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PARASITOLOGIA – PROVA 1 ARIEL ALMEIDA – MEDICINA – UFPB – 108 – 2019.1 1 1. Giardia lamblia • Protozoários flagelados do intestino delgado, habita mamíferos como homem e cão • Uma das principais causas de diarreia infecciosa, principalmente em crianças • G. duodenalis (lamblia/intestinalis) – mamíferos • G. muris – roedores, aves e répteis • G. agilis – anfíbios • G. psittaci e G. ardeae -garças azuis • Morfologia ▪ Núcleos delimitados por carioteca, ligado ao RE, citoesqueleto complexo e estruturas que parecem vacúolos lisossômicos. Não possuem mitocôndria, peroxissomos e complexo de golgi ▪ Pode-se apresentar como trofozoito ou cisto ▪ Trofozoito o Formato de pera, simetria bilateral, mede 20 micrometros de comprimento por 10 de largura o Responsável pela manifestação clinica da doença o Simetria bilateral, 4 pares de flagelos e 2 núcleos o Face dorsal lisa e convexa, face ventral côncava apresentado um disco ventral que permite a adesão à mucosa intestinal o Movimento do disco ventral e do flagelo que ajuda na fixação à mucosa o Presença de corpos medianos (não se sabe, mas acredita-se que participam da divisão celular e da formação do disco ventral ▪ Cisto o Menor, mais resistente, forma de infecção o Responsável pela transmissão o Parede cística externa glicoproteica que os torna resistente a temperatura, umidade, produtos químicos e ao trato gastrointestinal o 2 a 4 núcleos, fibrilas longitudinais e corpos escuros (em forma de meia lua, confundidos com os corpos medianos dos trofozoítos • Ciclo biológico ▪ Monóxeno de ciclo biológico direto ▪ Via normal de infecção é por meio da ingestão de 10 a 100 cistos ▪ Desencistamento com inicio no estomago e fim no intestino delgado→gera o trofozoito ▪ Colonização do intestino por divisão binária, aderem se a mucosa pelo disco ventral e formam um tapete ▪ Encistamento e liberação para o exterior – fatores que desencadeiam essa resposta: pH intestinal, sais biliares, destacamento do trofozoito da mucosa • Transmissão ▪ Cisto→forma infectante ▪ Transmissão via fecal-oral por meio da ingestão de água e alimentos contaminados, mãos contaminadas, locais de aglomeração, contato oral-anal ▪ Transmissão zoonótica; vetores paratênicos (p.ex. baratas) • Sintomatologia ▪ De pacientes assintomáticos (maioria – podem eliminar cistos nas fezes por até 6 meses) a diarreias aguada e autolimitantes ou persistentes (má absorção e perda de peso) CCP PARASITOLOGIA – PROVA 1 ARIEL ALMEIDA – MEDICINA – UFPB – 108 – 2019.1 2 ▪ Infecção aguda: diarreia aquosa, explosiva, de odor fétido, gases com distensão e dores abdominais ▪ Infecção crônica: episódios de diarreia contínuos, intermitentes ou esporádicos. Pode ser acompanhada de esteatorreia, perda de peso e problemas de absorção→compromete desenvolvimento físico e cognitivo das crianças ▪ Sintomatologia geral e resumida: Diarreia, dor abdominal, emagrecimento, esteatorreia, insônia, irritabilidade, náusea, perda de apetite e vomito • Patogenia ▪ Pode causar alterações morfológicas e fisiológicas do epitélio intestinal→colonização do intestino pode alterar a arquitetura da mucosa ▪ Mudanças estruturais + mecanismos patológicos geram os distúrbios intestinais ▪ Há uma hipótese que os trofozoítos de Giardia liberem substancias potencialmente toxicas e capazes de alterar a mucosa intestinal ▪ Possibilidade, também, que essas substancias atuem como toxinas sobre a mucosa alterando as vilosidades e inibindo a absorção de nutrientes ▪ A ativação de linfócitos T induz a retração das vilosidades, culminando má absorção • Diagnóstico ▪ Clinico: diarreia + esteatorreia; irritabilidade, insônia, náuseas e vômitos, perda de apetite e dor abdominal ▪ Laboratorial: exame microscópico de fezes para a identificação de trofozoítos e/ou cistos; nas fezes diarreicas encontram-se + trofozoítos, que perecem rapidamente, recomenda-se a coleta de fezes em recipientes com substancias fixadoras como o formol 10%, mertiolato-iodo-formol ou acetato de sódio-acido acético-formaldeído (MIF ou SAF, respectivamente) ▪ Nas fezes formadas aparecem mais cistos ▪ Os cistos são mais resistentes, mas se demorar mais de 48h entre coleta e analise, sugere-se que a amostra seja mantida a 4 graus célsius por no máx. 1 semana ▪ Indivíduos parasitados não eliminam cistos de forma continua, tem-se o período negativo, não há cistos no parasitológico de fezes. Portanto, recomenda-se o exame de pelo menos 3 amostras colhidas em 3 dias diferentes ▪ Testes imunológicos • Epidemiologia ▪ Parasito entérico mais frequentemente encontrado nos inquéritos coproparasitologicos em diferentes regiões, pela facilidade na contaminação e resistência dos cistos e também pela transmissão pessoa-pessoa, principalmente em aglomerações • Profilaxia ▪ Higiene pessoal, destino correto das fezes, proteção dos alimentos, tratamento da agua, vermifugação de cães e gatos e tratamento precoce • Tratamento ▪ Metronidazol (80% a 95% - muitos efeitos colaterais); tinidazol, albendazol etc. PARASITOLOGIA – PROVA 1 ARIEL ALMEIDA – MEDICINA – UFPB – 108 – 2019.1 3 2. Amebíase • Amebas possuem pseudópodes, não tem flagelos nem disco ventral. Produzem proteínas que degradam a pele do hospedeiro, facilitando o processo de entrada • Amebíase extra intestinal: migram do intestino para a corrente sanguínea e podem se instalar em qualquer lugar • Existem amebas de vida livre que não causam patologia, mas a Naegleria fowleri pode penetrar no conduto auditivo e ir para o SNC, causando muito dano • 2 tipos de amebas ▪ Comensais ▪ Patogênica: Entamoeba histolytica o Existe a E. díspar que não é patogênica, mas as duas se parecem muito na lâmina, então o exame patológico lauda: E. histolytica/díspar para que haja tratamento, pois há risco de ser a patogênica o Se a Entamoeba é comensal não precisa tratar, não tem importância clinica, porém é necessário alertar a paciente sobre formas de contaminação, visando a profilaxia da mesma ▪ Segunda doença que mais causa óbito em termos de protozoários ▪ A Entamoeba díspar foi descoberta pois um pesquisador chamado Brumpt percebeu uma assintomatologia em relação a alguns pacientes, e quando observou as duas espécies eram tão semelhantes que não são diferenciadas pelo microscópio, mas a Dispar não é patogênica ▪ Prevalência na população: Entamoeba histolytica é bastante rara, mas pode acontecer • Classificação ▪ Gêneros que vivem no intestino humano o Entamoeba, iodamoeba, endolimax o Todos vivem no intestino grosso ▪ Também possui cisto e trofozoito; Cisto: estrutura de resistência ▪ Diferencia pela quantidade de núcleos: trofozoito tem 1 núcleo, o cisto varia de acordo com a espécie ▪ Gênero entamoeba: o Cistos contendo 8 núcleos: E. coli; E. muris; E. gallinarum o Cistos contendo 4 núcleos: E. hystolitica; E. díspar; E. hartmanni; E. ranarum; E. invadens e E. mohskovskii o Cistos contendo 1 núcleo: E. polcki e E. suis o Cistos não conhecidos: E. gingivalis • Morfologia ▪ Mecanismos de distinção o Tamanho do trofozoito (maior que o cisto) o Estrutura e numero de núcleos no cisto o Numero de forma de inclusões (vacúolos nos trofozoítos e corpos cromátides nos cistos) o Difícil diferenciação o Localização: trofozoítos – intestino →ulceras, fezes diarreicas e cistos PARASITOLOGIA – PROVA 1 ARIEL ALMEIDA – MEDICINA – UFPB – 108 – 2019.1 4 • Obs.: só encista no intestino, em tecidos a amostra coletada apresentará trofozoítos • Obs2.: é difícil identificar uma amebíase extra intestinal, pois o parasitológico de fezes pode dar negativo e aí o médico só conseguirá diagnosticar mediante uma boa observaçãoclinica e, posterior, solicitação de um teste sorológico • Obs3.: trofozoítos quando estão em momento mais invasivo crescem mais, é a chamada forma magna. Quando ele ainda está se multiplicando e se estabelecendo é chamado forma minuta ▪ Trofozoito na forma magna: aumento de tamanho e hemácias fagocitadas aparecem em seu citoplasma ▪ No cisto, vemos um grande vacúolo de glicogênio ▪ Histolytica: endoplasma rugoso, ectoplasma claro; a E. coli não possui essa diferenciação • Entamoeba coli ▪ Trofozoito o Citoplasma não é diferenciado o Núcleo com cromatina grosseira e irregular com cariossoma grande e excêntrico o No processo de encistamento, forma-se um pré-cisto ▪ Trofozoito vai reduzindo de tamanho e começa a desidratar, forma-se uma parede cística, divisão nuclear, aparecimento de corpos cromatoides ▪ Obs.: quando há ingestão de um cisto cheio de núcleos são formados vários trofozoítos ▪ Cistos o Esfera contendo até 8 núcleos o Corpos cromatoides finos, em feixes ou agulhas • Iodamoeba butschilli ▪ Pequena (cisto e trofozoito) ▪ Comensal (não patogênica) ▪ Cariossoma central e bem grande ▪ Cisto: único núcleo com vacúolo de glicogênio • Entamoeaba histolytica ▪ Trofozoito o Ectoplasma claro e hialino; endoplasma levemente granuloso o Cariossoma central o Cromatina regular e bem distribuída o Único núcleo, bem visível e destacado, esférico ▪ Cistos o Corpos cromatoides em formato de charuto o Vacúolos de glicogênio ▪ Ameba de característica invasiva e tamanho aumentado, são pleomorficas ▪ Ativas, locomovem-se através de projeções citoplasmáticas em movimentos unidirecionais ▪ Alvo de alimentação: na forma minuta→bactérias e detritos; na forma magna→hemácias ▪ Processo de encistamento ocorre por causa do destacamento, diferença de ph, enzimas ▪ Infecção por meio do cisto→no intestino sai o metacisto→forma-se 8 trofozoítos por divisão binarias de trofozoítos em sua forma minuta ▪ Também pode se tornar a forma magna, encontrada nas lesões ▪ Forma minuta: encontrada na luz do intestino, baixo consumo de oxigênio; se alimenta de bactérias, amido, detritos; se multiplica por divisão binária e aumenta a carga parasitaria ▪ Cepa das amebas está relacionada ao grau de invasão PARASITOLOGIA – PROVA 1 ARIEL ALMEIDA – MEDICINA – UFPB – 108 – 2019.1 5 • Ciclo monoxênico (vetor