Buscar

CADERNO DIDÁTICO

Prévia do material em texto

PÓS-GRADUAÇÃO 
PÓS-GRADUAÇÃO 
PÓS-GRADUAÇÃO
PÓS-GRADUAÇÃO 
PÓS-GRADUAÇÃO 
CURSOS DE PÓS-GRADUAÇÃO
Caderno Didático
Práticas Pedagógicas com 
uso de material impresso
Andressa da Costa Farias
2014
MATERIAL
 IMPRESSO
 E GÊNEROS
 TEXTUAIS
E S P E C I A L I Z A Ç Ã O
Mídias na 
Educação
F224m Farias, Andressa da Costa
 Material impresso e gêneros textuais / Andressa da 
 Costa Farias. – 2. ed. rev. – Florianópolis : IFSC, 2013. 
 50 p. : il. ; 28 cm
 
 
 Inclui Bibliografia.
 ISBN: 978-85-64426-53-5
 
 1. História da escrita. 2. Gêneros textuais. I. Título. 
 
 
 
 CDD: 411
 
2014, Instituto Federal de Santa Catarina - IFSC. 
2ª Edição adaptada ao novo projeto gráfico e instrucional do 
Departamento de Educação a Distância - EaD - IFSC.
Esta obra está licenciada nos termos da Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual
4.0 Brasil, podendo a OBRA ser remixada, adaptada e servir para criação de obras derivadas, desde que com fins
não comerciais, que seja atribuído crédito ao autor e que as obras derivadas sejam licenciadas sob a mesma licença.
 Catalogado por: Laura da Rosa Bourscheid CRB14/983
Departamento de Educação a Distância
Créditos do Livro
FICHA TÉCNICA E INSTITUCIONAL 
[ Reitoria ]
Maria Clara Kaschny Schneider
[ Pró-Reitoria ]
Daniela de Carvalho Carrelas
[ Chefia do Departamento de Educação a Distância - EaD/IFSC ]
Paulo Roberto Weigmann
[ Coordenação do Curso de Especialização em Mídias na Educação ]
Ilson Gripa
[ Coordenação - Produção de Materiais Didáticos - EaD/IFSC ] 
Ana Karina Corrêa
[ Projeto Gráfico e Instrucional - Livros didáticos - EaD/IFSC ] 
Aline Pimentel 
Carla Peres Souza
Daniela Viviani
Elisa Conceição da Silva Rosa
Sabrina Bleicher
EDIÇÃO 2014
[ Conteúdo ]
Andressa da Costa Farias
[ Design Gráfico ] 
Rafael Martins Alves
[ Design Instrucional ] 
Daiana Silva
[ Capa e Editoração Eletrônica ]
Rafael Martins Alves
[ Revisão Gramatical ] 
Sandra Beatriz Koelling
[ Infográficos ] 
Luciano Adorno
[ Tratamento de imagens ] 
Rafael Martins Alves
[ Imagens ] 
Wikimedia Commons
<http://commons.wikimedia.org/>
Stock.XCHNG
<http://www.sxc.hu/>
<www.creativecommons.org/>
<www.flickr.com/>
Prezado estudante, 
Seja bem-vindo!
O Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC), preocupado em 
transpor distâncias físicas e geográficas, percebe e trata a 
Educação a Distância como uma possibilidade de inclusão. No 
IFSC são oferecidos diferentes cursos na modalidade a distância, 
ampliando o acesso de estudantes catarinenses, como de 
outros estados brasileiros, à educação em todos os seus níveis, 
possibilitando a disseminação do conhecimento por meio de seus 
campus e polos de apoio presencial conveniados. 
Os materiais didáticos desenvolvidos para a EaD foram pensados 
para que você, caro aluno, consiga acompanhar seu curso 
contando com recursos de apoio a seus estudos, tais como 
videoaulas, ambiente virtual de ensino aprendizagem e livro 
didático. A intenção dos projetos gráfico e instrucional é manter 
uma identidade única, inovadora, em consonância com os avanços 
tecnológicos atuais, integrando os vários meios disponibilizados e 
revelando a intencionalidade da instituição.
Bom estudo e sucesso! 
Equipe de Produção dos Projetos Gráfico e Instrucional 
Departamento EaD/IFSC
Sumário
Material Impresso e 
Gêneros Textuais
1 Histórico da escrita e sua relação com a civilização 07
2 Gêneros textuais - orais, impressos e digitais 17
3 Gêneros textuais da mídia impressa e da mídia digital 39
4 Leitura e produção de textos a partir do gênero textual 47
Considerações Finais 63
Sobre a autora 64
Referências 65
A unidade curricular de 
Material impresso e gêneros 
textuais a requer um talento especial de quem a 
Prezado(a) estudante,
É uma grande satisfação dar início a este estudo sobre Material Impresso e 
Gêneros Textuais. 
Nesta unidade curricular você verá temas que se referem ao texto em 
si, discutindo e analisando os diferentes gêneros em que ele pode ser 
apresentado. O material que você lê agora, por exemplo, trata-se de um 
gênero textual chamado livro didático. Toda publicação impressa ou digital tem 
um propósito (conteúdo) e um público-alvo (leitores). Não é difícil você supor 
que o propósito deste livro remeta a objetivos como: formação acadêmica, 
informação, instrumentalização etc. E é fácil identificar também o público, 
não é mesmo? O único motivo de existência deste material é o fato de ele 
possuir leitores que são os alunos do Curso de Pós-Graduação em Mídias na 
Educação, como você!
Notou a importância de identificar as funções e fundamentos que toda 
publicação possui? Para tanto, o seu estudo iniciará com a abordagem da 
noção e histórico da escrita e seus desdobramentos até a atualidade.
Posteriormente, você conhecerá os gêneros textuais e seus diversos meios 
de publicação, seja impresso ou digital. Para finalizar, a proposta é que você 
identifique de que maneira pode envolver ou aplicar tais conceitos e noções ao 
seu próprio trabalho pedagógico/docente.
Aproveite bem os conteúdos!
Andressa da Costa Farias
Histórico da 
escrita e sua 
relação com 
a civilização
MATERIAL IMPRESSO E GÊNEROS TEXTUAIS UNIDADE 1
Andressa da Costa Farias 
A escrita é uma tecnologia muito importante. Se não houvesse a 
escrita, imagine como seriam difíceis a comunicação e a orientação 
na sociedade. É através da escrita que recebemos formação, instrução 
e orientação. A leitura do que está escrito nas placas das cidades, na 
bula do remédio, na apostila, nos jornais (sejam impressos ou digitais), 
nos livros, torna a vida das pessoas mais fácil e organizada. Mas você 
já parou para pensar como surgiu a escrita? Esse será o assunto desta 
unidade. Boa leitura!
Histórico da escrita e sua relação 
com a civilização
Aspectos históricos da escrita
Historicamente, a escrita nasceu da necessidade de fixar a 
linguagem articulada, ou seja, fixar o que foi dito ou falado para 
que seja lembrado posteriormente. Ou seja, a escrita nasceu da 
necessidade do homem de registrar os contos orais, os mitos, as 
histórias, as descobertas, as conquistas de território e as conquistas 
materiais. Nesse sentido, a história da escrita está intimamente 
ligada aos avanços da humanidade.
Há quem afirme que a história da humanidade se divide em antes e 
a partir da escrita. 
Na pré-história, o homem sinalizava a sua comunicação através 
de desenhos feitos nas cavernas. Segundo Higounet (2003), esse 
tipo de representação se chamava pintura rupestre. Através dela 
era possível trocar mensagens, expressar ideias e desejos. Mas 
a escrita propriamente dita surgiu na Mesopotâmia, por volta de 
4000 a.C., através dos sumérios, que desenvolveram a escrita 
cuneiforme. Para fixar o que estava escrito, usavam-se placas de 
argila como suporte.
Histórico da escrita e sua relação com a civilização 9
Na mesma época, os egípcios antigos também desenvolveram a 
escrita. Esta podia ser expressa de duas formas: a demótica e a 
hieroglífica. 
A primeira era mais simples e a outra, mais elaborada, formada por 
desenhos e símbolos.
Desde o princípio da nossa era, o papiro, o pergaminho e o papel 
são os registros materiais mais comuns da escrita. Em relação ao 
tempo histórico, o papiro foi utilizado na Antiguidade; o pergaminho, 
na Idade Média. O papel tem origem chinesa e foi introduzidono 
ocidente através do mundo árabe, a partir do século XI.
Além desses, historicamente, foram diversos os instrumentos 
usados para fixar a escrita. Podemos citar a pedra, o tijolo, cacos 
de cerâmica, o ferro, o osso, o vidro, o bronze, uma variedade de 
outros metais, madeira, cascas de árvores, folhas de palmeira, tela, 
seda, peles de animais, tecido e, mais recentemente, os editores 
de textos digitais, que podem ser impressos através do papel ou 
visualizados por meio de uma tela digital.
Foi a partir do desenvolvimento do alfabeto que a escrita começou 
a ser melhor sistematizada. Saiba mais, a seguir. 
Fonte dos dados desta infografia: Fonte dos dados desta infografia: 
A escrita surgiu da necessidade de registrar a fala humana. 
A busca por códigos específicos de fixação oral determinou 
a origem do alfabeto, que pode ser definido como um 
sistema de sinais que exprimem os sons da linguagem 
humana, e apareceu por volta de 2000 a.C.
 
Na região do Oriente Médio, surgiu o primeiro alfabeto a 
ser usado em grande escala: o alfabeto fenício.
É possível citar diversos tipos de alfabeto, desde o seu 
surgimento. 
A origem da palavra alfabeto vem do 
latim alphabetum, formado com os 
nomes das duas primeiras letras do 
alfabeto grego, alpha e beta.
Há outros tipos de alfabetos que foram 
inventados e utilizados pela humanidade. 
Posteriormente você saberá mais sobre a 
origem e utilização do alfabeto latino. 
Além dos alfabetos há povos que 
utilizaram sistemas silábicos.
Entre as escritas sul-arábicas, etíopes e 
indianas aparecem os sistemas silábicos 
etíopes, sistema silábico brahmi, sistema 
silábico nagari. Tais sistemas possuem em 
comum a representação gráfica de letras 
através de notações especiais.
