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CAPÍTULO 4 LegisLação e TribuTos Federais – empresas TribuTadas peLo Lucro presumido e Lucro arbiTrado - pis e coFiNs A partir da concepção do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes objetivos de aprendizagem: 3 Conhecer o tratamento legal para as empresas tributadas pelo lucro presumido e arbitrado. 3 Compreender e aplicar a forma de tributação das empresas tributadas pelo lucro presumido e arbitrado. 3 Conhecer legislação específica que trata do PIS e da COFINS. 3 Compreender e aplicar a forma de aplicação e cálculos do PIS e da COFINS. 72 Contabilidade Tributária 72 73 LegisLação e TribuTos Federais – empresas TribuTadas peLo Lucro presumido e Lucro arbiTrado - pis e coFiNs 73 Capítulo 4 coNTexTuaLização No Capítulo 3 você conheceu as formas de apuração do Lucro Real e, conheceu também, as empresas que estão obrigadas à apuração do Lucro Real. No entanto, as empresas não obrigadas à tributação pelo lucro real poderão optar pelo recolhimento do Imposto de Renda e Contribuição Social por meio do Lucro Presumido. Neste Capítulo 4 então, vamos verificar as regras e exemplos de cálculos para esta forma de tributação assim como, você conhecerá o tratamento legal e as formas de apuração do Imposto de renda e Contribuição Social das empresas tributadas pelo lucro presumido ou ainda pelo lucro arbitrado. Conhecerá também, o tratamento legal e as formas de cálculo do PIS e da COFINS das empresas em geral. empresas TribuTadas peLo Lucro presumido De acordo com Oliveira (2005), a apuração trimestral do IRPJ com base no lucro presumido constitui uma forma de tributação simplificada a ser exercida pelas empresas de modesto porte desde que não estejam obrigadas, no ano calendário, à complexa apuração trimestral do IRPJ baseada no lucro real, que pressupõe uma escrituração contábil capaz de apurar o resultado fiscal do trimestre, antes do último dia útil do mês subsequente. a) Opção pelo lucro presumido Conforme as regras estabelecidas pelo Regulamento do Imposto de Renda e demais atos legais encontrados no sitio da Receita Federal do Brasil (http://www.receita.fazenda.gov.br/PessoaJuridica/DIPJ/2005/PergResp2005/ pr517a555.htm), a opção pela tributação com base no lucro presumido deverá ser manifestada com o pagamento da primeira quota ou quota única do imposto apurado no primeiro trimestre do ano-calendário, observando o seguinte: a) a pessoa jurídica que iniciar atividade a partir do segundo trimestre poderá manifestar a opção com o pagamento da primeira quota ou quota única do imposto relativo ao período de apuração do início de atividade; b) a partir de 1999, a opção pela tributação com base no lucro presumido foi definitiva em relação a todo o ano-calendário. 74 Contabilidade Tributária 74 De acordo com o Art. 527 do RIR/2004, a pessoa jurídica que optar pela tributação com base no lucro presumido deverá manter: a) escrituração contábil nos termos da legislação comercial; b) livro de registro de inventário, no qual deverão constar registrados os estoques existentes no término do ano-calendário; c) em boa guarda e ordem, enquanto não tiver decorrido o prazo decadencial e não forem prescritas as eventuais ações que lhes sejam pertinentes, todos os livros de escrituração obrigatórios por legislação fiscal específica, bem como os documentos e demais papéis que serviram de base para a escrituração comercial e fiscal. b) Determinação do lucro presumido O lucro presumido será determinado mediante a aplicação, sobre a receita bruta de vendas de mercadorias e/ou de prestação de serviços, percebida em cada trimestre, dos percentuais constantes da tabela utilizada para cálculo do IRPJ por estimativa. Nota: 1ª) As pessoas jurídicas que exploram atividades imobiliárias (compra e venda, loteamento, incorporação e construção de imóveis) não podem optar pelo lucro presumido enquanto não concluídas as operações imobiliárias para as quais haja registro de custo orçado. Desde que não haja esse impedimento podem optar pelo lucro presumido, observando-se o seguinte: a) considera-se receita bruta o montante efetivamente recebido em cada período de apuração, relativo às unidades imobiliárias vendidas; b) determina-se o lucro presumido aplicando-se, sobre o valor das receitas recebidas no período, o percentual de 8%. (Fonte: http://www.mmugnol.com.br/lucro_presumido.php. Acesso em fevereiro de 2011) O lucro presumido será determinado mediante a aplicação, sobre a receita bruta de vendas de mercadorias e/ou de prestação de serviços, percebida em cada trimestre, dos percentuais constantes da tabela utilizada para cálculo do IRPJ por estimativa. 