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1 CAPITULO 11 MANCAIS DE DESLIZAMENTO 11.1- Introdução Os mancais de deslizamento são muito encontrados em máquinas onde um eixo qualquer sofre forças e o mancal serve de aparo e de guia para este eixo. Os mancais se dividem em dois tipos principais: mancais de guia e mancais de fricção. Os mancais deslizantes (também chamados de mancais planos) são de dois tipos: (1) mancais de munhão ou mancais de luva, que são cilíndricos e suportam cargas radiais (aquelas perpendiculares ao eixo), e (2) mancais axiais ou de encosto, que geralmente são planos e, no caso de eixos rotativas, suportam cargas na direção do eixo geométrico do eixo. Figura 11.1. Representação dos mancais Mancais de encosto e radiais representados na figura 11.1 acima de uma arvore de manivela. O eixo de manivela tipo árvore é suportado por dois mancais principais e se 2 une à biela por meio do mancal da biela. Todos os três são mancais radiais (ou de buchas). Os flanges integrados nos mancais principais (em geral chamados simplesmente de mancais) atuam como mancais axiais, que restringem o movimento axial do eixo. A Figura 11.1 mostra um eixo de manivelas apoiado no bloco do motor por meio de dois mancais principais, cada qual consistindo de uma bucha cilíndrica e uma extremidade flangeada que trabalha como mancai axial. As regiões cilíndricas do eixo em contato com os mancais radiais são chamadas de munhão. As regiões planas posicionadas contra os mancais axiais são chamadas de superfícies de encosto. Os mancais em si poderiam ser integrados ao bloco do motor ou ao cárter, todavia em geral são elementos de cascas finas que podem ser facilmente substituídos e que dispõem de superfícies de um material específico para esta utilização, como babbit ou bronze. Quando a carga radial sobre um mancai possui uma única direção, como nos mancais axiais de um vagão de carga, que suporta o peso do vagão, a superfície de apoio do mancai constitui-se apenas de uma parte da região no entorno da periferia (usualmente de 60º a 180º), resultando, assim, em um mancal parcial. Neste capitulo apenas os mancais plenos mais comuns de 360º serão considerados. Quando as operações de montagem e desmontagem não exigem que um mancai seja fendido, a inserção do mancai pode ser feita como um pedaço de casca cilíndrica que é prensado no interior de um furo no bloco. Esta inserção de um mancai também é conhecida como embuchamento. Para um aumento da vida útil dos mancais de deslizamento é indispensável o uso de lubrificantes adequados para cada aplicação. Outro fator importante é a escolha do lubrificante e sua frequência de lubrificação. 11.2. Tipos de lubrificação A lubrificação geralmente é classificada de acordo com o grau com que o lubrificante separa as superfícies em deslizamento relativo. A Figura 11.2 ilustra três casos básicos. 1. Na lubrificação hidrodinâmica as superfícies são completamente separadas pelo filme lubrificante. A carga que tende a aproximar as superfícies é suportada totalmente pela pressão do fluido gerada pelo movimento relativo das superfícies (como na rotação dos munhões). Neste caso o desgaste da superfície é evitado e as perdas por atrito são devidas apenas ao contato com o filme lubrificante. As espessuras típicas desses filmes na região mais fina (representadas por hr) estão na faixa de 0,008 a 0,020 mm (0,0003 a 0,0008 in). Os valores típicos do coeficiente de atrito estão na faixa de 0,002 a 0,010. 2. Na lubrificação de filme misto os picos da superfície ficam em contato de forma intermitente e ocorre um apoio parcialmente hidrodinâmico. Em um projeto bem elaborado, o desgaste da superfície pode ser suavizado. Os coeficientes de atrito geralmente ficam na faixa de 0,004 a 0,10. 3. Na lubrificação de contorno a superfície de contato é contínua e extensiva, porém o lubrificante é continuamente “untado" nas superfícies e propicia um filme contínuo na superfície (que é renovado e absorvido), o qual reduz o atrito e o desgaste. Valores típicos de coeficientes de atrito estão na faixa de 0,05 a 0,20. 