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01 – Introdução 
 
Neste item da introdução vamos abordar as observações dos 
principais autores sobre análise de balanços. 
 
- Onde buscar informações? 
 
- Qual é a finalidade da informação a ser gerada? 
 
- Que tipo de informação deve ser gerada? 
 
 
 
1 
01 – Introdução 
 
Conceito de Análise de Balanço: 
 
Para Iudícibus, análise de balanços é a arte de saber extrair relações úteis 
dos relatórios contábeis tradicionais, Balanço Patrimonial (BP), 
Demonstração de Resultado do Exercício (DRE), Fluxo de Caixa. 
 
As informações a serem extraídas dependem do objetivo econômico da 
análise a ser feita. 
 
Não há uma forma científica ou metodologicamente comprovada de 
relacionar os indicadores de maneira a obter um diagnóstico preciso, 
apesar de existirem alguns cálculos razoavelmente formalizados. 
 
Analistas com o mesmo conjunto de informações e de quocientes podem 
chegar a diferentes conclusões. 
. 
2 
01 – Introdução 
Análise financeira de empresas é o processo de decomposição de um todo 
em suas partes constituintes para identificar suas características e 
possíveis anormalidades. 
 
No campo financeiro, a análise do lucro de uma empresa pode ser feita a 
partir da decomposição do lucro em receitas e despesas e a 
representatividade de cada uma dessas contas, exemplo: volume de 
vendas da empresa. 
 
Todas as contas podem ser comparadas em uma série histórica e com 
contas de empresas concorrentes. 
 
A expressão análise de balanço deve ser entendida em sentido amplo, 
incluindo as principais demonstrações financeiras e outros detalhamentos 
e informações adicionais. 
3 
01 – Introdução 
A análise de balanços é valorizada quando o analista 
consegue: 
 
- Estabelecer uma tendência dentro da própria empresa 
(uma série histórica); 
- Comparar os índices obtidos pela análise de indicadores 
com índices expressos em termos de metas; 
- Comparar os indicadores/índices com os da concorrência 
(outras empresas nacionais ou internacionais). 
 
 
 
4 
Figura 1: Transformar Fatos em Informações 
01 – Introdução 
 
Para Assaf Neto, das demonstrações financeiras são extraídas 
informações acerca da posição econômica e financeira da empresa. 
 
Um analista conclui sobre a atratividade de se investir nas ações de 
uma determinada empresa; um crédito solicitado deve ou não ser 
atendido; a liquidez da empresa ou a sua capacidade de 
pagamento está em equilíbrio ou em insolvência; a rentabilidade 
oferecida pela atividade operacional atende às expectativas dos 
proprietários. 
 
A análise de balanços é feita com informações das demonstrações 
financeiras. Para muitos autores as expressões análise de balanços, 
análise das demonstrações financeiras, 
demonstrações/demonstrativos contábeis, relatórios financeiros, 
são tratadas como sinônimos. 
 
 
5 
01 – Introdução 
A análise de balanços procura mostrar a posição econômico-
financeira, as causas da evolução apresentada e as tendências 
(posições futuras). Extraem-se informações históricas: 
passado, presente e tendências (futuro) de uma empresa. 
 
Não é razoável sugerir uma sequência metodológica ou 
científica para fornecer um diagnóstico preciso sobre as 
empresas. 
 
O conhecimento técnico, a experiência e a própria intuição 
do analista são responsáveis pela forma como os indicadores 
são utilizados. Com base nas demonstrações o analista extrai 
as suas conclusões para tomar ou influenciar decisões acerca 
das empresas, como: conceder crédito, investir ou 
desinvestir, alterar política financeira ou de crédito, 
solvência, capacidade de pagamento, qualidade da gestão. 
 6 
01 – Introdução 
Insumos para Análises: os insumos básicos para realizar análises 
de balanços são os relatórios elaborados pelas empresas. 
 
Relatórios obrigatórios: são os definidos pela legislação societária. 
 - Balanço Patrimonial; 
 - Demonstração do Resultado do Exercício; 
 - Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados ou 
 Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido; 
 - Demonstração dos Fluxos de Caixa; 
 - Demonstração do Valor Adicionado (Cias Abertas). 
 
Relatórios não Obrigatórios: não integram a estrutura básica das 
demonstrações financeiras que são elaboradas para efeitos de 
publicação. Destinam-se para uso gerencial interno. Esses 
relatórios são importantes para análises das empresas. Exemplos: 
projeções das vendas, desempenho por produto. 
 
7 
01 – Introdução 
Além das demonstrações financeiras obrigatórias as 
companhias abertas ainda devem publicar: 
 
Relatório da Diretoria: contém informações gerais sobre a empresa, 
como: dados estatísticos diversos, política de recursos humanos, projeções 
financeiras, projetos de expansão e modernização, programas de 
exportação, perspectivas do mercado e da empresa. 
 
Notas Explicativas: apresentar certas informações que não ficam 
detalhadas pelas demonstrações financeiras, como: composição do capital 
social; detalhamento de empréstimos bancários; participação acionária 
em outras empresas; critérios de avaliação de elementos patrimoniais 
(especialmente estoques). 
 
Parecer dos Auditores: opinião de auditores independentes sobre 
situação econômico-financeira, uniformidade dos relatórios com relação 
aos relatórios de exercícios anteriores, princípios contábeis foram 
respeitados. Esse parecer valoriza a qualidade da informação contábil. 
 
 
8 
01 – Introdução 
O que é análise financeira de empresas? (Pereira da Silva, p. 21) 
 
É um processo de decomposição de um todo em suas partes, e que 
permite o exame dessas partes para entender o todo, identificar as 
características e possíveis anormalidades. 
 
A análise do lucro pode ser feita pela decomposição do lucro em 
contas de receitas e despesas e quanto cada uma dessas partes 
representa do volume das vendas. Buscar entender as causas que 
afetam o lucro da empresa. Comparar o lucro de diferentes 
períodos e de diferentes empresas do setor e fora dele. 
 
As razões que sugerem uma análise financeira normalmente são de 
caráter econômico-financeiro. Um banco analisa a capacidade de 
pagamento para fazer um empréstimo. Um investidor avalia a 
expectativa de lucro sobre o investimento. 
 
9 
01 – Introdução 
Etapas da análise financeira: 
 
Coleta: obter das demonstrações financeiras e outras 
informações como: dados sobre o mercado onde a empresa 
atua, seus produtos, nível de tecnologia, administradores e 
proprietários, se a empresa pertence a algum grupo. 
 
Conferência: é uma pré-análise para verificar se as 
informações estão completas, claras e confiáveis. 
 
Preparação: reclassificar as demonstrações financeiras 
para adequá-las aos padrões da instituição que vai efetuar a 
análise. Essa fase é fundamental para se obter uma boa 
análise (avaliação). 
 
 
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01 – Introdução 
Etapas da análise financeira: 
 
Cálculos: apurar indicadores de estrutura, liquidez, retorno. Esses 
cálculos são feitos por softwares desenvolvidos para essa finalidade. 
 
Análise: na análise dos dados procura-se compreender a 
consistência das informações, tendências e as conclusões que podem ser 
extraídas. Os resultados dependem muito da experiência do analista. 
 
Conclusão: consiste em identificar, ordenar, destacar e escrever 
sobre os principais pontos e recomendações acerca da empresa. É uma 
das fases mais importantes. Expor o parecer em linguagem simples, clara 
e consistente para que o usuário da informação possa tomar decisões. 
Conhecer o objetivo da análise ajuda o analista a direcionar as suas 
conclusões. 
 
 
 
11 
01 – Introdução 
Há uma série de fatores que causam impacto na saúde financeira da 
empresa, além dos indicadores econômico-financeiros normalmente 
sugeridos e o analista procura explicaçõespara esses fatores. 
 
- O que a empresa faz? 
- A quem pertence a empresa, quem tem o poder de decisão? 
- Quem são os administradores da empresa? 
- A empresa é sólida ou corre o risco de quebrar em pouco tempo? 
- A empresa está muito endividada? 
- Que tipo de público consome seus produtos? 
- Quem são os principais concorrentes? 
- A empresa é competitiva na concorrência? 
- A empresa é lucrativa? 
- Capacidade de geração de lucro? 
12 
01 – Introdução 
Metodologia de Análise (Assaf Neto p. 46): 
 
O objetivo é desenvolver uma metodologia que possa ser 
utilizada como um esquema básico de avaliação. Sugere um 
esquema a ser seguido para a aplicação das técnicas de 
análise 
 
1) A Empresa e o Mercado: o analista procura conhecer a empresa e 
o mercado de atuação, o setor de atividade da empresa. Avaliar as 
potencialidades atuais e futuras, concorrência, tecnologia, fornecedores, 
política de preços. 
 
2) Relatórios Financeiros: incluem as demonstrações financeiras 
elaboradas pelas empresas. 
 
3) Análises Horizontal e Vertical: identificar a evolução dos valores 
ao longo do tempo (horizontal) e a participação relativa de cada valor em 
relação ao total (vertical). 
 
 
 
13 
01 – Introdução 
4) Análise da Liquidez: conhecer a capacidade de pagamento da empresa, 
equilíbrio financeiro e necessidade de investimento em giro. 
 
5) Análise do Endividamento: estuda a proporção de capital próprio e 
capital de terceiros, a dependência financeira por recursos de curto prazo, 
risco financeiro. 
 
6) Análise de Rentabilidade: avalia o desempenho econômico da 
empresa, mede o retorno sobre investimentos, sobre o capital próprio, sobre 
as vendas. 
 
7) Análise do Valor: além do lucro, avalia a capacidade da empresa de 
gerar valor econômico para os acionistas. Constitui-se a meta da 
administração financeira. O objetivo da empresa é maximizar a riqueza dos 
acionistas, que é medida pelo valor de mercado da empresa. 
 
8) Conclusões: embora cada esquema de análise proposto proporcione 
conclusões específicas, a conclusão do analista deve mostrar a real situação 
econômico-financeira e perspectivas de desempenho. 
 