de transporte pode usar) ▪ Trofozoito o Único núcleo o Pleomorfico com emissão de pseudópodes ▪ Pré-cisto o Fase intermediaria o Oval e ligeiramente arredondada o Menor que o trofozoito o Presença de corpos cromatoides no citoplasma ▪ Metacisto ▪ Cisto o Paredes refrigerantes o Núcleos pouco visíveis o Corpos cromatoides • O trofozoito reconhece proteínas do hospedeiro por meio de lectinas, leva a célula do hospedeiro a citolise • Conseguem produzir proteínas que clivam a ação do sistema complemento • Amebaporo: proteínas que conseguem se ancorar na célula do hospedeiros formando entradas que deixam a agua penetrar e ocorrer a citolise • O amebaporo está diretamente relacionado a virulência dos trofozoítos • • O amebaporo pode migrar a partir da produção de cisteina-proteinase: degrada colágeno e MEC para que ele possa se dispersar; também atua na imunidade clivando algumas imunoglobulinas , consegue lesar a mucosa e formar abcessos • Poliinfecção é muito comum em crianças e imunossuprimidos • Obs.: ver as fotos microscópicas em: https://www.cdc.gov/dpdx/amebiasis/index.html PARASITOLOGIA – PROVA 1 ARIEL ALMEIDA – MEDICINA – UFPB – 108 – 2019.1 6 • Amebíase intestinal ▪ Individuo infectado pode ser assintomático ou sintomático ▪ Dois quadros de indivíduos sintomáticos podem desencadear em morte: amebíase disentérica (E. histolytica) e o ameboma ▪ A não disentérica pode ser causada pela díspar associada a microbiota humana ▪ Colonoscopia: visualização de áreas de necrose, porém não consegue visualizar o trofozoito • Amebíase extra intestinal ▪ Amebíase hepática: tríade→ dor, febre e hepatomegalia (distensão abdominal similar à esquistossomose) ▪ Amebíase cutânea ▪ Amebíase no pulmão, baço, cérebro ▪ Amebíase pulmonar e pericardite • Diagnostico ▪ Clinico o Distensão abdominal, síndrome de colón irritado e disenteria bacilar o Só é definitivo pelo achado de parasitos nas fezes ▪ Laboratorial o Exame parasitológico de fezes o Fezes, soros e exsudatos o Cuidado na coleta o Bacilar x amebíase o Fezes formadas ▪ Imunológico o ELISA, IFI, hemaglutinação indireta, imunodifusao o Dificuldade no preparo e obtenção de antígenos o Pode dar negativo em assintomáticos o Exames de imagens – só confirma se houver biopsia • Sintomatologia geral ▪ Abcesso hepático; calafrios; constipação; diarreia muco-sanguinolenta; dor abdominal, emagrecimento; febre; flatulência; hepatomegalia; náusea; tenesmo; ulceras no colón; vomito (nem todos aparecem, podem ser indicativo, depende do restante da historia clinica) • Transmissão ▪ Ingestão de cistos maduros (agua, alimentos – sobrevivem em media 20 dias); transmissão fecal-oral; falta de higiene domiciliar; assintomáticos desempenham papel fundamental na transmissão • Patogenia e virulência ▪ E. histolytica com ou sem manifestação clinica ▪ Parasito x hospedeiro – condições clinicas, geográficas e socioeconômicas na qual o hospedeiro está inserido ▪ Associação com a microbiota intestinal ▪ Penetração em tecidos ▪ Ulcera em forma de botão de camisa ▪ Ameboma ▪ Necrose coliquativa (abcesso) PARASITOLOGIA – PROVA 1 ARIEL ALMEIDA – MEDICINA – UFPB – 108 – 2019.1 7 3. Trichomonas vaginalis • Doença muito negligenciada, mas que afeta grande parte da população feminina em idade reprodutiva. A OMS registra cerca de 170 milhões de casos por ano e a maioria são mulheres entre 16 e 35 anos. Porém, esse pequeno protozoário flagelado não habita apenas o sistema genital feminino, habita também o sistema urinário masculino • Classificação e morfologia ▪ É um protozoário ▪ Não possui forma cística, apenas trofozoitica ▪ Características marcantes: seu formato e o fato de possuir 4 flagelos e uma membrana ondulante (flagelo aderido à membrana); Apresenta um único núcleo e as demais organelas de uma célula eucarionte dispostos em torno de uma estrutura chamada axóstilo – fortemente corada em M.O; Além disso, existem inúmeros vacúolos, incluindo os hidrogenossomos, que prestam a função de produção de ATP, uma vez que estes protozoários não apresentam mitocôndrias. Existem várias estruturas de citoesqueleto (microtúbulos e fibrilas contráteis) no citoplasma do parasito: costa, que dá sustentação à membrana ondulante, e fibras parabasais. • Ciclo biológico ▪ Habita o trato geniturinário da mulher e do homem; não sobrevive fora dele ▪ Se reproduz por divisão binária PARASITOLOGIA – PROVA 1 ARIEL ALMEIDA – MEDICINA – UFPB – 108 – 2019.1 8 • É uma IST (infecção sexualmente transmissível), pois o Trichomonas tem a capacidade de sobrevier mais de uma semana sob o prepúcio do homem após o coito com a mulher infectada. O Trichomonas também pode ser transmitido por meio da ejaculação, devido a capacidade destes de habitar a mucosa e a uretra do homem • Fômites também podem ser infectados, como acontece no compartilhamento de contraceptivos, brinquedos sexuais, sabonetes e toalhas. O que é bem raro, mas pode acontecer • No homem o parasito vive, mais frequentemente, nas secreções