75 LegisLação e TribuTos Federais – empresas TribuTadas peLo Lucro presumido e Lucro arbiTrado - pis e coFiNs 75 Capítulo 4 Percentuais aplicáveis sobre a receita bruta Espécies de atividades geradoras da receita Percentuais aplicáveis sobre a receita • Revenda, para consumo, de combustível derivado de petróleo, álcool etílico carburante e gás natural. 1,6% • Venda de mercadorias ou produtos (exceto revenda de combustíveis para consumo). 8% • Transporte de cargas. • Serviços hospitalares. • Atividade rural. • Industrialização com materiais fornecidos pelo encomendante. • Atividades imobiliárias. • Qualquer outra atividade (exceto prestação de serviços), para a qual não esteja previsto percentual especifico. • Construção por empreitada, quando houver emprego de materiais pró- prios, em qualquer quantidade. • Serviços de transporte (exceto o de cargas). 16% • Serviços (exceto hospitalares, de transporte e de sociedades civis de profissões regulamentadas) prestados com exclusividade por empresas com receita bruta anual não superior a R$ 120.000,00 (*). • Instituições financeiras e entidades a elas equiparadas. • Serviços em geral, para os quais não esteja previsto percentual especi- fico, inclusive os prestados por sociedades civis de profis-sões regula- mentadas. 32% • Intermediação de negócios. 32% • Administração, locação ou cessão de bens imóveis, móveis e direitos de qualquer natureza. • Factoring. • Construção por empreitada, quando houver emprego unicamente de mão-de-obra, ou seja, sem o emprego de materiais. (*) Se a receita bruta ultrapassar o limite anual de R$ 120.000,00, a empresa ficará sujeita ao percentual normal de 32%, retroativamente ao mês de janeiro do ano em curso, impondo-se o pagamento das diferenças de imposto, apuradas em cada mês, até o último dia útil do mês subsequente ao da verificação do excesso, sem acréscimo (art. 3º, §§ 2º a 6º, da IN SRF nº 93/97). No caso de exploração de atividades diversificadas, será aplicado sobre a receita bruta de cada atividade o respectivo percentual. 76 Contabilidade Tributária 76 c) Acréscimo dos ganhos de capital e demais receitas ou resultados Na apuração do Lucro Presumido, além do percentual aplicado sobre as atividades especificas desenvolvidas pela empresa, deverão ser somados a base de cálculo do imposto também, todos os outros ganhos de capital e demais rendimentos recebidos de terceiros. Ao valor determinado de acordo com os procedimentos anteriores deverão ser adicionados os ganhos de capital e demais receitas ou resultados, percebidos no trimestre e, que não fizeram parte do valor total da receita bruta mensal de vendas e prestação de serviços, inclusive: • rendimentos de aplicações financeiras de renda fixa e ganhos líquidos de aplicações financeiras de renda variável; • juros remuneratórios do capital próprio pagos por outra pessoa jurídica da qual a empresa seja sócia ou acionista; • variações monetárias ativas. d)Cálculo do imposto trimestral O imposto de renda calculado pelo lucro presumido deverá ser na forma trimestral e será calculado mediante a aplicação às seguintes regras: • da alíquota normal de 15% sobre a totalidade da base de cálculo; • da alíquota adicional de 10% sobre a parcela da base de cálculo que exceder ao limite de R$ 60.000,00 ou, no caso de início de atividades, ao limite correspondente à multiplicação desse valor pelo número de meses do período de apuração. e) Deduções do imposto trimestral Existem empresas especificamente prestadoras de serviços, que terão o Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) pelo tomador do serviço prestado e, existem empresas que por algum equivoco, recolheu indevidamente ou a maior em algum período o IRPJ e Contribuição Social. Estes fatos, quando ocorrerem poderão ser deduzidos do Imposto remanescente a ser recolhido. O imposto de renda calculado pelo lucro presumido deverá ser na forma trimestral. 