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ÍNDICE
1. INTRODUÇÃO
2. CLASSIFICAÇÃO DA CRIAÇÃO QUANTO A SUA FINALIDADE.
3. CLASSIFICAÇÃO DA PISCICULTURA QUANTO AO SISTEMA DE CRIAÇÃO
3.1 Piscicultura extensiva
3.2 Piscicultura semi-intensiva
3.3 Piscicultura intensiva
4. QUANTIDADE DE ÁGUA NECESSÁRIA DE ACORDO COM O SISTEMA DE PRODUÇÃO
5. CONSTRUÇÃO DE TANQUES E VIVEIROS
5.1 CONDICIONANTES LOCACIONAIS
5.1.1 Topografia
5.1.2 Solo
5.1.3 Água
5.1.3.1 Propriedades qualitativas da água
5.1.3.2 Propriedades quantitativas da água
5.1.4 Determinantes Gerais
5.1.4.1 Tipos de tanques e viveiros
5.1.4.2 Forma e dimensões dos viveiros
5.1.4.3 Outras características importantes na construção dos viveiros
5.1.4.4 Entrada de água e canal de abastecimento
5.1.4.5 Saída de água e canal de deságüe
5.1.4.6 Tanque de decantação ou estabilização
6. ESPÉCIES CULTIVADAS NO BRASIL
7. ESCOLHA DAS ESPÉCIES PARA OS CULTIVOS
8. MANEJO PRODUTIVO
8.1 FLUXOGRAMA DO PROCESSO PRODUTIVO
8.2 DESCRIÇÃO DO PROCESSO PRODUTIVO
8.2.1 PREPARAÇÃO DOS VIVEIROS
8.2.1.1 CALAGEM E ADUBAÇÃO DOS VIVEIROS
8.1.1.2 ESCOLHA DOS ALEVINOS E O POVOAMENTO
8.1.1.3 ALIMENTAÇÃO E TRATAMENTO
8.1.1.4 DESPESCA
8.1.1.5 SELEÇÃO E PESAGEM
9. QUALIDADE DE ÁGUA
9.1 Características físicas da água
9.2 Características químicas da água
10. MORFOLOGIA E FISIOLOGIA BÁSICA DOS PEIXES
10.1 MORFOLOGIA EXTERNA
10.2 ANATOMIA INTERNA
11. ENFERMIDADES
11.1 Prevenção
11.2 Principais doenças na piscicultura
11.2.1 Bactérias
11.2.2 Fungos
11.2.3 Protozoários
11.2.4 Tremátodos
11.2.5 Crustáceos
11.2.6 Vermes
11.3 Formas de tratamento
11.3.1 Produtos Químicos
11.4 Diagnósticos e Tratamento
12. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
1. INTRODUÇÃO
A piscicultura é um tipo de exploração animal que vem se tornando cada vez mais importante como fonte de proteína para o consumo humano, principalmente pela redução dos estoques pesqueiros que, em 1991 (produção de 16.574.497 ton.) em cativeiro aumentou em 8,3% em relação a 1990 e 100% nos últimos 8 anos; Outros fatores que estão favorecendo o desenvolvimento atual da piscicultura são as modificações drásticas do hábitat, como: poluição; desmatamento e represamentos; a mudança do hábito alimentar das pessoas; o aparecimento de novos produtos mais práticos para o consumo; e, a utilização para lazer e esporte.
A piscicultura é uma atividade em ascensão dentro do setor agropecuário. Seus altos índices produtivos vêm atraindo cada vez investidores na área. Porém, como qualquer outra atividade que envolve uma cadeia produtiva elaborada, é necessário que antes de implantada, o projeto deve ser bem planejado e avaliado, garantindo assim, segurança ao sistema de produção; caso contraio, a atividade ao invés de prosperar, pode vir a apresentar prejuízos, e por conseqüência, levar ao desestímulo e até mesmo, ao abandono da atividade.
O Estado de Goiás possui um enorme potencial hídrico e climático para o cultivo de peixes e outros organismos aquáticos. Referência disso é o crescimento positivo da atividade. Porém, a carência de técnicos, repasse de tecnologia, desestruturação da cadeia produtiva e falta de uma política pública bem elaborada, faz com que ainda a atividade caminhe de forma desorganizada.
Sabe-se que o custo de implantação de uma unidade produtiva em viveiros escavados é muito elevado, por isso, é necessário a elaboração de projetos com uma engenharia moderna, baseada em informações cientificas, ecológicas e tecnológicas confiáveis. Deste modo, se consegue otimizar os custos de implantação e melhorar a produtividade. O planejamento da atividade dará confiança ao produtor, mostrando se o empreendimento é ou não, viável economicamente.
Contudo, não basta somente que o projeto de implantação seja aplicado de forma correta. É necessário também que o produtor adote boas práticas de manejo, que estabeleçam procedimentos adequados como: densidade de estocagem; uma boa qualidade de água; boa pratica de manejo alimentar; utilização de ração de boa qualidade; aplicação de fertilizantes químicos ou orgânicos de forma correta; medidas preventivas contra doenças; e, técnicas de despescas que minimizem o aporte de efluente ao meio ambiente.
2. CLASSIFICAÇÃO DA CRIAÇÃO QUANTO A SUA FINALIDADE
Cria ou produção de alevinos:
· Exploração em que peixes (alevinos) são passados a terceiros para serem recriados ou usados em povoamentos e repovoamentos de águas públicas ou particulares.
· É considerada a fase mais lucrativa; entretanto, exige demanda favorável por alevinos na região, maior dedicação por parte do produtor, maior ocupação de mão-de-obra especializada e instalações de equipamentos mais complexos.
Recria, engorda ou produção de pescado:
· Explora-se a capacidade de ganho de peso e crescimento dos animais, englobando a fase de alevinagem até o abate.
· Menos lucrativa que a anterior; entretanto, caracterizam-se por exigir menor dedicação do piscicultor, necessitar de menor ocupação de mão-de-obra, menor qualificação, necessitar de instalações e equipamentos menos complexos; pode ser realizada em represas rurais, arrozais inundados, represas ou viveiros com ou sem integração com outras explorações agropecuárias. Esta fase é dependente da oferta de alevinos, demanda e preço de pescado na região.
Exploração mista de cria e recria:
· Produz alevinos para uso próprio ou para terceiros.
Outros tipos de exploração:
· Para fins de lazer (povoamento de represa, pesque-pague ou cultivo de peixes ornamentais).
· Para fins sanitários (controlar a proliferação de insetos ou animais vetores de doenças).
3. CLASSIFICAÇÃO DA PISCICULTURA QUANTO AO SISTEMA DE CRIAÇÃO
100
%
x
distância
desnível
e
declividad
de
=
O peixe, diferentemente de alguns animais terrestres, pode ser criado de várias maneiras diferentes. Adequando às condições da propriedade, tipo de alimento, espécie considerada e aceitação de mercado. É possível dividir, didaticamente, o sistema de criação em Extensivo, Semi-extensivo e Intensivo.
3.1 Piscicultura extensiva
· Exploração em que o homem interfere o mínimo possível nos fatores de produtividade (apenas realiza o povoamento inicial do corpo d'gua).
· Caracteriza-se pela impossibilidade de esvaziamento total do criadouro, impossibilidade de despesca, ausência de controle da reprodução dos animais estocados, presença de peixes e aves predadoras, ausência de práticas de adubação, calagem e alimentação. A alimentação é garantida apenas da produtividade natural e pela produtividade baixa, dificilmente ultrapassa 400 kg/ha/ano. (Figura 2).
3.2 Piscicultura semi-intensiva
· Sistema de exploração em que o homem interfere em alguns fatores de produtividade. Caracteriza-se pela possibilidade de esvaziamento total do criadouro, possibilidade de despesca, controle da reprodução dos animais estocados, ausência ou controle da predação, presença de prática de adubação, calagem e, opcionalmente, uma alimentação artificial à base de subprodutos regionais, manutenção de uma densidade populacional correta durante o período de cultivo, produtividade que pode chegar a 10 ton./ha/ano. Sistema racional e econômico de produção recomendado para criação de peixes tropicais e por abranger ainda consorciações com suínos, aves, arroz, etc. (Figura 2).
3.3 Piscicultura intensiva
· Sistema de exploração em que os fatores de produção são controlados pelo homem, caracteriza-se por apresentar densidade populacional elevada de peixes por volume d'água, alimentação artificial exclusivamente à base de rações balanceadas, necessidade de alto fluxo de água ou uma recirculação forçada por causa da alta densidade populacional, pela produtividade elevada, podendo ultrapassar 90 kg/m³/ano, pelo sistema racional de custo elevado, com mão-de-obra especializada e alto nível de mecanização e tecnologia. (Figura 3)
4. QUANTIDADE DE ÁGUA NECESSÁRIA DE ACORDO COM O SISTEMA DE PRODUÇÃO
A quantidade mínima de água que se deve dispor depende de vários fatores, portanto, deve ser suficiente para repor as perdaspor evaporação e por infiltração e, satisfazer, em parte, as necessidades de oxigênio dos peixes.
Semi-intensivo
Intensivo
- a renovação de água pode variar de 5 a 30% por dia;
- renovação de água varia entre 100 a 200% por dia (Ex.: truta);
- a vazão pode variar de 10 a 50 L/s/ha, (estimada no período seco);
- vazão de 200 a 500 L/s/ha;
- o nível de oxigenação deve ser maior ou igual a 5 mg/L;
- nível de oxigênio entre 5 e 10 mg/L (dependendo da espécie);
- a estocagem pode ser de 1 kg de peixe/ m². (Quantidades maiores podem causar problemas na produção e saúde dos peixes).
- uma densidade de 50 a 600 peixes/m³ é permitida (Ex: tilápias em gaiola podem produzir de 50 a 300 kg/m³/safra).
