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TRABALHO DE PROCESSO CIVIL IV - WILLIAM PUSSI docx

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Fabiana Zaninelli 
4°Ano Diurno 
15.8794 
 
 
 
 
 
 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL III 
Processo de Execução 
Trabalho domiciliar 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Maringá, 
2019 
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SUMÁRIO 
 
1. PROCESSOS DE EXECUÇÃO..........................................................................03 
2. DISPOSIÇÕES GERAIS E VIAS DE EXECUÇÃO..........................................03 
3. PROCESSO JUDICIAL......................................................................................05 
4. PROCESSO DE CONHECIMENTO E PROCESSO DE EXECUÇÃO..........06 
5. DIFERENÇAS ENTRE EXECUÇÃO FORÇADA E O PROCESSO DE 
CONHECIMENTO.............................................................................................09 
6. VISÃO UNITÁRIA DA JURISDIÇÃO..............................................................11 
7. REALIZAÇÃO DA SANÇÃO: FIM DA EXECUÇÃO FORÇADA.................12 
8. EXECUÇÃO FORÇADA, CUMPRIMENTO VOLUNTÁRIO DA 
OBRIGAÇÃO E OUTRAS MEDIDAS DE REALIZAÇÕES DOS DIREITOS 
SUBJETIVOS......................................................................................................13 
9. AUTONOMIA NO PROCESSO DE EXECUÇÃO............................................15 
10. CUMPRIMENTO DE SENTENÇA E PROCESSO DE EXECUÇÃO........16 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
1.PROCESSO DE EXECUÇÃO 
 
A tutela executiva busca a satisfação ou realização de um direito 
já acertado ou definido em título judicial ou extrajudicial, com vistas à eliminação 
de um inadimplemento. Essa espécie de tutela jurisdicional exercida mediante 
execução forçada atua unicamente em favor do credor. 
Em alguns casos o patrimônio do devedor, também representa 
óbices para à ampla atuação jurisdicional, pois o princípio da menor onerosidade 
ao devedor deve ser aplicado, assim existem certos bens indispensáveis à sua vida 
digna, não podendo ser objeto de penhora. 
Vale salientar, que a aplicação do princípio da menor 
onerosidade ao devedor deve ser aplicado harmonicamente com o princípio da 
efetividade da execução. Há, porém, um limite ao princípio da menor 
onerosidade, cuja incidência não pode servir de amparo a calotes de maus 
pagadores. 
Em síntese, Elpídio Donizete argumenta que “é preciso distinguir 
entre o devedor infeliz e de boa-fé, que vai ao desastre patrimonial em razão de 
involuntárias circunstâncias da via, e o caloteiro chicanista, que se vale das 
formas do processo executivo e da benevolência dos juízes como instrumento a 
serviço de suas falcatruas. Quando não houver meios mais amenos para o 
executado, capazes de conduzir à satisfação do credor, que se apliquem os mais 
severos”. 
O sincretismo processual implementado no ordenamento 
jurídico brasileiro, possibilitou que a tutela executiva fosse prestada no mesmo 
processo de conhecimento, em relação às obrigações reconhecidas em processos 
judiciais. Haverá também tutela executiva através de processos autônomos nos 
casos de execução fundamentada em título extrajudicial, elencados no art. 585, 
do Código de Processo Civil, e execução contra a Fazenda Pública, neste caso 
baseada em título judicial e extrajudicial, arts. 730 e 730 ambos do Código de 
Processo Civil. Ainda serão em processos autônomos quando o título for 
constituído por sentença penal condenatória, sentença arbitral ou sentença 
estrangeira, art. 475-N, II, IV e VI do Código Processual Civil. 
 
2. DISPOSIÇÕES GERAIS E VIAS DE EXECUÇÃO 
 
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As diversas espécies de execução abordam as formas de cobrar o 
devedor qual sejam pagar, entregar coisa, fazer ou não fazer e as subespécies da execução 
de prestação alimentícia, da execução contra a fazenda pública e da execução fiscal. A 
própria lei exige que o credor aponte o título executivo à petição inicial, exceto se for 
judicial. A execução de obrigação de fazer e não fazer consiste em ser determinado ao 
devedor construir um muro ou não construir um muro, por exemplo, sendo uma obrigação 
positiva e outra negativa 
 
Dos tipos de direitos 
 Os Direitos potestativos tem a capacidade de criar, extinguir ou 
modificar situações jurídicas nas esferas jurídicas das outras pessoas, independente de 
vontade delas. Estes direitos não possuem efetivação material, a sua ocorrência não é 
ostensiva, são vinculados pelas sentenças constitutivas. 
 Direitos Prestacionais tais direitos vinculam uma obrigação 
consistente em uma das seguintes condutas: entrega de coisa, fazer, não fazer e pagar 
quantia. A eles se dá o nome de execução. O inadimplemento é a não realização dos 
direitos prestacionais, essa violação gera a execução forçada. Executar é realizar um dos 
direitos prestacionais. 
 A possibilidade de exigir do Estado uma prestação é chamado de 
pretensão. A pretensão surge pelo inadimplemento. 
 É possível executar um direito potestativo? Não tem como executar. 
 Não se executa sentença constitutiva (ex. Divórcio), o que se pode fazer é 
executar o direito prestacional que venha surgir dela. 
 O Direito potestativo quando perde no tempo é decadência. A prescrição 
ataca uma pretensão de exigir uma prestação. 
 
