exposta apenas a um 
número muito limitado de material linguístico (não esquecer que a língua é infinita) 
e durante muito pouco tempo (dois anos).
Avançar na compreensão do processo de aquisição significa também trazer mais 
luz à própria compreensão das particularidades de nossa espécie. Afinal, a língua e 
sua aquisição são duas de nossas mais peculiares características.
A GRAMÁTICA DA LÍNGUA 
PORTUGUESA 
2
Conhecimentos
Conhecer estruturas gramaticais para a produção, compreensão e interpretação 
de textos.
Habilidades
Identificar as estruturas gramaticais nas atividades de interpretação de textos.
Atitude
Saber codificar textos através do uso das estruturas gramaticais estudadas.
31INTA EAD Português Instrumental
Concordância verbal 
De acordo com Mattoso Câmara, em gramática, chamamos de concordância o 
fato de um adjetivo variar em gênero e número de acordo com o substantivo a que 
se refere (concordância nominal). Também recebe este nome a circunstância em 
que um verbo varia em número e pessoa de acordo com seu sujeito (concordância 
verbal).
Regra geral: O verbo concorda em número e pessoa com o sujeito.
Exemplo: Os jogadores e a torcida abraçaram-se no campo.
Logo, podemos concluir que:
• Concordância, conforme o próprio nome sugere, é um acordo estabelecido 
entre termos gramaticais.
A concordância verbal diz respeito ao verbo em relação ao sujeito, sendo que o 
primeiro deve concordar em número (singular ou plural) e pessoa (1ª, 2ª, 3ª) com o 
segundo.
Já a concordância nominal diz respeito ao substantivo e seus termos referentes: 
adjetivo, numeral, pronome, artigo. Essa concordância é feita em gênero (masculino 
ou feminino) e pessoa.
Acima, vimos que existem regras gerais de concordância. Contudo, alguns casos 
especiais devem ser estudados particularmente, pois geram dúvidas quanto ao uso.
 
32 Português Instrumental INTA EAD
Sujeito simples Verbo no singular
Sujeito simples
Verbo no plural, se expressar reciprocidade.
Exemplo: Mais de um dos convidados abraçaram-se durante 
o evento.
Se o sujeito for representado por nomes próprios.
Exemplo: Os Estados Unidos investem bastante em tecnologia.
Se o sujeito for representado pela expressão “um dos que”.
Exemplo: Ele foi um dos colegas que mais me apoiaram.
Sujeito composto
Verbo no singular:
Se vários elementos do sujeito forem sintetizados: por 
tudo, algo, nada, ninguém, etc.
Exemplo: prédio, árvores, postes, tudo veio abaixo. 
Sujeito formado por palavras sinônimas: Muita raiva, 
indignação dominava seus gestos.
Sujeito representado por verbos no infinitivo: Viajar e 
passear constitui seu ideal de vida. 
Sujeito composto
Verbo no plural:
O verbo ficará no plural quando os núcleos dos sujeitos 
forem ligados pelas conjunções: 
1- ou/ou (se não houver ideia de exclusão, caso contrário, usa-
se o singular);
2- nem (se não houver ideia de exclusão, caso contrário, usa-se 
o singular);
3- não só, mas também, tanto, como (quando expressam ideia 
de inclusão).
Exemplos: 
Ou eu ou você participaremos da eleição.
Nem Drummond nem Bandeira perderam seu valor.
Tanto ele como eu nos saímos bem no exame.
33INTAEAD Português Instrumental
Concordância 
do verbo haver
Sentido de existir = somente 3ª pessoa do singular.
Exemplo: Havia histórias estranhas sobre a mulher do sobrado.
Sentido de existir formando locução verbal (impessoalidade) 
= 3ª pessoa do singular.
Exemplo: Pode haver propostas mais interessantes.
Verbo haver (como verbo auxiliar) no sentido de ter. É 
pessoal e concorda com o sujeito.
Exemplos: Nós havíamos obtido ótimos resultados com a 
pesquisa.
Nós tínhamos obtido ótimos resultados com a pesquisa.
Concordância 
do verbo fazer
O verbo fazer, impessoal, expressando tempo decorrido, 
fica na 3ª pessoa do singular.
Exemplos: Faz alguns anos que o casamento acabou.
Fazia horas que o congestionamento iniciara.
Como verbo pessoal, o verbo fazer concorda com o sujeito 
e significa “fazer alguma coisa”.
Exemplos: Os lavradores fazem muito por todos nós. 
Nas férias, nós fazemos belos passeios pelo lago. 
Concordância 
do verbo na voz 
passiva.
Na voz passiva sintética ou pronominal, formada com o 
pronome apassivador “se”, o verbo concorda em geral com 
o sujeito.
Exemplos: Aceitam-se terra e tijolos.
Vendem-se casas.
34 Português Instrumental INTA EAD
Casos particulares:
Sujeito simples
Se o sujeito for constituído pelos pronomes: tudo, isso, 
isto ou aquilo e o predicativo estiver no plural, o verbo ser 
concordará normalmente com o predicativo.
Exemplos: Tudo seriam lembranças passageiras.
Aquilo eram fantasias da infância.
O verbo ser concorda com o sujeito quando este for 
representado por um nome próprio ou ente animado.
Exemplos: Os Sertões são a obra-prima de Euclides da Cunha.
A menina seria os encantos dos mestres.
Se o sujeito se referir a coisas ou objetos, o verbo ser 
concordará, de preferência, com o predicativo.
Exemplos: A tristeza são os dias perdidos da juventude.
O banco eram duas tábuas estreitas e ásperas.
Sujeito simples
Quando se usam pronomes retos como sujeito, o verbo ser 
sempre concorda com eles. 
Exemplos: Ele é os pilares de nossa casa.
O advogado aqui és tu.
Quando há, na frase, dois pronomes retos, o verbo ser 
concorda com o primeiro.
Exemplos: Eles não são nós, e nós não somos eles.
Quando o verbo ser expressa quantidade, concorda com o 
predicativo.
Exemplos: Dois reais era suficiente para a passagem.
Na indicação de horas, datas e distâncias, o verbo ser 
concorda com o numeral:
Exemplos: Hoje são vinte e nove de novembro. 
Hoje é dia vinte de maio.
Neste caso o verbo concorda com a palavra dia, mesmo quando 
vier subentendida:
Hoje é vinte de maio. 
35INTA EAD Português Instrumental
Concordância nominal 
Na concordância nominal o adjetivo, o pronome, o numeral e o artigo concordam 
em gênero e número com o substantivo ao qual se referem.
Leia a frase abaixo e observe as inadequações: 
“Aquele dois meninos estudioso leram livros antigo”. 
Fazendo-se os ajustes necessários, a frase ficará assim:
 Aqueles dois meninos estudiosos leram os livros antigos.
A concordância nominal consiste na adaptação de uns nomes aos outros, 
harmonizando-os nas suas flexões com as palavras de que dependem.
Regra geral
Concordância
As palavras que se referem ao substantivo devem concordar com ele em:
• Gênero: masculino e feminino;
• Número: singular e plural.
Vejamos os casos gerais
Um adjetivo referindo-se a mais de um substantivo de gêneros ou números 
diferentes.
• Quando vem após o substantivo, o adjetivo pode:
1 - Ir para o masculino plural
O carro e a casa novos foram presentes do seu pai.
A irmã e o irmão pequenos viajaram.
2 - Concordar com o substantivo mais próximo
Tinha os pés e as mãos amarradas.
Tinha mãos e pés amarrados.
36 Português Instrumental INTA EAD
• Quando vem antes dos substantivos, o adjetivo concorda geralmente
com o mais próximo.
Os novos livros e revistas foram guardados.
As novas revistas e livros foram guardados.
Numeral com o substantivo
• Quando os numerais são empregados com o artigo, o substantivo pode ir para o 
singular ou ir para o plural.
O segundo e o terceiro andar são escuros.
O segundo e o terceiro andares são escuros.
Mais casos de concordância nominal 
Adjetivo 
anteposto
Se o adjetivo vier antes de dois ou mais substantivos, 
concordará com o mais próximo:
Exemplos: Nova escola e professores terei esse ano.