5. CONSTRUÇÃO DE TANQUES
5.1 CONDICIONANTES LOCACIONAIS
A viabilidade da implantação de uma unidade de piscicultura, como de qualquer outro negócio, está condicionada a uma análise mais detalhada dos aspectos locacionais mais importantes.
No caso específico da piscicultura, os fatores determinantes de uma boa escolha são aqueles que levam em consideração: a topografia do terreno, por questões óbvias referentes aos custos de implantação e manutenção do empreendimento; o tipo de solo onde se planeja a sua execução; a análise quantitativa e qualitativa da água disponível para abastecimento dos viveiros (principalmente nos meses de estiagem); e as funções determinantes gerais do negócio.
5.1.1 Topografia
A topografia é em grande escala, a demarcadora do volume do investimento financeiro. É ela que determina o volume de terra a ser movimentado na construção das instalações. A movimentação de terra é um dos principais itens dos investimentos fixos do empreendimento. A topografia condiciona ainda: o tipo, a forma, a superfície; e, até o número de viveiros possíveis de serem construídos.
Com o objetivo de se buscar um melhor posicionamento dos custos variáveis, deve-se observar a distância e a cota (diferença de nível), entre o ponto de captação de água, e a localização dos viveiros de modo que, a captação esteja numa cota mais elevada do que o ponto máximo do nível de água dos viveiros. Para a drenagem, a cota do manancial (riacho), também deverá estar em cota inferior à cota do sistema de drenagem do viveiro, a fim de que todo o processo de abastecimento e drenagem de água seja feito por gravidade.
É extremamente recomendável que na etapa de elaboração do projeto e construção dos viveiros, haja assistência técnica de um topógrafo para a demarcação ideal das áreas.
É recomendável que a declividade do terreno seja inferior a 3%, evitando grandes movimentações de terra nas construções dos viveiros.
Exemplo de cálculo de declividade:
É levado em consideração a distancia horizontal em relação ao desnível entre os pontos. 
“ Seu José quer saber qual a porcentagem de declividade em um terreno de onde as extremidades mede 100 metros e o desnível entre essas extremidades é de 1 metro”
  
100
100
1
x
=
  
%
1
=
Logo, a declividade que Seu José encontrará será de 1%
5.1.2 Solo
O tipo de solo mais apropriado para a construção de viveiros é aquele cuja composição tenha 40% de argila e 60% de areia, além de não possuir afloramento rochoso, ou raízes de grandes árvores que dificultem o processo de escavação. Terreno muito argiloso é desaconselhável, pois além de ser mais difícil de ser escavado, também favorece ao aparecimento de rachaduras quando esvaziado. Terreno muito arenoso não possui boa retenção de água, favorecendo as infiltrações, e conseqüentemente, demandando um maior volume de entrada de água.
Considerando-se as grandes diferenças entre os índices de acidez encontrados, é necessário que se faça também, uma análise de solo para possíveis correções desta acidez. Para tanto, é utilizado o calcário, a fim de ser mantido com um pH em torno de 7,3.
Granulometria
Os solos para piscicultura devem, de preferência, apresentarem maior porcentagem de argila e silte, pelo menos 35% de argila e, no máximo, de 60% de areia.
As argilas são compostas por grãos extremamente finos. Suas principais características que interessam nas construções de viveiros são: impermeabilidade; plasticidade; e, coesão. Quando essas características são atendidas, a água tem maior dificuldade de infiltração e, por conseqüência, menos água será perdida.
Aspecto e consistência
A Plasticidade é a capacidade que o solo possui de se deixar moldar em diferentes formas sem variação de seu volume. Uma massa de argila seca se torna dura e não moldável. Se receberem quantidades de águas em quantidades proporcionais, ela se torna plástica, possibilitando sua moldagem.
Uma maneira prática de verificar se o solo apresenta características aceitáveis para a construção de viveiros é coletar uma amostra de solo e comprimi-la nas mãos, fazendo uma bola compacta. Logo, arremessa-la de uma altura de aproximadamente 50 cm do solo. Se ela se manter coesa (firme), indica que há grandes chances de possuir quantidades de argilas suficientes para a construção de viveiros. Caso se esfarelar, o solo possui muita quantidade de areia. 
Outro método consiste em coletar uma amostra de solo e fazer um rolinho e juntar as pontas formando uma “rosquinha”. Se nesse processo a amostra não se partir, indica que o solo pode apresentar boas características para a construção de viveiros. (Figura 4)
Permeabilidade
A permeabilidade é a característica que o solo possui de permitir o escoamento da água ou ar através dele. A permeabilidade pode variar com a temperatura ou a quantidade de material argiloso ou arenoso no solo. É medida em função da velocidade do fluxo de água durante um determinado período de tempo.
O movimento de água dentro do solo vai carregando as partículas de argila até um momento que se formam vazios em formas de tubos. Isso pode apresentar sérios problemas com a desestabilização do aterro.
É normal que em viveiros novos as perdas por infiltração sejam maiores. Com o tempo, ocorre sedimentação de uma película de argila que praticamente impermeabiliza o fundo do viveiro.
Compactação
É importante que na construção dos viveiros, seja feita uma compactação bem firme, a fim de evitar o máximo de perdas por infiltração. Para isso são necessários que se usem maquinários apropriados para fazer a compactação do solo. Contudo, para uma boa compactação é fundamental um teor de umidade apropriado. Deve-se ter o cuidado para que esse teor de umidade não seja elevado de mais, dificultando o transporte e a compactação.
No Estado de Goiás esse detalhe deve ser considerado com muito cuidado. Os meses de chuva podem impossibilitar o trabalho eficiente das máquinas, bem como, a realização de uma boa compactação do solo. É comum dizer que para cada dia chuvoso são necessários, no mínimo, dois dias de tempo bom para que o solo volte a uma umidade adequada.
5.1.3 Água
Em muitas regiões do Estado de Goiás a água é o fator crucial no planejamento da atividade. Isso se explica pela sazonalidade dos períodos de chuva e de seca, onde, no período de seca, a redução da vazão nos locais de captação pode ser insuficiente para atender as exigências mínimas de quantidade de água no sistema de produção.
Quando se trata de piscicultura, a água a ser utilizada deve atender parâmetros de qualidade e a quantidade suficiente para garantir a viabilidade do cultivo e sanidade dos peixes. Por isso, é importante conhecer a origem da água; vazão mínima; e, das propriedades físico-químicas e biológicas da água, observando se essas características proporcionam condições necessárias para o cultivo de peixes.
Após o enchimento dos viveiros, a entrada de água nos mesmos, deve atender exclusivamente a três situações: recuperar as perdas com infiltrações, recompor o volume evaporado, e/ou melhorar o nível de oxigenação.
Dada a natureza do projeto, e do produto final, é essencial a observação de determinadas normas básicas de higiene e fitosanitárias mínimas para implantação do empreendimento, como por exemplo:
a- localizar o empreendimento longe de fontes poluentescomo mananciais sujeitos a despejos de indústrias químicas, ou de resíduos agrotóxicos, utilizados em plantações ; e
b- no caso de utilização de esterco animal para a fertilização dos viveiros e para a alimentação dos peixes, deve-se tomar cuidados adicionais com as medicações dados a estes animais, aos quais podem ser transferidos aos peixes.
5.1.3.1 Propriedades qualitativas da água:
Dentre as propriedades qualitativas da água podemos citar: as físicas, as químicas; e as biológicas. Dente as características físicas, temos a temperatura, a turbidez, o odor, a transparência e o sólidos em suspensão. As características químicas, citamos o pH, o oxigênio dissolvido, a alcalinidade, a dureza, a amônia, o nitrito, o nitrato, a demanda bioquímicas de oxigênio (DBO), o dióxido de carbono (CO2), dentre outros. Já as propriedades biológicas, temos a qualidade e densidade de microorganismos, espécies e quantidades de parasitas.
Será abordado mais adiante, as propriedades qualitativas da água, com mais detalhe.
5.1.3.2 Propriedades quantitativas da água:
A quantidade de água necessária para a atividade de piscicultura depende de vários fatores como: espécie cultivada; sistema de cultivo; clima; altitude; e, práticas de manejo.
As fontes de água mais utilizadas são nascentes ou pequenos riachos (córregos). Quando a captação for de pequenos córregos, é recomendável fazer um açude-reservatório fora do curso d’água para a captação da água. É importante que este reservatório seja construído de modo que o nível de água de operação esteja, pelo menos, 30 cm acima do nível máximo de água dos viveiros de produção, para que a água caia por gravidade, através de um canal de derivação e abastecimento. O volume de água deverá ser suficiente para repor as perdas por infiltração, por evaporação e renovação da qualidade de água.
Em alguns sistemas de cultivo, quando bem manejados, a renovação de água se torna praticamente irrisória no melhoramento da qualidade, precisando apenas repor-la água por perdas por infiltração e evaporação, que até podem chegar a valores significativos no verão.
Considera-se que o tempo necessário para enchimento de um viveiro de 1 hectare (100 m x 100 m x 1,2 m) é aproximadamente de 15 a 20 dias. Deste modo, a vazão de água deve variar em torno de 5 a 10L/s/ha da área alagada.
Vazão
O conceito de vazão é a razão do volume de líquido (água) em um determinado tempo. Pode ser expresso pela fórmula: Q = Volume / tempo.
Medidas de vazão
É fundamental conhecer a vazão das fontes de onde vai se captar a água para o cultivo, para que se possa planejar e dimensionar com segurança a atividade. Como já comentado acima, para o Estado de Goiás, esse cuidado deve ser ainda maior, devido a sazonalidade do período de chuvas. Nos períodos de seca a vazão pode ser muito baixa e em períodos de chuva a vazão pode ser alta demais. Deste modo é necessário que se conheçam as vazões em pelo menos nesses períodos distintos.