77 LegisLação e TribuTos Federais – empresas TribuTadas peLo Lucro presumido e Lucro arbiTrado - pis e coFiNs 77 Capítulo 4 Na apuração do imposto de renda presumido trimestral poderão ser deduzidos os seguintes valores: o Imposto de Renda pago ou retido na fonte sobre receitas computadas na determinação da sua base de cálculo e o saldo de imposto pago a maior ou indevidamente em períodos anteriores. Para complementar os seus conhecimentos acesse o sitio da Receita Federal do Brasil: (Fonte:http://www.receita.fazenda.gov.br/ pessoajuridica/dipj/2000/orientacoes/determinacaolucropresumido. htm. Acesso: fevereiro 2011) f) Contribuição social no lucro presumido As pessoas jurídicas submetidas à tributação do IRPJ com base no lucro presumido ficam sujeitas também à apuração trimestral da Contribuição Social sobre o Lucro. A forma de cálculo da contribuição social corresponderá à mesma forma de cálculo do lucro real por estimativa. Exemplificando: Atividade: Uma empresa obteve as seguintes receitas no primeiro trimestre do ano em curso: venda de mercadorias R$ 20.000, revenda de combustível R$ 20.000 e receitas financeiras de R$500. • Imposto de Renda: R$1.600 (20.000 X 8%) mais R$320 (20.000 X 1,6% mais R$500 de receitas financeiras somando R$2.420. • Valor do Imposto de Renda: R$2.420 X 15% = R$363. • Contribuição Social: R$4.800 (20.000 + 20.000 X 12%) mais R$500, somando R$5.300. • Valor da Contribuição Social: R$5.300 X 9% = R$477 As pessoas jurídicas submetidas à tributação do IRPJ com base no lucro presumido ficam sujeitas também à apuração trimestral da Contribuição Social sobre o Lucro. A forma de cálculo da contribuição social corresponderá à mesma forma de cálculo do lucro real por estimativa. 78 Contabilidade Tributária 78 Atividade de Estudos: Uma empresa possui as seguintes receitas no segundo trimestre do ano em curso: Vendas de Mercadorias R$ 50.000 Serviços em Geral R$ 20.000 Receitas Financeiras R$ 3.000 Ganho na Venda do Imobilizado R$ 5.000 Pede-se: Baseando-se nestes dados vamos calcular o IRPJ e a Contribuição Social pelo lucro presumido. IRPJ Receita R$ % Base de Cálculo Venda de mercadorias Serviços em Geral Receitas Financeiras Ganho na venda do imobilizado Total ____________________________________________________ CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO Receita R$ % Base de Cálculo Venda de mercadorias Serviços em Geral Receitas Financeiras Ganho na venda do imobilizado Total ____________________________________________________ empresas TribuTadas peLo Lucro arbiTrado Apesar das empresas estarem obrigadas ou não à tributação através do Lucro Real, e se não através do Lucro Presumido, ocorrem fatores que desclassificam estas formas de tributação e obrigam a empresa a apurar o Lucro de forma Arbitrária. 79 LegisLação e TribuTos Federais – empresas TribuTadas peLo Lucro presumido e Lucro arbiTrado - pis e coFiNs 79 Capítulo 4 De acordo com Oliveira (2005), dentre as formas previstas na legislação para determinar trimestralmente o lucro a ser tributado pelo IRPJ, consta aquela em que o lucro será arbitrado pelo fisco, por meio de procedimentos de ofício, ou pelo próprio contribuinte (autoarbitramento). O RIR no seu artigo 530, determina que serão tributadas pelo lucro arbitrado as empresas em que a escrituração a que estiver obrigado o contribuinte revelar evidentes indícios de fraudes ou contiver vícios, erros ou deficiências que a tornem imprestável para identificar a efetiva movimentação financeira, inclusive bancária, ou para determinação do lucro real, como: • o contribuinte deixar de apresentar à autoridade tributária os livros e documentos da escrituração comercial e fiscal, ou deixar de apresentar o Livro Caixa, no qual deverá estar escriturada toda a movimentação financeira, inclusive bancária, quando optar pelo lucro presumido e não mantiver escrituração contábil regular; • o contribuinte optar indevidamente pelo lucro presumido; • o comissário ou representante da pessoa jurídica estrangeira deixar de escriturar e apurar o lucro da sua atividade separadamente do lucro do comitente, residente ou domiciliado no exterior; • o contribuinte não