Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
O que é aquaponia? Aquaponia é um sistema simples de cultivo sem solo, onde são cria- dos ao mesmo tempo peixes e plantas. A união de duas ciências de culti- vo, a aquicultura e a hidropônia, possibilitou resolver os problemas rela- tivos as duas atividades proporcionando alimentos com custos reduzidos e sem o uso de pesticidas ou fertilizantes químicos. Baseada atualmente nos resultados de pesquisadores renomados como Rebecca Nelson, Jonh Pade e James Rakocy. A aquaponia tem cres- cido mundialmente tanto no ambiente rural se tornando uma opção mais rentável e segura ambientalmente, quanto no ambiente urbano produ- zindo alimentos seguros em pequenos espaços com rentabilidade garan- tida. Diferente do cultivo hidropônico onde são utilizados grandes quan- tidades de fertilizantes químicos e minerais que devem ser controlados e não podem ser descartados no meio ambiente, fato que ocorre constan- temente em propriedades rurais gerando a contaminação da água e do solo, na aquaponia são os resíduos produzidos pelos peixes que nutrem as plantas obtendo uma eficiência de 100% onde nada se perde. A tecnologia hoje está tão avançada na área da aquaponia que não são necessários pesticidas ou fertilizantes químicos, economiza-se 90% da água quando comparado a sistemas convencionais e pode ser aplicada a qualquer espaço. O que eu posso plantar na aquaponia? Qualquer tipo de planta pode ser cultivada no sistema aquapônico, pode-se cultivar hortaliças, flores, ervas, temperos, legumes, tomates, in- clusive raízes. Você só precisa de sol, boa oxigenação, peixes e bactérias que já estão presentes no ar para transformar os resíduos em alimento para as plantas. Mais de 200 variedades de plantas já foram testadas em sistema aquapônico, o que mostra o potencial ilimitados do cultivo consorciado de plantas e peixes. Posso nao consumir os peixes? Você não precisa comer os peixes, peixes ornamentais são ótimos para o sistema de hidropônia também. Essa água não dá dengue? Não. Na aquaponia não temos água parada e mesmo que um mos- quito resolva por ovos na água ele é devorado junto com suas larvas rapi- damente pelos peixes. Como funciona o sistema de aquaponia? Todo o sistema é baseado no ciclo do nitrogênio, os alimentos ri- cos em proteínas são ricos em nitrogênio que é liberado pelos peixes na forma de amônia nas fezes, essa por sua vez alimenta bactérias que que- bram a amônia em nitritos e nitratos que alimentam as plantas e devol- vem a água limpa para os peixes. Potencial hidrogeniônico (PH) O pH significa Potencial hidrogeniônico, uma escala logarítmica cria- da em 1934 por Arnold Orville Beckman, químico estado unidense que seria responsável mais tarde pela criação do “Vale do Silício”, para medir a acidez ou basicidade de qualquer substancia. A escala convencional uti- lizada é de 0 a 14 porem sabemos hoje que ela pode ir de -2,5 a 16 graças a soluções criadas artificialmente, sendo que quanto menor for o valor mais ácida será a substancia e quanto maior for a substancia mais alcalina (básica) ela será tendo sempre como referência 7 como PH neutro. Faixas ideais de PH Para peixes: 6,5 a 8,0 Para plantas: 5 a 7 Minhocas e bactérias: 6 a 8 Melhor faixa de PH para o seu sistema: 6,4 a 7 O PH do seu sistema de aquaponia pode variar durante todos os ci- clos do seu sistema, mas fique tranquilo, essa variação é normal e quanto mais velho for o sistema menor será o número de vezes que isso vai ocor- rer até chegar um momento onde não será necessário controlar o PH pois ele vai se estabilizar. No início principalmente, é comum acidificação da água pois isso está ligado a nitrificação da amônia que estará sendo transformada em nitratos e depois em nitritos. Como o sistema ainda estará em desequilí- brio no começo, o número de bactérias ainda não é suficiente para con- trolar seu próprio PH absorvendo rapidamente os compostos “ácidos”, por