Novos professores e escola terei esse ano
Adjetivo 
posposto
Se o adjetivo vier depois de dois ou mais substantivos, 
pode-se fazer a concordância de duas formas:
1 - Se os substantivos forem do mesmo gênero, o adjetivo 
poderá ficar nesse gênero, no plural, ou concordar com o 
substantivo mais próximo.
Exemplos: O presidente recebeu o ministro e o secretário 
argentinos. (ou argentino)
Mariana usava saia e blusa estampadas. (ou estampada)
2 - Se os substantivos forem de gêneros diferentes, o 
adjetivo ficará no masculino, por ser o gênero que prevalece, 
flexionando-se apenas em número:
Exemplo: Comprou na feira goiaba e caqui maduros.
O garçom trouxe-nos o vinho e a laranjada bem gelados.
37INTA EAD Português Instrumental
Adjetivo na 
função 
de predicativo 
do sujeito.
Sujeito composto:
Quando o adjetivo vier depois dos substantivos, ficará 
no masculino plural se os substantivos tiverem gêneros 
diferentes; caso contrário, ficará no gênero dos substantivos, 
no plural.
Exemplos: A professora e o aluno chegaram apressados.
O dentista e o cliente estavam gripados.
A telefonista e a secretária foram atenciosas.
Quando o adjetivo vier antes de substantivos de gêneros 
diferentes, poderá ficar no masculino plural ou concordar 
com o substantivo mais próximo.
Exemplos: Preocupados, a mãe e o pai ligaram para o filho.
Satisfeita, a advogada e o réu comemoravam.
Adjetivo na 
função de 
predicativo do 
objeto
Se o núcleo do objeto for constituído por um único substantivo, 
o adjetivo concorda com ele em gênero e número.
Exemplos: Entregou-me o carro amassado.
Mantiveram as lojas fechadas, durante a passeata.
Se o objeto for constituído por dois ou mais núcleos compostos 
por substantivos do mesmo gênero, o adjetivo vai para o plural, 
no gênero desses substantivos.
Exemplos: Julgaram o filme e o ator bem fracos.
O caseiro encontrou a porta e a janela arrombadas.
Se o objeto for composto por dois ou mais núcleos constituídos 
por substantivos de gêneros diferentes, o adjetivo ficará no 
masculino plural.
Exemplo: O curso de idiomas tornou Flávio e sua irmã mais 
preparados.
38 Português Instrumental INTA EAD
Dois adjetivos e 
um substantivo
O substantivo fica no singular e põe-se o artigo também antes 
do segundo adjetivo.
Exemplo: Meu professor ensina a Língua Inglesa e a Francesa.
O substantivo fica no plural e omite-se o artigo antes do 
segundo adjetivo.
Exemplo: Meu professor ensina as Línguas Inglesa e Francesa.
Pontuação
Iniciamos, agora, um importante estudo sobre os sinais de pontuação.
Conceituando: os sinais de pontuação constituem recursos próprios da língua 
escrita: representam as pausas e entonações da linguagem oral. Com acentuada 
característica subjetiva, a pontuação não possui critérios rígidos, mas requer atenção, 
porque qualquer deslize pode prejudicar a clareza do texto.
 
Leia o texto a seguir: 
Um homem muito rico estava extremamente doente, agonizando. Pediu papel e 
caneta e escreveu, sem pontuação alguma, as seguintes palavras:
“Deixo meus bens a minha irmã não a meu sobrinho jamais será paga a conta do 
padeiro nada dou aos pobres.”
Não resistiu e se foi antes de fazer a pontuação. Ficou o dilema, quem herdaria 
a fortuna? Eram quatro concorrentes.
Veja o que eles escreveram 
1) O sobrinho fez a seguinte pontuação: Deixo meus bens à minha irmã? Não! A 
meu sobrinho. Jamais serápaga a conta do padeiro. Nada dou aos pobres.
2) A irmã chegou em seguida. Pontuou assim o texto: Deixo meus bens à minha irmã. 
Não a meu sobrinho. Jamais será paga a conta do padeiro. Nada dou aos pobres.
3) O padeiro pediu cópia do original. Puxou a brasa para a sardinha dele: Deixo meus 
bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho? Jamais! Será paga a conta do padeiro. 
Nada dou aos pobres.
39INTA EAD Português Instrumental
4) Aí, chegaram os descamisados da cidade. Um deles, sabido, fez esta interpretação:
Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho? Jamais! Será paga a conta do 
padeiro? Nada! Dou aos pobres.
Moral da história: A vida pode ser interpretada e vivida de diversas maneiras. Nós 
é que fazemos sua pontuação. E isso faz toda a diferença...
Você observou que um texto escrito sem pontuação pode não ter sentido preciso. 
Verificou também que uma frase adquire sentidos diferentes quando pontuada de 
diferentes formas. Assim, os sinais de pontuação estão diretamente relacionados 
com a sintaxe das orações e das frases, servindo para marcar as pausas e a entonação.
Também substituem outros componentes específicos da língua falada, como os 
gestos e a expressão facial. Desse modo, facilitam a leitura e tornam o texto mais 
claro e preciso.
Há alguns sinais de pontuação cujo emprego, atualmente, obedece a uma 
razoável disciplina, como a vírgula, o ponto, o ponto e vírgula, os dois-pontos e 
o ponto de interrogação. Outros têm emprego mais livre, mais subjetivo, como o 
ponto de exclamação e as reticências.
Usos dos sinais de pontuação
• Ponto final: Indica a pausa máxima. É empregado no final de frases 
declarativas.
• Ponto de interrogação: É empregado no final de frases 
interrogativas diretas.
• Ponto de exclamação: É empregado no final de frases 
declarativas, com a finalidade de indicar estados emocionais, 
como espanto, surpresa, alegria, dor, etc.
• Dois-pontos: É empregado para introduzir a fala de uma personagem ou 
uma citação, uma explicação, um esclarecimento.
• Travessão: É empregado no discurso direto para indicar a mudança do 
interlocutor.
• Reticências: Podem indicar interrupções na fala ou sugerir alegria, ironia, 
silêncio, dúvida, ameaça surpresa, etc.
• Aspas: São usadas no início e no final de citações para destacar palavras 
estrangeiras e gírias, para indicar a fala de pessoas ou de personagens, destacar uma 
palavra ou expressão.
40 Português Instrumental INTA EAD
• Parênteses: Usados para isolar palavras, locuções ou frases intercaladas no 
período com caráter explicativo, proferidas em tom mais baixo.
Vejamos o uso inserindo explicação:
Exemplo: 
O mártir da independência (Tiradentes) deixou um exemplo raro ao nacionalismo.
• Vírgula: é usada em diversas situações.
- Separar elementos que exercem a mesma função sintática.
Exemplos: 
“Tivera pai, mãe, marido, dois filhos. Todos aos poucos tinham morrido.” (Nesse 
exemplo a vírgula separa uma série de objetos diretos do verbo “ter”.) LISPECTOR, 
Clarice. A legião estrangeira.
Quando elementos que têm mesma função sintática aparecem unidos pelas 
conjunções e, nem e ou, não se usa vírgula, a não ser que as conjunções apareçam 
repetidas:
Exemplos:
Tenho muito cuidado com meus livros e meus CDs.
Ou você, ou sua esposa deve comparecer à escola de seu filho.
- Para indicar que uma palavra, geralmente verbo, foi suprimida.
Exemplo: Patrícia, a todos os seus irmãos, deu um presente de Natal; ao marido, 
apenas um beijo. (A vírgula após “marido” está indicando a supressão do verbo 
“dar”).
- Isolar vocativo.
Exemplo: E agora, meu marido, aceito ou não o emprego?
- Isolar aposto.
Exemplo: Goiânia, capital de Goiás, é uma cidade que tem belas mulheres.
41INTA EAD Português Instrumental
- Isolar complemento verbal ou nominal antecipados.
Exemplos: Um medo terrível, eu senti naquele momento. (Inversão do objeto 
direto)
De cobra, eu morro de medo! (Inversão do complemento nominal)
- Isolar adjunto adverbial antecipado.