Classificação das Execuções 
Direta ou Indireta 
 Execução direta o Estado se sub-roga no papel do devedor realizando 
a prestação devida, a custa do devedor. É onerosa para o Estado, por isso que não é 
adequado para o Estado. 
 Execução Indireta o devedor realiza a prestação devida, por que o 
Estado se usou de pressão psicológica ou oferecimento de vantagem. Ex.: Multa por 
descumprimento. A coerção só pode ser aplicada se a pessoa pode fazer, no entanto, não 
quer fazer. 
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Definitiva ou Provisória 
 Execução Definitiva o Titulo Executivo não sofre questionamentos 
acerca de sua exigibilidade (o credor recebe sem medo). Título Executivo Judicial ou 
Extrajudicial. O Título Executivo é o documento apto para iniciar uma execução. Ex.: 
ETEExtrajudicial ou Execução de decisão com trânsito em julgado. 
 Execução Provisória a exigibilidade do título está sendo questionado 
(recebe com medo). Exemplos de Título provisório é a decisão desafiada por recurso sem 
efeito suspensivo, Execução de Tutela antecipada (Tutela Provisória). 
 Ocorre sob o regime de responsabilidade civil objetiva, todo prejuízo 
suportado pelo devedor pode ser suportado pelo credor, em caso de reversão. É ato fato 
objetivo processual indenizatório, responsabilidade civil fundada em ato licito, art. 520, 
CPC. 
Execução em processo Autônomo ou processo Sincrético 
 Para a execução de títulos executivos judiciais em processo autônomo, 
de forma que a parte, após a obtenção do título executivo no processo de conhecimento, 
via-se obrigado a propor um novo processo, agora de natureza satisfativa. Ou seja, para 
formar a ação de Execução era necessário um processo autônomo, onde a execução era 
inaugurada com a petição inicial. O cumprimento de sentença é o Título Executivo 
Judicial, a decisão (que é o Título de sentença). 
 Processo Sincrético é a possibilidade de se obter diversos tipos de 
tutela em um único procedimento (cognição e execução). A ação Sincrética, 
consubstanciada em um processo com duas fases procedimentais sucessivas: a primeira 
de conhecimento e a segunda de execução. A sentença penal em uma parcela cobra na 
área cível um processo autônomo. 
 
3. O PROCESSO JUDICIAL 
 
No Código de Processo Civil de 1973, existem três tipos de processo: 
1) Processo de conhecimento: é aquele em que o juiz decide qual das partestem razão 
na lide; 
2) Processo Cautelar: é o processo que tem por finalidade proteger o objeto da ação 
principal; 
3) Processo de execução. 
 
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Direito de ação é direito fundamental, configura como poder de 
acessar os tribunais e exigir deles uma tutela jurisdicional adequada, tempestiva e 
efetiva. O critério de diferenciação das ações se dá pela pretensão deduzida em juízo e 
não pelo resultado que se espera. 
Ação de Conhecimento: Etapa em que se discute o direito de cada um 
dos litigantes, e termina com a decisão do juiz, é conhecida como Processo de 
Conhecimento. Pode ser meramente declaratória, constitutiva ou condenatória. Tem-se 
a certificação de um direito. 
Ação Cautelar: Pedido de providências urgentes antes ou durante a 
tramitação do Processo de Conhecimento ou de execução. Proteger a efetivação de um 
direito. 
Ação de Execução: Pedido que visa fazer valer um direito já 
reconhecido por meio de título extrajudicial. Efetivação de um direito. Com a reforma 
do CPC pela Lei 11.232 de 22 de dezembro de 2005, só há ação de execução de títulos 
extrajudiciais. Já não busca o reconhecimento do direito, mas sim a realização deste.1 
 
4. PROCESSO DE CONHECIMENTO E PROCESSO DE EXECUÇÃO 
 
Conhecimento e execução são duas fases essenciais para o andamento 
do processo judicial. Na fase de conhecimento, o juiz recebe os fatos e os fundamentos 
jurídicos dos envolvidos na causa para reunir as informações necessárias para análise. 
Nessa fase, as provas de ambos os lados são apresentadas e, se houver necessidade, há 
audiências para ouvir as partes e as testemunhas. O objetivo é que, de posse de todos os 
elementos disponíveis, o magistrado possa proferir a sentença e decidir sobre o conflito. 
A fase de execução é o passo seguinte, que se caracteriza pelo 
cumprimento da decisão judicial, em que o juiz determina a uma das partes – pessoas, 
empresas ou instituições – a reparação de prejuízos. Nessa etapa, é concretizado o direito 
reconhecido na sentença ou no título extrajudicial. 
As penas privativas de liberdade ou restritivas de direitos são 
possibilidades da execução penal. Em processos da Justiça trabalhista, a execução pode 
se dar pela cobrança feita a devedores para garantir direitos aos empregados ou a 
 
1 Estudos de direito processual civil. Disponível em:< 
http://estudosdedireitoprocessualcivil.blogspot.com/2008/09/tipos-de-processos.html>. Acesso em 15 
Mar 2019. 
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empregadores. Já no processo civil, poderá ser a exigência de pagamento para reparar 
danos ou a penhora de bens patrimoniais. 
A execução processual é considerada a principal fonte de morosidade 
do Poder Judiciário, como demonstram dados do relatório Justiça em Números 2016, 
divulgado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O tempo médio de execução em 
processos de primeiro grau é de, em média, oito anos e 11 meses na Justiça estadual, e de 
quatro anos e 11 meses na Justiça do Trabalho, conforme dados apurados em 2015.2 
O procedimento, por outro lado é a forma de condução dessa rota pelo 
qual se desenvolve o processo. Se dividindo em procedimento comum ou especial. 
 