Alfabeto árabe
Alfabeto grego 
Alfabeto hebraico 
Alfabeto fenício
Alfabeto ugarítico
As origens 
do alfabeto
Histórico da escrita e sua relação com a civilização 11
A escrita latina
Você sabia que o português brasileiro deriva da escrita latina? Isso 
mesmo! Conforme Higounet (2003), acredita-se que esta escrita 
chegou até nós no fim do século VI ou início do século VII a.C. São 
inscrições da pedra negra do antigo fórum romano, descobertas 
em 1899. Posteriormente, houve outros textos gravados e mais 
longos, encontrados em Roma e no Lácio, datados do século IV ao 
século VI a.C. Nessa escrita prevalece a orientação para a direita. 
Os caracteres dos primeiros documentos latinos não deixam dúvida 
sobre a derivação de um alfabeto grego ocidental.
O progresso do alfabeto latino
Antes de apresentar e discorrer sobre o alfabeto latino é preciso 
deixar claro que, em relação à forma, o alfabeto grego tem origem 
oriental, enquanto o alfabeto latino tem origem ocidental.
O alfabeto latino foi completamente constituído no século I a.C., 
com suas 23 letras.
Segundo Higounet (2003), é importante destacar que a questão 
política está intimamente relacionada com a difusão do alfabeto 
latino, pois seu uso e expansão se devem ao fato de se tornar o 
alfabeto do povo vencedor, que o impôs inicialmente à Península 
Itálica, depois a todo o Ocidente antigo, sua língua e sua escrita. É 
um alfabeto grego ocidental transformado, por uma forte influência 
etrusca, em um dos alfabetos itálicos.
O surgimento do alfabeto latino no século I tende a marcar o final 
da primeira e longuíssima fase da história da escrita em relação 
a sua gênese e constituição. A utilização desse alfabeto alcança 
uma grande variedade de línguas, sendo a Europa Ocidental o seu 
centro histórico. O uso do alfabeto latino se estende às Américas, 
ao mundo oceânico e a todo o hemisfério austral e, na África do 
Norte, disputa com a escrita árabe. Estima-se que a população e 
os países que o utilizam somem um total de cerca de dois bilhões 
de indivíduos.
Conforme Medeiros (2006), em 1500, o tupi (tupinambá) era a 
língua falada no litoral brasileiro. Com a colonização do Brasil pelos 
portugueses, a partir de 1757, uma Provisão Real proibiu o uso do 
tupi na colônia. A Carta que Pero Vaz de Caminha escreveu ao Rei 
Fonte dos dados desta infografia: Fonte dos dados desta infografia: 
A escrita surgiu da necessidade de registrar a fala humana. 
A busca por códigos específicos de fixação oral determinou 
a origem do alfabeto, que pode ser definido como um 
sistema de sinais que exprimem os sons da linguagem 
humana, e apareceu por volta de 2000 a.C.
 
Na região do Oriente Médio, surgiu o primeiro alfabeto a 
ser usado em grande escala: o alfabeto fenício.
É possível citar diversos tipos de alfabeto, desde o seu 
surgimento. 
A origem da palavra alfabeto vem do 
latim alphabetum, formado com os 
nomes das duas primeiras letras do 
alfabeto grego, alpha e beta.
Há outros tipos de alfabetos que foram 
inventados e utilizados pela humanidade. 
Posteriormente você saberá mais sobre a 
origem e utilização do alfabeto latino. 
Além dos alfabetos há povos que 
utilizaram sistemas silábicos.
Entre as escritas sul-arábicas, etíopes e 
indianas aparecem os sistemas silábicos 
etíopes, sistema silábico brahmi, sistema 
silábico nagari. Tais sistemas possuem em 
comum a representação gráfica de letras 
através de notações especiais.
Alfabeto árabe
Alfabeto grego 
Alfabeto hebraico 
Alfabeto fenício
Alfabeto ugarítico
As origens 
do alfabeto
Dom Manuel de Portugal, em 21 de abril de 1500, ao se dar conta 
da “terra nova”, é considerada um dos primeiros documentos 
oficiais do Brasil.
Os índios que aqui estavam não dominavam a tecnologia da escrita 
e tudo o que foi registrado é contado na Carta sob o ponto de vista 
de um europeu. E é o que se sabe desse encontro entre dois povos 
tão distintos. Você percebeu a importância e a dimensão histórica 
que o registro escrito pode alcançar? Veja, a seguir, alguns trechos 
interessantes da Carta de Pero Vaz de Caminha para sua reflexão.
A feição deles é parda, algo avermelhada; de bons rostos e 
bons narizes.
Em geral são bem feitos. Andam nus, sem cobertura alguma. 
Não fazem o menor caso de cobrir ou mostrar suas vergonhas, 
e nisso são tão inocentes como quando mostram o rosto. [...] 
(CASTRO, 2007, p. 91).
Parece-me gente de tal inocência que, se nós entendêssemos 
a sua fala e eles a nossa, seriam logo cristãos, visto que não 
tem nem entendem crença alguma, segundo as aparências.
[...]
Eles não lavram e nem criam. Nem há aqui boi ou vaca, 
cabra, ovelha ou galinha, ou qualquer outro animal que 
esteja acostumado ao convívio com o homem. E não comem 
nada senão deste inhame, de que aqui há muito, e dessas 
sementes e frutos que a terra e as árvores de si deitam. E 
com isto andam tais e tão rijos e tão nédios que o não somos 
nós tanto, com quanto trigo e legumes comemos. (CASTRO, 
2007, p.111).
As águas são muitas e infindas. E em tal maneira é graciosa 
que, querendo aproveitá-la, tudo dará nela, por causa das 
águas que tem.
Porém, o melhor fruto que dela se pode tirar me parece que 
será salvar esta gente. E esta deve ser a principal semente 
que Vossa Alteza nela deve lançar. (CASTRO, 2007, p.116).
Conforme Castro (2007), com a chegada de imigrantes da 
metrópole (Portugal) para a colônia, a partir de 1759 o português 
já era o idioma oficial das terras que se chamariam Brasil. Porém, 
é importante destacar que o português de Portugal é diferente do 
português brasileiro. Esse último recebeu muitas influências da 
linguagem indígena e africana. Dessa forma, o português brasileiro 
“herdou” palavras como mandioca, caju, abacaxi, tatu etc. (de 
[ De certo modo, a língua 
portuguesa no Brasil também foi 
uma imposição do povo colonizador 
ao povo colonizado, ou seja, dos 
portugueses aos brasileiros. Essa 
imposição se revela no fato de ser 
a língua portuguesa a oficial no 
país. Nesse sentido, a língua adquirea dimensão de poder quando, 
por motivos históricos e sociais, é 
difundida e adotada. ] 
[ SAIBA MAIS ]
Para ler na íntegra a carta de Pero 
Vaz de Caminha, acesse o site da 
culturabrasil.org e boa pesquisa!
Histórico da escrita e sua relação com a civilização 13
origem indígena) e outras como moleque, samba, caçula (origem 
africana), entre tantas outras.
A escrita mecânica
A invenção da imprensa fez nascer a grafia mecânica, que permitiu 
a reprodução quase ilimitada de letras sempre idênticas e, assim, 
fixou os caracteres em categorias de base que não mudaram 
desde então. Conforme Higounet (2003), no ocidente, as primeiras 
tentativas de impressão tipográfica datam do ano de 1440 na 
Holanda e depois em Estrasburgo. Sua invenção foi levada a cabo 
por Johannes Gutenberg, por volta de 1450 em Mainz.
A invenção da imprensa é o maior acontecimento da 
história. É a revolução mãe... é o pensamento humano que 
larga uma forma e veste outra... é a completa e definitiva 
mudança de pele dessa serpente diabólica que, desde 
Adão, representa a inteligência.
Victor Hugo, Nossa Senhora de Paris, 1831. (CECCHINI, 
2013).
Assim sendo, além da escrita manuscrita, houveram diversas 
máquinas que auxiliaram na reprodução da escrita: tipografia, 
máquina de escrever e, mais recentemente, o computador e todos 
os aparelhos tecnológicos em que esse recurso está acoplado. 
Logo, a escrita na atualidade se difundiu a partir de uma ampla 
possibilidade de instrumentos que permitiram sua materialização.
A escrita hoje
Atualmente, muito se discute sobre o uso de equipamentos de 
publicação da escrita virtual, ou seja, sobre a possibilidade dessa 
escrita vir a substituir a escrita de publicação impressa. Indaga-se 
sobre o fim dos livros, jornais e revistas impressas em decorrência 
do crescimento dos portais de notícias, e-books e revistas virtuais, 
[ SAIBA MAIS ]
Para compreender melhor a 
influência do tupi na língua 
portuguesa brasileira, que tal buscar 
na Internet o vídeo: Idioma brasileiro 
- Constituição do idioma brasileiro, 
influência do tupi, imposição 
portuguesa, palavras indígenas? 
Amplie seus conhecimentos!
[ SAIBA MAIS ]
Para saber mais sobre a história da 
escrita e das técnicas de impressão, 
acesse o site da Casa do Manuscrito. 
Boa leitura!
haja vista a disseminação da internet. Apesar de muito se pensar 
na possibilidade da substituição do impresso pelo digital, não 
se tem comprovação do fato, uma vez que uma tecnologia não 
substitui a outra.
O que é fato é que a escrita tem um grande valor social. Os gêneros 
da escrita se sobrepõem aos demais modos de comunicação. 
O indivíduo detentor da habilidade de leitura e escrita possui 
valorizações específicas na sociedade que se traduzem através de 
diplomas dentro do percurso escolar e, posteriormente, profissional.
É por esse motivo que a instituição escola adquire tamanha 
importância.
E é por isso também que, sobretudo a partir do século XVI, se 
universalizou como norma obrigatória a tarefa de primeiro fazer 
com que os estudantes aprendam a ler e a escrever. 
[ LEITURA COMPLEMENTAR ]
Que tal ampliar seus conhecimentos 
sobre a história da Internet? Acesse o 
site da A.I.S.A – História da Internet. 
Para saber mais sobre livros e e-books, 
você também pode assistir ao vídeo: 
Livros versus E-book. Boa pesquisa!
Histórico da escrita e sua relação com a civilização 15
Já é consenso também que a habilidade de decodificação da 
escrita é de suma importância para o acesso aos mais variados 
conhecimentos científicos e compreensão desses conhecimentos. 
