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Respostas Casos Concretos Processo Civil III 2019

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Respostas Casos Concretos PC III 2019.1 
 
 
Caso 01 
A data da sessão de julgamento da apelação interposta por Manoel Carlos foi devidamente 
publicada no Diário Oficial. Diante do alto número de recursos pautados para serem 
julgados, o julgamento da apelação de Manoel foi transferida para sessão do dia seguinte. 
Após o julgamento desfavorável do respectivo recurso, o advogado de Manoel requereu a 
nulidade do julgamento vez que não foi intimado e que o recurso não poderia ter sido 
julgado no dia posterior à data previamente designada. Assiste razão ao patrono de 
Manoel? 
 
Sugestão de resposta: 
Assiste razão ao advogado de Manoel. Segundo inteligência do art. 935 do CPC/2015 o 
prazo mínimo entre a publicação da pauta e a sessão de julgamento deve ser de 5 dias, 
sendo vedada ao órgão fracionário transferir para sessão seguinte quando esta ocorrer 
antes do prazo mencionado. 
 
 
Caso 02 
João ingressou com uma ação de reintegração de posse em face de Valdomiro visando 
obter a retomada de seu imóvel como também a indenização por perdas e danos. A 
pretensão foi acolhida em parte pelo juízo tão somente para determinar a reintegração do 
autor na posse do imóvel. O autor interpõe recurso de apelação para o respectivo Tribunal 
de Justiça visando obter a indenização por perdas e danos, o que foi negado pela Câmara 
que apreciou o recurso. O recorrente, diante da omissão do colegiado acerca de pontos 
relevantes abordados no recurso, apresenta pedido de reconsideração no prazo de 15 dias, 
que foi rejeitado imediatamente pelo relator. Diante do caso indaga-se: 
a) O pedido de reconsideração possui natureza recursal? 
b) Poderia o relator aplicar o princípio da fungibilidade recursal nesse caso? 
 
Sugestão de Resposta: 
a) O pedido de reconsideração não possui natureza recursal, considerando o rol taxativo do 
art. 994 do CPC/2015. No entanto, a doutrina trata o pedido de reconsideração com 
sucedâneo recursal. 
b) A fungibilidade recursal somente poderá ser aplicada quando ocorrer, conforme 
entendimento do STJ, dúvida objetiva acerca da interposição do recurso. No caso concreto, 
o recorrente apresentou pedido de reconsideração no prazo de 10 dias, o que configura erro 
grosseiro, pois o prazo para os embargos de declaração são de 05 dias. 
Desta forma, o relator não aplicará a fungibilidade recursal devido à ocorrência de erro 
grosseiro. 
Ver, também, os fundamentos determinantes do julgado RCD nos EREsp 1479955 / SP 
do Superior Tribunal de Justiça. 
 
 
Caso 03 
Marcos Antônio ingressou com uma ação declaratória em face do plano de saúde Vida 
Saudável, responsável por atender importante parcela da população brasileira, visando 
obter reconhecimento da abusividade de determinada cláusula que impede o tratamento de 
pacientes com doenças infectocontagiosas. Diante da repercussão social do julgado, a 
associação de portadores de HIV solicitou seu ingresso como amicus curiae, o que foi 
prontamente autorizado pelo juiz da causa. Diante do caso indaga-se: 
a) Poderá a associação atuar como se parte fosse? 
 
Sugestão de resposta: 
A atuação do ​amicus curiae​ não se confunde com a atuação das partes. 
O ​amicus curiae não atua com o mesmo interesse das partes, pois poderá contribuir com 
argumentos, em favor ou contra, a pretensão veiculada pelo autor. Seu objetivo não é o 
sucesso do autor ou do réu, mas atua defesa tão somente em defesa das suas próprias 
ideias com o fim de auxiliar a corte. 
Outrossim, diferente das partes não altera a competência e tampouco é permitido a 
interposição de recursos, (salvo contra decisão que julgar incidente de resolução de 
demandas repetitivas). 
 