mantiver, em boa ordem e segundo as normas contábeis recomendadas, Livro Razão ou fichas utilizadas para resumir, totalizar, por conta ou subconta, os lançamentos efetuados no Diário; • o contribuinte não mantiver escrituração na forma das leis comerciais e fiscais, ou deixar de elaborar as demonstrações financeiras exigidas pela legislação fiscal, nos casos em que o mesmo se encontre obrigado ao lucro real. As pessoas jurídicas, cujas filiais, sucursais ou controladas no exterior não dispuserem de sistema contábil que permita a apuração de seus resultados, terão os lucros decorrentes de suas atividades no exterior determinados, por arbitramento, segundo as disposições da legislação brasileira (IN SRF no 213, de 2002, art. 5o). De acordo com Oliveira (2005), dentre as formas previstas na legislação para determinar trimestralmente o lucro a ser tributado pelo IRPJ, consta aquela em que o lucro será arbitrado pelo fisco, por meio de procedimentos de ofício, ou pelo próprio contribuinte (autoarbitramento). 80 Contabilidade Tributária 80 Os percentuais a serem aplicados sobre a receita bruta, quando conhecida, são os mesmos aplicáveis para o cálculo da estimativa mensal e do lucro presumido, acrescidos de 20%, exceto quanto ao fixado para as instituições financeiras (RIR/1999, arts. 532 e 533): Atividades Percentuais Atividades em geral (RIR/1999, art. 532) 9,6% Revenda de combustíveis 1,92% Serviços de transporte (exceto transporte de carga) 19,2% Serviços de transporte de cargas 9,6% Serviços em geral (exceto serviços hospitalares) 38,4% Serviços hospitalares 9,6% Intermediação de negócios 38,4% Administração, locação ou cessão de bens e direitos de qualquer natureza (inclusive imóveis) 38,4% Factoring 38,4% Bancos, instituições financeiras e assemelhados 45% Fonte: Secretaria da Receita Federal do Brasil,2010 coNTribuição para FiNaNciameNTo da seguridade sociaL (coFiNs) Conforme Oliveira e outros (2003, p. 229), A Confins – antigo Finsocial – foi instituída pela Lei Complementar nº70, de 30 de dezembro de 1991. Trata- se, na realidade, da contribuição social para financiamento da seguridade social, nos termos do inciso I do art. 195 da Constituição Federal, um tributo que incide sobre o calor do faturamento mensal das pessoas jurídicas ou a elas equiparadas. São contribuintes da Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (COFINS) as pessoas jurídicas de direitoprivado em geral, inclusive as pessoas a elas equiparadas pela legislação do Imposto de Renda, exceto as microempresas e as empresas de pequeno porte submetidas ao regime do SIMPLES. São contribuintes da Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (COFINS) as pessoas jurídicas de direito privado em geral, inclusive as pessoas a elas equiparadas pela legislação do Imposto de Renda, exceto as microempresas e as empresas de pequeno porte submetidas ao regime do SIMPLES. 81 LegisLação e TribuTos Federais – empresas TribuTadas peLo Lucro presumido e Lucro arbiTrado - pis e coFiNs 81 Capítulo 4 a) Base de cálculo e alíquota da COFINS A base de cálculo da COFINS é composta por todas as receitas operacionais da empresa somadas as receitas não operacionais, tais como, outros ganhos eventuais, entre outras. A alíquota da COFINS para as empresas em geral é de 3% (três por cento) sobre a base de cálculo e a base de cálculo da contribuição é a totalidade das receitas auferidas pela pessoa jurídica (inclusive as variações monetárias ativas - sobre as receitas de variações cambiais, sendo irrelevante o tipo de atividade por ela exercida e a classificação contábil adotada para as receitas, excluídos: I - o IPI, nas empresas contribuintes desse imposto; II - as vendas canceladas e os descontos concedidos incondicionalmente; III - o ICMS, quando cobrado pelo vendedor dos bens ou prestador de serviços na condição de substituto tributário; IV - as reversões de provisões operacionais e recuperações de créditos baixados como perda, que não representem ingresso de novas receitas, o resultado positivo da avaliação de investimentos pelo valor do patrimônio líquido e os lucros e dividendos derivados de investimentos avaliados pelo custo de aquisição, que tenham sido computados como receita; V - os valores que, computados