que se acumulam no sulco bálano- prepucial, mas pode invadir a uretra. • Fisiopatologia e sintomatologia ▪ O pH da vagina é acido (até 4,5), eo Trichomonas precisa de pelo menos 5 para se multiplicar. Assim, ele secreta aminoácidos básicos que alcalinizam o meio. O aumento do pH associado ao consumo de glicogênio diminui a microbiota de Doederlein (bacilos que fazem parte da flora intestinal normal). O infiltrado inflamatório induzido pelas toxinas do parasita induz a secreção de muco, caracterizando a leucorreia. Além disso, tal secreção é abrasiva para mucosa e para a pele, gerando o sintoma de ardor ▪ A menstruação, ejaculação e variações hormonais (anticoncepcional e gravidez) contribuem para a alcalinização do meio e acentuam a proliferação e os sintomas da tricomoniase. Às vezes um paciente é portador assintomático, mas tal predisposição gera um quadro sintomático ▪ Mulher o Corrimento vaginal (leucorreia): a tricomoniase, diferentemente da gonorreia e da clamídia, produz um liquido vaginal fluido, abundante, amarelo-esverdeado, bolhoso, fétido e geralmente associado ao período pós-menstrual o Prurido o Irritação e ardor o Mucosa friável: dor e dificuldade nas relações sexuais o Disúria o Poliúria o Mietrite (infecção do endométrio) o Salpingite (infecção das trompas) ▪ Homem o Geralmente assintomática o Dificuldade ao urinar na primeira urina matinal o Escoriações no sulco bálano-prepucial o Uretrite leve • Diagnostico ▪ Clinico: apesar das características clássicas, não se pode confiar apenas no corrimento. Sempre é necessário que haja uma analise laboratorial ▪ Laboratorial o Homem: parasitológico da primeira urina matinal, ou do sêmen, ou do liquido uretral ou prostático o Mulher: parasitológico da secreção vaginal • Profilaxia ▪ Conversar com o parceiro sobre a situação, em busca de ter informação sobre potenciais contaminações ▪ Fazer exames periódicos ▪ Usar preservativos ▪ A camisinha é a melhor profilaxia nessa situação PARASITOLOGIA – PROVA 1 ARIEL ALMEIDA – MEDICINA – UFPB – 108 – 2019.1 9 4. Trypanosoma cruzi (doença de chagas) • Antropozoonose – agente etiológico: Trypanosoma cruzi ▪ Como uma doença crônica restrita ao terceiro mundo e bastante concentrada na América Latina, falta interesse nos pesquisadores e industrias internacionais para o desenvolvimento de vacinas e medicamentos mais efetivos. O Brasil é, sem sombra de duvidas, o grande especialista no assunto, reconhecido internacionalmente, inclusive (AMATO-NETO; PASTERNAK, 2009; e DIAS, 2006) • Vetores: Triatoma infestans; Panstronglyus megistus, T. brasiliensis e T. pseudomaculata • Morfologia ▪ Possui ciclo biológico no vertebrado e invertebrado (varias formas evolutivas) ▪ Hospedeiro vertebrado o Intracelular: formas amastigota o Extracelular: forma tripomastigota – sangue circulante o Ambas são infectantes ▪ Estrutura: cinetoplasto – parâmetro utilizado para a caracterização bioquímica de diversas formas do protozoário – parte de sua grande mitocôndria ▪ Formas amastigota: ovaladas, cinetoplasto anterior ao núcleo e flagelo não exteriorizado ▪ Formas tripomastigotas: alongada, presença de membrana ondulante, flagelo exteriorizado e cinetoplasto posterior ao núcleo ▪ Tripomastigota em esfregaços sanguíneos corados pelos Giemsa: o Flagelo livre; flagelo aderido ao corpo celular; núcleo; cinetoplasto arredondado; hemácias; ▪ Tripomastigota sanguíneas: polimorfismos o Cepas mais delgadas, mais infectantes para células, parasitemia mais precoce e mais sensível aos anticorpos, menos capazes de se desenvolver no vetor, tropismo por células do baço, fígado e medula o Cepas mais largas: menos infectantes, parasitemia tardia, mais resistentes aos anticorpos, mais capazes de se desenvolver no vetor, tem tropismo por células musculares lisas, cardíacas e esqueléticas, importantes para a evolução clinica da doença PARASITOLOGIA – PROVA 1 ARIEL ALMEIDA – MEDICINA – UFPB – 108 – 2019.1 10 • Inicio da infecção: formas delgadas→formas largas • Hospedeiro invertebrado: inicialmente mais arredondadas, com flagelo circundando o corpo(esferomastigotas) no estomago e intestino – formas epimastigotas em todo intestino e tripomastigotas no reto • Formas epimastigotas • • Flagelo livre; cinetoplasto em forma de bastão próximo ao núcleo; núcleo PARASITOLOGIA – PROVA 1 ARIEL ALMEIDA – MEDICINA – UFPB – 108 – 2019.1 11 • Ciclo • Mecanismos de transmissão ▪ Transmissão do vetor: penetração do tripomastigota metaciclico ▪ Transfusão sanguínea ▪ Transfusão congênita ▪ Acidentes de laboratório ▪ Transplante ▪ Coito – não comprovado ▪ Transmissão oral – amamentação (indícios) ▪ Obs.: viabilização do T. cruzi em caldo de cana é verdadeiro • Doença de chagas ▪ Principais desafios o Riscos de reemergencia o Adaptação de espécies de triatomideos o Desativação de programas de controle e vigilância o Necessidade de atenção medica e social a pacientes crônicos o Ufanismo de pesquisadores, sanitaristas e executivos – redução