 
14 
01 – Introdução 
 
 
 
15 
Figura 2: Processo para Tomada de Decisão (Matarazzo, p. 19) 
A Figura 2 mostra as etapas do processo, 
com base nos fatos disponíveis são 
definidos os indicadores a serem 
mensurados, comparados com algum 
padrão, outras empresas, outros setores, 
países diferentes, para fazer um 
diagnóstico e sugerir tomadas de decisão. 
01 – Introdução 
 
 
 
16 
Assaf Neto, p. 43 
 
Braga, p.23 
 
Iudícibus et al, cap 1 
 
Matarazzo, p. 15 
 
Pereira da Silva, p. 21. 
Fontes 
02 – Demonstrações Financeiras 
 
As demonstrações financeiras são regularmente apuradas pelas empresas 
financeiras (bancos) e não financeiras (indústria, comércio e serviços). 
 
 
Neste item 2, vamos analisar basicamente o balanço patrimonial - BP e a 
demonstração do resultado do exercício – DRE. Essas duas demonstrações 
são fundamentais para as análises que faremos nos próximos itens. 
 
 
Todo o processo de análise exige um certo nível de conhecimento das 
demonstrações e as conclusões sobre o desempenho da empresa são 
extraídas dessas demonstrações. 
 
 
 
 
1 
02 – Demonstrações Financeiras 
 
A nova estrutura do Balanço Patrimonial, previsto pela Lei 11638/07, 
ver Assaf Neto, p. 54: 
 
- Classificação de ativo e passivo em circulante e não circulante; 
- Extinção do grupo ativo permanente; 
- Extinção de receitas e despesas não operacionais; 
- Criação do subgrupo ativo intangível no ativo não circulante; 
- Criação da conta ajustes de avaliação patrimonial no PL; 
- Vedada a prática de reavaliação de ativos de forma espontânea; 
- Saldo da conta lucros acumulados deve ter destinação específica. 
 
 
 
 
 
2 
02 – Demonstrações Financeiras 
 
O artigo 176 da Lei 6404/76 (Lei das SAs) que define as 
demonstrações financeiras a serem publicadas, foi reescrito pela Lei 
11638/07, os itens I, II e III foram mantidos: 
 
 I – Balanço Patrimonial 
 II – Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados; 
 III – Demonstração do Resultado do Exercício; 
 IV – Demonstração dos Fluxos de Caixa; 
 V – Demonstração do Valor Adicionado (se companhia aberta). 
 
 
 
 
 
3 
02 – Demonstrações Financeiras 
Avaliação de ativos e passivos (Assaf Neto, p. 55): 
 
- Contas a receber (circulante): valores dos títulos a receber líquidos de 
estimativas de não recebimento (perdas); 
- Aplicações em instrumentos financeiros: pelo valor econômico (valor justo) 
ou pelo valor do principal atualizado dos juros e outros rendimentos previstos para 
a operação; 
- Estoques - custo de compra ou de fabricação: deduzir do valor calculado 
estimativas de eventuais perdas caso o preço de mercado dos estoques seja inferior; 
- Ativo imobilizado - custo de aquisição líquido da depreciação, amortização e 
exaustão. Ao final de cada exercício social, a empresa deve aplicar o teste de 
responsabilidade dos ativos (impairment); 
- Participações relevantes em coligadas e controladas: método de 
equivalência patrimonial; 
- Ativos realizáveis e passivos: de maneira geral, todos os ativos realizáveis e 
passivos, notadamente os de longo prazo, devem ser avaliados a valor presente pela 
taxa de juros de mercado. 
 
 
 
 
 
4 
02 – Demonstrações Financeiras 
A identidade contábil básica é (Assaf, 58): 
 
 
 
 
 
A estrutura do balanço patrimonial é a seguinte: 
 
 
 
 
 
5 
02 – Demonstrações Financeiras 
O Art. 178 da Lei 6404 prevê que as contas serão classificadas 
segundo os elementos do patrimônio e agrupadas de modo a facilitar 
o conhecimento e a análise da situação da companhia. 
§ 1º No ativo, as contas serão dispostas em ordem decrescente de 
grau de liquidez dos elementos nelas registrados: 
I – ativo circulante; 
II – ativo não circulante, composto por realizável a longo prazo, 
investimentos, imobilizado e intangível. 
 
 
 
 
 
6 
02 – Demonstrações Financeiras 
§ 2º No passivo, as contas serão classificadas nos seguintes grupos: 
I – passivo circulante; 
II – passivo não circulante; 
III – patrimônio líquido, dividido em capital social, reservas de 
capital, ajustes de avaliação patrimonial, reservas de lucros, ações 
em tesouraria e prejuízos acumulados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
02 – Demonstrações Financeiras 
Estrutura básica do Balanço Patrimonial, conforme orientação da 
legislação, ver Art. 178 da Lei 6404. 
 
 
. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
Os subgrupos 
Resultados de Exercícios 
Futuros e Diferido 
foram revogados pela 
MP 449/08, p. 56. 
Para a estrutura do BP, 
ver deliberação CVM 488 
de 03/10/2005, que 
aprovou Pronunciamento 
do Ibracon NPC 27. 
Para mais informações ver: 
Lei 11638/07, Art. 1, reescreve Art. 178 da Lei 6404, item “c”. 
Lei 11941/09, Art . 37, reescreve Art. 178 da Lei 6404. 
02 – Demonstrações Financeiras 
ATIVO CIRCULANTE: são registrados os valores das contas com 
alta rotação, valores com vencimentos até o final do exercício 
seguinte ao do encerramento do balanço. 
 
Disponível 
 
Aplicações financeiras 
 
Valores a receber 
 
Estoques 
 
Despesas antecipadas. 
 
 
 
 
 
 
 
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02 – Demonstrações Financeiras 
Valores a receber: a curto prazo, menos duplicatas descontadas e menos provisões. 
 
PDD - Provisão para Devedores Duvidosos. A legislação permitia o percentual de 1,5% 
ou 3%, dependendo da época, sobre o saldo de duplicatas a receber. 
 
PCLD - Provisão para Crédito de Liquidação Duvidosa. Pela Lei 9430 de 27/12/96, art. 
9 a 14. 
 
Poderão ser registrados como perdas os créditos:- Empresas declaradas insolventes; 
- Sem garantia: até R$ 5.000,00, vencidos há mais de 6 meses; 
- Entre R$ 5.000,00 e 30.000,00, vencidos há mais de 1 ano (cobrança 
administrativa); 
- Acima de R$ 30.000,00, vencidos há mais de 1 ano (cobrança judicial). Isso não 
esgota o assunto. 
 
 
 
 
 
10 
02 – Demonstrações Financeiras 
Embora a legislação fiscal tenha criado restrições para 
reconhecimento das perdas antes da sua efetiva concretização, os 
princípios contábeis e a legislação societária mantém sua posição de 
constituir provisão com base na expectativa de perda. (Iudícibus, p 
81). 
 
PECLD - Perda Estimada dos Créditos de Liquidação Duvidosa. 
Essa sigla começou a ser usada a partir de 2010 quando as empresas 
brasileiras passaram a preparar suas demonstrações com base nas 
normas internacionais de contabilidade (IFRS). 
A metodologia de cálculo tem por base uma média percentual dos recebimentos ao 
longo dos três últimos exercícios anteriores, do qual se inferirá o percentual de 
inadimplência, a ser aplicado sobre o saldo final dos créditos a receber 
Para mais informações, ver pronunciamento CFC 85/2012. 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
02 – Demonstrações Financeiras 
ATIVO NÃO CIRCULANTE: nesse grupo estão os itens de baixa liquidez, 
lenta transformação em dinheiro. 
 
Realizável a longo prazo: duplicatas a receber a longo prazo e créditos diversos 
como títulos e valores mobiliários, adiantamento ou empréstimo para coligadas ou 
controladas (mesmo vencíveis a curto prazo), AFAC – adiantamento para futuro 
aumento de capital e outros créditos. Os valores são registrados a valores de mercado 
(valor presente). 
 
Investimentos: incentivos fiscais, participações acionárias em empresas coligadas ou 
controladas e outros investimentos, terrenos, obras de arte e outros ativos com fins 
especulativos (não destinados a atividades operacionais específicas da empresa). 
 
Os investimentos podem ser avaliados pelos métodos: 
 - equivalência patrimonial: para empresas coligadas e controladas 
 - custo, valor justo: para os demais investimentos. 
 
 
 
 
 
 
 
12 
02 – Demonstrações Financeiras 
Imobilizado: estão registrados os bens tangíveis e direitos que se destinam ao 
funcionamento normal da empresa. Esses ativos sofrem deterioração física ou 
tecnológica. Exemplos de imobilizado: prédios e terrenos, máquinas e 
equipamentos, veículos e mobiliário. Do valor total é descontada a depreciação ou 
exaustão. 
 
Periodicamente a empresa deverá fazer o teste de impairment, no mínimo 
anualmente, que consiste em avaliar a recuperabilidade de seus ativos. É o teste de 
redução ao valor recuperável. Para ajustar o valor contábil ao de sua realização 
(ou valor de mercado), um ajuste para perdas deve ser feito, caso o valor de 
realização seja inferior ao valor contábil. (Metodologia de avaliação de 
recuperação, ver NBC TG 01). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
13 
02 – Demonstrações Financeiras 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
02 – Demonstrações Financeiras 
Impairment pode ser traduzido como prejuízo, deterioração ou perda de valor. 
Procura adequar o valor do ativo a sua real capacidade de gerar retorno 
econômico. 
 
Essa despesa do impairment (Lei 11941/2009, art 15) não terá reflexo fiscal para 
fins de determinação da base de cálculo para apuração do IRPJ e CSLL. 
 
Deve ser reconhecido imediatamente no resultado do período 
 
O impairment é aplicado em ativos fixos (imobilizado), ativos de vida útil 
indefinida (goodwill), ativos disponíveis para vendas e investimentos em operações 
descontinuadas (é um componente da entidade que foi baixado e classificado como 
mantido para venda, ex.: aquisição de uma controlada com objetivo de revenda). 
§ 3o A companhia deverá efetuar, periodicamente, análise sobre a recuperação dos valores 
registrados no imobilizado e no intangível. (Art 183, Lei 404 – Lei 11941/09). 
15 
02 – Demonstrações Financeiras 
Como calcular o impairment de uma máquina (valor em uso)? (Site: 
afixcode). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
16 
Impairment 
É a diferença entre o valor 
contábil e o valor recuperável 
Exemplo de valor recuperável 
de uma máquina. 
É o Valor Presente de um 
fluxo de caixa, dada uma taxa 
de desconto. 
02 – Demonstrações Financeiras 
Valor Recuperável: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Contabilização do impairment de uma máquina. 
 
