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AULA9_ITCMD-IPVA

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Temas Especiais de Direito Tributário Estadual – João Ostini 
 Aula 9 | ITCMD-IPVA 
 
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SUMÁRIO 
 
1. IMPOSTO DE TRANSMISSÃO CAUSA MORTIS (ITCMD).............................. 2 
1.1 ATRIBUIÇÃO DO SENADO FEDERAL .............................................................. 2 
2. IPVA ............................................................................................................................. 2 
2.1 RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA ................................................................. 4 
2.2 DOMICÍLIO TRIBUTÁRIO ................................................................................... 5 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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1. IMPOSTO DE TRANSMISSÃO CAUSA MORTIS (ITCMD) 
1.1 ATRIBUIÇÃO DO SENADO FEDERAL 
CF, Art. 155, § 1º O imposto previsto no inciso I: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 
1993): IV - terá suas alíquotas máximas fixadas pelo Senado Federal; 
 O Senado Federal tem atribuição de fixar as alíquotas máximas do ITCMD, tendo fixado 
isso por meio da Resolução nº 9/1992 em 8%. Houve uma discussão sobre a progressividade 
da alíquota do ITCMD, em que o STF por meio da Tese 21 entendeu que ser constitucional a 
sua progressividade. Contudo, é importante lembrar que o Estado de São Paulo não adota 
a progressividade do ITCMD, pois tem uma alíquota única para o ITCMD, de 4%. 
TESE 21, RE 562045, É constitucional a fixação de alíquota progressiva para o Imposto sobre 
Transmissão Causa Mortis e Doação — ITCD. 
Nas provas anteriores da procuradoria havia uma questão em que teria a progressividade 
da alíquota do ITCMD relacionado ao de cujus. Isso ocorria no estado de Pernambuco, no caso 
de transmissão para filhos, alíquota era de 2%, na transmissão para neto é a alíquota de 4%, 
uma progressividade de acordo com grau de parentesco, o que não é admitido hoje pelo 
Supremo, mas na época do concurso, ainda era admitido. 
1.2 SÚMULAS DO ICTMD – STF 
STF, SÚMULA 112, O imposto de transmissão causa mortis é devido pela alíquota vigente ao tempo da 
abertura da sucessão. 
STF, SÚMULA 113, O imposto de transmissão causa mortis é calculado sobre o valor dos bens na data da 
avaliação. 
STF, SÚMULA 114, O imposto de transmissão causa mortis não é exigível antes da homologação do 
cálculo. 
STF, SÚMULA 331, É legítima a incidência do imposto de transmissão causa mortis no inventário por 
morte presumida. 
Além do conhecimento das súmulas do ITCMD, o Professor recomenda que o candidato 
tenha conhecimento da jurisprudência das tribunas superiores e, também leia a Lei 10.705 de 
2000. 
2. IPVA 
A. Regra-matriz constitucional: Propriedade de veículos automotores. À redação inicial 
da Constituição de 1988, o constituinte pouco falou sobre a cobrança do IPVA. O termo 
veículos automotores era compreendido como embarcações e aeronaves. 
CF, Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: (Redação dada pela 
Emenda Constitucional nº 3, de 1993) 
III - propriedade de veículos automotores. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993) 
B. Interpretação do STF: veículo automotores terrestres. Não podendo abranger 
aeronaves e embarcações. 
C. Efetiva instituição dos Impostos Estaduais: Deverá observa primeiramente a sua 
previsão na Constituição, como competência e regra matriz constitucional, posteriormente sua 
previsão em lei complementar, em se tratando de impostos, devendo ter disposições sobre 
normas gerais, prevendo contribuinte, fato gerador e base de cálculo (Art. 146, III, “c” da CF) 
e, uma previsão em lei ordinária pela autoridade competente, como no caso, uma lei estadual 
regulamentando o referido imposto. Nesse sentido, cabe uma observação, pois no caso do 
IPVA, não há essa Lei Complementar, diferente do ICMS, que tem previsão na Constituição e 
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em Lei Complementar e também na Lei Estadual. Isso quer dizer que o IPVA é imposto sem 
normas gerais. 
 