Por isso, não deve ser tarefa de uma disciplina como a de Português 
ou Comunicação a ênfase na escrita e na leitura. Todas as áreas do 
conhecimento devem primar por essa habilidade. 
Ela deve ser interdisciplinar. Assim, surgiram as discussões sobre 
os Novos Estudos de Letramento.
A contribuição dos Novos Estudos 
de Letramento
Diversos teóricos embasam discussões sobre os novos estudos de 
letramento, tais como: Heath (1982), Street (2003), Gee (1994), Soares 
(2003), Kleiman (2005), entre outros. Esses estudos, conhecidos 
com uma abordagem sociocultural, procuram mostrar que as 
habilidades letradas podem ser adquiridas independentemente do 
contexto social no qual as pessoas vivem.
No Brasil, há diversos estudiosos, como Soares (2003), 
Kleiman (2005), entre muitos outros, que se debruçam sobre a 
linguagem e mostram-se sensíveis ao que os Novos Estudos de 
Letramento (NLS) têm descoberto. Esses autores desenvolvem ou 
desenvolveram suas pesquisas nessa perspectiva. Entre os vários 
temas de discussão dos NLS está o próprio termo letramento e o 
seu significado.
Segundo Kleiman (2005), letramento é um conceito que vai além do 
usado na escola. Está presente no cotidiano, já que as paisagens 
estão permeadas pela escrita através de anúncios, cartazes, 
legendas de transporte urbano e evidenciam, desse modo, os 
múltiplos espaços que a escrita ocupa na sociedade. Logo, segundo 
a mesma autora, o conceito de letramento surge como uma forma 
de explicar o impacto da escrita em todas as esferas de atividades 
e não somente nas atividades escolares. Esse conceito já entrou 
no discurso escolar através de documentos como os Parâmetros 
Curriculares Nacionais (PCNs), que discutem os currículos no país.
A partir desse conceito surgem a análise e a discussão da presença 
dos diversos gêneros textuais que são utilizados na sociedade. 
Esse é o tema que você conhecerá na próxima unidade.
[ SAIBA MAIS ]
Para saber mais sobre os PCNs, acesse 
o site do Ministério da Educação (MEC). 
Boa leitura!
Nesta primeira unidade você estudou uma retrospectiva histórica 
da importância e do surgimento da escrita. Também foi possível 
conhecer os mais variados tipos de alfabetos existentes no 
mundo, com destaque para o alfabeto latino, já que foi a partir 
dele a derivação do português brasileiro. Também discutiu-
se a possibilidade da publicação digital superar a impressa e o 
quanto a habilidade de escrita e leitura é importante para definir 
o posicionamento social dos indivíduos. Por fim, foi abordada a 
emergência do que se discute nos Novos Estudos de Letramento e 
que culminará na investigação sobre os gêneros textuais, tema da 
próxima unidade.
[ ATIVIDADE ]
Antes de seguir para o estudo da 
próxima unidade, reflita e responda o 
que lhe vem à mente em relação ao 
conceito de gênero textual. A carta 
de Pero Vaz de Caminha pode ser 
classificada como um gênero textual? 
Já ouviu ou leu sobre tal conceito 
antes? Se não, escreva o que lhe 
sugere a pergunta (sem pesquisa 
prévia) e discuta a sua resposta com os 
outros colegas quando estiver no polo 
presencial, através das redes sociais ou 
ainda via fórum no AVEA.
Gêneros 
textuais 
- orais, 
impressos e 
digitais
MATERIAL IMPRESSO E GÊNEROS TEXTUAIS UNIDADE 2
Nesta unidade você estudará o texto a partir do enquadramento 
teórico de gêneros textuais; conhecerá a sistematização do conceito 
de gêneros textuais, exemplos do uso no cotidiano social e possíveis 
aplicações no ambiente didático e escolar.
Andressa da Costa Farias 
Gêneros textuais - orais, 
impressos e digitais
O texto dentro da noção de 
gêneros textuais
A recente formação de um novo paradigma para o ensino da 
língua materna fez com que se reconhecessem os gêneros textuais 
dentro da instituição escola. Houve um acolhimento do texto como 
representando gêneros. E tal realidade fez com que o ensino 
escolar englobasse, além dos textos literários e dos textos de 
gêneros exclusivamente escolares, também aqueles outros textos 
pertencentes a outros domínios discursivos, gêneros que circulam 
nas práticas sociais, fora das paredes da escola.
Contribuíram significativamente para esse fato os estudos da 
sociolinguísticae a teoria dos gêneros. Estes estudos enfatizam 
que a linguagem é um sistema mediador de todos os discursos. 
Isso faz com que haja a necessidade e relevância de práticas 
educacionais que façam uso dos diferentes gêneros sociais para 
um letramento adequado ao contexto na atualidade. Você deve 
estar se perguntando: como o conceito de gênero textual surgiu?
Para essa resposta, buscamos Meurer & Motta-Roth (2002) para 
enfatizar que a linguagem é, sobretudo, uma situação comunicativa 
que segue três aspectos básicos: sobre o que se fala, com quem se 
fala e como se fala, que são definidores do contexto e que dependem 
de uma determinada atividade. A consciência desses três aspectos 
do uso articulado da linguagem para alcançar determinados 
objetivos expande o repertório de gêneros discursivos disponíveis 
culturalmente. Uma definição mais detalhada pode ser considerada 
como:
Ao servir de materialidade textual a uma determinada 
interação humana recorrente em um dado tempo e espaço, 
a linguagem se constitui como gênero. A partir de Bakhtin 
(1986), gênero é pensado como um evento recorrente de 
comunicação em que uma determinada atividade humana, 
envolvendo papéis e relações sociais, é mediada pela 
linguagem. É responsabilidade central do ensino formal o 
desenvolvimento da consciência sobre como a linguagem se 
articula em ação humana sobre o mundo através do discurso 
ou, como preferimos chamar, em gêneros textuais. (MEURER; 
MOTTA-ROTH, 2002, p. 12).
Os gêneros textuais permeiam o mundo contemporâneo e, para 
sermos cidadãos críticos e conscientes de nosso papel, é preciso 
saber fazer uso das diversas possibilidades existentes por meio 
da comunicação mediada por textos. São diversos os exemplos 
práticos disso. Uma reclamação formal da linha telefônica pode 
exigir do usuário que ele redija uma carta de reclamação.
Um evento marcante na cidade pode gerar um artigo de opinião 
que deve ser encaminhado à caixa de correio ou ao e-mail do 
jornal de maior circulação na cidade. A devolução de valores pagos 
indevidamente é solicitada através da comprovação de um atestado 
de valores gastos. O anúncio de um produto ou serviço num 
panfleto impresso ou de um banner digital pode ser um instrumento 
de barganha para compra quando o consumidor vai à loja. Enfim, 
muitos são os exemplos da comunicação mediada por texto. No 
meio acadêmico, há muitos gêneros textuais importantes para 
que o estudante consiga seu tão almejado diploma. Em um curso 
de graduação, geralmente só é possível se formar depois de ter 
desenvolvido uma monografia ou trabalho de conclusão de curso 
(TCC). No mestrado, o texto final do curso chama-se dissertação. 
E, para conseguir o grau de doutor, só com uma tese. 
[ SAIBA MAIS ]
Confira as dicas de leitura, a seguir, 
para ampliar seus conhecimentos sobre 
sociolinguística. 
BAGNO, Marcos. O preconceito 
linguístico: como é, como se faz. São 
Paulo: Ed. Loyola, 1999.
BAGNO, Marcos. A língua de Eulália. 
São Paulo: Ed. Contexto, 2004.
Pesquise também pelo termo 
sociolinguística, no site do E-dicionário 
de termos literários, de Carlos Ceia. 
Características básicas dos 
gêneros textuais
Para esclarecer algumas características básicas dos gêneros 
textuais, no Dicionário de Gêneros Textuais, Costa (2009) apresenta 
os gêneros primários da oralidade humana, como a conversação, 
o diálogo, as negociações orais, as piadas contadas, os “causos”, 
as palestras proferidas e tudo que é enunciado por meio da voz. 
“Bakhtin chama de enunciado de gênero primário”. (COSTA, 2009, 
p.16). Mas como pode ser compreendido o gênero primário? No 
enfoque enunciativo-discursivo, um enunciado de gênero primário 
é compreendido na relação com o contexto imediato, onde ocorre 
a ação comunicativa.
Já os diálogos escritos presentes em romance, conto, novela, 
peça de teatro, entrevista publicada em jornal, revista, são atos 
de conversação “tomados emprestados” da esfera do cotidiano 
Geralmente todos os gêneros textuais possuem uma estrutura 
específica com número mínimo e máximo de páginas, configuração 
de margens, fontes etc. O próprio desenvolvimento deste livro 
representa um gênero textual específico dentro do contexto do 
Ensino a Distância. Ele constitui os chamados materiais didáticos 
de apoio, neste caso impresso e, posteriormente, digital, através 
do Ambiente Virtual de Ensino-Aprendizagem (AVEA), no Moodle.
Gêneros Textuais - orais, impressos e digitais 21
para a esfera púbica. A interlocução não é mais imediata, logo, as 
condições de produção do discurso se tornam secundárias e mais 
complexas. Temos o que Bakhtin chamou de enunciado de gênero 
secundário.
Há outros exemplos de gêneros secundários emergentes e 
muito atuais encontrados na internet. Constituem-se pelas novas 
finalidades discursivas que remetem a novas práticas sociais. 
Nessa classificação, é possível citar o bate-papo virtual (chat), 
blog, endereço eletrônico (e-mail) etc. São formas estáveis de 
enunciado em relação ao conteúdo temático-figurativo, ao estilo 
e à estrutura textual. Não podem ser comparados nem ao simples 
bate-papo, como no contexto face a face, nem a um diário ou 
agenda. São usados de maneira análoga, mas com características 
bem diferenciadas. 
A seguir, conheça com mais ênfase as categorizações e 
características dos diversos gêneros textuais existentes. Observe 
os exemplos dos gêneros já comentados e exercícios que podem 
ser aplicados a partir de alguns gêneros textuais citados. 
Os gêneros textuais orais
Há uma infinidade de gêneros orais, citados anteriormente. É a partir 
do discurso articulado que surgiram os gêneros textuais escritos. 