de recursos e mudanças de prioridades PARASITOLOGIA – PROVA 1 ARIEL ALMEIDA – MEDICINA – UFPB – 108 – 2019.1 12 • Fases da doença de chagas ▪ Sintomática: o Primeira infância – morte (10%) o Manifestações locais: 4 a 1 0 dias após picadas o Conjuntiva: sinal de Romanã – inchaço na face ou pele (chagoma de inoculação – inchaço eritematico) o Manifestações gerais: febre, edema localizado ou generalizado, hepatomegalia, esplenomegalia; as vezes insuficiência cardíaca e perturbações neurológicas (meningoencefalite) ▪ Fase crônica assintomática: após a aguda, longo período (10 a 30 anos – forma latente) o Positividade sorológica o Ausência de sinais e sintomas o ECG normal o Coração, esôfago e colón radiologicamente normais o Não pode ser negado emprego e evitar aposentadoria o Pode ocorrer morte súbita ▪ Fase crônica sintomática: o Forma cardíaca: sistema cardiovascular – ICC – diminuição da massa muscular e fibrose + fenômenos tromboembólicos o Forma digestiva: sistema digestivo – caracterizado pelos megacolon ou megaesôfago o Forma cardiodigestiva ou mista: ambos • Diagnóstico ▪ Clinico o Presença dos sinais de porta de entrada o Febre o Hepatoesplenomegalia o Edema generalizado ou nos pês (suspeita de fase aguda) o Alterações cardíacas, digestivas e do esôfago, e colón (fase crônica) ▪ Laboratorial o Exames parasitológicos o Exames sorológicos: fixação do complemento, RIFI, hemaglutinação indireta, ELISA ▪ Por fases o Aguda: exame de sangue a fresco, exame de sangue em gota espessa, cultura de sangue, inoculação de sangue, xenodiagnóstico e hemocultura o Crônica: xenodiagnóstico, hemocultura e infecção em camundongos jovens • Epidemiologia ▪ Mudança epidemiológica ▪ Relacionava-se a animais e insetos silvestres, porem com a invasão do homem e a construção de casa de pau a pique, tornou-se uma zoonose típica o Animais silvestres: tatu, gambá, roedores o Animais domésticos: cães, gatos e homem • Profilaxia ▪ Melhoria nas habitações rurais ▪ Combate ao barbeiro ▪ Controle de doação de sangue ▪ Controle de transmissão congênita ▪ Vacinação? PARASITOLOGIA – PROVA 1 ARIEL ALMEIDA – MEDICINA – UFPB – 108 – 2019.1 13 • Tratamento • Medicamentoso, mas de eficácia limitada ▪ Ninfurtimox (Lampit) – combate formas sanguíneas e parcialmente as teciduais ▪ Benzonidazol – combate apenas formas sanguíneas ▪ Eficácia acima de 80% na fase aguda e de 8 a 30% na fase crônica ▪ Atuam por meio da formação de radicais livres e/ou metabolitos nucleofilicos – causam intoxicação ao parasito ▪ Benzonidazol possui reações adversas: rash cutâneo, prurido, cefaleia, epigastralgia, febre,fadiga, artralgia e náuseas • Negativação é variável, em qualquer momento da evolução do paciente a positividade sorológica indica fracasso terapêutico • Tratamento da fase aguda deve ser realizado em todos os casos o mais rápido possível – na gestação não é recomendado devido à toxicidade das drogas • Tratamento de infecção acidental: indicado imediatamente após a realização do exame • Tratamento da fase crônica tardia: redução dos níveis de parasitemia, evitar aparecimento ou progressão de lesões viscerais, interrupção da cadeia de transmissão • Centenário da doença: ainda não há explicação cabal sobre a etiopatologia (como o parasita lesa o organismo); não há prova sorológica totalmente fiel; ausência de fármacos eficazes 5. Leishmania • As leishmanioses estão entre as doenças infecto-parasitárias que mais tem importância no mundo. Nesse sentido, há registros de Leishmaniose desde antes de cristo, em estatuas que mostram essa protozoose entre os povo americanos • Provocada pelo tripanossomatídeo do gênero Leishmania, pode ser transmitida pelo mosquito Flebótomo ou pelo Lutzomya • Agente etiológico ▪ Gênero: Leishmania; subgênero: Viannia e Leishmania ▪ Leishmania que causam Leishmaniose tegumentar americana no brasil (6) o Leishmania (V) brasiliensis o Leishmania (V) guyanensis o Leishmania (L) shawi o Leishmania (L) lainsoni o Leishmania (L) amazonensis o Leishmania (L) naiffi ▪ Leishmania que causam Leishmaniose visceral o Leishmania (L) donovani o Leishmania (L) infantum o Leishmania (L) chagasi (Brasil) • Morfologia PARASITOLOGIA – PROVA 1 ARIEL ALMEIDA – MEDICINA – UFPB – 108 – 2019.1 14 • Amastigotas: se encontram no inferior dos fagolisossomos dos macrófagos ▪ • Promastígotas: ▪ ▪ Núcleo central ▪ Flagelo livre ▪ Alongado ▪ Cinetoplasto em forma de bastão • Hospedeiro invertebrado: vetor da leishmania ▪ Retratado na imagem ao lado ▪ Mosquito flebotomo ou lutzomya • Hospedeiro vertebrado: mamíferos como rato, cavalo, tamanduá, preguiça, raposa, cachorro, macaco etc. • Ciclo de vida→ PARASITOLOGIA – PROVA 1 ARIEL ALMEIDA – MEDICINA – UFPB – 108 – 2019.1 15 • Fisiologia ▪ Forma amastigota é encontrada dentro e fora das células mononucleares fagocitárias do hospedeiro vertebrado ▪ É infectante tanto para o hospedeiro vertebrado como para o invertebrado ▪ Intracelularmente os amastigotas se desenvolvem dentro do