como receita, tenham sido transferidos para outra pessoa jurídica, observadas as normas regulamentadoras expedidas pelo Poder Executivo; VI - a receita decorrente da venda de bens do ativo permanente; VII - as receitas decorrentes dos recursos recebidos a título de repasse, oriundos do Orçamento Geral da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, pelas empresas públicas e sociedades de economia mista; VIII - as receitas da exportação de mercadorias para o exterior; IX - as receitas dos serviços prestados à pessoa física ou jurídica residente ou domiciliada no exterior, cujo pagamento represente ingresso de divisas; X - as receitas do fornecimento de mercadorias ou serviços para uso ou consumo de bordo em embarcações e aeronaves em tráfego internacional, quando o pagamento for efetuado em moeda conversível; 82 Contabilidade Tributária 82 XI - as receitas do transporte internacional de cargas ou passageiros; XII - as receitas auferidas pelos estaleiros navais brasileiros nas atividades de construção, conservação, modernização, conversão e reparo de embarcações pré-registradas no Registro Especial Brasileiro (REB); XIII - as receitas do frete de mercadorias importadas entre o País e o exterior pelas embarcações registradas no Registro Especial Brasileiro (REB); XIV - as receitas de vendas realizadas pelo produtor-vendedor às empresas comerciais exportadoras nos termos do Decreto-lei nº 1.248/72 e alterações posteriores, desde que destinadas ao fim específico de exportação para o exterior; XV - as receitas de vendas, com o fim específico de exportação para o exterior, a empresas exportadoras, registradas na Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio; XVI - as receitas próprias das entidades sem fins lucrativos, imunes ou isentas; XVII - nas sociedades cooperativas (art. 15 da MP nº 1.858-11/99 e Ato Declaratório SRF nº 70/99): a) os valores repassados aos associados, decorrentes da comercialização de produto por eles entregue à cooperativa; b) as receitas de venda de bens e mercadorias a associados que sejam vinculados diretamente à atividade econômica desenvolvida pelo associado e que seja objeto da cooperativa; c) as receitas decorrentes da prestação, aos associados, de serviços especializados, aplicáveis na atividade rural, relativos a assistência técnica, extensão rural, formação profissional e assemelhadas; d) as receitas decorrentes do beneficiamento, armazenamento e industrialização de produção do associado; e) as receitas financeiras decorrentes de repasse de empréstimos rurais contraídos com instituições financeiras, até o limite dos encargos a estas devidos; XVIII - o faturamento correspondente à vendas de materiais e equipamentos, assim como a prestação de serviços decorrentes dessas operações, efetuadas diretamente à Itaipu Binacional (AD SRF nº 74, de 10.08.99); 83 LegisLação e TribuTos Federais – empresas TribuTadas peLo Lucro presumido e Lucro arbiTrado - pis e coFiNs 83 Capítulo 4 XIX - a parcela das receitas financeiras decorrentes da variação monetária dos direitos de crédito e das obrigações do contribuinte, em função das taxas de câmbio, submetida à tributação, segundo o regime de competência, relativa a períodos compreendidos no ano-calendário de 1999, excedente ao valor da variação monetária efetivamente realizada, ainda que a operação correspondente já tenha sido liquidada (art. 31 da MP nº 1.858-11/99). Nas operações realizadas em mercados futuros, considera-se receita bruta o resultado positivo dos ajustes diários ocorridos no mês. Nas operações de câmbio, realizadas por instituição autorizada pelo Banco Central do Brasil, considera-se receita bruta a diferença positiva entre o preço de venda e o preço de compra da moeda estrangeira. Na determinação da base de cálculo da contribuição, poderão ser deduzidas as despesas de captação de recursos incorridos pelas pessoas jurídicas que tenham por objeto a securitização de créditos: a) imobiliários nos termos da Lei nº 9.514/97; b) financeiros observada regulamentação editada pelo Conselho Monetário Nacional. Para aprofundar os seus conhecimentos sobre o assunto acesse o sitio da Receita federal do Brasil, onde você encontrará todas as regras e legislações relacionadas ao assunto: http://www. receita.fazenda.gov.br/Legislacao/LegisAssunto/PisPasCofFin/ PisPasCofFin.htm b) Empresas com filiais – apuração e pagamento centralizado Nas empresas que tenham filiais, a apuração e o pagamento das contribuições serão efetuados, obrigatoriamente, de forma centralizada, pelo estabelecimento matriz (art. 15 da Lei nº 9.779/99). Nas empresas que tenham filiais, a apuração e o pagamento das contribuições serão efetuados, obrigatoriamente, de forma centralizada, pelo estabelecimento matriz (art. 15 da Lei nº 9.779/99). 