3 Figura 11.2 Três tipos básicos de lubrificação. As superfícies estão ampliadas O tipo mais desejável de lubrificação é obviamente o hidrodinâmico, e este tipo de lubrificação é tratado com mais detalhe sequência. O filme misto e a lubrificação de contorno são discutidos mais adiante, A separação completa das superfícies (conforme ilustrado na Figura 11.2a) também pode ser obtida pela lubrificação hidrostática. Um fluido altamente pressurizado, como ar, óleo ou água, é introduzido na área de carga do mancal. Como o fluido é pressurizado por meios externos, a completa separação das superfícies pode ser obtida havendo ou não movimento relativo entre as superfícies. A principal vantagem é o atrito extremamente baixo durante todo o tempo, incluindo as operações de partida e de baixa velocidade. As desvantagens são o custo, as eventuais complicações e as dimensões da fonte externa de pressurização do fluido. A lubrificação hidrostática é utilizada apenas em aplicações especializadas. Sabemos que quando duas superfícies sólidas deslizam em contato uma contra a outra, ocorre atrito e desgaste. Atrito - Resistência ao movimento durante o deslizamento. (Gera calor e perda de potência) Desgaste - Perda ou destruição das superfícies em contato. (Reduz a vida dos componentes e favorece o aparecimento de vibrações e ruídos) Lubrificação – É todo e qualquer procedimento que tenha o efeito de reduzir o atrito e o desgaste. Lubrificantes – Qualquer substância que quando introduzida entre as superfícies reduz o atrito e o desgaste. Podemos ter vários tipos de atrito entre estes tipos de atrito estudaremos os atritos de rolamento e de escorregamento conforme figura 11.3 abaixo: Figura 11.3. Tipos de atrito (a) atrito de rolamento (b)atrito de escorregamento (Hamrock) 4 Abaixo segue tabela de combinação de coeficientes de atrito para combinações de metais não lubrificados com ar Tabela 11.1. Coeficientes de atritos metais/ar Tipos de desgaste Abrasivo- Polimento e abrasão por partículas de desgaste ou contaminantes sólidos. Adesivo- Soldadura das rugosidades em regimes de lubrificação mista ou limite. Corrosivo- Reação química pelo ambiente envolvente. Pitting - Causado pela fadiga da superfície por contato de rolamento. Erosão - (Cavitação) Formação e rebentamento de bolhas nas superfícies devido a mudanças rápidas de pressão. Funções básicas da lubrificação Separar as Superfícies em Movimento Dissipar o Calor Gerado pelo Atrito Controle do Desgaste Corrosivo 5 11.2.1. Lubrificação hidrodinâmica No início, o eixo está em contato com a bucha, o que provoca desgaste. • O aumento do número de rotações origina uma “cunha lubrificante”, que provoca uma pressão na película lubrificante e produz uma película protetora entre a mancal e o moente. • A Lubrificação Hidrodinâmica ocorre quando o casquilho e o moente são separados por uma película lubrificante relativamente espessa impedindo o contato intermetálico. • Este mecanismo só se desenvolve a partir de velocidades elevadas. • Este tipo de lubrificação não depende de uma alimentação sob pressão, visto esta ser autogerada, mas requer uma alimentação em quantidade suficiente sempre que seja necessário. Figura 11.4. Lubrificação hidrodinâmica Figura 11 .5a mostra um mancal de munhão carregado em repouso. O espaço da folga no mancal é preenchido com óleo, porém a carga que chamaremos de (W) comprime o filme de óleo na região inferior. Uma suave rotaçãodo eixo no sentido horário fará com que óleo se movimente para a direita, conforme mostrado na Figura 11.5b. Uma rotação suave e contínua do eixo faz com que este fique nessa posição à medida que tenta "escalar" a parede da superfície do mancai. O resultado é a lubrificação do contorno. Se a velocidade de rotação do eixo for aumentada progressivamente, uma maior quantidade de óleo será aderida à superfície do mancai de munhão, que tentará entrar na zona de contato até que uma pressão suficientemente alta seja atingida à frente da zona de contato, provocando a "flutuação" do eixo, conforme mostrado na Figura 11.5c. Quando isso ocorre, a alta pressão do fluxo de óleo convergente para a direita da posição de espessura mínima do filme (hr) move o eixo levemente para a esquerda do centro. Sob condições favoráveis, o equilíbrio é estabelecido com a separação completa das superfícies do eixo e do mancai. Esta condição caracteriza a lubrificação hidrodinâmica, Também conhecida como lubrificação por película espessa ou película completa. A excentricidade de equilíbrio do eixo no mancai é definida pela dimensão e, mostrada na Figura 11.5c. 6 Figura 11.5. Lubrificação de munhão. As folgas do mancal estão exageradas Viscosidade (µv). Quanto maior a viscosidade, menor a velocidade de rotação necessária para a flutuação do munhão a uma determinada carga. O aumento na viscosidade além da necessária para estabelecer uma lubrificação de filme pleno ou hidrodinâmica produz um maior atrito no mancal pelo aumento das forças cisalhantes necessárias para mover o filme de óleo. Velocidade de rotação (n) Quanto mais alta a velocidade de rotação, menor será a viscosidade necessária para fazer "flutuar'' um