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PisciCULTURA CARCINOCULTURA: camarões; PISCICULTURA: peixes; ALGICULTURA: alga; E a MALACOCULTURA - criação de moluscos, que se subdivide em: mitilicultura - mexilhões, ostreicultura - ostras e pectinicultura - vieiras. resumo Inicialmente, o conceito de aquicultura se referia a criação de organismos que habitavam na água como meio de vida mais frequente, e com isso, englobavam rãs e jacarés, por exemplo. No entanto, com o novo decreto do IBAMA, o conceito mudou para a criação de organismos que possuem o seu ciclo de vida inteiramente no meio aquático, deixando de lado as rãs e os jacarés. E, de acordo com o dicionário, além de animais aquáticos, tivemos um acréscimo para plantas aquáticas. INTRODUÇÃO AQUICULTURA Se subdivide em maricultura - cultivo de animais e plantas marinhas, e continental - quando de água doce. ➥ Dentro da maricultura, por exemplo, temos: Lembrando que, existe criação de camarões e algas de água doce, por exemplo, mas o nome não muda, continua sendo carcinocultura e algicultura. MITILICULTURA É a criação de mexilhões - podem estar presentes tanto em água salgada quanto na doce, no entanto, há uma preferência pelos marinhos devido ao sabor ser muito melhor que o outro. Os mexilhões são moluscos bivalves, ou seja, possuem a proteção do exoesqueleto formada por uma concha de duas valvas que se articulam. Seu cultivo é feito com as sementes - nome designado para as larvas dos mexilhões com tamanho próximo a 3,5 centímetros, que em seguida são fixadas em um cabo que possui substratos para o seu crescimento, onde se desenvolvem até a juventude, atingem a maturidade - com cerca de 5cm a 8cm, e em seguida, iniciam sua reprodução. ↳ A fixação é feita pelo bisso - uma espécie de "cola" produzida pelo próprio animal ↳ A estrutura que abriga os mexilhões, além do cabo (de poliéster ou polipropileno), pode ser uma rede feita com a malha de nylon - e o seu local ideal pra utilização é em águas mais calmas. Enquanto as outras que apresentam, além das redes, uma espécie de "prato" feito de plástico, os mexilhões são fixados nele, e são melhores para águas mais turbulentas, ou para promover maior nutrição ao animal, pois o mesmo se alimenta filtrando a água, logo, quanto mais contato com a água, melhor. OSTREICULTURA VS PECTINICULTURA A ostreicultura se refere ao cultivo de ostras (da família Ostreidae) - que são moluscos bivalves, já a pectinicultura - também cultiva moluscos bivalves, mas de outra família - Pectinidae, onde se encaixam as vieiras. • Ostra ↑ • Vieira ↑ CARCINICULTURA É a criação de camarões - podem estar presentes tanto em água salgada quanto na doce. No caso do camarão da malásia (Macrobrachium rosenbergii), deve-se ter atenção quanto à reprodução desses animais, pois eles precisam de tipos de água diferente em determinadas fases. ↳ Os camarões são adquiridos na fase pós- larva, com cerca de um centímetro de comprimento, como são sensíveis a baixa temperatura (abaixo de 15ºC), sua temperatura ideal está entre 28º e 30°C, e o pH entre 7 e 9. São onívoros e a recomendação é o cultivo desses animais em solo argiloso - quando em solo, mas caso seja em tanques, deve-se ter cuidado para manejá-lo corretamente pelas águas dos tanques. ↳ A reprodução tem início na água doce. No entanto, as larvas desovadas pelas fêmeas precisam ser mantidas em água salobra (mistura de água doce com salgada) durante aproximadamente 40 dias, até que sofram a metamorfose, possibilitando a sua liberação novamente nos viveiros de água doce. ↳ As fêmeas do camarão da malásia possuem ovos com coloração alaranjada, enquanto outras espécies (como o camarão branco) tem os ovos marrom. RANICULTURA É a criação de rãs - podem ser criadas em viveiros ou em tanques, as mais comuns são a rã-touro e a rã-pimenta. Pesam entre 150g à 250g, sendo que, em 6 a 8 meses, sua carcaça já pode pesar de 90g a 150g. ↳ No ranário, temos a baia de mantença - onde os animais são mantidos separados por sexo, até chegar o momento do acasalamento, onde são levados para uma baia diferente - baia de acasalamento (tanque com água), nela, inclusive, ocorre a deposição dos ovos. Na desova as rãs são encaminhas pro setor de girinos (tanque com água), e em seguida, vão para baia inicial e por fim, quando seu peso fica acima dos 40g elas são encaminhadas para as baias de terminação - onde ocorre a engorda desses animais, e depois, são destinados para o abate/processamento. • Os animais podem ser separados por sexo - principalmente para evitar a reprodução indesejada. O