Também foram reconhecidos os gêneros textuais orais. Aqui o foco 
do estudo serão as características de alguns gêneros orais que são 
mais frequentes e que podem ser utilizados no trabalho didático 
pedagógico. Os que você verá suas definições serão: comunicação 
oral, conferência, debate, depoimento, entrevista, exposição oral, 
palestra, relato de experiência. Observe!
Comunicação oral - consiste na apresentação oral de tema 
específico, por um indivíduo ou mais pessoas, para uma plateia 
definida. A temática pode ter teor científico, administrativo, 
político, jornalístico, religioso etc. A apresentação pressupõe um 
encontro específico, uma aula temática, um seminário, colóquio ou 
congresso. 
[ LEMBRE-SE ]
A utilização da fala deve ser cuidadosa 
e não se pode expor oralmente um 
assunto usando palavrão, palavras 
chulas e informalidade. O discurso 
oral deve, se possível, ser treinado 
anteriormente a fim de o comunicador 
praticar a correta concordância de 
verbos e plural de palavras, por 
exemplo , o que vai conferir autoridade 
a quem fala.
Conferência - possui características parecidas com a comunicação 
oral. Refere-se a uma preleção em público, através de uma exposição 
oral a um auditório sobre um tema de especialidade do orador. 
Geralmente, o orador é contratado ou convidado da instituição 
(escolar, científica, artística) para expor sobre um assunto científico, 
literário, polêmico, autoajuda, orientação profissional, entre outros.
Debate - o debate pode ser um gênero textual oral bastante 
utilizado na prática didático pedagógica. Depois de várias aulas 
sobre um determinado tema, o professor pode sugerir para a turma 
a prática de um debate sobre o assunto abordado. O importante é 
ficar atento à organização do debate para que não vire um “bate-
boca” descontrolado. Para o debate ocorrer de maneira proveitosa 
é preciso deixar claro a ordem das falas.
Depoimento - o depoimento é mais utilizado no âmbito jurídico e 
policial. É um relato oral de testemunha ou parte sobre determinado 
fato cujo conteúdo esteja relacionado com os interesses de quem 
profere ou serve como prova testemunhal. Em juízo, o depoimento 
é aquilo que uma ou maistestemunhas afirmam verbalmente. Em 
delegacias de polícia, os depoimentos orais são registrados pelo 
escrivão policial para encaminhar para autoridade competente.
[ No âmbito didático, uma pesquisa 
sobre o entorno escolar pode buscar 
pessoas para dar seu testemunho ou 
depoimento na comunidade escolar 
sobre o surgimento do bairro, de 
algum aspecto da cultural local, da 
luta para conseguirem a escola para a 
comunidade ou outro fato marcante, 
por exemplo. ]
Gêneros Textuais - orais, impressos e digitais 23
Entrevista - pode ser também sinônimo de bate-papo, colóquio, 
conversa, discussão, diálogo etc. Há diversos contextos do uso de 
uma entrevista. A técnica é necessária para selecionar candidatos 
a uma vaga de emprego. Em jornais e revistas, é comum convidar 
pessoas para serem entrevistadas a respeito de um assunto sobre o 
qual são especialistas. A entrevista pressupõe do entrevistador certo 
conhecimento sobre quais informações são importantes abordar, 
e, assim, geralmente o entrevistador tem um roteiro de perguntas 
para fazer ao entrevistado, mas não é uma regra. A entrevista pode 
acontecer informalmente, e o registro ser feito depois. Também é 
possível pedir autorização ao entrevistado para gravar a entrevista 
em vídeo ou áudio. Segundo Costa (2009, p. 103), “trata-se de um 
discurso assimétrico em que os interlocutores têm papel diverso. O 
entrevistado tem o conhecimento do assunto ou tema e o poder da 
palavra”. A entrevista pode e é usada no meio escolar. No próprio 
contexto de cursos na modalidade a distância, o professor pode ser 
entrevistado para esclarecer sobre determinado tópico ou conteúdo, 
e a entrevista pode ser gravada e disponibilizada posteriormente no 
AVEA. Também é possível sugerir que os alunos façam roteiros 
de entrevista com profissionais cuja carreira queiram seguir. Ou 
ainda, algum assunto abordado na escola pode requerer que seja 
entrevistado alguém da área. A entrevista pode ser publicada no 
jornal ou blog escolar. São muitas possibilidades!
Exposição oral - tem características análogas às da comunicação 
oral.
Palestra - é um gênero análogo à aula, conferência, exposição 
oral etc. Consiste na exposição oral sobre determinado assunto 
ou área de conhecimento do orador, que pode ser um professor, 
um especialista ou qualquer pessoa que tenha autoridade no 
assunto. Geralmente, a palestra é dirigida a um público específico 
que está interessado no que será abordado e tem um período de 
tempo estipulado. A palestra pode e deve ter uma interação entre 
o palestrante e os ouvintes. Muitas vezes essa interação fica para 
o final e é iniciada por meio de perguntas da plateia para o orador. 
No contexto escolar, pode-se convidar palestrante para abordar 
assuntos que estejam em pauta em alguma aula ou na sociedade. 
São diversos temas importantes como: direitos autorais, 
sexualidade, mobilidade urbana, trânsito, entre outros. Sempre 
há pessoas que são autoridades no assunto e que, quando 
convidadas, se dispõem a palestrar em instituições escolares.
Relato de experiência - é sempre uma narração que utiliza verbos 
no pretérito perfeito ou o presente histórico. O nome do gênero 
já contribui para a sua definição. O relato de uma pessoa sobre o 
que viveu ou vivenciou, ou seja, de experiência de algum fato ou 
situação, pode ter ouvintes interessados no assunto abordado. 
Depois de conhecer os gêneros textuais orais, chegou a vez dos 
gêneros textuais impressos. Prossiga para saber mais!
[ LEIMBRE-SE ]
É interessante ouvir os alunos, no 
contexto escolar, quando eles têm 
relatos de experiência para compartilhar 
com os demais colegas ou mesmo com 
a escola. Temas relacionados a viagens 
realizadas, estágios e outros assuntos 
podem ser abordados.
Os gêneros 
textuais impressos
São inúmeros os gêneros textuais impressos. 
Estão presentes nos mais variados tipos de discurso: 
religioso, jornalístico, acadêmico, literário, publicitário, 
cotidiano, escolar etc. Conforme é mostrado a seguir:
Literário
Livro 
Conto
Crônica
Diário
Poema
Autobiogra­a
Romance
Biogra­a
Lenda
Fábula
Religioso
Panfleto 
de missa
Bíblia
Jornal da
paróquia
Acadêmico
Tese
Monografia
Paper
Artigo 
científico
Resenha Resumo
Dissertação
Cotidiano
Anotação
Diário
Bilhete
Convite
Lista de 
compras
Jornalístico
Notícia
Reportagem
Editorial
Carta 
de leitor 
Charge
Tirinha Crônica
Escolar
Prova 
escrita
ResumoDicionário, 
glossário ou 
enciclopédia
Polígrafo 
ou 
apostila
Pubicitário Cartaz
Anúncio
Panfleto
Discurso
Gênero
Legenda
Textos e Fontes dos dados desta infografia: COSTA (2009).
Os gêneros 
textuais impressos
São inúmeros os gêneros textuais impressos. 
Estão presentes nos mais variados tipos de discurso: 
religioso, jornalístico, acadêmico, literário, publicitário, 
cotidiano, escolar etc. Conforme é mostrado a seguir:
Literário
Livro 
Conto
Crônica
Diário
Poema
Autobiogra­a
Romance
Biogra­a
Lenda
Fábula
Religioso
Panfleto 
de missa
Bíblia
Jornal da
paróquia
Acadêmico
Tese
Monografia
Paper
Artigo 
científico
Resenha Resumo
Dissertação
Cotidiano
Anotação
Diário
Bilhete
Convite
Lista de 
compras
Jornalístico
Notícia
Reportagem
Editorial
Carta 
de leitor 
Charge
Tirinha Crônica
Escolar
Prova 
escrita
ResumoDicionário, 
glossário ou 
enciclopédia
Polígrafo 
ou 
apostila
Pubicitário Cartaz
Anúncio
Panfleto
Discurso
Gênero
Legenda
Textos e Fontes dos dados desta infografia: COSTA (2009).
A seguir você conhecerá algumas características básicas de 
gêneros textuais impressos, sobretudo aqueles que circulam com 
mais frequência na sociedade e no contexto didático-pedagógico. 
Observe!
Discurso Jornalístico
Editorial - o editorial é um gênero em que se discute um assunto 
ou questão a partir do ponto de vista do jornal, do redator-chefe ou 
da empresa jornalística. Não é assinado e geralmente é o primeiro 
texto da contracapa do jornal.
Notícia - é o relato ou narrativa de fatos, acontecimentos, 
informações recentes e atuais, do cotidiano, ocorridos no campo, 
na cidade, no país ou no mundo, os quais têm grande importância 
para a comunidade ou público leitor. Há diversos tipos de notícias e 
são selecionadas e editadas conforme as especificidades do jornal. 
Os jornais podem ser classificados como populares, de grande 
circulação ou restritos, isto é, aqueles que possuem um público 
leitor mais selecionado e, por esse motivo, variam de preço e de 
tamanho (número de páginas). É interessante notar que o layout do 
jornal muda conforme sua classificação, o tamanho das notícias, 
o tipo e quantidade de fotos, imagens etc. Segundo Costa (2009), 
privilegia-se o discurso referencial, o modo indicativo, tempo verbal 
presente e predomínio da terceira pessoa. Em termos éticos, o 
jornal deve transmitir a notícia de maneira mais neutra possível e 
com grande fidedignidade.
Reportagem - ver notícia.
Crônica - consiste em uma reflexão crítica a partir de um fundo 
cronológico, ou seja, de algum acontecimento do cotidiano social. 
Quase todos os veículos jornalísticos possuem um cronista. 
Há escritores que ficam conhecidos e consagrados a partir da 
qualidade das crônicas que publicam. É o caso de Moacyr Scliar, 
Luís Fernando Veríssimo, Martha Medeiros e Fernando Sabino. Leia 
um exemplo de crônica, de Fernando Sabino.
*Tirinha - está presente em quase todos 
os jornais impressos e em algumas revistas 
e HQs. Geralmente possui três ou quatro 
quadros, texto sincrético, que alia o verbal e o 
visual no mesmo enunciado e enunciação. Há 
diversos autores que ficaram famosos através 
da publicação de suas tirinhas.
