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01 – Introdução Neste item da introdução vamos abordar as observações dos principais autores sobre análise de balanços. - Onde buscar informações? - Qual é a finalidade da informação a ser gerada? - Que tipo de informação deve ser gerada? 1 01 – Introdução Conceito de Análise de Balanço: Para Iudícibus, análise de balanços é a arte de saber extrair relações úteis dos relatórios contábeis tradicionais, Balanço Patrimonial (BP), Demonstração de Resultado do Exercício (DRE), Fluxo de Caixa. As informações a serem extraídas dependem do objetivo econômico da análise a ser feita. Não há uma forma científica ou metodologicamente comprovada de relacionar os indicadores de maneira a obter um diagnóstico preciso, apesar de existirem alguns cálculos razoavelmente formalizados. Analistas com o mesmo conjunto de informações e de quocientes podem chegar a diferentes conclusões. . 2 01 – Introdução Análise financeira de empresas é o processo de decomposição de um todo em suas partes constituintes para identificar suas características e possíveis anormalidades. No campo financeiro, a análise do lucro de uma empresa pode ser feita a partir da decomposição do lucro em receitas e despesas e a representatividade de cada uma dessas contas, exemplo: volume de vendas da empresa. Todas as contas podem ser comparadas em uma série histórica e com contas de empresas concorrentes. A expressão análise de balanço deve ser entendida em sentido amplo, incluindo as principais demonstrações financeiras e outros detalhamentos e informações adicionais. 3 01 – Introdução A análise de balanços é valorizada quando o analista consegue: - Estabelecer uma tendência dentro da própria empresa (uma série histórica); - Comparar os índices obtidos pela análise de indicadores com índices expressos em termos de metas; - Comparar os indicadores/índices com os da concorrência (outras empresas nacionais ou internacionais). 4 Figura 1: Transformar Fatos em Informações 01 – Introdução Para Assaf Neto, das demonstrações financeiras são extraídas informações acerca da posição econômica e financeira da empresa. Um analista conclui sobre a atratividade de se investir nas ações de uma determinada empresa; um crédito solicitado deve ou não ser atendido; a liquidez da empresa ou a sua capacidade de pagamento está em equilíbrio ou em insolvência; a rentabilidade oferecida pela atividade operacional atende às expectativas dos proprietários. A análise de balanços é feita com informações das demonstrações financeiras. Para muitos autores as expressões análise de balanços, análise das demonstrações financeiras, demonstrações/demonstrativos contábeis, relatórios financeiros, são tratadas como sinônimos. 5 01 – Introdução A análise de balanços procura mostrar a posição econômico- financeira, as causas da evolução apresentada e as tendências (posições futuras). Extraem-se informações históricas: passado, presente e tendências (futuro) de uma empresa. Não é razoável sugerir uma sequência metodológica ou científica para fornecer um diagnóstico preciso sobre as empresas. O conhecimento técnico, a experiência e a própria intuição do analista são responsáveis pela forma como os indicadores são utilizados. Com base nas demonstrações o analista extrai as suas conclusões para tomar ou influenciar decisões acerca das empresas, como: conceder crédito, investir ou desinvestir, alterar política financeira ou de crédito, solvência, capacidade de pagamento, qualidade da gestão. 6 01 – Introdução Insumos para Análises: os insumos básicos para realizar análises de balanços são os relatórios elaborados pelas empresas. Relatórios obrigatórios: são os definidos pela legislação societária. - Balanço Patrimonial; - Demonstração do Resultado do Exercício; - Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados ou Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido; - Demonstração dos Fluxos de Caixa; - Demonstração do Valor Adicionado (Cias Abertas). Relatórios não Obrigatórios: não integram a estrutura básica das demonstrações financeiras que são elaboradas para efeitos de publicação. Destinam-se para uso gerencial interno. Esses relatórios são importantes para análises das empresas. Exemplos: projeções das vendas, desempenho por produto. 7 01 – Introdução Além das demonstrações financeiras obrigatórias as companhias abertas ainda devem publicar: Relatório da Diretoria: contém informações gerais sobre a empresa, como: dados estatísticos diversos, política de recursos humanos, projeções financeiras, projetos de expansão e modernização, programas de exportação, perspectivas do mercado e da empresa. Notas Explicativas: apresentar certas informações que não ficam detalhadas pelas demonstrações financeiras, como: composição do capital social; detalhamento de empréstimos bancários; participação acionária em outras empresas; critérios de avaliação de elementos patrimoniais (especialmente estoques). Parecer dos Auditores: opinião de auditores independentes sobre situação econômico-financeira, uniformidade dos relatórios com relação aos relatórios de exercícios anteriores, princípios contábeis foram respeitados. Esse parecer valoriza a qualidade da informação contábil. 8 01 – Introdução O que é análise financeira de empresas? (Pereira da Silva, p. 21) É um processo de decomposição de um todo em suas partes, e que permite o exame dessas partes para entender o todo, identificar as características e possíveis anormalidades. A análise do lucro pode ser feita pela decomposição do lucro em contas de receitas e despesas e quanto cada uma dessas partes representa do volume das vendas. Buscar entender as causas que afetam o lucro da empresa. Comparar o lucro de diferentes períodos e de diferentes empresas do setor e fora dele. As razões que sugerem uma análise financeira normalmente são de caráter econômico-financeiro. Um banco analisa a capacidade de pagamento para fazer um empréstimo. Um investidor avalia a expectativa de lucro sobre o investimento. 9 01 – Introdução Etapas da análise financeira: Coleta: obter das demonstrações financeiras e outras informações como: dados sobre o mercado onde a empresa atua, seus produtos, nível de tecnologia, administradores e proprietários, se a empresa pertence a algum grupo. Conferência: é uma pré-análise para verificar se as informações estão completas, claras e confiáveis. Preparação: reclassificar as demonstrações financeiras para adequá-las aos padrões da instituição que vai efetuar a análise. Essa fase é fundamental para se obter uma boa análise (avaliação). 10 01 – Introdução Etapas da análise financeira: Cálculos: apurar indicadores de estrutura, liquidez, retorno. Esses cálculos são feitos por softwares desenvolvidos para essa finalidade. Análise: na análise dos dados procura-se compreender a consistência das informações, tendências e as conclusões que podem ser extraídas. Os resultados dependem muito da experiência do analista. Conclusão: consiste em identificar, ordenar, destacar e escrever sobre os principais pontos e recomendações acerca da empresa. É uma das fases mais importantes. Expor o parecer em linguagem simples, clara e consistente para que o usuário da informação possa tomar decisões. Conhecer o objetivo da análise ajuda o analista a direcionar as suas conclusões. 11 01 – Introdução Há uma série de fatores que causam impacto na saúde financeira da empresa, além dos indicadores econômico-financeiros normalmente sugeridos e o analista procura explicaçõespara esses fatores. - O que a empresa faz? - A quem pertence a empresa, quem tem o poder de decisão? - Quem são os administradores da empresa? - A empresa é sólida ou corre o risco de quebrar em pouco tempo? - A empresa está muito endividada? - Que tipo de público consome seus produtos? - Quem são os principais concorrentes? - A empresa é competitiva na concorrência? - A empresa é lucrativa? - Capacidade de geração de lucro? 12 01 – Introdução Metodologia de Análise (Assaf Neto p. 46): O objetivo é desenvolver uma metodologia que possa ser utilizada como um esquema básico de avaliação. Sugere um esquema a ser seguido para a aplicação das técnicas de análise 1) A Empresa e o Mercado: o analista procura conhecer a empresa e o mercado de atuação, o setor de atividade da empresa. Avaliar as potencialidades atuais e futuras, concorrência, tecnologia, fornecedores, política de preços. 2) Relatórios Financeiros: incluem as demonstrações financeiras elaboradas pelas empresas. 3) Análises Horizontal e Vertical: identificar a evolução dos valores ao longo do tempo (horizontal) e a participação relativa de cada valor em relação ao total (vertical). 13 01 – Introdução 4) Análise da Liquidez: conhecer a capacidade de pagamento da empresa, equilíbrio financeiro e necessidade de investimento em giro. 5) Análise do Endividamento: estuda a proporção de capital próprio e capital de terceiros, a dependência financeira por recursos de curto prazo, risco financeiro. 