Exemplo: 
“Dizem muito que, no Brasil, os corruptos ficam soltos enquanto os ladrões de 
galinha vão para a cadeia.”
VERISSIMO, Luis Fernando. Novas comédias da vida 
pública – A versão dos afogados.
- Isolar nome de lugar, quando se transcrevem datas.
Exemplo: Goiânia, 21 de janeiro de 2001.
- Isolar conjunções intercaladas.
Exemplo: A ferida já foi tratada. É preciso, porém, cuidar para que não infeccione.
- Intercalar expressões como “em suma”, “isto é”, ”ou seja,” “vale dizer”,
“a propósito”.
Exemplo: Preciso dar uma maquiada no texto, ou seja, subentender algumas 
ideias.
Entre orações, a vírgula é usada para:
• Separar as orações coordenadas assindéticas e as sindéticas que não sejam 
introduzidas pela conjunção e:
Exemplos:
Cheguei, peguei o livro, voltei correndo para o curso.
Há aqueles que se esforçam muito, porém nunca são reconhecidos.
É aconselhável usar a vírgula quando a conjunção e:
- aparece repetida no período:
42 Português Instrumental INTA EAD
Exemplos:
 Passaram aqui para perguntar, e questionar, e amolar, e comprometer.
- aparece entre orações de sujeitos diferentes:
Exemplos: O tempo estava nublado, e o piloto desistiu do voo.
• Não tem sentido de adição:
Exemplos: 
A senhora apertou a campainha, e ninguém veio atender. (O e tem valor de 
conjunção adversativa)
• Isolar orações intercaladas.
Exemplos: E o ladrão, perguntei eu, foi condenado ou não?
• Isolar orações adjetivas explicativas.
Exemplos: As frutas, que estavam maduras, caíram no chão.
• Isolar orações adverbiais.
Exemplos: 
“Fiquei tão alegre com esta ideia, que ainda agora me treme a pena na mão.” 
(Machado de Assis)
• Isolar orações reduzidas.
Exemplos: “Para serenar a roda, propus novo chope.” (Cyro dos Anjos) 
43INTA EAD Português Instrumental
Acentuação gráfica conforme o novo acordo 
ortográfico
Na língua escrita, há vários sinais que acompanham as letras, sendo, de maneira 
geral, relacionados à pronúncia das palavras. Um desses sinais é o acento gráfico. 
O acento gráfico pode ser agudo (´), circunflexo (^) ou grave (`). 
O acento agudo é usado nas vogais tônicas abertas a, e, o e nas vogais tônicas 
i e u. 
Exemplos: pálido, café, avó, tímido, rústico.
O acento circunflexo é usado nas vogais tônicas fechadas a, e, o.
Exemplos: lâmpada, ipê, avô.
O acento grave é usado para indicar a crase.
Exemplos: Vou à festa. 
Fui àquele cinema.
I - Palavras proparoxítonas
Todas são acentuadas: árvore, chávena, maiúsculo, feiíssimo.
I - Palavras paroxítonas
 São acentuadas graficamente as paroxítonas terminadas em:
ÃO(S): bênção(s), órfão(s) Ã(S): ímã(s), órfã(s)
L: amável, dócil R: líder, mártir
EI(S): amáveis, dóceis UM, UNS: álbum, álbuns
I(S): táxi, grátis US: bônus, lótus
N: hífen, éden PS: bíceps, fórceps
X: tórax, ônix
Observações:
Acentuam-se graficamente todas as paroxítonas terminadas em ditongo 
crescente: mágoa, tênue, rádio, ânsia.
Não levam acento gráfico as paroxítonas terminadas em: 
ns: itens, folhagens, jovens, nuvens;
44 Português Instrumental INTA EAD
m: item, folhagem, jovem, nuvem;
Não se acentuam os ditongos abertos ei, oi das paroxítonas: assembleia, estreia, 
jiboia, heroico; 
Não levam acento o i e o u tônicos, precedidos de ditongo: feiura, cauila 
(avarento).
III - Palavras oxítonas
Levam acento gráfico as oxítonas terminadas em:
Á(S): sabiá (s)
É(S), Ê(S): café(s)
Ó(S), Ô(S): avó(s), avô(s)
ÉM, ÉNS: refém, reféns
Observação:
Seguem esta regra:
As monossílabas tônicas terminadas por á(s), é(s), ê(s) ó(s), ô(s): lá(s), pé(s), 
pó(s);
As formas verbais oxítonas do mesmo tipo, seguidas ou não de pronomes: 
amá-lo, está(s), vendê-lo, propôs, contém, conténs.
 São acentuadas as oxítonas terminadas emditongo aberto:
ÉIS: papéis, bacharéis
ÉU(S): chapéu, chapéus
OI(S): herói, heróis
São também acentuadas as oxítonas em que o i e o u estão depois de ditongo 
em posição final seguida ou não de s: Piauí, tuiuiú.
Portanto, não levam acento gráfico as oxítonas terminadas em i e u precedidas 
por consoante: juriti, tatu.
IV – Hiatos
Acentuam-se o i e o u tônicos, precedidos de vogal, quando sozinhos ou 
seguidos de s, formando uma sílaba: viúva, saíste, baú, saída.
Observações:
Não leva acento gráfico o i, mesmo sozinho, seguido de nh: rainha, moinho.
Não são acentuados graficamente os hiatos oo e ee: voo, creem.
Não se usa o acento agudo no u tônico das formas (tu) arguis, (ele) argui, (eles) 
arguem, do presente do indicativo dos verbos arguir e redarguir.
Observação:
Há uma variação na pronúncia dos verbos terminados em guar, quar e quir, 
45INTA EAD Português Instrumental
como aguar, averiguar, apaziguar, desaguar, enxaguar, obliquar, delinquir, etc. Esses 
verbos admitem duas pronúncias em algumas formas do presente do indicativo, do 
presente do subjuntivo e do imperativo:
Se forem pronunciadas com a ou i tônicos, essas formas devem ser acentuadas 
graficamente: enxáguo, enxáguas, enxágue, delínques, delínquem, delínqua; Se 
forem pronunciadas com u tônico, elas não são acentuadas: enxaguo, enxaguas, 
delinques, delinquem, delinqua. No Brasil, a pronúncia mais corrente é a primeira, 
aquela com a e i tônicos.
V – Acento diferencial
Usa-se o acento diferencial nas seguintes situações:
Verbo pôr – para diferenciar da preposição por:
Eu pedi para ela pôr o pão no armário por causa das moscas.
Pôde – terceira pessoa do singular do pretérito perfeito do indicativo do verbo 
poder para diferenciá-lo de pode - terceira pessoa do singular do presente do 
indicativo do mesmo verbo:
Ela não pôde passar na tua casa ontem, mas pode passar hoje.
Observação:
O acento diferencial é facultativo em:
Fôrma (substantivo) e forma (substantivo, terceira pessoa do singular do 
presente do indicativo e segunda pessoa do singular do imperativo afirmativo do 
verbo formar).
VI – Verbos ter e vir
Os verbos ter e vir levam acento circunflexo na terceira pessoa do plural do 
presente do indicativo para diferenciar da terceira pessoa do singular do mesmo 
tempo verbal: ele tem, eles têm; ele vem, eles vêm.
Seus derivados, como deter e intervir, por exemplo, seguem a acentuação das 
oxítonas terminadas por em, mas na terceira pessoa do singular do presente do 
indicativo recebem acento agudo e na terceira pessoa do plural do mesmo tempo 
acento circunflexo, a fim de diferenciar as duas formas verbais: ele detém, eles 
detêm; ele intervém, eles intervêm.
VII – Trema
 O trema somente é usado em nomes estrangeiros e seus derivados: Müller, 
mülleriano.
46 Português Instrumental INTA EAD
Crase 
 
Leia estes versos de Manuel Bandeira:
“Não aprofundes o teu tédio.
Não te entregues à mágoa vã.”