mais comum é a separação por sexo na baia de mantença, pois consideram mais importante separar por estágio de vida e peso do que pelo gênero. Mas, não deixa de ser super vantajoso separar por sexo, especialmente quando se deseja obter maior controle ou atender à demandas específicas. ↳ Na alimentação do ranário houve um problema, uma vez que, as rações ofertadas não se movem pois não estão vivas, e os animais não tinham interesse por comer algo imóvel. Logo, como forma de tentar solucionar esse impasse, colocam as rações em cima de uma esteira com velocidade controlada, para dar a impressão de que a ração está se movendo. ALGACULTURA Se refere ao cultivo de algas. As mais criadas são as marinhas, tendo a Kappaphycus alvarezii - uma espécie de alga marinha. Seu cultivo é para a produção de carragenana - um grupo de polissacarídeos sulfatados amplamente utilizados na indústria alimentícia, de cosméticos e têxteis, como agente estabilizante, gelatinizante, espessante e emulsificante. ↳ O cultivo é basicamente iniciado com a escolha da espécie, seguido pela preparação do local - verificando o pH, circulação da água e a temperatura, bem como seu teor de nutrientes, depois é preparado o substrato - onde serão fixadas, plantio e a manutenção do mesmo - verificando a presença de plantas mortas, possíveis predadores, teor da qualidade da água e nível de nutrientes, até, por fim, chegar o momento da colheita. OCTOCULTURA OU POLVOICULTURA O cultivo de polvo, especialmente do Octopus vulgaris, apresenta uma série de particulariedades devido a complexidade desses animais. Eles podem morrer facilmente nos estágios iniciais do desenvolvimento, e tem relações peculiares que podem culminar na inibição do seu comportamento natural, não reprodução, entre outros. Se sabe pouco sobre suas necessidades. Com o crescimento do mercado, foi criado o Departamento de Pesca e Aquicultura chamado de FAO - que faz parte da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), e define aquicultura ou aquacultura, como o cultivo de organismos aquáticos, entre eles crustáceos, peixes, moluscos e plantas. AQUICULTURA E PESCA EXTRATIVA O cultivo de peixes teve seu início a 4 mil anos atrás, no berço da aquicultura - a China, com o monocultivo de carpas, enquanto as macroalgas marinhas - fonte de alimento, também obtinham seu destaque, sendo o primeiro organismo aquático cultivado pelo homem. No mais, a pesca e a aquicultura foram ganhando destaque, seja ela continental ou marinha - algo que ambas podem ser. Em geral, se diferem pelo fato da aquicultura consistir em CRIAR o alimento, enquanto a pesca extrativa é basicamente "chegar lá e pegar". Não se alimenta constantemente ou monitora o pH da água do peixe em uma pesca extrativa, por exemplo. PRODUÇÃO MUNDIAL DA PESCA E AQUICULTURA Quanto a produção, utilização e comércio da Pesca e Aquicultura no mundo, de 1990 a 2020 tivemos um aumento nas capturas de peixes de água doce enquanto os de origem marinha tiveram uma queda. Para ser mais exata, em 2020, os de origem marinha totalizaram 78.8, enquanto os de água doce foram 11.5milhões de tonelada. ↳ Na aquicultura, os de origem marinha equivalem a 33.1, enquanto os de água doce, 54.4 milhões de tonelada, e desde 1990, ambos cresceram. ↳ O total de peixes capturados é bem menor que a quantidade dos que são de origem da aquacultura. A principal utilização é para o consumo humano. ↳ Em 2018, a Ásia representou 88% mundialmente na produção de pescados, enquanto as américas: 4%, e a África: 2%. O Brasil não possui "peso" em aspecto mundial, mas em produção continental de peixes, ocupa o 8 lugar, enquanto para crustáceos, ocupa o 10º lugar. ↳ (Resumão político) Luiz Inácio Lula da Silva criou, no dia 29 de junho de 2009, o dia do pescador e permitiu a instauração da Secretaria Especial da Aquicultura e Pesca (SEAP). Durante o segundo mandado da Dilma Rousseff, Quando se pensa nas propriedades biológicas da água, nós temos: • Os Plânctons: que são um conjunto de microorganismos de origem vegetal - fitoplâncton, e animal - zooplâncton. - São importantes por servirem como fonte de alimento para os peixes, além de poder ajudar a reduzir o acúmulo de resíduos orgânicos no fundo dos tanques - mantendo a qualidade da água, e evitando proliferação de algas indesejáveis. • Os Fitoplânctons: são vegetais (algas) muito pequenos, geralmente invisíveis a olho humano, mas que são capazes de realizar fotossíntese e produzir seu próprio alimento. - São importantes pois atuam sendo fonte de alimento para peixes, realizando