6) Análise de Rentabilidade: avalia o desempenho econômico da empresa, mede o retorno sobre investimentos, sobre o capital próprio, sobre as vendas. 7) Análise do Valor: além do lucro, avalia a capacidade da empresa de gerar valor econômico para os acionistas. Constitui-se a meta da administração financeira. O objetivo da empresa é maximizar a riqueza dos acionistas, que é medida pelo valor de mercado da empresa. 8) Conclusões: embora cada esquema de análise proposto proporcione conclusões específicas, a conclusão do analista deve mostrar a real situação econômico-financeira e perspectivas de desempenho. 14 01 – Introdução 15 Figura 2: Processo para Tomada de Decisão (Matarazzo, p. 19) A Figura 2 mostra as etapas do processo, com base nos fatos disponíveis são definidos os indicadores a serem mensurados, comparados com algum padrão, outras empresas, outros setores, países diferentes, para fazer um diagnóstico e sugerir tomadas de decisão. 01 – Introdução 16 Assaf Neto, p. 43 Braga, p.23 Iudícibus et al, cap 1 Matarazzo, p. 15 Pereira da Silva, p. 21. Fontes 02 – Demonstrações Financeiras As demonstrações financeiras são regularmente apuradas pelas empresas financeiras (bancos) e não financeiras (indústria, comércio e serviços). Neste item 2, vamos analisar basicamente o balanço patrimonial - BP e a demonstração do resultado do exercício – DRE. Essas duas demonstrações são fundamentais para as análises que faremos nos próximos itens. Todo o processo de análise exige um certo nível de conhecimento das demonstrações e as conclusões sobre o desempenho da empresa são extraídas dessas demonstrações. 1 02 – Demonstrações Financeiras A nova estrutura do Balanço Patrimonial, previsto pela Lei 11638/07, ver Assaf Neto, p. 54: - Classificação de ativo e passivo em circulante e não circulante; - Extinção do grupo ativo permanente; - Extinção de receitas e despesas não operacionais; - Criação do subgrupo ativo intangível no ativo não circulante; - Criação da conta ajustes de avaliação patrimonial no PL; - Vedada a prática de reavaliação de ativos de forma espontânea; - Saldo da conta lucros acumulados deve ter destinação específica. 2 02 – Demonstrações Financeiras O artigo 176 da Lei 6404/76 (Lei das SAs) que define as demonstrações financeiras a serem publicadas, foi reescrito pela Lei 11638/07, os itens I, II e III foram mantidos: I – Balanço Patrimonial II – Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados; III – Demonstração do Resultado do Exercício; IV – Demonstração dos Fluxos de Caixa; V – Demonstração do Valor Adicionado (se companhia aberta). 3 02 – Demonstrações Financeiras Avaliação de ativos e passivos (Assaf Neto, p. 55): - Contas a receber (circulante): valores dos títulos a receber líquidos de estimativas de não recebimento (perdas); - Aplicações em instrumentos financeiros: pelo valor econômico (valor justo) ou pelo valor do principal atualizado dos juros e outros rendimentos previstos para a operação; - Estoques - custo de compra ou de fabricação: deduzir do valor calculado estimativas de eventuais perdas caso o preço de mercado dos estoques seja inferior; - Ativo imobilizado - custo de aquisição líquido da depreciação, amortização e exaustão. Ao final de cada exercício social, a empresa deve aplicar o teste de responsabilidade dos ativos (impairment); - Participações relevantes em coligadas e controladas: método de equivalência patrimonial; - Ativos realizáveis e passivos: de maneira geral, todos os ativos realizáveis e passivos, notadamente os de longo prazo, devem ser avaliados a valor presente pela taxa de juros de mercado. 4 02 – Demonstrações Financeiras A identidade contábil básica é (Assaf, 58): A estrutura do balanço patrimonial é a seguinte: 5 02 – Demonstrações Financeiras O Art. 178 da Lei 6404 prevê que as contas serão classificadas segundo os elementos do patrimônio e agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e a análise da situação da companhia. § 1º No ativo, as contas serão dispostas em ordem decrescente de grau de liquidez dos elementos nelas registrados: I – ativo circulante; II – ativo não circulante, composto por realizável a longo prazo, investimentos, imobilizado e intangível. 6 02 – Demonstrações Financeiras § 2º No passivo, as contas serão classificadas nos seguintes grupos: I – passivo circulante; II – passivo não circulante; III – patrimônio líquido, dividido em capital social, reservas de capital, ajustes de avaliação patrimonial, reservas de lucros, ações em tesouraria e prejuízos acumulados. 7 02 – Demonstrações Financeiras Estrutura básica do Balanço Patrimonial, conforme orientação da legislação, ver Art. 178 da Lei 6404. . 8 Os subgrupos Resultados de Exercícios Futuros e Diferido foram revogados pela MP 449/08, p. 56. Para a estrutura do BP, ver deliberação CVM 488 de 03/10/2005, que aprovou Pronunciamento do Ibracon NPC 27. Para mais informações ver: Lei 11638/07, Art. 1, reescreve Art. 178 da Lei 6404, item “c”. Lei 11941/09, Art . 37, reescreve Art. 178 da Lei 6404. 02 – Demonstrações Financeiras ATIVO CIRCULANTE: são registrados os valores das contas com alta rotação, valores com vencimentos até o final do exercício seguinte ao do encerramento do balanço. Disponível Aplicações financeiras Valores a receber Estoques Despesas antecipadas. 9 02 – Demonstrações Financeiras Valores a receber: a curto prazo, menos duplicatas descontadas e menos provisões. PDD - Provisão para Devedores Duvidosos. A legislação permitia o percentual de 1,5% ou 3%, dependendo da época, sobre o saldo de duplicatas a receber. PCLD - Provisão para Crédito de Liquidação Duvidosa. Pela Lei 9430 de 27/12/96, art. 9 a 14. Poderão ser registrados como perdas os créditos:- Empresas declaradas insolventes; - Sem garantia: até R$ 5.000,00, vencidos há mais de 6 meses; - Entre R$ 5.000,00 e 30.000,00, vencidos há mais de 1 ano (cobrança administrativa); - Acima de R$ 30.000,00, vencidos há mais de 1 ano (cobrança judicial). Isso não esgota o assunto. 10 02 – Demonstrações Financeiras Embora a legislação fiscal tenha criado restrições para reconhecimento das perdas antes da sua efetiva concretização, os princípios contábeis e a legislação societária mantém sua posição de constituir provisão com base na expectativa de perda. (Iudícibus, p 81). PECLD - Perda Estimada dos Créditos de Liquidação Duvidosa. Essa sigla começou a ser usada a partir de 2010 quando as empresas brasileiras passaram a preparar suas demonstrações com base nas normas internacionais de contabilidade (IFRS). A metodologia de cálculo tem por base uma média percentual dos recebimentos ao longo dos três últimos exercícios anteriores, do qual se inferirá o percentual de inadimplência, a ser aplicado sobre o saldo final dos créditos a receber Para mais informações, ver pronunciamento CFC 85/2012. 11 02 – Demonstrações Financeiras ATIVO NÃO CIRCULANTE: nesse grupo estão os itens de baixa liquidez, lenta transformação em dinheiro. Realizável a longo prazo: duplicatas a receber a longo prazo e créditos diversos como títulos e valores mobiliários, adiantamento ou empréstimo para coligadas ou controladas (mesmo vencíveis a curto prazo), AFAC – adiantamento para futuro aumento de capital e outros créditos. Os valores são registrados a valores de mercado (valor presente). Investimentos: incentivos fiscais, participações acionárias em empresas coligadas ou controladas e outros investimentos, terrenos, obras de arte e outros ativos com fins especulativos (não destinados a atividades operacionais específicas da empresa). Os investimentos podem ser avaliados pelos métodos: - equivalência patrimonial: para empresas coligadas e controladas - custo, valor justo: para os demais investimentos. 12 02 – Demonstrações Financeiras Imobilizado: estão registrados os bens tangíveis e direitos que se destinam ao funcionamento normal da empresa. Esses ativos sofrem deterioração física ou tecnológica. Exemplos de imobilizado: prédios e terrenos, máquinas e equipamentos, veículos e mobiliário. Do valor total é descontada a depreciação ou exaustão. Periodicamente a empresa deverá fazer o teste de impairment, no mínimo anualmente, que consiste em avaliar a recuperabilidade de seus ativos. É o teste de redução ao valor recuperável. Para ajustar o valor contábil ao de sua realização (ou valor de mercado), um ajuste para perdas deve ser feito, caso o valor de realização seja inferior ao valor contábil. (Metodologia de avaliação de recuperação, ver NBC TG 01). 