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Psicologia_Desenvol_02

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AN02FREV001/REV 4.0 
 32 
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA 
Portal Educação 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE 
PSICOLOGIA DO 
DESENVOLVIMENTO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aluno: 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 33 
 
EaD - Educação a Distância Portal Educação 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE 
PSICOLOGIA DO 
DESENVOLVIMENTO 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO II 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este 
Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição 
do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido 
são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas. 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 34 
 
MÓDULO II 
 
 
2 DESENVOLVIMENTO PRÉ-NATAL 
 
 
De acordo com STONE & CHURCH (1969), a primeira etapa da vida no 
desenvolvimento do indivíduo é o instante da concepção, quando uma única célula 
chamada espermatozoide do homem penetra na parede do óvulo da mulher. Entre 
milhões de espermatozoides, apenas um consegue entrar no útero, assim como 
mostra a imagem ao lado. 
Normalmente, a mulher produz um óvulo (célula-ovo) a cada 28 dias, em um 
dos seus ovários. Isso ocorre aproximadamente na metade do tempo entre dois 
períodos menstruais. Caso ele não seja fertilizado, o óvulo sai do ovário, passa pela 
trompa de falópio, chega ao útero, onde gradualmente se desintegra e é expelido 
como parte da próxima menstruação. 
Se um casal tem relações sexuais durante os poucos dias cruciais em que o 
óvulo está na trompa de Falópio, um dos milhões de espermatozoides ejaculados 
como parte do orgasmo de cada homem pode atravessar toda a distância desde a 
vagina, cérvice, útero e trompa de Falópio, e penetrar na parede do óvulo. As 
estruturas celulares do esperma e do óvulo que se uniram se desintegram e se 
recombinam para formar uma única célula, ou zigoto, e um novo indivíduo inicia sua 
marcha para a maturidade. 
O indivíduo que acaba de se formar terá diversos nomes de acordo com 
importantes estágios de seu desenvolvimento, antes de emergir como recém-
nascido. Durante o período germinal da gravidez, que dura mais ou menos duas 
semanas a partir da concepção (ou aproximadamente até a época em que a 
menstruação deveria ocorrer normalmente), ele será ainda conhecido como zigoto. 
Durante as seis semanas seguintes em que todas as partes de seu corpo estão 
tomando já uma forma rudimentar, ele será chamado embrião. A seguir, da idade de 
oito semanas até o nascimento, será feto. Sua existência intrauterina total dura 
aproximadamente quarenta semanas, ou dez meses lunares, correspondendo ao 
período mais familiar de nove meses (STONE & CHURCH, 1969). 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 35 
 
FIGURA 1: ZIGOTO 
 
 
 
 
 
FONTE:<http://www.fotosearch.com.br/ilustracao/zigoto.html>. Acesso em: 08 fev. 2009. 
 
 
2.1 PERÍODO DO EMBRIÃO 
 
O período embrionário inicia com a ligação do zigoto à parede uterina e 
continua durante aproximadamente seis semanas. Ocorrem dois grupos importantes 
de eventos durante o período embrionário. Primeiro, o ambiente uterino em que a 
criança pré-natal se desenvolverá, fica estabelecido. Começam a desenvolver os 
seguintes aspectos: 
Durante as duas primeiras semanas de gravidez, a mãe não tem consciência 
dos fatos que estão acontecendo, e que são virtualmente inconstatáveis por meios 
bioquímicos. Quase imediatamente depois da fertilização, o zigoto, à medida que 
desce a trompa, se divide e se transforma em duas células ligadas, essas se 
subdividem e se transformam em quatro e assim sucessivamente. Para formar o 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 36 
corpo são estimadas aproximadamente vinte e seis bilhões de células (STONE & 
CHURCH, 1969). 
As novas células formadas não seguem seu próprio curso, como as duas 
metades da ameba, cada uma das quais constitui um organismo completo. Pelo 
contrário, permanecem juntas de uma forma organizada; subordinam-se ao 
organismo como um todo e operam em relação a um plano básico da pessoa em 
crescimento. 
Quando o zigoto tem cerca de sete dias e já se localizou no útero, ele 
consiste num agrupamento de células em duas camadas, uma interna e outra 
externa. Secreções da camada externa cavam um recesso no tecido uterino, onde 
se aninha o zigoto, estendendo prolongações que criam raiz nos espaços do tecido 
repletos de sangue. O material nutritivo – oxigênio, água, sangue, açúcar, etc. é 
absorvido do sangue da mãe por meio das paredes destas prolongações, sendo 
pela mesma via eliminados os dejetos. Deve-se notar que, normalmente, não há 
nunca uma mistura de sangue entre a mãe e a criança. As paredes dos vasos 
sanguíneos atuam como uma membrana fina que admite apenas certas substâncias, 
impedindo a passagem do sangue propriamente dito (STONE & CHURCH, 1969). 
 
FIGURA 2: DESENVOLVIMENTO DO FETO 
 
 
 
FONTE: <http://www.fotosearch.com.br/ilustracao/feto.html>. Acesso em: 16 mar. 2009. 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 37 
Depois desse processo de fixação, o período germinal do desenvolvimento 
pré-natal é dedicado, sobretudo à construção de um alojamento no qual a criança 
passará sua vida dentro do útero; a criança mesma, enquanto isso permanece 
dentro de uma protuberância interior do zigoto chamada disco germinal. O disco, 
juntamente com o alojamento, constitui o zigoto. Por essa razão, irá ser descrito 
primeiramente a forma que este alojamento assumirá, antes do crescimento do bebê 
(STONE & CHURCH, 1969). 
Em primeiro lugar, há a placenta, uma placa carnosa, em forma de disco, 
que é uma elaboração da junção dos tecidos da criança com os tecidos maternos, 
formada quando o zigoto se fixa por meio de vasos sanguíneos em forma de raiz, 
permanecendo, entretanto distinta desse tecido. A criança se liga ao outro lado da 
placenta pelo cordão umbilical, uma extensão de seu sistema circulatório. No cordão 
há duas artérias carregando sangue do feto para a placenta, e apenas uma veia 
levando o sangue de volta ao feto (STONE & CHURCH, 1969). 
 