fagolisossomo, onde são capazes de neutralizar todo o conteúdo tóxico ▪ O ciclo no hospedeiro intermediário se desenvolve a partir das formas paramastígota (forma de transição) e promastígota e ambos os estágios evolutivos se reproduzem por divisão binaria. • Mecanismos fisiopatogênicos ▪ Leishmaniose tegumentar o A lesão demora de 2 semanas a 3 meses para se manifestar, e se deve à necrose causada pela infecção dos macrófagos da pele o A lesão pode se apresentar de maneiras características: bordas elevadas, centro escavado e granuloso, indolor; ou pode se manifestar multiforme, dificultando o diagnostico diferencial com outras lesões de pele (hanseníase, micoses, abscessos etc.) o O parasito desencadeia uma resposta imune celular exacerbada mediada por linfócitos T que, a depender da relação parasito-hospedeiro, pode ter diferentes intensidades, o que gera três formas de manifestação da leishmaniose tegumentar: cutânea; cutaneomucosa e difusa o Forma tegumentar cutânea simples > Lesões únicas ou múltiplas; restritas a epiderme e a derme > Podem ter o aspecto característico ou multiforme > São acompanhadas de envolvimento ganglionar (nódulos linfáticos infartados) > Pode ser causada por Leishmania (Leishmania) amazonenses e Leishmania (Viannia) braziliensis. Tem prognóstico benigno e cede ao tratamento quimioterápico. > o Forma tegumentar difusa > Lesões restritas a epiderme e a derme, porém a resposta dos linfócitos T é deficiente e insuficiente para conter o parasito > É bastante rara no mundo e no brasil, com poucos casos restritos à região maranhense > É a leishmaniose com tratamento mais difícil > Causa lesões difusas com erupções papilares ou nodulares não ulceradas > PARASITOLOGIA – PROVA 1 ARIEL ALMEIDA – MEDICINA – UFPB – 108 – 2019.1 16 o Forma cutaneomucosa > Aparece meses ou anos depois da primeira manifestação da Leishmaniose cutânea > Desenvolvem-se graças a uma resposta imunológica exacerbada, que provoca lesões secundarias destrutivas de cartilagens e mucosas, provocando mutilação e deformação do paciente > O tratamento pode ser bem sucedido, mas as cicatrizes e sequelas requerem atenção especial > Compromete a boca, a faringe, nariz e a laringe > Pode acarretar óbito > ▪ Forma visceral o Hepatomegalia e esplenomegalia o Icterícia, febre baixa recorrente, alterações pulmonares e renais – a não realização do tratamento causa morte em 90% dos casos o Após o surgimento de uma lesão dérmica similar a causada pela forma tegumentar, porem que raramente ulcera, o parasito tem tropismo por macrófagos principalmente hepáticos, esplênicos e os da medula óssea. Assim, os sintomas citados acima aparecerão o É comum o aparecimento de anemia, pois a medula óssea produz mais monócitos em detrimento da população de hemácias o • Epidemiologia ▪ Surgimento em regiões silvestres e desmatadas • Profilaxia ▪ Controle do vetor ▪ Construção de casas com distancia segura ▪ Pulverização ▪ Utensílios de proteção ▪ Cuidado com animais – aerossóis repelentes e testes sanguineos em caso de suspeita ▪ Vacina? • Diagnostico PARASITOLOGIA – PROVA 1 ARIEL ALMEIDA – MEDICINA – UFPB – 108 – 2019.1 17 ▪ Em geral, a lesão é rica no parasito, porém é necessário ter certos cuidados como a realização da analise histopatológica das bordas da lesão ▪ Leishmaniose visceral: colheita de material por punção → analise histopatológica ▪ Clinico o Aspecto da lesão e anamnese ▪ Laboratorial o Parasitológico o Imunológico > Intradermorreação utilizando um extrato antigênico de leishmania com concentração de proteínas padronizada e submetido a controles de esterilidade e inocuidade > RIFI – reação de imunoflorescencia indireta > ELISA > Teste de aglutinação direta (DAT) > WB > PCR • Tratamento e estratégias terapêuticas ▪ A droga de escolha é um antimonial: Glucantime. Em casos de recaídas ou resistência à droga, usa- se Pentamidina e Paramomicina. A terapia via intramuscular, venosa ou com aplicação tópica, é prolongada (mais de mês de tratamento) e muitas vezes necessita ser feita sob internação (RATH et al., 2003) ▪ Pesquisas apontam que a associação da droga anti-Leishmania e da vacina podem ajudar nos casos onde o tratamento quimioterápico não tinha bom prognostico. ▪ Tratamento quimioterápico o Antimoniais pentavalentes: inibem as enzimas da via glicolitica e a atividade de oxidação de ácidos graxos em amastigotas. P.ex.: Pentostan e Glucantime o Pentamidina (Diamidina) – danifica o DNA mitocondrial (cinetoplasto) o Anfotericina B – atua nos esteróis e fosfolipideos das membranas do parasita o Anfotericina B associada com lipossomos – importante em casos de resistência aos antimoniais 6. Malária (Plasmodium) • Quatro espécies de plasmodium causam malária, o de maior mortalidade é o falciparum, mas o que vive no Brasil é o P. vivax • Não era uma doença autóctone de JP, era alóctone (vinha de outras áreas) • Doença endêmica na região amazônica, 50% da população mundial está exposta, 109 países • Há 1 