13 02 – Demonstrações Financeiras 14 02 – Demonstrações Financeiras Impairment pode ser traduzido como prejuízo, deterioração ou perda de valor. Procura adequar o valor do ativo a sua real capacidade de gerar retorno econômico. Essa despesa do impairment (Lei 11941/2009, art 15) não terá reflexo fiscal para fins de determinação da base de cálculo para apuração do IRPJ e CSLL. Deve ser reconhecido imediatamente no resultado do período O impairment é aplicado em ativos fixos (imobilizado), ativos de vida útil indefinida (goodwill), ativos disponíveis para vendas e investimentos em operações descontinuadas (é um componente da entidade que foi baixado e classificado como mantido para venda, ex.: aquisição de uma controlada com objetivo de revenda). § 3o A companhia deverá efetuar, periodicamente, análise sobre a recuperação dos valores registrados no imobilizado e no intangível. (Art 183, Lei 404 – Lei 11941/09). 15 02 – Demonstrações Financeiras Como calcular o impairment de uma máquina (valor em uso)? (Site: afixcode). 16 Impairment É a diferença entre o valor contábil e o valor recuperável Exemplo de valor recuperável de uma máquina. É o Valor Presente de um fluxo de caixa, dada uma taxa de desconto. 02 – Demonstrações Financeiras Valor Recuperável: Contabilização do impairment de uma máquina. Despesa de Desvalorização da Máquina (Conta resultado) a Perda de Desvalorização (conta redutora do ativo) 17 Valor justo É o valor líquido de despesas de venda (valor líquido a ser obtido pela venda do bem) Valor em uso É o valor presente de um fluxo de caixa Entre os dois o maior. 02 – Demonstrações Financeiras Intangível: esse grupo foi a novidade na estrutura do balanço patrimonial, conforme nova legislação societária. Representa bens de propriedade industrial ou comercial, o que lhes confere valor e não a propriedade física dos mesmos. São bens incorpóreos que servem para a manutenção da empresa. Exemplos: direitos autorais, marcas e patentes e fundo de comércio (ou goodwill), gastos com desenvolvimento de novos produtos, ágios, benfeitorias em imóveis de terceiros. O intangível é avaliado pelo seu valor líquido, os valores são baixados por amortização. 18 02 – Demonstrações Financeiras Diferido: extinto pela MP 449/08, era formado por despesas pré-operacionais e gastos de reestruturação que contribuíam para aumento do resultado de mais de um exercício social. 19 02 – Demonstrações Financeiras PASSIVO CIRCULANTE: nesse grupo estão relacionadas as obrigações a curto prazo, cujos vencimentos ocorrerão até o final do exercício social seguinte. Principais contas: Fornecedores Salários e ordenados a pagar INSS, FGTS, PIS, IR, IPI, ICMS Dividendos a pagar Empréstimos e financiamentos bancários Adiantamentos para futura entrega de mercadorias 20 02 – Demonstrações Financeiras PASSIVO NÃO CIRCULANTE: nesse grupo estão classificadas as obrigações cujos vencimentos ocorrerão após o término do exercício seguinte. Estão as seguintes contas: Empréstimos e financiamentos bancários Debêntures Fornecedores de equipamentos de grande porte (à medida que as obrigações se aproximam dos seus vencimentos são transferidas para o circulante) AFAC – adiantamento para futuro aumento de capital (há sugestões para contabilizar no Patrimônio Líquido, não previsto na Lei das S/As). 21 02 – Demonstrações Financeiras Patrimônio líquido: - Capital social - Capital realizado - Ajustes de avaliação patrimonial Lei 11638/07 - Reservas de capital - Ágio na emissão de ações, Reserva especial de ágio na incorporação, Alienação de partes beneficiárias, Alienação de bônus de subscrição, Prêmio na emissão de debêntures, Doações e subvenções para investimentos. - Reservas e retenção de lucros (artigos 193 a 197 – Lei das S/A) - Reserva legal, Reservas estatutárias, Reservas para contingências, Reserva de incentivos fiscais, Reserva de lucros para expansão - Retenção de lucros, Reservas de lucros a realizar. - Prejuízos acumulados - Ações em tesouraria. 22 02 – Demonstrações Financeiras - Capital social: é o investimento feito na empresa pelos sócios e os valores de lucros retidos. - Capital realizado: é o capital efetivamente integralizado pelos acionistas e lucros retidos utilizados para aumentode capital. - Ajustes de avaliação patrimonial: criada pela Lei 11638/07, registra variações de contas ativas e passivas avaliadas a preços de mercado em relação ao seu valor justo (pronunciamento ICPC 10). Valor justo é o valor pelo qual um ativo pode ser trocado, ou um passivo liquidado. Os valores permanecem nessa conta enquanto não transitarem no resultado do exercício. Algumas contas: aplicações em instrumentos financeiros, inclusive derivativos, e em direitos e títulos de créditos, classificados no circulante ou no realizável a longo prazo. Os instrumentos são avaliados a valor justo para aplicações destinadas à negociação ou disponíveis para venda. Também serão contabilizados nessa conta as diferenças entre valores contábeis e valores justos, operações de fusão, cisão e incorporação. 23 02 – Demonstrações Financeiras - Reservas de capital: são valores recebidos pela companhia sem transitar pelo resultado. Referem-se a valores destinados a reforço de seu capital. Não tem como contrapartida quaisquer esforços em termos de entrega de bens ou de prestação de serviços. Reservas são contribuições externas ao capital da empresa. Certas doações que envolvem obrigações futuras, não deveriam ser contabilizadas como reservas, mas sim como passivo. Transitar pelo resultado quando as obrigações deixam de existir. - Ágio na emissão de ações: as ações devem figurar no patrimônio somente pelo seu valor nominal, o excedente deve ser registrado em reserva. Valor nominal é o valor convencionado para cada ação no momento da sua emissão. Uma ação com valor nominal de R$ 1,00 e seja lançada no mercado a R$ 1,40, terá como capital realizado R$ 1,00 e reserva de capital R$ 0,40. - Reserva especial de ágio na incorporação: Instruções CVM 319/99 e 349/01, é o valor que aparece no patrimônio líquido da incorporadora como ágio de incorporação, resultante da aquisição do controle de uma companhia aberta. Diferença entre o valor de mercado dos bens e o seu valor contábil. (Iudícibus, 317 e 577). 24 02 – Demonstrações Financeiras - Alienação de partes beneficiárias: partes beneficiárias são valores mobiliários que podem ser alienados e o produto da alienação é contabilizado em reserva de capital. Esses papéis oferecem aos seus titulares direito de crédito contra a sociedade anônima emissora. - Alienação de bônus de subscrição: bônus de subscrição são derivados de ações ou debêntures, conferem aos seus titulares direito de subscrever ações do capital social. Podem ser vendidos ou doados aos subscritores de ações e debêntures. - Prêmio na emissão de debêntures: quando o preço da emissão de debêntures for superior ao seu valore nominal, a diferença constituirá o prêmio a ser registrado com reserva. (revogado, art 182, Lei 6404, Lei 11638 de 2007) - Doações e subvenções para investimentos: o valor de doações para investimentos recebidos pela companhia constituirá reserva, essas doações podem ser em dinheiro, bens imóveis, móveis ou direitos. Subvenções são recursos concedidos pelo governo a empresas públicas e sociedades de economia mista, destinados à aplicação em imobilizações para expansão, sem contrapartida representada por recebimento de ações. (revogado , art . 182, Lei 6404). 25 02 – Demonstrações Financeiras - Reservas de lucros: são as contas de reservas criadas pela apropriação dos lucros da empresa. Caso ainda existam, após o pagamento dos dividendos e destinações para as diversas reservas de lucros, lucros remanescentes, esses devem ser distribuídos como dividendos. Essa exigência determina que as companhias sempre devem dar destinação total para os lucros auferidos. O montante não poderá ser superior ao capital social, excluídas as reservas para contingências e de lucros a realizar. Mais informações, ver Lei 6404, artigos 193 a 197. - Reserva legal: para manter a integridade do capital social da empresa. Ela é constituída com a destinação de 5% do lucro líquido do exercício, até completar 20% do capital social. Poderá evitar novas reservas quando a reserva legal mais o montante das reservas de capital excederem 30% do capital social. Essa reserva poderá ser utilizada para compensar prejuízos e para aumento do capital social. 26 02 – Demonstrações Financeiras - Reservas estatutárias: essas reservas são constituídas por determinação do estatuto da companhia, não devem sobrepor finalidades já previstas em lei. A empresa deverá criar subcontas com indicação de sua finalidade, fixar critérios para determinar parcela do lucro líquido a ser utilizada, estabelecer o limite máximo. Exemplos: reserva para aumento de capital, reserva para garantia de pagamento de dividendos. - Reservas para contingências: a assembleia geral poderá, por proposta da administração, destinar parte do lucro líquido para formação de reserva com o objetivo de compensar, em exercício futuro, a diminuição de lucro decorrente de perda julgada provável, cujo valor possa ser estimado. A proposta deverá indicar a causa da perda prevista que justifique a constituição da reserva. A reserva será revertida no exercício em que deixarem de existir as razões que justificaram a sua constituição. Um exemplo poderia ser a PDD, já considerada no ativo. 