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ELEMENTOS DE MÁQUINAS 1 © SENAI - PR, 2001 CÓDIGO DE CATÁLOGO : 1199 Trabalho elaborado pela Diretoria de Educação e Tecnologia do Departamento Regional do SENAI - PR , através do LABTEC - Laboratório de Tecnologia Educacional. Coordenação geral Marco Antonio Areias Secco Elaboração técnica Francisco Ollé Equipe de editoração Coordenação Lucio Suckow Diagramação José Maria Gorosito Ilustração José Maria Gorosito Revisão técnica Francisco Ollé Capa Ricardo Mueller de Oliveira Referência Bibliográfica. NIT - Núcleo de Informação Tecnológica SENAI - DET - DR/PR S474e SENAI - PR. DET Elementos de máquinas 1 Curitiba, 2001, 142 p CDU - 62-2 Direitos reservados ao SENAI — Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial Departamento Regional do Paraná Avenida Cândido de Abreu, 200 - Centro Cívico Telefone: (41) 350-7000 Telefax: (41) 350-7101 E-mail: senaidr@ctb.pr.senai.br CEP 80530-902 — Curitiba - PR 3 SENAI-PR SUMÁRIO Lubrificação ................................................................................................................... 05 Transmissões ............................................................................................................... 26 Molas ............................................................................................................................. 43 Mancais ......................................................................................................................... 54 Mancais de rolamentos ................................................................................................. 63 Freios .......................................................................................................................... 106 Embreagens................................................................................................................ 112 Chavetas ..................................................................................................................... 121 Cames ........................................................................................................................ 128 4 SENAI-PR 5 SENAI-PR .................................................. ........................................ ........................................ ........................................ ....................................... ....................................... ....................................... ....................................... ....................................... ........................................ ....................................... ...................................... ....................................... ....................................... ........................................ ........................................ ....................................... ....................................... ...................................... ....................................... ....................................... ........................................ ........................................ ....................................... ........................................ ....................................... ...................................... ........................................ ...................................... ....................................... ...................................... ........................................ ........................................ ....................................... ....................................... ........................................ ........................................ ......................................... ....................................... ....................................... ........................................ HISTÓRICO Devido à necessidade de maior produtividade e econo- mia de manutenção em seus engenhos, há longo tempo o homem vem empregando lubrificantes para melhorar o desem- penho de suas máquinas. Inicialmente se utilizou produto animal nas partes mó- veis, o que para as máquinas da época, resolvia em grande o problema do desgaste excessivo. Entretanto com o decorrer do tempo foram surgindo máquinas cada vez mais modernas, cujo trabalho requeria uma lubrificação de melhor qualidade. CONCEITO Entende-se por lubrificação o ato de introduzirmos entre duas superfícies sólidas uma película fluída, reduzindo o atrito existente entre as partes sólida. As partes sólidas são as pe- ças e a parte fluída é o lubrificante. Assim as superfícies não entram praticamente em contato direto, pois o lubrificante se interpõe a elas, não permi- tindo que as mesmas se desgastem e se aqueçam. Devido aos vários tipos de máquinas, cada qual requer lubrificação composta de elementos dos mais diversos, de- terminados segundo estudos e ensaios de laboratórios. Pode- se adotar lubrificantes através do tipo, carga, velocidade, etc., das partes que necessitam lubrificação. ORIGEM Os lubrificantes de acordo com sua origem classificam- se em: Vegetais: os óleos vegetais não apresentam muita re- sistência, decompondo-se com relativa facilidade. Na indús- tria, como lubrificante bastante comum, que não requer ca- LUBRIFICAÇÃO 6 SENAI-PR .................................................. ........................................ ........................................ ........................................ ....................................... ....................................... ....................................... ....................................... ....................................... ........................................ ....................................... ...................................... ....................................... ....................................... ........................................ ........................................ ....................................... ....................................... ...................................... ....................................... ....................................... ........................................ ........................................ ....................................... ........................................ ....................................... ...................................... ........................................ ...................................... ....................................... ...................................... ........................................ ........................................ ....................................... ....................................... ........................................ ........................................ ......................................... ....................................... ....................................... ........................................ racterísticas especiais, usa-se muito óleo mamona, extraído da semente de mamona. É um óleo viscoso e incolor. Animais: talvez o elemento mais antigo de lubrificação seja a gordura animal. Destaca-se o óleo de baleia compro principal lubrificante dessa classe, para máquinas leves. Minerais: extraídos principalmente do petróleo e de ro- chas em formação como o xisto betuminoso, são, efetivamente os óleos mais usados na lubrificação. O petróleo é retirado do subsolo por meio de perfurações nas camadas que formam a terra, sendo encontrado em estado líquido. Sua cor varia entre verde escuro, marrom e preto. Como é composto de vários produtos químicos, desti- lando-se o petróleo separam-se cada um destes produtos,os quais irão ser empregados em diferentes setores. Assim aque- cendo-se o petróleo a medida que a temperatura vai subindo, um de cada vez, os produtos irão se vaporizando. Desta ma- neira, sabendo-se, por exemplo, que a gasolina se transfor- mou em gás, basta retirar esse gás e transformá-lo em líquido por resfriamento. Extraída a gasolina, o próximo produto será o querose- ne, e após diversos derivado serem retirados, obteremos o asfalto. Da mesma forma, aquecendo-se o xisto betuminoso se obtém a gasolina e óleos, porém requer esse mineral pro- cessos especiais de refinação que o tornam atualmente, infe- rior ao petróleo no que se refere à sua exploração. Sintéticos: ao contrário dos lubrificantes minerais, são sinteticamente produzidos. Óleos de síntese geralmente tem bom comportamento de temperatura e viscosidade, reduzida tendência de coqueficação, baixo ponto de solidificação, alta resistência ao calor e boa durabilidade química. TIPOS DE LUBRIFICAÇÃO Três formas distintas de lubrificação podem ser consi- deradas: 7 SENAI-PR .................................................. ........................................ ........................................ ........................................ ....................................... ....................................... ....................................... ....................................... ....................................... ........................................ ....................................... ...................................... ....................................... ....................................... ........................................ ........................................ ....................................... ....................................... ...................................... ....................................... ....................................... ........................................ ........................................ ....................................... ........................................ ....................................... ...................................... ........................................ ...................................... ....................................... ...................................... ........................................ ........................................ ....................................... ....................................... ........................................ ........................................ ......................................... ....................................... ....................................... ........................................ Lubrificação hidrodinâmica: aquela em que a superfí- cies dos mancais que suportam a carga estão separadas por uma película de lubrificante relativamente espessa, de modo a prevenir o contato de metal com metal. Lubrificação hidrostática: é obtida por introdução do lubrificante dentro da área carregada do mancal, à uma alta pressão, sendo suficiente para separar as duas superfícies com uma película de óleo relativamente espessa. Lubrificação filme sólido: é utilizada quando os mancais devem operar em temperaturas extremas, a película é um lubrificante sólido, tal como a grafita ou o bissulfeto de molibdênio. VISCOSIDADE Viscosidade é a resistência ao escoamento de um líqui- do. Comparando mal com a água, podemos observar que o mel leva mais tempo para escoar de um recipiente que a água. A viscosidade de um óleo não é constante, pois varia de acordo com a temperatura. Desta forma quando se aquece o lubrificante, o mesmo se torna mais frio, ou seja, menos vis- coso. Portanto quanto mais se aquecer um óleo, mais frio será o mesmo. De modo inverso reduzindo-se a temperatura, ob- teremos um óleo mais espesso, o que aumenta sua viscosi- dade. Sob viscosidade ou tenacidade de um líquido entende- se a resistência que as moléculas de um líquido se contra- põem a um deslocamento entre si. Esta resistência também é denominada atrito interno. CLASSIFICAÇÃO DOS ÓLEOS Em geral os óleos são classificados por uma numera- ção acompanhada de sigla S.A.E. (Sociedade dos Engenhei- ros Automotivos). 8 SENAI-PR Essa classificação é obtida com o emprego de um apa- relho de “Saybolt”. Esse aparelho consiste em medir o tempo que uma quantidade de óleo, mantida a certa temperatura, leva para passar por um orifício de determinado diâmetro. GRAXAS Para certas aplicações os óleos têm alguns inconveni- entes. Ora são muito fluídos, ora são muito viscosos, ora são muito voláteis (se evaporam), quando não formam goma. Pensou-se então em misturar óleos de qualidades diferentes, para obter um lubrificante mais perfeito. Com esse processo os técnicos chegaram à composição das graxas, que são lu- brificantes semi-sólidos de grande aplicação, principalmente nas estradas de ferro e nos automóveis. Para grandes pressões entre superfícies empregam-se lubrificantes minerais sólidos como a grafita pura ou associa- da ao óleo. As graxas constituem-se, em geral, de um óleo mineral e de uma substância aglutinante, que é quase sem- pre, um sabão (saponáceos e cristais de soda). VISCOSIDADE SSU Classificação S.A.E. 18ºC 55ºC 100ºC MIN MAX MIN MAX MIN MÁX 5W 10 10W 20 20w 30 40 50 60 70 - - 6000 - 12000 - - - - - 4000 - 12000 - 48000 - - - - - - 90 - 120 - 185 255 - - - - 120 - 185 - 255 - - - - - - - - - - - 80 105 125 - - - - - - 80 105 125 150 80 90 140 250 15000 - - - 100000 - - - - - - - - - - - - 75 120 200 - 120 200 - Nota: a letra W é inicial da palavra “winter”, que significa, inverno, em português. 9 SENAI-PR A qualidade de uma graxa depende de vários fatores: � Das características físicas do óleo base; � Das características físicas e químicas do sabão; � E principalmente do método usado para combinar o óleo e o sabão. Quando aquecida à altas temperaturas, a graxa passa do estado semi-sólido, para o estado líquido. A essa determi- nada temperatura chama-se ponto de gota. Nenhuma relação existe entre cor de uma graxa e suas propriedades lubrificantes. Inclusive em alguns casos, as gra- xas comerciais são coloridas, por meio de anilina, para que possam ser facilmente identificadas. Classificação das graxas Para que possamos classificar corretamente as graxas é necessário conhecer o conceito de Penetração Trabalhada que é o indicador do quão mole ou dura é determinada graxa (consistência). O valor medido, corresponde à profundidade de penetração de um cone de ensaio, no decurso de 5 segun- dos em décimo de milímetros. Consistência é o conceito mais simplificado de penetração nas classes NLGI (Instituto Nacio- nal de Graxas Lubrificantes). Quanto mais rígida é a graxa, tanto mais favorável é nor- malmente o seu efeito de vedação, principalmente se analisa- do em conjunto com a viscosidade dinâmica do produto. Classes NLGI Penetração Trabalhada (0,1 mm) Estrutura 000 445...475 Fluída 00 400... 430 Semi-fluída 0 355...385 Extremamente mole 1 310...340 Muito mole 2 265...295 Mole 3 220...250 Média 4 175...205 Consistente 5 130...160 Muito consistente 6 85...115 Extremamente consistente e dura 10 SENAI-PR .................................................. ........................................ ........................................ ........................................ ....................................... ....................................... ....................................... .............................................................................. ........................................ ....................................... ...................................... ....................................... ....................................... ........................................ ........................................ ....................................... ....................................... ...................................... ....................................... ....................................... ........................................ ........................................ ....................................... ........................................ ....................................... ...................................... ........................................ ...................................... ....................................... ...................................... ........................................ ........................................ ....................................... ....................................... ........................................ ........................................ ......................................... ....................................... ....................................... ........................................ LUBRIFICAÇÃO DE MANCAIS Os mancais são peças construídas para servir de apoio aos eixos e transmissores em geral. De acordo com a pres- são a que devem resistir, quer trabalhem em direção perpen- dicular ao eixo de rotação, quer no sentido do mesmo, pas- sam a denominar mancais de apoio lateral. Os mancais dividem-se em: de deslizamento e de rola- mento. Os mancais de deslizamento – também chamados de mancais planos – são aqueles em que uma superfície move- se sobre a outra usualmente com uma película de óleo sepa- rando-as. Elas diferem entre si pela direção do movimento e meios de como a carga é aplicada. Pontos de aplicação do óleo Um eixo ao girar velozmente, produz o efeito de bombeamento, gerando forte pressão hidráulica. Por tal moti- vo, para introdução do óleo, devemos escolher um ponto onde a pressão do óleo seja mínima. Além disso, o trabalho de dis- tribuir o óleo pelo eixo pode ser muito facilitado com o empre- go de chanfros e ranhuras cortadas e localizadas corretamente. Chanfros Em mancais de duas partes, deve-se chanfrar as ares- tas de cada parte para evitar que raspem o óleo. Além disso o chanfro constitui um depósito de óleo que estende em forma de cunha. Ranhuras A finalidade das ranhuras ou canaletas nos mancais é de facilitar a melhor distribuição do óleo lubrificante e a sua posterior introdução na área de pressão máxima. O tipo de ranhura mais conveniente é a longitudinal. Estas não devem ser muito largas e ter pouca profundidade. Devem ser evitadas ranhuras com cantos vivos ou cortantes. 11 SENAI-PR .................................................. ........................................ ........................................ ........................................ ....................................... ....................................... ....................................... ....................................... ....................................... ........................................ ....................................... ...................................... ....................................... ....................................... ........................................ ........................................ ....................................... ....................................... ...................................... ....................................... ....................................... ........................................ ........................................ ....................................... ........................................ ....................................... ...................................... ........................................ ...................................... ....................................... ...................................... ........................................ ........................................ ....................................... ....................................... ........................................ ........................................ ......................................... ....................................... ....................................... ........................................ MATERIAL DE APOIO Ficha de lubrificação É importante que façamos uma ficha de lubrificação para cada máquina, tendo como objetivo a periodicidade pontos de lubrificação, tipos de lubrificantes, quantidade de lubrificante, rubrica ou lubrificador, ferramental necessário para troca, etc. Portanto ao efetuar-nos fichas de lubrificação devemos estar atentos nos seguintes ítens: � No tempo determinado pela ficha individual de cada máquina, deve se fazer a troca do lubrificante, ou de algum componente do sistema de lubrificação que esteja avariado ou com o tempo de uso vencido. Para isto ocorrer deve-se fazer uma verificação detalhada das partes que serão lubrificadas. � Na lubrificação regular (diária, semanal) deve-se ob- servar se realmente o lubrificante está sendo consu- mido pelo equipamento, principalmente nos casos de lubrificação centralizada. � Nos relatórios de lubrificação devemos anotar o que realmente foi feito, e observar o tempo que a lubrifica- ção centralizada leva para consumir o lubrificante, pois se os reservatórios não são completados com óleo ou graxa, nas entram no relatório como completados, podemos cometer um erro grave de faltar lubrifica- ção no equipamento, pois se o reservatório está com- pletamente cheio é sinal de lubrificação ineficiente ou inexistente. Caso contrário pode estar ocorrendo um consumo além do normal sendo necessário uma regulagem no equipamento. � Além dos pontos diários, devemos lubrificar guias e corrente quando necessário. � Observar se os mancais não estão com aquecimen- to demasiado, pois tanto a falta como o excesso são prejudiciais ao equipamento. 12 SENAI-PR .................................................. ........................................ ........................................ ........................................ ....................................... ....................................... ....................................... ....................................... ....................................... ........................................ ....................................... ...................................... ....................................... ....................................... ........................................ ........................................ ....................................... ....................................... ...................................... ....................................... ....................................... ........................................ ........................................ ....................................... ........................................ ....................................... ...................................... ........................................ ...................................... ....................................... ...................................... ........................................ ........................................ ....................................... ....................................... ................................................................................ ......................................... ....................................... ....................................... ........................................ � Não misturar lubrificantes diferentes em sistemas centralizados de lubrificação, quando se fizer neces- sário a colocação de um lubrificante diferente deve- mos lavar todo o sistema antes. � Quando for trocada alguma tubulação isolada ou não, devemos sempre deixá-la cheia com o lubrificante a ser usado, para não ocorrer a falta de lubrificação. � Manter sempre limpo os locais que serão lubrificados, retirando todo o excesso de óleo ou graxa. � Muito importante não ocorrer risco de acidentes por im- prudência ou lubrificar uma máquina em movimento. � Sempre que o equipamento tiver visor devemos dei- xar o óleo até a metade do mesmo. � Sempre prever o pedido de compra de lubrificante antes do término do mesmo, evitando assim a falta do mesmo. � Não colocar ferramentas, panos ou outras peças so- bre as máquinas, pois os mesmos podem ser es- quecidos e caírem nas partes móveis da máquina. � Sempre que for lubrificar uma máquina avisar o ope- rador da mesma, e fixar a etiqueta de alerta - lubrifica- ção pois pode ocorrer da máquina ser ligada, quando está sendo feita a lubrificação em um local perigoso (correntes, engrenagens, guias, etc.). � Usar sempre um pincel para lubrificar engrenagens e correntes. � Cuidado para não sujar guias e corrente onde irão passar o produto confeccionado. � Sempre que possível perguntar ao responsável pela máquina se está necessitando ser lubrificada alguma parte da máquina além da lubrificação de rotina. 13 SENAI-PR Máquina Nº____________ ______________________ Seção:________________ _____________________ ESPÉCIE:___________________ MARCA:____________________ TIPO:______________________ Partes a Lubrificar Lubrificantes Símbolo Quantidade PeríodoF I C H A D E L U B R I F I C A Ç Ã O � Avisar ao responsável da máquina se notar algum pro- blema da mesma. � Em caso de dúvida procurar sempre orientação. 14 SENAI-PR SÍMBOLO ÚLTIMA TROCA EM PRÓXIMA TROCA EM DATA LUBRIFICADOR 15 SENAI-PR .................................................. ........................................ ........................................ ........................................ ....................................... ....................................... ....................................... ....................................... ....................................... ........................................ ....................................... ...................................... ....................................... ....................................... ........................................ ........................................ ....................................... ....................................... ...................................... ....................................... ....................................... ........................................ ........................................ ....................................... ........................................ ....................................... ...................................... ........................................ ...................................... ....................................... ...................................... ........................................ ........................................ ....................................... ....................................... ........................................ ........................................ ......................................... ....................................... ....................................... ........................................ ADITIVOS A boa qualidade de um lubrificante não é conseguida unicamente pela escolha do óleo básico e através de sua pu- rificação e processo de manufatura, mas também pela adição de certos compostos químicos chamados aditivos. Os aditivos são incorporados aos lubrificante com uma variedade de propósitos e participam em grande parte na melhoria dos lubrificantes, os quais no estado natural não pos- suem certas características que lhes emprestam os aditivos. A idéia de adicionar algo ao petróleo para melhorar seu rendimento, foi inicialmente utilizada pelas usinas elétricas e nas locomotivas à vapor. Os óleos para cilindros à vapor “Com- postos com Gordura Animal”, tais como: sebo, óleo de banha, bem como os óleos extraídos de sementes vegetais, foram os primeiros aditivos usados nos produtos de petróleo. Também os óleos de peixe foram utilizados como compostos para os óleos lubrificantes das caixas de truques de locomotivas e vagões de ferrovias. Óleos minerais já compostos com óleos de banha foram experimentados na fábrica de automóveis Nash, em 1916. Os modernos óleos lubrificante aditivados, baseado em anos de pesquisas científicas e feitos para satisfazer a extre- ma solicitação das modernas máquinas e nas atuais condi- ções de serviço, tem se tornado indispensáveis em muitas aplicações. A sempre crescente tendência de transmitir po- tência através de mecanismos cada vez menores em tama- nho e peso, trouxe um aumento de carga ao lubrificante. No- vos problemas de combustão, cargas superficiais maiores, maior faixa de condições de temperaturas e grande velocida- de de deslizamento em mancais e engrenagens, tudo isso submetendo o lubrificante à performances muito além de quais- quer condições abusivas e que tornou o aditivo um fator indis- pensável de progresso. 16 SENAI-PR .................................................. ........................................ ........................................ ........................................ ....................................... ....................................... ....................................... ....................................... ....................................... ........................................ ....................................... ...................................... ....................................... ....................................... ........................................ ........................................ ....................................... ....................................... ...................................... ....................................... ....................................... ........................................ ........................................ ....................................... ........................................ ....................................... ...................................... ........................................ ...................................... ....................................... ...................................... ........................................ ........................................ ....................................... ....................................... ........................................ ........................................ ......................................... ....................................... ....................................... ........................................ 1. Inibidores de oxidação: aumentam a vida útil do óleo e diminuírem a formação de borra e verniz sobre as partes metálicas. 2. Inibidores de corrosão: protegem os mancais, bem como as superfícies dos metais contra o ataque químico. 3. Melhoradores antidesgaste: protegem as superfí- cies atritantes em operação,com uma camada finíssima de oleosidade que funciona como película restrita, protegendo as partes nos momentos críticos da partida impedindo o contato metal-metal. 4. Detergentes – dispersantes: mantém em suspen- são os produtos gerados na combustão e oxidação, evitando a formação de carbono em anéis, pistões e válvulas, conser- vando limpa as superfícies lubrificadas. 5. Agentes alcalinos: neutralizam os ácidos de oxida- ção dos óleos, assim eles não poderão com o lubrificante e o motor. 6. Inibidores de ferrugem: eliminam a formação de fer- rugem em presença da água e umidade. 7. Rebaixadores do ponto de fluidez: rebaixam o pon- to em que o óleo tende a solidificar face a baixa temperatura ambiente. 8. Melhoradores do índice de viscosidade: aumen- tam a capacidade de suportar o aumento de temperatura, sem variação muito acentuada de viscosidade. 9. Agente de oleosidade: aumentam a untuosidade, ou seja, o poder lubrificante do óleo, reduzindo a fricção o engripamento e o desgaste. 17 SENAI-PR .................................................. ........................................ ........................................ ........................................ ....................................... ....................................... ....................................... ....................................... ....................................... ........................................ ....................................... ...................................... ....................................... ....................................... ........................................ ........................................ ....................................... ....................................... ...................................... ....................................... ....................................... ........................................ ........................................ ....................................... ........................................ ....................................... ...................................... ........................................ ...................................... ....................................... ...................................... ........................................ ........................................ ....................................... ....................................... ........................................ ........................................ ......................................... ....................................... ....................................... ........................................ 10. Agentes antiespumantes: previnem a formação de espuma estável. Está características é muito importante em óleos submetidos à agitação e circulação à altas velocidades. Isto evidencia-se em sistemas hidráulicos e em sistemas cir- culatórios de turbinas à vapor, motores de combustão interna, compressores de refrigeração, etc. 11. Agentes antigotas: aumentam a adesão e coesão dos lubrificantes, dando-lhes propriedades não gotejantes. 12. Emulsificadores: reduzem a tenção superficial do óleo, permitindo à água dispersar-se nele. Como exemplo de óleos de corte. 13. Gorduras animais: possuem alto poder umectante para condições de lubrificação em presença de água. 14. Bactericidas: previnem a queda de emulsão e o aparecimento de odores desagradáveis devido ao desenvolvi- mento de bactérias. É usado como aditivo nos óleos emulsionáveis. 15. Agentes de extrema pressão (EP): aumentam a resistência da película lubrificante, bem como sua capacidade de suportar cargas elevadas. ARMAZENAGEM E MANUSEIO DE LUBRIFICANTES Armazenagem Lubrificantes de maneira geral, não são afetados por variações climáticas, exceto por temperaturas excessivamente baixas ou altas e água. Também devem ser estocados verti- calmente, sobre estrados ou ripas de madeira, de forma a não tem contato direto com o chão. Exposição de tambores ao sol direto pode ocasionar tem- peraturas de aproximadamente 90°C nas paredes dos mes- mos e, nestes casos, devem ser estocadas em área coberta. Não há necessidade de paredes laterais, apenas um teto apoiado sobre a estruturas adequada, de forma a proteger os 18 SENAI-PR .................................................. ........................................ ........................................ ........................................ ....................................... ....................................... ....................................... ....................................... ....................................... ........................................ ....................................... ...................................... ....................................... ....................................... ........................................ ........................................ ....................................... ....................................... ...................................... ....................................... ....................................... ........................................ ........................................ ....................................... ........................................ ....................................... ...................................... ........................................ ...................................... ....................................... ...................................... ........................................ ........................................ ....................................... ....................................... ........................................ ........................................ ......................................... ....................................... ....................................... ........................................ produtos da incidência direta dos raios solares. No caso de temperaturas abaixo de 0°C é conveniente proteger os produtos sensíveis ao congelamento. Pequenas embalagens (baldes, caixas com latas, etc.) são ainda mais sensíveis à intempéries, devendo ser armaze- nadas em áreas cobertas com plástico grosso ou lona impermeável. O ideal seria armazenar todos os lubrificantes em áreas cobertas, se isto for impossível os seguintes produtos nunca deverão ser guardados em áreas descobertas: � Óleos isolantes � Óleos para refrigeração � Óleos brancos � Graxas Manuseio e rejeito de embalagens Embalagens usadas não podem ser pressurizadas para se expelir o seu conteúdo residual, devido ao risco de explo- são. Qualquer embalagem que tenha contido anteriormente derivados do petróleo deve ser eliminada de forma segura, de preferência vendida à recondicionadores locais. Caso o con- sumidor deseja reaproveitar essas embalagens, deverá lavá- las após então poderá usá-las para recolher lixo, guardar pe- ças, estopas, panos de limpeza, etc. os rótulos das embala- gens devem ser mantidos legíveis, afim de servirem como guia de segurança. É muito perigoso proceder a modificações nes- sas embalagens usando maçaricos de oxi-acetileno, marte- los, talhadeiras, etc. devido ao risco de explosão. Lubrificantes usados Lubrificantes usados podem conter as mais diversas impurezas, que não estavam presentes no lubrificante novo, e as quais representam sérios riscos à saúde. Não é possível especificar a presença ou ausência de impurezas nocivas no lubrificante usado; elas dependem essencialmente de todo o período de uso do lubrificante e, por precaução, o contato de 19 SENAI-PR .......................................................................................... ........................................ ........................................ ....................................... ....................................... ....................................... ....................................... ....................................... ........................................ ....................................... ...................................... ....................................... ....................................... ........................................ ........................................ ....................................... ....................................... ...................................... ....................................... ....................................... ........................................ ........................................ ....................................... ........................................ ....................................... ...................................... ........................................ ...................................... ....................................... ...................................... ........................................ ........................................ ....................................... ....................................... ........................................ ........................................ ......................................... ....................................... ....................................... ........................................ lubrificantes usados com a pele deve ser evitado. Deve ser evitado a contaminação do solo e redes de água com lubrifi- cantes usados. O rejeito deve ser feito através de venda a recondicionadores devidamente cadastrados no CNP e no orgão controlador do Meio Ambiente Local, quando for o caso. Deverá ter um ambiente adequado ou um tanque coberto para a coleta dos lubrificantes usados. Nos casos onde o derrame é inevitável, deverá haver um coletor ou unidade de tratamento de efluentes para evitar a contaminação do mar, rios, canais, redes de água potável ou escoamento de águas pluviais, esgotos, etc. 20 SENAI-PR 1) O que você entende por lubrificação? .................................................................................................................................... ..................................................................................................................................... .................................................................................................................................... 2) Classifique os lubrificantes de acordo com a sua origem. ..................................................................................................................................... ..................................................................................................................................... ....................................................................................................................................... 3) Quais os tipos de lubrificação? ..................................................................................................................................... .................................................................................................................................... ......................................................................................................................................... 4) O que é viscosidade? .................................................................................................................................... .................................................................................................................................... 5) De que maneira classificamos os óleos? ....................................................................................................................................... .................................................................................................................................... 6) Dê um conceito de graxa. .................................................................................................................................... .................................................................................................................................... 7) O que é ponto de gota? ..................................................................................................................................... ...................................................................................................................................... 21 SENAI-PR 8) De que maneira classificamos as graxas? ......................................................................................................................................... .......................................................................................................................................... 9) Como podemos ter uma lubrificação eficiente em mancais de deslizamento? ......................................................................................................................................... ............................................................................................................................................. 10) Descreva três itens importantes na elaboração das fichas de lubrificação de má quinas. ........................................................................................................................................... ......................................................................................................................................... 11) O que são aditivos? Dê três exemplos. .......................................................................................................................................... .......................................................................................................................................... 12) Como devemos armazenar os lubrificantes? ........................................................................................................................................... ........................................................................................................................................... 13) O que devemos fazer com lubrificantes usados? ............................................................................................................................................ ......................................................................................................................................... 22 SENAI-PR DICIONÁRIO DE CONCEITOS DE LUBRIFICAÇÃO CONCEITO EXPLICAÇÃO Aditivos Matérias que são adicionadas em pequenas quantidades aos lubrificantes, para melhorar a capacidade destes. Aglutinante O componente não volátil de tintas e vernizes, que na formação de filme liga as matérias sólidas entre si, e ainda proporciona a aderência ao material portante. Atrito Resistência contra o deslizamento de duas superfícies entre si. Bissulfeto de molibdênio (MoS2) Um lubrificante sólido. Carga de solda (soldagem) Indicação de capacidade de sustentar pressão de um lubrificante, em Newton (N). A carga sob a qual de movimentação de corpos de ensaio um contra o outro, o filme lubrificante quebra, soldando ambos os corpos de ensaio. A carga, que se situa antes da carga de solda, se chama carga de validade. Carga de validade (real) Indicação sobre a resistência à pressão de um lubrificante. Aquela carga máxima, onde ainda não ocorreuma quebra do filme lubrificante, e com isto nenhuma soldagem do corpo de ensaio (indicação em Newton). Coeficiente de atrito Relação da força de atrito entre duas superfícies para a força que atua verticalmente sobre as superfícies. Colóide Pequenas partículas (10-5 até 10-7 cm) em um líquido, que se comporta como uma solução (sem precipitação). Compound Óleo de silicone engrossado com bióxido de silício com consistência de graxa. Consistência Dureza de uma graxa lubrificante, também: plasticidade, ductilidade, elasticidade, qualidade de uma graxa de contrapor uma resistência interna à uma força deformante. Densidade A densidade é a relação da massa em gramas de uma matéria para com o seu volume em cm³ Densidade = massa/volume = (g)/cm³ (Se um óleo tem a densidade = 0,900 g/cm³, isto significa que 1000 cm³ (1 litro) deste óleo pesam 900g). Desgaste Desgaste mecânico no deslizamento de duas superfícies uma contra a outra. Efeito sinergético Efeito simultâneo de dois ou mais componentes, onde as características individuais não só se adicionam, mas multiplicam. Emcor Exame quanto à proteção contra corrosão de graxas lubrificantes em rolamentos na presença de água: oito rolamentos de esferas enchidos com graxa operam em água durante cerca de 7, respectivamente 21 dias. Avaliação dos anéis quanto a corrosão de 0-5 (0 = sem corrosão; 5 = corrosão muito forte). Ensaio de borrifação de sal (Salt-Spray) Indicação da corrosão de chapas de aço sob influência de névoa de sal. Chapas de aço são cobertas com lubrificantes e expostos numa câmara fechada a uma névoa de sal. É medido o número de horas até a ocorrência de um determinado grau de corrosão. 