Despesa de Desvalorização da Máquina (Conta resultado) 
a Perda de Desvalorização (conta redutora do ativo) 
 
 
 
 
 
 
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Valor justo 
É o valor líquido de 
despesas de venda (valor 
líquido a ser obtido pela 
venda do bem) 
Valor em uso 
 
É o valor presente de um 
fluxo de caixa 
Entre os dois o maior. 
02 – Demonstrações Financeiras 
 
Intangível: esse grupo foi a novidade na estrutura do balanço 
patrimonial, conforme nova legislação societária. Representa bens de 
propriedade industrial ou comercial, o que lhes confere valor e não a 
propriedade física dos mesmos. São bens incorpóreos que servem 
para a manutenção da empresa. Exemplos: direitos autorais, marcas 
e patentes e fundo de comércio (ou goodwill), gastos com 
desenvolvimento de novos produtos, ágios, benfeitorias em imóveis 
de terceiros. 
 
O intangível é avaliado pelo seu valor líquido, os valores são 
baixados por amortização. 
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02 – Demonstrações Financeiras 
 
 
Diferido: extinto pela MP 449/08, era formado por 
despesas pré-operacionais e gastos de reestruturação que 
contribuíam para aumento do resultado de mais de um 
exercício social. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
19 
02 – Demonstrações Financeiras 
 
PASSIVO CIRCULANTE: nesse grupo estão relacionadas as obrigações a 
curto prazo, cujos vencimentos ocorrerão até o final do exercício social 
seguinte. Principais contas: 
 
Fornecedores 
 
Salários e ordenados a pagar 
 
INSS, FGTS, PIS, IR, IPI, ICMS 
 
Dividendos a pagar 
 
Empréstimos e financiamentos bancários 
 
Adiantamentos para futura entrega de mercadorias 
 
 
 
 
 
 
 
 
20 
02 – Demonstrações Financeiras 
 
PASSIVO NÃO CIRCULANTE: nesse grupo estão 
classificadas as obrigações cujos vencimentos ocorrerão após o 
término do exercício seguinte. Estão as seguintes contas: 
 
Empréstimos e financiamentos bancários 
 
Debêntures 
 
Fornecedores de equipamentos de grande porte (à medida que 
as obrigações se aproximam dos seus vencimentos são 
transferidas para o circulante) 
 
AFAC – adiantamento para futuro aumento de capital (há 
sugestões para contabilizar no Patrimônio Líquido, não 
previsto na Lei das S/As). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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02 – Demonstrações Financeiras 
Patrimônio líquido: 
 
 - Capital social 
 - Capital realizado 
 - Ajustes de avaliação patrimonial Lei 11638/07 
 - Reservas de capital 
 - Ágio na emissão de ações, Reserva especial de ágio na incorporação, Alienação 
 de partes beneficiárias, Alienação de bônus de subscrição, Prêmio na emissão de 
 debêntures, Doações e subvenções para investimentos. 
 
 - Reservas e retenção de lucros (artigos 193 a 197 – Lei das S/A) 
 - Reserva legal, Reservas estatutárias, Reservas para contingências, Reserva de 
 incentivos fiscais, Reserva de lucros para expansão - Retenção de lucros, Reservas 
 de lucros a realizar. 
 
 - Prejuízos acumulados 
 - Ações em tesouraria. 
 
 
 
 
 
 
 
 
22 
02 – Demonstrações Financeiras 
- Capital social: é o investimento feito na empresa pelos sócios e os valores de lucros 
retidos. 
 
- Capital realizado: é o capital efetivamente integralizado pelos acionistas e lucros 
retidos utilizados para aumentode capital. 
 
 - Ajustes de avaliação patrimonial: criada pela Lei 11638/07, registra variações 
de contas ativas e passivas avaliadas a preços de mercado em relação ao seu valor justo 
(pronunciamento ICPC 10). Valor justo é o valor pelo qual um ativo pode ser trocado, ou 
um passivo liquidado. Os valores permanecem nessa conta enquanto não transitarem no 
resultado do exercício. 
 Algumas contas: aplicações em instrumentos financeiros, inclusive derivativos, e em 
direitos e títulos de créditos, classificados no circulante ou no realizável a longo prazo. Os 
instrumentos são avaliados a valor justo para aplicações destinadas à negociação ou 
disponíveis para venda. 
 Também serão contabilizados nessa conta as diferenças entre valores contábeis e valores 
justos, operações de fusão, cisão e incorporação. 
 
 
23 
02 – Demonstrações Financeiras 
- Reservas de capital: são valores recebidos pela companhia sem transitar pelo 
resultado. Referem-se a valores destinados a reforço de seu capital. Não tem como 
contrapartida quaisquer esforços em termos de entrega de bens ou de prestação de serviços. 
Reservas são contribuições externas ao capital da empresa. 
 
 Certas doações que envolvem obrigações futuras, não deveriam ser contabilizadas 
como reservas, mas sim como passivo. Transitar pelo resultado quando as obrigações 
deixam de existir. 
 
 - Ágio na emissão de ações: as ações devem figurar no patrimônio somente 
pelo seu valor nominal, o excedente deve ser registrado em reserva. Valor nominal é o valor 
convencionado para cada ação no momento da sua emissão. Uma ação com valor nominal 
de R$ 1,00 e seja lançada no mercado a R$ 1,40, terá como capital realizado R$ 1,00 e 
reserva de capital R$ 0,40. 
 
 - Reserva especial de ágio na incorporação: Instruções CVM 319/99 e 
349/01, é o valor que aparece no patrimônio líquido da incorporadora como ágio de 
incorporação, resultante da aquisição do controle de uma companhia aberta. Diferença entre 
o valor de mercado dos bens e o seu valor contábil. (Iudícibus, 317 e 577). 
 
 
 
 
 
 
 
 
24 
02 – Demonstrações Financeiras 
 - Alienação de partes beneficiárias: partes beneficiárias são valores mobiliários 
que podem ser alienados e o produto da alienação é contabilizado em reserva de capital. 
Esses papéis oferecem aos seus titulares direito de crédito contra a sociedade anônima 
emissora. 
 
 - Alienação de bônus de subscrição: bônus de subscrição são derivados de ações ou 
debêntures, conferem aos seus titulares direito de subscrever ações do capital social. Podem 
ser vendidos ou doados aos subscritores de ações e debêntures. 
 
 - Prêmio na emissão de debêntures: quando o preço da emissão de debêntures for 
superior ao seu valore nominal, a diferença constituirá o prêmio a ser registrado com 
reserva. (revogado, art 182, Lei 6404, Lei 11638 de 2007) 
 
 - Doações e subvenções para investimentos: o valor de doações para investimentos 
recebidos pela companhia constituirá reserva, essas doações podem ser em dinheiro, bens 
imóveis, móveis ou direitos. 
 Subvenções são recursos concedidos pelo governo a empresas públicas e 
sociedades de economia mista, destinados à aplicação em imobilizações para expansão, sem 
contrapartida representada por recebimento de ações. (revogado , art . 182, Lei 6404). 25 
02 – Demonstrações Financeiras 
 - Reservas de lucros: são as contas de reservas criadas pela apropriação 
dos lucros da empresa. Caso ainda existam, após o pagamento dos 
dividendos e destinações para as diversas reservas de lucros, lucros 
remanescentes, esses devem ser distribuídos como dividendos. Essa 
exigência determina que as companhias sempre devem dar destinação total 
para os lucros auferidos. 
 O montante não poderá ser superior ao capital social, excluídas as 
reservas para contingências e de lucros a realizar. Mais informações, ver 
Lei 6404, artigos 193 a 197. 
 
 - Reserva legal: para manter a integridade do capital social da 
empresa. Ela é constituída com a destinação de 5% do lucro líquido do 
exercício, até completar 20% do capital social. Poderá evitar novas 
reservas quando a reserva legal mais o montante das reservas de capital 
excederem 30% do capital social. 
 Essa reserva poderá ser utilizada para compensar prejuízos e para 
aumento do capital social. 
 
 
 
 
 
 
 
 
26 
02 – Demonstrações Financeiras 
 - Reservas estatutárias: essas reservas são constituídas por determinação 
do estatuto da companhia, não devem sobrepor finalidades já previstas em 
lei. A empresa deverá criar subcontas com indicação de sua finalidade, 
fixar critérios para determinar parcela do lucro líquido a ser utilizada, 
estabelecer o limite máximo. Exemplos: reserva para aumento de capital, 
reserva para garantia de pagamento de dividendos. 
 
 - Reservas para contingências: a assembleia geral poderá, por 
proposta da administração, destinar parte do lucro líquido para formação 
de reserva com o objetivo de compensar, em exercício futuro, a diminuição 
de lucro decorrente de perda julgada provável, cujo valor possa ser 
estimado. A proposta deverá indicar a causa da perda prevista que 
justifique a constituição da reserva. 
 A reserva será revertida no exercício em que deixarem de existir as 
razões que justificaram a sua constituição. Um exemplo poderia ser a 
PDD, já considerada no ativo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
27 
02 – Demonstrações Financeiras 
 - Reservas de incentivos fiscais: a assembleia geral poderá 
destinar para a reserva de incentivos fiscais a parcela do lucro líquido decorrente 
de doações ou subvenções governamentais para investimentos (Lei 6404, art. 195-
A). 
 
 O valor do benefício deve ser destacado na planilha de cálculo do IR. 
Suponha que o valor do benefício seja R$ 10.000,00. 
 
 Lançamento Contábil: IR a pagar (passivo circulante) 
 a Reserva de Incentivos Fiscais 10.000,00. 
 
 - Reserva de lucros para expansão - Retenção de lucros: para 
atender projeto de investimento a companhia poderá reter parcela dos lucros do 
exercício. A administração da empresa deverá apresentar projeto de orçamento de 
capital que justifique a retenção, a ser aprovada pela assembleia geral. A 
justificativa pode ser para capital circulante ou fixo. Essa reserva não poderá ser 
constituída em detrimento do pagamento do dividendo mínimo obrigatório. 
 