milhão de mortes por ano • Prevalente em áreas rurais, mas acontece em ambiente urbano também • Não gera imunidade •Doença de países tropicais e subtropicais, porém com as mudanças climáticas talvez vire endêmica na Europa • Contaminação por meio da picada do mosquito Anopheles sp., só as femeas são hematófagas • Campanhas para controle da malária ao longo do tempo: se vivia na área endêmica apresentava febre o remédio era introduzido logo cedo; fumacê→ plasmodium desenvolveu resistência e o mosquito também • Doença de notificação e acompanhamento obrigatório • Agente etiológico no brasil: vivax e falciparum; obs.: no conde só há casos de plasmodium vivax PARASITOLOGIA – PROVA 1 ARIEL ALMEIDA – MEDICINA – UFPB – 108 – 2019.1 18 • Ciclo de vida ▪ Infecção→ mosquito faz hematofagia e libera 200 esporozoitos, os esporozoitos não tem tropismo, mas geralmente macrófagos e neutrófilos os fagocitam e levam até o fígado ▪ No fígado começa o ciclo tissular: o esporozoito infecta o hepatócito e começa a se diferenciar ▪ Esporozoito→trofozoito jovem-→trofozoito maduro→→massa de células chamadas de esquizonte ou merozonte (cheias de núcleos que formarão vários merozoitos)→rompem os hepatócitos e infectam hemácia(inicio do ciclo sanguíneo) ▪ Merozoitos infectam hemácias (se diferenciam em trofozoitos jovem→trofozoitos maduros→esquizontes→merozontes→merozoitos→saem das hemácias ▪ Cada esquizonte dentro do hepatócito pode ter 10 mil merozoitos → destruição de hemácias é quase cronometrada ▪ Dentro da hemácia se alimenta de hemoglobina, libera pigmento hemozoina ou pigmento malarico que induz a liberação de citocinas pró-inflamatórias, inclusive pirogênios que causam a febre ▪ Ciclo do fígado: assintomático; a sintomatologia coincide com a ruptura das hemácias • Brasil ▪ P. vivax→ terçã benigna ▪ P. falciparum→terçã maligna – possuem mecanismos patogênicos de escape, tornando a variável mais maligna: hemácias parasitadas ficam paradas nos vasos ▪ P. malarie→quartã benigna PARASITOLOGIA – PROVA 1 ARIEL ALMEIDA – MEDICINA – UFPB – 108 – 2019.1 19 • África ▪ P. ovale (terçã benigna) • P. vivax e ovale – tem hipnozoitos – infectam, chegam o fígado e alguns ficam dormentes; como o tratamento só funciona com os parasitos no sangue, é necessário fazer tratamento tecidual também • Merozoito formado assexuadamente, podem formar outros merozoitos ou gametocitos • Vetor: gametócito masculino penetra no macrogameta→oocineto→se implanta na parede do intestino formando o oocisto → cheio de esporozoitos dentro • Ciclo heteroxênico • Quanto antes for iniciado o tratamento melhor • Resposta imune ▪ Individuo não possui imunidade protetora, mas consegue controlar a carga parasitaria ▪ Algumas espécies de malária desencadeiam uma resposta inata ▪ Imunidade adquirida: quando a gravida tem malária passa anticorpos IgG pela placenta, se o feto tem IgM quer dizer que ele foi infectado, porém se só tiver IgG foi proveniente da mãe. O bebe nasce com hemoglobina fetal que o protege da malária • Patogenia ▪ Calafrios (15min a 1h) com a temperatura subindo ▪ Febre alta (39 a 41 graus célsius), com sensação de calor, o rosto afogueado e cefaleia, delírios (2 a 4h) ▪ Sudorese e queda da temperatura ▪ Período apirético (sem febre) o 48h – P. vivax o 72h – P. malariae o 36h- 48h – P. falciparum o Destruição massiva de eritrócitos e redução na sua produção → anemia o Pigmento malárico que induz a produção de citocinas → febre o Altera superfície da célula hospedeira e pode formar deposição de imunocomplexos, lesões endoteliais (rosetas) • Profilaxia ▪ Combate ao mosquito ▪ Quimioprofilaxia (tomar antimalárico 1 semana antes de ir a um local endêmico, durante a estadia e 3 semanas depois do retorno) ▪ Evitando a piscada do vetor: atividade do mosquito é maior ao por do sol e ao amanhecer; medidas que impeçam a picada p.ex. telas, roupas longas, etc. • Diagnostico ▪ Clinico o Anamnese: antecedentes, hábitos e costumes o Epidemiologia: áreas endêmicas o Sintomas prodrômicos: dores de cabeça, mal estar, febre, paroxismo e acesso malárico ▪ Laboratorial o Exame parasitológico de sangue o Imunocromatografia PARASITOLOGIA – PROVA 1 ARIEL ALMEIDA – MEDICINA – UFPB – 108 – 2019.1 20 • Tratamento da malária ▪ As drogas devem ser o Esquizonticidas > Destroem os esquizontes eritrocitários e/ou hepáticos o Gametocidas > Destroem os gametócitos impedindo o contágio do vetor ▪ Malária por P. vivax não complicada o Cloroquina o Primaquina ▪ Tratamento de malária grave é o mesmo, seja P. vivax ou falciparum → contraindicado para gestantes e menores de 6 meses ▪ Malária por P. falciparum não complicada o Artemeter; lumefantrina o Quinino + doxiciclina o Mefloquina ▪ Malária grave o Necessária a administração paraenteral de drogas esquizonticidas (rápidas e lentas) o Artesunato intravenoso; clindamicida o Artemeter 7. Toxoplasma gondii • Introdução ▪ Problema de saúde publica identificado no brasil e na Tunísia no século passado, reemergiu