munhão sujeito a uma determinada carga. Uma vez atingida a condição de lubrificação hidrodinâmica, um aumento na rotação produzirá mais atrito no mancal devido ao aumento da taxa com a qual o trabalho é realizado na distribuição do filme de óleo. A carga unitária do mancal (P), que é definida como a carga W dividida pela área projetada do mancal (determinada pelo produto do diâmetro D pelo comprimento do mancal l ou b). Quanto menor a carga unitária do mancal, menor a rotação e a viscosidade necessárias para fazer "flutuar" o munhão. Uma redução adicional na carga do mancal não produz uma redução correspondente na força de arrasto por atrito no mancal. Assim, o coeficiente de atrito do mancal, que é a relação entre a força de arrasto por atrito e a carga radial W, aumenta. 11.2.2. Lubrificação hidrostática Este tipo de lubrificação exige que o lubrificante (que por vezes pode ser ar ou água) seja introduzido entre o casquilho e o moente com uma pressão elevada capaz de garantir a formação de uma película de lubrificante que evite o contato entre as duas superfícies. Neste tipo de lubrificação não é importante a velocidade de deslizamento entre as peças, podendo mesmo ser muito pequena ou nula. 7 11.2.3. Lubrificação Elasto-hidrodinâmica A Lubrificação Elasto-hidrodinâmica ocorre quando o lubrificante é introduzido entre as duas superfícies que estão em contato por rolamento. (Ex. mancais de rolamentos). • Este tipo de lubrificação ocorre quando o eixo e o mancal são mantidos permanentemente afastados por uma película de óleo lubrificante. • Este tipo de lubrificação é necessário para órgãos de máquinas sujeitos a cargas. (Ex. engrenagens sob carga) 11.2.4.Lubrificação de película fina, mista e limite Como já vimo na figura 12.2 anterior podemos considerar ainda que: Figura 11.6- Três tipos básicos de lubrificação (a) Lubrificação de Película Fina ou Hidrodinâmica - A espessura do filme lubrificante é maior que as rugosidades da superfície. (b) Lubrificação Mista – Existe algum contato entre as superfícies. A espessura da película do filme lubrificante é idêntica às rugosidades da superfície. (c) Lubrificação Limite – A espessura do filme lubrificante é menor que as rugosidades da superfície. 11.3 Lubrificante 11.3.1. Seleção do lubrificante As características mais importantes na seleção do lubrificante são: Parâmetros das Superfícies a Lubrificar: • Carga que o contato pode suportar; • Débito de fluido necessário ao funcionamento do mecanismo; • Força de atrito; • Energia dissipada pelo mecanismo; • Temperatura máxima de contato. Parâmetros do Lubrificante: Viscosidade do Lubrificante; Carga (pressão); Velocidade relativa de escorregamento entre as superfícies; Temperatura 8 11.3.2. Características físicas do lubrificante • Viscosidade – Cinemática – Absoluta • Índice de viscosidade • Ponto de inflamação • Ponto de combustão • Ponto de escorrimento • Volatilidade • Cor Viscosidade A viscosidade de um fluído mede a resistência do fluido ao escoamento. Viscosidade Elevada (espesso) maior capacidade de suportar cargas. (Menor temperatura) Viscosidade Baixa (fino) menos perdas de carga. (Maior temperatura) A viscosidade varia com: Temperatura – temperatura elevada, baixa viscosidade. Pressão – elevada pressão, elevada viscosidade. Viscosidade cinemática O tempo que leva um dado volume de óleo a escoar pela força de gravidade através de um tubo capilar, a determinada temperatura. • Esta medida da viscosidade é também, função do peso específico do lubrificante (um lubrificante “mais pesado” levará menos tempo a escoar). • A viscosidade cinemática é então dada pelo quociente entre a viscosidade absoluta (μ) e a densidade do líquido (ρ). Figura 11.7. Viscosímetro 9 A película lubrificante é constituída pelo empilhamento de várias camadas. Sob a ação da força F, na superfície móvel, as camadas deslocam-se entre si. A velocidade de cada camada (u) depende da sua distância à superfície estacionária (h). O gradiente de velocidade das camadas depende da tensão de corte aplicada por F ao lubrificante e da maior ou menor resistência que este oferece aquela tensão. Esta relação á dada pela Lei de Newton do escoamento viscoso. A viscosidade absoluta, μ, é portanto uma medida do “atrito interno” do lubrificante. Figura 11.8 representação viscosidade dinâmica Viscosidade dinâmica de vários fluídos Figura 11.9.Viscosidade dinâmica de alguns fluídos para intervalo alargado de temperaturas 10 Índice de viscosidade Figura. 