 
 
 
 
 
 
 
28 
02 – Demonstrações Financeiras 
 - Reservas de lucros a realizar: essa reserva será constituída para 
lucros contidos em contas a receber ou aumentos de ativos em moeda 
estrangeira realizáveis em exercício posterior ao próximo. Quando esses 
valores passarem para o ativo circulante a provisão deve ser adicionada 
aos dividendos do período. 
 Quando o lucro a realizar é decorrente de receita de equivalência 
patrimonial, sua realização se dará quando a companhia receber 
dividendos desses investimentos. 
 
 - Prejuízos acumulados: saldo credor terá destinação específica, Lei 
11638/07. De acordo com Lei 6404, art 202, § 6º, os lucros não destinados 
nos termos dos artigos 193 a 197 deverão ser distribuídos como dividendos. 
Esta conta registrará somente saldo de prejuízos. 
 
 - Ações em tesouraria: representa o montante das ações adquiridas da 
própria empresa e reduz o patrimônio líquido. 
29 
02 – Demonstrações Financeiras 
Avaliação dos passivos exigíveis (circulante e não circulante): 
 
- Obrigações com encargos financeiros explícitos serão reconhecidas pelo 
valor atualizado até a data do balanço; 
- Obrigações em moeda estrangeira serão convertidas para moeda 
nacional pelo câmbio da data do balanço; 
- Obrigações do circulante com encargos financeiros serão reconhecidas avalor presente; 
- Demais obrigações do circulante serão ajustadas sempre que os efeitos 
produzidos forem relevantes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
30 
02 – Demonstrações Financeiras 
 
 
 
. 
31 
CPC 26, item 82. (CPC = Comitê de Pronunciamentos Contábeis). 
DRE 
02 – Demonstrações Financeiras 
Exemplos de operações descontinuadas: 
 
- Pode ser um componente da entidade que foi baixado ou está classificado 
como mantido para venda. Exemplo: um caminhão. Deve ser reclassificado no 
ativo circulante: “Bens disponíveis para venda”. Os resultados das operações 
descontinuadas também serão apresentados separadamente na demonstração do 
resultado; 
 
- pode ser uma linha separada de negócios ou área geográfica de operações; 
 
- é uma controlada adquirida exclusivamente com o objetivo da revenda. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
32 
02 – Demonstrações Financeiras 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 33 
Estrutura da demonstração do resultado de acordo com a Lei das SA. Assaf Neto, p. 77. 
DRE 
02 – Demonstrações Financeiras 
1) Utilizando-se as contas relacionadas no quadro a seguir, elabore o balanço 
patrimonial segundo a estrutura enunciada pela legislação em vigor. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
. 
34 
Exercício 
02 – Demonstrações Financeiras 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
35 
Assaf Neto, p. 57, 76 e 131. 
 
Iudícibus et al, cap 1 e 21. 
 
Iudícibus, p. 26. 
 
Lei 6404, de 15 de Dezembro de 1976. 
 
Fontes 
02.1 – Provisões 
Provisões: PDD, PCLD ou PECLD 
 
 - ato ou efeito de prover; provimento, abastecimento, fornecimento. 
 
 - conjunto de artigos de consumo e reserva de alimentos; 
provimento, víveres. 
 - abastecimento, aprovisionamento, fornecimento, provimento 
 
 - as provisões contábeis (estimadas ou não) representam a 
expectativa de perdas de ativo ou estimativa de valor 
 
 - as Provisões representam expectativa de despesas futuras cujo 
valor é estimado considerando alguns parâmetros (portal de contabilidade). 
 
1 
02.1 – Reservas 
Reservas: 
 
 - Reservas não estão vinculadas a despesas ou antecipações dessas. 
 
 - As reservas de capital são constituídas com valores recebidos pela 
empresa e que não se referem à entrega de bens ou serviços pela empresa. 
 
 - As Reservas de Lucros representam destinações do Lucro 
apurado. (portal de contabilidade). 
 
2 
02.1 – Adiantamentos dos Controladores em Coligadas 
Os adiantamentos de sócios, quotistas em empresas participadas e de 
controladores em empresas coligadas/controladas serão classificados no 
Balanço Patrimonial, conforme sugestões dos pesquisadores, no Ativo 
Realizável a Longo Prazo: 
 
Qualquer adiantamento ou empréstimo efetuado pela empresa a suas 
coligadas ou controladas (mesmo que vencível a curto prazo, segundo 
legislação em vigor), deve ser registrado na realizável a longo prazo. (Assaf 
Neto p.65.) 
 
Nesse item, realizável a longo prazo, são classificados os empréstimos ou 
adiantamentos concedidos às sociedades coligadas ou controladas, a 
diretores, acionistas, etc. (Iudícibus, p.33) 
 
Serão classificados no realizável a longo prazo, independente de seu 
vencimento, adiantamentos ou empréstimos a sociedades coligadas ou 
controladas.... (Pereira da Silva, p. 168) 
 3 
02.1 – Adiantamentos dos Controladores em Coligadas 
Serão classificadas no longo prazo: adiantamentos ou empréstimos para 
suprir necessidades de caixa de empresas coligadas ou controladas. 
(Iudícibus at all, p. 129. 465, 472) 
 
A Deliberação da CVM Nº 488, de 03/10/2005, item 54, estabelece: 
 
Todos os outros ativos, que devem incluir os créditos com entidades ligadas 
e administradores que não constituírem negócios usuais na exploração do 
objeto da entidade, devem ser classificados como não circulantes. 
 
4 
02.1 – Adiantamentos Recebidos por 
Como classificar adiantamentos recebidos de sócios, quotistas e 
controladores: 
 
Para Iudícibus at all, p. 342, “adiantamentos para aumento de capital são 
os recursos recebidos pela empresa de seus acionistas ou quotistas 
destinados a serem utilizados para aumento de capital. No recebimento de 
tais recursos, a empresa deve registrar a ativo recebido, normalmente 
disponibilidades, a crédito dessa conta específica ¨Adiantamento para 
Aumento de Capital¨.” 
 
5 
02.1 – Adiantamentos Recebidos por 
Quando formalizar o aumento de capital, o registro contábil será a baixa 
(débito) dessa conta de adiantamento a crédito do Capital Social. 
 
6 
02.1 – Adiantamentos Recebidos por Coligadas/Controladas 
Determinações do Fisco. 
 
“Ocorrendo a eventualidade de adiantamento para futuro aumento de 
capital, qualquer que seja a forma pela qual os recursos tenham sido 
recebidos – mesmo que sob condição para utilização exclusiva em aumento 
de capital – esses ingressos deverão ser mantidos fora do patrimônio 
líquido, por serem esses adiantamentos considerados obrigação para com 
terceiros, podendo ser exigidos pelos titulares enquanto o aumento de 
capital não se concretizar”. Iudícibus at all, p. 342. 
 
O Fisco considera somente essa forma de contabilização de adiantamentos. 
 
O art. 182 da Lei das SAs, não permite considerar como patrimônio 
líquido, quaisquer recursos ingressados na companhia a título de 
adiantamentos para futuro aumento de capital. (site: Normas Brasil). 
 7 
02.1 – Adiantamentos Recebidos por Coligadas/Controladas 
Considerações técnicas. 
Para Iudícibus at all, p. 343, “muitas vezes, adiantamentos são recebidos 
com cláusulas de absoluta condição de permanência na sociedade, não há 
por que considerá-los, na opinião dos autores deste manual, como 
exigíveis”. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
Sugestão do Manual de 
Contabilidade do 
registro de 
adiantamentos no 
Patrimônio Líquido de 
coligadas/controladas. 
02.1 – Adiantamentos Recebidos por Coligadas/Controladas 
Resolução do Conselho Federal de Contabilidade - CFC Nº 1.159 de 
13.02.2009 
 
Sugestão do CFC para contabilização do AFAC 
 
68. Esse grupo não foi tratado especificamente pelas alterações 
trazidas pela Lei nº. 11.638/07 e MP nº. 449/08; todavia, devem ser à 
luz do principio da essência sobre a forma classificados no 
Patrimônio Líquido das entidades. 
 
69. Os adiantamentos para futuros aumentos de capital realizados, 
sem que haja a possibilidade de sua devolução, devem ser 
registrados no Patrimônio Líquido, após a conta de capital social. 
Caso haja qualquer possibilidade de sua devolução, devem ser 
registrados no Passivo Não Circulante. 
 9 
02.1 – Adiantamentos Recebidos por Coligadas/Controladas 
Lei 6404, de 15/12/1976. 
Patrimônio Líquido 
 
Art. 182. A conta do capital social discriminará o montante subscrito e, por 
dedução, a parcela ainda não realizada. 
 § 1º Serão classificadas como reservas de capital as contas que 
registrarem: 
 a) a contribuição do subscritor de ações que ultrapassar o valor nominal e 
a parte do preço de emissão das ações sem valor nominal que ultrapassar a 
importância destinada à formação do capital social, inclusive nos casos de 
conversão em ações de debêntures ou partes beneficiárias; 
 b) o produto da alienação de partes beneficiárias e bônus de subscrição; 
 c) o prêmio recebido na emissão de debêntures; 
 d) as doações e as subvenções para investimento. 
10 
02.1 – Adiantamentos Recebidos por Coligadas/Controladas 
Lei 6404, de 15/12/1976. 
Art. 182. 
 c) (revogada); (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007) (Revogado pela 
Lei nº 11.638,de 2007) 
 d) (revogada). (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007) (Revogado pela 
Lei nº 11.638,de 2007) 
 § 2° Será ainda registradocomo reserva de capital o resultado da correção 
monetária do capital realizado, enquanto não-capitalizado. 
 § 3o Serão classificadas como ajustes de avaliação patrimonial, enquanto 
não computadas no resultado do exercício em obediência ao regime de 
competência, as contrapartidas de aumentos ou diminuições de valor atribuídos 
a elementos do ativo e do passivo, em decorrência da sua avaliação a valor 
justo, nos casos previstos nesta Lei ou, em normas expedidas pela Comissão de 
Valores Mobiliários, com base na competência conferida pelo § 3o do art. 177 
desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009) 
 
 
11 
02.1 – Adiantamentos Recebidos por Coligadas/Controladas 
Lei 6404, de 15/12/1976. 
 
Art. 182. 
 