27 02 – Demonstrações Financeiras - Reservas de incentivos fiscais: a assembleia geral poderá destinar para a reserva de incentivos fiscais a parcela do lucro líquido decorrente de doações ou subvenções governamentais para investimentos (Lei 6404, art. 195- A). O valor do benefício deve ser destacado na planilha de cálculo do IR. Suponha que o valor do benefício seja R$ 10.000,00. Lançamento Contábil: IR a pagar (passivo circulante) a Reserva de Incentivos Fiscais 10.000,00. - Reserva de lucros para expansão - Retenção de lucros: para atender projeto de investimento a companhia poderá reter parcela dos lucros do exercício. A administração da empresa deverá apresentar projeto de orçamento de capital que justifique a retenção, a ser aprovada pela assembleia geral. A justificativa pode ser para capital circulante ou fixo. Essa reserva não poderá ser constituída em detrimento do pagamento do dividendo mínimo obrigatório. 28 02 – Demonstrações Financeiras - Reservas de lucros a realizar: essa reserva será constituída para lucros contidos em contas a receber ou aumentos de ativos em moeda estrangeira realizáveis em exercício posterior ao próximo. Quando esses valores passarem para o ativo circulante a provisão deve ser adicionada aos dividendos do período. Quando o lucro a realizar é decorrente de receita de equivalência patrimonial, sua realização se dará quando a companhia receber dividendos desses investimentos. - Prejuízos acumulados: saldo credor terá destinação específica, Lei 11638/07. De acordo com Lei 6404, art 202, § 6º, os lucros não destinados nos termos dos artigos 193 a 197 deverão ser distribuídos como dividendos. Esta conta registrará somente saldo de prejuízos. - Ações em tesouraria: representa o montante das ações adquiridas da própria empresa e reduz o patrimônio líquido. 29 02 – Demonstrações Financeiras Avaliação dos passivos exigíveis (circulante e não circulante): - Obrigações com encargos financeiros explícitos serão reconhecidas pelo valor atualizado até a data do balanço; - Obrigações em moeda estrangeira serão convertidas para moeda nacional pelo câmbio da data do balanço; - Obrigações do circulante com encargos financeiros serão reconhecidas avalor presente; - Demais obrigações do circulante serão ajustadas sempre que os efeitos produzidos forem relevantes. 30 02 – Demonstrações Financeiras . 31 CPC 26, item 82. (CPC = Comitê de Pronunciamentos Contábeis). DRE 02 – Demonstrações Financeiras Exemplos de operações descontinuadas: - Pode ser um componente da entidade que foi baixado ou está classificado como mantido para venda. Exemplo: um caminhão. Deve ser reclassificado no ativo circulante: “Bens disponíveis para venda”. Os resultados das operações descontinuadas também serão apresentados separadamente na demonstração do resultado; - pode ser uma linha separada de negócios ou área geográfica de operações; - é uma controlada adquirida exclusivamente com o objetivo da revenda. 32 02 – Demonstrações Financeiras 33 Estrutura da demonstração do resultado de acordo com a Lei das SA. Assaf Neto, p. 77. DRE 02 – Demonstrações Financeiras 1) Utilizando-se as contas relacionadas no quadro a seguir, elabore o balanço patrimonial segundo a estrutura enunciada pela legislação em vigor. . 34 Exercício 02 – Demonstrações Financeiras 35 Assaf Neto, p. 57, 76 e 131. Iudícibus et al, cap 1 e 21. Iudícibus, p. 26. Lei 6404, de 15 de Dezembro de 1976. Fontes 02.1 – Provisões Provisões: PDD, PCLD ou PECLD - ato ou efeito de prover; provimento, abastecimento, fornecimento. - conjunto de artigos de consumo e reserva de alimentos; provimento, víveres. - abastecimento, aprovisionamento, fornecimento, provimento - as provisões contábeis (estimadas ou não) representam a expectativa de perdas de ativo ou estimativa de valor - as Provisões representam expectativa de despesas futuras cujo valor é estimado considerando alguns parâmetros (portal de contabilidade). 1 02.1 – Reservas Reservas: - Reservas não estão vinculadas a despesas ou antecipações dessas. - As reservas de capital são constituídas com valores recebidos pela empresa e que não se referem à entrega de bens ou serviços pela empresa. - As Reservas de Lucros representam destinações do Lucro apurado. (portal de contabilidade). 2 02.1 – Adiantamentos dos Controladores em Coligadas Os adiantamentos de sócios, quotistas em empresas participadas e de controladores em empresas coligadas/controladas serão classificados no Balanço Patrimonial, conforme sugestões dos pesquisadores, no Ativo Realizável a Longo Prazo: Qualquer adiantamento ou empréstimo efetuado pela empresa a suas coligadas ou controladas (mesmo que vencível a curto prazo, segundo legislação em vigor), deve ser registrado na realizável a longo prazo. (Assaf Neto p.65.) Nesse item, realizável a longo prazo, são classificados os empréstimos ou adiantamentos concedidos às sociedades coligadas ou controladas, a diretores, acionistas, etc. (Iudícibus, p.33) Serão classificados no realizável a longo prazo, independente de seu vencimento, adiantamentos ou empréstimos a sociedades coligadas ou controladas.... (Pereira da Silva, p. 168) 3 02.1 – Adiantamentos dos Controladores em Coligadas Serão classificadas no longo prazo: adiantamentos ou empréstimos para suprir necessidades de caixa de empresas coligadas ou controladas. (Iudícibus at all, p. 129. 465, 472) A Deliberação da CVM Nº 488, de 03/10/2005, item 54, estabelece: Todos os outros ativos, que devem incluir os créditos com entidades ligadas e administradores que não constituírem negócios usuais na exploração do objeto da entidade, devem ser classificados como não circulantes. 4 02.1 – Adiantamentos Recebidos por Como classificar adiantamentos recebidos de sócios, quotistas e controladores: Para Iudícibus at all, p. 342, “adiantamentos para aumento de capital são os recursos recebidos pela empresa de seus acionistas ou quotistas destinados a serem utilizados para aumento de capital. No recebimento de tais recursos, a empresa deve registrar a ativo recebido, normalmente disponibilidades, a crédito dessa conta específica ¨Adiantamento para Aumento de Capital¨.” 5 02.1 – Adiantamentos Recebidos por Quando formalizar o aumento de capital, o registro contábil será a baixa (débito) dessa conta de adiantamento a crédito do Capital Social. 6 02.1 – Adiantamentos Recebidos por Coligadas/Controladas Determinações do Fisco. “Ocorrendo a eventualidade de adiantamento para futuro aumento de capital, qualquer que seja a forma pela qual os recursos tenham sido recebidos – mesmo que sob condição para utilização exclusiva em aumento de capital – esses ingressos deverão ser mantidos fora do patrimônio líquido, por serem esses adiantamentos considerados obrigação para com terceiros, podendo ser exigidos pelos titulares enquanto o aumento de capital não se concretizar”. Iudícibus at all, p. 342. O Fisco considera somente essa forma de contabilização de adiantamentos. O art. 182 da Lei das SAs, não permite considerar como patrimônio líquido, quaisquer recursos ingressados na companhia a título de adiantamentos para futuro aumento de capital. (site: Normas Brasil). 7 02.1 – Adiantamentos Recebidos por Coligadas/Controladas Considerações técnicas. Para Iudícibus at all, p. 343, “muitas vezes, adiantamentos são recebidos com cláusulas de absoluta condição de permanência na sociedade, não há por que considerá-los, na opinião dos autores deste manual, como exigíveis”. 8 Sugestão do Manual de Contabilidade do registro de adiantamentos no Patrimônio Líquido de coligadas/controladas. 02.1 – Adiantamentos Recebidos por Coligadas/Controladas Resolução do Conselho Federal de Contabilidade - CFC Nº 1.159 de 13.02.2009 Sugestão do CFC para contabilização do AFAC 68. Esse grupo não foi tratado especificamente pelas alterações trazidas pela Lei nº. 11.638/07 e MP nº. 449/08; todavia, devem ser à luz do principio da essência sobre a forma classificados no Patrimônio Líquido das entidades. 69. Os adiantamentos para futuros aumentos de capital realizados, sem que haja a possibilidade de sua devolução, devem ser registrados no Patrimônio Líquido, após a conta de capital social. Caso haja qualquer possibilidade de sua devolução, devem ser registrados no Passivo Não Circulante. 9 02.1 – Adiantamentos Recebidos por Coligadas/Controladas Lei 6404, de 15/12/1976. Patrimônio Líquido Art. 182. A conta do capital social discriminará o montante subscrito e, por dedução, a parcela ainda não realizada. § 1º Serão classificadas como reservas de capital as contas que registrarem: a) a contribuição do subscritor de ações que ultrapassar o valor nominal e a parte do preço de emissão das ações sem valor nominal que ultrapassar a importância destinada à formação do capital social, inclusive nos casos de conversão em ações de debêntures ou partes beneficiárias; b) o produto da alienação de partes beneficiárias e bônus de subscrição; c) o prêmio recebido na emissão de debêntures; d) as doações e as subvenções para investimento. 