11.10 – Efeito na Viscosidade Dinâmica dos óleos lubrificantes SAE à pressão atmosférica pela mudança de temperatura. [Figura8.13. Hamrock] É a capacidade que o óleo tem para resistir às mudanças de viscosidade, devido a alterações de temperatura. O índice de viscosidade mede a variação da viscosidade com a temperatura, representa-se normalmente por IV. a) Alto IV – óleo com baixa variação de viscosidade com a temperatura (desejável) b) Baixo IV – óleo com alta variação de viscosidade com a temperatura (indesejável) Temperaturas características de lubrificantes Ponto de Inflamação Temperatura mínima à qual o óleo liberta à sua superfície uma concentração suficiente de vapores para se inflamarem fugazmente quando se aproxima uma chama livre. Ponto de Combustão 11 Temperatura mínima à qual os vapores libertados pelo óleo são suficientes para manterem uma combustão permanente. Ponto de Escorrimento ou Congelação Temperatura mais baixa a que o óleo escorre Volatilidade A medida da tendência de um óleo de motor evaporar a temperaturas de operação do motor. O ensaio Noack mede a proporção de óleo perdido por evaporação quando uma película fina de óleo é colocada num aparelho a determinada temperatura durante um determinado tempo. Cor A mudança de cor, indica eventualmente, um nível de deterioração do óleo, dependendo da aplicação e da natureza domesmo. Composição do lubrificante Tabela 11.2. Composição do lubrificante Óleos de base minerais PARAFINICOS • Densidade mais baixa • Bom índice de viscosidade • Ponto de congelação mais alto • Fraco poder solvente • Boa estabilidade NAFTÉNICOS • Densidade mais alta • Baixo índice de viscosidade • Ponto de congelação baixo • Grande poder solvente 12 • Estabilidade mediana 90% dos lubrificantes na Industria que usam óleos de base minerais são Parafinicos. Óleos de base sintética Tabela 11.3. Comparação dos óleos de base mineral com óleos de base sintética Vantagens dos óleos de base sintética Elevado índice de viscosidade; grande resistência da película de óleo em todas as temperaturas; Excepcional resistência à oxidação; Ótimas propriedades de fluidez a baixa temperatura; Grande poder de detergência e dispersância; Elevada estabilidade química e térmica; Economia de energia significativa. Porque os aditivos em óleos? O óleo de base, só por si, em grande parte das aplicações, é incapaz de satisfazer as exigências dos equipamentos atuais. Os aditivos adicionam as “novas” qualidades necessárias, para aplicações especificas. (Ex. “limpeza”) Melhoram as qualidades existentes do óleo. Tipos de aditivos: Modificadores – Modificam as características físicas dos óleos base para torna-lo mais eficaz. - Melhoradores do índice de viscosidade - Abaixador do ponto de fusão 13 - Controladores de dilatação de vedantes Protetores do Óleo - Prolongam a vida útil do óleo. - Antioxidantes - Desativadores de metais - Agentes anti-espuma Protetores da Superfície – Protegem as superfícies metálicas contra a corrosão, atrito e desgaste. - Anti-desgaste a extrema pressão - Inibidores de corrosão - Detergentes - Dispersantes - Modificadores de atrito Classificações Viscosidade • SAE – Society of Automotive Engineers • Óleos de motor • Óleos para transmissões • ISO – International Organization for Standardization • Lubrificantes industriais • AGMA – American Gear Manufactures Association • Lubrificantes para engrenagens industriais. Qualidade • API – American Petroleum Institute • ACEA – Association des Constructeurs Européens d’Automobiles • CCMC – Comité des Constructeurs d’Automobile du Marché Commun Tabela 11.4. tipos de aditivos e sua utilização 14 SAE- Lubrificantes para motores Tabela11.5. Classificação SAE para lubrificantes de motores SAE graus 0W a 25W (W-winter) – óleos para assegurar um nível de viscosidade máxima que garante um arranque fácil a baixas temperaturas. SAE graus 20 a 50 – óleos com um valor mínimo da viscosidade a 100ºC para garantir a lubrificação eficaz a 100ºC. Estes óleos não são recomendados para serem usados a baixas temperaturas. Óleos monograduados – pouco usados atualmente. Têm baixo IV. ex: SAE 30, SAE 20. Óleos multigraduados – Têm alto IV. ex: SAE 15W-40 (A baixas temperaturas comporta-se como um SAE15W e a altas temperaturas com um SAE 40). SAE 0W-40 (óleo com um valor muito alto de IV, ideal para motores que tenham arranques a baixa temperatura e que sejam fortemente solicitados). ISO- Lubrificantes Industriais Tabela 11.6.Lubrificantes industriais 15 Massas lubrificantes (graxas) - Características Tipo de Espessante Sabão de Cálcio – Suporta cargas médias, resistente á lavagem, usadas até 60ºC. Sabão de Sódio – Lubrificação de rolamentos, solúvel em água, usadas até 120ºC. Sabão de Lítio – Suporta cargas