Método direto para medida de vazão: Este método consiste em coletar toda a água através de uma tubulação em um recipiente de volume conhecido. Determinando-se o tempo necessário para encher todo o recipiente em um determinado tempo, tem-se a vazão em litros/segundo (L/s). Recomenda-se que se repita a medição pelo menos 3 vezes e se faça uma média dessas medições. O tempo mínimo de acordo com (Chiossi, 1975) é de 5 segundo. Então de acordo com a quantidade de água que se deseja medir, é necessário que o volume do recipiente seja proporcional, ou seja, medições de vazões de até 3 L/s, podemos utilizar um balde de 20L. Se a vazão é de até 10 litros, teremos que utilizar uma caixa de pelo menos 80 a 100 litros.
Por exemplo: João mede, com um balde, a quantidade de água que sai de uma mangueira. Ele verifica com um relógio que em 10 segundos o balde encheu 10 litro de água. Isto significa que a vazão foi de 10 L / 10 s. Acontece que João ficou curioso e quis saber quantos litros por segundo saiu da mangueira. Se aplicarmos uma regra de três, verificamos que: 
Se em:
Agora João quis saber qual a vazão por hora que sairá da manqueira. Aplicando novamente a regra de três, verificamos que:
Se em: 
5.1.4 Determinantes Gerais
Outros fatores que devem ser levados em consideração para a escolha do local de instalação de uma piscicultura, são: existência de uma infra-estrutura mínima de rede de energia elétrica; estradas em bom estado de conservação; relativa proximidade dos mercados consumidores; e, condições climáticas minimamente favoráveis.
A construção de tanques e viveiros de uma maneira adequada é de fundamental importância para o manejo dos peixes. De uma maneira geral, existem os seguintes tipos de tanques:
5.1.4.1 Tipos de tanques e viveiros
· Viveiros de terra (escavados):
Os viveiros feitos de terra apresentam condições próximas às naturais dos peixes. São construções menos onerosas, mas necessitam de manutenção e reparos constantes.
Suas paredes devem apresentar inclinação máxima de 45 graus e ter suas bordas gramadas para evitar desmoronamentos.
· Viveiros de alvenaria:
Os tanques de alvenaria possuem paredes revestidas de tijolos com fundo de terra, exigindo menos reparos, mas são caros.
· Outros:
Podem ser construídos de concreto, cimento-amianto, fibra de vidro, lona plástica, etc.
5.1.4.2 Forma e dimensões dos viveiros
A forma e dimensões dos viveiros variam de acordo com a espécie criada, topografia e formato do terreno, disponibilidade de água, tipo de exploração e criação. (Figura 5)
Os viveiros retangulares são os que apresentam melhor forma, tanto para o manejo como para o bem-estar dos peixes. Viveiros muito pequenos (menor que 400 m2) aumentam os custos e viveiros muito grandes (acima de 6000 m2) inviabilizam um bom manejo de criação.
A profundidade pode variar de 0,80 a 1,50 metro.
5.1.4.3 Outras características importantes na construção dos viveiros
O local escolhido para a construção deve ser totalmente limpo, retirando-se toda a matéria orgânica (restos de raízes, folhas, galhos, etc.), pedras, enfim; tornando o terreno mais estável e evitando problemas de infiltração. Os viveiros devem ser construídos, de preferência, escavados ou com levantamento de diques aproveitando o máximo da topografia existente.
A compactação de fundo e das paredes é prática obrigatória para evitar desmoronamentos, erosão e infiltração (se necessário construir núcleos de argila nas paredes para maior segurança e durabilidade); o fundo deve ter uma inclinação (declividade) de no mínimo 1,5% em direção ao sistema de escoamento. 
Taludes
Os taludes de um viveiro de terra devem ser bem construídos para garantir durabilidade e impedir infiltrações e erosões. Na construção do mesmo, o ideal é construir em camadas, colocando 20 cm de terra, molhando e compactando, repetindo estes passos até completar a altura total do talude. O perfil de um talude ideal é mostrado na Figura 7, onde H representa a altura do talude (entre 0,8m e 1,5m). Estes valores são referências para o tipo de solo próprio para viveiros de terra (argiloso). 
Em qualquer caso o ponto mais alto do talude deve ficar 50 cm acima do nível da água (borda livre) para evitar problemas como transbordamentos. A largura da crista do talude depende muito do tipo de empreendimento e do tamanho dos viveiros. Se os viveiros forem muito grandes, a crista do talude deve ter 4 m para suportar movimento de caminhões de despesca. Se os viveiros forem pequenos, basta um trator para a despesca, logo o talude pode ser mais estreito, na faixa dos 2 m.
Figura 8 - Taludes com mesma altura e largura de crista, porém com diferentes inclinações (1:1, 1:2 e 1:3). Observe que a suavização do talude aumenta o volume de terra no corpo do dique e o percentual de áreas mais rasas no viveiro. Também aumenta a área da borda livre, exigindo maior atenção quanto a proteção desta área. Note as linhas de capilaridade (linhas tracejadas – solo com baixo teor de argila; linhas contínuas – solo com maior percentual de argila). Os taludes construídoscom solos muito argilosos podem apresentar uma inclinação mais acentuada nos taludes externos. Já nos solos com baixo teor de argila, a inclinação deve ser mais suave para não ocorrer drenagem da água infiltrada sobre o talude. A movimentação de terra e o custo de construção ficam maiores quanto mais suaves for a inclinação dos taludes. Viveiros com taludes muito suaves também podem apresentar problemas com o estabelecimento de algas e plantas aquáticas nas áreas próximas as suas margens.
5.1.4.4 Entrada de Água e Canal de Abastecimento
O abastecimento dos viveiros pode ser feito com cano PVC e registro para regular a vazão. Importante, se possível, fazer a água cair de uma altura de aproximadamente 50 cm, o que ajuda na oxigenação. Lembrar de colocar pedras na região onde a água atinge o fundo do viveiro, para evitar danos de erosão e ressuspensão de material argiloso.
A água de captação dever ser de boa qualidade, apresentando as características físico-químicas que atenda a espécie cultivada. Seu volume deve ser suficiente para atender as renovações diárias (5 a 10 L/s/hectare).
Cada viveiro deve ter seu abastecimento individualizado. Nunca abastecer um viveiro com a água de outro viveiro em operação, para não comprometer os peixes com água de baixas qualidades.
Geralmente, para abastecimento geral dos viveiros, é construído um canal em concreto, ou manilhas de concreto. Para cada viveiro se constrói uma caixa de derivação, para então derivar a água por um tubo de PVC para abastecimento do viveiro. (Figura 9).
5.1.4.5 Saída de Água e Canal de Deságüe
Um dos fatores importantes no cultivo de peixes é poder esgotar totalmente um açude ou viveiro, visando a despesca, manutenção, adubação e principalmente a desinfecção feita pelo sol.
Para isso, existem algumas alternativas para se alterar, quando for necessário, o nível da água de um viveiro ou açude.
Quaisquer que sejam as estruturas de saída de água implantadas, essas deverão estar localizadas na parte mais baixa do viveiro, para que o mesmo possa ser totalmente drenado.
É importante a retirada de água do fundo dos viveiros, uma vez que essa água apresenta menor qualidade e, níveis baixos de oxigênio. Para isso são propostos monges ou tubulações que utilizam sistema de sifonamento.
O canal de deságüe pode ser feito similar ao canal de abastecimento, utilizando calhas e os tubos de PVC, que levam a água até o tanque de decantação ou estabilização.
a) Estrutura: O "Cotovelo ou Joelho”
É a estrutura mais barata, sendo muito utilizada atualmente para tanques ou açudes com menos de 2 ha.
Essas estruturas são de PVC rígido (canos) e fixadas em uma base de concreto ou alvenaria, variando de tamanho conforme as dimensões do tanque. Existem dois tipos: os fixos ou móveis:
- Fixo
A estrutura de PVC rígido é fixada em um muro de concreto ou cimento. Os níveis da água podem ser alterados, retirando-se os diferentes tubos segmentados (também em PVC) existentes. Na parte superior do tubo por onde é drenada a água, coloca-se uma tela de malha condizente com o tamanho dos peixes em cultivo, para se evitar a fuga dos mesmos (Figura 10).
- Móvel
Análogo à estrutura anterior quanto à sua implantação. A diferença é que essa estrutura não apresenta segmentações e o nível da água é alterado, baixando-se a estrutura (tubo de PVC) para um lado ou para o outro. Das existentes, é a mais barata e mais adotada atualmente em todo o Brasil.
c) Estrutura: Monge
É a melhor estrutura desenvolvida para a saída de água de um tanque, e por ser considerada de primeira qualidade. Porém, é a mais cara e mais complexa, podendo ser utilizada para qualquer dimensão de viveiros ou açude.
O monge é uma estrutura feita de concreto armado, por meio de um molde em madeira e que tem a forma de letra "U". Essa estrutura é construída na saída de água dos viveiros, na sua parte mais baixa (Figura 11).
Na sua porção interna, pode apresentar de duas a três ranhuras, onde serão inseridas pequenas tábuas ou tabiques, serragem e telas de proteção, que irão impedir a fuga dos peixes de cultivo.
 
5.1.4.6 Tanque de decantação ou estabilização
O tanque de decantação ou estabilização é recomendável para melhorar a qualidade de água depois de utilizada na piscicultura, e assim devolve-la ao meio ambiente. Tem a finalidade de reciclar os nutrientes e metabólitos em excesso, providos de restos de rações, excretas dos peixes, etc., e também decantar os materiais em suspensão.
É exigida uma área de 10% da soma da área total alagada dos viveiros de cultivo. As características deste tanque são as mesmas de um viveiro de produção. 
6. ESPÉCIES CULTIVADAS NO BRASIL
Existem no Brasil centenas de espécies de peixes de água doce que poderiam ser tranqüilamente trabalhadas. Mas isso não ocorre, principalmente porque há poucos estudos sobre a propagação natural ou artificial de muitas espécies, isto é, faltam ainda conhecimentos sobre biologia de inúmeras de nossas espécies.