isso é muito importante acompanhar sempre o PH e ir anotando to- dos os dados. Pode ser considerado um macete, mas um jeito de amenizar essa diminuição de PH e ajudar o seu sistema a se estabilizar mais rápido é colocar cascas de ovos secos e triturados em uma meia calça ou tela de algodão fina dentro do tanque dos peixes. A casca dos ovos é rica em cálcio mais precisamente Carbonato de Cálcio (CaCO 3 ) que é o mesmo componente das rochas calcarias reduzidas a pó para serem usadas na calagem de solos, tanques de peixes e aquários. O carbonato de cálcio dos ovos tem o mesmo papel porem a ação dele é mais lenta mas mesmo assim a resposta dele é bem melhor e mais saudável para o sistema de aquaponia, então ele deve ser colocado logo no começo assim que você montar o sistema. Outra dica é se você detectar um aumento repentino de PH veri- fique se alguma zona morta na sua mesa de cultivo, como raízes, plan- tas ou algum animal em decomposição. Faça planilhas com gráficos para acompanhar o PH e outros parâmetros vai ajudar e muito a visualizar todas as situações. PEIXES E ANIMAIS AQUÁTICOS Bactérias Nitrossomonas Nitrobactérias Vegetais Amônia Nitritos Nitratos Águ a lim pa Nitrogênio Como ele fl ui pel o siste ma? Alimento para peixes Rico e m pro teina s e amino ácidos Para diminuir o PH, nunca use produtos que contenham sódio ou ácido cítrico (suco de limão) eles são bactericidas e vão matar as bactérias da sua mesa de cultivo. Lembre-se a aquaponia depende das bactérias nas mesas de cultivo e filtros biológicos para transformar a amônia em nitrito e o nitrito em nitrato. Ao invés disso utilize vinagre diluído ou ácido fosfórico eles são ótimas soluções e custam pouco. O PH na verdade não é o item mais crítico da aquaponia porem ele é extremamente ligado a atuação das bactérias, disponibilidade de nu- trientes para as plantas e a quantidade de amônia tóxica na água, é ele que vai influenciar positivamente ou negativamente nesses fatores, esses sim são extremamente importantes. A REGRA É ALTERAR O PH LENTAMENTE, NO MÁXIMO 0,2 POR DIA. Como alterar o PH do meu tanque lentamente? • Verifique o PH do tanque de peixes (por exemplo 6,0) • Retire 10 litros de água e reserve em um balde • Adicione 5g de calcário ao balde e dilua bem • Verifique o PH do balde (por exemplo 6,2) • Pronto são necessários 5g de calcário para alterar 10 litros de água • Proporcionalmente para alterar 1000 litros você vai precisar de 500g Compostos nitrogenados: Amônia (NH3), Nitrito (NO2) e Nitrato (NO3) O nitrogênio e o seu ciclo são os que mandam no sistema de aquapo- nia, eles estão ligados a todos os outros itens como temperatura, pH e outros. Nos sistemas de aquaponia ele vai aparecer predominantemente de 3 formas, como amônia (NH3) e nitrito (NO2) que são tóxicos para os peixes e devem ser controlados com precisão e como nitrato (NO3) que pode alcançar níveis muito altos sem causar prejuízo algum. Amônia A amônia é um resíduo eliminado junto com as fezes dos peixes, seria o nosso equivalente da urina, conforme os peixes vão crescendo e se alimentando cada vez mais, os níveis de amônia na agua vão subir tam- bém, níveis altos de amônia estressam os peixes e podem vir até a matar. Existem 2 tipos de amônia presente nos sistemas de aquaponia: amônia ionizada (NH4+) e a amônia não ionizada (NH3). A forma não io- nizada é mais toxica para os peixes porém a proporção de amônia não ionizada na água é diretamente proporcional ao pH e a temperatura da agua. Quanto maior o pH e a temperatura, maior a concentração de amô- nia toxica. NH3<0,02ppm OK!!!! NH3>0,04ppm ALERTA !!! Utilizando a tabela abaixo você consegue relacionar a amonia total apurada com a temperatura e o pH, o valores observados em verde estão“OK” enquanto que valores em amarelo merecem atenção, valores em vermelho exigem medidas imediatas como a troca parcial da água. Nitritos Nitritos (NO2-) são produtos da nitrificação realizada pela