elevadas, resistente á lavagem, usadas até 120ºC. Argílas orgânicas - Usadas até 180ºC. Políureias - Usadas até 180ºC. • Ponto de Gota – Temperatura à qual a massa passa do estado semi-sólido para líquido. • Consistência – Medida da dureza da massa. É classificada por NLGI* de Nº 000, Nº 00, Nº 0 e Nº 1 (Massa muito fluida. Aplicação em engr. lentas) ; Nº 2 (Massas mais utilizadas), Nº3, Nº4, Nº5e Nº6 (Massas duras. Aplicação em chumaceiras de grandes dimensões, com problemas de vedação e vibração em velocidades elevadas Composta por: • 4 a 20% de espessante • 75 a 96% de óleo base • 0 a 5% de aditivos Óleo-Hidráulica A transmissão de potência pode ser efetuada por vários processos. O processo mais utilizado é a transmissão mecânica (correias, correntes, engrenagens). Quando as distâncias são relativamente curtas (<100m), e existem problemas de força, mudança de direção, espaço, peso e de versatilidade, o meio mais prático de transmissão de potência é a utilização de um fluido sob pressão. Se o fluido utilizado for um óleo, então estamos no campo da óleo hidráulica. A “óleo-hidráulica” é a ciência/tecnologia da transmissão de potência hidráulica, usando em regra, um óleo pressurizado e devidamente controlado, contido num sistema fechado, como veículo dessa transmissão de potência. Vantagens da óleo-hidráulica Facilidade e precisão de controle. Pelo uso de simples manípulos e alavancas, o operador pode facilmente “arrancar”, “parar”, “acelerar/desacelerar” e “posicionar” forças disponíveis para a produção de qualquer nível de potência, com tolerâncias inferiores ao centésimo de milímetro. Multiplicação de Força. Sem complicações com engrenagens, roldanas e alavancas, a multiplicação de força pode ser feita num sistema hidráulico, simples e eficiente, desde alguns gramas até várias centenas de toneladas. Simplicidade, Segurança e Economia. Os sistemas hidráulicos usam menos peças móveis que os mecânicos ou elétricos, sendo por isso não só de operação e manutenção mais simples, mas também e por consequência, mais seguros, fiáveis, compactos e econômicos. • Reversão de movimentos, imediatos. • Proteção automática contra sobrecargas. • Controle de velocidade, infinito. 16 • Mais elevada taxa potência/peso Desvantagens da óleo-hidráulica • “Sujabilidade” dos óleos. • Fugas internas que afetam os rendimentos e as propriedades cinemáticas dos sistemas. • Perdas de cargas nas tubagens e acessórios. • Problemas ambientais e danificação de materiais. Por engordoramento quando há rebentamento de linhas hidráulicas, defeitos de estanqueidade ou vapores de óleos. • Ruído. Devido a fenómenos de vibração hidrodinâmica e mecânica nas máquinas rotativas. Este inconveniente é um sério obstáculo à utilização da óleo hidráulica nas altas pressões. • Exigência de alta qualidade mecânica dos órgãos hidráulicos. Tolerâncias, acabamentos superficiais e materiais de alta qualidade resultando em custos elevados só compensáveis por uma produção em quantidade. Fluidos hidráulicos Definição: Líquido utilizado nos sistemas hidráulicos como veículo da correspondente transmissão de potência, através da sua pressurização. Tipos de óleos: • Óleo mineral • Emulsão de água em óleo (40% de água) • Emulsão de óleo em água (5~20% de óleo) • Glicol e água • Ésteres fosfatados (óleos sintéticos) Funções do fluído hidráulico: • Transmissão de potência • Lubrificação (das peças móveis dos componentes) • Vedação de folgas (pequeníssimas, entre peças móveis) • Dissipação de calor Propriedades que os óleos devem ter: • Grande módulo de elasticidade volumétrico • Lubricidade • Viscosidade ideal • Capacidade de transmissão de calor • Estabilidade química • Compatibilidade com materiais do sistema (p.ex. vedantes) • Resistência ao fogo • Baixa densidade • Resistência à formação de espuma • Baixa volatilização • Não-toxicidade 17 • Baixo custo • AbundânciaÓleos Minerais Hidráulicos Propriedades: • 85% das aplicações industriais • Baixo custo • Capacidade de Lubrificação • Possibilidade de diferentes viscosidades • Ampla gama de temperaturas de serviço • Aditivação (compatibilidade) • Risco de incêndio. Tipos de óleos hidráulicos minerais (Segundo a classificação ISO 6743-4. Para motores automóveis são mais frequentes outras classificações. Ex: API, ACEA,... Os maiores fabricantes têm as suas classificações específicas. Ex: VW, MAN, VOLVO) HH: Refinados, não inibidos de corroerem e oxidarem-se. Sistemas pouco exigentes com fugas abundantes. Tmax.