Hoje, no País, cultivam-se espécies nativas e exóticas; como:
Nativas:
Pacu, Tambaqui (Piaractus mesopotamicus, Colossoma macropomum)
Origem: Brasil, Bacia do Paraná e do Prata.
Hábito alimentar: Onívoro.
Limite de temperatura: 20 a 30°C.
pH ideal da água: 6 a 8.
Oxigênio dissolvido mínimo: 1,5 mg/L.
Sistema de cultivo: Monocultivo e policultivo.
Densidade de estocagem: 1 a 1,5 peixes/ m³ 
(tanque convencional).
Piau, Piauçu, Piapara (Leporinus sp) 
Origem: Brasil. 
Hábito alimentar: Onívoro. 
Limite de temperatura: 18 a 30°C.
pH ideal da água: 6 a 8.
Oxigênio dissolvido mínimo: 2 mg/L.
Sistema de cultivo: Monocultivo e policultivo.
Densidade de estocagem: 1 peixe/ m³ (tanque convencional).
Curimatã ou curimba (Prochilodus scrofa)
Origem: Brasil.
Hábito alimentar: Iliófaga.
Limite de temperatura: 20 a 30°C.
pH ideal da água: 6 a 8. 
Oxigênio dissolvido mínimo: 1,0 mg/L.
Sistema de cultivo: Policultivo.
Densidade de estocagem: 1 peixe/ m³ (tanque convencional).
Matrinchã, Piraputanga (Brycon sp)
Origem: Brasil, Bacia Amazônica, São Franscisco e Paraíba.
Hábito alimentar: Onívoro.
Limite de temperatura: 18 a 30°C.
pH ideal da água: 6 a 8. 
Oxigênio dissolvido mínimo: 2 mg/L.
Sistema de cultivo: Monocultivo e policultivo.
Densidade de estocagem: 0,8 a 1 peixe/ m³ (tanque convencional).
Pintado, Surubim (Pseudoplatystoma coruscan)
Origem: Brasil.
Hábito alimentar: Carnívoro.
Limite de temperatura: > 22°C.
pH ideal da água: 6 a 8. 
Oxigênio dissolvido mínimo: > 3,5 mg/L.
Sistema de cultivo: Monocultivo.
Densidade de estocagem: 1 peixe/ m³ (tanque convencional).
Exóticas:
Carpa cabeça grande (Aristichthys nobilis)
Origem: China.
Hábito alimentar: Zooplanctófaga.
Limite de temperatura: 16 a 30°C.
pH ideal da água: 6 a 8.
Oxigênio dissolvido mínimo: > 4,0 mg/L.
Sistema de cultivo: Policultivo.
Densidade de estocagem: 0,8 a 1 peixe/ m³ (tanque convencional).
Carpa capim (Ctenopharyngodon idella)
Origem: China e sudeste da Ásia.
Hábito alimentar: Herbívora.
Limite de temperatura: 16 a 30°C.
pH ideal da água: 6 a 8.
Oxigênio dissolvido mínimo: > 4,0 mg/L.
Sistema de cultivo: Policultivo.
Densidade de estocagem: 0,8 a 1 peixe/ m³ (tanque convencional).
Carpa prateada (Hypophthalmichthys molitrix)
Origem: China.
Hábito alimentar: Fitoplanctófaga.
Limite de temperatura: 16 a 30°C.
pH ideal da água: 6 a 8.
Oxigênio dissolvido mínimo: > 4,0 mg/L.
Sistema de cultivo: Policultivo.
Densidade de estocagem: 0,8 a 1 peixe/ m³ (tanque convencional).
Tilápia (Oreochromis niloticus)
Origem: África, Bacia do Nilo.
Hábito alimentar: Onívoro.
Limite de temperatura: 26 a 28°C.
pH ideal da água: 6 a 8. 
Oxigênio dissolvido mínimo: > 1,0 mg/L.
Sistema de cultivo: Monocultivo e policultivo.
Densidade de estocagem: 2 peixes/ m³ (semi-intensivo).
 3 peixes/m³ (intensivo).
 150 peixes/m³ (tanque-rede).
7. ESCOLHA DAS ESPÉCIES PARA OS CULTIVOS
As espécies de peixes para os cultivos intensivos e semi-intensivos, devem apresentar as seguintes características:
a.
Sejam adaptadasao clima da região - para o Centro-oeste temos, como opção, tambaqui, (Colossoma macropomum) pirapitinga, (C. brachypomum); carpa comum, (Cyprinus carpio); macho da tilápia do Nilo, (Oreochromis niloticus); híbrido de tilápias (Oreochromis hornorum × O. niloticus); e pacú (Piaractus mesopotamicus). Dependendo de maiores estudos, poderemos contar com as carpas chinesas: capim, (Ctenopharyngodon idella); prateada, (Hypophthalmichtys molitrix); e cabeça grande, (Aristichthys nobilis);
b.
Apresentem crescimento rápido - É necessário que atinja peso comercial antes de 1 ano de cultivo. Isto acontece com todas as espécies citadas no item a;
c.
Reproduzam-se naturalmente em cativeiro, de preferência, ou sejam passíveis de se obter a propagação artificial (hipofisação). - No primeiro caso, estão as tilápias e a carpa comum. As demais só se propagam em cativeiro através da hipofisação;
d.
Aceitem alimentos artificiais com bom índice de conversão alimentar. As espécies citadas no item “a” atendem a esta necessidade;
e.
Suportem elevadas densidades de estocagem. - Sob este aspecto as tilápias são imbatíveis, vindo em seguida tambaqui, pirapitinga e carpa comum. 
f.
Sejam resistentes ao manuseio e as enfermidades. - Sob este aspecto, as tilápias são também imbatíveis, vindo em seguida tambaqui, pirapitinga, carpa comum; e
g.
Sejam de boa aceitação comercial - Isto acontece com todas as espécies citadas no item “a”. 
8. MANEJO PRODUTIVO
8.1 FLUXOGRAMA DO PROCESSO PRODUTIVO
8.2 DESCRIÇÃO DO PROCESSO PRODUTIVO
O processo de engorda de peixes é relativamente simples consistindo basicamente na: preparação dos viveiros; escolha alevinos e o povoamento; alimentação e tratamento; acompanhamento da evolução do crescimento; e, despesca, seleção e pesagem.
8.2.1 PREPARAÇÃO DOS VIVEIROS
A preparação dos viveiros consiste basicamente na calagem e nas adubações do terreno.
8.2.1.1 CALAGEM E ADUBAÇÃO DE VIVEIROS
Calagem dos viveiros :
A calagem é a primeira coisa a ser feita e depende da análise de solo do viveiro. Tem como objetivo controlar a acidez do solo, aproximando o pH à 7,0 (com a análise de solos, têm-se condições de atingir esse valor).
Os terrenos arenosos geralmente exigem uma calagem mais leve do que terrenos argilosos. Os terrenos turfosos (presentes em locais baixos e com coloração escura) necessitam de uma calagem mais pesada (de 5 a 7 ton/ha) por serem muito ácidos (pH entre 4 e 5).
Uma boa calagem deve ser realizada três meses antes de se colocar água no tanque (tempo necessário para o calcário reagir com o solo). Esse tempo pode ser menor caso o calcário tenha uma textura mais fina ou se utilize cal virgem (diminui o tempo para 45 dias; entretanto, esses produtos são mais caros).
O calcário tem que ser incorporado no solo (pelo menos no fundo) a uma profundidade de 15 a 20 cm (usar enxada ou grade).
O pH baixo causa:
•
Menor produtividade do viveiros;
•
Impede a reciclagem de nutrientes (reduz a atividade de decomposição da matéria-orgânica);
•
Maior vulnerabilidade dos peixes às doenças (muco e brânquias); e
•
Menores taxas de fertilização e sobrevivência de larvas e alevinos.
Em média, são utilizados: calcário (CaCO3); e/ou, cal virgem ou cal hidratada (CaO) em pó, nas quantidades:
- 200g/m² de calcário dolomítico, ou;
- 100g/m² de cal virgem ou cal hidratada.
Adubação dos viveiros :
A Adubação dos viveiros pode ser orgânica ou inorgânica (química), tendo a mesma finalidade que na agricultura. É feita para aumentar a produção primária da água de cultivo, aumentando deste modo a produtividade final.
Adubação orgânica
Os adubos utilizados para a piscicultura são os estercos de aves, de bovinos, suínos e outros. As quantidades recomendadas estão na Tabela 2.
Tabela 2 – Tipo de adubos orgânicos recomendado com respectivas quantidades em gramas.
Modo de aplicação do adubo orgânico.
· Colocar uma lâmina de água de 20 cm no viveiro. Aplicar o esterco espalhando-o em sua superfície uniformemente.
· Viveiro seco, a aplicação deve ser a lanço no fundo do viveiro.
OBS: Evite a adubação em dias nublados e monitore a qualidade da água quando o viveiro já estiver povoado. Deve-se espalhar principalmente no fundo e, se estiver muito seco, jogar uma camada de terra entre 2 a 3 cm para que o esterco não bóie.
Adubação química
 São utilizados adubos químicos empregados normalmente na agricultura, contendo bases de nitrogênio, fósforo e potássio (NPK), nas proporções de 4/8/2. Aconselhamos a aplicar unicamente o fósforo, sob a forma de superfosfato simples ou triplo.
Devem-se dissolver os adubos previamente em água. Nunca jogar diretamente na água principalmente os adubos a base de fósforo, pois o solo os retém com facilidade. 
As quantidades recomendadas estão na Tabela 3
Tabela 3 – Tipo de fertilizante qímicos recomendado com respectivas quantidades em gramas.
Modo de aplicação do adubo químico
· Colocar uma lâmina d’água de 20 cm no viveiro;
· Dissolver o fertilizante (1 parte de adubo para 10 ou 20 partes de água)
· Deixar descansar por 1 a 2 horas
· Aplicar o fertilizante espalhando na superfície do viveiro.