10 02.1 – Adiantamentos Recebidos por Coligadas/Controladas Lei 6404, de 15/12/1976. Art. 182. c) (revogada); (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007) (Revogado pela Lei nº 11.638,de 2007) d) (revogada). (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007) (Revogado pela Lei nº 11.638,de 2007) § 2° Será ainda registradocomo reserva de capital o resultado da correção monetária do capital realizado, enquanto não-capitalizado. § 3o Serão classificadas como ajustes de avaliação patrimonial, enquanto não computadas no resultado do exercício em obediência ao regime de competência, as contrapartidas de aumentos ou diminuições de valor atribuídos a elementos do ativo e do passivo, em decorrência da sua avaliação a valor justo, nos casos previstos nesta Lei ou, em normas expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários, com base na competência conferida pelo § 3o do art. 177 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009) 11 02.1 – Adiantamentos Recebidos por Coligadas/Controladas Lei 6404, de 15/12/1976. Art. 182. § 4º Serão classificados como reservas de lucros as contas constituídas pela apropriação de lucros da companhia. § 5º As ações em tesouraria deverão ser destacadas no balanço como dedução da conta do patrimônio líquido que registrar a origem dos recursos aplicados na sua aquisição. 12 02.1 – Adiantamentos Recebidos por Coligadas/Controladas DELIBERAÇÃO CVM Nº 488, DE 03 DE OUTUBRO DE 2005 Ativos não Circulantes 72 Os seguintes elementos devem ser apresentados separadamente, incluindo, se aplicável, o método e o período de amortização e qualquer baixa extraordinária durante o período contábil: a. contas a receber a longo prazo: - contas e títulos a receber de clientes; - contas a receber de administradores, gerentes e diretores; - contas a receber de entidades ligadas, sua natureza e condições de contratação; e - impostos diferidos. 13 02.1 – Adiantamentos Recebidos por Coligadas/Controladas DELIBERAÇÃO CVM Nº 488, DE 03 DE OUTUBRO DE 2005 Passivo Não Circulante 75 Os seguintes elementos devem ser apresentados separadamente, excluindo a parte exigível dentro de um ano: a. empréstimos garantidos; b. empréstimos não garantidos; c. empréstimos de partes relacionadas. 14 02.1 – Adiantamentos Recebidos por Coligadas/Controladas Pronunciamento do IBRACON NPC XXIII, de Janeiro de 1986, define as operações entre partes relacionadas, ver conceituação, item 4: Os termos “contrato” e “transações” referem-se, neste contexto, a operações tais como: comprar, vender, emprestar, tomar emprestado, remunerar, prestar ou receber serviços, condições de operações, dar ou receber em consignação, integralizar capital, exercer opções, distribuir lucros, etc 15 02.1 – Adiantamentos Recebidos por Coligadas/Controladas Conforme Matarazzo, p. 63, integram o exigível a longo prazo, as seguintes contas: - Financiamentos - Adiantamentos - Contas a pagar - Empresas coligadas/controladas - Imóveis a pagar - Títulos a pagar. Conforme Pereira da Silva, 1995, p.223, adiantamentos recebidos para futuro aumento de capital são exigibilidades transitórias e serão transformados em patrimônio líquido num momento futuro. 16 02.1 – Adiantamentos Recebidos por Coligadas/Controladas Veja como a AMBEV contabilizou adiantamentos em Coligadas/Controladas, no balanço de 2016. 17 02.1 – AFAC ASSAF NETO, Alexandre. Estrutura e Análise de Balanços – Um enfoque financeiro. 10a ed, São Paulo: Atlas, 2012. IUDICIBUS, Sérgio de. Análise de Balanços. 10a ed, São Paulo: Atlas, 2014. IUDICIBUS, Sérgio de, MARTINS, Eliseu e GELBCKE, Ernesto Rubens. Manual de Contabilidade das Sociedades por Ações. 7ª ed, São Paulo: Atlas, 2007. MATARAZZO, Dante C. Análise Financeira de Balanços: abordagem básica e gerencial. 6ª ed, São Paulo: Atlas, 2003. SILVA, José Pereira da. Análise Financeira das Empresas. 3a ed, São Paulo: Atlas, 1995. SILVA, José Pereira da. Gestão e Análise de Risco de Crédito. 5a ed, São Paulo: Atlas, 2006. Lei 6404. CFC 1159. 18 Bibliografia 03 – Análise Horizontal e Vertical Os valores serão comparados entre períodos. Apura-se uma relação entre valores de diferentes períodos (análise horizontal). Quando a análise é feita no mesmo período estamos fazendo análise vertical. Na análise horizontal percebemos o comportamento de uma empresa ao longo do tempo. Será produzido um número-índice. Na análise vertical percebemos a participação de cada enquadramento no total de um determinado período. Essa participação poderá ser verificada ao longo de uma serie histórica. 1 03 – Análise Horizontal e Vertical A análise de uma empresa pode ser melhorada com o uso da técnica da análise horizontal e análise vertical. A análise deve partir do geral para o particular. Inicia-se com o cálculo dos indicadores e segue com aplicação da análise horizontal/vertical. O critério básico da análise de balanços é a comparação. Os valores de um determinado período podem ser comparados com períodos anteriores. Identifica-se a relação entre dois valores. Um valor visto isoladamente pode não representar adequadamente a sua importância. Os custos de produção podem ser comparados com o valor das vendas ou com o valor desses mesmos custos de outros exercícios sociais. Isso oferece um aspecto mais dinâmico e elucidativo. 2 03 – Análise Horizontal e Vertical Esse processo de comparação é representado pela análise horizontal e pela análise vertical. A apuração de valores por meio dessas análises permite interpretação de seus resultados e oferece oportunidade de ajustes desejados ou necessários. Os índices podem informar alto endividamento e as AH e AV apontam quem é o principal credor e como a participação de cada credor se modificou nos últimos dois exercícios. Os índices indicam que a margem de lucro foi reduzida, a análise horizontal/vertical aponta que isso ocorreu pelo crescimento desordenado ou desproporcional das despesas administrativas. A análise horizontal/vertical é a forma mais simples mas muito eficiente de se obter uma visão geral das demonstrações financeiras 3 03 – Análise Horizontal e Vertical Análise Horizontal: É a análise que se faz entre valores de uma mesma conta ou de um grupo de contas ao longo de diferentes exercícios sociais em períodos consecutivos de tempo. É um processo de análise temporal, por meio de números- índices, que são utilizados por causa da facilidade que oferecem para observar o crescimento dos saldos das contas em análise 4 100* V V AHÍndiceNúmero 1T T − ==− Onde: número-índice ou AH é a relação entre um valor em determinada data VT e valor na data base VT-1. Tabela 1: Análise Horizontal, Ano Base X5. A Tabela 1 mostra os números- índices de vendas e lucro líquido nos anos X6, X7 e X8 em relação ao ano base X5. Quando o número-índice é menor que 100, significa que o valor VT é menor que o valor VT-1. 03 – Análise Horizontal e Vertical . 5 Tabela 2: Análise Horizontal, Ano Base X5. A Tabela 2 mostra os números-índices de vendas e lucro líquido nos anos X6, X7 e X8 em relação ao ano base X5. As vendas em X6 diminuíram 4,26% e em X8 aumentaram 8,6%. 03 – Análise Horizontal e Vertical Outra maneira de mostrar a análise horizontal é definir como período base o exercício imediatamente anterior. Torna a análise mais dinâmica, mostra a evolução em menores intervalos de tempo. . 6 Tabela 3: Análise Horizontal, Exercício Anterior como Ano Base. A Tabela 3 mostra os números-índices de vendas e lucro líquido nos anos X6, X7 e X8 em relação ao exercício imediatamente anterior. 03 – Análise Horizontal e Vertical Análise Horizontal com Base Negativa: é importante tomar precauções em situações onde a base de comparação incluir um valornegativo. O número- índice calculado pode não refletir corretamente a evolução dos valores considerados, podendo levar a conclusões opostas ao que efetivamente ocorreu. . 7 Tabela 4: Análise Horizontal, Exercício Anterior como Ano Base e Base Negativa. O número-índice em X4 está calculado corretamente, pois -50 – 100, representa – 150%. Descontando 150% de R$ 2.600,00 dá – R$ 1.300,00. O número-índice em X5 está calculado incorretamente, mostra uma irreal situação positiva. Solução: inverter o sinal do AH + 100 = -60%. A Tabela 4 mostra os números- índices do lucro líquido/prejuízo nos anos X3 até X7 calculados em relação ao exercício imediatamente anterior. O número-índice em X6 está calculado incorretamente. Solução: - AH + 100 = 75,96%. O número-índice em X7 está calculado incorretamente. Solução: 676 +100 = 776%. 03 – Análise Horizontal e Vertical . 8 Tabela 4: Análise Horizontal, Exercício Anterior como Ano Base e Base Negativa. Tabela 5: Análise Horizontal, Números-Índices Ajustados. A Tabela 5 mostra os números-índices ajustados para percentuais. 03 – Análise Horizontal e Vertical Com base nas informações de lucro/prejuízo lançadas num plano cartesiano, conforme Figura 1, podemos calcular a variação (módulo ou valor absoluto) de um período para o outro e calcular o delta (variação) percentual para cada período. . 