84 Contabilidade Tributária 84 programa de iNTegração sociaL – pis Conforme Oliveira e outros (2003, p.235), A contribuição para o Programa de Integração Social (PIS) foi criada pela Lei Complementar nº7, de 7 de setembro de 1970. A contribuição para o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PASEP), por sua vez, foi criada pela Lei Complementar nº8, de 3 de dezembro de 1970. As pessoas jurídicas de direito privado e as que lhes são equiparadas pela legislação do imposto de renda, inclusive as empresas públicas, as sociedades de economia mista, suas subsidiárias e as pessoas jurídicas a que se refere o § 1º do art. 22 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, devem apurar a contribuição para o PIS/PASEP – Faturamento/Receita Bruta, nos termos das Leis nº 9.701, nº 9.715 e nº 9.718, de 17, 25 e 27 de novembro de 1998, e pela Medida Provisória nº 1.807, de 29 de janeiro de 1999, e reedições. São contribuintesdo PIS/PASEP - Faturamento as pessoas jurídicas de direito privado e as que lhes são equiparadas pela legislação do Imposto de Renda, inclusive empresas prestadoras de serviços, empresas públicas e sociedades de economia mista e suas subsidiárias, excluídas as microempresas e as empresas de pequeno porte ao regime do SIMPLES. a) Base de cálculo e alíquota do PIS A base de cálculo do PIS/PASEP - Faturamento é a totalidade das receitas auferidas pela pessoa jurídica (inclusive as variações monetárias ativas), sendo irrelevante o tipo de atividade por ela exercida e a classificação contábil adotada para as receitas, excluídos os valores cuja exclusão é admitida para efeito de determinação da base de cálculo da COFINS. A alíquota da contribuição para o PIS/PASEP – Faturamento/Receita Bruta é de 0,65% (sessenta e cinco centésimos por cento), exceção feita para o caso das contribuições devidas pelas instituições financeiras e equiparadas, referidas no § 1º do art. 22 da Lei nº 8.212, de 1991 e no AD SRF nº 39, de 1999, cuja alíquota prevista era de 0,75% (setenta e cinco centésimos por cento) para os fatos geradores ocorridos em janeiro de 1999. 85 LegisLação e TribuTos Federais – empresas TribuTadas peLo Lucro presumido e Lucro arbiTrado - pis e coFiNs 85 Capítulo 4 b) Instituições financeiras, seguradoras e equiparadas As instituições financeiras, empresas de seguros privados e demais entidades submetidas à competência normativa do Banco Central e da Superintendência de Seguros Privados (SUSEP), inclusive as sociedades corretoras de seguro, sujeitam-se à contribuição na base de 0,65% sobre as suas receitas podendo efetuar nestas as mesmas exclusões ou deduções admitidas para efeito de determinação da base de cálculo da COFINS. c) Entidades sem fins lucrativos As entidades sem fins lucrativos são entidades formadas pela sociedade civil e surgem para suprir as deficiências do Estado ou para desempenhar atividades abrangidas por ele. Estas entidades representam o terceiro setor e por serem entidades de amparo ao estado, não possuem a finalidade de lucro, logo, não são tributadas. No entanto, estas entidades sem fins lucrativos, são definidas também como empregadoras pela legislação trabalhista, inclusive fundações, e assim, calcularão a contribuição devida ao PIS/PASEP na base de 1% sobre a folha de pagamento de salários do mês. Exemplificando: Vamos calcular o PIS e a COFINS de uma empresa tributada pelo Lucro Presumido que obteve as seguintes receitas em um determinado mês: vendas de Mercadorias R$50.000, vendas canceladas R$3.000, outras receitas R$1.000 e ganhos a venda do imobilizado R$2.000. • Base de cálculo: Vendas de Mercadorias 50.000 (-)Vendas Canceladas (3.000) Outras Receitas 1.000 = Base de Cálculo 48.000 PIS devido (48.000 X 0,65%) 312 COFINS devido (48.000 X 3%) 1.440 Obs.: O ganho na venda do imobilizado não faz parte da base de cálculo do PIS e da COFINS. As entidades sem fins lucrativos são entidades formadas pela sociedade civil e surgem para suprir as deficiências do Estado ou para desempenhar atividades abrangidas por ele. Estas entidades representam o terceiro setor e por serem entidades de amparo ao estado, não possuem a finalidade de lucro, logo, não são tributadas. 