CF, Art. 146. Cabe à lei complementar: 
III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre: 
c) adequado tratamento tributário ao ato cooperativo praticado pelas sociedades cooperativas. 
Essa questão de ausência de Lei Complementar foi muito debatida. De um lado os 
contribuintes sustentavam a ilegitimidade, enquanto do outro, alegava o previsto no artigo 24, 
§ 3º da CF, pois trata-se de competência concorrente entre a União e os Estados legislarem 
sobre normas gerais. Essa discussão foi parar no âmbito do Supremo Tribunal Federal e, 
atualmente é pacífico na jurisprudência tribunais superiores de que o IPVA pode ser com base 
no artigo 24, § 3º da Constituição, muito embora não tenha normas gerais a respeito. 
CF, Art. 24, § 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência 
legislativa plena, para atender a suas peculiaridades. 
D. Submissão aos princípios tributários: Até emenda constitucional nº 42 de 2003, o 
IPVA era submetido a todos os princípios tributários, não excepcionava nem um princípio 
tributário. Com esta emenda 42/03, generalizou aplicação no princípio da anterioridade de 
exercício com a nonagesimal, isso significa que um tributo só pode ser cobrado no Exercício 
financeiro seguinte, respeitado 90 dias desde a publicação da lei. Contudo, de acordo com o 
artigo 150, § 1º, da Constituição, não se aplica a anterioridade de exercício relacionado a fixação 
da sua base de cálculo do IPVA (Valor venal dos veículos), somente a nonagesimal. 
Exemplo: No caso do Estado de São Paulo alterar a base cálculo do IPVA em 2018, essa 
alteração só entrará em vigor em 2019, observando o período de 90 dias, não bastando, portanto, 
a observação apenas do exercício financeiro. Agora, se essa lei alterar somente à base de cálculo 
do valor venal dos veículos, essa lei estará alterando a base de cálculo do IPVA, e vai se 
submeter apenas a anterioridade do exercício. Se essa lei foi publicada no dia 30 de dezembro 
de 2018, vai passar a produzir efeitos no dia primeiro de janeiro de 2019. Dessa forma, 
observará a anterioridade de exercício e não atividade nonagesimal. 
ATENÇÃO: Somente há exceção à anterioridade nonagesimal em relação à base de 
cálculo do IPVA, alíquota não, os demais casos aplicam-se os dois princípios da anterioridade. 
CF, Art. 155, § 6º O imposto previsto no inciso III: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 
19.12.2003) 
I - terá alíquotas mínimas fixadas pelo Senado Federal; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, 
de 19.12.2003) 
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II - poderá ter alíquotas diferenciadas em função do tipo e utilização.(Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 42, de 19.12.2003) 
O inciso I do § 6º do artigo 155 da CF, diz a respeito da Guerra Fiscal, pois os demais 
estados operavam com alíquota baixa do IPVA, o que por consequência, trazia comportamentos 
fraudulentos. 
Quanto ao inciso I do § 6º do artigo 155 da CF é possível ter uma variação da alíquota do 
IPVA de acordo com a utilização do automóvel, exemplo: um automóvel utilitário pode ter uma 
alíquota diferenciada de outro de aluguel, sendo plenamente possível a variação destas 
alíquotas. O Estado de São Paulo possuiregulamentado sobre essas variações de alíquotas do 
IPVA de acordo com o tipo e a utilização do veículo automotor. 
ATENÇÃO: Vários estados da federação pretenderam instituir a cobrança do IPVA 
maior, segundo o tipo do veículo automotor, isso significa que, no caso de o veículo ser 
importado, a alíquota do IPVA incidente será maior. De acordo com o Supremo, isso é 
inconstitucional, pois os Estados não podem aplicar a majoração da alíquota do IPVA de forma 
diferenciada em função da procedência de um bem, segundo o artigo 152 da CF. 
CF, Art. 152. É vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios estabelecer diferença tributária 
entre bens e serviços, de qualquer natureza, em razão de sua procedência ou destino. 
Um exemplo desta variação é representado no próprio Estado de São Paulo, em que, um 
carro de passeio, tem 4% sobre o valor dele, a título de IPVA, tanto para carro nacional como 
importado. 
E. Base legal: Lei Estadual nº 13.296 de 2008, institui e regulamenta o IPVA no Estado 
de São Paulo. As alíquotas do IPVA de acordo com essa lei, podem varia de 1,5 % a 4%. Os 
caminhões por exemplo, tem alíquota de 1,5%, os ônibus de 2%, veículo movido somente a 
álcool ou gás natural é 3%, e os carros genéricos é de 4%. 
F. Imunidades: O IPVA incide sobre a propriedade do bem móvel, no caso o veículo 
automotor. O IPVA não incide sobre automóveis cuja propriedade é a União, Estados, 
Municípios e carro pertencente à igreja. 
G. Isenções: De acordo com a Lei Estadual nº 13.296 de 2008 há isenções do IPVA sobre 
veículos pertencentes a pessoas com deficiência, pessoas portadoras de necessidade especiais e 
veículos com mais de 20 anos de fabricação. 
2.1 RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA 
A Lei Estadual nº 13.296 de 2008 regra diversas espécies de responsabilidade tributária. 
Na prática, o problema está no adquirente e no alienante. O Estado de São Paulo torna 
responsável tributário aquela pessoa que aliena o veículo e não comunica ao estado por meio 
oficial. 
Exemplo: Se o sujeito é proprietário de determinado tributo e o vende, mas não comunica 
à Secretaria da Fazenda por meio oficial, ele continuará como responsável tributário pelo 
veículo alienado. 
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2.2 DOMICÍLIO TRIBUTÁRIO 
Em relação ao domicílio tributário, há o problema dos demais estados que operam com 
alíquota inferior do IPVA, como o exemplo do Paraná que possui alíquota menor que no Estado 
de São Paulo. 
Exemplo: Há um problema no caso do sujeito residir no Estado de São Paulo e, licenciar 
o carro no Paraná, recolhendo o IPVA no Paraná. Existem situações em que a empresa situada 
em São Paulo (com filiais), com uma frota enorme de carros, e, possuindo apenas uma 
residência simples (como sede) no Paraná, dá um jeito de licenciar todos os veículos no Paraná 
e, lá recolhe o IPVA. Esse exemplo representar claramente uma hipótese de evasão fiscal e 
fraude. 
Ademais, ainda outra situação complicada em que um fazendeiro domiciliado no Estado 
de São Paulo possui uma fazenda situada no Mato Grosso do Sul, tendo uma camionete, 
máquinas agrícolas, com veículos automotores trabalhando naquele local. Para o Estado de São 
Paulo, o que importa é o domicilio do proprietário. Ainda que os veículos estejam licenciados 
lá, o que importa é o domicilio do contribuinte. Em tema relacionado, diferentemente da fraude, 
evasão fiscal, está o tema 708 de Repercussão Geral discutindo quanto a possibilidade de 
recolhimento do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) em estado 
diverso daquele em que o contribuinte mantém sua sede ou domicílio tributário. 
STF, REPERCUSSÃO GERAL, TEMA 708- Possibilidade de recolhimento do Imposto sobre a Propriedade 
de Veículos Automotores (IPVA) em estado diverso daquele em que o contribuinte mantém sua sede ou 
domicílio tributário. RE 1016605

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