FIGURA 3 – EMBRIÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: http://www.criativopunk.com.br/wp-content/uploads/2008/05/embriao.jpg. Acesso em: 04 mar. 
 
As artérias umbilicais levam o sangue carregado dos produtos residuais e 
dióxido de carbono, enquanto que a veia traz de volta à circulação fetal ao sangue 
renovado, provindo da placenta que atua, inclusive, como substituto do pulmão. Das 
bordas do disco da placenta projeta-se uma membrana de duas paredes, formando 
uma espécie de balão cheio de fluído amniótico no qual a criança flutua (STONE & 
CHURCH, 1969). 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 38 
O segundo grupo de eventos do desenvolvimento, que ocorre durante o 
período embrionário, envolve a diferenciação de estruturas físicas dentro do próprio 
organismo. Durante a divisão celular, que ocorre neste período, envolvem do zigoto 
três camadas de tecido. O ectoderma, ou tecido externo, forma o fundamento para o 
cabelo, unhas, dentes e outras estruturas físicas encontradas nas estruturas 
exteriores do corpo. O mesoderma, ou tecido intermediário, forma a base para o 
desenvolvimento dos músculos, ossos e sistema circulatório. O endoderma forma o 
fundamento para as estruturas interiores do organismo – por exemplo, o trato 
gastrintestinal, órgãos vitais como os pulmões, coração, fígado e assim por diante. A 
diferenciação inicial de todos esses órgãos fica completa ao final do período 
embrionário (aproximadamente na oitava semana). Por esta época é possível ouvir o 
funcionamento primitivo do coração e observar que as características físicas do 
embrião se assemelham as do ser humano. 
Durante o período embrionário ocorre o desenvolvimento inicial de muitos 
órgãos vitais da criança. Assim, quaisquer anormalidades que ocorram no processo 
de desenvolvimento durante esteperíodo, podem resultar em uma disfunção fatal de 
tais órgãos vitais. Por essa razão, os abortos espontâneos ocorrem mais 
frequentemente durante o período embrionário. Além disso, o impacto da moléstia 
da mãe, de sua ingestão de drogas ou outros eventos nocivos ao processo de 
desenvolvimento, tem seu maior efeito negativo por essa ocasião (STONE & 
CHURCH, 1969). 
 
 
2.2 PERÍODO DO FETO 
 
O período fetal vai desde a oitava semana após a concepção até que ocorra 
o nascimento, aproximadamente quarenta semanas depois da concepção. O 
período fetal é marcado por crescimento e refinamento contínuo das estruturas cujos 
fundamentos foram estabelecidos durante o período embrionário. Durante este 
crescimento e refinamento vagarosos, as estruturas corpóreas do organismo, bem 
como o sistema nervoso e circulatório, tornam-se mais capazes de automanutenção 
e de responder independentemente ao ambiente. Embora o período normal de 
gestação do ser humano seja de quarenta semanas, o feto já se acha 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 39 
suficientemente desenvolvido na vigésima oitava e se tem conhecimento de crianças 
que sobrevivem, nascendo com esse tempo (STONE & CHURCH, 1969). 
Durante o quarto mês de gravidez os médicos perguntam as mães se 
desejam ouvir o batimento cardíaco do filho. Um estetoscópio ou um dispositivo 
sonar pode detectar as batidas do coração do feto. O batimento cardíaco do feto é 
consideravelmente mais rápido do que o do adulto humano, tendo a média 
aproximada de 140 batimentos por minuto, em comparação com a média de 70 para 
o adulto do sexo masculino. 
Tanto as mães como os pais frequentemente se surpreendem pela 
quantidade de atividades que parece existir dentro do útero, a partir do terceiro mês 
de gravidez. Os pais podem receber pontapé da criança que ainda não nasceu ao se 
deitarem junto às esposas à noite. As mães podem notar uma distorção completa de 
seu abdômen, quando a criança se espicha vigorosamente dentro do útero. Alguns 
fetos desenvolvem soluços, que são percebidos pela mãe como uma sensação de 
que há algo empurrando o abdômen e que ocorre a intervalos regulares. Todos 
esses sinais exemplificam o aumento das capacidades físicas do feto (STONE & 
CHURCH, 1969). 
 
FIGURA 4 – GRAVIDEZ 
 
 
 
 
 
 
FONTE: http://www.fotosearch.com.br/ilustracao/gravidez_4.html. Acesso em: 07 jan. 2009. 
 
Uma pergunta muitas vezes feita pelos pais é “Quando é que será 
determinado o sexo de meu filho?“ O sexo da criança é geneticamente determinado 
no momento da concepção. Todavia, os órgãos sexuais externos se desenvolvem 
aproximadamente oito a nove semanas depois da concepção. O interessante é que 
as características sexuais iniciais de todas as crianças são femininas. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 40 
As características sexuais masculinas somente envolvem se hormônios 
específicos produzidos nos testículos masculinos estiverem presentes na ocasião da 
determinação sexual. Se os testículos são removidos antes do desenvolvimento do 
sistema reprodutivo, ou se por alguma outra razão o hormônio não for produzido, a 
criança desenvolverá o sistema reprodutivo feminino, não importando seu sexo 
geneticamente definido. 
 