Na frase “Não te entregues à mágoa vã.”, “à” resulta da contração da preposição 
a com o artigo feminino a. Esse fenômeno é chamado de crase e vem indicado pelo 
acento grave (`). Ocorre crase também quando a preposição a se une aos pronomes 
demonstrativos aquele(s), aquela(s), a(s), ou aos pronomes relativos a qual e as 
quais. 
Observe:
Ele se referia àquela passagem do romance.
a + aquela
preposição + pronome demonstrativo
Crase
Crase é a fusão da preposição a com o artigo a (s) ou com os pronomes 
demonstrativos aquele(s), aquela(s) e aquilo.
• Chamamos de crase a fusão da preposição a com o artigo feminino a ou as.
• A crase é indicada pelo acento gráfico.
• Dois elementos são necessários para que ocorra crase: palavras de sentido 
incompleto que exijam a preposição a, e substantivo feminino que venha determinado 
pelo artigo.
• São excluídos do uso da crase: nomes masculinos e verbos, pronomes 
indefinidos; nomes próprios de cidade que não admitam o artigo feminino, a não 
ser que venham determinados e as palavras casa, terra, distância, se também não 
estiverem determinadas. (Observação: alguns gramáticos abonam o uso da crase 
antes do vocábulo “distância”, mesmo sem determinantes).
• É facultativo o uso do acento grave sobre o a em três casos: antes de nomes 
próprios femininos de pessoas, antes dos possessivos, depois da preposição até.
47INTA EAD Português Instrumental
Casos obrigatórios da crase
1 - Em locuções adverbiais: às pressas, às carreiras, às escondidas, à tarde, à 
noite, à toa, etc.
Exemplo: Voltou à tardinha à pensão.
2 - Em locuções prepositivas: à frente de, à causa de, à custa de, à maneira de, 
à vista de, etc.
Exemplo: O carro parou à beira do precipício.
3- Em locuções conjuntivas: à medida que, à proporção que...
Exemplo: O Brasil cresce à medida que trabalhamos.
4 - Quando os pronomes demonstrativos aquele(s), aquela(s), aquilo vierem 
precedidos de verbos regidos pela preposição “a”.
Exemplo: Todos nós iremos àquele show na praça.
5 - Quando se submetem às expressões: à moda de, à maneira de, etc.
Exemplo: Preparou para o jantar bifes à milanesa.
6 - Quando houver numerais indicando horas.
Exemplo: Regressamos às quatorze horas ao escritório.
7 - Antes de nomes de lugares que admitem o artigo.
Exemplo: O presidente foi à Itália em visita ao Papa.
8 - Antes das palavras casa e terra, se vierem determinadas.
Exemplos: Minha tia foi à casa do médico bem cedo.
Nas férias, regressaremos à terra de nossos pais.
48 Português Instrumental INTA EAD
Não se emprega crase
Antes de substantivos masculinos.
Exemplo: Vendas a crédito. Abateu-o a facão. É bom andar a pé. Vou a Portugal.
Obs.: Se houver palavra feminina subentendida, haverá crase. Exemplo: Foi à São 
José (Casa de Saúde) para visitar um parente. Salto à Luiz XV (à moda de Luiz XV).
Antes de verbos no infinitivo
Exemplo: Começou a falar. Preço a combinar. Contrato a assinar.
Antes de pronomes pessoais (casos reto e oblíquo):
Exemplo: Dei a ele um presente. “Mas não servia ao pai, servia a ela” (Camões).
Antes de possessivo feminino que se antepõe a nome de parentesco, título ou 
dignidade, pelo fato de não se empregar o artigo antes de tais possessivos.
Exemplo: A minha mãe, estas flores. 
Comunico a V. Exa. que... 
Encaminho a V. Sª o presente requerimento. 
Antes das palavras: alguém, alguma(s), cada, certa(s), determinada(s), cuja(s), 
essa(s), esta(s), muita(s), nada, nenhuma(s), ninguém, outra(s), pouca(s), 
qualquer, quaisquer, quanta(s), quem, tamanha(s), tanta, tal, toda(s), uma(s), 
várias.
Exemplo: Dirigiu-se a cada candidata sobre o assunto. 
Aludiu a certa questão da prova. 
Aquela casa, a cuja planta os arquitetos ficaram ligados.
Passo a essa diretoria o resultado dos exames. 
Não era a pessoa a quem se referia.
A tanta dedicação jamais poderei dar o meu empenho. 
49INTA EAD Português Instrumental
Entre substantivos idênticos.
Exemplo: Cara a cara. Face a face. Frente a frente. Gota a gota.
Antes de palavra no plural, em sentido indeterminado.
Exemplo: O depoimento foi tomado a folhas... 
A palestra foi dirigida a pessoas cultas.
 Matou-a a punhaladas.
Antes de numerais cardinais que se referem a substantivos com sentido 
indeterminado.
Exemplo: Assisti a duas palestras. 
Daqui a sete dias voltarei a te ver. 
De dez a vinte deste mês saberemos dos resultados.
Casos de emprego facultativo da crase
Antes dos possessivos femininos: minha(s), tuas(s), sua(s), nossa(s), vossa(s).
Exemplo: Vou a (à) minha terra. 
Ponho-me a (à) sua disposição.
Antes de nomes personativos femininos. Contudo, convém atentar para as 
seguintes observações:
a) Num tratamento cerimonioso, não haverá crase. Ex. A Marilda, com respeito.
b) Num tratamento íntimo, haverá crase. À Lucinha,com afeto.
Após a locução prepositiva até a.
Correu até à (a) porta da frente e abriu-a.
50 Português Instrumental INTA EAD
 2.6 Tirando suas dúvidas 
 
Usos dos porquês
Há quatro maneiras de se escrever o porquê: porquê, porque, por que e por quê. 
Porquê
É um substantivo, por isso somente poderá ser utilizado quando for precedido 
de artigo (o, os), pronome adjetivo (meu(s), este(s), esse(s), aquele(s), quantos(s)...) 
ou numeral (um, dois, três, quatro).
Ninguém entende o porquê de tanta confusão. 
Este porquê é um substantivo. 
Quantos porquês existem na Língua Portuguesa?
Existem quatro porquês. 
Por quê
A palavra que, em final de frase, deverá sempre receber acento, não importando 
qual seja o elemento que estiver antes dela.
Ela não me ligou e nem disse por quê. 
Você está rindo de quê?
Você veio aqui para quê? 
Por que
Usa-se por que quando houver a junção da preposição por com o pronome 
interrogativo que ou com o pronome relativo que. Para facilitar, pode-se substituí-
lo por: por qual razão, pelo qual, pela qual, pelos quais, pelas quais, por qual.
Por que não me disse a verdade? = por qual razão 
Gostaria de saber por que não me disse a verdade. = por qual razão 
As causas por que discuti com ele são particulares. = pelas quais
Ester é a mulher por que vivo. = pela qual 
51INTA EAD Português Instrumental
Porque
É uma conjunção subordinativa causal ou conjunção subordinativa final 
ou conjunção coordenativa explicativa, portanto ligará duas orações, indicando 
causa, finalidade ou explicação. Para facilitar, pode-se substituí-lo por já que,pois 
ou a fim de que.
Não saí de casa, porque estava doente. = já que 
É uma conjunção, porque liga duas orações. = pois
Estudem, porque aprendam. = a fim de que
Mas ou Mais
Leia este bilhete:
Mamãe,
Você disse que não pode comprar mais nada esse mês. Mas hoje é o aniversário 
da Ana. Você sabe que nada é mais importante para mim do que dar um presente 
para ela. Compreenda mãe, eu estou apaixonado. Será que não dá pra descolar um 
adiantamento da mesada?
Beijo 
Renato
Mais sobre a língua
A palavra mas estabelece uma oposição ao que foi expresso antes. Pode ser 
substituída por outras palavras como: porém, todavia, contudo, entretanto, que têm 
o mesmo sentido. 
Exemplos: Porém hoje é o aniversário da Ana.
Já o mais é uma palavra que dá ideia de intensidade ou quantidade. É o oposto 
de menos. Observe:
Exemplos: Nada é mais (menos) importante do que dar um presente para ela.