“I- Fase Postulatória – São as providências preliminares. O juiz 
decide as provas a produzir, determina exame pericial, caso pedido, e 
designa audiência de instrução e julgamento. (art. 297; 315 NCPC) 
Mapa mental: 
1. Predominam as atividades das partes. 
2. Com o ingresso da petição inicial em juízo, considera-se proposta 
a ação e instaurado o processo (art. 312 NCPC) 
a) Exposição da Causa de Pedir pelo Autor. 
3. Designação de audiência para tentativa de autocomposição do 
litígio. 
a) O juiz faz o controle prévio da admissibilidade da petição inicial; 
b) Se esta preencher os requisitos essenciais, designará audiência de 
conciliação com antecedência mínima de 30 (trinta) dias; 
c) O réu deve ser citado com pelo menos 20 (vinte) dias de 
antecedência. 
4. Com a citação do réu, aperfeiçoa-se a relação processual. 
5. Resposta do Réu (contestação em até 15 (quinze) dias. 
6. Essa fase inicial vai do ingresso da petição inicial em juízo até a 
apresentação de contestação. 
II- Fase Saneadora – Destinada a verificar a regularidade do 
processo. (Art. 331, § 2º, NCPC). 
Mapa mental: 
1. É a fase de esclarecimento das alegações. 
2. O juiz cumpre providência preliminares e profere julgamento. 
 
2 CRUZ, Carlos Henrique. Processo judicial. Entenda como funcionam os processos. Disponível em:< 
http://chcadvocacia.adv.br/blog/processo-judicial-entenda-como-funcionam-os-processos/>. Acesso em 
15 Mar 2019. 
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3. Apresentada a resposta do réu, ou findo o prazo, os autos são 
conclusos e o juiz poderá proferir algumas providências preliminares 
em 15 (quinze) dias. 
a) Réplica do autor; 
b) Deliberar providências para suprir irregularidades; 
c) Especificação das provas. 
4. Ao final, o juiz pode: 
a) Declarar extinto o processo (sem resolução de mérito – 
art. 485 NCPC –, ou com resolução – art. 487, NCPC); 
b) Julgamento antecipado da lide; 
c) Saneamento do feito e designação de audiência. 
III- Instrutórias – Coleta do Material Probatório. Nesta fase, 
normalmente, são acolhidas as provas orais e periciais, salvo no caso 
de revelia (quando o réu não contesta a ação), ou sendo questão 
meramente de direito, sem necessidade de prova. 
Mapa mental: 
1. Proferida a decisão de saneamento, abre-se a fase instrutória. 
2. Nesta fase temos a produção de prova pericial, prova oral e até a 
complementação da prova documental. 
a) A prova oral concentra-se, normalmente, na audiência de instrução 
e julgamento (arts. 358 a 368, NCPC); 
b) Esclarecimentos em audiência do perito judicial e dos assistentes 
técnicos, no depoimento pessoal das partes e na inquirição (oitiva) de 
testemunhas. 
3. Encerrada a instrução, temos os debates orais, ou seja, manifestação 
dos advogados, apresentando suas alegações finais. 
a) Os debates orais podem ser substituídos por razões finais escritas 
(memoriais) (art. 364, NCPC). 
4. Com razões finais das partes, encerra-se a fase instrutória. 
IV- Fase decisória – Prolação da sentença de mérito, após a instrução 
do processo (coleta de provas) e alegações finais (art. 454, NCPC). A 
sentença só adquire valor definitivo quando publicada, integrada ao 
processo. 
Mapa mental: 
1. Esta fase de decisão do processo onde a sentença é proferida pelo 
juiz. 
2. A sentença pode ser proferida em audiência e: 
a) Após o encerramento da fase de Instrução; 
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b) Ou no prazo de 30 (trinta) dias (art. 366): 
i- Esse prazo é impróprio, sem preclusão. 
ii- O art. 231 do CPC mostra como começa a contagem desse prazo.”3 
 
Portanto, o processo de conhecimento é a fase em que ocorre toda a 
produção de provas, a oitiva das partes e testemunhas, dando conhecimento dos fatos ao 
juiz responsável, a fim de que este possa aplicar corretamente o direito ao caso concreto, 
com o proferimento da sentença. 
 
5. DIFERENÇAS ENTRE A EXECUÇÃO FORÇADA, O PROCESSO DE 
CONHECIMENTO E MEIOS DE EXECUÇÃO 
 
A execução forçada é um segundo tipo de atividade jurisdicional, que 
tem por finalidades imediatas distintas do processo cognitivo (acertamento da existência 
ou inexistência do direito). O processo executivo é a satisfação forçada de um direito de 
crédito e é regido também pela teoria geral do processo, tais como condições da ação de 
execução (legitimidade das partes, possibilidade jurídica e interesse) e os pressupostos 
processuais executivos (partes capazes, juízo, regularidade formal da demanda.Cognição e execução em conjunto formam a estrutura global do 
processo civil que é instrumento de pacificação de conflitos. 
A execução é um prolongamento do processo que não é mais nem 
puramente cognitivo nem puramente executivo, mas um processo misto, sincrético, em 
que as duas atividades se fundem. 
Deste modo, a execução de título judicial não mais importa na formação 
de uma relação processual própria e autônoma frente ao processo de conhecimento, ainda 
que seu fito seja o cumprimento coativo de uma sentença condenatória. 
Segundo o autor, Chiovenda, o princípio da efetividade da execução 
forçada resume-se na seguinte frase: “o processo deve dar, quanto possível praticamente, 
a quem tenha um direito, tudo aquilo e exatamente aquilo que ele tenha direito de 
conseguir. ” 
Pois, a execução forçada destina-se a: 
 