2.3 O PROCESSO DE NASCIMENTO 
 
Aproximadamente quarenta semanas depois da concepção, nasce a criança. 
Naturalmente, em alguns casos, este evento ocorre antes da data esperada e, em 
alguns outros, o nascimento é tardio. Alguns dias antes do nascimento real, o evento 
é previsto pelo abaixamento da cabeça do feto para a parte mais baixa da pélvis, 
perto da cérvix. Essa insinuação é tipicamente acompanhada de uma sensação de 
redução de pressão sobre os pulmões e o estômago da mãe e é conhecida como 
descida do feto (STONE & CHURCH, 1969). 
O processo normal de nascimento apresenta basicamente três partes: 
dilatação, nascimento propriamente dito e expulsão da placenta. 
Em gestações sem complicação e de baixo risco, o parto em casa ou em um 
centro de nascimentos é tão seguro quanto aquele realizado em hospital. 
Como observamos o nascimento, não é na realidade o começo da vida. Ao 
nascer o recém-nascido já tem uma carreira pessoal de nove meses de duração. 
 
2.4 TRABALHO DE PARTO 
 
FIGURA 5 - PARTO 
 
 
FONTE: http://www.fotosearch.com.br/ilustracao/parto.html. Acesso em: 30 jan. 2009. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 41 
 
 
Um sinal que ainda não foi identificado inicia o nascimento da criança. O 
processo do nascimento em si consiste do desvanecimento, ou adelgaçamento da 
cérvix, sua dilatação para aproximadamente 10 cm e a expulsão do feto do útero por 
meio do canal de parto. O processo todo é acompanhado por contrações do útero. 
Durante o nascimento do primeiro filho esse processo de trabalho de parto dura de 
doze a catorze horas (STONE & CHURCH, 1969). 
O cordão umbilical é cortado e amarrado. Nesse ponto a criança precisa 
começar a manter suas funções corporais independentemente da mãe. Apesar das 
estórias tradicionais, não é necessário que os médicos deem uma palmada no 
recém-nascido para iniciar a respiração ou outras funções corporais. Na maioria das 
crianças a respiração é espontânea. Quando há necessidade de estimulação 
externa, fazer cócegas no pé do bebê é o quanto basta na maioria dos casos 
(STONE & CHURCH, 1969). 
A presença do pai durante o parto apresenta uma variedade de 
consequências positivas, o que inclui experiência de menos dor por parte da mãe. 
 
 
2.5 COMPLICAÇÕES NO PROCESSO DE NASCIMENTO 
 
 
Segundo FAW (1981), as complicações no processo de nascimento podem 
resultar de dificuldades fisiológicas sofridas pela mãe, tais como uma cérvix que não 
se dilata adequadamente, toxicidade, ou o desenvolvimento da placenta em uma 
posição que cobre a cérvix e não permite a saída da criança antes da saída da 
própria placenta. Também podem ocorrer complicações em resultado do 
posicionamento do feto. Em alguns casos, uma criança é posicionada de tal modo 
que ela nascerá com a saída dos pés em primeiro lugar, um parto pélvico. Em outros 
casos, o cordão umbilical pode enrolar-se no pescoço da criança, causando 
estrangulamento durante o processo do nascimento, ou anóxia, falta de oxigênio 
vital para a criança. Em muitos casos, estas complicações podem ser contornadas 
pelo uso de um fórceps obstétrico a fim de guiar a criança para a posição apropriada 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 42 
ao nascimento e ajudar o parto. Outras vezes, as complicações são contornadas 
pelo uso de parto cirúrgico, mais conhecido como cesariana. Essa é uma operação 
em que se faz uma incisão na parede abdominal e no útero, por intermédio da qual 
se ergue a criança. 
Segundo BEE (1997), os desvios do padrão normal podem ser causados, na 
concepção, por qualquer uma dentre uma variedade de anomalias cromossômicas, 
tais como a Síndrome de Down, ou pela transmissão de genes para doenças 
específicas. 
 
FIGURA 6 – BEBÊ COM SÍNDROME DE DOWN 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: 
http://3.bp.blogspot.com/_GJmPdEZpetA/SiLKo28PmXI/AAAAAAAAACk/gmkUfAIrKJc/s320/beautiful
_baby_cdss-753029.jpg>. Acesso em: 30 jan. 2009. 
 
 
Antes da concepção é possível o teste dos pais na detecção da presença de 
genes para várias doenças herdadas. Após a concepção, existem várias técnicas de 
diagnóstico que identificam anomalias cromossômicas ou doenças de genes 
recessivos no feto. 
Algumas doenças contraídas pela mãe podem afetar a criança, o que inclui a 
rubéola, a AIDS e o citomegalovírus. Qualquer uma dessas pode resultar em doença 
ou anomalias físicas na criança. 
Álcool, nicotina e cocaína parecem causar efeitos significativamente 
danosos sobre o desenvolvimento fetal; quanto maior a dose, maior parece ser o 
efeito potencial. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 43 
A dieta da mãe também é importante. No caso de ela estar gravemente 
desnutrida,há maiores riscos de natimortos, bebê com baixo peso ao nascer e 
morte do bebê no primeiro ano de vida. 
Mães mais velhas ou muito jovens correm também maiores riscos, embora 
muitos deles sejam bastante reduzidos ou eliminados, no caso de a mãe gozar de 
boa saúde e receber cuidado pré-natal adequado. 
Altos níveis de ansiedade ou estresse na mãe podem também aumentar o 
risco de complicações na gravidez ou dificuldades para o bebê. 
Diferenças de sexo, no desenvolvimento pré-natal, são poucas. Os meninos 
desenvolvem-se mais lentamente, são maiores ao nascer e mais vulneráveis à 
maioria das formas de estresse pré-natal. 
Bebês que nascem com peso abaixo de 2,5Kg são conhecidos como de 
baixo peso ao nascer; os que nascem com menos de 1,5Kg são chamados de bebês 
com peso muito baixo e os que têm menos de 1,0Kg são os bebês com peso 
extremamente baixo ao nascer. Quanto mais baixo o peso, maior o risco de 
problemas significativos permanentes, tais como baixo QI ou deficiências de 
aprendizagem (FAW, 1981). 
Algumas dificuldades no pré-natal ou no nascimento podem causar 
deficiências ou deformidades permanentes, embora muitas doenças associadas à 
vida pré-natal ou ao nascimento possam se exceder, caso a criança seja criada em 
um ambiente de apoio e estimulador (FAW, 1981). 
 