9 Figura 1: Informações do Lucro/Prejuízo Plotadas num Plano, Análise Horizontal com Exercício Anterior como Ano Base e Base Negativa. Equação sugerida para calcular o delta percentual. ( ) 100* V VV percentual 1T 1TT − −−=∆ 03 – Análise Horizontal e Vertical . 10 ( ) %150100* 2600 3900 2600 260013004Xpercentual ==+=∆ Como ocorreu uma redução no lucro, o delta percentual será negativo, logo, -150%. O resultado em X3 é positivo 2.600,00 e passa para negativo em X4 (-1.300,00), por isso, precisamos somar os dois valores para apurar a variação. Vamos trabalhar com o módulo. Poderíamos usar a equação sugerida para calcular o delta percentual, conforme cálculo a seguir ( ) %150100* 2600 3900 2600 260013004Xpercentual −=−=−−=∆ A equação gera o mesmo resultado, com a vantagem, neste cálculo, do percentual ficar negativo automaticamente. Cuidado: É necessário analisar o resultado apurado, pode estar com o sinal invertido. 03 – Análise Horizontal e Vertical . 11 ( ) %60100* 1300 780 1300 130020805Xpercentual ==−=∆ O prejuízo em X5 é maior que o de X4, o que significa uma variação negativa, logo, o delta percentual é negativo, - 60%. Os valores em X5 e X4 são negativos, por isso, podemos calcular a variação fazendo simplesmente a diferença (módulo) entre os dois valores. 03 – Análise Horizontal e Vertical . 12 %96,75100* 2080 1580 2080 2080500 6Xpercentual == − =∆ O prejuízo em X6 é menor que o de X5, o que significa uma variação positiva, logo, o delta percentual é positivo, + 75,96%. Os valores em X6 e X5 são negativos e calculamos a variação pela diferença (módulo) entre os dois valores. ( ) %776100* 500 3880 500 50033807Xpercentual ==+=∆ Houve uma variação positiva, o resultado passou de prejuízo em X6 para lucro em X7, logo, o delta percentual é positivo, + 776%. O valor em X7 é positivo e em X6 negativo. Calculamos a variação pela soma dos dois valores (módulo). 03 – Análise Horizontal e Vertical Interpretações da Análise Horizontal: a análise horizontal permite avaliar a evolução dos valores ao longo de um determinado intervalo de tempo para diferentes elementos das demonstrações financeiras. Permite analisar a tendência passada e futura de cada valor contábil. A análise horizontal dos balanços pode ser resumida em três segmentos (Assaf, 110): - evolução dos ativos e passivos circulantes: nessa comparação pode-se avaliar a existência de folga financeira, liquidez de curto prazo. Essa folga ocorre quando os ativos circulantes crescem mais rapidamente que os passivos circulantes. Restrita liquidez de curto prazo ocorre quando os passivos circulantes crescem mais que os ativos circulantes; 13 03 – Análise Horizontal e Vertical - evolução do ativo permanente: esse grupo patrimonial reflete a capacidade produtiva instalada, onde os investimentos em bens fixos produtivos devem estar adequados ao crescimento de vendas; - evolução da estrutura de capital: procura-se identificar como a empresa está financiando seus investimentos em ativos, com recursos próprios ou de terceiros. 14 03 – Análise Horizontal e Vertical 15 Tabela 6: Análise Horizontal do Balanço Patrimonial, Base: Exercício Anterior A Tabela 6 mostra os números-índices dos períodos X2 e X3 de um balanço patrimonial. Pode-se observar que a capacidade de pagamento piorou, por que o passivo circulante aumentou mais que o ativo circulante. Em X3 AC menos PC é negativo. As exigibilidades aumentam no período analisado. O patrimônio líquido cresce menos que o permanente. Aumenta a dependência dos credores e aumenta o risco financeiro. Investimentos Ativo Permanente: Imobilizado Intangível 03 – Análise Horizontal e Vertical Nas demonstrações de resultado do exercício procura-se identificar a evolução das receitas, custos e despesas e seus reflexos no resultado do exercício. Se o crescimento do custo das mercadorias vendidas for proporcionalmente menor que o crescimento das receitas operacionais, então: - o custo unitário ficou reduzido por causa do maior nível de produção e vendas, a empresa melhorou a sua estrutura de custos fixos com aumento no volume da atividade; - os preços dos produtos vendidos aumentaram mais que os custos dos produtos vendidos. 16 03 – Análise Horizontal e Vertical . 17 Quando a evolução das receitas de vendas aumenta mais que os custos e despesas operacionais, indica bom desempenho na administração dos ativos. Tabela 7: Análise Horizontal da DRE, Base: Exercício Anterior Os custos das vendas cresceram mais que as receitas, provocando reduções nos lucros bruto, operacional e líquido. Em X2 as receitas subiram 51,8% para gerar um aumento no lucro bruto de 37,2% e em X3, para obter aumento de 8,6% no lucro bruto, as receitas cresceram 62,7%. As despesas operacionais e financeiras cresceram menos que as receitas e não oneram o lucro na mesma intensidade que o CMV. A Tabela 7 mostra os números-índices dos períodos X2 e X3 de uma DRE. A variação do resultado operacional foi de - 109,05%. Do resultado líquido foi de -115,08%. 03 – Análise Horizontal e Vertical A análise vertical: Também é um processo comparativo, apurado em percentual, relaciona uma conta ou um grupo de contas com um valor relacionável, na mesma demonstração ou na mesma data. A comparação não é entre diferentes datas, é entre diferentes itens contábeis, na mesma data. Com os valores absolutos em forma vertical, pode-se facilmente apurar a participação relativa de cada conta ou grupo, seja no balanço ou na DRE. Fazendo-se a análise vertical em uma série histórica, pode-se verificar e analisar o comportamento de cada item contábil ao longo do período analisado. 18 03 – Análise Horizontal e Vertical. 19 Tabela 8: Análise Vertical do Balanço Patrimonial Os investimentos de curto prazo tiveram pequena redução ao longo do período de 17,8% para 13%. As dívidas de curto prazo ou o passivo circulante, em contra partida, aumentaram. Essa situação reduziu a liquidez da empresa. O grupo ativo investimentos, imobilizado mais intangível cresceu ao longo dos períodos analisados, passou de 53,6% para 60,8%. Os demais grupos de contas do ativo diminuíram as suas participações. O aumento dos ativos produtivos (permanentes) gerou crescimento no nível das vendas. Em X1 60,7% dos ativos eram financiados pelo patrimônio líquido, passando para 53,4% em X3, significa que a empresa deve 46,6% do ativo para terceiros. A Tabela 8 mostra a participação relativa de cada conta no balanço patrimonial ao longo dos períodos de X1, X2 e X3. 03 – Análise Horizontal e Vertical . 20 Tabela 9: Análise Vertical da DRE A Tabela 9 mostra a participação relativa de cada conta na DRE ao longo dos períodos de X1, X2 e X3. Os custos das vendas passaram de 63% em X1 para 77,8% em X3, o que reduz a parcela das vendas que representa o lucro bruto. Isso reduziu a participação do lucro no período analisado. As despesas operacionais e financeiras diminuíram as suas participações ao longo do período analisado. Essa redução não foi suficiente para compensar os aumentos dos custos das vendas. Como consequência dos desempenhos das vendas, dos custos das vendas e demais despesas, o lucro líquido passou de 5,6% em X1 para - 0,4% em X3. 03 – Análise Horizontal e Vertical Embora a análise horizontal e vertical tenham apresentado conclusões semelhantes, sugere-se que uma análise não exclua necessariamente a outra. É importante que as duas análises sejam feitas para melhor identificar as variações ocorridas em todas as contas ou grupo de contas. 21 03 – Análise Horizontal e Vertical Uma empresa do setor de alimentos publicou seus balanços, conforme Tabela a seguir. Pede-se: a) Efetuar análise horizontal e vertical dos balanços. b) Analisar a posição financeira de curto prazo da empresa. c) Avaliar a estrutura de capital da empresa. Você considera correta a maneira como a empresa vem se financiando? 22 03 – Análise Horizontal e Vertical Com as informações das Demonstrações dos Resultados dos Exercícios constantes da Tabela a seguir, pede-se: a) Efetuar análise horizontal e vertical das DREs. b) Analisar as evoluções das contas nos dois períodos. 23 03 – Análise Horizontal e Vertical . 24 Assaf Neto, p. 105. Braga, p. 143. Iudícibus, p. 77. Matarazzo, p. 243. Pereira da Silva, p. 181. Schrickel, p. 132. Fontes 04 – Indicadores de Endividamento Diferentes indicadores podem ser calculados para as diferentes fontes de recursos, sejam próprios ou de terceiros. O capital próprio, normalmente é de prazo indeterminado. Para o capital de terceiros, podem ser calculados indicadores por prazos. Podem ser classificados por tipos de fontes: empréstimos bancários ou operações de mercado. Podem ser calculadas as participações de cada instituição financeira no total dos recursos de terceiros. 