86 Contabilidade Tributária 86 Atividade de Estudos: Calcular o PIS e a COFINS de uma empresa tributada pelo Lucro Presumido que obteve as seguintes receitas em um determinado mês: Vendas de Mercadorias $ 100.000 Serviços em Geral $ 50.000 Vendas Canceladas $ 5.000 Receitas Financeiras $ 1.000 Ganhos na Venda do Imobilizado $ 20.000 Descontos Obtidos $ 4.000 Receita – Base de Cálculo PIS 0,65% COFINS 3% Vendas de Mercadorias (-) Vendas Canceladas Ganhos na Venda do Imobilizado Receitas Financeiras Serviços em Geral Descontos Obtidos TOTAL A PAGAR cáLcuLo do pis da coFiNs – Não- cumuLaTivos As empresas tributadas pelo lucro presumido tributam o PIS e a COFINS de forma cumulativa, ou seja, o tributo calculado é definitivo sem a opção de compensação ou restituição, com a aplicação da alíquota de 0,65% de PIS e 3% de COFINS. Já por sua vez as empresas tributadas pelo lucro real tributam o PIS e COFINS de forma não cumulativa, utilizam as alíquotas de 1,65% de PIS e 7,6% de COFINS, alíquotas maiores do que do lucro presumido, no entanto tais tributos podem ser compensados com o PIS e COFINS incidentes os custos e despesas consumidos pela empresa. A partir de 1º de dezembro de 2002, com a Lei nº 10.637/2002, acabou a cumulatividade do PIS/PASEP às empresas optantes pelo regime de tributação pelo lucro real. Destacamos também que, com a Lei nº 10.833/2003, para as empresas optantes pelo lucro real, a partir de 1º de fevereiro de 2004, acabou a cumulatividade da COFINS sobre a receita bruta. As empresas tributadas pelo lucro presumido tributam o PIS e a COFINS de forma cumulativa, ou seja, o tributo calculado é definitivo sem a opção de compensação ou restituição, com a aplicação da alíquota de 0,65% de PIS e 3% de COFINS. 87 LegisLação e TribuTos Federais – empresas TribuTadas peLo Lucro presumido e Lucro arbiTrado - pis e coFiNs 87 Capítulo 4 a) Base de cálculo e alíquota A base de cálculo do PIS não-cumulativo e da COFINS não-cumulativa é o faturamento mensal, que compreende a receita bruta da venda de bens e serviços nas operações em conta própria e alheia e todas as demais receitas auferidas pela pessoa jurídica (artigo 4º da IN nº 404/2004). Não integram a base de cálculo de que trata o artigo referido acima, as receitas: a) isentas ou não alcançadas pela incidência da contribuição ou decorrentes de vendas de produtos sujeitos à alíquota zero; b) não-operacionais, decorrentes da venda de ativo permanente; c) auferidas pela pessoa jurídica substituída, na revenda de mercadorias em relação às quais a contribuição seja exigida da empresa vendedora, na condição de substituta tributária; d) de venda dos produtos de que trata a Lei nº 9.990, de 21 de julho de 2000, a Lei nº 10.147, de 21 de dezembro de 2000, a Lei nº 10.485, de 3 de julho de 2002, o art. 2º da Lei nº 10.560, de 13 de novembro de 2002, e arts. 49 e 50 da Lei nº 10.833, de 2003, ou quaisquer outras submetidas à incidência monofásica da contribuição; e) referentes à vendas canceladas e a descontos incondicionais concedidos; e à reversões de provisões e recuperações de créditos baixados como perda, que não representem ingresso de novas receitas, resultado positivo da avaliação de investimentos pelo valor do patrimônio líquido e lucros e dividendos derivados de investimentos avaliados pelo custo de aquisição, que tenham sido computados como receita. A contribuição não incide sobre as receitas decorrentes das operações de (artigo 6º da IN nº 404/2004): a) exportação de mercadorias para o exterior; b) prestação de serviços para pessoa física ou jurídica domiciliada no exterior com pagamento em moeda conversível; c) vendas a empresa comercial exportadora, com o fim específico de exportação; d) vendas de materiais e equipamentos, bem assim da prestação de serviços decorrentes dessas operações, efetuadas diretamente a Itaipu Binacional. 