fotossíntese, e também por serem capazes de remover nutrientes dissolvidos na água, como nitrato e fosfato - ajudando na boa oxigenação. São ótimos indicadores biológicos. • Os Zooplânctons: são pequenos animais, pouco visíveis aos olhos humanos, e que se alimentam dos fitoplânctons. - zooplânctons bentônicos: vivem no fundo, como as bactérias, oligoquetas, caranguejos, camarões, larvas de insetos, entre outros. Helder Barbalho se tornou ministro da Pesca e Aquicultura (MPA). Logo após, o MPA foi extinto, e o MAPA assumiu as demandas do setor, até que, por fim, com a volta do Lula para a presidência em 2023, o MPA voltou a atuação como novo ministério. CRIAÇÃO DE PEIXES A criação de peixes começou a muito tempo com a criação de carpas da China, depois foi introduzida na Europa pelos monges, e em seguida, abrangeu mais uma espécie, a truta. No Brasil, durante o ano de 1912 - Rodolpho Von Ihering trouxe um novo conceito, de que se deveria criar peixes com a mesma facilidade da criação de galinhas. Logo, em 1935, ele iniciou a reprodução induzida com extratos pituitários (compostos que contêm hormônios hipofisários) do peixe dourado, e se tornou um dos pioneiros da aquicultura no país. Aquicultura que se desenvolveu principalmente pela sua rentabilidade, valor nutritivo e digestivo da carne, além da possível instalação em áreas não agricultáveis e reaproveitamento dos subprodutos industriais e agrícolas. A ÁGUA Na criação de peixes, a água deve ser uma das principais preocupações do produtor, pois deve ser monitoradas as propriedades físicas, químicas e biológicas, visando o sucesso da produção. - zooplânctons perifitons: são organismos que estão associados a substratos (artificiais ou naturais). Por exemplo, vermes. - zooplânctons neustônicos: são também organismos, mas que estão associados ao filme superficial da água, como algas, protozoários, larvas de mosquitos. - zooplânctons néctons: organismos capazes de se deslocar pela água, como os peixes, insetos, alguns répteis e anfíbios. - macrófitas: são plantas que crescem próximas ou dentro dos viveiros, podem estar fixas, submersas ou flutuando na água. Fornecem habitat, refúgio e alimento para muitas espécies de peixes e ajudam a manter a qualidade da água, absorvendo nutrientes e poluentes. No entanto, seu excesso pode levar a problemas na qualidade da água, como a redução dos níveis de oxigênio e o aumento dos níveis de nutrientes, que podem levar à proliferação de algas e outras formas de vida, que podem prejudicar a saúde dos ecossistemas aquáticos. CONTROLE Controle químico - uso de substâncias químicas. Controle biológico - utilização de seres vivos, como por exemplo, peixes. Controle mecânico - normalmente feito à mão ou com a ajuda de maquinários. Os métodos de controle podem ser químicos, biológicos e mecânicos. Por exemplo, umas das formas mais eficazes de se controlar as macrófitas é com a utilização do peixe carpa capim (controle biológico), assim, não seria necessário alguém ter que ir arrancar as plantas ou jogar alguma substância na água, com o risco de prejudicar as outras espécies no meio. PROPRIEDADES FÍSICAS DA ÁGUA Como a maioria dos organismos aquáticos são pecilotérmicos (não podem manter sua temperatura corporal constante e, por isso , dependem do ambiente), é necessário um cuidado maior com a temperatura da água dependendo da espécie de peixe a ser criada, para que seja possível a realização das suas atividades fisiológicas - como a reprodução e a alimentação. Por exemplo, a temperatura ideal para espécies tropicais é entre 25 a 32ºC, enquanto para os de águas frias - no máximo 20ºC. ↳ As mudanças bruscas de temperatura podem causar um desequilíbrio a ponto de matar o animal facilmente - inclusive se essa variação for de 5°C, por isso, deve-se fazer a mudança gradual da temperatura da água ao comprar uma espécie de peixe para colocar no criadouro, por exemplo, pois necessitam da adaptação entre a temperatura da água em que estão para a temperatura da água do novo ambiente, e assim, serem introduzidos com conforto térmico. Em caso de necessidade, podem ser utilizados termômetros e oxímetros para medir a temperatura e o nível de oxigênio de forma mais exata. ↳ A transparência da água também é um outro fator importantíssimo e que se refere a capacidade de penetração da luz e a turbidez (medida da quantidade de partículas sólidas, como a argila, em suspensão na água, o que afeta a sua claridade). Essa mesma turbidez, com a argila, é indesejável, enquanto para o controle feito com plânctons, pode ser bastante