OBS: É importante que a adubação, após o peixamento, seja feita em três dias consecutivos, de preferência na presença de sol, momento este em que as algas estão em alta atividade fotossintética. A quantidade aplicada deve ser proporcional ao número de dias em que a mesma será realizada.
8.1.1.2 ESCOLHA DOS ALEVINOS E O POVOAMENTO
O povoamento dos viveiros deverá ser feito na relação de 01 (um) alevino por metro quadrado de lâmina de água. Considerando um viveiro de 5.000 metros quadrados, com uma altura média de 1,5 metro, devem ser colocados 5.000 (cinco mil alevinos) alevinos. 
Os peixes para o povoamento dos viveiros deverão ser adquiridos de estações de piscicultura especializadas. Os alevinos devem ser colocados nos viveiros com muito cuidado para que não sejam machucados. Deve-se evitar tocar os alevinos com as mãos, a fim de não retirar a fina camada “muco” que os protegem. 
Outro cuidado importante é com a temperatura da água. O saco plástico que transporta os alevinos devem ser colocado em contato com a água que irá recebê-los. Quando a temperatura da água do saco plástico, se igualar à temperatura da água do viveiro, os filhotes podem então ser soltos aos poucos e devagar. A melhor hora para soltar os alevinos nos viveiros é pela manhã ou ao entardecer, ou ainda, nos dias nublados a qualquer hora.
8.1.1.3 ALIMENTAÇÃO E TRATAMENTO
A engorda de peixes em escala comercial, determinam alimentações artificial por intermédio de rações balanceadas, fareladas ou granuladas, complementadas por outros nutrientes.
Na hipótese de cultivo semi-intensivo, com tecnologia de alimento à base de ração, para sustentar um povoamento de 1 (hum) peixe por metro quadrado, o alimento deve ser administrado duas vezes por dia, em períodos fixos. De preferência no início da manhã e no final da tarde.
É importante lembrar que a maioria dos peixes possui hábitos alimentares diferenciados, conseqüentemente uma exigência nutricional também diferenciada. Quanto mais carnívoros forem os peixes cultivados, maior a porcentagem de proteína bruta na ração. (Tabela 4)
Tabela 4 - Exigências de porcentagem de proteína bruta e tamanho do pellet de rações comercias para algumas espécies de peixe.
Peso vivo
TilápiaRedondosPiauçuMatrinxãPintado
45%45%45%45%45%
PóPóPóPóPó
40%40%40%40%40%
1,7 mm1,7 mm1,7 mm1,7 mm1,7 mm
36%36%36%36%40%
2 - 4 mm2 - 4 mm2 - 4 mm2 - 4 mm2 - 4 mm
36%28%28%36%40%
4 - 6 mm4 - 6 mm4 - 6 mm4 - 6 mm2 - 4 mm
32%28%28%36%40%
6 - 8 mm4 - 6 mm4 - 6 mm4 - 6 mm4 - 6 mm
28%28%28%28%40%
6 - 8 mm6 - 8 mm6 - 8 mm6 - 8 mm6 - 8 mm
28%28%28%28%40%
6 - 8 mm6 - 8 mm6 - 8 mm6 - 8 mm6 - 8 mm
28%28%28%28%40%
6 - 8 mm6 - 8 mm6 - 8 mm6 - 8 mm6 - 8 mm
28%22%22%28%40%
6 - 8 mm14 - 20 mm14 - 20 mm6 - 8 mm14 - 20 mm
28%22%22%28%40%
6 - 8 mm14 - 20 mm14 - 20 mm6 - 8 mm14 - 20 mm
22%22%28%40%
14 - 20 mm14 - 20 mm6 - 8 mm14 - 20 mm
750 - 1000g
1000 - 1500g
1500- 2000g
acima 2000g-
até 5 g
5 - 25g
25 - 50g
50 - 100g
100 - 200g
200 - 500g
500 - 750g
A idade dos peixes influencia diretamente na quantidade de ração consumida. Quanto menor a idade dos peixes, maior a quantidade de ração fornecida em relação à biomassa corporal. Alevinos, no de 0,5 a 25 gramas, chegam a consumir 10% de ração em relação à biomassa corporal ao dia. Os alevinos de 25 a 100 gramas, consomem aproximadamente 6 % de ração em relação à biomassa corporal ao dia. Juvenis consomem de 6 a 3 %. Peixes adultos consumem de 3 a 2 % de ração em relação à biomassa corporal ao dia.
A metodologia mais utilizada para a determinação da quantidade de ração a ser lançada nos viveiros, é a que guarda uma relação da ração com a biomassa dos viveiros. A quantidade de ração a ser lançada por dia deve corresponder ao índice de % da biomassa existente no viveiro de acordo com a idade dos peixes, isto é, quantidade total de peixes vezes seu peso médio, sempre dividido na quantidade de vezes que os peixes serão alimentados ao dia. O cálculo dessa biomassa deve ser feito de 15 em 15 dias, e consiste em: primeiro, coletar uma amostra aleatória de peixes com rede ou tarrafa. Em segundo lugar os peixes são então pesados para um acompanhamento de seu crescimento evolutivo, e então realizar o cálculo de seu peso médio necessário para a estimativa da biomassa. Desta forma, a biomassa do viveiro, é igual ao peso médio dos peixes coletados na amostra, vezes o número de peixes estimados no viveiro.
A quantidade e horários de alimentação dependem de vários fatores, por isso é válido se basear em tabelas. Contudo, sempre usando o bom senso. Os peixes deveram ser alimentados exclusivamente durante o dia. A alimentação no período noturno pode acarretar queda brusca na quantidade de oxigênio da água, prejudicando a respiração e o metabolismo dos peixes. 
A freqüência de arraçoamento é o número de vezes que os peixes devem ser alimentados por dia; isso varia com: a temperatura; a espécie; o tamanho ou a idade dos peixes; e, a qualidade da água. E o fornecimento das rações deve ser sempre nos mesmos horários, para condicionar os peixes a buscarem o alimento nessas horas. Geralmente eles alimentam-se nas primeiras horas do dia ou então, ao entardecer.
É mais seguro errar por falta do que por excesso de ração. O excesso de ração provoca desperdício, mortalidades e poluição ambiental. A falta de ração apenas retarda o crescimento, a não ser que a falta seja significativa, acarretando doenças e até mortalidade. 
EXEMPLO:
Para um viveiro com área de 1000 m² e profundidade media de 1,20 m, tendo uma população de 1000 peixes com peso de 200 gramas cada, adotando a proporção de 3% de ração, em relação ao peso vivo da população. Duas alimentações diárias. Calcular a quantidade de ração por dia e em cada alimentação
Fórmula para cálculo de ração diária = número de peixes X peso X proporção utilizada
 
 100
 
 total = 1000 px X 0,2 kg X 3% = 6,0 Kg de ração / dia
 
 100
Logo, utilizaremos 3 kg pela manhã e essa mesma quantidade à tarde.
O armazenamento da ração deve ser de acordo com o fabricante: local seco; fresco; arejado; apoiados sobre estrado; sem contato direto com o chão e protegido contra animais oportunistas (ratos e pássaros). É importante verificar alteração de cor e/ou cheiro da ração, que pode indicar problemas de qualidade da mesma.
Semanalmente deve ser feitos testes para apurar os níveis de acidez, temperatura e oxigenação da água, e caso sejam encontrados parâmetros fora dos aceitáveis, medidas imediatas de correção devem ser tomadas para manter o bom equilíbrio do ecossistema e assim garantir os índices de eficiência técnica do empreendimento, se for o caso, suspender o arraçoamento.
8.1.1.4 DESPESCA
A despesca é a atividade de retirada dos peixes dos viveiros após determinado período predeterminado, quando estes atingem o peso e conversão alimentar ideal. Há dois tipos de despesca, a total e a parcial. Quando o mercado assim o determinar, ou quando por algum motivo os peixes não apresentarem crescimento uniforme, poderá ser adotado a despesca parcial.
O primeiro passo para a realização da despesca é a retirada de uma amostra de peixes para pesagem e medição. Caso se confirme uma média de peso dentro das expectativas, deve-se iniciar o processo de esvaziamento do viveiro, que tem deverá ser feito de forma gradativa. A despesca deve ser precedida de um jejum de 24 a 48 horas e de um posterior esvaziamento de 70% da água do viveiro. Após o esvaziamento, é passado uma rede de malha que pode variar entre 25 e 40 mm entre os nós, para a coleta dos peixes que inicialmente vão para reservatórios menores com água.
Depois de retirado os peixes, deve-se esperar a decantação dos sólidos e da matéria orgânica em suspensão, liberando em seguida e gradativamente, a água para o tanque de decantação. Este procedimento evitará a liberação de água de baixa qualidade ao meio ambiente.
A rede de despesca deve ser feita com um fio macio, pouco agressivo às escamas dos peixes. O formato segue a largura do viveiro com uma folga de 30%. A altura da rede deve ser de 2,00 m ou mais (Figura 12). Existem empresas especializadas na construção de redes especialmente projetadas para despesca, porém, é possível construir redes artesanalmente.
2m
Largura do viveiro + 30%
Após a despesca, o pescado deve ir para o gelo o mais breve possível, para ocorrer a morte por choque térmico, e a seguir para o processamento o quanto antes.
8.1.1.5 SELEÇÃO E PESAGEM
Esta etapa caminha de acordo com os compromissos com o mercado, os peixes são selecionados entre aqueles que vão para o abate destinado ao consumo direto (mercado consumidor) e aqueles que seguirão em tonéis com água e oxigênio com destino aos Pesque-pagues.
Quadro 2 – Sínteses das atividades no ciclo de cultivo
TEMPO
ATIVIDADE
OBJETIVO
15 dias
Deixar secar o viveiro vazio ao sol até rachar o solo, se ficar poças de água, aplicar cal virgem. Depois, fazer adubação orgânica ou inorgânica.
Eliminar pragas e doenças e aumentar a produção primária (Plânctons).