3 PSICOLOGIA DA GRAVIDEZ 
 
FIGURA 7 – GRAVIDEZ 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: http://www.fotosearch.com.br/ilustracao/gravidez.html. Acesso em: 02 set. 2009. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 44 
 
 
O nascimento de um filho envolve muitas mudanças na vida da mulher em 
vários níveis, o que tem um impacto enorme na vida emocional, familiar, sobretudo 
biologicamente, com o envolvimento de inúmeras modificações endócrinas, 
somáticas e psicológicas. 
FIGURA 8 – PRÉ-NATAL 
 
I 
 
 
 
FONTE: http://www.fotosearch.com.br/ilustracao/gravidez.html. Acesso em: 30 set. 2009. 
 
Segundo MALDONADO (1990), o processo gravídico, implica uma 
importante passagem na vida da mulher, não sendo mais apenas responsável por si 
mesma, mas passa a ser responsável por um ser completamente dependente de si, 
ao qual tem que prestar todos os cuidados necessários a sua sobrevivência e bem-
estar. Nessa nova fase deve ser levada em conta a presença de vários 
espectadores envolvidos no processo, como: o pai, os avós ou familiares mais 
próximos. 
Para LEAL (1997) a gravidez pode ser entendida como uma situação de 
preparação física e psicológica para o papel que a mulher passará a desempenhar, 
o papel de mãe, em que tem início o relacionamento mãe/filho. Para CANAVARRO 
(2001), a gravidez é um processo que corresponde a um período, definido 
temporalmente, que medeia à concepção e o parto. 
A gravidez é uma fase em que não é só o corpo da mulher que muda, mas o 
seu psicológico, na sua mente também ocorre mudanças significativas. Por isso, é 
muito importante que a futura mamãe tenha um acompanhamento médico pré-natal, 
que são orientações psicológicas e de assistência, pois a decisão de ter um filho 
envolve a iniciativa de novas atitudes e responsabilidades (MALDONADO, 1990). O 
acompanhamento pré-natal irá contribuir para a saúde mental e física da mãe e do 
bebê. Neste período é comum a gestante se sentir mais ansiosa e ficar mais 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 45 
sensível, pois são mudanças muito intensas que estão ocorrendo na sua vida física, 
psíquica e social. Torna-se muito mais difícil quando a gravidez não foi desejada, 
principalmente na ausência paterna. A decisão de ter um filho envolve um 
compromisso para o resto da vida (MALDONADO, 1990). 
Para a gravidez da mulher que tem um parceiro, normalmente, nesta fase os 
pais repensam fazendo todo um retrospecto das suas vidas, principalmente da 
infância. Sentem certas angústias e dúvidas de como irão educar o futuro filho. 
Neste período há muitas expectativas sobre o bebê, no sentido de como serão 
enquanto pais. Esse significado é próprio de cada um, de acordo com a história de 
vida individual, tanto do pai quanto da mãe (MALDONADO, 1990). 
 
FIGURA 9 – CASAL 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: http://www.fotosearch.com.br/ilustracao/gravidez_4.html. Acesso em: 03 mar. 2009. 
 
Outra característica fundamental nesse momento é a mudança do papel 
social. No período da gestação, é instalada uma nova identidade no casal, deixando 
de ser apenas filhos para se tornarem pais. 
Os pais se preocupam muito, principalmente a mãe, que o bebê nasça 
perfeito, sem deficiência. Caso isso ocorra, os pais se veem como fracassados e 
carregam dentro de si uma culpa intensa. 
A gravidez pode ser vivenciada como um momento de alegria e prazer. Os 
sintomas do corpo fazem parte do processo de mudança. Toda a mudança gera 
dúvidas e temores, porém são naturais e esperadas. 
Alguns dos sintomas ocasionados nesta fase da gestante são: a hipersonia 
ou aumento da necessidade de dormir, instabilidades emocionais, maior 
sensibilidade, náuseas, vômitos, constipação e diarreia, desejos e aversões, entre 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 46 
outros. Todos esses sintomas dependem de cada mulher, alguns podem ser 
vivenciados outros não, tudo depende do emocional da gestante e como ela está 
experenciando essa fase da gravidez (MALDONADO, 1990). 
 
 
3.1 A MATERNIDADE 
 
A maternidade é um período em longo prazo, em que ocorrem sucessivas 
transformações, tarefas e adaptações no desenvolvimento da criança ultrapassando 
a gravidez (LEAL, 1997). 
Hrdy (2001) mostra que nos dias de hoje há certa dificuldade em ser mãe, 
surge vários questionamentos sobre o que é ser mãe, pois a mulher hoje ocupa um 
espaço no mercado de trabalho diferente das décadas passadas. Na atualidade há 
uma dificuldade em conciliar o papel de ser mãe com o ser profissional. Segundo a 
visão psicanalítica, a mãe é essencial na formação psíquica da criança, sendo 
responsável por determinar a saúde ou a doença psíquica de uma criança (GRANT, 
2001). 
Consequentemente, a família toda muda com a transformação do papel da 
mulher na sociedade. O homem passa a ser cobrado também em contribuir com os 
afazeres domésticos. Os homens passam a ter uma participação mais ativa no que 
se refere à casa e aos cuidados com os filhos. 
Na contemporaneidade, a mulher precisa do trabalho externo para se sentir 
realizada. Normalmente, nos períodos em que precisa ficar em casa só para cuidar 
do filho, sentem-se deprimidas e inúteis, segundo Granato e Aiello-Vaisberg (2003). 
A decisão de ter um filho depende muito mais da mulher, do que 
propriamente do homem. Pois, ainda nos dias de hoje, a mulher é a maior 
responsável do que propriamente o pai. O que é questionado é o desejo de ser mãe. 
O que se observa é muitas mulheres sendo influenciadas pela cultura da sociedade, 
mas muitas vezes, elas ainda não estão preparadas para ter filhos. Muitas vezes 
decidem ter filhos para preencher um vazio e não propriamente porque querem. 
Para entender, o que motiva uma mulher a fazer essa escolha naquele momento, é 
preciso compreender a formação da sua identidade e suas influências 
(MALDONADO, 1990). 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 47 
 