23 SENAI-PR Ferrugem de ajustagem Ferrugem que ocorre em ajustagens, ou melhor: desgaste de atrito, que ocorre em ajustagens e assentos devido a oscilações com amplitude muito reduzida e alta freqüência. Geralmente, partículas muito pequenas de desgaste de ferro se transformam com oxigênio em ferrugem, o que finalmente causa um engripamento da ajustagens. Outro fenômeno desvantajoso de ferrugem de ajustagem é uma rápida fadiga material do aço, que facilmente poderá causar quebras (a ferrugem de ajustagem pode ser evitada com alta efetividade por meio da separação dos dois parceiros metálicos, por exemplo por meio de lubrificantes sólidos). Graxa Lubrificante plástico: óleo engrossado por exemplo com sabão. Sistema de duas fases: meio de engrossamento com meio líquido capaz de lubrificar. Graxa de sabão complexo Graxa lubrificante engrossada com uma combinação de um sabão com um ácido orgânico de longa corrente e um sal de ácido orgânico de curta corrente. Lítio Metal alcalino, cujo hidróxido, conjuntamente com ácidos orgânicos, é usado para a fabricação de sabões de lítio, como engrossador, para graxas lubrificantes. Lubrificante Matéria que reduz o atrito entre duas superfícies deslizantes uma contra a outra. Materiais lubrificantes sólidos Matérias sólidas que são colocadas entre superfícies deslizantes uma contra a outra, para reduzir atrito e desgaste e evitar gripamento. Medições de viscosidade Viscosidades podem ser medidas em vários aparelhos de medição (viscosímetros). Indicação da unidade: grau Engler (°E) ou Centistokes (cSt), (mm²/segundo). Decisivo para a medição da viscosidade é a indicação da temperatura de medição, porque a viscosidade depende muito da temperatura (óleos frios são tenazes no fluir, óleos quentes se tornam mais líquidos). Meio de engrossamento Em geral são sabões de metal (engrossados com sabão), mas também meios de inchar anorgânicos, ou orgânicos (não engrossados com sabão, como por exemplo gel silícico, bentone, poliureias, PTFE, etc.). Momento de soltura O efeito de alavanca atuante transformado em movimento giratório, para soltar uma união de rosqueamento (parafuso). Momento de torque A força de alavanca atuante transformada em movimento giratório, para fixar uma união de parafusamento. Newton Indicação para uma força (carga), 10 Newton = 1 kg. Óleos sintéticos Ao contrário de óleos minerais, são óleos sinteticamente produzidos. Óleos de síntese geralmente têm bom comportamento de temperatura-viscosidade, reduzida tendência de coqueificação, baixo ponto de solidificação, alta resistência ao calor e boa durabilidade química. Pastas Combinação de lubrificantes sólidos com óleo, para aplicação de finos filmes lubrificantes. Penetração Uma medida que caracteriza a moleza ou dureza de uma graxa. Mede-se a profundidade de penetração de um cone de chapa normado em uma amostra de graxa (mais alta a penetração, mais mole é a graxa). 24 SENAI-PR Penetração em repouso Consistência de uma graxa ou uma pasta no estado de repouso, ou seja: no estado em que foi fornecida. Penetração trabalhada Sob exigência mecânica, graxas lubrificantes freqüentemente alteram a sua consistência. Por isto, a indicação da penetração de apisoamento é mais racional. A penetração do apisoamento é a consistência de uma graxa lubrificante no estado bem mexido, pronta para o uso. Peso específico Peso de um mililitro de uma substância em gramas. Ponto de auto-ignição É a temperatura, na qual ocorre auto-ignição de um óleo, ou seja: sem a presença de uma chama. Ponto de gota A temperatura, na qual uma graxa se torna tão líquida, que uma gota de graxa cai da abertura do aparelho de ensaio. O ponto de gotejamento é uma indicação de temperatura, na qual uma graxa flui para fora do mancal ou do rolamento. Ponto de inflamação O ponto de inflamação é a temperatura mais baixa, na qual com o aquecimento acima da superfície do óleo sob exame, se formam tantos vapores combustíveis, que estas se inflamam brevemente na aproximação de uma chama. Ponto de queimação O ponto de queimação é a temperatura, na qual o óleo a ser examinado contínua queimando após a inflamação (ele se situa cerca de 40-50°C acima do ponto de inflamação). Ponto de solidificação O ponto de solidificação de um óleo é a temperatura em graus Celsius, onde o óleo, devido a um contínuo esfriamento, acaba de perder a capacidade de fluir. A solidificação do óleo é causada pela precipitação de cristais de parafina. Ponto de turvação É a temperatura de um óleo, onde, durante o esfriamento, ocorre uma visível separação (turvamento) de parafina. O ponto de turvamento (turvação) ocorre antes de ser alcançado o ponto de solidificação. Pressão de escoamento É uma medida para a consistência de uma graxa lubrificante e o seu comportamento de fluxo em diversas temperaturas. Trata-se da pressão necessária para pressionar uma quantidade de graxa lubrificante para fora de um bico de ensaio sob condições especificadas. Quimicamente inerte Lubrificante, que não reage com determinadas outras substâncias. Resistência à água de uma graxa O comportamento de graxas lubrificantes em relação à água é de importância para a utilização para lubrificação de rolamentos. Necessita-se ou de uma graxa lubrificante que repele a água (constante na água) ou uma neutralizante da água (emulsionante). Resistência ao frio Indicações para a resistência ao frio são o ponto de turvamento e o ponto de solidificação. Resistência contra envelhecimento Resistência contra fenômenos de envelhecimento que podem ocorrer devido a influências como absorção de oxigênio, superaquecimento, presença de determinados metais como cobre, o chumbo; luz. Por meio de determinados aditivos (antioxidantes), a resistência contra envelhecimento poderá ser aumentada. Resistência contra oxidação Força de resistência de combinações de hidrocarbonetos contra uma composição com oxigênio. 25 SENAI-PR Sabão na graxa lubrificante Combinação de um ácido graxo com um hidróxido de metal. Pela escolha, do ácido graxo e do hidróxido de metal (cálcio, lítio, alumínio), a característica do sabão pode ser alterada na direção de resistênciaà água, resistência à temperatura. O sabão tem a função de uma esponja, que deve segurar o óleo. A proporção de sabão na graxa oscila entre 5% e 30%. Silicone Polímeros com boa resistência contra temperatura e oxidação, que também são usados como lubrificantes para temperaturas altas e baixas. Silicones de flúor Silicones que possuem átomos de Flúor na molécula. Solvente É um líquido que pode dissolver matérias e assim resulta em um produto homogêneo. Suspensão Uma distribuição uniforme e estável de matérias sólidas num líquido, onde as matérias sólidas não são dissolvidas pelo líquido. Tribologia A ciência e técnica das superfícies atuantes entre si em movimento relativo e dos problemas resultantes disto. Valor DN Indicação da velocidade do rolamento. Verniz deslizante Suspensões de lubrificantes sólidos finamente divididos em solventes e meios de ligação orgânicos, que após a aplicação resultam num filme totalmente seco de lubrificante sólido. Viscosidade de um óleo Sob viscosidade ou tenacidade de um líquido entende-se a resistência, que as moléculas de um líquido contrapõem a um deslocamento entre si. Esta resistência também é denominada atrito interno. Viscosidade dinâmica A medida para determinar, que resistência interna o óleo lubrificante contrapõe ao fluxo (por exemplo: fluxo através de tubulações, fluxo na fenda de lubrificação). 26 SENAI-PR .................................................. ........................................ ........................................ ........................................ ....................................... ....................................... ....................................... ....................................... ....................................... ........................................ ....................................... ...................................... ....................................... ....................................... ........................................ ........................................ ....................................... ....................................... ...................................... ....................................... ....................................... ........................................ ........................................ ....................................... ........................................ ....................................... ...................................... ........................................ ...................................... ....................................... ...................................... ........................................ ........................................ ....................................... ....................................... ........................................ ........................................ ......................................... ....................................... ....................................... ........................................ POLIAS Conceito Roda que gira em torno de um eixo e cujo o aro é proje- tado para receber um elemento flexível como correias, cabos, correntes, cordames, etc., afim de transmitir a transmissão de um movimento. Tipos de polias No caso de polias para correias o tipo será determinado pelo tipo de correia assentada na mesma. Elas podem ser planas, trapezoidais ou dentadas. Vários são os tipos de polias empregadas, assim como os materiais usados na confecção das mesmas. Destaca-se, no entanto, a forma da superfície externa da polia, ou seja, a área de contato com a correia. Esse detalhe depende da seção transversal da correia. Se for usada a correia plana, a polia será também plana, podendo ou não conter frisos laterais. Observe que a rigor. A superfície da polia não é total- mente plana, na maioria dos casos, apresenta, partindo-se da linha de simetria, uma dupla conicidade, a fim de manter a correia no seu lugar ou seja guiada. Quanto à largura, as poli- as devem ser, de modo geral, 10% mais larga do que as cor- reias. Normalmente quando se tem pequenas distâncias entre eixos, onde não podemos usar engrenagens, empregam-se correias em “V” cuja seção transversal é trapezoidal. Esse tipo de correia devido ao seu formato, permite altas rotações, pois a aderência se faz nas faces laterais. Neste caso, a polia deve possuir, em sua face externa, ranhuras onde deverão ser alojadas as correias (que podem ser em número supe- rior a 1). TRANSMISSÕES 27 SENAI-PR .................................................. ........................................ ........................................ ........................................ ....................................... ....................................... ....................................... ....................................... ....................................... ........................................ ....................................... ...................................... ....................................... ....................................... ........................................ ........................................ ....................................... ....................................... ...................................... ....................................... ....................................... ........................................ ........................................ ....................................... ........................................ ....................................... ...................................... ........................................ ...................................... ....................................... ...................................... ........................................ ........................................ ....................................... ....................................... ........................................ ........................................ ......................................... ....................................... ....................................... ........................................ Deve-se fazer com que as ranhuras tenham profundida- de superior à altura (espessura) da correia, evitando contato com o fundo da polia. As polias sincronizadoras possuem dentes de acordo com o perfil, passo e largura da correia que nela trabalhará. Material para polias Os materiais que se empregam na construção de polias são ferro fundido (o mais utilizado), aços, ligas leves, e mate- riais sintéticos. A superfície da polia não deve apresentar porosidade, pois do contrário, a correia irá se desgastar rapi- damente. 28 SENAI-PR Tipos de polias. 29 SENAI-PR .................................................. ........................................ ........................................ ........................................ ....................................... ....................................... ....................................... ....................................... ....................................... ........................................ ....................................... ...................................... ....................................... ....................................... ........................................ ........................................ ....................................... ....................................... ...................................... ....................................... ....................................... ................................................................................ ....................................... ........................................ ....................................... ...................................... ........................................ ...................................... ....................................... ...................................... ........................................ ........................................ ....................................... ....................................... ........................................ ........................................ ......................................... ....................................... ....................................... ........................................ Introdução Nas transmissões de movimento é, sem dúvida, o mé- todo de engrenagens o mais indicado. Entretanto poderão sur- gir casos em que o movimento de um eixo motor deva ser transmitido para outro eixo, montado em ponto distante do pri- meiro. Nesta situação adotamos polias, ao invés de engrena- gens, movidas por um elemento de ligação, ao qual denomi- namos correia ou cabo. Conceito Elemento de transmissão constituído por uma tira flexí- vel sem fim, serve para transmitir por intermédio de polias, um movimento de rotação de uma árvore para outra. As correias são trapezoidais, planas e sincronizadoras, podem ser lisas, corrugadas transversalmente ou estriadas longitudinalmente afim de aumentar sua aderência às polias, são geralmente fabricadas com elastômeros. Correia trapezoidal ou correia “V” A correia trapezoidal ou “V” é inteiriça, fabricada com seção transversal em forma de trapézio feita de borracha revestida de lona e é formada no seu interior por cordonéis vulcanizados para suportar as forças de tração. CORREIAS Correia trapezoidal ou correia em “V “ SECÇÃO DE TENSÃO COM MÚLTIPLAS CAMADAS CONTÍNUAS DE FIO CORD DUPLA COBERTURA DE LONA ENVIESADA RESISTENTE AO DESGASTE PELO ATRITO SECÇÃO DE COMPRESSÃO 30 SENAI-PR 31 SENAI-PR 32 SENAI-PR Há cinco tipos de correias “V” industriais numa grande variedade de comprimentos padronizados conforme tabelas de fornecedores. Abaixo temos as dimensões dos perfis pa- dronizados. As seções maiores são para as transmissões pesadas e, as menores para as transmissões leves. Se correias de pequena sessão fossem usadas em transmissões pesadas, uma excessiva quantidade de correias seriam necessárias, devido á sua baixa capacidade de transmissão em HP. Vantagens das transmissões com correias trapezoidais ou “V” 1) Desembaraço do espaço Com as correias “V” a distância entre os eixos pode ser tão curta quanto as polias o permitem. As polias loucas (esticadoras) são eliminadas. 2) Baixo custo de manutenção Uma fábrica acionada por correias “V”, não tem roubada a atenção de seus engenheiros pelas interrupções provocadas pelos rompimentos e escorregamentos das correias comuns. 3) Absorvem choques Absorvem choques produzidos por engrenagens, êm- bolos, freios, etc. 4) São silenciosas Podem ser aplicadas em hospitais, auditórios, escritóri- os e instalações similares porque não possuindo emendas nem grampos, trabalham suavemente. 33 SENAI-PR .................................................. ........................................ ........................................ ........................................ ....................................... ....................................... ....................................... ....................................... ....................................... ........................................ ....................................... ...................................... ....................................... ....................................... ........................................ ........................................ ....................................... ....................................... ...................................... ....................................... ....................................... ........................................ ........................................ ....................................... ........................................ ....................................... ...................................... ........................................ ...................................... ....................................... ...................................... ........................................ ........................................ ....................................... ....................................... ........................................ ........................................ ......................................... ....................................... ....................................... ........................................ 5) Não patinam Pela sua forma cônica, as correias “V” aderem perfeita- mente às paredes inclinadas das polias e asseguram veloci- dades constantes, dispensando o uso de pastas adesivas que sujam as máquinas e pisos. 6) Poupam mancais Funcionando com baixa tensão, não traz sobrecarga aos mancais. 7) Instalação fácil As correias “V” oferecem mais facilidade de instalação que as correias comuns, podendo trabalhar sobre as polias de aros planos. 8) Alta resistência à tração e flexão Por isso proporcionam longa durabilidade em trabalho ininterrupto. 9) Permitem grandes relações de transmissões Devido à ação de cunha das correias “V”, sobre as poli- as ranhuradas, uma transmissão podem funcionar com um pequeno arco de contato sobre a polia menor, permitindo alta relação de velocidades e, em conseqüência, motores de alta rotações e baixos preços. 