3 VICTOR,Pedro. Procedimento comum no processo de conhecimento – Resumo. Disponível em:< 
https://pedrovictur.jusbrasil.com.br/artigos/566719131/procedimento-comum-no-processo-de-
conhecimento-resumo>.Acesso em: 15 Mar 2019. 
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Satisfazer o direito de crédito do exequente, que só se mostrará capaz quando der ao 
credor o seu direito, mediante os meios de assegurar-lhe a satisfação da obrigação. 
O processo de conhecimento, provoca o juízo, em seu sentido mais 
restrito e próprio, através de sua instauração, o órgão jurisdicional é chamado a julgar, 
declarando qual das partes tem razão. Objeto do processo de conhecimento é a pretensão 
ao provimento declaratório denominado sentença de mérito. 
 Essa sentença, coroando o processo de conhecimento, formula positiva 
ou negativamente a regra jurídica especial do caso concreto: concluirá pela procedência, 
quando acolher a pretensão do autor, pela improcedência, quando a rejeitar, os processos 
de conhecimento também se subclassificam, de acordo com a natureza do provimento 
pretendido pelo autor, em três categorias: 
 Processo meramente declaratório; 
 Processo condenatório; 
 Processo constitutivo. 
 A sentença meramente declaratória será positiva ou negativa, 
consoante declare a existência ou a inexistência da relação jurídica, sentenças meramente 
declaratórias de natureza negativa são também todas as que rejeitam o pedido do autor. 
Com a sentença, presta-se o provimento declaratório invocado. Se o autor quiser depois 
exigir a satisfação do direito que a sentença tornou certo, deverá propor nova ação, de 
natureza condenatória. A sentença declaratória somente vale como preceito, tendo efeito 
normativo no que concerne à existência ou inexistência da relação jurídica entre as partes. 
 O processo condenatório tende a uma sentença de condenação do réu. 
Acolhendo a pretensão do autor, a decisão afirma a existência do direito e sua violação, 
aplicando a sanção correspondente à inobservância da norma reguladora do conflito de 
interesses. 
Pelo processo constitutivo chega-se à declaração peculiar a todas as 
sentenças de mérito, provimentos jurisdicionais de conhecimento, com o acréscimo da 
modificação de uma situação jurídica anterior, criando-se uma nova. Chama-se, pois, 
processo constitutivo aquele que visa a um provimento jurisdicional que constitua, 
modifique ou extinga uma relação ou situação jurídica.4 
 
 
4 LEITE, Gisele. Processo de conhecimento, definições e reformas do CPC. Disponível em:< 
http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=2188>. 
Acesso em 15 Mar 2019. 
 
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6. VISÃO UNITÁRIA DA JURISDIÇÃO 
 
Como supracitado, no Brasil o Poder Judiciário, em regra, é detentor 
do monopólio desse poder jurisdicional, realizando a chamando jurisdição, garantindo 
o uso da jurisdição de forma imparcial. 
Há algumas características da jurisdição que devem ser levadas em 
consideração: 
 
Substitutividade 
O magistrado (de forma imparcial), substituirá as vontades das partes, aplicando o bom 
direito, ou seja, a vontade Estatal que foi positivado (transformado em normas), através 
da lei que emana do povo. 
Imparcialidade 
O poder jurisdicional e decorrente da lei e não de critérios subjetivos, assim sendo, para 
a perfeita aplicação do direito é necessário que os membros pertencentes do Poder 
Judiciário atuem com imparcialidade, desprovidos de qualquer interesse particular 
sobre a lide. 
Lide 
Trata-se do conflito de interesse. Uma das partes tem uma pretensão, ou seja, um desejo, 
que é resistido por outra parte, nascendo um conflito de interesse. 
Monopólio 
Somente, um órgão no Brasil possui o poder jurisdicional, o Poder Judiciário. Essa regra 
não é absoluta, existem varias exceções como a arbitragem (Lei 9.307/96). 
Inércia 
A jurisdição deve ser provocada pelas partes para que ela se manifeste, ou seja, não se 
move por si só, de ofício. Entretanto temos exceções, por exemplo, o inventário 
(art. 989 do CP 
C). 
Unidade 
Apesar do amplo território brasileiro, a jurisdição é una. Isso quer disser que o mesmo 
direito é aplicado de forma uniforme em todo o Brasil. 
As divisões especificas por matéria ou território (Justiça Federal, Justiça do Trabalho), 
são separações administrativas, feitas de cunho organizacional. 
Definitividade 
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As decisões que surgem em decorrência do poder jurisdicional, tem uma capacidade 
tornarem imutáveis, o que é chamado de coisa julgada.5 
Tal fato, ocorre somente após o transcurso de toda fase recursal respeitando o princípio 
do duplo grau de jurisdição. 
Espécies de jurisdição 
Há uma divisão interna da jurisdição, feita de forma meramente pedagógica, que não 
retira a unicidade da jurisdição. Podendo dividi-la em contenciosa e voluntária. 
A jurisdição contenciosa: 
 Objetiva a resolver litígios; 
 Existe uma lide para ser sanada; 
 Os participantes do processo são partes; 
 As decisões fazem coisas julgadas material (sobre o direito) e formal (sobre o 
processo); 
 O juiz deve limitar-se as direções estabelecida pela lei; 
 É composto através de um processo; 
 Vigora o princípio do dispositivo. 
Já na jurisdição voluntária: 
 Vigora o princípio inquisitivo; 
 É composta de procedimentos; 
 O juiz utiliza a equidade; 
 Faz coisa julgada somente formal; 
 Os participantes do processo são interessados; 
 Objetiva uma homologação Estatal para negócios jurídicos. 
 