2 - 4 dias
Colocar água nos viveiros aos poucos.
Evitar problemas no talude, verificação de vazamentos e crescimento de macrófitas (plantas aquáticas).
1 hora
Aclimatar os alevinos no viveiro conforme protocolo próprio.
Evitar mortalidade em massa por choque de qualidade da água
6 - 8 meses
Ciclo propriamente dito
Engorda para com comercialização
24 - 48 horas
Jejum pré-despesca
Melhorar qualidade do pescado
24 horas
Esvaziamento de 70% da água do viveiro
Despesca
4 horas
Despesca e conservação no gelo
Conservação e comercialização 
9 QUALIDADE DE ÁGUA
A água é, entre todos os fatores, aquela que mais intervém na cultura do peixe, a qual pode ser considerada como a parte final das múltiplas transformações que se processam nesse meio, e que é objeto de uma ciência denominada Limnologia.
No estudo de Limnologia, incluem-se características físicas, químicas e biológicas.
9.1 Características físicas da água
Temperatura
A temperatura interfere diretamente na solubilidade de gases, na velocidade de reações químicas, na circulação de água, no metabolismo dos peixes, etc. A faixa ideal das espécies tropicais está entre 20 a 30ºC, sendo o nível ótimo para a maioria entre 25 e 28ºC.
Temperaturas inferiores a 20ºC normalmente afetam o metabolismo dos peixes tropicais, acarretando diminuição de apetite e das taxas de crescimento. A temperatura letal é muito variável entre espécies, sendo de 5ºC para as carpas, 10ºC para as tilápias e 15ºC para tambaqui e pacu.
Temperaturas superiores a 34ºC, também podem interferir no desenvolvimento dos peixes tropicais, a cada 10ºC que a temperatura aumenta, o efeito das substâncias tóxicas duplicam.
O controle de temperatura pode ser feito por meios artificiais com o uso de aquecedores, mas é inviável economicamente. A temperatura que convém considerar não é a da água de alimentação do tanque, mas sim a água dos tanques onde os peixesvivem. Por isso, ao se construir um tanque, deve-se escolher um local bem exposto ao sol e ao vento, onde possa tirar o maior rendimento dos dois.
Transparência
A transparência está relacionada com o material em suspensão, tanto mineral como orgânico. Quanto mais plâncton (microorganismos que vivem na coluna da água), menor a transparência. O disco de Secchi é o equipamento usado para medir esse parâmetro. Uma transparência ideal da água de um tanque medida pelo disco de Secchi está em torno de 30 e 40 cm, indicando uma boa produção biológica nos viveiros. A Figura 13 ilustra a medição da transparência através do uso do disco de Secchi.
As águas de cor esverdeada ou azulada são geralmente boas. As amareladas ou acastanhadas, provenientes de pântanos, são ácidas e impróprias para culturas de peixes.
9.2 Características químicas da água
Toda água na natureza deriva da precipitação atmosférica, produto da condensação do vapor de água no ar (chuva), e contém vários compostos nitrogenados, sulfatos, cloretos, etc., cuja quantidade varia não somente com o local, como mas também as estações do ano.
Em todo o trajeto, a água dissolve numerosas substâncias do solo, que a tornam uma solução mais ou menos diluída de sais minerais e compostos orgânicos. Além dessas substâncias dissolvidas, a água arrasta no seu caminho partículas não-solúveis, colóides e partículas maiores, tornando-se uma suspensão mineral ou orgânica.
A água é o solvente universal encontrado na natureza. Ela dissolve os gases, os sais minerais e substâncias orgânicas. Todos esses gases são de fundamental importância para a piscicultura. O valor piscícola de uma água depende essencialmente da natureza do terreno com o qual a água está em contato.
pH (acidez da água)
O pH reflete o grau de acidez ou de alcalinidade da água. A escala de pH varia de 0 (zero) a 14 (quatorze), e também função de numerosos fatores químicos e biológicos.
A melhor água para a cultura do peixe é a que possui uma reação ligeiramente alcalina, isto é, pH entre 7 e 8. Esses valores não devem ser inferiores a 4,5 - 5, nem superiores a 8, embora existam espécies ictiológicas e planctônicas que os preferem.
Oxigênio dissolvido (O.D.)
Sem o oxigênio dissolvido na água, os peixes de cultivo e todos os outros organismos aquáticos não podem sobreviver.
A falta de O.D. também pode ser observada pela presença de peixes na superfície. Nesse caso, deve-se suspender o fornecimento de ração, aumentar ao máximo a renovação da água e se possível, acionar o sistema de aeração até que o quadro se reverta. 
É importante lembrar que existem espécies que toleram com mais facilidade a falta de O.D. na água. 
O monitoramento do O.D. é feito com um equipamento chamado Oxímetro digital (Figura 14). Basta calibrar o aparelho à salinidade da água, altitude do corpo d’água em relação ao nível do mar; logo, colocar a sonda na água e registrar em mg/L o valor de O.D. Geralmente este equipamento possui um termômetro anexo.
Existem duas fontes naturais de obtenção de oxigênio:
a) Difusão direta
Através do contato e penetração direta do ar atmosférico na água. O O2 da atmosfera entra na água principalmente por mistura mecânica, provocada pela ação dos ventos, por correntes naturais de massas híbridas e agitações causadas pela topografia do terreno.
A concentração do oxigênio na água varia com a sua temperatura (relação concentração/temperatura está intimamente ligada), bem como a solubilidade desse gás depende ainda da pressão atmosférica.
A solubilidade do oxigênio na água diminui à medida que a temperatura aumenta. Em temperatura alta, os peixes logo utilizam o O.D. da água, podendo ocorrer mortalidade por asfixia.
A solubilidade de O.D. diminui com a redução da pressão atmosférica e com o aumento da altitude.
b) Processo de fotossíntese
A liberação de oxigênio na água, mediante processo fotossintético pelo fitoplâncton (algas, em especial), é a principal fonte de obtenção do O.D. em um sistema de cultivo de peixes.
Durante o processo fotossintético pelos órgãos clorofilados dos vegetais, o gás carbônico (CO2) é absorvido sob a ação da luz solar. Enquanto o carbono (C) é utilizado para a síntese de hidratos de carbono e carbonatos, o oxigênio é expelido, contribuindo e muito para a oxigenação da água.
Sem a presença de luz solar, não há produção de O.D. pelas algas e sim o consumo, por isso, em águas turvas e com baixa transparência, a produção fotossintética está diminuída ou até mesmo parada. Pode-se notar, portanto, que o processo fotossintético dos organismos clorofilados estão limitados às camadas superficiais de água, onde a maior parte da luz é absorvida.
Dióxido de Carbono (CO2)
O gás carbônico seja, no estado livre, na forma de ácido fraco ou de bicarbonato, encontra-se na água em solução instável; e, às vezes, sobre a forma de carbonatos que precipitam.
Quando ocorre um aumento de CO2, o pH diminui; o contrário também pode ocorrer. Os altos teores de CO2 podem ser encontrados quando usa-se água subterrânea.
Os níveis subletais estão entre 12 a 50 mg/L e letais de 50 a 60 mg/L. O CO2 pode ser removido com a aeração, pelo aumento de pH, pelo controle fitoplâncton e pela construção correta dos viveiros (entrada de água oposta à saída, saída da água no fundo, etc.).
Alcalinidade
A alcalinidade refere-se à concentração de bases de carbonatos e bicarbonatos (CaCO3 e Ca(HCO3)2) e na água e à capacidade do meio em resistir às mudanças de pH para valores mais ácidos. Na maioria das águas, os carbonatos e os bicarbonatos são as bases predominantes. A tabela abaixo mostra a alcalinidade (mg CaCO3 /L) e seu significado no viveiro.
Tabela 5: Significado da Alcalinidade (mg CaCO3 /L) no viveiro.
Alcalinidade (mg de CaCO3/L)
Significado no água de cultivo
0
Água extremamente ácida, deve-se corrigir com
compostos calcários.
5 - 20
Alcalinidade muito baixa, o pH varia muito e a 
água não é muito produtiva.
20 - 100
O pH varia e a produtividade é pequena
100 - 250
pH varia entre pequenos limites e a
produtividade é ótima
Sólidos suspensos
Os sólidos suspensos correspondem a partículas de alimento não consumidos, fezes ou matéria inorgânica (argila) em suspensão na coluna d'água.
Teores de 10 g/L são suportados por espécies tropicais, sendo o nível ideal de 2 g/L.
O Filtro mecânico simples pode diminuir os mesmos, sendo que um filtro de 0,35 m de camada filtrante (cascalho de 7 mm), 0,30m de altura, 1,20 m de comprimento e 0,90 m de largura filtra um canal de alimentação com descarga de 36 L/s.
A água suja prejudica o peixe de duas formas:
Direta - pelos ferimentos ou acúmulos nas brânquias, comprometendo a respiração dos animais;
Indireta - pela diminuição da penetração de luz na água, reduzindo a produtividade natural do viveiro.
Nitrito
O nitrito é um produto intermediário na oxidação biológica da amônia a nitrato (nitrificação). Concentrações elevadas podem ocorrer em conseqüência de poluição orgânica ou teor de O.D. baixo.
Para os peixes, o nitrito é muito tóxico, pois se combina à hemoglobina no sangue, originando a meta-hemoglobina (má transportadora de oxigênio), que confere coloração amarronzada ao sangue, matando o peixe por asfixia.
A presença de íons de cloro pode diminuir a toxidez do nitrito. O nível de nitrito no meio não deve exceder a 0,15 mg/L.
9.3 Características biológicas
Um tanque de criação de peixes, apesar de ser um ambiente total ou parcialmente controlado, não deixa de constituir um sistema ecológico que deve ser estudado, pois todas as outras modalidades sofrem influência das condições biológicas do meio, além das condições citadas nos tópicos anteriores. É de fundamental importância o monitoramento do plâncton.