1 04 – Indicadores de Endividamento Os principais quocientes ou indicadores relacionam as fontes de fundos entre si, retratam a posição relativa do capital próprio em relação ao capital de terceiros. Diferentes indicadores podem ser calculados para analisar as fontes permanentes de capital de uma empresa. Endividamento: Expressa a relação entre o capital de terceiros e o capital próprio. Mostra quanto a empresa tomou emprestado para cada real de capital próprio aplicado. Esse indicador também pode ser apurado como uma relação das dívidas de curto prazo ou de longo prazo com o patrimônio líquido. 2 LíquidoPatrimônio TotalPassivontoEndividame)1 = Passivo Total = Exigível total = passivo circulante + passivo exigível a longo prazo. 04 – Indicadores de Endividamento Dependência Financeira: A dependência revela a participação de capital de terceiros no total de recursos investidos na empresa. Quanto maior for esse indicador maior será a dependência da empresa pela utilização de capital de terceiros. O complemento desse indicador é a independência financeira, que pode ser apurado pela divisão entre patrimônio líquido e ativo total. Esse indicador também é conhecido como quociente de participação de capitais de terceiros sobre recursos totais, ou simplesmente debt ratio. 3 TotalAtivo TotalPassivoFinanceiraaDependênci)2 = 04 – Indicadores de Endividamento Grau de Imobilização de Capitais Permanentes ICP: A imobilização de capitais permanentes é a relação entre o ativo permanente e o passivo permanente. Indica o nível de imobilização dos recursos de longo prazo, é o percentual de recursos de longo prazo que está financiando o ativo permanente. Quando esse indicador for menor que um, indica que parte dos recursos de longo prazo está financiando o capital de giro. 4 azoPrLongoaExigível LíquidoPatrimônio PermanenteAtivo ICP)3 + = Investimentos Ativo Permanente: Imobilizado Intangível 04 – Indicadores de Endividamento Imobilização do Patrimônio Líquido IPL: 5 LíquidoPatrimônio PermanenteAtivoIPL)4 = Indica a parcela do patrimônio líquido que está financiando o ativo permanente. 04 – Indicadores de Endividamento Grau de Participação das Dívidas de Curto Prazo sobre Exigível Total CP/ET: Representa a parcela do exigível total que vence no curto prazo. A empresa deve procurar financiar suas expansões com empréstimos de longo prazo. O complemento desse indicador representa a parcela da dívida de longo prazo em relação ao exigível total. 6 TotalExigível CirculantePassivoET/CP)5 = Exigível total = passivo circulante + passivo exigível a longo prazo. 04 – Indicadores de Endividamento Indicadores de Dependência Bancária: Ativo total financiado por empréstimos bancários: Participação dos empréstimos bancários no exigível total: . 7 TotalAtivo BancáriossEmpréstimoTotalAT/EB)6 = Indica a parcela do ativo total financiada por empréstimos bancários de curto e longo prazos. TotalExigível BancáriossEmpréstimoTotalET/EB)7 = Indica a parcela do exigível total financiada por empréstimos bancários de curto e longo prazos. 04 – Indicadores de Endividamento Ativo circulante financiado por empréstimos bancários curto prazo: Estabilidade do endividamento: 8 CirculanteAtivo azoPrCurtoBancáriossEmpréstimoAC/EB)8 = Indica a parcela do ativo circulante financiado por empréstimos bancários de curto prazo. BancáriossEmpréstimoTotal LPBancáriossEmpréstimodeEstabilida)9 = Indica a parcela do total dos empréstimos bancários sendo financiada com empréstimos de longo prazo. 04 – Indicadores de Endividamento Endividamento curto prazo: Empréstimos bancários e capital próprio: 9 BancáriossEmpréstimoTotal CPBancáriossEmpréstimoEB/CP)10 = Indica a parcela do total dos empréstimos bancários sendo financiada com recursos de curto prazo. LíquidoPatrimônio BancáriossEmpréstimoTotalPL/EB)11 = Indica a relação entre o capital de terceiros, formado por empréstimos bancários, e o patrimônio líquido. Pode-sesubstituir a expressão total empréstimos bancários por passivo financeiro ou passivo oneroso. 04 – Indicadores de Endividamento 1) Uma empresa projeta um ativo total de $ 45,00 milhões para o próximo exercício. Pretende manter um endividamento (P/PL) de 65%. Calcular o valor do patrimônio líquido (PL) e do passivo total (P) da empresa. 2) Para cada um dos indicadores de endividamento (P/PL), calcular o percentual dos recursos próprios (PL) que financiam o ativo total da empresa. a) 63,8%; b) 112,4%; c) 222,0%. 3) Uma empresa fornece as seguintes informações referentes a seus três últimos exercícios sociais. Os diferentes valores apresentados encontram-se expressos em moeda de mesmo poder de compra. 10 a) Calcular a evolução real do ativo imobilizado, das vendas e das dívidas totais nos exercícios considerados. b) Calcular o giro do imobilizado para cada exercício. (item 7) c) Como foi financiado o crescimento do ativo imobilizado da empresa? Você considera adequada a forma como a empresa se financiou? Exercícios 04 – Indicadores de Endividamento 4) Uma empresa apresentou os seguintes resultados ao final de determinado exercício social: Vendas líquidas: $ 450.000,00; Patrimônio líquido: $ 150.000,00. Pede-se calcular os índices de dependência e independência financeira sabendo que o giro do ativo total atingiu 1,5 vezes. (item 7) 5) Foram apuradas de uma empresa as seguintes informações relativas aos seus quatro últimos exercícios sociais. 11 a) Calcular o grau de imobilização dos recursos permanentes. b) Avaliar a estrutura de capital da empresa. Exercícios 04 – Indicadores de Endividamento 12 Assaf Neto, p. 149 Iudícibus, p. 97. Pereira da Silva, p. 213. Matarazzo, p. 295 Fontes 05 – Indicadores de Liquidez Os indicadores de liquidez servem para estudar a capacidade da empresa de pagar compromissos de curto prazo. O foco desse estudo é o circulante (ativo e passivo) da empresa, analisa e interpreta o comportamento dos valores de curto prazo. 1 05 – Indicadores de Liquidez O estudo da liquidez dedica-se a mensuração e interpretação do comportamento do circulante da empresa, utilizando indicadores de liquidez. É uma situação estática da posição de liquidez. Diferentes indicadores podem ser apurados para medir o desempenho do ativo circulante e do capital de giro líquido (capital circulante líquido) para medir a liquidez da empresa. Todas as aplicações de uma empresa, curto ou longo prazo, se convertem em dinheiro novamente. O disponível aumenta pela redução dos estoques e do recebimento dos valores a receber. Com a disponibilidade a empresa liquida seus compromissos assumidos no seu passivo. Os prazos dos financiamentos devem ser maiores ou pelo menos iguais aos prazos de liquidez dos correspondentes ativos. 2 05 – Indicadores de Liquidez O conceito básico de equilíbrio financeiro demonstra que toda a aplicação de recursos no ativo deve ser financiada por fundos com equivalentes prazos de vencimento. Aplicações de curto prazo podem ser financiadas com recursos de curto prazo, entretanto, aplicações permanentes devem ser financiadas com recursos de longo prazo. Aplicações permanentes financiadas com recursos de curto prazo criam desequilíbrio para a empresa, por isso, se admite que a empresa está assumindo maior risco financeiro, aumentando a probabilidade de não honrar os compromissos nos prazos pactuados. Parcela do ativo circulante apresenta características de realização de longo prazo, é um valor cíclico (repetitivo), de natureza permanente. 3 05 – Indicadores de Liquidez Esse conceito de natureza permanente permite segmentar o ativo circulante em duas partes: (1) parcela efetivamente de curto prazo, sazonal ou variável; (2) parcela definida para manter a atividade básica da empresa, admitida como permanente. O aumento do volume de atividade da empresa aumenta o ativo permanente e o ativo circulante de natureza permanente. Atrasos no recebimento de vendas a prazo, antecipação de compras são exemplos de ativo circulante sazonal. A parcela típica de vendas a prazo e o volume mínimo de estoques para manutenção das operações da empresa são exemplos de ativo circulante permanente. 4 05 – Indicadores de Liquidez . 5 Figura 1: Segmentação do Ativo Circulante A Figura 1 mostra as duas parcelas do ativo circulante: sazonal e de natureza permanente, além do ativo permanente. Os ativos permanente e circulante permanente devem ser financiados com recursos de longo prazo. O ativo circulante sazonal pode ser financiado com recursos de curto prazo. 05 – Indicadores de Liquidez É de se esperar que o custo de crédito a curto prazo seja mais baixo que o de longo prazo, por que envolve um tempo menor para o retorno dos fundos e tem menor taxa de risco. As aplicações no ativo devem gerar maior retorno possível. Investimentos permanentes têm melhor contribuição nos lucros da empresa, por oferecer maior capacidade física de venda ou uma redução de custos. Aplicações a curto prazo com objetivo de manter capital circulante líquido em níveis mais elevados oferece maior segurança e menor risco financeiro. Quando a empresa prioriza rentabilidade procura reduzir volume do capital de giro. 6 05 – Indicadores de Liquidez Isso constitui o dilema da administração do capital de giro: segurança (liquidez) versus rentabilidade. Os dois conceitos movem-se em direções contrárias: maior liquidez (menor risco) implica em menor rentabilidade e vice-versa. 