bactéria nitrossomona, em um sistema equilibrado e em perfeitas condições o ni- trito dificilmente alcança níveis tóxicos, porém no início as bactérias ain- da estão se desenvolvendo e caso haja uma superalimentação dos peixes, algo muito comum quando se está aprendendo, é liberada muita amônia no sistema que será transformada em Nitrito mas não haverá bactérias suficientes para transformar o nitrito em nitrato podendo alcançar níveis tóxicos. Mas para tudo existe uma solução. Colocando sal na água você pode evitar que os peixes sejam enve- nenados pelos nitritos, mas cuidado sal não dissolvido queima as guelras e pele dos peixes, então dilua 200g por litro de agua antes de adicionar ao tanque. NO2->0,1ppm ADICIONAR SAL DILUIDO Nitratos Nitratos são o produto final das bactérias e o alimento das plantas, mesmo em concentrações elevadas ele é seguro para os peixes. Altos ní- veis de nitrato no sistema recirculante é considerado perfeito, a água com muitos nutrientes pode ser usada diretamente para irrigação ou como fonte de nutrientes em sistemas aquaponicos. Temperatura O principal fator que interfere no crescimento dos peixes é a tempe- ratura da água. A temperatura ideal de crescimento varia de espécie para espécie e para atingir a relação ideal entre ganho de peso e quantidade de alimento fornecido a temperatura da água deve ser mantida o maior tempo possível perto do nível ideal para crescimento de cada espécie. Mudar repentinamente estressa os peixes e pode causar mortanda- de, sendo o momento mais crítico durante a soltura em um novo tanque. Se os peixes estiverem em um saco, deve-se deixar ele flutuando dentro do novo tanque até que a temperatura da água no saco esteja igual a temperatura no tanque somente depois desse passo você deve solta-los. A temperatura também influencia na quantidade oxigênio dissolvi- do, quanto mais fria estiver a água mais oxigênio dissolvido vai existir ali. Oxigênio Dissolvido (D.O.) Unido a temperatura o oxigênio dissolvido determina também o crescimento dos peixes, assim como nós precisamos de oxigênio os pei- xes também precisam. O problema está na relação inversa entre tempe- ratura e oxigênio dissolvido, quanto maior a temperatura menos oxigênio temos na agua e vice-versa o que gera um paradoxo que pode ser contro- lado com adição de oxigênio através de sopradores no tanque de peixes. Quanto maior os níveis de oxigênio dissolvido maior vai ser o crescimento dos peixes. Lembre-se também que durante o dia algas verdes produzem oxi- gênio dentro do tanque aumentando os níveis de D.O. porém a noite elas retiram o D.O. da água causando uma baixa muito grande nos níveis de D.O. Ciclagem Ciclagem é o processo de estabelecimento das bactérias no seu sis- tema de aquaponia, o processo se inicia quando é introduzida amônia no sistema, pode ser através dos peixes ou artificialmente. Com amônia no sistema as bactérias presentes no ar, na água e em todas as coisas vão se concentrar onde a amônia está e transformar isso em uma forma de ali- mento, as bactérias chamadas Nitrossomonas serão as primeiras a apare- cer e transformar a amônia em nitritos atraindo as Nitrospira que trans- formaram o nitrito em nitrato, esse é um processo natural e que manterá o seu sistema saudável por um longo tempo e é a base da aquaponia. Ciclagem com peixes É o método mais usado porem é o método mais arriscado por ser mais estressante para os peixes, demorar mais e as vezes causar doenças e morte de peixes. Utilize somente se não houver uma alternativa de fazer a ciclagem sem peixes. Esse método demora de 4 a 6 semanas e consiste em inserir os pei- xes e torcer para que as bactérias ajam rápido e consigam converter a amônia em nitrito e o nitrito em nitrato, antes que tudo se torne toxico demais para os peixes. Comece com menos peixes (1 juvenil para cada 40l de água) e alimentando os peixes uma única vez por dia em poucas quantidades afim de que não sobre comida