Gêneros Textuais - orais,impressos e digitais 27
Fernando Sabino - A última crônica
A caminho de casa, entro num botequim da Gávea para tomar um café junto ao balcão. Na realidade estou adiando o 
momento de escrever.
A perspectiva me assusta. Gostaria de estar inspirado, de coroar com êxito mais um ano nesta busca do pitoresco ou do 
irrisório no cotidiano de cada um. Eu pretendia apenas recolher da vida diária algo de seu disperso conteúdo humano, 
fruto da convivência, que a faz mais digna de ser vivida. Visava ao circunstancial, ao episódico. Nesta perseguição 
do acidental, quer num flagrante de esquina, quer nas palavras de uma criança ou num acidente doméstico, torno-
me simples espectador e perco a noção do essencial. Sem mais nada para contar, curvo a cabeça e tomo meu café, 
enquanto o verso do poeta se repete na lembrança: “assim eu quereria o meu último poema”. Não sou poeta e estou 
sem assunto.
Lanço então um último olhar fora de mim, onde vivem os assuntos que merecem uma crônica. Ao fundo do botequim 
um casal de pretos acaba de sentar-se, numa das últimas mesas de mármore ao longo da parede de espelhos. A 
compostura da humildade, na contenção de gestos e palavras, deixa-se acrescentar pela presença de uma negrinha de 
seus três anos, laço na cabeça, toda arrumadinha no vestido pobre, que se instalou também à mesa: mal ousa balançar 
as perninhas curtas ou correr os olhos grandes de curiosidade ao redor. Três seres esquivos que compõem em torno à 
mesa a instituição tradicional da família, célula da sociedade. Vejo, porém, que se preparam para algo mais que matar 
a fome.
Passo a observá-los. O pai, depois de contar o dinheiro que discretamente retirou do bolso, aborda o garçom, inclinando-
se para trás na cadeira, e aponta no balcão um pedaço de bolo sob a redoma. A mãe limita-se a ficar olhando imóvel, 
vagamente ansiosa, como se aguardasse a aprovação do garçom. Este ouve, concentrado, o pedido do homem e 
depois se afasta para atendê-lo. A mulher suspira, olhando para os lados, a reassegurar-se da naturalidade de sua 
presença ali. A meu lado o garçom encaminha a ordem do freguês. O homem atrás do balcão apanha a porção do bolo 
com a mão, larga-o no pratinho - um bolo simples, amarelo-escuro, apenas uma pequena fatia triangular.
A negrinha, contida na sua expectativa, olha a garrafa de Coca-Cola e o pratinho que o garçom deixou à sua frente. 
Por que não começa a comer? Vejo que os três, pai, mãe e filha, obedecem em torno à mesa um discreto ritual. A mãe 
remexe na bolsa de plástico preto e brilhante, retira qualquer coisa. O pai se mune de uma caixa de fósforos, e espera.
A filha aguarda também, atenta como um animalzinho. Ninguém mais os observa além de mim.
São três velinhas brancas, minúsculas, que a mãe espeta caprichosamente na fatia do bolo. E enquanto ela serve 
a Coca-Cola, o pai risca o fósforo e acende as velas. Como a um gesto ensaiado, a menininha repousa o queixo 
no mármore e sopra com força, apagando as chamas. Imediatamente põe-se a bater palmas, muito compenetrada, 
cantando num balbucio, a que os pais se juntam, discretos: “parabéns pra você, parabéns pra você...” Depois a mãe 
recolhe as velas, torna a guardá-las na bolsa. A negrinha agarra finalmente o bolo com as duas mãos sôfregas e põe-se 
a comê-lo. A mulher está olhando para ela com ternura — ajeita-lhe a fitinha no cabelo crespo, limpa o farelo de bolo 
que lhe cai ao colo. O pai corre os olhos pelo botequim, satisfeito, como a se convencer intimamente do sucesso da 
celebração. Dá comigo de súbito, a observá-lo, nossos olhos se encontram, ele se perturba, constrangido — vacila, 
ameaça abaixar a cabeça, mas acaba sustentando o olhar e enfim se abre num sorriso.
Assim eu quereria minha última crônica: que fosse pura como esse sorriso. (Sabino, 1965).
Charge - palavra de origem francesa que significa carga, ou seja, 
algo que exagera traços do caráter de alguém ou de algo para 
torná-lo burlesco ou ridículo. Trata-se de ilustração ou desenho 
humorístico com ou sem legenda. Tem por finalidade satirizar e 
criticar algum acontecimento do momento. A charge como texto 
de opinião é temida por governantes. Em contextos de censura, 
a charge é o primeiro alvo. Você pode conferir a publicação de 
diversas charges no site chargeonline. 
Carta de leitor - geralmente é um texto argumentativo em que o leitor 
manifesta a opinião crítica a respeito de uma matéria ou notícia que 
leu ou assunto sobre o qual quer expressar opinião. Há diferenças 
de espaço para publicação da carta do leitor, dependendo do tipo 
de jornal. Encontram-se exemplos de carta do leitor em diversos 
jornais. Alguns jornais on-line disponibilizam a visualização do 
jornal impresso. Pesquise se nos jornais de sua região se isso é 
possível. Alguns exemplos podem ser encontrados nos sites dos 
jornais Diário de Santa Maria, Diário Catarinense e A Razão. 
Discurso Publicitário
Anúncio - tem objetivo comercial. Em jornais impressos, há uma 
seção chamada Classificados, na qual se divulgam os mais variados 
anúncios, como: compra e venda de carros, motos, terrenos, 
apartamentos e serviços em geral. Há tanto anúncios impressos 
(jornais, revistas etc.) quanto anúncios digitais, presentes nos 
mais variados sites. No entanto, há anúncios com o objetivo de 
propaganda que também pode ser institucional, educacional, sem 
relação comercial. É o caso dos anúncios encontrados nas páginas 
educacionais para chamada de inscrições em cursos com vagas 
disponíveis. Observe um exemplo.
Cartaz - está presente em diversas situações. Pode ser fixado 
em murais, muros, postes e paredes. Possui dimensão variada 
e, muitas vezes, é ilustrado com desenhos, fotografias e letras 
grandes e chamativas. Depende de um contexto específico e tem 
como foco o público leitor. Há cartazes divulgando eventos, cursos, 
avisos importantes etc.
Panfleto - geralmente impresso em folha avulsa. Possui texto 
publicitário curto e chamativo e é distribuído corpo a corpo ou 
deixado em locais de grande circulação para que o público-alvo 
leve e leia.
[ ATIVIDADE ]
Busque na internet o vídeo A última 
crônica, de Fernando Sabino e o 
assista. Em seguida, reflita sobre o que 
mais lhe chamou a atenção na crônica. 
Gêneros Textuais - orais, impressos e digitais 29
Discurso Acadêmico
Monografia - é um texto mais longo e muito importante para a 
finalização de um curso acadêmico. Em contextos de especialização, 
também é requisitado, inclusive para a certificação deste curso na 
modalidade a distância. A instituição a que o aluno é vinculado 
determina o número máximo e mínimo de páginas, margens, 
tipo de letra, ilustrações e anexos. É um trabalho acadêmico de 
caráter não muito profundo. A monografia também é muito utilizada 
como Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), que se caracteriza 
pela abordagem de um só tema, estudado de forma delimitada. 
Monografias prontas são geralmente catalogadas e colocadas à 
disposição da comunidade acadêmica através da biblioteca.
Resumo - um dos gêneros textuais mais utilizados em contextos 
pedagógicos. É um texto breve que versa sobre as partes mais 
relevantes de um livro, filme ou outro material. O conteúdo deve ser 
apresentado de maneira concisa e coerente.
Resenha - é um texto curto (no máximo duas páginas) que faz um 
comentário crítico sobre um bem cultural, indicando ou não a leitura 
ou apreciação da obra. Pode ser livro, filme, teatro, biografia etc. Há 
diversos cursos de graduação e de pós-graduação que possuem 
revistas de área que contêm espaço para publicação de resenhas.
Artigo científico - é um dos textos mais utilizados de divulgação 
científica no meio acadêmico. Possui uma estrutura específica, 
com partes fundamentais como introdução, resumo, palavras-
chaves, corpo ou texto principal, conclusões e referências. Podem 
ser publicadosem revistas de área, anais de congressos ou revistas 
digitais. Há diversos endereços eletrônicos de divulgação científica.
Discurso Literário
Conto - é uma das narrativas mais comuns na literatura. Nasceu 
do discurso oral. Possui características específicas como tempo, 
espaço, personagens, clímax e desfecho. Há diversos tipos de conto: 
de ficção, de terror, de fadas, imaginário, entre tantos outros. Um 
dos contos mais famosos é o “Mil e Uma Noites”, hoje considerado 
um clássico da literatura mundial. As histórias se originam do Médio 
Oriente e no Sul da Ásia. Foi traduzido para diversos idiomas, 
sobretudo a partir de 1704. Os contos são narrados por Xerazade, 
esposa do rei Xariar. Estão organizados em cadeia e cada um 
representa uma noite de vida para Xerazade, já que o rei, ao ser 
traído pela primeira esposa, desposa uma noiva diferente todas 
[ LEITURA COMPLEMENTAR ]
Acesse os portais a seguir e leia os 
artigos disponíveis:
Portal de Periódicos da Capes
Portal de Periódicos do IFSC
Sistema de Bibliotecas da UFSC
Um exemplo de resenha científica, 
do livro Letramentos Múltiplos, escola 
e inclusão, poderá ser lida em: 
DELTA: Documentação de Estudos 
em Linguística Teórica e Aplicada, 
resenhado por Acir Mario Karwoski.
as noites, mandando-as matar 
na manhã seguinte. Xerazade 
consegue a façanha de mudar 
esse triste destino ao se valer de 
boa oralidade. Ao amanhecer, 
interrompe cada conto para 
continuá-lo na noite seguinte. 
Mantém-se viva por mil e uma 
noites, no fim das quais o rei se 
arrepende do que vinha fazendo 
e desiste de executá-la.
Fábula - teve sua origem com 
Esopo (séc. VI a.C) e Fedro 
(séc. I d.C) e foi retomada 
no Classicismo francês, por 
La Fontaine. É uma narrativa 
breve, em prosa ou em verso, 
cujos personagens geralmente 
são animais que possuem 
características humanas. No 
final sempre há uma conclusão 
ético-moral.