10) Limpeza Não necessitando de lubrificantes, como acontece nas transmissões por engrenagens ou correntes, as correias “V” proporcionam, às instalações e máquinas, o máximo de lim- peza. 34 SENAI-PR .................................................. ........................................ ........................................ ........................................ ....................................... ....................................... ....................................... ....................................... ....................................... ........................................ ....................................... ...................................... ....................................... ....................................... ........................................ ........................................ ....................................... ....................................... ...................................... ....................................... ....................................... ........................................ ........................................ ....................................... ........................................ ....................................... ...................................... ........................................ ...................................... ....................................... ...................................... ........................................ ........................................ ....................................... ....................................... ........................................ ........................................ ......................................... ....................................... ....................................... ........................................A velocidade tangencial (v) é a mesma para as duas polias, e é calculada pela fórmula: V = π . D . n Como as duas velocidades são iguais, temos: V1 = V2 π . D1 . n1 = π . D2 . n2 D1 . n1 = D2 . n2 ou n1 = D2 = i n2 D1 Portanto: I = n1 = D2 Relação de transmissão Na transmissão por polias e correias, para que o funcio- namento seja perfeito, é necessário obedecer alguns limites em relação ao diâmetro das polias e o número de voltas pela unidade de tempo. Para estabelecer estes limites precisamos estudar as relações de transmissão. Costumamos representar pela letra “i” a relação de trans- missão. Ela é a relação entre o número de voltas das polias (n) numa unidade de tempo e os seus diâmetros. n2 D1 35 SENAI-PR .................................................. ........................................ ........................................ ........................................ ....................................... ....................................... ....................................... ....................................... ....................................... ........................................ ....................................... ...................................... ....................................... ....................................... ........................................ ........................................ ....................................... ....................................... ...................................... ....................................... ....................................... ........................................ ........................................ ....................................... ........................................ ....................................... ...................................... ........................................ ...................................... ....................................... ...................................... ........................................ ........................................ ....................................... ....................................... ........................................ ........................................ ......................................... ....................................... ....................................... ........................................ Onde: D1 = diâmetro da polia menor D2 = diâmetro da polia maior n1= número de rotações por minuto (RPM) da polia me- nor n2 = número de rotações por minuto (RPM) da polia maior Na transmissão da correia plana, a relação de transmis- são (i) não deve ser maior do que seis, e na transmissão por correia trapezoidal esse valor não deve ser maior do que dez. Montagem e manutenção de correias “V” As transmissões que utilizam correias em “V” adequa- damente calculadas, garantem uma elevada segurança de funcionamento e uma prolongada duração. Contudo na práti- ca é demonstrado que se produz rendimentos pouco satisfatórios. Na maioria das ocasiões é falha de montagem ou manutenção. As indicações a seguir são muito importan- tes para um bom funcionamento das correias e “V”. 1 – Antes da montagem das correias, alinhar eixos e polias. 2 – Os canais das polias devem ter um perfil adequado com as correias e estarem limpos. 3 – Quando as correias precisam trabalhar em jogos, necessariamente devem ter o mesmo código de comprimento. 4 – Para facilitar a montagem, diminui-se a distância entre os centros. As correias devem encaixar-se nos ca- nais das polias sem o uso de força e sem o uso de alavanca. O excessivo de atrito sobre os canais das polias danificam, com muito freqüencia, os cordonéis de tração. 36 SENAI-PR .................................................. ........................................ ........................................ ........................................ ....................................... ....................................... ....................................... ....................................... ....................................... ........................................ ....................................... ...................................... ....................................... ....................................... ........................................ ........................................ ....................................... ....................................... ...................................... ....................................... ....................................... ........................................ ........................................ ....................................... ........................................ ....................................... ...................................... ........................................ ...................................... ....................................... ...................................... ........................................ ........................................ ....................................... ....................................... ........................................ ........................................ ......................................... ....................................... ....................................... ........................................ 5 – Tensionar adequadamente as correias e, passados 30 minutos da máquina em funcionamento, compro- var se a tensão continua a mesma. Se necessário, retensioná-la. Com isso se consegue a dilatação apropriada da correia e um completo ajuste. Deve- se repetir o processo após 4 horas de funciona- mento. 6 – Os aquecimentos anormais, oscilações excessivas de correia e os ruídos são ocasionados na maioria das vezes por uma tensão insuficiente da correia. Por isso aconselha-se revisar periodicamente a trans- missão e rentensioná-la, se preciso. A tensão insufi- ciente conduz a deslizamentos e rendimentos ina- dequados. 7 – em casos de transmissões de várias correias jun- tas, quando uma correia está danificada é necessá- rio trocar a totalidade das correias (jogo completo). 8 – Evitar a colocação de polias tensores. Em caso de necessidade aconselha-se o uso de polias tensoras internas, cujo o diâmetro mínimo deve ser igual ao diâmetro da polia menor. 9 – utilize a correia na sua forma original, evitando o uso de pastas adesivas. 10 – As polias para correias em “V” resistem de 3 a 5 trocas de correias. Uma polia para correia em “V” está gasta quando as laterais internas dos canais das polias estiveram espelhadas; ou riscadas, ou com pequenas ondas, ou apresentarem pequenos furos, ou então quando apresentarem desníveis. Obs.: A transmissão de força de uma correia em “V” é feita através da aderência lateral da correia na polia. 37 SENAI-PR Correias sincronizadoras Conceito São correias de transmissão com dentes. Trabalham em polias dentadas que se encaixam perfeitamente nos dentes da correia. Do ponto de vista estrutural as correias sincronizadoras são construídas com os seguintes elementos: A) Elemento de tração Conjunto de cordonéis de fibra de vidro com alta resis- tência à tração, que constitui a alma da correia e suporta a carga. Suas principais características são: 1) Elevada resistência à carga de ruptura. 2) Alta resistência à fadiga por flexão. 3) Ótimo poder de adesão ao corpo da correia. B) Corpo da correia Elemento constituído por composto de excelente quali- dade e elasticidade, a base de borracha sintética (policloropreno) que envolve o elemento de tração e define
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