=40ºC. Hoje em dia são raramente utilizados. HL: Com aditivos inibidores de corrosão e oxidação. Sistemas sem preocupação anti- desgaste. Pressão de trabalho<100bar. São recomendados para sistemas hidráulicos simples para uso interior. HM: Com aditivos anti-corrosão, anti-oxidação e anti-desgaste. Temperaturas muito elevadas. Sem tendência para bloqueamento dos filtros. Pressão de trabalho>100bar. Índice de viscosidade ≅ 90. Amplamente usados. HV: Com aditivos anti-corrosão, anti-oxidação e anti-desgaste. Sistemas hidráulicos utilizados com gradientes elevados de temperatura. Pressão de trabalho>100bar. Alto índice de viscosidade (>140 mm2/s). Utilizado em máquinas de arranque a frio, máq. Ferramentas muito sensíveis/movimentos precisos, condutas longas e expostas. Fluidos resistentes ao fogo (RF) 1950’ s: vários acidentes devido à inflamabilidade dos óleos minerais. Ardem violentamente em contato com superfícies quentes. • Resistem ao fogo (combustão), previnem quanto à propagação da chama. • Essenciais em: – Instalações de Soldagem – Máquinas de fundições, plásticos e vidro – Instalações motrizes – Aviões e navios. De base aquosa: 18 – HF-A: Emulsões de óleo em água (5~20% óleo) – HF-B: Emulsões de água em óleo (60% óleo) – HF-C: Emulsões água-glicol (35~50% água) De base não aquosa: – HF-D: Ésteres de fosfatos. 11.4 – Tipos de mancais deslizantes a) Mancais de guia - Muito encontrados em máquinas ferramentas, onde a mesa desliza sobre suas guias. Não suportam muita carga, o movimento relativo entre eles é de translação. b) Mancais de fricção - Quando uma das superfícies móveis é um eixo e o deslizamento é executado considerando-se o movimento relativo de rotação entre o eixo e o mancal Existem três tipos específicos: - Planos - Escora - Guia Figura 11.11- Mancal de deslizamento b.1) Mancais planos - comumente chamados de radiais. São os que suportam carga perpendicular ao eixo de rotação. b.2) Mancais de escora - também conhecido como de encosto. São projetados para trabalharem sob ação de cargas axiais. b.3) Mancais guias - servem praticamente para evitar o deslizamento do eixo. 11.5- Materiais utilizados 19 Geralmente a base do mancal é de ferro fundido ou podendo também ser de aço, dependendo muito de fatores técnicos envolvidos no projeto do mancal. Para a confecção da bucha utilizam-se diversos materiais, dos quais destacam-se Ordem de emprego os seguintes materiais: Metal patente: são ligas fundamentalmente a base de Estanho (89%), Antimônio (8%), Cobre (3%). Este metal é muito utilizado. Ligas binárias de Cobre e Chumbo (20 à 40% de Chumbo): A boa resistência a Fadiga indica o seu uso em mancais que trabalham em condições severas. Bronzes: Três são os principais tipos de bronzes: - Bronze a base de Estanho; - Bronze a base de Chumbo; - Bronze de alta resistência. Todos os tipos especificados acima são utilizados em mancais de bombas de água, motores marítimos, trens de laminação, mancais de vagões ferroviários. Alumínio: Suas ligas resistem bem a corrosão produzida pela acidez do lubrificante. São muito usados em mancais de motores de explosão, alguns compressores, equipamentos aeronáuticos. Prata: Mancais com prata são muito usados em aeronaves e motores diesel. São camadas (0.001 à 0.005 in) de prata depositada internamente em mancais de aço. Ferro fundido: São raramente usados. Grafite: é misturado com cobre, bronze, e plásticos, obtendo assim, uma maior diminuição do coeficiente de fricção. Plásticos: Muito utilizados em máquinas de indústrias têxteis, alimentícias, com produtos corrosivos, oxigênio líquido. 11.6- Vantagens e desvantagens A velha pergunta, se são melhores os mancais de rolamento ou os de escorregamento, pode-se hoje em dia com a afirmação de que cada um dos dois tipos tem suas qualidades particulares, e que nenhum deles satisfaz a todas as exigências. Há casos em que apenas mancais de escorregamento podem ser usados, outros em que somente rolamentos constituem uma boa solução e, finalmente, aqueles em que os dois tipos oferecem solução satisfatória. A decisão depende das propriedades de maior importância para cada aplicação. Vantagens: - amortece as vibrações, os choques e ruídos; - construção simples; - mancais de grandes diâmetros são mais baratos; - suportam altas pressões. Desvantagens: - atrito maior de partida; 20 - consumo maior de lubrificante; - exige maiores cuidados com a circulação do lubrificante e manutenção; - maior estático e dinâmico (torque). APLICAÇÃO - Motores de automóveis e aviões - Motores a gás e a óleo - Motores marítimos - Máquinas a vapor estacionárias - Bombas e compressores alternativos - Turbinas a vapor - Motores e bombas rotativas 11.7-Lubrificação e atrito Atrito no mancal O movimento das peças nos mancais