Plâncton – são todos os organismos aquáticos presentes na coluna de água, incapazes de vencerem correntes. Sua locomoção por conta própria é muito pequena, algumas espécies locomovem-se na vertical.
Classificação:
- Fitoplâncton: fração vegetal composta de algas microscópicas, como, por exemplo, as algas verdes,os dinoflagelados, etc.
- Zooplâncton: fração animal composta por microcrustáceos, copépodos, rotíferos, etc.
10 MORFOLOGIA E FISIOLOGIA BÁSICA DOS PEIXES
10.1 MORFOLOGIA EXTERNA
10.2 ANATOMIA INTERNA
Abaixo, estão relacionados alguns órgãos internos e suas funções e representados na Figura 16.
O coração é o órgão que bombeia o sangue de forma a que circule no corpo de todo o animal;
As brânquias ou guelras (termo vernáculo) são os órgãos da respiração, ou seja, é nelas que ocorrem as trocas gasosas entre o sangue ou linfa, dos seus portadores, e a água;
A bexiga natatória é um órgão que auxilia os peixes a manterem-se a determinada profundidade através do controle da sua densidade em relação à da água;
Rim é o órgão responsável pela filtração do sangue e excreção;
Gônada é a glândula sexual responsável pela produção de gametas masculinos ou femininos e também pela produção de hormônios;
O Estômago é a víscera responsável por parte da digestão dos alimentos;
O Intestino é a víscera responsável pela absorção dos nutrientes após digeridos no estômago;
O Ânus é o orifício na extremidade terminal do intestino, pelo qual se expelem os excrementos;
O Poro genital é o orifício na extremidade terminal das gônadas, pelo qual se expelem os gametas;
O Fígado é responsável por armazenar e metabolizar as vitaminas, fazer a síntese das proteínas plasmáticas, desintoxicação de toxinas químicas produzidas pelo organismo e desintoxicação de toxinas químicas externas ao organismo.
11 ENFERMIDADES
11.1 Prevenção
A melhor maneira de lidar com enfermidades é evitá-las na medida do possível. Para isso basta seguir todas as recomendações do sistema de manejo descrito nesse material e consultar um profissional da área. 
O parâmetro mais importante para a saúde dos peixes é a qualidade da água, principalmente o oxigênio dissolvido. Os principais fatores que afetam o oxigênio dissolvido são:
* Temperatura da água: quanto maior a temperatura menor o oxigênio dissolvido;
* Biomassa: quanto maior a biomassa, maior o consumo de oxigênio;
* Arraçoamento: quanto mais sobras de ração, maior o consumo de oxigênio;
* Fitoplâncton: quanto mais algas microscópicas na água (água verde), maior o consumo de oxigênio durante a noite;
Outro fator que geralmente pode causar problemas é a ração, que deve ser de boa procedência e do tipo certo, conforme o peixe e suas necessidades. 
Outras fontes de enfermidades e controle: 
• água do abastecimento – se possível, usar filtragem de areia;
• alevinos/reprodutores de outro local - adquirir alevinos de fornecedores idôneos, entrada e saída de água dos viveiros independentes entre si;
• pessoas que circulam em várias pisciculturas – permitir acesso aos tanques somente com as roupas próprias da piscicultura ou impedir acesso;
• peixes já enfermos – retirar do tanque e enterrar o mais breve possível longe dos viveiros;
• rede de despesca – se possível, usar uma rede para cada viveiro;
• predadores em geral – espantar;
• ciclos anteriores – desinfetar o viveiro antes de cada ciclo;
11.2 Principais doenças na piscicultura
Existem algumas doenças que perturbam, sobremodo, o cultivo de peixes. Abaixo são descritas algumas enfermidades e seus respectivos tratamentos. O uso de produtos químicos e as dosagens devem ser indicadas por um técnico responsável após identificação do problema. Deve ser evitado o uso indiscriminado desses produtos, pois existem diferenças de tolerância de doses entre as espécies. As larvas e alevinos são mais sensíveis a produtos químicos que peixes adultos.
11.2.1 Bactérias
- Aeromonas hydrophila e Pseudomonas fluorescens
Tanques com alta carga de material orgânico e com água de má qualidade facilitam sua ocorrência que pode aumentar nos períodos de primavera e outono.
O peixe perde o apetite, reduz a atividade, apresenta natação vagarosa e tende a se posicionar nas áreas mais rasas do tanque; apresenta erosão nas nadadeiras, lesões circulares ou irregulares do tipo úlceras pelo corpo, hemorragia nas bordas das lesões e na base das nadadeiras, olhos saltados de aspecto opaco e hemorrágico, abdômen distendido e presença de fluído opaco ou ligeiramente sanguinolento na cavidade abdominal, fluído amarelado ou sanguinolento no intestino, hemorragia nos órgãos internos como o fígado, hiperplasia (aumento do tamanho) de órgãos como o fígado, baço e rins; fígado de coloração pálida ou ligeiramente esverdeada e pontos hemorrágicos na parede interna da cavidade abdominal. 
- Flexibacter columnaris
Causadora da Columnariose ou doença da boca de algodão ou da cauda comida, como é popularmente conhecida, esta bactéria coabita os sistemas aquáticos, normalmente em equilíbrio, até ao momento em que, ou por má nutrição, ou por má qualidade da água ou mau manuseio, ela se manifesta instalando-se em lesões causadas por ferimentos ou por parasitas. A transmissão ocorre de peixe para peixe facilitada com o aumento da densidade de estocagem, da temperatura e das injurias físicas.
11.2.2 Fungos 
Saprolegnia parasítica é um dos fungos branco ou cinza claro com aspecto de algodão causadores da infecção. Nutrição inadequada e injúrias físicas propiciam a infestação. Transporte e manejo de espécies tropicais como as tilápias, pacus, tambaquis e tucunarés, entre outras, sob condições de baixa temperatura de inverno e de início de primavera podem favorecer as infestações. A doença se manifesta inicialmente com despigmentação de áreas na pele dos peixes seguida da multiplicação e elongação das hifas (filamentos) formando os típicos “tufos de algodão”. Peixes mortos devem ser retirados dos tanques.
11.2.3 Protozoários
- Ichthyophthirius mutifilis
Doença conhecida como “Doença dos Pontos Brancos” ou Ictio, se caracteriza pela presença de pontos brancos visíveis a olho nu, espalhados pelo corpo, principalmente sobre as nadadeiras. O peixe apresenta excessiva produção de muco e fica se raspando no substrato, em plantas e outros objetos presentes nos tanques. O parasita normalmente se instala nas brânquias dificultando a respiração, a excreção nitrogenada e a osmorregulação dos peixes. 
Outros protozoários parasitas como, o Epistylis, a Ambiphtya, a Trichodinas e o Trichophrya, também se fixam ao peixe na pele, nadadeiras e brânquias e se alimentam filtrando o material orgânico na água. Quanto maior o acúmulo de resíduos orgânicos nos tanques de produção, maior a população destes parasitos.
11.2.4 Tremátodos
Os trematodos monogênicos fixam-se ao hospedeiro através de aparelhos de fixação (haptores) com ganchos ou ventosas. Normalmente encontrado no corpo, nadadeiras, nas brânquias dos peixes.
Os Trematodos Digêneos possuem aspectos similares a pequenos vermes, normalmente encontrados na forma de cistos na pele, órgãos internos, como o fígado, e nos olhos dos peixes. 
11.2.5 Crustáceos
O Argulus (Figura 17) é comumente conhecido como “Piolho de Peixe”. Importantes vetores de doenças virais e bacterianas. Apresentam corpo achatado e oval, se fixam na pele e nas nadadeiras através de ventosas e se alimentam dos fluidos dos peixes.
O Ergasilus sp. é outro microcrustáceo freqüentemente encontrado nas brânquias dos peixes. Ocasionalmente podem aparecer na parte interna da boca dos peixes. Os peixes podem apresentar sintomas de asfixia mesmo sob condições de oxigênio dissolvido adequadas.
As Lernaea, se fixa ao peixe com auxílio de ganchos especiais com formato de âncora localizados na cabeça do parasita que penetra na musculatura do peixe e deixando a região caudal para fora com o formato de um verme. Causam severa anemia e mortandade aos alevinos e não raro a peixes adultos. O peixe desenvolve uma forte reação à penetração do parasita o que lhe confere mau aspecto, bastante inflamado, apresentando uma lesão avermelhada e escurecida, onde infecções secundárias por fungos, bactérias e vírus se desenvolvem provocando a morte massiva de peixes. 
11.2.6 Vermes
Vermes parasitos incluem inúmeros representantes das classes Cestoda (lombrigas), Nematoda (vermesarredondados) e Acantocephala (vermes de cabeça espinhosa), bem como da classe Hirundinea (sanguessugas). Normalmente estes vermes usam os peixes como hospedeiros intermediários. Se ingeridos crus, podem representar risco à saúde humana.
11.3 Formas de Tratamento
As formas de tratamento mais empregadas são:
Tópico: aplicação do terapêutico diretamente nos locais de infecção; evite contato direto dos produtos com as brânquias. 
Injeção: principalmente de antibióticos em peixes de grande valor, como reprodutores, peixes ornamentais, etc.
Ração Medicada: geralmente com antibióticos 
Banhos Rápidos: consiste na exposição dos peixes a uma elevada concentração do terapêutico porém de curta duração (segundos a minutos) 
Banhos prolongados ou fluxo contínuo: os peixes são submetidos a uma baixa concentração do terapêutico por períodos mais longos (minutos a horas) 
Tratamento por tempo indefinido: os peixes ficam expostos a uma baixa concentração terapêutica por tempo indeterminado. Esta forma de tratamento é bastante empregada em tanques e viveiros de maiores dimensões. 
11.3.1 Produtos Químicos:
1. Sal Comum: o sal é um produto barato e bastante seguro no tratamento de alguns parasitos e bactérias externas. O sal pode ser usado sem maior cuidado ou restrição no tratamento de peixes destinados ao consumo humano. 