52 Português Instrumental INTA EAD
Mal ou Mau
Mal: É antônimo de bem. Pode ser empregado como advérbio, substantivo ou 
conjunção.
Exemplos: O candidato foi mal recebido na cidade onde nasceu. (advérbio)
Fizeram mal em dizer tais coisas. (advérbio)
O mal nem sempre vence o bem. (substantivo)
Há males que vêm para o bem. (substantivo)
Mal você saiu, ele chegou. (conjunção adverbial temporal)
Mau: É antônimo de bom. Seu feminino é má. Emprega-se como adjetivo.
Exemplos: Não era mau rapaz, apenas um pouco preguiçoso.
Não estavam maus os trabalhos dos alunos.
Senão / Se não
Senão: Equivale a caso contrário ou a não ser.
Exemplos: Sai daí, senão vai se molhar.
Exemplos: Não faz outra coisa senão reclamar.
Se não: tem essa forma quando equivale a caso não, introduzindo orações 
subordinadas condicionais. 
Exemplos: Esperarei mais um pouco; se não vier, irei embora.
Se não quiser, não faça.
Há e A
Há - essa forma equivale ao verbo fazer indicando o tempo já transcorrido.
Exemplos: Não se encontram há (faz) tempos.
Saiu daqui há (faz) duas horas. 
Não o vejo há (faz) quinze dias.
53INTA EAD Português Instrumental
A - essa forma, que é comum se confundir com a anterior, é preposição: a 
substituição por faz é impossível.
Exemplos: Sairei de casa daqui a duas horas.
Estava a um passo de mim e eu não percebi. 
Moro a dois quilômetros da escola. 
Uso do Onde e Aonde 
Onde: A sala onde fica a televisão é espaçosa. (CORRETO)
Observe que o pronome onde somente pode ser usado quando se refere a uma 
ideia de lugar físico (a sala).
Exemplos: A pesquisa onde encontrei este artigo é interessante. (ERRADO)
Neste caso, PESQUISA não traz a ideia de lugar físico, então o correto seria usar 
EM QUE. 
Exemplos: A pesquisa em que encontrei este artigo é interessante. 
Aonde: (PREPOSIÇÃO A + ADVÉRBIO ONDE = a que lugar) é usado com os 
verbos que exprimem movimento e são redigidos pela preposição a.
Ir a 
Exemplos: Aonde você vai? 
Você sabe aonde ir com isso?
Chegar a:
Exemplo: Você quer chegar aonde com essas perguntas?
Dirigir-se a:
Exemplo: Não sei aonde dirigir-me para obter o documento.
54 Português Instrumental INTA EAD
Uso do Haver
Este verbo é usado sempre no singular quando tem o sentido de existir. 
Qualquer verbo que estiver servindo de auxiliar do haver também fica no singular. 
Há muitas pessoas contribuindo para a organização da festa. (CORRETO)
Deve haver muitas pessoas contribuindo para a organização da festa. (CORRETO) 
Houve muitas fraudes durante a votação. (CORRETO)
Na reunião houveram muitas controvérsias. (ERRADO)
Ir ao encontro de / Ir de encontro a: 
Cada expressão significa o contrário da outra.
 
“Ir de encontro a” equivale a ir contra alguma coisa.
Sua decisão foi de encontro às nossas. (Decisão contrária às nossas). 
“Ir ao encontro de” é ser favorável a algo.
Sua decisão foi ao encontro das nossas. (Decisão favorável às nossas).
A fim de / Afim
A fim de: indica uma finalidade. 
Exemplos: Vive reclamando a fim de me irritar.
Afim: significa semelhante. 
Exemplos: Temos objetivos afins.
Acerca de / Há cerca de/A cerca de:
Acerca de: significa “a respeito de, sobre”.
Exemplos: Os professores conversavam acerca de materiais pedagógicos.
Nada disse acerca de seus problemas emocionais.
55INTA EAD Português Instrumental
Há cerca de: indica um tempo já transcorrido.
Exemplo: Estivemos aqui há cerca de uns dez anos.
A cerca de: significa “a uma distância de”:
Exemplo: Campinas fica a cerca de uma hora de automóvel da capital.
A princípio / Em princípio
A princípio: significa no começo, inicialmente.
Exemplo: A princípio, sua sugestão pareceu-me boa, mas depois percebi que 
não era daquilo que precisávamos.
Em princípio: significa em tese, teoricamente.
Exemplo: Em princípio, sua sugestão é muito boa, vamos vê-la na prática.
Meio / Meia
Observe o emprego de meio e meia nestas frases:
O bebê comeu meio mamão e meia maçã. (adjetivo)
Pedro é meio tímido com os colegas de outras classes. (advérbio)
A professora ficou meio aborrecida com o resultado da avaliação dos alunos. 
(advérbio) 
A palavra meio pode ser adjetivo e advérbio. Quando adjetivo, tem o sentido 
de “metade” e concorda com o substantivo a que se refere. Quando advérbio, tem 
o sentido de “um pouco” e fica invariável, isto é, apresenta-se sempre no masculino 
e no singular.
Ela era “MEIA” louca. (ERRADO)
O CORRETO é MEIO: meio louca, meio distraída, meio irônica.
Ao invés de / Em vez de
Ao invés de: indica oposição, situação contrária.
Exemplo: Você devia ficar feliz, ao invés de triste.
56 Português Instrumental INTA EAD
Em vez de: indica substituição, troca:
Exemplo: Você devia ir ao teatro em vez de ir ao cinema.
E mais:
Para “MIM” fazer. (ERRADO) Mim não faz, porque não pode ser sujeito. 
O CORRETO é EU: para eu fazer, para eu dizer, para eu trazer.
Equívocos na escrita: 
1 - Nunca confunda tiver e tivesse com estiver e estivesse. 
Correto 
Quanto tiver voltado da Europa. 
Quando estiver satisfeito. 
Se tivesse saído mais cedo. 
Se estivesse em condições. 
2 - O subjuntivo de ser e estar é seja e esteja. 
CorretoQue seja feliz. 
Que esteja feliz.
E nunca
Que “esteje“ feliz.
Que “seje” feliz. 
3 - Ele é “de menor”. O de não existe.
Correto 
Ele é menor.
4 - Ela é “menas” egoísta que você. Não existe menas.
Correto 
Ela é menos egoísta que você. 
Ela é menos dedicada aos estudos.
57INTA EAD Português Instrumental
5 - Não confunda “ouve” com “houve”.
Fale alto porque ele “houve” mal. (ERRADO)
CORRETO 
Fale alto porque ele ouve mal.
6 - Fale sem “exitar”. Escreva certo: fale sem hesitar.
Êxito significa sucesso, enquanto hesitar indica estar indeciso, mostrar receio.
7 - O certo é exceção. (Veja outras grafias erradas e, entre parênteses, a 
forma correta: “paralizar” (paralisar), “beneficiente” (beneficente), “xuxu” (chuchu), 
“previlégio” (privilégio), “cincoenta” (cinquenta), “zuar” (zoar), “frustado” (frustrado), 
“calcáreo” (calcário), “advinhar” (adivinhar), “benvindo” (bem-vindo), “ascenção” 
(ascensão), “pixar” (pichar), “impecilho” (empecilho), “envólucro” (invólucro). 
8 - Quebrou “o” óculos. Concordância no plural: os óculos, meus óculos. Da 
mesma forma: Meus parabéns, meus pêsames, seus ciúmes, nossas férias, felizes 
núpcias. 
9 - Chegou “em” São Paulo. Verbos de movimento exigem a e não em: Chegou 
a São Paulo. / Vai amanhã ao cinema. / Levou os filhos ao circo. 
10 - A última “seção” de cinema. Seção significa divisão, repartição; sessão 
equivale a tempo de uma reunião, função: seção eleitoral, seção de esportes, seção 
de brinquedos; sessão de cinema, sessão de pancadas, sessão do congresso.
11 - O fato passou “desapercebido”. Na verdade, o fato passou despercebido, 
não foi notado. Desapercebido significa desprevenido.