7.REALIZAÇÃO DA SANÇÃO: FIM DA EXECUÇÃO FORÇADA E ESPÉCIES 
DE SANÇÕES REALIZÁVEIS 
 
O mecanismo previsto para o inadimplemento de título extrajudicial 
é, em regra, o processo de execução. 
No entanto, há uma ressalva: CPC/15, art. 785. A existência de título 
executivo extrajudicial não impede a parte de optar pelo processo de conhecimento, a 
fim de obter título executivo judicial. 
 
5 RUSSAR, Andrea. O que é jurisdição e quais são suas caraterísticas. Disponível em: < 
https://lfg.jusbrasil.com.br/noticias/203261/o-que-e-a-jurisdicao-e-quais-sao-suas-caracteristicas-
andrea-russar>. Acesso em 15 Mar 2019. 
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Na vigência do CPC/73, a doutrina e a jurisprudência divergiam 
sobre a possibilidade de o credor ingressar com uma ação de conhecimento aparelhada 
num título extrajudicial. Com isso, em algumas ações de conhecimento o magistrado 
entendia ser possível ela estar aparelhada num título extrajudicial, e a ação era 
processada, mas em algumas hipóteses os juízes acabavam extinguindo o processo 
liminarmente por ausência de interesse processual, dado que, na medida em que se 
tem um título extrajudicial, não haveria interesse na ação de conhecimento. Assim, otítulo prejudicaria a ação cognitiva. 
O legislador do CPC/15 acolheu a tese, que no CPC/73 era 
minoritária, que autoriza a ação de conhecimento, como exemplo temos: o autor 
propõe ação de execução, aparelhada em contrato de locação, a fim de receber os 
aluguéis em atraso. O réu, no contraditório, suscitou a ausência de liquidez do título 
(ele deveria pagar R$5.000,00 todo dia 05 de cada vez, mas às vezes, quando não 
conseguia pagar esse valor no dia combinado, ele dividia esse valor em pagamentos 
semanais).6 
 
8. EXECUÇÃO FORÇADA, CUMPRIMENTO VOLUNTÁRIO DA 
OBRIGAÇÃO E OUTRAS MEDIDAS DE REALIZAÇÕES DOS DIREITOS 
SUBJETIVOS 
 
As ações cujo objeto seja a prestação de alimentos e a Execução contra 
a Fazenda Pública não seguirão o procedimento do cumprimento de sentença, embora 
sejam decisões que versem sobre a obrigação de pagar quantia. 
Quis o legislador ao tratar da pensão alimentícia, que o rito fosse 
diferenciado, seguindo as disposições previstas no art. 733 do CPC, em que há a 
necessidade de propositura de uma nova ação para executar o título obtido no processo 
de conhecimento, sendo que o devedor será citado para, em 3 (três) dias, efetuar o 
pagamento, provar que o fez ou justificar o impossibilidade de efetuá-lo, sob pena de 
prisão. 
Para Humberto Theodoro Júnior: 
 
“Como a Lei 11.232/05 não alterou o art. 732 do CPC, continua 
prevalecendo nas ações de alimentos o primitivo sistema dual, em que 
 
6 CARDOSO, Beatriz. Teoria geral da execução no novo CPC. Disponível em:< 
https://beacarrdoso.jusbrasil.com.br/artigos/459425469/teoria-geral-da-execucao-no-novo-cpc>. 
Acesso em 15 Mar 2019. 
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acertamento e execução forçada reclamam o sucessivo manejo de duas 
ações separadas e autônomas: uma para condenar o dever a prestar 
alimentos e outra para forçá-lo a cumprir a condenação. A segunda via 
executiva à disposição do credor de alimentos também não escapa do 
sistema dual. A redação inalterada do art. 733 determina, 
expressamente, que na execução de sentença que fixa a pensão 
alimentícia, ‘ o juiz mandará citar o devedor para, em três dias, efetuar 
o pagamento, provar que o fez ou justificar a impossibilidade de efetuá-
lo’. Logo, tanto na via do art. 732 como na do art. 733, o credor de 
alimentos se vê sujeito a recorrer a uma nova ação para alcançar a 
satisfação forçada da prestação assegurada pela sentença. O 
procedimento executivo, é pois, o dos títulos extrajudiciais (Livro II)) 
e não o de cumprimento de sentença instituído pelos arts. 475-J a 475-
Q.”7 
 