 § 4º Serão classificados como reservas de lucros as contas constituídas 
pela apropriação de lucros da companhia. 
 § 5º As ações em tesouraria deverão ser destacadas no balanço como 
dedução da conta do patrimônio líquido que registrar a origem dos recursos 
aplicados na sua aquisição. 
 
 
12 
02.1 – Adiantamentos Recebidos por Coligadas/Controladas 
DELIBERAÇÃO CVM Nº 488, DE 03 DE OUTUBRO DE 2005 
 
Ativos não Circulantes 
 
72 Os seguintes elementos devem ser apresentados separadamente, incluindo, 
se aplicável, o método e o período de amortização e qualquer baixa 
extraordinária durante o período contábil: 
 
a. contas a receber a longo prazo: 
- contas e títulos a receber de clientes; 
- contas a receber de administradores, gerentes e diretores; 
- contas a receber de entidades ligadas, sua natureza e condições de 
contratação; e 
- impostos diferidos. 
 13 
02.1 – Adiantamentos Recebidos por Coligadas/Controladas 
DELIBERAÇÃO CVM Nº 488, DE 03 DE OUTUBRO DE 2005 
 
 
Passivo Não Circulante 
 
 
75 Os seguintes elementos devem ser apresentados separadamente, 
excluindo a parte exigível dentro de um ano: 
 
 
a. empréstimos garantidos; 
b. empréstimos não garantidos; 
c. empréstimos de partes relacionadas. 
14 
02.1 – Adiantamentos Recebidos por Coligadas/Controladas 
Pronunciamento do IBRACON NPC XXIII, de Janeiro de 1986, define as 
operações entre partes relacionadas, ver conceituação, item 4: 
 
Os termos “contrato” e “transações” referem-se, neste contexto, a 
operações tais como: comprar, vender, emprestar, tomar emprestado, 
remunerar, prestar ou receber serviços, condições de operações, dar ou 
receber em consignação, integralizar capital, exercer opções, distribuir 
lucros, etc 
 
15 
02.1 – Adiantamentos Recebidos por Coligadas/Controladas 
Conforme Matarazzo, p. 63, integram o exigível a longo prazo, as seguintes 
contas: 
- Financiamentos 
- Adiantamentos 
- Contas a pagar 
- Empresas coligadas/controladas 
- Imóveis a pagar 
- Títulos a pagar. 
 
Conforme Pereira da Silva, 1995, p.223, adiantamentos recebidos para 
futuro aumento de capital são exigibilidades transitórias e serão 
transformados em patrimônio líquido num momento futuro. 
 
 
16 
02.1 – Adiantamentos Recebidos por Coligadas/Controladas 
Veja como a AMBEV contabilizou adiantamentos em 
Coligadas/Controladas, no balanço de 2016. 
 
17 
02.1 – AFAC 
 
ASSAF NETO, Alexandre. Estrutura e Análise de Balanços – Um enfoque 
financeiro. 10a ed, São Paulo: Atlas, 2012. 
IUDICIBUS, Sérgio de. Análise de Balanços. 10a ed, São Paulo: Atlas, 2014. 
IUDICIBUS, Sérgio de, MARTINS, Eliseu e GELBCKE, Ernesto Rubens. 
Manual de Contabilidade das Sociedades por Ações. 7ª ed, São Paulo: Atlas, 
2007. 
MATARAZZO, Dante C. Análise Financeira de Balanços: abordagem 
básica e gerencial. 6ª ed, São Paulo: Atlas, 2003. 
SILVA, José Pereira da. Análise Financeira das Empresas. 3a ed, São Paulo: 
Atlas, 1995. 
SILVA, José Pereira da. Gestão e Análise de Risco de Crédito. 5a ed, São 
Paulo: Atlas, 2006. 
Lei 6404. 
CFC 1159. 
18 
Bibliografia 
03 – Análise Horizontal e Vertical 
 
Os valores serão comparados entre períodos. Apura-se uma relação entre 
valores de diferentes períodos (análise horizontal). Quando a análise é feita 
no mesmo período estamos fazendo análise vertical. 
 
 
Na análise horizontal percebemos o comportamento de uma empresa ao 
longo do tempo. Será produzido um número-índice. 
 
 
Na análise vertical percebemos a participação de cada enquadramento no 
total de um determinado período. Essa participação poderá ser verificada 
ao longo de uma serie histórica. 
 
 
1 
03 – Análise Horizontal e Vertical 
 
A análise de uma empresa pode ser melhorada com o uso da técnica da 
análise horizontal e análise vertical. A análise deve partir do geral para o 
particular. Inicia-se com o cálculo dos indicadores e segue com aplicação 
da análise horizontal/vertical. 
 
O critério básico da análise de balanços é a comparação. Os valores de um 
determinado período podem ser comparados com períodos anteriores. 
Identifica-se a relação entre dois valores. 
 
Um valor visto isoladamente pode não representar adequadamente a sua 
importância. Os custos de produção podem ser comparados com o valor 
das vendas ou com o valor desses mesmos custos de outros exercícios 
sociais. Isso oferece um aspecto mais dinâmico e elucidativo. 
 
 
2 
03 – Análise Horizontal e Vertical 
 
Esse processo de comparação é representado pela análise horizontal e pela 
análise vertical. A apuração de valores por meio dessas análises permite 
interpretação de seus resultados e oferece oportunidade de ajustes 
desejados ou necessários. 
 
Os índices podem informar alto endividamento e as AH e AV apontam 
quem é o principal credor e como a participação de cada credor se 
modificou nos últimos dois exercícios. Os índices indicam que a margem de 
lucro foi reduzida, a análise horizontal/vertical aponta que isso ocorreu 
pelo crescimento desordenado ou desproporcional das despesas 
administrativas. 
 
A análise horizontal/vertical é a forma mais simples mas muito eficiente de 
se obter uma visão geral das demonstrações financeiras 
3 
03 – Análise Horizontal e Vertical 
Análise Horizontal: 
É a análise que se faz entre valores de uma mesma conta ou de um grupo 
de contas ao longo de diferentes exercícios sociais em períodos consecutivos 
de tempo. É um processo de análise temporal, por meio de números-
índices, que são utilizados por causa da facilidade que oferecem para 
observar o crescimento dos saldos das contas em análise 
4 
100*
V
V
AHÍndiceNúmero
1T
T
−
==−
Onde: número-índice ou AH é a relação entre um valor 
em determinada data VT e valor na data base VT-1. 
Tabela 1: Análise Horizontal, Ano Base X5. A Tabela 1 mostra os números-
índices de vendas e lucro líquido 
nos anos X6, X7 e X8 em relação 
ao ano base X5. 
Quando o número-índice é 
menor que 100, significa que o 
valor VT é menor que o valor VT-1. 
03 – Análise Horizontal e Vertical 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
. 
5 
Tabela 2: Análise Horizontal, Ano Base X5. 
A Tabela 2 mostra os números-índices de vendas e 
lucro líquido nos anos X6, X7 e X8 em relação ao 
ano base X5. As vendas em X6 diminuíram 4,26% e 
em X8 aumentaram 8,6%. 
03 – Análise Horizontal e Vertical 
 
Outra maneira de mostrar a análise horizontal é definir como período base 
o exercício imediatamente anterior. Torna a análise mais dinâmica, mostra 
a evolução em menores intervalos de tempo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
. 
6 
Tabela 3: Análise Horizontal, Exercício Anterior como Ano Base. 
A Tabela 3 mostra os números-índices de 
vendas e lucro líquido nos anos X6, X7 e X8 em 
relação ao exercício imediatamente anterior. 
03 – Análise Horizontal e Vertical 
 
Análise Horizontal com Base Negativa: é importante tomar precauções em 
situações onde a base de comparação incluir um valornegativo. O número-
índice calculado pode não refletir corretamente a evolução dos valores 
considerados, podendo levar a conclusões opostas ao que efetivamente 
ocorreu. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
. 
7 
Tabela 4: Análise Horizontal, Exercício Anterior como Ano Base e Base Negativa. 
O número-índice em X4 está 
calculado corretamente, pois 
-50 – 100, representa – 
150%. Descontando 150% de 
R$ 2.600,00 dá – R$ 
1.300,00. 
O número-índice em X5 está 
calculado incorretamente, 
mostra uma irreal situação 
positiva. Solução: inverter o sinal 
do AH + 100 = -60%. 
A Tabela 4 mostra os números-
índices do lucro 
líquido/prejuízo nos anos X3 
até X7 calculados em relação 
ao exercício imediatamente 
anterior. 
O número-índice em X6 está 
calculado incorretamente. 
Solução: - AH + 100 = 75,96%. 
O número-índice em X7 está 
calculado incorretamente. 
Solução: 676 +100 = 776%. 
03 – Análise Horizontal e Vertical 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
. 
8 
Tabela 4: Análise Horizontal, Exercício Anterior como Ano Base e Base Negativa. 
Tabela 5: Análise Horizontal, Números-Índices Ajustados. 
A Tabela 5 mostra os 
números-índices ajustados 
para percentuais. 
03 – Análise Horizontal e Vertical 
 