com o advento da aids ▪ Parasito possui forma de arco, daí seu nome (toxon=arco) ▪ Filo apicomplexa→ não possui organela de reprodução→parasito intracelular obrigatório→complexo apical • Morfologia PARASITOLOGIA – PROVA 1 ARIEL ALMEIDA – MEDICINA – UFPB – 108 – 2019.1 21 • Morfologia ▪ Diferentes estágios o Trofozoito > Reprodução assexuada Esquizogonia > Taquizoito Forma ativa, invasiva Prolifera-se rapidamente→fase aguda > Bradizoito Forma de resistência; encistadas em vários tecidos do hospedeiro intermediário Prolifera e se dissemina lentamente → fase crônica o Merozoito > Estagio extracelular > Reprodução assexuada Esquizogonia o Gamontes > Reprodução sexuada exclusiva no epitélio gástrico do hospedeiro definitivo o Oocisto > Esporogonia > Esporozoitos PARASITOLOGIA – PROVA 1 ARIEL ALMEIDA – MEDICINA – UFPB – 108 – 2019.1 22 • Continuação de morfologia do Toxoplasma gondii ▪ Oocisto→2 esporocistos→8 esporozoiotos (4 em cada esporocisto) ▪ No corpo do hospedeiro intermediário existem duas formas do parasito, taquizoítos e bradizoítos, que se desenvolvem intracelularmente em mais de 60 espécies de mamíferos e outras 30 de aves. Ao entrar na célula hospedeira, os trofozoítos, taqui ou bradi, sofrem esquizogonia e originam mais parasitos, que rompem a célula e continuam o ciclo de infecções. ▪ Os taquizoítos são encontrados em grande quantidade nos tecidos parasitados e no sangue ou secreções do hospedeiro durante a fase aguda da infecção. Já os bradizoítos são encontrados encistados em tecidos do hospedeiro intermediário em fase crônica, principalmente na musculatura e tecido nervoso, incluindo a retina. ▪ Taquizoítos e bradizoítos são infectantes tanto para o hospedeiro definitivo quanto para o intermediário. PARASITOLOGIA – PROVA 1 ARIEL ALMEIDA – MEDICINA – UFPB – 108 – 2019.1 23 • Fisiologia ▪ Complexo apical: responsável pela internalização do parasito na célula hospedeira ▪ Anel polar: mantem a membrana do parasito esticada e lisa para tocar a membrana da célula hospedeira ▪ Conoide: da sustentação as demais estruturas durante o processo de internalização ▪ Micronemas: expressão receptores na membrana do parasito para promover a interação e consequente aderência à membrana do hospedeiro ▪ Roptrias: promovem ação mecânica invaginando a membrana do hospedeiro induzindo a endocitose do parasito ▪ Uma vez dentro do fagossomo, corpúsculos densos são exocitados e adaptam o ambiente do fagolisossomo para a sobrevivência do parasito ▪ O fagolisossomo se transforma em vacúolo parasitóforo, onde o parasito irá se desenvolver até rompera célula hospedeira e continuar o ciclo de infecções • Mecanismos fisiopatogênicos ▪ Parasito tem tropismo por tecido jovem, muscular e nervoso ▪ Homens: Infecção pós-natal→forma ocular da toxoplasmose→mancha na retina onde a imagem não se forma ▪ Mulheres: forma mais comum→febril aguda→doença tende a cronificar diminuindo a parasitemia e os sintomas ▪ Indivíduos imunossuprimidos: doença pode reagudizar e se apresentar em uma forma neurológica grave que pode acarretar em óbito ▪ Infecção congênita: embrião ou feto corre risco de infecção o Primeiro trimestre→aborto o Segundo trimestre→ aborto ou nascimento prematuro o Terceiro trimestre→ pode apresentam malformações e ter retardo psicomotor PARASITOLOGIA – PROVA 1 ARIEL ALMEIDA – MEDICINA – UFPB – 108 – 2019.1 24 • Diagnostico ▪ Toxo congênita o Clinicamente: síndrome de Sabin o Laboratorialmente: parasitológico dos tecidos ou imunológico (liquido amniótico, soro, cordão, LCR e humor aquoso) ▪ Toxo pós-natal o Clinico o Laboratorial (imunológico – soro, humor aquoso, LCR ou parasitológico – biopsia ou punção • Profilaxia ▪ Não ingerir carne mal cozida, crua ou leite cru ▪ Lavar as mãos e os alimentos antes de comer ▪ Controlar a população de gatos (não alimenta-los com carne crua e incinerar as fezes) ▪ Evitar caixas de areais de praças publicas ▪ Exame e acompanhamento pré-natal ▪ Tratamento de gravidas com espiramicina ▪ Desenvolvimento de vacina • Tratamento ▪ A cura para toxoplasmose pós-natal usando sulfadiazina e pirimetamina, que devem ser iniciados bem cedo na infecção, pois os efeitos são diminuídos no tratamento durante a fase crônica da doença (LESCANO et al., 2004) ▪ Gestantes o Espiramicina durante a gestação para impedir contaminação fetal o Se confirmada a contaminação fetal→usar pirimetamina, sulfadiazina e acido folinico o * O ácido fólico é um nutriente importante para o funcionamento da medula óssea (hematopoese). Mas como a pirimetamina é um inibidor da síntese de ácido fólico e este interfere com a ação terapêutica da pirimetamina, deve-se administrar ácido folínico para prevenir o mau funcionamento da medula óssea que levaria à neutropenia, trombocitopenia e à anemia se não tratado. ▪ Pós-natal o Pirimetamina, sulfadiazina e acido folinico PARASITOLOGIA – PROVA 1 ARIEL ALMEIDA – MEDICINA – UFPB – 108 – 2019.1 25
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