A doutrina ainda é divergente quanto à aplicação ou não do 
cumprimento de sentença em alguns casos, mas frisa-se o argumento de que tais 
procedimentos estão previstos em separado, e, assim, não se aplica as regras atinentes ao 
cumprimento de sentença. 
O direito subjetivo não é senão uma expressão do dever jurídico, ou, 
por outras palavras, um reflexo daquilo que é devido por alguém em virtude de uma regra 
de direito.8 
Só há dever jurídico quando há possibilidade de violação da regra 
social. Dever jurídico é a conduta exigida. É imposição que pode decorrer diretamente de 
uma norma de caráter geral, como a que estabelece a obrigatoriedade do pagamento de 
impostos, ou, indiretamente, pela ocorrência de certos fatos jurídicos de diferentes 
espécies: a prática de um ilícito civil, que gera o dever jurídico de indenização; um 
contrato, pelo qual se contraem obrigações; declaração unilateral de vontade, em que se 
faz uma determinada promessa. Em todos esses exemplos o dever jurídico deriva, em 
última análise, do ordenamento jurídico, que prevê consequências para essa variada forma 
de comércio jurídico. Devemos dizer, juntamente com Recaséns Siches, que “o dever 
jurídico se baseia pura e exclusivamente na norma vigente”. Consiste na exigência que o 
Direito objetivo faz a determinado sujeito para que assuma uma conduta em favor de 
alguém.9 
Faz-se ainda necessário fazer a distinção entre o direito subjetivo 
clássico, vinculado e público. O direito subjetivo clássico é o poder conferido à vontade 
 
7 JUNIOR, Humberto Theodoro. Curso de Direito processual Civil, vol III. p.370. 51. ed. rev., atual. e ampl. 
– Rio de Janeiro: Forense, 2018. 
8 REALE, Miguel. Lições Preliminares de Direito. 3ª ed. Saraiva. 1976. pág. 254 
9 OLIVEIRA, Luciano Magno. Direito subjetivo e objetivo. Disponível em< 
https://www.coladaweb.com/direito/direito-objetivo-e-subjetivo>. Acesso em 16 Mar 2019. 
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do titular para atender única e exclusivamente aos seus interesses, justificando a 
amplitude concedida no direito clássico à autonomia privada. Já o direito subjetivo 
vinculado é aquele em que o titular recebe um poder jurídico mas, simultaneamente, a lei 
estabelece para ele um dever jurídico no sentido de como ele vai exercer esse direito, de 
modo a conciliar o interesse social com o interesse coletivo privado, interesses públicos 
e interesses difusos. Outrossim, o direito subjetivo público é exercido de modo a conciliar 
o interesse individual com a tutela direta do interesse público. Neste caso, o poder público 
é cogente para os seus órgãos e indicativo para o titular do direito.10 
Dessa forma, dizer que alguém tem “direito” a ser indenizado, se trata 
do direito subjetivo desse alguém em ter seus danos minimizados pelo pagamento do 
valor estipulado em juízo. Isso é possível, no exemplo, pela regra do caput do artigo 927 
do Código Civil (direito objetivo). 
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a 
outrem, fica obrigado a repará-lo. Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, 
independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade 
normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os 
direitos de outrem. 
 
9.AUTONOMIA NO PROCESSO DE EXECUÇÃO 
 
O grande problema para a efetividade do processo de execução estava 
na necessidade de citar o devedor para pagar ou nomear bens à penhora, ou seja, era 
necessária a propositura de uma nova ação, com a necessidade de instauração de nova 
relação jurídica processual, uma vez que os “processos” eram autônomos. Com a reforma, 
terminada em 2005/2006, tornou-se sem sentido falar em citação do devedor. 
O processo passou a ser um “monólito”, isto é, o processo não comporta 
mais rupturas, o que por si só influencia na comunicação dos atos processuais. Não há 
sentido em citar o réu se o processo é estruturado em fases ou módulos processuais. 
Em sendo estruturado como fase do procedimento, a efetiva citação – 
no contexto de um processo de conhecimento – deve ocorrer no início do procedimento, 
para que, em contraditório, o réu apresente suas considerações em simétrica paridade com 
o autor. Demais atos de publicidade interna e em respeito ao contraditório 
sucessivo[15] no âmbito da relação jurídica processual, já suficientemente formada e 
 
10 SANTOS, Rita de Cássia S. M.Direito subjetivo e a função social da propriedade.Revista dos 
Mestrandos em Direito Econômico da UFBA, Salvador, n. 4, p. 177, jul./dez. 1993/1995. 
16 
 
estabilizada, basta que sejam feitos pelas vias processuais de comunicação intra-
processo, qual seja, a intimação, na pessoa de seu advogado.11 
O regime jurídico do cumprimento de sentença instaurado pela Lei 
11.232/05 incide sobre toda e qualquer sentença que necessite de cumprimento forçado 
de pagamento em dinheiro, isto é, há um âmbito de atuação restrito, em que a lei em tela 
terminou o ciclo sincretista de reformas do CPC, abarcando aincidência faltante: a da 
sentença que reconhece o dever de pagar em dinheiro.12 
Constituída a relação pela citação no processo de conhecimento, com o 
preenchimento dos pressupostos processuais de existência, para a seqüência do iter 
procedimental, parece-nos suficiente a observância aos atos internos de comunicação 
processual, regidos pelos artigos 236 e 237 do CPC, por força do disposto no artigo 475-
J, § 1º, inclusive com pronunciamento do Superior Tribunal de Justiça, para quem basta 
a intimação por meio de publicação pelos meios ordinários, não sendo necessária a 
intimação pessoal do devedor.13 
 
10. CUMPRIMENTO DA SENTENÇA E PROCESSO DE EXECUÇÃO 
 
O novo código de processo civil trouxe importantíssimas novidades 
que certamente contribuirão muito para os interesses do exequente que pretende a 
efetiva satisfação de seus créditos pelo devedor. 
Em primeira análise é importante observar a distinção terminológica 
que o legislador utilizou para os casos das execuções de títulos extrajudiciais e de títulos 
judiciais. O objetivo aqui será explorar as novidades contidas na execução de título 
judicial, que não mais está conjunta ao processo de execução, como no CPC/73, mas 
mereceu capítulo a parte no novo código que trata especificamente do Cumprimento de 
Sentença. 
 