4 O RECÉM-NASCIDO: SUAS CAPACIDADES SENSORIAIS 
 
FIGURA 10 – BEBÊ 
 
 
 
 
 
 
FONTE: http://velhosrascunhos.files.wordpress.com/2008/03/bebe.jpg&imgrefurl=. Acesso em: 09 
maio 2009. 
 
Segundo STONE & CHURCH (1969), todos os organismos, o bebê, antes e 
depois do nascimento, está equipada para sobreviver, crescer e funcionar. É 
importante ver, entretanto, que realiza estas coisas em um contexto ambiental do 
qual nunca pode ser inteiramente separada. 
Um organismo mantém sempre uma comunhão básica como o meio que o 
cerca e sem este meio ele deixaria de existir como organismo. O ambiente é 
importante tanto biológica como psicologicamente. Do ponto de vista biológico 
momentâneo, podemos ver que o organismo deve respirar, trocando o dióxido de 
carbono produzido no decurso dometabolismo por um novo suprimento de oxigênio. 
Ele deve irradiar o excesso de calor ao ambiente e absorver o calor deste. Deve 
ajustar-se a atração da gravidade. Pelo menos periodicamente, deve tomar alimento 
para suprir o forno metabólico (STONE & CHURCH, 1969). 
O contexto biológico do organismo, naturalmente nem sempre é benigno ou 
mesmo neutro. Os seres humanos são bombardeados por radiação cósmica ou 
artificial, o ar é respirado com substâncias químicas, micróbios e vírus. Ainda mais, 
nem todo o ambiente humano está fora da pele. O biólogo considera tudo o que está 
contido no aparelho digestivo, e que não foi ainda absorvido pelas suas paredes, 
como exterior ao organismo e como uma parte última de seu ambiente. Mas, 
enquanto estamos acostumados a pensar no organismo, embora com relação ao 
seu ambiente, como bastante separado dele, os biólogos recentemente 
reconheceram que, em seu funcionamento, o organismo não se separa do ambiente 
http://velhosrascunhos.files.wordpress.com/2008/03/bebe.jpg
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 48 
por limites claramente determinados, e falam de campos de organismo-ambiente 
nos quais se desenvolvem padrões de processos vitais (STONE & CHURCH, 1969). 
 
FIGURA 11 – BEBÊS 
 
 
 
 
 
 
FONTE: http://www.fotosearch.com.br/ilustracao/beb%C3%AA_3.html. Acesso em 19 jan. 2009. 
 
Uma das mais importantes características do organismo em nossa 
consideração sobre o bebê, tanto antes como depois do nascimento, é definida pelo 
conceito de homeostase, manutenção da estabilidade no funcionamento fisiológico 
do organismo. Apesar de a homeostase ser atribuída ao organismo, é uma 
excelente ilustração do funcionamento dos princípios de campo. A regulação da 
temperatura do corpo e a conservação do teor do oxigênio no sangue são duas das 
várias maneiras pelas quais o organismo preserva seu equilíbrio homeostático. 
Ambas são mantidas dentro de limites muito estreitos e preciosos, apesar das 
variações relativamente grandes nas condições exteriores. 
Mas, para manter o equilíbrio, o organismo deve-se ajustar a mudanças em 
seu redor. A frequência e profundidade da respiração aumentam à medida que o 
oxigênio diminui, quando a temperatura ambiente baixa, os capilares sob a pele se 
contraem, a produção de suor diminui etc. Assim, por uma variedade de 
ajustamentos sistemáticos a mudanças no ambiente, o organismo preserva a 
relação homeostática com o mesmo. Da mesma forma, as mudanças químicas 
internas rapidamente provocam as atividades necessárias para se atingir um 
equilíbrio satisfatório (STONE & CHURCH, 1969). 
Os organismos são estáveis e sensitivos. Ou seja, como vimos no caso da 
homeostase, reagem a mudança de energia interna e externa. Essa sensibilidade à 
estimulação existe em diversos níveis, dependendo do grau em que está envolvido o 
sistema nervoso central. Ela pode independer da atividade neural, como quando 
nossa pele se bronzeia reagindo aos raios ultravioletas ou quando a ameba 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 49 
reconhece o alimento. Num nível muito mais elevado, pode envolver órgãos 
sensoriais especializados, olhos, ouvidos, receptores da pele, de acordo com 
determinadas espécies de energia, luz, som, calor, etc. É por meio de suas 
sensibilidades que o organismo conhece o que acontece dentro de si mesmo e em 
seu ambiente e, por conseguinte ajusta-se ou ajusta o seu meio, conforme o caso 
(STONE & CHURCH, 1969). 
 
FIGURA 12 - BEBÊ 
 
 
 
 
 
FONTE: http://www.fotosearch.com.br/ilustracao/beb%C3%AA_3.html. Acesso em: 19/01/2009 
 
 
Os organismos são ativos, mesmo quando um organismo não está se 
movendo de um para outro lugar, ele está em estado de constante atividade, que 
consiste pelo menos num mínimo de respiração, circulação, metabolismo e tensão 
muscular, ou de movimentos suaves ou claramente marcados. Algumas vezes a 
atividade é motivada por estados internos do organismo, outras vezes por 
estimulação externa (STONE & CHURCH, 1969). 
Os organismos, como o próprio nome o indica, são organizados. Mesmo os 
mais simples organismos possuem um grande número de partes diferentes que 
atuam conjuntamente de forma que cada parte está sempre, de alguma forma, em 
comunicação com todas as outras partes. Os recém-nascidos como vêm, ainda 
estão difusamente organizados. Seus diferentes subsistemas são pobremente 
separados e também ligados. Como resultado, pode haver um considerável 
desgaste de energia, como notamos em relação a suas contrações; ou ele pode não 
ser capaz de mover-se, de forma que aquilo que parece o início de uma atividade, 
como chupar, pode não ser mais o do que um simples tremor de lábios (STONE & 
CHURCH, 1969). 
 