Com base nas informações de lucro/prejuízo lançadas num plano cartesiano, 
conforme Figura 1, podemos calcular a variação (módulo ou valor absoluto) de 
um período para o outro e calcular o delta (variação) percentual para cada 
período. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
. 
9 
Figura 1: Informações do Lucro/Prejuízo Plotadas num Plano, Análise Horizontal com Exercício 
Anterior como Ano Base e Base Negativa. 
Equação sugerida para calcular o 
delta percentual. 
( )
100*
V
VV
percentual
1T
1TT
−
−−=∆
03 – Análise Horizontal e Vertical 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
. 
10 
( )
%150100*
2600
3900
2600
260013004Xpercentual ==+=∆
Como ocorreu uma redução 
no lucro, o delta percentual 
será negativo, logo, -150%. 
O resultado em X3 é positivo 2.600,00 e passa 
para negativo em X4 (-1.300,00), por isso, 
precisamos somar os dois valores para apurar a 
variação. Vamos trabalhar com o módulo. 
Poderíamos usar a equação sugerida para calcular o delta percentual, conforme cálculo a seguir 
( )
%150100*
2600
3900
2600
260013004Xpercentual −=−=−−=∆
A equação gera o mesmo resultado, 
com a vantagem, neste cálculo, do 
percentual ficar negativo 
automaticamente. 
Cuidado: 
É necessário analisar o resultado 
apurado, pode estar com o sinal 
invertido. 
03 – Análise Horizontal e Vertical 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
. 
11 
( )
%60100*
1300
780
1300
130020805Xpercentual ==−=∆
O prejuízo em X5 é 
maior que o de X4, o 
que significa uma 
variação negativa, logo, 
o delta percentual é 
negativo, 
- 60%. 
Os valores em X5 e X4 são 
negativos, por isso, 
podemos calcular a 
variação fazendo 
simplesmente a diferença 
(módulo) entre os dois 
valores. 
03 – Análise Horizontal e Vertical 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
. 
12 
%96,75100*
2080
1580
2080
2080500
6Xpercentual ==
−
=∆
O prejuízo em X6 é menor que 
o de X5, o que significa uma 
variação positiva, logo, o delta 
percentual é positivo, 
+ 75,96%. 
Os valores em X6 e X5 são 
negativos e calculamos a 
variação pela diferença 
(módulo) entre os dois 
valores. 
( )
%776100*
500
3880
500
50033807Xpercentual ==+=∆
Houve uma variação positiva, 
o resultado passou de prejuízo 
em X6 para lucro em X7, logo, 
o delta percentual é positivo, 
+ 776%. 
O valor em X7 é positivo e 
em X6 negativo. Calculamos a 
variação pela soma dos dois 
valores (módulo). 
03 – Análise Horizontal e Vertical 
 
Interpretações da Análise Horizontal: a análise horizontal permite avaliar 
a evolução dos valores ao longo de um determinado intervalo de tempo 
para diferentes elementos das demonstrações financeiras. Permite analisar 
a tendência passada e futura de cada valor contábil. 
 
A análise horizontal dos balanços pode ser resumida em três segmentos 
(Assaf, 110): 
 
 - evolução dos ativos e passivos circulantes: nessa comparação 
pode-se avaliar a existência de folga financeira, liquidez de curto prazo. 
Essa folga ocorre quando os ativos circulantes crescem mais rapidamente 
que os passivos circulantes. Restrita liquidez de curto prazo ocorre quando 
os passivos circulantes crescem mais que os ativos circulantes; 
13 
03 – Análise Horizontal e Vertical 
 
 - evolução do ativo permanente: esse grupo patrimonial reflete a 
capacidade produtiva instalada, onde os investimentos em bens fixos 
produtivos devem estar adequados ao crescimento de vendas; 
 
 - evolução da estrutura de capital: procura-se identificar como a 
empresa está financiando seus investimentos em ativos, com recursos 
próprios ou de terceiros. 
14 
03 – Análise Horizontal e Vertical 
 
15 
Tabela 6: Análise Horizontal do Balanço Patrimonial, Base: Exercício Anterior 
A Tabela 6 mostra os 
números-índices dos 
períodos X2 e X3 de um 
balanço patrimonial. 
Pode-se observar que a 
capacidade de pagamento 
piorou, por que o passivo 
circulante aumentou mais que 
o ativo circulante. Em X3 AC 
menos PC é negativo. 
As exigibilidades aumentam 
no período analisado. O 
patrimônio líquido cresce 
menos que o permanente. 
Aumenta a dependência dos 
credores e aumenta o risco 
financeiro. 
 Investimentos 
Ativo Permanente: Imobilizado 
 Intangível 
03 – Análise Horizontal e Vertical 
Nas demonstrações de resultado do exercício procura-se identificar a 
evolução das receitas, custos e despesas e seus reflexos no resultado do 
exercício. 
 
Se o crescimento do custo das mercadorias vendidas for 
proporcionalmente menor que o crescimento das receitas operacionais, 
então: 
 
 - o custo unitário ficou reduzido por causa do maior nível de 
produção e vendas, a empresa melhorou a sua estrutura de custos fixos 
com aumento no volume da atividade; 
 
 - os preços dos produtos vendidos aumentaram mais que os custos 
dos produtos vendidos. 
 
16 
03 – Análise Horizontal e Vertical 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
. 
17 
Quando a evolução das receitas de vendas aumenta mais que os custos e 
despesas operacionais, indica bom desempenho na administração dos 
ativos. 
Tabela 7: Análise Horizontal da DRE, Base: Exercício Anterior 
Os custos das vendas 
cresceram mais que as 
receitas, provocando 
reduções nos lucros bruto, 
operacional e líquido. 
Em X2 as receitas subiram 51,8% 
para gerar um aumento no lucro 
bruto de 37,2% e em X3, para obter 
aumento de 8,6% no lucro bruto, as 
receitas cresceram 62,7%. 
As despesas operacionais e 
financeiras cresceram menos 
que as receitas e não oneram o 
lucro na mesma intensidade que 
o CMV. 
A Tabela 7 mostra 
os números-índices 
dos períodos X2 e 
X3 de uma DRE. 
A variação do 
resultado 
operacional foi de -
109,05%. Do 
resultado líquido 
foi de -115,08%. 
03 – Análise Horizontal e Vertical 
A análise vertical: 
 
Também é um processo comparativo, apurado em percentual, relaciona 
uma conta ou um grupo de contas com um valor relacionável, na mesma 
demonstração ou na mesma data. A comparação não é entre diferentes 
datas, é entre diferentes itens contábeis, na mesma data. 
 
Com os valores absolutos em forma vertical, pode-se facilmente apurar a 
participação relativa de cada conta ou grupo, seja no balanço ou na DRE. 
 
Fazendo-se a análise vertical em uma série histórica, pode-se verificar e 
analisar o comportamento de cada item contábil ao longo do período 
analisado. 
18 
03 – Análise Horizontal e Vertical. 
19 
Tabela 8: Análise Vertical do Balanço Patrimonial 
Os investimentos de curto prazo 
tiveram pequena redução ao longo 
do período de 17,8% para 13%. 
As dívidas de curto prazo ou o 
passivo circulante, em contra 
partida, aumentaram. Essa 
situação reduziu a liquidez da 
empresa. 
O grupo ativo investimentos, 
imobilizado mais intangível cresceu 
ao longo dos períodos analisados, 
passou de 53,6% para 60,8%. Os 
demais grupos de contas do ativo 
diminuíram as suas participações. O 
aumento dos ativos produtivos 
(permanentes) gerou crescimento 
no nível das vendas. 
Em X1 60,7% dos ativos 
eram financiados pelo 
patrimônio líquido, 
passando para 53,4% 
em X3, significa que a 
empresa deve 46,6% do 
ativo para terceiros. 
A Tabela 8 mostra a 
participação relativa de 
cada conta no balanço 
patrimonial ao longo dos 
períodos de X1, X2 e X3. 
03 – Análise Horizontal e Vertical 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
. 
20 
Tabela 9: Análise Vertical da DRE 
A Tabela 9 mostra 
a participação 
relativa de cada 
conta na DRE ao 
longo dos 
períodos de X1, 
X2 e X3. 
Os custos das vendas 
passaram de 63% em X1 
para 77,8% em X3, o que 
reduz a parcela das 
vendas que representa o 
lucro bruto. Isso reduziu 
a participação do lucro no 
período analisado. 
As despesas 
operacionais e 
financeiras diminuíram as 
suas participações ao 
longo do período 
analisado. Essa redução 
não foi suficiente para 
compensar os aumentos 
dos custos das vendas. 
Como consequência 
dos desempenhos 
das vendas, dos 
custos das vendas e 
demais despesas, o 
lucro líquido passou 
de 5,6% em X1 para -
0,4% em X3. 
03 – Análise Horizontal e Vertical 
Embora a análise horizontal e vertical tenham apresentado conclusões 
semelhantes, sugere-se que uma análise não exclua necessariamente a 
outra. 
 
É importante que as duas análises sejam feitas para melhor identificar as 
variações ocorridas em todas as contas ou grupo de contas. 
21 
03 – Análise Horizontal e Vertical 
Uma empresa do setor de alimentos publicou seus balanços, conforme 
Tabela a seguir. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Pede-se: 
a) Efetuar análise horizontal e vertical dos balanços. 
b) Analisar a posição financeira de curto prazo da empresa. 
c) Avaliar a estrutura de capital da empresa. Você considera correta a maneira 
como a empresa vem se financiando? 
22 
03 – Análise Horizontal e Vertical 
Com as informações das Demonstrações dos Resultados dos Exercícios 
constantes da Tabela a seguir, pede-se: 
a) Efetuar análise horizontal e vertical das DREs. 
b) Analisar as evoluções das contas nos dois períodos. 
23 
03 – Análise Horizontal e Vertical 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
. 
24 
Assaf Neto, p. 105. 
 
Braga, p. 143. 
 
Iudícibus, p. 77. 
 
Matarazzo, p. 243. 
 
Pereira da Silva, p. 181. 
 
Schrickel, p. 132. 
 Fontes 
04 – Indicadores de Endividamento 
 
Diferentes indicadores podem ser calculados para as diferentes fontes de 
recursos, sejam próprios ou de terceiros. 
 
O capital próprio, normalmente é de prazo indeterminado. 
 
Para o capital de terceiros, podem ser calculados indicadores por prazos. 
Podem ser classificados por tipos de fontes: empréstimos bancários ou 
operações de mercado. 
 
Podem ser calculadas as participações de cada instituição financeira no 
total dos recursos de terceiros. 
 
 
1 
04 – Indicadores de Endividamento 
Os principais quocientes ou indicadores relacionam as fontes de fundos 
entre si, retratam a posição relativa do capital próprio em relação ao 
capital de terceiros. 
 
Diferentes indicadores podem ser calculados para analisar as fontes 
permanentes de capital de uma empresa. 
Endividamento: 
 
 
 
Expressa a relação entre o capital de terceiros e o capital próprio. Mostra 
quanto a empresa tomou emprestado para cada real de capital próprio 
aplicado. Esse indicador também pode ser apurado como uma relação das 
dívidas de curto prazo ou de longo prazo com o patrimônio líquido. 
 
 
2 
LíquidoPatrimônio
TotalPassivontoEndividame)1 =
Passivo Total = Exigível total = passivo 
circulante + passivo exigível a longo 
prazo. 
04 – Indicadores de Endividamento 
Dependência Financeira: 
 
 
 
A dependência revela a participação de capital de terceiros no total de 
recursos investidos na empresa. 
 