São muitos os títulos de fábulas 
e vários conhecidos: A cigarra e 
a formiga, O cabrito e o lobo, A 
corça e o leão, O gato e os ratos, 
O cão e a lebre, O cavalo e o 
asno etc.
Conheça uma releitura da fábula 
A cigarra e a formiga.
A cigarra e a formiga - A formiga boa
Houve uma jovem cigarra que tinha o costume de 
chiar ao pé dum formigueiro. Só parava quando 
cansadinha; e seu divertimento então era observar 
as formigas na eterna faina de abastecer as tulhas. 
Mas o bom tempo afinal passou e vieram as 
chuvas. Os animais todos arrepiados, passavam 
o dia cochilando nas tocas. A pobre cigarra, 
sem abrigo em seu galhinho seco e metida em 
grandes apuros, deliberou socorrer-se de alguém. 
Manquitolando, com uma asa a arrastar, lá se 
dirigiu para o formigueiro. Bateu-tique, tique, 
tique. Aparece uma formiga friorenta, embrulhada 
num xalinho de paina. - Que quer? - perguntou, 
examinando a triste mendiga suja de lama e a 
tossir. - Venho em busca de agasalho. O mau 
tempo não cessa e eu... A formiga olhou-a de alto 
a baixo. - E que fez durante o bom tempo, que 
não construiu sua casa? A pobre cigarra, toda 
tremendo, respondeu, depois de um acesso de 
tosse: - Eu cantava, bem sabe... - Ah!... Exclamou 
a formiga recordando-se. Era você então quem 
cantava nessa árvore enquanto nós labutávamos 
para encher as tulhas? - Isso mesmo, era eu... 
- Pois entre, amiguinha! Nunca poderemos 
esquecer as boas horas que sua cantoria nos 
proporcionou. Aquele chiado nos distraía e aliviava 
o trabalho. Dizíamos sempre: “que felicidade ter 
como vizinha tão gentil cantora!” Entre, amiga, 
que aqui terá cama e mesa durante todo o mau 
tempo. A cigarra entrou, sarou da tosse e voltou a 
ser a alegre cantora dos dias de sol.
Monteiro Lobato (1922)
Faina - acúmulo de serviços 
Tulhas - celeiros 
Paina - fibra sedosa
[ ATIVIDADE ]
Que tal refletir sobre a fábula que você 
acaba de ler?
Qual seria a “moral” dessa fábula?
Que ideia introduz que se diferencia da 
versão original?
Como é a fábula na versão original?
Gêneros Textuais - orais, impressos e digitais 31
Poema - Trata-se de uma composição poética em versos, de 
tamanho variado. Ao conjunto de versos dá-se o nome de estrofes. 
O poema ou poesia possui geralmente uma sonoridade conferida 
através das rimas, porém nem todo poema possui rimas. Um 
poema extremamente famoso (sobretudo a primeira estrofe) é o de 
Camões. Observe!
Amor é fogo que arde sem se ver
Luís Vaz de Camões
Amor é fogo que arde sem se ver,
é ferida que dói, e não se sente;
é um contentamento descontente,
é dor que desatina sem doer.
É um não querer mais que bem querer;
é um andar solitário entre a gente;
é nunca contentar-se de contente;
é um cuidar que ganha em se perder.
É querer estar preso por vontade;
é servir a quem vence, o vencedor;
é ter com quem nos mata, lealdade.
Mas como causar pode seu favor
nos corações humanos amizade,
se tão contrário a si é o mesmo Amor? (Camões, 1595).
Biografia - é o registro escrito da narração oral, visual dos fatos 
particulares das várias fases da vida de uma pessoa ou personagem 
(gênero literário ou não) em livro ou revista ou em qualquer outra 
publicação impressa. Pode ser organizada a partir de uma ordem 
cronológica ou em forma de narrativa. 
Há vários exemplos de biografia. Pense em alguma personalidade. 
Muitas possuem biografias organizadas por jornalistas ou escritores 
pela relevância em algum setor na sociedade (arte, música, literatura, 
ciência, direitos humanos). Como exemplos, podem ser citados: 
Diana Frances Spencer, Princesa de Gales, Nelson Mandela, Steve 
Jobs, Machado de Assis, Tarsila do Amaral, Madre Tereza de 
Calcutá, Zilda Arns Neumann, entre outros.
Discurso do Cotidiano
Lista de compras - geralmente escrita em papel avulso, agenda etc. 
É uma sequência de nomes em ordem alfabética ou não daquilo que 
se necessita comprar. Útil no planejamento do orçamento familiar.
Observe o exemplo, a seguir.
arroz
açúcar
achocolatado
café
leite
carne
ovos
iogurte
sabonete
detergente
pasta dental [...]
Lista de supermercado (itens a comprar)
Bilhete - escrito de maneira simples e breve, mensagem reduzida 
ao essencial, na forma e no conteúdo. Geralmente também é escrito 
em linguagem coloquial. É comum que os bilhetes sejam entregues 
ou deixados diretamente ao seu leitor final. Pode ser afixado na 
geladeira, no computador, deixado em cima da mesa, no quarto 
etc.
Exemplo:
Mãe, não se preocupe.
Estou no Zeca, fui jogar futebol.
Vou chegar tarde! Beijo, Juliano.
Carta - existe uma infinidade de tipos de cartas. Há cartas 
comerciais, de solicitação, cartas de amor, carta de habilitação 
etc. Possui uma estrutura comum que contempla cidade, data, 
saudação inicial para o destinatário, corpo (conteúdo), despedida, 
assinatura do remetente. A carta pressupõe uso de envelope e, 
geralmente, é enviada pelo correio. No Brasil, há cartas que ficaram 
famosas como a Carta Testamento de Getúlio Vargas ao povo 
brasileiro antes de se suicidar.
A carta como gênero normalmente se apresenta com a seguinte 
estrutura:
Gêneros Textuais - orais, impressos e digitais 33
A carta também foi tema de poesia. Veja o exemplo!
Cartas de Amor
Fernando Pessoa
Todas as cartas de amor
são ridículas.
Não seriam cartas de amor 
se não fossem ridículas.
Também escrevi, no meu tempo,
cartas de amor como as outras,
ridículas.
As cartas de amor, se há amor,
têm de ser ridículas
Quem me dera o tempo,
em que eu escrevia
sem dar por isso, cartas de amor,
ridículas.
Afinal, só as criaturas
que nunca escreveram Cartas de amor
É que são ridículas. (Pessoa, 1972, p. 399).
Data, cidade 
Saudação pessoal,
Assunto, assunto, assunto, 
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
 Despedida, 
 Assinatura
Convite - é um impresso que solicita a presença ou participação 
de alguém em algum evento social, esportivo, literário, artístico, 
entre outros. Possui as mais variadas formas e pode ser impresso 
nos mais variados tipos de papel, com variação de tamanho e cor. 
Há empresas especializadas em confecção de convites, sobretudo 
de formaturas, casamentos e aniversários. No meio pedagógico, é 
possível montar convites para a apresentação cultural da turma ou 
grupo de alunos, recital de poesias, gincana, competição esportiva 
etc.
Discurso Escolar
Prova escrita - também pode ser chamada de teste. É um impresso 
que possui geralmente de uma a quatro páginas em que se 
publicam perguntas abertas ou fechadas, objetivas ou de múltipla 
escolha com o propósito de avaliar o conhecimento do estudante. 
Muitos estabelecimentos escolares estabelecem que o professor 
deve aplicar ao menos uma prova escrita por semestre letivo.
Polígrafo ou apostila - muito utilizado em cursinhos pré-vestibular 
e colégios em geral. É uma espécie de caderno com a seleção de 
material didático específico a partir de uma disciplina ou programa 
de curso. É geralmente encadernado e distribuído aos estudantes 
no momento da matrícula escolar ou durante o ano letivo.
Livro didático - está presente (ou deveria estar) em todas as escolas 
públicas brasileiras (ao menos) e ao alcance de todo estudante. 
Também é encontrado para consulta nas bibliotecas escolares. Os 
livros didáticos geralmente são publicados a partir das disciplinas 
ou séries escolares. Encontram-se livros didáticos de Português, 
Geografia, Matemática, História, 4º ano escolar, Alfabetização etc.
O livro didático-pedagógico teve um papel 
fundamental a partir das décadas 60 e 70 com 
a chamada democratização do ensino. Muitas 
camadas da população que não tinham acesso 
às práticas escolares começaram a frequentar 
os bancos escolares. Logo, o aumento da 
necessidade de professores e a diminuição 
do grau de exigência na seleção desses 
profissionais fizeram com que o livro didático se 
tornasse fundamental.
Gêneros Textuais - orais, impressos e digitais 35
A seleção de textos, exercícios e atividades deixa de ser tarefa do 
professor e passa a ser tarefa do autor do livro didático utilizado em 
sala de aula. Hoje, espera-se que o professor utilize o livro didático 
de forma crítica e que ele tenha autonomia para fazer desse recurso 
mais um apoio para o desenvolvimento das aulas e não um recurso 
exclusivo.
Dicionário, glossário ou enciclopédia - são publicações que 
apresentam uma compilação, em ordem alfabética ou temática, 
de opiniões, ideias, utilizadas na mesma época por um indivíduo 
(escritor ou filósofo, por exemplo) ou por um grupo de indivíduos, 
termos históricos ou ainda compilação de termos de determinada 
profissão. Há muitos dicionários e/ou glossários que têm 
informações importantes sobre determinadas áreas do saber ou 
fazer humano: informática, zoologia, hotelaria, carpintaria etc.
É possível, em contexto escolar, organizar com os alunos um 
pequeno dicionário de termos que serão constantemente utilizados 
em algum tópico de aula: termos de geometria, termos de geografia 
(cartografia), termos de determinada época.
Os gêneros textuais digitais (hipertextos)
Segundo Marcuschi (2004), há um conjunto de gêneros textuais 
emergindo do contexto da tecnologia digital em ambientes virtuais. 
São relativamente variados, e a maioria tem similaridades com 
gêneros da oralidade ou da escrita. Nesse sentido, o autor coloca 
em destaque um quadro comparativo entre os gêneros já existentes 
com os emergentes. Assim, estabelece um paralelo, por exemplo, 
entre:
Carta pessoal, bilhete, correio >>>> E-mail
Chat(s) >>>> Conversações (em grupo ou não)
E-mail educativo >>> Aulas por correspondência
Blog >>>>>>> Diário pessoal
Vídeo-conferência >>>>> Conferência, debate [...]