 
 
 
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 50 
FIGURA 13 - BEBÊ 
 
 
 
 
 
 
FONTE: http://www.fotosearch.com.br/ilustracao/beb%C3%AA_3.html. Acesso em: 19 jan. 2009. 
 
Os organismos se desenvolvem. Eles crescem tanto em tamanho como em 
complexidade. É importante considerar que mesmo quando um organismo está em 
mudança, de alguma forma se conserva o mesmo, ele possui continuidade. A 
lagarta pode se transformar em borboleta, cinderela pode se tornar princesa, mas a 
cada passo do caminho leva consigo alguma coisa do que havia sido antes (STONE 
& CHURCH, 1969). 
O bebê escuta facilmente os sons dentro dos intervalos do diapasão e altura 
da voz humana. Pode localizar grosseiramente os objetos pelo seu som, e 
discriminar algumas vozes, especialmente a da mãe. Ele também pode focar ambos 
os olhos no mesmo ponto em poucas semanas. 
Tudo no organismo muda, não apenas o tamanho e a forma, como também 
na maneira de estabelecer as relações de campo, e na própria natureza de sua 
sensibilidade, sua atividade e sua organização. 
 
4.1 O BEBÊ E O PRIMEIRO ANO DE VIDA 
 
FIGURA 14 – BEBÊ 
 
 
 
 
 
 
FONTE: http://www.fotosearch.com.br/ilustracao/beb%C3%AA_8.html. Acesso em: 14 jan. 2009. 
 
 
 
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 51 
Observarmos que o recém-nascido é capaz de ouvir, de ver, de cheirar e de 
sentir pressão ou dor. Também percebe mudanças de posição. O único sentido que 
tarda um pouco é o do paladar. 
O bebê já nasce com alguns reflexos, respostas naturais do organismo que 
não se precisa aprender. Por exemplo, a colocação de um bico entre seus lábios é 
suficiente para fazê-la começar a sugá-lo. Ela prende nosso dedo se com ele lhe 
tocarmos a palma da mão, reflexo que desaparece por ocasião do seu quarto mês 
de vida. A criança chora quando mal acomodada ou faminta. O choro constitui seu 
principal meio de comunicação com o mundo exterior (STONE & CHURCH, 1969). 
 
FIGURA 15 – RECÉM-NASCIDO 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: http://www.fotosearch.com.br/ilustracao/beb%C3%AA_8.html. Acesso em: 14 jan. 2009. 
 
A maioria de nós supõe no instante em que virmos nosso filho recém-
nascido já passaremos a amá-lo. Kenneth Robson da Tufts University School of 
Medicine e Howard Moss do National Institute of Mental Health estudaram um grupo 
de 54 mulheres inteligentes com seus primeiros filhos. Observaram que 34% das 
mães não tinham sentimento algum relativamente aos filhos no momento em que os 
viam pela primeira vez; 7% manifestaram sentimentos negativos – “Não pude olhar 
para ela”, “Eu desejava que o levassem embora”. Cerca da metade alegou ter tido 
sentimentos positivos, mas apenas sete descreveram esses sentimentos como 
sendo amor (STONE & CHURCH, 1969). 
A maioria das mulheres disse ter levado entre seis e nove semanas para 
começar a sentir amor pelos filhos. Robson e Moss observaram que “a emoção foi 
desencadeada por acontecimentos bastante específicos”, como, por exemplo, 
quando a criança passava a sorrir para a mãe e a reagir às emoções dela. Como 
nossa cultura espera que as mães amem os filhos, os sentimentos neutros ou 
 
 
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 52 
negativos podem fazer que a mãe se sinta culpada ou ansiosa. É importante 
compreender que o amor podeser aprendido! 
 
FIGURA 16 – BEBÊ COM A MÃE 
 
 
 
 
 
FONTE: http://www.fotosearch.com.br/ilustracao/beb%C3%AA_8.html. Acesso em: 14 jan. 2009. 
 
Em outras culturas, não se espera que as mães amem os filhos. Por 
exemplo, em Aritama, uma comunidade da Colômbia, nem os homens e as 
mulheres desejam as crianças como alvo de amor. Os primeiros às desejam como 
recursos econômicos, e essas encaram a produção e criação de filhos como sendo 
um desagradável dever que tem para com os maridos. Não raro o bebê é tratado de 
modo um tanto rude. É manuseado como um peso morto, destituído de sentimentos, 
e quase nenhuma reflexão é consagrada ao seu conforto e segurança. Tratam-no 
como se sua única necessidade fosse de se alimentar (BEE, 1997). 
 
FIGURA 17 – BEBÊ CHORANDO 
 
 
 
 
 
FONTE: http://www.fotosearch.com.br/ilustracao/beb%C3%AA_8.html. Acesso em: 14 jan. 2009. 
 