Quanto maior for esse indicador maior será a dependência da empresa 
pela utilização de capital de terceiros. 
 
O complemento desse indicador é a independência financeira, que pode ser 
apurado pela divisão entre patrimônio líquido e ativo total. 
 
Esse indicador também é conhecido como quociente de participação de 
capitais de terceiros sobre recursos totais, ou simplesmente debt ratio. 
 
3 
TotalAtivo
TotalPassivoFinanceiraaDependênci)2 =
04 – Indicadores de Endividamento 
Grau de Imobilização de Capitais Permanentes ICP: 
 
 
 
 
A imobilização de capitais permanentes é a relação entre o ativo 
permanente e o passivo permanente. 
 
Indica o nível de imobilização dos recursos de longo prazo, é o percentual 
de recursos de longo prazo que está financiando o ativo permanente. 
 
Quando esse indicador for menor que um, indica que parte dos recursos de 
longo prazo está financiando o capital de giro. 
 
4 
azoPrLongoaExigível
LíquidoPatrimônio
PermanenteAtivo
ICP)3
+
=
 Investimentos 
Ativo Permanente: Imobilizado 
 Intangível 
04 – Indicadores de Endividamento 
Imobilização do Patrimônio Líquido IPL: 
5 
LíquidoPatrimônio
PermanenteAtivoIPL)4 =
Indica a parcela do patrimônio líquido que está 
financiando o ativo permanente. 
04 – Indicadores de Endividamento 
Grau de Participação das Dívidas de Curto Prazo sobre 
Exigível Total CP/ET: 
 
 
 
Representa a parcela do exigível total que vence no curto prazo. 
 
A empresa deve procurar financiar suas expansões com empréstimos de 
longo prazo. 
 
O complemento desse indicador representa a parcela da dívida de longo 
prazo em relação ao exigível total. 
6 
TotalExigível
CirculantePassivoET/CP)5 =
Exigível total = passivo circulante + 
passivo exigível a longo prazo. 
04 – Indicadores de Endividamento 
Indicadores de Dependência Bancária: 
 
Ativo total financiado por empréstimos bancários: 
 
 
 
 
Participação dos empréstimos bancários no exigível total: 
 
 
 
 
 
 
. 
 
 
 
 
 
7 
TotalAtivo
BancáriossEmpréstimoTotalAT/EB)6 = Indica a parcela do ativo total financiada por empréstimos bancários de curto e longo 
prazos. 
TotalExigível
BancáriossEmpréstimoTotalET/EB)7 =
Indica a parcela do exigível total financiada 
por empréstimos bancários de curto e longo 
prazos. 
04 – Indicadores de Endividamento 
Ativo circulante financiado por empréstimos bancários curto prazo: 
 
 
 
 
 
Estabilidade do endividamento: 
8 
CirculanteAtivo
azoPrCurtoBancáriossEmpréstimoAC/EB)8 =
Indica a parcela do ativo circulante financiado por 
empréstimos bancários de curto prazo. 
BancáriossEmpréstimoTotal
LPBancáriossEmpréstimodeEstabilida)9 =
Indica a parcela do total dos empréstimos 
bancários sendo financiada com empréstimos de 
longo prazo. 
04 – Indicadores de Endividamento 
Endividamento curto prazo: 
 
 
 
 
Empréstimos bancários e capital próprio: 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
BancáriossEmpréstimoTotal
CPBancáriossEmpréstimoEB/CP)10 =
Indica a parcela do total dos empréstimos bancários 
sendo financiada com recursos de curto prazo. 
LíquidoPatrimônio
BancáriossEmpréstimoTotalPL/EB)11 =
Indica a relação entre o capital de terceiros, formado 
por empréstimos bancários, e o patrimônio líquido. 
Pode-sesubstituir a expressão total 
empréstimos bancários por passivo 
financeiro ou passivo oneroso. 
04 – Indicadores de Endividamento 
1) Uma empresa projeta um ativo total de $ 45,00 milhões para o próximo 
exercício. Pretende manter um endividamento (P/PL) de 65%. 
Calcular o valor do patrimônio líquido (PL) e do passivo total (P) da 
empresa. 
2) Para cada um dos indicadores de endividamento (P/PL), calcular o 
percentual dos recursos próprios (PL) que financiam o ativo total da 
empresa. a) 63,8%; b) 112,4%; c) 222,0%. 
3) Uma empresa fornece as seguintes informações referentes a seus três 
últimos exercícios sociais. Os diferentes valores apresentados 
encontram-se expressos em moeda de mesmo poder de compra. 
 
 
 
 
 
 
 10 
a) Calcular a evolução real do ativo 
imobilizado, das vendas e das dívidas totais 
nos exercícios considerados. 
b) Calcular o giro do imobilizado para cada 
exercício. (item 7) 
c) Como foi financiado o crescimento do ativo imobilizado da empresa? 
Você considera adequada a forma como a empresa se financiou? 
 Exercícios 
04 – Indicadores de Endividamento 
4) Uma empresa apresentou os seguintes resultados ao final de 
determinado exercício social: Vendas líquidas: $ 450.000,00; Patrimônio 
líquido: $ 150.000,00. Pede-se calcular os índices de dependência e 
independência financeira sabendo que o giro do ativo total atingiu 1,5 
vezes. (item 7) 
5) Foram apuradas de uma empresa as seguintes informações relativas aos 
seus quatro últimos exercícios sociais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
a) Calcular o grau de 
imobilização dos recursos 
permanentes. 
b) Avaliar a estrutura de capital 
da empresa. 
 Exercícios 
04 – Indicadores de Endividamento 
 
 
 
12 
Assaf Neto, p. 149 
 
Iudícibus, p. 97. 
 
Pereira da Silva, p. 213. 
 
Matarazzo, p. 295 
Fontes 
05 – Indicadores de Liquidez 
 
 
Os indicadores de liquidez servem para estudar a capacidade da empresa 
de pagar compromissos de curto prazo. 
 
 
O foco desse estudo é o circulante (ativo e passivo) da empresa, analisa e 
interpreta o comportamento dos valores de curto prazo. 
 
 
1 
05 – Indicadores de Liquidez 
O estudo da liquidez dedica-se a mensuração e interpretação do 
comportamento do circulante da empresa, utilizando indicadores de 
liquidez. É uma situação estática da posição de liquidez. 
 
Diferentes indicadores podem ser apurados para medir o desempenho do 
ativo circulante e do capital de giro líquido (capital circulante líquido) para 
medir a liquidez da empresa. 
 
Todas as aplicações de uma empresa, curto ou longo prazo, se convertem 
em dinheiro novamente. O disponível aumenta pela redução dos estoques e 
do recebimento dos valores a receber. Com a disponibilidade a empresa 
liquida seus compromissos assumidos no seu passivo. 
 
Os prazos dos financiamentos devem ser maiores ou pelo menos iguais aos 
prazos de liquidez dos correspondentes ativos. 
 
2 
05 – Indicadores de Liquidez 
 
O conceito básico de equilíbrio financeiro demonstra que toda a aplicação 
de recursos no ativo deve ser financiada por fundos com equivalentes 
prazos de vencimento. 
 
Aplicações de curto prazo podem ser financiadas com recursos de curto 
prazo, entretanto, aplicações permanentes devem ser financiadas com 
recursos de longo prazo. 
 
Aplicações permanentes financiadas com recursos de curto prazo criam 
desequilíbrio para a empresa, por isso, se admite que a empresa está 
assumindo maior risco financeiro, aumentando a probabilidade de não 
honrar os compromissos nos prazos pactuados. 
 
Parcela do ativo circulante apresenta características de realização de longo 
prazo, é um valor cíclico (repetitivo), de natureza permanente. 
 
3 
05 – Indicadores de Liquidez 
 
Esse conceito de natureza permanente permite segmentar o ativo 
circulante em duas partes: (1) parcela efetivamente de curto prazo, sazonal 
ou variável; (2) parcela definida para manter a atividade básica da 
empresa, admitida como permanente. 
 
O aumento do volume de atividade da empresa aumenta o ativo 
permanente e o ativo circulante de natureza permanente. 
 
Atrasos no recebimento de vendas a prazo, antecipação de compras são 
exemplos de ativo circulante sazonal. 
 
A parcela típica de vendas a prazo e o volume mínimo de estoques para 
manutenção das operações da empresa são exemplos de ativo circulante 
permanente. 
 4 
05 – Indicadores de Liquidez 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
. 
5 
Figura 1: Segmentação do Ativo Circulante 
A Figura 1 mostra as duas parcelas do ativo circulante: sazonal e de natureza permanente, além do 
ativo permanente. Os ativos permanente e circulante permanente devem ser financiados com 
recursos de longo prazo. O ativo circulante sazonal pode ser financiado com recursos de curto 
prazo. 
05 – Indicadores de Liquidez 
 
É de se esperar que o custo de crédito a curto prazo seja mais baixo que o 
de longo prazo, por que envolve um tempo menor para o retorno dos 
fundos e tem menor taxa de risco. 
 
As aplicações no ativo devem gerar maior retorno possível. Investimentos 
permanentes têm melhor contribuição nos lucros da empresa, por oferecer 
maior capacidade física de venda ou uma redução de custos. 
 
Aplicações a curto prazo com objetivo de manter capital circulante líquido 
em níveis mais elevados oferece maior segurança e menor risco financeiro. 
 
Quando a empresa prioriza rentabilidade procura reduzir volume do 
capital de giro. 
 
6 
05 – Indicadores de Liquidez 
Isso constitui o dilema da administração do capital de giro: segurança 
(liquidez) versus rentabilidade. 
 
Os dois conceitos movem-se em direções contrárias: maior liquidez (menor 
risco) implica em menor rentabilidade e vice-versa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
Figura 2: Liquidez Versus Rentabilidade 
CCL = AC – PC 
 
CCL = Capital Circulante Líquido 
AC = Ativo Circulante 
PC = Passivo Circulante 
05 – Indicadores de Liquidez 
Os indicadores de liquidez mostram a situação financeira de uma empresa, 
capacidade de honrar seus compromissos financeiros. 
 
 
 
Representa o percentual das dívidas de curto prazo (circulante) que podem 
ser liquidadas imediatamente. É usual que esse quociente seja baixo por 
que as empresas tem pouco interesse em manter recursos monetários em 
caixa. 
 