11 Cf. GUERRA, Marcelo Lima. Direitos fundamentais e a proteção do credor na execução civil – São Paulo: 
Revista dos Tribunais, 2003, p. 75-76. 
12 Fala-se em fecho de ciclo sincretista porque o CPC fora reformado na década de 90 para prever o ciclo 
sincrético para as obrigações de fazer e não fazer. Por meio da Lei 10.444/02, abrangeram-se as 
obrigações de entrega de coisa diversa de dinheiro e por meio da Lei 11.232/05, previu-se, por fim, as 
obrigações para pagamento de dinheiro. 
13 STJ – REsp 954.859-RS – Rel. Humberto Gomes de Barros – j. 16.08.2007, fonte: www.stj.gov.br, acesso 
em 01.12.2008. Apesar deste posicionamento, mister aguardar se a Corte Superior seguirá este 
posicionamento ou não, uma vez que o Min. Menezes Direito não mais integra o STJ, mas sim o STF. Os 
Ministros Castro Filho e Humberto Gomes de Barros (relator) aposentaram-se, ao passo que a Ministra 
Nancy Andrigui não participou do julgamento. 
17 
 
É que o procedimento incidental sincrético pelo qual se requer a 
satisfação do crédito de um título judicial – elencados pelo art. 515 do CPC – o código 
passou a diferenciá-lo do Processo de Execução comum chamando-o de Cumprimento 
da Sentença, nomenclatura essa já presente no CPC de 1973 desde a reforma daquele 
código, com a Lei 11.232/2005.14 
É importante ressaltar também, que além das novidades coercitivas 
adotadas pelo incidente do Cumprimento de Sentença, como a possibilidade de protesto 
da sentença em cartório, a incidência de novos honorários advocatícios de nesta fase, 
além da já consagrada multa do 475-J (que agora precisa ter seu nome alterado, afinal, 
o nome da multa era o número do seu artigo que fora modificado). Ambos os temas já 
foram alvo de debate aqui nesta coluna semanal em outros artigos publicados pela 
Pílula nº 10 e nº 8. 
Abaixo os artigos que fundamentam a pedido de protesto da decisão 
judicial e a incidência de novo honorários na fase de cumprimento de sentença. 
 
“Art. 517. A decisão judicial transitada em julgado poderá ser 
levada a protesto, nos termos da lei, depois de transcorrido o 
prazo para pagamento voluntário previsto no art. 523. 
Art. 523. No caso de condenação em quantia certa, ou já fixada 
em liquidação, e no caso de decisão sobre parcela incontroversa, 
o cumprimento definitivo da sentença far-se-á a requerimento 
do exequente, sendo o executado intimado para pagar o débito, 
no prazo de 15 (quinze) dias, acrescido de custas, se houver. 
§ 1o Não ocorrendo pagamento voluntário no prazo do caput, o 
débito será acrescido de multa de dez por cento e, também, de 
honorários de advogado de dez por cento.”15 
 
Além dessas novidades, é importante ressaltar que a maior diferença 
quanto a fase do cumprimento de sentença e o processo de execução convencional está 
na forma de defesa do executado. 
É que, em se tratando de execução de títulos judiciais, a defesa do 
executado se dará por meio da Impugnação, conforme nos ensina o § 1º do art. 520, 
para a os casos de cumprimento provisório da sentença, e, o art. 525 para os casos de 
cumprimento definitivo da sentença. Isto é, a defesa do executado nestes caso não se 
dará mais por Embargos à Execução. Esta que é defesa própria para os casos do 
Processo de Execução que se destinam aos títulos executivos extrajudiciais. 
 
14 Lei 11.232/2005. Disponível em:< http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-
2006/2005/Lei/L11232.htm>. Acesso em 16 Mar 2019. 
15 LEI Nº 13.105, DE 16 DE MARÇO DE 2015. Disponível em:< 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm>. Acesso em 16 Mar 2019. 
18 
 
Uma mudança substancial está no prazo do executado para 
oferecimento da Impugnação que passa a contar automaticamente após término do 
prazo de 15 dias para pagamento voluntário da obrigação (art. 523). Ou seja, 
transcorrido o prazo para pagamento voluntário, dois direitos passam a surgir: em 
primeiro, o acréscimo ao débito de multa de 10% e também de novos honorários 
advocatícios de 10%; em segundo, está automaticamente iniciado o prazo de 15 dias 
(art. 525) para o executado apresentar sua defesa por meio da Impugnação. 
Diferentemente da defesa do Processo de Execução por meio dos 
Embargos à Execução, na Impugnação o executado (que nada mais é do que réu na 
etapa de cumprimento da sentença, devido ao processo sincrético), está limitado a alegar 
apenas algumas matérias que estão expressamente elencadas nos incisos do § 1º do art. 
525. Nesta altura, somente poderá o executado alegar matérias que não poderiam ter 
sido alegadas no processo de conhecimento no qual formou-se o título executivo 
judicial, tendo em vista que tais matérias sofreram incidência da eficácia preclusiva da 
coisa jugada, por força do art. 508 do CPC. 
 