no tanque de peixes. A amônia (NH3) transforma-se continuamente em amônio (NH4-) e em temperatura e pH altos a amônia será ainda mais tóxica para os peixes (veja a tabela no capítulo sobre amônia), assim que ela atingir níveis tóxi- cos nas medições diárias durante o período de ciclagem, você deve trocar 1/3 da água dos peixes para evitar que esses venham a ficar doentes ou morram. Ciclagem sem peixes A ciclagem sem peixes é muito menos estressante para os peixes além de ser segura, sem peixes no sistema você pode inserir mais amônia no sistema e ciclar seu sistema em um prazo de 10 dias a 3 semanas. Para iniciar a ciclagem sem peixes, comece colocando ½ colher de amônia todos os dias até aparecer 2 a 4 ppm (partes por milhão) de amô- nia. Conte quantas colheres de amônia você colocou até agora e insira essa quantidade por dia até aparecer os nitritos, então diminua a quan- tidade pela metade. Continue assim até os nitratos aparecerem e alcan- çarem 5 a 10 ppm e toda amônia e nitritos desaparecerem. Agora você pode acrescentar os peixes. Seja paciente fatores como temperatura e altitude da região vão interferir no desenvolvimento das bactérias no seu sistema, esse é um processo lento e com o passar dos anos o sistema tende a se fortalecer e ficar cada vez mais produtivo. Necessidades das plantas É incrivelmente imensa a quantidade de plantas que podem interagir e se adaptar ao sistema de aquaponia, na prática qualquer tipo de planta pode ser cultivada dentro do sistema de aquaponia. Selecionei algumas espécies mais comuns para te ajudar a começar. Manjericão italiano genovese, manjericão doce, manjericão limão e manjericão roxo. pH: 5.5 a 6.5 Espaçamento: 15cm a 25cm (8 a 40 plantas/m² Tempo de germinação e temperatura: 6 a 7 dias com temperaturas de 20°C a 25°C Tempo de crescimento: 5 a 6 semanas (colhesse a partir de 15cm de al- tura) Temperatura: 18 a 30°C, ideal 20°C a 25°C Luz: ensolarado ou ligeiramente sombreado Couves e Couve-flor pH: 6.0 a 6.5 Espaçamento: 45 a 60cm (3 a 5 plantas/m²) Tempo de germinação e temperatura: 4 a 7 dias com temperaturas de 8°C a 20°C Tempo de crescimento: 2 a 3 meses Temperatura: 20°C a 25°C Luz: pleno sol Alface pH: 6.0 a 7.0 Espaçamento: 18cm a 30cm (20 a 25 plantas/m²) Tempo de germinação e temperatura: 4 a 7 dias com temperaturas de 8°C a 20°C Tempo de crescimento: 24 a 32 dias Temperatura: 15°C a 22°C (floresce acima de 24°C) Luz: pleno sol (utilize sombrite para lugares muito quentes) Pepino japonês, pepino caipira e pepino conserva pH: 5.5 a 6.5 Espaçamento: 30cm a 60cm (2 a 5 plantas/m²) Tempo de germinação e temperatura: 3 a 7 dias com temperaturas de 20°C a 30°C Tempo de crescimento: 55 a 65 dias Temperatura: 22 a 28°C dia, 18°C a 20°C noite; muito sensível à geada Luz: pleno sol Berinjela pH: 5.5 a 7.0 Espaçamento: 45 a 60cm (3 a 5 plantas/m²) Tempo de germinação e temperatura: 8 a 10 dias em temperaturas de 25°C a 30°C Tempo de crescimento: 90 a 120 dias Temperatura: 15°C a 18°C noite, 22°C a 26°C dia. Sensível à geada Luz: pleno sol Pimentas, pimentão doce, pimenta jalapeño e pimenta caiena. pH: 5.5 a 6.5 Espaçamento: 30cm a 60cm (3 a 4 plantas/m²) Tempo de germinação e temperatura: 8 a 12 dias, 22°C a 30°C (não ger- mina abaixo de 13°C) Tempo de crescimento: 60 a 95 dias Temperatura: 14°C a 16°C noite, 22°C a 30°C dia Luz: pleno sol Tomate pH: 5.5 a 6.5 Espaçamento: 40 a 60cm (3 a 5 plantas/m²) Tempo de germinação e temperatura: 4 a 6 dias; 20°C a 30°C Tempo de crescimento: 50 a 70dias Temperatura: 13°C a 16°C noite, 22°C a 26°C dia Luz: pleno sol Feijões e ervilhas pH: 5.5 a 7.0 Espaçamento: 10 cm a 30cm (arbustos 20 a 40 plantas/m²) Tempo de germinação e temperatura: 4 a 7 dias com temperatura de 8°C a 20°C Tempo de crescimento: 50 a 110 dias dependendo da variedade Temperatura: 16°C a 18°C noite, 22°C a 26°C dia Luz: pleno sol Repolho pH: 6.0 a 7.2 Espaçamento: 60cm a 80cm (4 a 8 plantas/m²) Tempo de germinação e