 
 
Revela o percentual das dívidas de curto prazo que podem ser liquidadas 
com os itens de maior liquidez do ativo circulante, disponível e valores 
(duplicatas) a receber. 
8 
CirculantePassivo
Disponível
ediataImLiquidez =
CirculantePassivo
sAntecipadaDespEstoquesCirculanteAtivo
SecaLiquidez
−−
=
05 – Indicadores de Liquidez 
 
 
 
Indica o volume de recursos do ativo circulante, à disposição da empresa, 
para liquidar $ 1,00 de dívida do passivo circulante. 
 
 
 
Quanto maior liquidez corrente maior é a capacidade de honrar seus 
compromissos e de financiar suas necessidades de capital de giro. 
 
 
Indica a liquidez, tanto a curto quanto a longo prazo. 
 
9 
CirculantePassivo
CirculanteAtivoCorrenteLiquidez =
.NegativoLíquidoCirculanteCapital1CorrenteLiquidez
NuloLíquidoCirculanteCapital1CorrenteLiquidez
PositivoLíquidoCirculanteCapital1CorrenteLiquidez
⇒<
⇒=
⇒>
azoPrLongoaExigívelCirculantePassivo
azoPrLongoaalizávelReCirculanteAtivoGeralLiquidez
+
+
=
05 – Indicadores de Liquidez 
Fatores adicionais que o analista precisa examinar (Pereira, 223): 
 
 - os passivos são inquestionáveis quanto a sua exigibilidade; 
 - a realização dos ativos precisa ser bem avaliada; 
 - ausência de provisões no passivo (ou provisões a menor): sem 
provisão para férias, isso afeta o resultado, o passivo circulante e o 
coeficiente de liquidez; 
 - pagamentos paraacionistas, controladora ou matriz, podem ter 
flexibilidade em termos de prazos. Adiantamentos recebidos para futuro 
aumento de capital são exigibilidades transitórias, serão transformados em 
PL em alguma data futura; 
 - certificar-se que não tenha compromissos vencidos no passivo 
circulante, impostos atrasados; 
 - conhecer as características de financiamentos de longo prazo, 
especialmente os vencimentos; 
10 
05 – Indicadores de Liquidez 
Fatores adicionais que o analista precisa examinar: 
 
 - disponibilidades e aplicações financeiras deverão ser ativos de 
melhor liquidez, avaliar aplicações financeiras em IF de alto risco; 
 - conhecer os prazos para vencimento de duplicatas a receber, 
valores em atraso e volume de provisão para devedores duvidosos; 
 - critérios de avaliação dos estoques, prazos de rotação e de 
pagamento aos fornecedores criam dificuldades para análise. Estoques com 
giro lento podem estar com valores desatualizados. Elevados prazos para 
pagamento dos fornecedores pode transferir encargos financeiros para o 
estoque. Critérios de rateio dos custos indiretos de produção podem 
influenciar os valores dos estoques; 
 - prazos para pagamentos inferiores aos de realizações, provocam 
dificuldades para honrar seus compromissos; 
 - valores presentes dos ativos e passivos. 
11 
05 – Indicadores de Liquidez 
1) Uma sociedade de capital aberto com atuação no setor de comércio 
varejista, em fase de forte expansão, publicou suas demonstrações 
financeiras referentes aos exercícios sociais 20X0, X1 e X2. Os valores 
encontram-se expressos em moeda de mesmo poder aquisitivo. 
 
 
 
12 
a) Em que grupo patrimonial do 
ativo se encontra o maior 
volume de aplicações da 
empresa? Essa situação é 
razoável? 
b) Calcular os índices para os 
indicadores liquidez imediata, 
liquidez seca e liquidez corrente. 
 Exercício 
05 – Indicadores de Liquidez 
 
 
13 
Assaf Neto, p. 176. 
 
Iudícibus, p. 99. 
 
Pereira da Silva, p. 221. 
 
Matarazzo, p. 151. 
 Fontes 
06 – Indicadores de Rentabilidade 
 
 
 
Os indicadores de rentabilidade mais frequentemente usados no mercado 
são os apurados sobre valores investidos: capital próprio, total dos ativos 
ou capital investido (CI) 
 
Também podem se apurados para expressar a lucratividade das vendas. 
 
1 
06 – Indicadores de Rentabilidade 
Apurar a rentabilidade em valores absolutos gera informação com pouca 
utilidade. Os valores dos lucros de uma grande e de uma micro empresa 
são muito diferentes, sem refletir o retorno relativo, o que sugere o cálculo 
em valores percentuais. 
 
A melhor expressão do retorno relativo resulta da comparação do lucro 
com alguma dimensão de valor de vendas, ativo total, patrimônio líquido, 
ativo operacional. 
 
O lucro pode ser visto de diferentes formas: lucro operacional, lucro 
líquido, antes ou depois do imposto de renda, antes ou depois das despesas 
financeiras. 
 
Certos conceitos são melhores para determinadas finalidades, por 
exemplo: excluir valores não repetitivos, ou não recorrentes. 
2 
06 – Indicadores de Rentabilidade 
Neste grupo dos indicadores de rentabilidade são encontrados dois 
conjuntos de indicadores que expressam a lucratividade das vendas e os 
retornos sobre os valores investidos. 
 
Margem de lucro sobre as vendas: esse conceito também é conhecido como 
margem operacional. Consiste na comparação do lucro com as vendas 
líquidas. O conceito pode ser entendido de duas formas: margem 
operacional e margem líquida (Iudícibus). Outros autores consideram mais 
formas. 
 
3 
LíquidaceitaRe
BrutoLucroBrutaemargM =
LíquidaceitaRe
lOperacionaLucro
lOperacionaemargM DIR=
LíquidaceitaRe
LíquidoLucro
LíquidaemargM DIR=
VendidassMercadoriadasCusto
BrutoLucroGlobalUpMark =−
06 – Indicadores de Rentabilidade 
Retornos sobre Valores Investidos: o desempenho econômico de uma 
empresa está focado basicamente nas medidas de retornos sobre o 
patrimônio líquido e do investimento total, dos custos das dívidas e 
do grau de alavancagem financeira. 
 
4 
LíquidoPatrimônio
LíquidoLucro
LíquidoPatrimônioosobretornoRe DIR=
TotalAtivo
lOperacionaLucro
toInvestimenosobretornoRe DIR=
OnerosoPassivo
LíquidassFinanceiraDespesas)ki(DívidadaCusto =
ROI
RSPLFinanceiramAlavancagedeGrau =
RSPL = ROE 
ROI = RSA = ROA 
Ki 
GAF 
06 – Indicadores de Rentabilidade 
Com base nas informações do Balanço Patrimonial e da 
Demonstração de Resultado do Exercício, calcule: margem bruta, 
margem operacional, margem líquida, mark-up global, RSPL, RSA, 
Ki e GAF. 
 
5 
06 – Indicadores de Rentabilidade 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
06 – Indicadores de Rentabilidade 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
. 
7 
%33,33
000.18
000.6MB 1X ==
%49,9
000.18
27,708.1
000.18
080.2
7301*632.2
MO 1X ==






−
=
%50,7
000.18
350.1ML 1X ==
%00,50
000.12
000.6UpM 1X ==−
%33,33
800.19
600.6MB 2X ==
%45,9
800.19
97,870.1
000.18
550.1
5501*900.2
MO 2X ==






−
=
%05,5
800.19
000.1ML 2X ==
%00,50
200.13
600.6UpM 2X ==−
06 – Indicadores de Rentabilidade 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
. 
 
8 
%69,22
950.5
350.1RSPL 1X ==
%93,14
700.6
000.1RSPL 2X ==
%67,13
500.12
27,708.1
500.12
080.2
7301*632.2
RSA 1X ==






−
=
%58,15
300.2
27,358
300.2
080.2
7301*552
ki 1XDIR ==






−
=
6598,1
67,13
69,22GAF 1X ==
%82,9
050.19
97,870.1
050.19
550.1
5501*900.2
RSA 2X ==






−
=
%62,12
900.6
97,870
800.1100.5
550.1
5501*350.1
ki 2XDIR ==+






−
=
5204,1
82,9
93,14GAF 2X ==
06 – Indicadores de Rentabilidade 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
. 
9 
 Exercício 
06 – Indicadores de Rentabilidade 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
. 
10 
Calcule os índices dos seguintes indicadores, com base nas informações do Balanço Patrimonial e 
da DRE: 
a) Margem operacional 
b) Margem líquida 
c) Retorno sobre o ativo 
d) Retorno sobre o patrimônio líquido 
e) Custo da dívida 
f) GAF 
06 – Indicadores de Rentabilidade 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 11 
Assaf Neto, p. 222. 
 
Braga, p. 163. 
 
Iudícibus, p. 105. 
 
Matarazzo, p. 391. 
 
Pereira da Silva, p. 238. 
 
Schrickel, p. 280. 
 Fontes 
07 – Ciclo Operacional e Indicadores 
 
 
 
Serão estudadas as fases compreendidas entre a aquisição da matéria-
prima e o recebimento pelas vendas. 
 
Serão calculados os ciclos: operacional e financeiro. 
 
Serão apurados os prazos dos giros dos ativos. 
 
1 
07 – Ciclo Operacional e Indicadores 
Por meio de suas atividades operacionais a empresa compra matéria 
prima, produz bens ou serviços, para em seguida vender e receber pelas 
vendas. 
 
Com essas atividades a empresa procura obter um determinado volume de 
lucro, com o objetivo de atender às expectativas de retornos para os 
fornecedores de recursos. 
 
Ciclo Operacional: 
 
Pela repetição desse processo se identifica o ciclo operacional da empresa. 
O ciclo operacional consiste em identificar e dimensionar as fases 
operacionais, que vão desde a compra de materiais até o recebimento pelas 
vendas. 
2 
07 – Ciclo Operacional e Indicadores 
 
 
 
 
3 
Figura 1: Ciclo Operacional: Compras e Vendas 
A soma dos prazos das fases é o período de maturação, ou o prazo médio decorrido desde a 
compra da matéria-prima até o recebimento das vendas. Quanto maior for o prazo, maior será 
a necessidade de recursos para financiar essa atividade. 
A Figura 1 mostra uma 
sequência natural das fases 
operacionais, iniciando

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