“Art. 508. Transitada em julgado a decisão de mérito, considerar-se-
ão deduzidas e repelidas todas as alegações e as defesas que a parte 
poderia opor tanto ao acolhimento quanto à rejeição do pedido.”16 
 
Desta forma, as matérias que poderão ser alvo de defesa do executado 
são: (i)falta ou nulidade da citação se, na fase de conhecimento o processo ocorreu à 
revelia; (ii) ilegitimidade da parte; (iii) inexequibilidade do título ou inexigibilidade da 
obrigação; (iv) penhora incorreta ou avaliação errônea; (v)excesso de execução ou 
cumulação indevida de execuções; (vi) incompetência absoluta ou relativa do juízo da 
execução; (vii) qualquer causa modificativa ou extintiva da obrigação, como 
pagamento, novação, compensação, transação ou prescrição, desde que superveniente à 
sentença. 
 
 
 
 
 
 
 
16 Lei 11.232/2005. Disponível em:< http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-
2006/2005/Lei/L11232.htm>. Acesso em 16 Mar 2019. 
19 
 
CONCLUSÃO 
 
O processo de execução tem como objetivo a satisfação de um título 
executivo, não há execução sem título executivo, aquele que é assim determinado por lei. 
Certeza, exigibilidade e liquidez são as três características do título executivo, o título que 
não portar essas características, será a execução extinta. A efetivação do crédito é 
premissa fundamental da execução. 
Para que o credor instaure a execução deverá demonstrar que cumpriu 
a sua parte, do contrário, a execução será extinta.Não será possível instaurar execução 
caso o devedor tenha tido o seu crédito satisfeito, conforme o art. 788, NCPC. 
Também não será possível promover a execução, aquele exequente que 
estiver em posse de bem do executado. 
Para que se proponha um processo de execução, deve existir em um 
primeiro plano o não cumprimento de uma obrigação assumida, assim a tutela executiva 
busca a satisfação ou realização de um direito já acertado ou definido em título judicial 
ou extrajudicial, a fim da eliminação de uma crise jurídica de inadimplemento. 
Na execução, o Estado atua como substituto, promovendo uma 
atividade que competia ao devedor exercer: a satisfação da prestação a que tem direito o 
credor. Somente quando o obrigado não cumpre voluntariamente a obrigação é que tem 
lugar a intervenção do órgão judicial executivo. Dai a denominação de "execução 
forçada", adotada pelo Código de Processo Civil, no art. 566, à qual se contrapõe a ideia 
de "execução voluntária" ou "cumprimento" da prestação, que vem a ser o adimplemento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
20 
 
REFERÊNCIAS 
 
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Disponível em:< http://chcadvocacia.adv.br/blog/processo-judicial-entenda-como-
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https://beacarrdoso.jusbrasil.com.br/artigos/459425469/teoria-geral-da-execucao-no-
novo-cpc>. Acesso em 15 Mar 2019. 
 
Cf. GUERRA, Marcelo Lima. Direitos fundamentais e a proteção do credor na 
execução civil – São Paulo: Revista dos Tribunais, 2003, p. 75-76. 
 
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http://estudosdedireitoprocessualcivil.blogspot.com/2008/09/tipos-de-processos.html>. 
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rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense, 2018. 
 
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juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=2188>. 
Acesso em 15 Mar 2019. 
 
Lei 11.232/2005. Disponível em:< http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-
2006/2005/Lei/L11232.htm>. Acesso em 16 Mar 2019. 
 
LEI Nº 13.105, DE 16 DE MARÇO DE 2015. Disponível em:< 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm>. Acesso 
em 16 Mar 2019. 
 
Lei 11.232/2005. Disponível em:< http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-
2006/2005/Lei/L11232.htm>. Acesso em 16 Mar 2019. 
 
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OLIVEIRA, Luciano Magno. Direito subjetivo e objetivo. Disponível em< 
https://www.coladaweb.com/direito/direito-objetivo-e-subjetivo>. Acesso em 16 Mar 
2019. 
 
RUSSAR, Andrea. O que é jurisdição e quais são suas caraterísticas. Disponível em: < 
https://lfg.jusbrasil.com.br/noticias/203261/o-que-e-a-jurisdicao-e-quais-sao-suas-
caracteristicas-andrea-russar>. Acesso em 15 Mar 2019. 
 
REALE, Miguel. Lições Preliminares de Direito. 3ª ed. Saraiva. 1976. pág. 254 
 
SANTOS, Rita de Cássia S. M.Direito subjetivo e a função social da 
propriedade.Revista dos Mestrandos em Direito Econômico da UFBA, Salvador, n. 4, p. 
177, jul./dez. 1993/1995. 
 
STJ – REsp 954.859-RS – Rel. Humberto Gomes de Barros – j. 16.08.2007, 
fonte: www.stj.gov.br, acesso em 01.12.2008. Apesar deste posicionamento, mister 
aguardar se a Corte Superior seguirá este posicionamento ou não, uma vez que o Min. 
Menezes Direito não mais integra o STJ, mas sim o STF. Os Ministros Castro Filho e 
Humberto Gomes de Barros (relator) aposentaram-se, ao passo que a Ministra Nancy 
Andrigui não participou do julgamento. 
 
 
VICTOR, Pedro. Procedimento comum no processo de conhecimento – Resumo. 
Disponível em:< https://pedrovictur.jusbrasil.com.br/artigos/566719131/procedimento-
comum-no-processo-de-conhecimento-resumo>.Acesso em: 15 Mar 2019.

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