 
Um estudo longitudinal de Nova Iorque indica que a maioria dos bebês se 
enquadra em três categorias de temperamento. A maioria é constituída de “crianças 
calmas” com disposição alegre e prazenteira. O segundo grupo é dos “bebês 
reservados”, que manifestam cautela com as pessoas e sempre que se veem em 
situações novas. De cada dez bebês, um é “difícil”. Os difíceis são emotivos. Podem 
 
 
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 53 
irar-se e chorar, ter hábitos alimentares, e de sono, irregulares, e demoram mais 
para se adaptar a situações novas. Alexander Thomas, da Escola de Medicina da 
Universidade de Nova Iorque, explica: “A criança acabará se adaptando se os pais 
forem coerentes, firmes e amorosos.” Os pais “têm que aprender que é errôneo fazer 
seja o que for para levar a criança a parar de chorar. Isso só a faria pensar que pode 
obter tudo por meio do choro” (BEE, 1997). 
Outro aspecto fundamental na vida do bebê é a amamentação. Foram 
realizadas pesquisas em muitos países, com médicos e epidemiologistas sobre a 
amamentação ao seio ser substancialmente superior, do ponto de vista nutricional, 
do que a alimentação com mamadeira. O leite materno oferece anticorpos 
importantes ao bebê contra muitas espécies de doenças, especialmente as 
infecções gastrintestinais e respiratórias superiores. O leite materno também parece 
promover o crescimento dos nervos e do trato intestinal, podendo estimular um 
melhor funcionamento do sistema imunológico em longo prazo (BEE, 1997). 
Também há certo alívio decorrente da observação de que as interações 
sociais entre a mãe e a criança parecem não sofrer quaisquer efeitos doentios 
decorrentes da alimentação via mamadeira. Bebês alimentados com ela são seguros 
afagados da mesma forma que bebês amamentados ao seio, e suas mães parecem 
tão sensíveis e reagentes a seus bebês quanto aquelas de crianças amamentadas 
ao seio (BEE, 1997). 
A infância é uma etapa decisiva na vida de todos. A criança se desenvolve 
rapidamente, duplicando o próprio peso a cada quatro ou cinco meses. O âmbito de 
seu aprendizado é maior do que em qualquer outra fase de desenvolvimento. Ela 
aprenderá a engatinhar e a andar, a comunicar-se por meio de palavras e de ações. 
Assimilará o mundo. Sorrirá de prazer e saberá quando ficar ansiosa. Nessa fase, 
sua relação com a mãe é o fator de maior importância em sua vida. Sua mãe 
representa para ela o mundo inteiro. Os primeiros anos de vida têm influência 
decisiva no futuro desenvolvimento do ser humano. 
 
Curiosidades: Leitura Complementar 
Gestação semana a semana por Dra. Zsuzsanna Jármy-Di Bella* 
 
http://www.clicfilhos.com.br/site/semana_a_semana.html#autor
 
 
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 54 
1º semana Espermatozoide indo de encontro ao óvulo. 
2ª semana A fecundação (encontro do óvulo com o 
espermatozoide que formará o embrião) ocorre 
somente no fim da segunda semana do ciclo, na 
maioria das vezes. 
 
3ª semana A implantação (quando embrião "gruda" no útero) 
ocorre no fim da terceira semana, quando pode ocorrer 
uma pequena perda sanguínea que não prejudica a 
gravidez. 
 
4ª semana Na quarta semana inicia-se a formação propriamente 
dita do embrião. 
 
5ª semana A futura mãe percebe que a menstruação está 
atrasada há aproximadamente cinco dias. O sistema 
circulatório do embrião, juntamente com o coração, 
começa a ser formado. Além disso, os primórdios do 
sistema nervoso central também já existem com o 
fechamento do tubo neural. 
 
6ª semana Brotos dos membros superiores e inferiores estão se 
formando. O embrião mede aproximadamente 4 mm. 
 
7ª semana O embrião chega a medir 8 mm. A face primitiva está 
em desenvolvimento. 
 
8ª semana O embrião chega a medir 13 mm de comprimento. Os 
dedos já são visíveis, bem como as orelhas. Inicia-se o 
desenvolvimento dentário. 
 
9ª semana Nesse período ele já se mexe bastante dentro do útero, 
porém a mãe ainda não percebe. A genitália externa é 
definida, ou seja, o sexo já está estabelecido. O 
comprimento chega a 18 mm. 
 
10ª semana Os primórdios de todas as estruturas essenciais 
externas e internas já existem. O embrião chega a 30 
mm de comprimento. Entre 10 e 14 semanas pode-se, 
por intermédio da ultrassonografia, medir a 
translucência nucal que, quando normal, afasta em 
 
 
 
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 55 
85% a chance de a criança nascer com Síndrome de 
Down. 
11ª semana O embrião chega a medir 50 mm. Na ultrassonografia 
já se pode observar o estômago, a bexiga e massa 
encefálica, além do esboço da coluna vertebral. 
 
12ª semana O embrião torna-se um feto, ou seja, suas 
características físicas assemelham-se à de um adulto. 
A face tem aspecto humano. Ele chega a medir 61 mm. 
A placenta torna-se o órgão responsável pela nutrição 
fetal. As unhas dos dedos das mãos e dos pés 
começam a se formar. 
 
13ª semana Inicia-se o segundo trimestre da gestação. A 
"barriguinha" da gestante começa a apontar, pois o 
útero já ocupa a parte superior da pelve. O sistema 
tegumentar que forma a pele já está se desenvolvendo. 
 
14ª semana A possibilidade de o médico obstetra escutar os 
batimentos cardíacos fetais com um aparelho chamado 
sonar já é bem alta: depende da quantidade de tecido 
adiposo da paciente e da posição fetal. 
 
15ª semana O sexo fetal já pode ser definido pelo exame de 
ultrassom. Isso depende principalmente da posição 
fetal, além do equipamento utilizado e do profissional 
que realiza o exame. Existem casos em que não se 
consegue diagnosticar o sexo fetal até o fim da 
gestação pelo ultrassom, outros em que há grande 
facilidade em se identificar a genitália. 
 
16ª semana O feto já não pode ser visto inteiro na tela do 
ultrassom: o médico o mostrará por partes. A 
ossificação do esqueleto fetal progride rapidamente 
nesse período. 
 