Caso 04 
Carlos ingressou com uma ação indenizatória em face da Construtora JSP com o objetivo 
de obter indenização pela demora na entrega de seu imóvel. Após a citação, constatou-se 
que a construtora encerrou suas atividades irregularmente, o que motivou o autor a requerer 
a desconsideração da personalidade jurídica, que foi indeferido de plano pelo juiz. 
Terminada a instrução, o juiz condenou a construtora a indenizar ao autor no valor de 
R$10.000,00, devidamente atualizado e com juros legais. Irresignado com a sentença o 
autor interpôs recurso de apelação visando reformar a decisão interlocutória que indeferiu a 
desconsideração da personalidade como também aumentar o valor fixado a título de 
indenização. Diante do caso indaga-se: 
a) A apelação de Carlos foi formulada adequadamente? 
b) O juiz sentenciante poderá inadmitir o recurso de Carlos? 
 
Sugestão de resposta: 
a) A apelação não foi formulada adequadamente considerando que contra a decisão que 
rejeita o incidente de desconsideração da personalidade jurídica cabe agravo de 
instrumento (art. 1.015 do CPC). Importante ressaltar que as decisões interlocutórias 
impugnáveis mediante apelação são aquelas não contempladas pelo rol exaustivo do art. 
1.015, razão pela qual o pedido de reforma concernente ao indeferimento da 
desconsideração da personalidade jurídica deve ser inadmitido. 
b) Não. No sistema recursal do CPC o juízo de admissibilidade será feito diretamente pelo 
juízo ad quem, conforme dispõe o art. 1.010,§3º. 
Caso 05 
Rafael e José impetraram Mandado de Segurança em face do Município visando obter a 
reintegração na Guarda Municipal, considerando que foram exonerados arbitrariamente por 
abuso de poder da municipalidade. O juiz excluiu José sob o fundamento de que, na 
hipótese, não cabe litisconsórcio. José interpôs agravo de instrumento que, após a devida 
distribuição, foi inadmitido sob o fundamento de que contra a referida decisão o recurso 
cabível é a apelação. Agiu adequadamente o Relator? 
 
Sugestão de resposta: 
Não. O art. 1.015 do CPC trata de algumas hipóteses em o recurso de agravo de 
instrumento será interposto contra sentenças parciais, decisões de mérito e sentenças de 
extinção do processo em relação a um dos litisconsortes como na hipótese do caso 
concreto. 
Caso 06 
ATENÇÃO!! Esse caso concreto aborda matéria fora do conteúdo visto nas aulas. Por isso 
será EXCLUÍDO DOS CASOS QUE PODEM CAIR NA PROVA COMO QUESTÃO 
DISCURSIVA. Contudo, DEVE SER ENTREGUE PELOS ALUNOS COMO PARTE DO 
TRABALHO DA AV1. 
 
Marcia ingressou com uma ação de revisão de cláusulas contratuais em face da Editora 
Encanto no I Juizado Especial da Comarca de Salvador. Após a realização da audiência de 
instrução e julgamento o juiz proferiu sentença julgando procedente o pedido da autora. A ré 
opôs embargos de declaração, sob o argumento de que houve erro material e omissão no 
julgado, no prazo legal, sendo este rejeitado pelo julgador. Após a publicação da decisão 
que julgou os embargos a empresa embargante interpôs recurso inominado no prazo de 10 
dias. O recurso foi inadmitido pelo juiz por intempestividade, considerando a regra disposta 
no art. 50 da Lei no 9.099/95. Agiu adequadamente o juiz? 
 
Sugestão de resposta: 
O CPC alinhou a sistemática dos embargos de declaração regida pela Lei no 9.099/95 com 
a regra geral dos embargos de declaração. Neste sentido, os embargos de declaraçãointerrompem o prazo para os demais recursos tanto no CPC como no microssistema 
processual dos juizados especiais cíveis, conforme dispõe o art. 1.065 do CPC.

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