temperatura: 4 a 7 dias, 8°C a 29°C Tempo de crescimento: 45 a 70 dias Temperatura: 15°C a 20°C (25°C na fase de crescimento) Luz: pleno sol Brócolis pH; 6.0 a 7.0 Espaçamento: 40cm a 70 cm (3 a 5 plantas/m²) Tempo de germinação e temperatura: 4 a 6 dias, 25°C Tempo de crescimento: 60 a 100 dias Temperatura: 13°C a 18°C Luz: pleno sol Salsinha pH: 6.0 a 7.0 Espaçamento: 15cm a 30cm (10 a 15 plantas/m²) Tempo de germinação e temperatura: 8 a 10 dias, 20°C a 25°C Tempo de crescimento: 20 a 30 dias após transplante Temperatura: 15°C a 25°C Luz: pleno sol, sombreamento parcial para temperatura maiores que 25°C Inserir a tabela de 50 hortaliças mais populares Calendário Lunar Maria Thun -0- Uma Breve História -0- Maria Thun foi uma autoridade em Biodinâmica, dedicou sua vida a pesquisa e a aplicação dos princípios de Rudolf Steiner, antropologia e a filosofia antroposófica. Ela nasceu em uma pequena fazenda próxi- ma de Malberg na Alemanha em abril de 1922, seu pai era um pequeno agricultor e quando criança participava dos trabalhos da fazenda junto a seu pai que costumava observar as manhãs e o sentar de seres no quintal durante muitos e muitos dias. Seu pai sabia exatamen- te o dia de semear de adubar o campo e de preparar a ter- ra para lavoura. Em meados de 1940 Maria Thun conheceu o seu futuro marido Walterson que a introduziu ao conceito dos fazendeiros biodinâmicos, foi quando Maria Thun come- çou a se interessar pelos méto- dos de cultivo da Biodinâmica, começou seus estudo em cur- sos de introdução dos institutos de pesquisa em biodinâmica em Dar- mstadt, foi quando ela foi apresentada a Francine Roni que costu- mava publicar um calendário de plantio regularmente no instituto. Entretanto o seu sistema era baseado em um velho sistema de um velho camponês e foi então que Maria Thun descobriu que o calendário de Roni tinha referências as estrelas de uma constelação que davam a ele a habi- lidade, a mesma habilidade que o seu pai tinha, de julgar o tempo com a época correta de semear, preparar o solo e preparar os adubos. Seguindo o calendário ela começou a experimentar plantar raba- netes em diversas épocas do ano em diversas épocas das constelações e descobriu uma grande variação entre os rabanetes colhidos em dife- rentes épocas e semeados em diferentes épocas. Tudo isso descartando condições de solo iguais para todas as sementes. Rudolf Steiner em suas palestras já havia apontado para uma pos- sível conexão entre as forças cósmicas e o crescimento das plantas, Ma- ria Thun então começou a estudar o calendário astronômico de Goethe anum e descobriu que a lua passa 2 a 3 dias em diferentes constelações do Zodíaco, estudou astronomia mais intensivamente e acabou desco- brindo que os rabanetes adquiridos com diferentes formas e tamanhos dependem não somente da Constelação em que eles eram plantados. Maria Thun continua experimentando a semear durante os 50 anos seguintes quase todos os tipos quase todos os tipos de coisas para ver como o movimento da lua influencia no crescimento dessas culturas. E verificou que elas tinham o mesmo efeito em diferentes tipos de cultu- ras, a partir desta observação ela resolveu dividir a passagem da lua pelo Zodíaco em quatro fases, os dias de raiz, os dias de folha, os dias de fruta e os dias de flor que indicavam os tipos de planta que respondem melhor quando semeada nesses dias específicos. Utilizar este calendário pode ajudar em muito a organizar o seu plantio e obter melhores resultados, como menor incidência de pragas e doenças além de proporcionar frutos mais saudáveis. Necessidade dos peixes A regra a ser seguida é de 500g para cada 20 ou 40L, ou um peixe para cada 20L. Sempre comece o seu sistema com alevinos, além de você apreender gradualmente como se comportam os peixes nas suas diferen- tes fases, eles vão crescer junto com a colônia de bactérias do seu siste- ma deixando ele melhor adaptado para os próximos ciclos. Tilápias