proveitosa. ↳ Para se chegar na transparência ideal, é comum a utilização do disco de Secchi - um disco redondo com cerca de 30 a 50 centímetros de diâmetro, geralmente feito de plástico branco ou preto e branco, com uma corda que permite baixá-lo na água. Para usar o disco de Secchi, ele deve ser baixado na água até que desapareça de vista. Em seguida, a profundidade da água é registrada e o disco é lentamente levantado até que seja visível novamente. A profundidade na qual o disco se torna visível é registrada como a profundidade de Secchi, e quanto mais clara a água, maior será a profundidade registrada. PROPRIEDADES QUÍMICAS DA ÁGUA • Oxigênio dissolvido: se refere ao O2 que se apresenta nas 3 formas - dissolvido na água que entra no tanque, pelo ar em contato com a água (difusão simples) e pela fotossíntese realizada pelos fitoplânctons. ↳ Ele pode ser medido com o oxímetro ou o multiparâmetro, sendo o ideal de 4 a 6 mg O2 / litro. Todavia, o oxigênio proveniente da atm não costuma ser o suficiente para suprir a demanda. ↳ A mesma quantidade de oxigênio que entra por difusão, sai da mesma forma. A respiração dos plânctons, peixes e outros organismos consomem bem mais que o O2 produzido na fotossíntese. • Fitoplâncton em excesso: pode levar a um fenômeno conhecido como floração de algas - o número de fitoplânctons aumenta rapidamente, podendo resultar em uma diminuição de oxigênio na água quando as algas morrem e começam a se decompor. • Teor de O2 menor que 2mg/ L causa estresse, redução na alimentação e enfermidades, por isso, as vezes, é importante a utilização de aeradores, ↳ O esgotamento de O2 pode ser pelo consumo das bactérias durante a decomposição da matéria orgânica,consumo pelos bentos e reações de oxi-redução da matéria orgânica. Pode ser influenciado pela temperatura e a salinidade. • Potencial de hidrogênio na água (pH): se refere às concentrações dos íons de hidrogênio, sendo o ideal entre 6,5 a 8,5. O processo de fotossíntese remove o CO2 e causa secundariamente um aumento no pH, enquanto que, durante a noite, o processo de respiração libera CO2 e provoca um declínio no pH. ↳ Os compostos mais comuns são o bicarbonato de cálcio, carbonato de cálcio, bicarbonato de magnésio e o carbonato de magnésio. • Alcalinidade total: se refere à concentração total de bases tituláveis da água - íons bicarbonatos e carbonatos - mais abundantes. ↳ Se refere a capacidade da água de manter seu equilíbrio ácido-básico (poder tampão da água). A alcalinidade total é expressa em equivalentes de CaCo3 , sendo seu valor ideal de 20 a 120mg CaCO3 / litro. • Dureza total: está relacionada com a concentração de íons metálicos, como os íons de cálcio e magnésio, presentes na água. Em águas naturais, a dureza total é igual a alcalinidade total. É expressa em equivalentes de CaCO3 / litro, e os valores de alcalinidade e dureza total acima de 20 mg CaCO3 / indicam águas de adequado poder tampão. • Amônia (NH3): as principais fontes são de fertilizantes nitrogenados, excrementos e decomposição de resíduos orgânicos. Em sua forma não ionizada (NH3), ela está mais tóxica aos peixes, e quanto maior o pH, mais NH3, enquanto que, quando o pH for menor, teremos mais da forma ionizada, que é a NH4. ↳ Os níveis ideais são de abaixo de 0,2 mg/l, e deve-se evitar níveis perigosos através da manutenção do O2 dissolvido, evitar esterco fresco, cuidar com a densidade de estocagem - juntamente a alimentação e fluxo de água, além do tratamento com sal ou ácido para reduzir o pH e utilizar a filtragem biológica quando no sistema tiver recirculação de água - as nitrosomonas e nitrobacter transformam o Nh4 em nitrito NO2 e, em seguida, em nitrato. • Condutividade elétrica: é a capacidade da água de conduzir uma corrente elétrica, depende de íons e da temperatura, que quanto maior, maior será a condutividade. O ideal é entre 23 - 71μS/cm , se maior que 100μS/cm -¹, o ambiente está impactado. • NTU é a Unidade de Turbidez Nefelométrica e se refere à medida da intensidade da luz dispersa em uma solução, sendo que, em águas claras, o valor é de 1 NTU. • Sólidos Totais Dissolvidos (TDS) - é um conjunto de cátions + ânions + sais + materiais em suspensão, age como um indicador de poluição e até 500mg/L é considerado aceitável. • Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO): é uma medida empírica da quantidade de O2 consumida por microrganismos na decomposição da matéria orgânica. É um indicador de poluição também, onde o aceitável é até 5,0 mg/L O2.
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