17ª semana A movimentação fetal nessa fase é intensa, porém a 
mãe ainda não consegue percebê-la. 
 
18ª semana Nos fetos de sexo feminino, os ovários já estão 
 
 
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diferenciados. Os testículos, nos fetos masculinos, 
iniciam sua descida para a bolsa escrotal. 
19ª semana Os sistemas circulatório, digestivo e urinário já 
funcionam harmoniosamente. O feto deglute parte do 
líquido amniótico e elimina urina no líquido. 
 
20ª semana A partir dessa época a maioria das gestantes começa a 
sentir as movimentações fetais. As primigestas 
(primeira gestação) podem sentir mais tardiamente, por 
volta de 22 semanas. Entre 20 e 24 semanas de 
gestação pode se realizar o ultrassom morfológico, que 
é o exame não invasivo mais detalhado que existe 
atualmente para o estudo da função dos órgãos e sua 
morfologia. É a época apropriada para o rastreamento 
de várias malformações fetais e placentárias. O peso 
fetal está em torno de 500 gramas. 
 
 
21ª semana O soluço fetal pode ser percebido frequentemente até o 
fim da gestação. 
 
22ª semana Os pelos começam a tornarem-se visíveis, inicialmente 
nas sobrancelhas, nos lábios superiores e queixo, bem 
comoos cabelos. 
 
23ª semana O feto mexe bastante nessa fase gestacional, podendo 
dar cambalhotas, virar de um lado para o outro e 
inclusive dormir no útero materno. 
 
24ª semana O comprimento céfalo-nádegas é em torno de 21 cm, e 
o peso em torno de 650g. 
 
25ª semana As medidas do feto tornam-se mais proporcionais a 
partir dessa fase. 
 
26ª semana A partir dessa semana inicia-se o terceiro trimestre da 
gestação que se caracteriza pelo ganho de peso fetal, 
além do amadurecimento de seus órgãos. 
 
27ª semana A pele encontra-se enrugada devido à escassez de 
gordura subcutânea. Os olhos começam a abrir. O feto 
tem aparência magra. 
 
 
 
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 57 
28ª semana O peso fetal está em torno de 1kg. 
29ª semana 
 
A gordura subcutânea já está desenvolvida, ou seja, a 
pele enrugada desaparece. O sistema nervoso central 
atinge um grau de desenvolvimento satisfatório, 
permitindo já certo controle de regulação térmica 
corporal. O feto já ensaia movimentos respiratórios 
intrauterinos. 
 
30ª semana Daqui para frente a implantação placentária é definitiva, 
ou seja, não há mais deslocamento da mesma. 
Normalmente após esse período o feto já fica na 
posição correta, que é de ponta cabeça, ou seja, 
dificilmente dará uma cambalhota para ficar sentado. 
 
31ª semana Os núcleos de ossificação do fêmur (osso principal do 
corpo humano) já se formaram, indicando que o 
amadurecimento ósseo está adequado. 
 
32ª semana 
 
As contrações uterinas fisiológicas, que preparam o 
útero para o trabalho de parto, iniciam-se lentamente 
nessa fase. A gestante pode sentir a barriga 
"endurecer" por curtos períodos de tempo e não 
rítmicos. 
 
33ª semana A partir dessa semana é interessante que a gestante 
vá preparando os últimos detalhes do enxoval do bebê, 
que conheça a maternidade e o melhor caminho para 
chegar lá. 
 
34ª semana O peso fetal está em torno de 2 kg. 
35ª semana A partir dessa época, os pulmões já produzem 
surfactante, uma substância fabricada pelo próprio 
organismo que faz com que eles sequem, e eles 
deixam de ser imaturos. 
 
36ª semana 
 
A média de peso fetal é de 2,5 kg. A partir dessa 
semana é comum a realização de um exame chamado 
cardiotocografia anteparto ou monitoragem fetal. É feito 
semanalmente e tem o intuito de avaliar o bem-estar 
 
 
 
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 58 
fetal, ou seja, a sua vitalidade. 
37ª semana Ao final desta semana o feto já é considerado maduro 
por isso, caso a paciente entre em trabalho de parto 
espontaneamente, o recém-nascido não será 
prematuro. Porém nesse período o feto frequentemente 
ainda está em fase de ganho de massa corporal, em 
torno de 200-250g/semana. 
 
38ª semana 
 
As gestantes em geral apresentam contrações uterinas 
ainda não rítmicas que preparam o organismo para o 
trabalho de parto. Fique atenta às movimentações 
fetais e a uma eventual perda de líquido. 
 
39ª semana No fim da gestação é importante o controle médico 
semanal. Muitas mulheres já apresentam dilatação do 
colo uterino. 
 
40ª semana 
 
O final desta semana coincidirá com a data que o 
médico calculou como a data provável do parto no 
início do pré-natal. Em alguns casos, a duração da 
gestação pode ser superior a 40 semanas, mas o 
acompanhamento médico é fundamental nesse período 
para garantir o bem-estar materno e fetal. 
 
 
 
*A Dra. Zsuzsanna Jármy-Di Bella é ginecologista e obstetra com especialização em 
ultrassonografia e uroginecologia. Mestre em ginecologia. 
 
Questão para Debate em Grupo. 
1) Qual a lembrança mais antiga da sua infância? Que idade você tinha na 
ocasião? Por que acha que essa é a primeira lembrança a lhe ocorrer? 
2) Crie uma colagem de suas memórias de infância numa sequência de 
tempo. Explique a importância de cada acontecimento ou experiência que se 
destaque em sua memória. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
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3) Suponhamos que sua amiga lhe peça para ajudá-la a encontrar um lugar 
onde ela possa obter boa assistência pré-natal. Quais são as agências, hospitais ou 
clínicas existentes em sua comunidade, que a possam ajudar? Quais os serviços 
que cada uma dessas entidades proporciona? 
 
 
 
 
 
FIM DO MÓDULO II

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