12 - Ficou “sobre” a mira do assaltante. Sob é que significa debaixo de: Ficou 
sob a mira do assaltante. / Escondeu-se sob a cama. Sobre equivale a “em cima 
de” ou “a respeito de”: Estava sobre o telhado. / Falou sobre a inflação. E lembre-
se: O animal ou o piano têm cauda e o doce, calda. Da mesma forma, alguém traz 
alguma coisa e alguém vai para trás. 
13 - Eles “têm” razão. No plural, têm é escrito com acento; tem é a forma do 
singular. O mesmo ocorre com vem e vêm: Ele tem, eles têm; ele vem, eles vêm.
14 - A questão não tem nada “haver” com você. A questão, na verdade, não 
tem nada “a ver” ou nada que ver. Da mesma forma: Tem tudo “a ver” com você.
58 Português Instrumental INTA EAD
2.7. Sintetizando o que mudou com o novo 
acordo ortográfico.
ALFABETO
NOVA REGRA
COMPARE COM REGRA 
ANTERIOR
APLICAÇÃO NA NOVA 
REGRA
O K, W, Y foram 
introduzidos ao nosso 
alfabeto oficial. Portanto o 
alfabeto possui agora 26 
letras.
O K,W,Y não eram 
consideradas, de forma 
oficial, letras do nosso 
alfabeto.
Essas letras são usadas 
em nomes próprios, 
nomes de lugares, siglas, 
símbolos, em palavras 
estrangeiras.Vejamos os 
exemplos: Walter, Kuwait, 
Lady, W(watt ), km( 
quilômetro)... 
 
TREMA
NOVA REGRA
COMPARE COM REGRA 
ANTERIOR
APLICAÇÃO NA NOVA 
REGRA
Com o novo acordo não 
se usa mais o trema (¨) na 
Língua Portuguesa. Sinal 
que era colocado sobre 
a letra “u” para indicar 
seu uso na pronúncia dos 
grupos gue, gui, que, qui.
Sinal usado nos grupos 
gue, gui, que, qui, como 
os exemplos: cinqüenta, 
freqüência, bilíngüe.
Veja como fica agora: 
Cinquenta, frequência, 
bilíngue.
Agora não se usa mais 
o trema na Língua 
Portuguesa, porém 
mantém-se em nomes 
estrangeiros e derivados. 
Exemplos: Müller, 
mülleriano, Citroën...
59INTA EAD Português Instrumental
ACENTUAÇÃO GRÁFICA 
NOVA REGRA
COMPARE COM REGRA 
ANTERIOR
APLICAÇÃO NA NOVA 
REGRA
Nas palavras paroxítonas, 
os ditongos abertos (ei, 
oi) não recebem acento
Assembléia, alcalóide, 
idéia, heróico, paranóico.
Veja como fica agora: 
assembleia, alcaloide, 
ideia, heroico, paranoico
Importante: O acento, porém, ainda continua nos ditongos abertos de palavras 
oxítonas e monossilábicas, tais como: papéis, anéis, mongóis. Continua também o 
acento no ditongo aberto “eu” tal como nos exemplos a seguir: véu, chapéu. 
NOVA REGRA
COMPARE COM REGRA 
ANTERIOR
APLICAÇÃO NA NOVA 
REGRA
O hiato “oo” não será mais 
acentuado nas vogais 
tônicas fechadas.
Perdôo, vôo, povôo, 
abençôo, côo.
Perdoo, voo, povoo, 
abençoo.
O hiato “ee” não é mais 
acentuado na 3ª pessoa 
do plural do presente do 
indicativo de crer, dar, ler, 
ver e seus derivados.
crêem, dêem, lêem, vêem, 
relêem, revêem.
creem, deem, leem, veem, 
releem, reveem.
Com a nova regra, caiu 
o acento diferencial, que 
permanece somente em 
pôde (pretérito perfeito) e 
pôr (verbo)
Pára (verbo)
Pólo, pêlo (substantivo)
Pêra (substantivo)
Para (verbo),
polo, pelo (substantivo)
Pera (substantivo)
Importante: O acento diferencial é facultativo em “fôrma” para diferenciar de 
“forma”.
NOVA REGRA
COMPARE COM REGRA 
ANTERIOR
APLICAÇÃO NA NOVA 
REGRA
Não se acentua a letra “U” 
tônica nas formas verbais 
quando precedida de Q e 
G, seguido de E ou I. (gue, 
gui, que, qui)
Argúi, enxagúe, apazigúe, 
averigúe, obliqúe,
Argui, enxague, apazigue, 
oblique.
60 Português Instrumental INTA EAD
USO DO HÍFEN
NOVA REGRA
COMPARE COM REGRA 
ANTERIOR
APLICAÇÃO NA NOVA 
REGRA
O hífen continua usado 
nos prefixos, quando a 
palavra seguinte começa 
por “H”. Não se usa mais 
quando a palavra inicia-se 
por “R” ou “S”
Anti-herói, super-homem, 
supra-renal, anti-sala, 
ultra-sonografia e 
anti-social.
Anti-herói, super-
homem,suprarrenal, 
ultrassonografia, 
antissocial, antessala.
Importante: Em prefixos terminados por “r”, permanece o hífen se a palavra 
seguinte for iniciada pela mesma letra: hiper-realista, hiper-requintado, hiper- 
requisitado, inter-racial, inter-regional.
NOVA REGRA
COMPARE COM REGRA 
ANTERIOR
APLICAÇÃO NA NOVA 
REGRA
O hífen não é mais utilizado 
em palavra formada de 
prefixo, terminada em 
vogal e seguida por 
palavra acompanhada de 
vogal diferente.
Auto-escola, contra-
indicação, infra-estrutura, 
semi-aberto, semi-árido
Autoescola, 
contraindicação, 
infraestrutura, 
semiaberto, semiárido.
Usa-se o hífen quando o 
prefixo é terminado por 
uma vogal e a palavra 
seguinte é iniciada pela 
mesma vogal.
Microondas, microônibus, 
antiinflamatório, 
antiimperialista.
Micro-ondas, micro-
ônibus, anti-inflamatório, 
anti-imperialista.
Importante: No caso do prefixo “co” somente haverá hífen se o vocábulo 
começar por “h”. Exemplos: co-herói, co-herança, coautor, copiloto.
NOVA REGRA
COMPARE COM REGRA 
ANTERIOR
APLICAÇÃO NA NOVA 
REGRA
Com a nova regra não se 
usa mais 
Pára-quedas, pára-lama, 
pára-choques, vaga-lume, 
Paraquedas, paralama, 
parachoque, vagalume, 
61INTA EAD Português Instrumental
hífen em palavras 
compostas que pelo uso 
perderam a noção de 
composição.
manda-chuvas mandachuvas.
Importante: O uso do hífen permanece tanto em palavras compostas que 
não contêm elemento de ligação e constituem unidade sintagmática e semântica, 
mantendo o acento próprio, bem como naquelas que designam espécie botânica e 
zoológica: azul-claro, médico-cirurgião, conta-gotas, guarda-roupas, segunda-feira. 
 
CASOS EM QUE O USO DO HÍFEN PERMANECE 
 
PERMANECE EXEMPLOS
• Em palavras formadas pelos 
prefixos ex, vice, sem.
Ex-presidiário, vice-presidente, sem-terra.
• Com os prefixos “pan e circum”, 
se a palavra começar por “h”, 
vogal, “m” ou “n”
Pan-americano, circum-navegação, pan-
helenismo.
• Em palavras formadas com os 
prefixos que recebem acento ou 
til na sua composição
Pós-graduação, pré-natal, grão-mestre, recém-
nascido.
• Depois de “mal”, se a palavra 
seguinte começar por “h” ou 
“vogal”
Mal-educado, mal-estar
• “sub” recebe hífen se o 
vocábulo seguinte começar por 
h,r, ou b.
Sub-base, sub-hélice, sub-raça
Exceções: subumano, subumanidade
• Não existe mais hífen em 
locuções de qualquer tipo 
(substantivas, adjetivas, 
pronominais verbais, adverbiais, 
propositivas ou conjuntivas.)