88 Contabilidade Tributária 88 O valor devido da COFINS será calculada, aplicando-se a alíquota de 7,6% (artigo 7º da IN nº 404/2004) sobre a base de cálculo indicada anteriormente. Para o PIS, será calculada a alíquota de 1,65% sobre a mesma base de cálculo. b) Créditos no cálculo do PIS e COFINS não-cumulativos Do valor apurado de PIS e COFINS não-cumulativos, a pessoa jurídica poderá descontar créditos mediante a aplicação da alíquota de 1,65% para oPIS e 7,6% para a COFINS sobre o valor: a) de bens adquiridos no mês para revenda, exceto em relação às mercadorias e aos produtos adquiridos às quais a contribuição seja exigida da empresa vendedora (substituição tributária) ou submetidos à incidência monofásica do PIS; b) de bens e serviços adquiridos no mês utilizados como insumo na fabricação de produtos destinados à venda ou na prestação de serviços, inclusive combustíveis e lubrificantes; c) dos aluguéis de prédios, máquinas e equipamentos, incorridos no mês e pagos à pessoa jurídica, utilizados nas atividades da empresa; d) das despesas financeiras, incorridas no mês, decorrentes de empréstimos, financiamentos e contraprestações de operações de arrendamento mercantil de pessoas jurídicas, exceto de optantes pelo SIMPLES; e) dos encargos de depreciação de máquinas e equipamentos adquiridos para utilização na fabricação de produtos destinados à venda, bem como, a outros bens incorporados ao ativo imobilizado; f) dos encargos de depreciação e amortização de edificações e benfeitorias em imóveis de terceiros, quando o custo, inclusive de mão de obra, tenha sido suportado pela locatária; g) dos bens recebidos no mês em devolução, cuja receita de venda tenha integrado faturamento do mês ou de mês anterior, e tributada conforme o disposto da Lei nº 10.637/2002; e da energia elétrica consumida no mês nos estabelecimentos da pessoa jurídica. h) Exemplificando: Vamos calcular o PIS e a COFINS não-cumulativo de uma empresa tributada pelo Lucro Real que obteve as seguintes receitas, custos e despesas em um determinado mês: vendas de mercadorias R$10.000, custos e despesas R$ 4.000. 89 LegisLação e TribuTos Federais – empresas TribuTadas peLo Lucro presumido e Lucro arbiTrado - pis e coFiNs 89 Capítulo 4 Receita – Base de Cálculo PIS 1,65% COFINS 7,6% Vendas de Mercadorias $ 10.000 $ 165 $ 760 (-) Custos e Despesas utilizados nas atividades da empresa $ 4.000 ($ 66) ($ 304) PIS E COFINS A PAGAR $ 99 $ 456 Atividade de Estudos: Atividade: Calcular o PIS e a COFINS não-cumulativo de uma empresa tributada pelo Lucro Real que obteve as seguintes receitas e despesas em um determinado mês: Vendas de Mercadorias $ 200.000 Custos e Despesas utilizados nas atividades da empresa $ 100.000 Receita – Base de Cálculo PIS 1,65% COFINS 7,6% Vendas de Mercadorias (-) Custos e Despesas utilizados nas atividades da empresa PIS E COFINS A PAGAR aLgumas coNsiderações Neste capítulo tratamos da tributação das empresas pelo Lucro Presumido e Lucro Arbitrado, tratamos ainda, da tributação das empresas no que se refere ao PIS e COFINS cumulativo e não cumulativo que estão inseridos tanto na tributação pelo Lucro Real, como Presumido ou Arbitrado. No próximo capítulo vamos estudar a tributação das empresas optantes pelo Simples Nacional. No próximo capítulo iremos conhecer o tratamento legal para as empresas optantes pelo Simples Nacional, além de compreender como é calculado o imposto devido de uma empresa que está inserida no Simples; será abordado também, o tratamento legal para as entidades imunes destes impostos. 90 Contabilidade Tributária 90 reFerêNcias BRASIL. Lei nº 5.172/66, de 25 de outubro de 1966. BRASIL. Regulamento do Imposto de Renda (RIR). Decreto nº 3.000 de 26 de março de 1999. IUDÍCIBUS, Sérgio de; MARION, José Carlos. Contabilidade comercial. 6.ed. São Paulo: Atlas: 2006. OLIVEIRA, Luis Martins de et al. Manual de contabilidade tributária. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2003. OLIVEIRA, Gustavo Pedro de. Contabilidade tributária. São Paulo: Saraiva 2005. PADOVEZE, Luís Clóvis. Introdução à contabilidade: com abordagem para não contadores. São Paulo: Thompson, 2006.