7 Figura 2: Liquidez Versus Rentabilidade CCL = AC – PC CCL = Capital Circulante Líquido AC = Ativo Circulante PC = Passivo Circulante 05 – Indicadores de Liquidez Os indicadores de liquidez mostram a situação financeira de uma empresa, capacidade de honrar seus compromissos financeiros. Representa o percentual das dívidas de curto prazo (circulante) que podem ser liquidadas imediatamente. É usual que esse quociente seja baixo por que as empresas tem pouco interesse em manter recursos monetários em caixa. Revela o percentual das dívidas de curto prazo que podem ser liquidadas com os itens de maior liquidez do ativo circulante, disponível e valores (duplicatas) a receber. 8 CirculantePassivo Disponível ediataImLiquidez = CirculantePassivo sAntecipadaDespEstoquesCirculanteAtivo SecaLiquidez −− = 05 – Indicadores de Liquidez Indica o volume de recursos do ativo circulante, à disposição da empresa, para liquidar $ 1,00 de dívida do passivo circulante. Quanto maior liquidez corrente maior é a capacidade de honrar seus compromissos e de financiar suas necessidades de capital de giro. Indica a liquidez, tanto a curto quanto a longo prazo. 9 CirculantePassivo CirculanteAtivoCorrenteLiquidez = .NegativoLíquidoCirculanteCapital1CorrenteLiquidez NuloLíquidoCirculanteCapital1CorrenteLiquidez PositivoLíquidoCirculanteCapital1CorrenteLiquidez ⇒< ⇒= ⇒> azoPrLongoaExigívelCirculantePassivo azoPrLongoaalizávelReCirculanteAtivoGeralLiquidez + + = 05 – Indicadores de Liquidez Fatores adicionais que o analista precisa examinar (Pereira, 223): - os passivos são inquestionáveis quanto a sua exigibilidade; - a realização dos ativos precisa ser bem avaliada; - ausência de provisões no passivo (ou provisões a menor): sem provisão para férias, isso afeta o resultado, o passivo circulante e o coeficiente de liquidez; - pagamentos paraacionistas, controladora ou matriz, podem ter flexibilidade em termos de prazos. Adiantamentos recebidos para futuro aumento de capital são exigibilidades transitórias, serão transformados em PL em alguma data futura; - certificar-se que não tenha compromissos vencidos no passivo circulante, impostos atrasados; - conhecer as características de financiamentos de longo prazo, especialmente os vencimentos; 10 05 – Indicadores de Liquidez Fatores adicionais que o analista precisa examinar: - disponibilidades e aplicações financeiras deverão ser ativos de melhor liquidez, avaliar aplicações financeiras em IF de alto risco; - conhecer os prazos para vencimento de duplicatas a receber, valores em atraso e volume de provisão para devedores duvidosos; - critérios de avaliação dos estoques, prazos de rotação e de pagamento aos fornecedores criam dificuldades para análise. Estoques com giro lento podem estar com valores desatualizados. Elevados prazos para pagamento dos fornecedores pode transferir encargos financeiros para o estoque. Critérios de rateio dos custos indiretos de produção podem influenciar os valores dos estoques; - prazos para pagamentos inferiores aos de realizações, provocam dificuldades para honrar seus compromissos; - valores presentes dos ativos e passivos. 11 05 – Indicadores de Liquidez 1) Uma sociedade de capital aberto com atuação no setor de comércio varejista, em fase de forte expansão, publicou suas demonstrações financeiras referentes aos exercícios sociais 20X0, X1 e X2. Os valores encontram-se expressos em moeda de mesmo poder aquisitivo. 12 a) Em que grupo patrimonial do ativo se encontra o maior volume de aplicações da empresa? Essa situação é razoável? b) Calcular os índices para os indicadores liquidez imediata, liquidez seca e liquidez corrente. Exercício 05 – Indicadores de Liquidez 13 Assaf Neto, p. 176. Iudícibus, p. 99. Pereira da Silva, p. 221. Matarazzo, p. 151. Fontes 06 – Indicadores de Rentabilidade Os indicadores de rentabilidade mais frequentemente usados no mercado são os apurados sobre valores investidos: capital próprio, total dos ativos ou capital investido (CI) Também podem se apurados para expressar a lucratividade das vendas. 1 06 – Indicadores de Rentabilidade Apurar a rentabilidade em valores absolutos gera informação com pouca utilidade. Os valores dos lucros de uma grande e de uma micro empresa são muito diferentes, sem refletir o retorno relativo, o que sugere o cálculo em valores percentuais. A melhor expressão do retorno relativo resulta da comparação do lucro com alguma dimensão de valor de vendas, ativo total, patrimônio líquido, ativo operacional. O lucro pode ser visto de diferentes formas: lucro operacional, lucro líquido, antes ou depois do imposto de renda, antes ou depois das despesas financeiras. Certos conceitos são melhores para determinadas finalidades, por exemplo: excluir valores não repetitivos, ou não recorrentes. 2 06 – Indicadores de Rentabilidade Neste grupo dos indicadores de rentabilidade são encontrados dois conjuntos de indicadores que expressam a lucratividade das vendas e os retornos sobre os valores investidos. Margem de lucro sobre as vendas: esse conceito também é conhecido como margem operacional. Consiste na comparação do lucro com as vendas líquidas. O conceito pode ser entendido de duas formas: margem operacional e margem líquida (Iudícibus). Outros autores consideram mais formas. 3 LíquidaceitaRe BrutoLucroBrutaemargM = LíquidaceitaRe lOperacionaLucro lOperacionaemargM DIR= LíquidaceitaRe LíquidoLucro LíquidaemargM DIR= VendidassMercadoriadasCusto BrutoLucroGlobalUpMark =− 06 – Indicadores de Rentabilidade Retornos sobre Valores Investidos: o desempenho econômico de uma empresa está focado basicamente nas medidas de retornos sobre o patrimônio líquido e do investimento total, dos custos das dívidas e do grau de alavancagem financeira. 4 LíquidoPatrimônio LíquidoLucro LíquidoPatrimônioosobretornoRe DIR= TotalAtivo lOperacionaLucro toInvestimenosobretornoRe DIR= OnerosoPassivo LíquidassFinanceiraDespesas)ki(DívidadaCusto = ROI RSPLFinanceiramAlavancagedeGrau = RSPL = ROE ROI = RSA = ROA Ki GAF 06 – Indicadores de Rentabilidade Com base nas informações do Balanço Patrimonial e da Demonstração de Resultado do Exercício, calcule: margem bruta, margem operacional, margem líquida, mark-up global, RSPL, RSA, Ki e GAF. 5 06 – Indicadores de Rentabilidade 6 06 – Indicadores de Rentabilidade . 7 %33,33 000.18 000.6MB 1X == %49,9 000.18 27,708.1 000.18 080.2 7301*632.2 MO 1X == − = %50,7 000.18 350.1ML 1X == %00,50 000.12 000.6UpM 1X ==− %33,33 800.19 600.6MB 2X == %45,9 800.19 97,870.1 000.18 550.1 5501*900.2 MO 2X == − = %05,5 800.19 000.1ML 2X == %00,50 200.13 600.6UpM 2X ==− 06 – Indicadores de Rentabilidade . 8 %69,22 950.5 350.1RSPL 1X == %93,14 700.6 000.1RSPL 2X == %67,13 500.12 27,708.1 500.12 080.2 7301*632.2 RSA 1X == − = %58,15 300.2 27,358 300.2 080.2 7301*552 ki 1XDIR == − = 6598,1 67,13 69,22GAF 1X == %82,9 050.19 97,870.1 050.19 550.1 5501*900.2 RSA 2X == − = %62,12 900.6 97,870 800.1100.5 550.1 5501*350.1 ki 2XDIR ==+ − = 5204,1 82,9 93,14GAF 2X == 06 – Indicadores de Rentabilidade . 9 Exercício 06 – Indicadores de Rentabilidade . 10 Calcule os índices dos seguintes indicadores, com base nas informações do Balanço Patrimonial e da DRE: a) Margem operacional b) Margem líquida c) Retorno sobre o ativo d) Retorno sobre o patrimônio líquido e) Custo da dívida f) GAF 06 – Indicadores de Rentabilidade 11 Assaf Neto, p. 222. Braga, p. 163. Iudícibus, p. 105. Matarazzo, p. 391. Pereira da Silva, p. 238. Schrickel, p. 280. Fontes 07 – Ciclo Operacional e Indicadores Serão estudadas as fases compreendidas entre a aquisição da matéria- prima e o recebimento pelas vendas. Serão calculados os ciclos: operacional e financeiro. Serão apurados os prazos dos giros dos ativos. 1 07 – Ciclo Operacional e Indicadores Por meio de suas atividades operacionais a empresa compra matéria prima, produz bens ou serviços, para em seguida vender e receber pelas vendas. Com essas atividades a empresa procura obter um determinado volume de lucro, com o objetivo de atender às expectativas de retornos para os fornecedores de recursos. Ciclo Operacional: Pela repetição desse processo se identifica o ciclo operacional da empresa. O ciclo operacional consiste em identificar e dimensionar as fases operacionais, que vão desde a compra de materiais até o recebimento pelas vendas. 2 07 – Ciclo Operacional e Indicadores 3 Figura 1: Ciclo Operacional: Compras e Vendas A soma dos prazos das fases é o período de maturação, ou o prazo médio decorrido desde a compra da matéria-prima até o recebimento das vendas. Quanto maior for o prazo, maior será a necessidade de recursos para financiar essa atividade. A Figura 1 mostra uma sequência natural das fases operacionais, iniciando
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