2. Permanganato de Potássio (KMnO4): este produto é bastante eficaz no controle de bactérias externas como a F. columnares, alguns protozoários e crustáceos parasitos e fungos, neste caso com soluções tópicas. 
3. Azul de Metileno: é um corante com ação bactericida e parasiticida. Pode ser usado no controle de protozoários e fungos. 
4. Formalina (40% Formaldeido): é um terapêutico bastante usado no controle de fungos e protozoários. A aplicação pode causar a redução dos níveis de oxigênio dissolvido na água de tanques e viveiros. 
5. Sulfato de Cobre (CuSO4.5H2O): pode ser usado no controle de protozoários, trematodos monogêneos, fungos e bactérias externas. No entanto o sulfato de cobre é bastante tóxico aos peixes, principalmente em águas com baixa alcalinidade total. Não é recomendada a aplicação em águas com alcalinidade abaixo de 30 mg de CaCO3/L. A dose de sulfato de cobre a ser aplicada é calculada dividindo a alcalinidade total por 100. 
6. Triclorfon: este inseticida é bastante utilizado no controle de crustáceos parasitos (Lernaea, Angulus e Ergasilus), Trematodos monogênicos e sanguessugas, bem como, na erradicação de ninfas e insetos aquáticos. Pode ser tóxico em água com baixa alcalinidade total, menor de 30 mg de CaCO3/L, principalmente em dosagens acima de 0,25g/m³. O produto não deve ser aplicado em águas com pH acima de 8,5. 
7. Verde Malaquita: este produto é bastante eficaz no controle de muitos patógenos e parasitos, no entanto seu uso é importante no controle do Ictio e no controle de fungos como a Saprolegnia. Peixes que receberam o tratamento podem apresentar filé com coloração esverdeada após armazenamento sob refrigeração ou congelamento. 
Tabela 7 - Produtos e Tratamentos usados na Prevenção e Controle de Parasitos, Fungos e Bactérias.
Produtos
Tratamento
Concentração
Organismo Alvo
Sal Comum (NaCl)
Banhos 5 min
30 g/L
Parasitos/Bact. Externas
Banhos 30-60 min
2-10g/L
Permanganato de Potássio
Banhos 20-30 min
10g/m³ (ppm)
Parasitos/Bact. Externas
Indefinido
2g/m³ (ppm)
Parasitos/Bact. Externas
Tópico
Solução 1%
Fungos
Azul de Metileno
Indefinido
2-3 g/m³ (ppm)
Fungos/Paras. Externos
Formalina
Banhos de 30-60 min
150-250mL/m³
Fungos e Parasitos Externos
Banhos de 24 hr
25-30 mL/m³
Banho ovos 20 min
600mL/m³
Indefinido
15-25 mL/m³
Sulfato de Cobre
Indefinido
TA/100=g /m³
Parasitos Externos
Triclorfom
Indefinido
0,13 a 0,25 g IA/m³
Lernaea, Angulus e Ergasilus
Banhos Prolongados
1 – 2,5 g IA/m³
Banhos de 1 a 3 min
10 g IA/L
Oxitetraciclina ou Clorohidrato de Tetraciclina
Na Ração 10 a 14 dias
250 a 1800 g/ton
Bactérias Sistêmicas e Externas
Banhos Prolongados
20 g/m³
Verde Malaquita
Indefinido
0,10 mg/L (ppm)
Fungos/Paras/Bactérias
Banho de 30-60 min
1-2 mg/L (ppm)
Fungos/Paras/Bactérias
Tópico
Solução 1%
Fungos
11.4 Diagnósticos e Tratamento
No caso de uma doença contagiosa se instalar no tanque não há o que fazer a não ser despescar imediatamente. Geralmente, as doenças de peixes não afetam a saúde dos consumidores, porém podem prejudicar a comercialização do produto pela má aparência que pode causar. Em alguns casos muito raros os peixes podem se recuperar, mas depende do tipo da doença e da saúde prévia dos mesmos antes da instalação da enfermidade.
12 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
COELHO, S.R.C. Produção de peixes em alta densidade em tanques-rede de pequeno volume. Tradução de Eduardo Ono. Campinas: Mogiana Alimentos S.A., 77p.
FURTADO, J. F.R. Piscicultura: uma alternativa rentável. Guaíba: Agropecuária, 1995. 180 p.
MOREIRA,H.L.M.; VARGAS,L.; RIBEIRO,R.P.; ZIMMERMANN,S. Fundamentos da Aqüicultura. Canoas: Ed. ULBRA, 2001. 200p.
OSTRENSKY, A.; BOEGER, W.. Piscicultura: fundamentos e técnicas de manejo. Guaíba: Agropecuária, 1998. 211 p.
__, PISCICULTURA, Série Perfil de projetos. SEBRAE. Vitória, 1999. 32 p.
Adubação orgânica do solo�
�
Tipo de esterco�
Quantidade�
�
Bovinos�
400 - 600 (g/m2)�
�
Adubação química�
�
Tipo de fertilizante�
Quantidade�
�
Super Simple/S Triplo�
7,0 – 2,0 g/m²�
�
Cloreto de Potássio�
0,5 – 1,0 g/m²�
�
Figura 3- Modelo de piscicultura intensiva.
Figura 2- Modelo de piscicultura semi-intensiva.
Figura 1- Modelo de piscicultura extensiva.
100m (distância)
1m
(desnível)
10 segundos - 10 litros
1 segundo - ? litros
? litros = 10 litros x 1 segundo = 1 litro por segundo.
 10 segundos
10 segundos - 10 litros
3600 segundos - ? litros
? litros = 10 litros x 3600 segundo = 3600 litro por hora.
 10 segundos
Figura 5- Vista aérea de uma piscicultura.
Figura 6 - Ilustração das características gerais dos taludes de piscicultura.
Figura 9 – Detalhes do abastecimento com calhas e 
 tubo de PVC.
Figura 10 – Detalhes da drenagem feita por sistema de sifonamento com canos de PVC.
Tubo de PVC segmentado de 100mm
Nível da água
Tubo de PVC de 150mm
Figura 11 – Detalhes da drenagem feita por monge de concreto.
Tábuas de controle de nível
Serragem
fina
Caixa de Tijolo e concreto
Tela de proteção
Pacu
Tambaqui
Piau
Curimba
Matrinchã
Pintado
Carpa cabeça grande
Carpa capim
Carpa prateada
Tilápia
Figura 7 - Ilustração das características gerais dos taludes de piscicultura.
Figura 12 – Dimensões de uma rede de despesca.
Figura 13 – Medição da transparência da água com o disco de Secchi.
Como medir o pH da água?
A medição do grau de acidez da água pode ser feita por aparelhos eletrônicos chamados pHmetros digitais, que apresentam os resultados com precisão. O problema de trabalhar com este método é que necessita de uma mão-de-obra mais especializada, uma vez que, é necessário a calibração constante do aparelho; outro problema é o custo elevado do mesmo. Existem diversos modelos de pHmetros no mercado. 
Porém, mais comumente utilizado na piscicultura para medição do pH é um kit colorimétrico. Neste método, basta coletar uma amostra de água do viveiro, adicionar algumas gotas do indicador de pH e agitar. De acordo com o grau de acidez da água, a amostra apresentará uma coloração característica.
Figura 14 – Oxímetro digital.
Tabela 6 – Principais parâmetros de qualidade de água com valores médio almejados, e freqüência de análise.
Figura 15 – Morfologia externa de um peixe.
Figura 16 – Anatomia interna de um peixe.
Figura 4- Método prático para verificar a qualidade do solo argiloso para implantação de pisciculturas.
Quadro 1- Comparação dos parâmetrosnos sistemas semi-intensivo e intensivo.
Figura 17 – Argulus fixado na cabeça do peixe.
Figura 17 – As manchas mais claras mostram o ataque por bactérias.
Figura 17 – Peixe colonizado com fungos, que dão aspectos contonosos.
Figura 18 – Lernaea fixada na base da nadadeira dorsal cabeça do peixe.
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Plan1
		Peso vivo				Tilápia				Redondos				Piauçu				Matrinxã				Pintado
		até 5 g				45%				45%				45%				45%				45%
						Pó				Pó				Pó				Pó				Pó
		5 - 25g				40%				40%				40%				40%				40%
						1,7 mm				1,7 mm				1,7 mm				1,7 mm				1,7 mm
		25 - 50g				36%				36%				36%				36%				40%
						2 - 4 mm				2 - 4 mm				2 - 4 mm				2 - 4 mm				2 - 4 mm
		50 - 100g				36%				28%				28%				36%				40%
						4 - 6 mm				4 - 6 mm				4 - 6 mm				4 - 6 mm				2 - 4 mm
		100 - 200g				32%				28%				28%				36%				40%
						6 - 8 mm				4 - 6 mm				4 - 6 mm				4 - 6 mm				4 - 6 mm
		200 - 500g				28%				28%				28%				28%				40%
						6 - 8 mm				6 - 8 mm				6 - 8 mm				6 - 8 mm				6 - 8 mm
		500 - 750g				28%				28%				28%				28%				40%
						6 - 8 mm				6 - 8 mm				6 - 8 mm				6 - 8 mm				6 - 8 mm
		750 - 1000g				28%				28%				28%				28%				40%
						6 - 8 mm				6 - 8 mm				6 - 8 mm				6 - 8 mm				6 - 8 mm
		1000 - 1500g				28%				22%				22%				28%				40%
						6 - 8 mm				14 - 20 mm				14 - 20 mm				6 - 8 mm				14 - 20 mm
		1500 - 2000g				28%				22%				22%				28%				40%
						6 - 8 mm				14 - 20 mm				14 - 20 mm				6 - 8 mm				14 - 20 mm
		acima 2000g				-				22%				22%				28%				40%
										14 - 20 mm				14 - 20 mm				6 - 8 mm				14 - 20 mm
Plan2
		
Plan3

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