O próprio contexto de ensino a distância faz com que utilizemos muito 
os gêneros digitais. Este curso é um exemplo disso. Certamente, 
no seu desenrolar, todos os cursistas estarão bem familiarizados 
com os recursos dos ambientes virtuais de ensino-aprendizagem 
(AVEA) que englobam chat, e-mail e outras ferramentas. Conheça 
as características básicas de alguns recursos.
[ ATIVIDADE ]
A escola em que você trabalha utiliza 
como suporte o livro didático? Se sim, 
qual a editora, ano de publicação, título, 
autor(es) do livro? Se não, pense nos 
possíveis motivos. Busque as possíveis 
soluções. 
[ SAIBA MAIS ]
Para ampliar seus conhecimentos sobre 
o uso do livro didático, pesquise na 
internet e leia o artigo: “Importância do 
livro didático: eficiência e/ou ineficiência 
deste instrumento no processo de 
ensino-aprendizagem”. Você verá que 
foram abordados apontamentos bem
relevantes a respeito do tema. Vale a 
pena ler!
Chat - conversa ou conversação informal realizada através do 
computador em tempo real e possibilitada pelo uso da internet. A 
escrita no chat pode ter abreviações para que os usuários consigam 
teclar mais rápido e até mesmo com mais de uma pessoa ao mesmo 
tempo. Há diversos programas que possibilitam o chat como MSN, 
Skype, ChatBrowser, entre outros. Dentro dos chamados “portais 
da internet” como Terra, UOL e Yahoo, existem links que oferecem 
a realização de chat.
O ensino na modalidade a distância pressupõe um AVEA que tem 
recurso de chat. Recentemente redes sociais também oferecem 
esse serviço. É o caso do Facebook. É um recurso muito importante, 
pois permite a interação, através da internet, de um grupo de 
pessoas que compartilham interesses comuns.
Blog - surgiu da vontade de algumas pessoas de publicar seus 
diários íntimos na internet. Essa “onda” começou a partir de 1994. 
Logo após, surgiram os weblogs (web - rede de computadores - 
mais log - tipo de diário de bordo de navegadores). Atualmente, 
é muito fácil criar um blog. Muitos sites oferecem esse recurso, 
bastando para isso fazer um cadastro que inclui dados como e-mail 
e perfil do usuário. Uma das páginas que possuem tal serviço é 
blogspot.com. Pedagogicamente, um blog da turma ou sobre um 
interesse comum dos alunos é muito interessante e pode ser um 
excelente recurso didático. Algumas turmas do Instituto Federal de 
Santa Catarina têm blog. É o caso de: cozinhaifsc.blogspot.com e 
proejacozinha.blogspot.com.
E-mail - no meio físico, toda pessoa tem (ou deveria ter) um endereço 
com o nome da rua, número, bairro, cidade etc. No meio virtual, o 
e-mail é o endereço virtual de uma pessoa ou empresa através de 
cadastro em algum site que ofereça esse serviço. A marca de e-mail 
é o símbolo “@”, ou seja, todo endereço de e-mail possui o seguinte 
formato: nome_ou_apelido_pessoal@provedor.com.br. A extensão 
“br” nem sempre aparece. Há alguns provedores internacionais, 
logo a extensão fica assim login@provedor.com. É possível editar 
a mensagem de e-mail com diferentes fontes (tamanhos, cores), 
anexar fotos, vídeos etc. Muitos provedores oferecem esse serviço, 
como Yahoo, Terra, Uol, Gmail, Hotmail, por exemplo.
[ ATIVIDADE ]
Você, enquanto professor(a), já pensou 
em ter um blog com publicações 
profissionais? Você já possui um blog? 
Como vislumbra a utilização de um blog 
em uma disciplina escolar?
Gêneros Textuais - orais, impressos e digitais 37
[ ATIVIDADE ]
Reflita sobre quais gêneros textuais 
perpassam com mais frequência em 
sua prática docente. Gêneros textuais 
orais, impressos ou digitais? Quais são 
eles?
Resenhas? Charges? Artigos científicos? 
Livros didáticos? Cartazes? Panfletos? 
Palestras? Relatórios? Listas? 
Seminários?
Videoaula - como o próprio nome diz, consiste em uma aula 
acessada por meio de vídeo, ou seja, uma aula previamente gravada 
em estúdio com o professor paraser disponibilizada posteriormente 
em Ambiente Virtual de Ensino-aprendizagem ou em programa 
televisivo. É muito utilizada no ensino na modalidade a distância.
Videoconferência - uma das características básicas é a ênfase 
na interação de pessoas que se reúnem através das redes 
computacionais. É uma conferência, ou seja, debate, discussão, 
fórum de discussão realizado através da conexão de redes. 
Pressupõe a existência de telas onde os usuários possam se ver 
e compartilhar falas em tempo real. No ensino na modalidade a 
distância, é comum marcar, ao menos, uma videoconferência 
por período para que professor e alunos possam discutir tópicos 
importantes daquilo que estão aprendendo.
Webpagina digital (jornais e revistas on-line) - muitos jornais, 
revistas e livros impressos atualmente estão em formatos digitais. 
É o caso de jornais locais como Diário Catarinense, Hora, A Notícia; 
e nacionais, como Folha de São Paulo, O Globo etc. Muitas revistas 
também têm formato digital. É o caso da revista Época, Veja, 
Caros Amigos. Portanto, é possível ler e selecionar material para 
atividades didáticas por meio das publicações digitais.
Nesta unidade, você acompanhou a descrição e exemplificação 
dos mais variados tipos de gêneros textuais. Percebeu as 
diversas classificações possíveis, bem como a noção de texto 
dentro dessa categoria e as características básicas dos gêneros 
textuais, os gêneros textuais orais, os gêneros textuais impressos 
e, mais recentemente, os gêneros textuais digitais. A partir desse 
conhecimento será mais fácil realizar a análise crítica dos textos que 
 
Gêneros 
textuais 
da mídia 
impressa 
e da mídia 
digital
Com o estudo desta unidade, você terá uma visão crítica do material a ser 
utilizado nas aulas; conhecerá os gêneros textuais impressos e digitais que 
podem permear o trabalho do professor. 
Andressa da Costa Farias 
MATERIAL IMPRESSO E GÊNEROS TEXTUAIS UNIDADE 3
Gêneros textuais da mídia impressa 
e da mídia digital
Análise dos diversos gêneros textuais 
impressos e digitais disponíveis 
ou acessíveis aos professores no 
trabalho pedagógico
Para iniciar o estudo, acompanhe alguns fragmentos de texto de 
autores renomados na área de linguística e literatura para você 
refletir e se manifestar a respeito.
A escola deve dar “prioridade absoluta para a leitura, para a escrita, 
Gêneros textuais da mídia impressa e da mídia digital 41
a narrativa oral, o debate e todas as formas de interpretação 
(resumo, paráfrase etc.)” (POSSENTI, 1996, p. 84).
A sociedade complexa precisa de gente cada vez mais 
qualificada em termos de cultura escrita, em formação 
científica. [...]
Quer dizer, escrever um conto é diferente de escrever um 
poema; fazer um sermão é diferente de narrar um jogo de 
futebol. Há um processo todo que nós fazemos na adequação 
da linguagem. As duas coisas são importantes: língua na 
dinâmica interacional, social, e a estrutura da língua. “A 
possibilidade de você rastrear no vocabulário palavras mais 
precisas para aquilo que você quer dizer, essa reflexão é 
fundamental.
Fonte: FARACO, Carlos Alberto. Entrevista: Olhai a beleza da 
diversidade linguística. In: Na Ponta do Lápis. Ano VII, n. 12, 
dez. 2011.
Refletindo sobre o papel do professor
Rubem Alves
“Enquanto a sociedade feliz não chega, que haja pelo menos
fragmentos de futuro em que a alegria é servida como
sacramento, para que as crianças aprendam que o
mundo pode ser diferente. Que a escola,
ela mesma, seja um fragmento do
futuro...”
Reflexões sobre o uso dos gêneros 
textuais em práticas didático-
pedagógicas
Apesar de a mídia abarcar diversos suportes como televisão, 
internet, rádio, jornal, revistas, neste módulo serão utilizados 
dois gêneros textuais da mídia impressa: os jornais e as revistas. 
[ ATIVIDADE]
Depois da leitura dos fragmentos, 
comente e reflita: é dever apenas 
da disciplina de Língua Portuguesa 
a instrumentação da prática de 
leitura e escrita no contexto didático-
pedagógico?
Em sala de aula é dever somente do 
aluno ler os textos que estão ao seu 
dispor? Justifique. Exemplifique.
Pense na sua prática docente. Escreva 
seu nome e escola ou instituição onde 
trabalha.
RUBEM ALVES
[ QUEM ]
Saiba mais sobre a vida e a obra do 
escritor e educador mineiro Rubem 
Alves. Acesse o site do pedagogo na 
internet e boa leitura! Você também 
pode assistir sua entrevista: Rubem 
Alves – O papel do professor. Divirta-se 
com bons exemplos!
[ ATIVIDADE ]
É errado o professor MANDAR 
ler. É preciso PRATICAR a leitura 
conjuntamente.
Como ensinar a pensar, a ter 
curiosidade em descobrir as coisas, a 
ter o gosto pela leitura (relacionando 
o fato aos gêneros textuais)? Como 
é possível o professor provocar a 
inteligência, o espanto, a curiosidade de 
seus alunos?
Atualmente, quase toda a publicação impressa tem versão digital 
disponível em links na internet. O trabalho didático-pedagógico 
deve ser pautado pelo acesso aos gêneros já citados. Certamente 
você já sabe que o livro didático não deve ser o único instrumento 
de leitura e análise de material, certo? É preciso lançar mão 
também da infinidade de informação constantemente publicada 
em jornais e revistas para ilustrar, fomentar a discussão e a análise 
crítica dos alunos a respeito de um determinado assunto, tema ou 
notícia, preferencialmente se estiver relacionada aos tópicos que 
serão abordados em sala de aula, independentemente da disciplina 
didática (seja ela matemática, história, geografia, educação física, 
etc.).