Fim de semana, café com leite, sala de jantar, 
cartão de visita, cor de vinho.
Exceções: cor-de-rosa, água-de-colônia, 
mais-que-perfeito, pé-de-meia.
62 Português Instrumental INTA EAD
SEPARAÇÃO SILÁBICA EXEMPLOS
É importante compreender que 
no final da linha, na separação 
de uma palavra composta ou de 
uma combinação de palavras já 
existentes, repete-se o hífen na 
linha seguinte para que fique 
mais claro.
[(...)] o ex-
-presidente não foi avisado da reunião,
[(...)] vou convidá-
-lo para a festinha,
[(...)] o anti-
-inflamatório não serviu.
As dúvidas relacionadas à língua acontecem com 
frequência. É nessa perspectiva que o dicionário apresenta-
se como um instrumento imprescindível de aprendizagem de 
novas palavras, seja na hora de escrever, ler ou compreender. 
Portanto, sugerimos o dicionário da Academia Brasileira 
de Letras-ABL como fonte de pesquisa, contendo 381.000 
verbetes com as respectivas classificações gramaticais e outras 
informações conforme descrito no Acordo Ortográfico.
NOÇÕES TEXTUAIS PARA 
COMPREENSÃO DA LEITURA
3
Conhecimentos
Conhecer os fundamentos básicos para o entendimento de leitura.
Habilidades
Identificar os elementos textuais que envolvem a leitura e compreensão de textos.
Atitude
Adquirir a cultura do uso da linguagem as normas gramaticais da língua 
Portuguesa
64 Português Instrumental INTA EAD
65INTA EAD Português Instrumental
Características de um texto
A coerência textual é atributo imprescindível em qualquer tipo de texto. As frases 
precisam estar conectadas entre si para dar sentido e consistência ao texto. 
Identificamos a incoerência textual quando não se percebe a conexão de sentido 
entre as frases que organizam o texto. Outro fator é 
a ligação das frases por informações que recuperam 
passagens já ditas ou garantem a concatenação 
entre as partes. Assim, em “Não chove há vários 
meses; os pastos não poderiam, portanto, estar 
verdes”, o termo portanto põe uma relação de 
decorrência lógica entre as duas frases. 
Importante destacar: um conjunto de frases 
pode ser coerente mesmo quando sua organização tem outra forma de sentido. 
Analise o texto abaixo, de Carlos Drummond de Andrade.
O Que se Diz.
Que frio! Que vento! Que calor! Que caro! Que absurdo! Que bacana! Que 
tristeza! Que tarde! Que amor! Que besteira! Que esperança! Que modos! 
Que noite! Que graça! Que horror! Que doçura! Que novidade! Que susto! 
Que pão! Que vexame! Que mentira! Que confusão! Que vida! Que talento! 
Que alívio! Que nada! 
Assim em plena floresta de exclamações, vai-se tocando para frente.
 Percebe-se ausência de informações de ligação entre as partes no primeiro 
parágrafo, mas na última frase, “Assim, em plena floresta de exclamações, vai-se 
tocando pra frente", produz-se a unidade de sentido.
 O texto deixa de ser um amontoado aleatório de exclamações, adquirindo 
coerência e, dessa forma, mostrando o caráter estereotipado de nossa linguagem 
cotidiana.
 Outra característica de um texto é que ele é abalizado por dois brancos. Se o 
texto é um todo organizado de sentido, ele pode ser verbal (um conto, por exemplo), 
visual (um quadro), verbal e visual (um filme). 
Mas, em todos esses casos, será delimitado por dois espaços de não-sentido, 
dois brancos, um antes de começar o texto e outro depois. É o espaço em branco 
66 Português Instrumental INTA EAD
no papel antes do início e depois do fim do texto; é o tempo de espera para que o 
filme comece e o que está depois da palavra FIM; é o momento antes que o maestro 
levante a batuta e o momento depois que ele a abaixa.
O texto é produzido por um sujeito num dado tempo e num determinado espaço. 
Ler e compreender
Compreender um texto não implica, necessariamente, saber ler. Crianças ou 
adultos analfabetos compreendem muitas coisas, inclusive textos que são lidos para 
eles. Nesta disciplina tratamos da compreensão daquilo que lemos sem obter ajuda. 
Ler significa extrair o som da palavra. Compreender significa extrair o seu 
sentido. A compreensão tem vários níveis – compreendemos um mesmo texto 
com diferentes níveis de profundidade, por exemplo: podemos entender apenas as 
palavras de um texto ou as frases isoladas, mas não captamos o sentido. Podemos 
compreender apenas o sentido explícito: você escuta uma fábula e acha que é a 
história de dois animais, de suas personalidades, de suas falas. Podemos ainda 
ler um texto sem perceber o humor ou o contexto em que foi usada determinada 
palavra ou expressão. Há pessoas que até se ofendem ao encontrar palavras como 
negro, moleque ou mulherzinha num texto, sem levar em conta a situação em que 
foram escritas. 
Cada leitura comporta diferentes níveis, dependendo da capacidade de 
entendimento e crítica do leitor. O primeiro passo, no ensino da compreensão, é 
ajudar você a entender o que está no texto, seja ele de qual gênero for, e o que o 
autor quis comunicar. Mas isso não basta – para compreender um texto é preciso 
adotar desde o início uma postura crítica e avaliar o que foi escrito. Mas, para avaliar 
corretamente, é preciso antes entender o que está escrito e o contexto em que foi 
escrito. 
Cabe observar que as mesmas competências que servem para desenvolver 
a capacidade de compreensão de textos também servirão para ajudar no 
desenvolvimento das competências de escrita.
Sugerimos que você assista ao vídeo Interpretação de textos - Recursos 
Morfossintáticos, o qual trata dos recursos estruturais e gramaticais que fazem toda 
a diferença no processo de interpretação de textos.
67INTA EAD Português Instrumental
Tópicos para a compreensão de textos
Reunimos em cinco os fatores que comprometem nossa capacidade de 
compreensão de textos: fluência, vocabulário, uso de estratégias cognitivas, 
conhecimentos da estrutura da língua e conhecimento das características dos 
textos. 
Primeiro tópico: Fluência 
A fluência é a ponte que liga a leitura à compreensão dos textos. A fluência da 
leitura é avaliada por meio de três indicadores: 
• A velocidade de leitura (palavras por minuto);
• O número de erros (que deve ser inferior a 5% das palavras lidas);
• A prosódia, que se refere à entonação e ao ritmo de leitura.
Fica claro que a fluência é a ponte que liga a competência de ler com a competência 
de compreender. De um lado, a velocidade da leitura permite alimentar o cérebro 
com informações suficientes para relacionar o que está sendo lido com o que já 
foi lido na frase, no parágrafo ou no texto. Uma leitura incorreta ou muito lenta 
prejudica o funcionamento da memória de trabalho. Isso significa que quem tem 
dificuldade para ler precisa concentrar sua atenção e memória para decodificar ou 
decifrar o que está escrito. Como a memória de trabalho é muito limitada, não sobra 
espaço cognitivo para o leitor ativar os mecanismos que ajudam na compreensão. 
Se ele tentar fazer as duas coisas ao mesmo tempo, não irá conseguir, criando, dessa 
forma, uma sobrecarga cognitiva – como se fosse um curto-circuito. 
Por outro lado, a leitura fluente somente ocorre quando conhecemos a estrutura 
sintática da língua. É isso que permite ao leitor, por exemplo, mudar a entonação de 
uma palavra no início da frase quando esta termina com um ponto de interrogação. 
Segundo tópico: Vocabulário 
 O vocabulário é o maior preditor da capacidade de compreensão de um texto. 
Quanto mais vocabulário, informações e conceitos temos a respeito de determinado 
assunto, maior facilidade teremos para compreender um texto sobre esse assunto.
Ter um bom vocabulário não significa apenas conhecermuitas palavras, mas 
também identificar o sentido destas no contexto de uma leitura.
Neste viés, quanto mais palavras sabemos, com apreensão de sentido, maior é a 
nossa capacidade de conhecimento interpretativo.