é dificultado por uma resistência chamada atrito. Quando se trata de superfícies de rotação com corpos rolantes, chama-se atrito de Rolamento, enquanto para as peças deslizantes chama-se atrito de deslizamento. As superfícies de deslizamento sem camada intermediária de sustentação movem- se com atrito sólido. Neste movimento são arrancadas partículas salientes. Esse tipo de Atrito pode ser evitado com lubrificação, como que flutuando sobre a camada de Lubrificante. Esse processo de lubrificação chama-se lubrificação Flutuante. No atrito de flutuação quase não ocorre desgaste, porém, quando ocorrem arranques, paradas ou mudanças no sentido de movimentos intermitentes, o atrito passa a se caracterizar como ATRITO MISTO. No atrito misto, tem-se em parte atrito seco e, em parte atrito líquido, o que acarreta desgaste. Em mancais principais e de precisão, recomenda-se que se tenha sempre o atrito flutuante. Quando em rotação, o eixo desloca-se para uma posição lateral, na direção do sentido de rotação. Com esse desvio lateral do motor, deforma-se um espaço cuneiforme no lado oposto. O lubrificante deve afluir através de uma ranhura a essa folga em forma de cunha, para que nele se forme uma cunha de material lubrificante, originando-se assim forças de pressão que suportem o eixo. 11.7.1.Tipos de lubrificação mais usuais na pratica: a) Lubrificação sólida ou limitada: é aquela onde a película de óleo se rompe não resistindo às condições de trabalho. É como se não existisse lubrificante algum entre as superfícies; b) Lubrificação fluída: acontece quando as superfícies são separadas pela interposição de uma película lubrificante; 21 c) Lubrificação semifluida: ocorre quando a espessura da película inicia a fase perigosa de poder se romper, pois tende a se encaminhar para a zona onde as condições de lubrificação são limitadas. 11.8. Cálculo de resistência (pressão superficial) formula simplificada (figura 11.12 mancal radial) Onde: F - Força exercida no mancal; d - Diâmetro interno do mancal; l – Comprimento do mancalFigura 11.12 Mancal radial Mancal Axial (figura 11.13) Onde: F - Força exercida no mancal; D - Diâmetro do eixo; d - diâmetro do mancal. Figura 11.13. Mancal axial Figura 11.14- Configuração dos componentes de um mancal 22 11.9- Dimensionamento de um mancal de deslizamento O eixo desenvolve movimento giratório, apoiado no casquilho de formato circular, separado dele por uma película de lubrificante. Figura 11.15. Camada lubrificante em mancal de deslizamento Determinação do coeficiente de Somerfield (So) Calculo da espessura da camada do lubrificante no ponto mais estreito (ho) Associando-se a formula do coeficiente de Somerfield podemos escrever: 23 Onde ho mínimo, igual a rugosidade média das superfícies de contato, que pode variar de 2 até 10 µm, sendo na maioria dos casos menor que 5 µm. Em que: Coeficiente de atrito µ Em que: Espessura relativa da fenda (hr) Ao passar pelo orifício de entrada, o óleo é carregado até a zona de estreitamento do arraste em que a pressão atuante atinge o ponto máximo. Ao ultrapassar o ponto mais estreito (ho), a pressão do óleo volta a ser nula Figura 11.16. Representação da atuação da pressão do lubrificante 24 Espessura da película lubrificante (h) Posição do eixo em relação ao mancal em função da velocidade Figura 11.17- Configurações da posição do eixo Calculo da folga no mancal (φ) sendo 25 Tabela 11.7. Valores de frequência. 11.5- Calculo da pressão media admissível no mancal Para dimensionarmos um mancal de deslizamento primeiro devemos verificar o tipo de esforço que o mesmo está sujeito se é radial ou axial, devemos utilizar a pressão média admissível no mancal. Onde: Para os casos que não constarem na tabela a seguir, utilizar 0,5<b/d<1,0 26 Tabela 11.8. Valores recomendados de relações em mancais. Figura 11.18 Relação entre Somerfield e atrito Figura 11.19. Relação entre Somerfield e ho 27 11.6- Trabalho nas condições criticas O mancal de deslizamento é submetido a elevadas pressões hidrodinâmicas que podem causar trincas ou rupturas no mancal. Por essa razão a escolha do material com a melhor resistência é importante. O coeficiente de atrito dos materiais utilizados devem ser os mais baixos possíveis visando a facilitar o movimento de partida. O atrito de partida devido a compatibilidade dos materiais quando ainda a seco pode provocar riscos nas superfícies de contato, por meio de ligações de seus picos microscópicos, diminuindo a vida do mancal, recomenda-se a utilização de material não aderente. A incrustabilidade é a capacidade de absorver impurezas evitando risca mento e desgaste, os