SENSIBILIZAÇÃO AOS 
GÊNEROS
[ ATIVIDADE ]
Para registrar no diário de bordo 
(ou diário virtual), escolha um dia da 
semana e preste atenção em todos os 
gêneros textuais que você encontra.
Não ignore nenhum. Registre todos no 
diário de bordo: as placas de trânsito 
(especifique ao menos algumas), os 
cartazes publicitários (especifique), se 
leu alguma receita para fazer culinária 
(qual?), bula de remédio (qual?), livros 
(quais?), sites da internet (quais?), 
revistas (quais?), jornais (quais?), livros 
didáticos (quais?), outras publicações 
não citadas.
[ Este é um bom exercício para 
fazer com os alunos também. 
Posteriormente, cada um pode expor 
oralmente, em forma de seminário, o 
que encontrou durante o dia para ler. 
Também se pode abrir um debate 
sobre a importância da escrita na 
sociedade. Registrar tudo e publicar 
num blog da escola ou da turma. 
Que tal? ]
É importante que o professor esteja consciente de que toda 
publicação, seja ela impressa ou digital, tem estratégia de 
publicação para atingir o público-alvo (que pode se segmentar 
através da classificação em gêneros, faixa etária, classe social). Há 
diversos jornais e revistas no país que são elaborados considerando 
o público-alvo a ser atingido e com temáticas bem variadas. É 
importante destacar que apesar de o discurso jornalístico estar 
pautado na neutralidade e na ética, nem todos os meios de 
divulgação respeitam essa condição. Assim, você poderá perceber 
que uma mesma notícia pode ser veiculada de maneira diferente, 
dependendo da empresa midiática de publicação.
Agora, a sugestão é você fazer mais uma atividade importante: 
registre no seu diário de bordo os materiais da mídia impressa 
disponíveis na sua escola (livro didático, revista, jornal, internet). 
Cite o nome da escola, o endereço, a cidade e informe se nela 
há laboratórios de informática com acesso à internet. Verifique se 
esses materiais estão disponíveis a todos, ou só aos professores, 
Gêneros textuais da mídia impressa e da mídia digital 43
se aos professores e alunos, se apenas à direção. Escreva os títulos 
de ao menos três mídias impressas disponíveis. Se não há nenhum 
material impresso ou digital disponível à comunidade escolar, 
procure esboçaros motivos. Compartilhe e discuta a situação da 
sua escola e região com os demais colegas do curso. Você também 
pode acessar na internet o guiademidia, que apresenta jornais de 
todos os estados do país. Além disso, pode navegar nos sites de 
jornais como Diário Catarinense, Folha de Blumenau, Jornal de 
Santa Catarina, Jornal Alternativo, O Atlântico, Jornal Metropolitano, 
Oi São José, entre outros.
Mídia Revista
Muitas revistas têm um público-alvo bem específico, assim como 
assuntos bem delimitados aos leitores que querem atingir. Que tal 
fazer um exercício: escolha duas revistas digitais para identificar o 
público leitor e a temática de assuntos que predomina na revista 
(política, beleza, cotidiano, saúde e educação). Se você tiver acesso 
a alguma edição impressa de alguma revista pode fazer por essa 
edição também. As revistas sugeridas são: Revista Época, Caros 
amigos, Revista Veja, Revista Nova Escola, Capricho, Quatro Rodas 
e Revista Trip. Note que apenas pelas capas de algumas edições 
você já consegue ter uma ideia de leitor e dos assuntos. Vamos lá?
Toda área de conhecimento aposta em publicações impressas 
e digitais e geralmente tem a mídia revista como suporte. Você 
costuma ler e/ou acessar revistas referentes à sua área de 
conhecimento? Se sim, quais os títulos? Se não, apresente 
motivos.
Esse exercício de sensibilização tem como principal propósito 
permitir que você observe e se dê conta de que a publicação de 
um texto segue sempre um propósito de interação com o leitor. 
É quem lê que vai atribuir sentidos para o texto publicado. Logo, 
todo projeto de publicação textual deve, em princípio, estabelecer 
parâmetros para que se defina um público-alvo. Assim, todo projeto 
pedagógico que considera um gênero textual deve levar em conta 
alguns itens como:
•	 intenção do texto (propósito);
•	 receptor do texto (definição dos leitores);
[ ATIVIDADE ]
Navegue por esses impressos da mídia 
digital (também pode ser do jornal 
impresso) e comente uma reportagem 
ou notícia que tenha chamado a 
sua atenção. Explicite os motivos da 
escolha. A notícia é local ou nacional? 
Qual o nome do jornal, o dia do acesso, 
o título da reportagem, o conteúdo 
(de forma breve), o público-alvo da 
publicação, sua visão crítica a respeito 
do que foi publicado (informações 
foram ocultadas ou exageradas, o jornal 
tomou partido?).
•	 meio ou suporte (como será impresso, em papel ou digital);
•	 tema;
•	 conteúdo;
•	 tempo e lugar;
•	 forma de divulgação.
Desse modo, não adianta nada fazer um projeto de cartazes 
com os alunos e afixar em lugares onde o público-alvo (leitores 
específicos para informações contidas nos cartazes) não circule. 
Assim como não há sentido fazer uma coletânea de poesias ou criar 
coletivamente regras para um novo jogo entre os alunos e depois 
não reunir em forma de pequeno livreto ou encarte tais produções. 
A obra pode ser doada para a biblioteca escolar (para que outros 
alunos também tenham acesso a ela). Outro exemplo é fazer com 
que os alunos façam entrevistas com diversos profissionais e 
divulguem os resultados dessas falas em forma de seminário ou 
palestra ou em um blog para que os demais interessados fiquem a 
par do que foi falado e discutido.
Todo gênero textual, seja ele oral ou escrito, deve fazer sentido, deve ter 
um propósito, deve ser divulgado por algum meio e, principalmente, deve 
atingir o público-alvo (os leitores). Somente dessa maneira é coerente 
trabalhar com a sensibilização do discurso que é constantemente 
produzido na sociedade. É importante que os educandos e educadores 
percebam isso.
Suporte de impressão midiática – 
digital e impresso
É preciso considerar que algumas características de impressão 
mudam quando o meio de divulgação é impresso em papel ou 
quando é digital. Assim, cabe ressaltar que o texto impresso 
carrega características intrínsecas que podem ser definidas como 
a permanência material do que está publicado, ou seja, uma vez 
impresso ele pode ser atualizado através de outras edições ou 
impressões, mas cada publicação será única e imutável, esteja no 
Gêneros textuais da mídia impressa e da mídia digital 45
formato de livro, revista, panfleto, jornal, artigo, entre outros .
Já o texto digital possui outras características específicas que, 
conforme evidencia Soares (2003), já se diferenciam do texto 
impresso desde o processo de apresentação, uma vez que a 
publicação se dá através da tela de um computador, por exemplo. 
O texto eletrônico não é estável, os leitores de hipertexto podem 
interferir no conteúdo publicado digitalmente. Assim, as publicações 
digitais são textos mutáveis e/ou que podem ser constantemente 
atualizados.
Um exemplo bem claro disso é o módulo desta disciplina. Existe um 
livro da disciplina que pode ser impresso em papel (é o que você 
está lendo agora!) e o mesmo conteúdo acessado digitalmente por 
meio do AVEA do Moodle. Quando o suporte muda, as estratégias 
de apresentação do texto também mudam. No ambiente virtual são 
acrescentados links, animações, fotos e espaços para comentários 
(fóruns, chats e outros recursos) que são próprios desse tipo de 
publicação. O conteúdo ali poderá ser atualizado. Aqui o conteúdo 
serve como parâmetro e guia do que vai ser exposto. Ficou mais 
claro agora?
HIPERTEXTO
[ GLOSSÁRIO ]
Segundo Xavier (2004, p.171), 
“[...] hipertexto é uma forma híbrida, 
dinâmica e flexível de linguagem 
que dialoga com outras interfaces 
semióticas, adiciona e acondiciona em 
sua superfície formas de outras de 
textualidade”.
Esta foi uma unidade de sensibilização. O maior objetivo é que 
você perceba o quanto são importantes e relevantes a leitura e 
a escrita na sociedade moderna. E, nesse sentido, o trabalho 
do professor é primordial na sensibilização dos alunos para que 
estes sejam capazes de fazer a análise crítica de tudo o que é 
impresso e divulgado socialmente. Todo o conhecimento humano 
está armazenado em unidades escritas, sejam elas impressas 
(enciclopédias, livros, revistas, jornais) ou, mais recentemente, 
em unidades virtuais (enciclopédias eletrônicas, sites eletrônicos, 
portais da internet etc.). Assim, foi feito um recorte de análise de duas 
mídias: jornais e revistas (digital ou impresso) para que, primeiro, 
você, enquanto cursista, fizesse uma análise crítica desse material. 
E, por fim, foram dadas diversas sugestões de como trabalhar os 
gêneros textuais de maneira consciente com os alunos.
A próxima unidade também apresentará alguns pontos de vista a 
respeito de publicações no trabalho pedagógico e muitas sugestões 
de como sistematizar alguns gêneros da mídia impressa e digital. 
Aproveite bem os conteúdos!
Leitura e 
produção 
de textos 
a partir 
do gênero 
textual
O conceito de letramento e gêneros textuais deve estar presente no meio 
didático-pedagógico da sua atividade docente. Para isso, é importante 
o incentivo e a prática da leitura e da escrita em todas as unidades 
curriculares que compõem um currículo escolar. Podem ser utilizados 
como suporte os textos que circulam na mídia impressa e na mídia digital 
levando-se em conta a noção de gênero textual. Com o estudo desta 
unidade, você será capaz de reconhecer a importância da inclusão dos 
conceitos de letramento e gêneros textuais na prática pedagógica, bem 
como apresentar um relato de experiência ou projeto para aplicar em 
contexto didático.
Andressa da Costa Farias 
MATERIAL IMPRESSO E GÊNEROS TEXTUAIS UNIDADE 4
Leitura e produção de textos 
a partir do gênero textual
Letramento, gêneros textuais e 
docência
O conceito de letramento já foi apresentado nos primeiros tópicos. 
No entanto, cabe ressaltar a sua importância e essência. Conforme 
Soares (1999, p. 3 apud Bagno, 2002, p.52, grifos da autora), 
letramento é:
estado

Continue navegando