Originais do Rio Nilo localizado no Egito, são criadas desde os tem- pos dos antigos faraós e são o símbolo da fertilidade e renovação. As tilápia são os peixes mais cultivados do mundo por serem fáceis de procriar e com boa tolerância a variações altíssimas na qualidade da água. Se alimentam de rações, plantas aquáticas ou não e na falta de qualquer alimento ela filtram as algas verdes. Não acumulam metais pe- sados em seu corpo, diferentemente de outras espécies e sua densidade no tanque é determinada pelos níveis de amônia, alimento e oxigênio podendo ser criadas em condições ideais de qualidade da água em den- sidade muito superiores ao recomendado. Atenção: os valores aqui apresentados são os mínimos para sobre- vivência, quanto melhor a qualidade da água mais rápido e saudável, é o desenvolvimento dos peixes. Boas Rações comerciais aceleram o cresci- mento dos peixes e provem os nutrientes necessários ao desenvolvimen- to dos peixes. Oxigênio: 0,5 ppm Amônia: 0,05 ppm Temperatura ideal: 26°C a 30°C Alimentação: Comem de tudo, algas verdes, plantas aquáticas, folhas ver- des, minhocas e bigatos. Kinguios Existem diversos tipos de kingios é conhecido como o clássico pei- xinho de aquário mas gosta de viver sozinho como estamos acostumados a ver. É um peixe de hábito gregário e é muito mais saudável quando em companhia de outros peixes, porém é um peixe indefeso e no caso dos tipo véus outros peixes costumam comer suas nadadeiras. Peixes recomendados para interação: Carpa, molinésia, limpa-vi- dros, cascudos, tanitis, limpa-fundo e colisa. Oxigênio: 4 ppm Amônia: 0,05 ppm Alimentação: Insetos aquáticos, outros peixes, sapos e alguns tipos de algas. Bagres Se adapta muito bem a água “quente” e é muito indicado para o cultivo em pequena escala e até consorciado com a tilápia em sistema sustentáveis onde não há retirada de constante de peixes. Oxigênio: 4 ppm Amônia: 0,05 ppm Temperatura: 23°C a 32°C (chegam a morrer em temperatura abaixo de 15°C) Alimentação: Insetos aquáticos, outros peixes, sapos e alguns tipos de algas. Pacu Piaractus mesopotamicus, não existem muitos dados sobre essa espécie apesar de ser uma espécie nativa e uma grande aposta para a aquaponia. É um peixe caçador e exige rações e alimento de qualidade, deve ser criado em baixa densidade ou em consorcio com outra espécie também onívora. Temperatura: 22°C a 28°C Alimentação: Peixes, insetos e plantas. Lambaris Necessita de um tanque bem plantado, ele gosta muito de sombras e de se esconder dentro das plantas. É muito calmo e gregário mas costu- ma devorar outros peixes mais lentos ou com véu. pH: 6.5 a 7.5 Temperatura: 22°C a 27°C Alimentação: Artêmia salina, branchonetas, tubifex, insetos e minhocas. Carpas A carpa comum para sistema de pequena escala pode ser um bom começo pois é rustica, tem uma ampla dieta, fácil reprodução e extrema resistência. O consocio com espécie tipo tilapias, bagres e o peixes onívo- ros também é bastante simples. pH: 7.0 a 7.5 Oxigênio: 0,5 ppm Temperatura: 26°C a 29°C Amônia: 0,05 ppm Alimentação: patê, artêmia, branchonetas, tubifex, insetos,minhocas e pequenos peixes. Mesa de cultivo Grow Bed Comece adotando este método. A mesa de cultivo ou os canteiros ficam em cima do tanque dos peixes e a água recircula com o uso de um autosifão ou bell siphon, imitando o movimento das mares. O importante nesse sistema é que o volume de substrato e o volume do tanque de pei- xes devem ser iguais (1:1), aqui você pode combinar até três volumes de substrato para um único tanque de peixes, água somente ocupara 32% da mesa o resto será preenchido por outros agregados. Zona 1 – Seca Faixa que vai de 1 a 5 centímetros da mesa de cultivo e deve per- manecer sempre seca, dessa forma você reduz a evaporação excessiva do tanque. Essa área seca também reduz a incidência de doenças causadas pela umidade excessiva. Zona 2 – Raízes Faixa que vai de 6 a 25 cm é constantemente inundada e drenada