matérias metálicos tem bom incrustabilidade. O atrito gerado deve ser dissipado em forma de calor para o meio ambiente os materiais utilizados nos mancais devem ter uma boa condutibilidade térmica, e mantem também o lubrificante em temperatura mais baixa com melhorias em sua viscosidade. Deve ser utilizados matérias antioxidades na composição dos mancais para que eles tenham uma boa resistência a corrosão, como chumbo e estanho. Os materiais devem ter uma boa conformabilidade para eventualmente compensar até desalinhamentos ou erros geométricos ou originados por deformação elástica. Os materiais devem ser de boa usabilidade. Devem ter uma boa capacidade de retenção de lubrificante, para garantir a mínima lubrificação na partida 11.7- Materiais utilizados conforme recomendações de normas Metais a base de chumbo e estanho (DIN 1703) Bronze de chumbo fundido com bronze de chumbo estanho fundido (DIN 1716) Bronze de estanho com fosforo (DIN 1705) Em mancais utilizam-se ligas plásticas de Cu bronze de Sn DIN 17662 Bronze Vermelho (tambaque) com Cu e Sn sendo indicado com solicitação média e elevada. Ligas de alumínio: são indicadas na construção de motores e resistem a solicitações elevadas. Metal setorizado: composição bronze e ferro e chumbo com grafite mergulhados em óleo. Mancais em fundição gris, utilizados baixas velocidades e baixas pressões. Mancais de Nylon: empregados onde a lubrificação é problemática e o carregamento é reduzido. Teflon (PTFE) Pode ser utilizado isoladamente ou combinado com outros elementos, tias como: Cobre: para melhorar a condutividade térmica. 28 Fibra de vidro: para aumentara resistência mecânica. Dissulfeto de molibdênio; como lubrificante. São também utilizados recobrimentos de camada fina em se utilizam liga de Cu, Sn, Sn, Teflon, Babbit, Prata, etc., que são aplicadas em camadas nos aços e nos Fo Fo e bronze, visando aumentar a pressão admissível, resistência a fadiga e diminuindo o atrito. Este processo é aplicado para minimizar custos. Características dos materiais Tabela 11.9- Características dos materiais Em que temos as vazões dos óleos lubrificantes. Tabela 11.10. Vazões óleos lubrificantes recomendadas Características do bronze Tabela 11.11. Características do bronze 29 Relação comprimento e diâmetro do mancal b/d Tabela 11.12. Relação b/d Recomendações: 30 Coeficientes de atrito médio: Tabela 11.13. Coeficientes de atrito. Também o coeficiente de atrito pode ser obtido em função de hr e b/d no gráfico. Figura 11.20. Obtenção do coeficiente de atrito 31 Temperatura do filme lubrificante Sabemos que a potência de atrito Pat é transformada em calor. A dissipação do calor será feita por condução, por intermédio do mancal à carcaça e desta ao meio ambiente, e em alguns casos uma outra parte serra levada pela óleo lubrificante, sendo refrigerada por ar ou água antes de retornar ao mancal através de um radiador ou um traçador de calor ou até através de um sistema de refrigeração Onde temos Mancais lubrificados pelo ar (lubrificação por anel de óleo ou graxa) 32 Coeficiente de difusibilidade térmica (απ) Tabela 11.14. Coeficientes de difusibilidade térmica. Seleção do lubrificante Sabemos que os lubrificante para mancais de deslizamento podem ser óleo ou graxa. No caso de óleo lubrificante, podemos utilizar os chamados “motor oil” (óleos para motores de combustão interna), que normalmente suprem as condições necessárias, além de serem facilmente encontrados. Para condições severas, podemos recorrer aos chamados óleos industriais com aditivos específicos. Figura 11.21. Seleção do lubrificante 33 No caso de graxa, as mais utilizadas são a base de Cálcio, Sódio ou Lítio, com óleo mineral na viscosidade adequada e o número de consistência NGLI 1 ou 2. Vazão do Lubrificante (Q) A vazão do lubrificante para manter as temperaturas do óleo lubrificante dentro dos limites de: Onde: Figura 11.22. Seleção do lubrificante Observação: Lembrar que o lubrificante deve ser introduzido sempre na zona de baixa pressão a fim de facilitar a alimentação. Viscosidade dinâmica (Z) Figura 11.23. Seleção do lubrificante 34 Referências Bibliográficas HÖHNE, G. Projeto de componentes de mecânica de precisão, vol. 2, Apostila. Curso de Pósgraduação em Engenharia Mecânica. Departamento de Engenharia Mecânica, UFSC, Florianópolis, SC,1991. SHIGLEY, J.B., Elementos de Máquinas. vol. I e II, LTC editora S.A., 1984. JUVINALL, R.C. Fundamentals of machine component design. John Wiley & Sons Inc., 1983. NORTON, R.L. Machine Design: anintegrated approach. Prentice-Hall, 1996.
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