68 Português Instrumental INTA EAD
Terceiro tópico: Estratégias Cognitivas 
A compreensão de textos, em particular, depende de várias competências. As 
mais importantes são: 
• O QI ou capacidade cognitiva geral
O coeficiente de inteligência (QI) é um forte indicador da capacidade das 
pessoas para lidar com conceitos abstratos, relacionar ideias e, especialmente, lidar 
com informações verbais – típicas dos livros e textos impressos. Pessoas com maior 
QI têm mais facilidade de compreensão de textos.
• Estratégias de metacognição
Metacognição refere-se ao controle da própria aprendizagem. No caso da 
leitura, trata-se da capacidade de ajustar a leitura aos objetivos propostos e à 
dificuldade do texto. Uma coisa é ler uma notícia de jornal para ter uma ideia do 
que está acontecendo, de forma rápida, “saltando pedaços”. Outra coisa é ler a 
mesma notícia para saber detalhes, por exemplo, se um amigo estava envolvido 
num acidente. Uma coisa é consultar a enciclopédia para buscar alguma informação 
sobre os dinossauros. Outra coisa é ler um texto para dar uma aula sobre os hábitos 
alimentares dos dinossauros, ou sobre as causas de sua extinção. 
• Estratégias específicas de compreensão de textos
Essas estratégias vão desde competências mais básicas como gostar de ler livros 
e textos impressos, incluindo habilidades como identificar o autor, título, índice, 
capa, , até habilidades mais complexas como identificar o tema principal, as partes 
de um texto, parágrafos que pertencem a determinado tema, os personagens e suas 
características.
Quarto tópico: Coerência e Coesão 
O conhecimento da estrutura da língua – especialmente dos elementos 
gramaticais responsáveis pela coerência e coesão de um texto – é essencial para 
assegurar a sua compreensão.
• Coerência 
A coerência refere-se à relação entre o todo de um texto e suas partes – das 
palavras na frase, das frases no parágrafo, dos parágrafos entre si. Refere-se, 
fundamentalmente, aos conteúdos abordados, tanto no que diz respeito à sua 
propriedade quanto à lógica e à ordem de apresentação das ideias. Um texto é 
coerente quando faz sentido e suas partes têm relação com o todo, com a intenção 
do autor.
69INTA EAD Português Instrumental
Alguns exemplos para identificar a coerência de um texto: 
• Se o texto começa “Era uma vez...”, ele deve usar verbos no passado, falar de 
castelos e dragões, e não de edifícios, carros ou naves espaciais;
• Se um texto técnico descreve a relação entre as fases da lua e o crescimento 
dos cabelos, ele deve falar sobre esses dois temas – e não sobre concursos 
de beleza ou tipos de tesoura;
• Se o autor diz que vai dar exemplo de países tropicais, o leitor deve esperar 
que este cite países abaixo da linha do Equador.
A coerência é verificada em aspectos como: organização, relação entre tema-
audiência-objetivo e continuidade temática. 
A organização ocorre na estrutura do texto, levando em consideração começo, 
meio e fim. 
Essa relação entre tema, audiência e objetivo deve ser tratada de forma compatível 
com a intenção do autor e com o tipo de leitura a que o texto se destina. 
E a continuidade temática quer dizer que todas as frases e parágrafos do texto 
devem estar extremamente relacionadas entre si. 
• Coesão
A coesão refere-se aos elementos linguísticos que o autor usa para ligar as partes 
do texto entre si e com o todo. Para que um “amontoado de frases” seja um texto é 
necessário que essas frases estejam ligadas umas às outras. O modo como às frases 
estão ligadas estabelece o sentido do texto, tornando-o coerente. Isso vale também 
para a estrutura interna de uma frase – como as palavras se relacionam entre si – e 
para a relação dos parágrafos dentro do texto. Os elementos coesivos podem ser 
classificados de acordo com funções básicas: referencial e sequencial.
Assista ao vídeo Coesão e Coerência textuais para aumentar oportunidade de 
aprender os elementos da quarta chave: coesão e coerência.
No que concerne ao assunto supracitado, observe também a descrição feita na 
tabela abaixo:
Tipo Recurso
ELEMENTOS
LINGUÍSTICOS
EXEMPLOS
70 Português Instrumental INTA EAD
Referência
Substituição
Pronomes
João passou de ano. 
ELE é estudioso.
Verbos
João estuda muito. 
Maria FAZ o mesmo.
Advérbios
João adora a escola. 
Lá ele aprende muito.
Numerais
João e Maria 
passaram de 
ano. AMBOS são 
estudiosos.
Reiteração
Repetição 
lexical
Ivani ilustrou o LIVRO. 
Que LIVRO bonito!
Sinônimos
Ana vendeu seu 
último QUADRO. 
Era sua OBRA mais 
importante.
Hipônimos
Os GATOS arrepiaram. 
Eram ANIMAIS bravos.
Hiperônimos
Ana adora FRUTAS. 
Come MAÇÃ 
diariamente.
Sequencial
Temporal
Encadeamento
Foi à escola DEPOIS 
do trabalho.
Elementos 
indicadores de 
tempo
ONTEM fui ao cinema, 
HOJE irei ao teatro.
Tempos verbais
SAIU cedo e VOLTARÁ 
tarde.
Por conexão
Conjunções
Passou de ano 
PORQUE estudou 
muito.
Preposições
Tirou DA mesa e 
colocou NA estante.
71INTA EAD Português Instrumental
Tipos e Gêneros Textuais: 
uma real proximidade
Até que ponto gêneros e tipos textuais podem ser aproximados? Comunicar-se 
parece, a princípio, algo simples para qualquer indivíduo. No entanto, durante esse 
processo realizado automaticamente, não se questiona a sequência de passos a 
percorrer para que se realize o ato complexo de comunicação por meio da língua.
A comunicação seria extremamente difícil se, como diz Bakhtin (1997), os 
indivíduos não dominassem os gêneros do discurso e tivessem que criá-los no 
processo de fala. As dificuldades da criação de um gênero a cada construção de 
um enunciado de modo totalmente livre seriam sentidas na perda da agilidade do 
processo. Daí ser necessário admitir, conforme o teórico supracitado, que a língua se 
realiza por meio de enunciados (orais ou escritos). Dadas as diferentes situações de 
uso, os enunciados vão sendo agrupados em tipos - de acordo com a finalidade - e 
ensinados de forma a levar o aprendiz a tomar conhecimento dos diferentes tipos e 
a usá-los de acordo com os objetivos que têm em mente (PASQUIER e DOLZ, 1996). 
Os enunciados - agrupados - são usados em toda e qualquer atividade 
humana. Essas atividades se caracterizam por condições especiais de atuação e por 
objetivos específicos, e, sendo inúmeras, cada esfera de atividade desenvolve tipos 
relativamente estáveis de enunciados que passam a ser comumente associados a 
elas. Mesmo variando em termos de extensão, conteúdo e estrutura, os enunciados 
conservam características comuns, por isso são considerados tipos relativamente 
estáveis. Bakhtin (1997) chama de gêneros de discurso esses tipos estáveis de 
enunciados. Vale ressaltar que o termo gênero normalmente é associado aos estudos 
literários, daí a tendência, nos estudos linguísticos, para o uso da expressão “tipos 
de texto”, considerada mais neutra (Silva, 1995). 
O termo “tipo de texto” aqui usado refere-se à intenção comunicativa do autor, 
isto é, as razões pelas quais as pessoas escrevem. Sem esgotar todas as intenções 
dos possíveis autores, podemos identificar as razões principais para escrever e que, 
dessa forma, circunscrevem os tipos mais usados: 
• Narrativo: Narra, conta histórias. 
• Informativo: Informa. 
• Persuasivo: Convence. 
• Procedimental: Explica um procedimento, como se faz. 
• Poema: Emociona, sensibiliza. 
• Dissertação: Opinião sobre o assunto
72 Português Instrumental INTA EAD
Texto Narrativo
Definição
O texto narrativo pode ser literário (quando se aproxima da função expressiva 
– embora o valor

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