permitindo a aeração. Aqui ficam as raízes, bactérias nitrificantes, micror- ganismos do solo e minhocas, todos se beneficiam da aeração converten- do mais facilmente a matéria orgânica em nutrientes. Zona 3 – Inundada Faixa que vai de 26 a 30 cm e é o local onde são sedimentados todos os resíduos. Bomba D’água A bomba d’água pode funcionar de duas formas, continuamente (autosifão) ou com o uso de um timer. O ideal é que todo o volume do tanque de peixes passe pelo canteiro em 1 hora. Se você tiver um tanque de 1000 litros será necessário usar uma bomba com potência de 4 x 1000 litros (4000 litros/hora) caso você de- seje utilizar um timer. O uso do timer na bomba diminuí a vida útil da bomba. Sempre utilize bombas potentes com colunas d’água superior a ne- cessidade, assim não vai se acumular detritos nas mangueiras ou dutos que vão forçar a bomba reduzindo ainda mais a vida útil. Substrato O substrato tem 3 funções importantes a estrutural, mecânico e mi- neralizante. A função estrutural mantem as raízes fixas, a função mecâni- ca tem o objetivo de remover parte dos sólidos e a função mineralizante serve para suprir a planta com alguns minerais porém essa função não é essencial em aquaponia. Para a aquaponia pode-se ser usado diversos tipos de substrato que vão desde argila expandida até restos de construção, alguns cuidados e regras que devem ser respeitadas e elas determinam a escolha do subs- trato. O substrato deve ser inerte, não se decompor, não alterar o pH da água e suas partículas tem de ter um tamanho adequado para que não passe pelo filtro, entupam os encanamentos ou entupam o sistema de sifão. Outra dica para escolher o substrato é se atentar a área de superfí- cie, quanto mais poroso melhor para as bactérias se fixarem melhorando o tempo de ciclagem. Imagens de diferentes substratos Sifão (autosifão) O autosifão é um dispositivo mecânico que drena toda a água da mesa de cultivo imitando o movimento das mares. Ele é dimensionado de acordo com a área em m² e a altura do canteiro, quanto maior a área do canteiro maior será o diâmetro do sifão. Para construir seu próprio autosifão são necessários alguns compo- nentes principais: Cano de 100mm com 33 cm de altura com CAP. Este cano deve ser todo perfurado para entrada de água mas deve reter as pe- dra. Cano de 50 mm com 25 cm de altura com CAP. Uma pequena abertura na parte de baixo do cano deve ser feita para a entrada de agua com no máximo 5 cm de altura. Cano de 25 mm com 22 cm de altura. Este será colocado direta- mente na flange que direcionará a agua para o tanque de pei- xes. Redução 40/25. Utilizada para melhorar a eficiência do sifão. Flange de 25 mm Adaptador rosca cola 25 mm 2 joelhos de 90° de 25 mm Erros mais comuns Não cobrir o tanque de peixes Os peixes costumam pular do tanque quando você menos esperar e aves de rapina pegam os peixes facilmente no tanque, cubra o tanque com uma tela apropriada e evite perdas. Esquecer a bomba desligada e ou não ter uma de reserva Tenha certeza de que quando você terminar de fazer manutenções ou outros serviços você ligou a bomba corretamente e tenha sempre pe- ças sobressalentes de todo o sistema bombas, filtros, válvulas, registros e outros itens críticos costumam rachar, quebrar ou queimar em feriados prolongados, viradas de ano, natais e dias santos quando não há nada aberto. Projeto difícil de utilizar no dia a dia Pense bem, desenhe o sistema várias vezes e não se precipite. Se o sistema não for fácil de operar diariamente com fácil acesso a tudo nele as chances dele não funcionar são muito grandes. Utilize os check lists e calendários corre- tamente Junto com esse material elaboramos um lista de check list para fa- cilitar a sua vida no manejo do tanque, faça uso deles eles vão te poupar muita dor de cabeça e fornecer uma escrituração zootécnica do sistema facilitando ações futuras. Assista nosso Curso Online https://youtu.be/0rlsgO2bpB4
Compartilhar