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APOSTILA 
 
Direito Penal - Volume 2 | 3ª ed. 
 
Sumário 
 
PARTE GERAL - TEORIA DA PENA 11 
CONCEITO DE PENA 11 
Princípios Constitucionais aplicados à teoria da pena 11 
ESPÉCIES DE PENA 12 
DA PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE 12 
Conceito 12 
Dos Regimes de Cumprimento de Pena Privativa de Liberdade 13 
Regime Fechado 13 
Regime Semiaberto 13 
Regime Aberto 14 
Regime Especial 14 
Direitos do Preso 15 
Trabalho do Preso 15 
Progressão de Regime 16 
DAS PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS 17 
Conceito 17 
Espécies 17 
Características das Penas Restritivas de Direitos 19 
Critérios para a substituição da Pena Privativa de Liberdade em Restritiva de Direito 20 
Critérios para a Substituição da PPL em PRD 20 
Condenado Reincidente e Conversão da PRD em PPL 21 
DA PENA DE MULTA 21 
Conceito 21 
Valor do Dia Multa 21 
Do pagamento da Multa 22 
 
 
 
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Critérios especiais da pena de multa 22 
DA APLICAÇÃO DA PENA 22 
Considerações Gerais 22 
Circunstância Judiciais (Art. 59 do CP) 23 
Circunstâncias Agravantes e Atenuantes 24 
Considerações Gerais 24 
Exasperação da Pena 24 
Concurso de agravantes e atenuantes 25 
Causas de Aumento e Diminuição 25 
Suspensão Condicional da Pena 25 
DO LIVRAMENTO CONDICIONAL 27 
Conceito 27 
Natureza Jurídica 27 
Cabimento 27 
Requisitos Necessários para a Concessão do Livramento Condicional 27 
Revogação do Livramento Condicional 28 
Extinção 28 
EFEITOS DA CONDENAÇÃO 28 
DA REABILITAÇÃO 29 
Conceito 29 
Cabimento 29 
Prazo para Requerimento da Reabilitação 29 
Requisitos para a Reabilitação 30 
Revogação da Reabilitação 30 
EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE 30 
PRESCRIÇÃO 31 
Conceito 31 
 
 
 
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Espécies 31 
Prescrição da Pretensão Punitiva 32 
Conceito 32 
Prazos 32 
Redução dos Prazos da Prescrição 32 
Prazo Prescricional e Penas Restritivas de Direitos 33 
Início do Prazo da Prescrição Punitiva 33 
Interrupção do Prazo da Prescrição Punitiva 33 
Prescrição da Pretensão Executória 34 
Conceito 34 
Prazos 34 
Início do prazo da Pretensão Executória 34 
Prescrição Intercorrente 34 
Prescrição Retroativa 35 
Prescrição Antecipada ou Virtual 35 
PARTE ESPECIAL – DOS CRIMES CONTRA A VIDA 36 
Fundamento Constitucional e Internacional de Proteção do Bem Jurídico “Vida” 36 
Titular do Direito à Vida 36 
Dos Crimes em Espécie 36 
PARTE ESPECIAL - DAS LESÕES CORPORAIS 45 
Considerações Gerais 45 
Conceito de Lesão Corporal 45 
Núcleo do Tipo 46 
Modalidades 46 
Lesão Corporal Simples ou Leve (Art. 129, caput, do CP) 46 
Lesão Corporal de Natureza Grave (Art. 129, § 1º, do CP) 46 
Lesão Corporal de Natureza Gravíssima (Art. 129, § 2º, do CP) 47 
 
 
 
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Lesão corporal seguida de morte (Art. 129, § 3º , do CP) 47 
Lesão corporal seguida de privilegiada (Art. 129, § § 4° e 5° , do CP) 48 
Lesão Corporal Culposa (Art. 129, § 6º, do CP) 48 
Lesão Corporal Majorada (Art. 129, § 7º, do CP) 48 
Lesão Corporal praticada em contexto de Violência Doméstica (Art. 129, § 7º, do CP) 49 
Majorantes da Lesão Corporal em Contexto de Violência Doméstica 49 
Lesão Corporal Funcional (Art. 129, § 12 , do CP) 49 
Sujeito Ativo 50 
Sujeito Passivo 50 
Consumação e Tentativa 50 
PARTE ESPECIAL - DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO 50 
Furto (Art. 155 do CP) 50 
Conceito 50 
Modalidades de Furto 50 
Sujeitos Crime 56 
Objeto Material 56 
Consumação e Tentativa 56 
Roubo (Art. 157 do CP) 57 
Conceito 57 
Sujeito ativo 57 
Sujeito passivo 57 
Princípio da Insignificância 57 
Elemento subjetivo 57 
Espécies de roubo (art. 157 do CP) 58 
Diferença entre roubo e extorsão 61 
Extorsão 61 
Conceito 61 
 
 
 
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Sujeitos ativo e passivo 61 
Elemento subjetivo 62 
Consumação e tentativa 62 
Causa de aumento de pena 62 
Extorsão qualificada pelo resultado 62 
Sequestro relâmpago 62 
Extorsão mediante sequestro 63 
Conceito 63 
Sujeitos ativo e passivo 63 
Elemento subjetivo 63 
Consumação e tentativa 63 
Qualificadoras 64 
Extorsão Indireta (Art. 160 do CP) 64 
Crime de Dano 64 
Conceito 64 
Objeto Material 65 
Sujeitos do Crime 65 
Elemento Subjetivo 65 
Exame Pericial 65 
Consumação e Tentativa 65 
Modalidades Qualificadas 66 
Apropriação indébita 66 
Conceito 66 
Elementos Importantes 66 
Convalidação da Posse 67 
Sujeitos ativo e passivo 67 
Elemento subjetivo 67 
 
 
 
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Consumação 67 
Estelionato 68 
Conceito 68 
Análise das elementares do núcleo do tipo 68 
Momentos do Crime de Estelionato 69 
Sujeitos ativo e passivo 69 
Elemento subjetivo 70 
Falso e estelionato 70 
Consumação 70 
Espécies de Estelionato (figuras equiparadas) 70 
Receptação 73 
Conceito 74 
Espécies 74 
Sujeitos do Crime 75 
Objeto Material 75 
Elemento Subjetivo 75 
Consumação e Tentativa 75 
DISPOSIÇÕES GERAIS APLICÁVEIS AOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO 75 
Imunidade Penal 75 
Conceito 75 
Justificativa 76 
Hipóteses de Incidência 76 
Necessidade de representação 76 
PARTE ESPECIAL – DOS CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL 76 
Estupro 76 
Conceito 76 
Núcleo do Tipo Penal 76 
 
 
 
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Objeto Material 77 
Meios de Execução 77 
Pluralidade Típica 77 
Objetividade jurídica 78 
Sujeito ativo 78 
Elemento subjetivo 78 
Consumação e tentativa 78 
Espécies 78 
Importunação sexual 80 
Contexto Social 80 
Conceito 80 
Bem Jurídico Tutelado 80 
Sujeito Ativo e Passivo 80 
Adequação Típica 80 
Elemento Subjetivo 81 
Consumação e Tentativa 81 
Assédio Sexual 81 
Conceito 81 
Bem Jurídico Tutelado 81 
Sujeito Ativo e Passivo 82 
Adequação Típica 82 
Elemento Subjetivo do Tipo 83 
Consumação e Tentativa 84 
Estupro de vulnerável 84 
Conceito 84 
Objeto Material 84 
Figuras qualificadas 85 
 
 
 
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Sujeitos do Crime 85 
Consumação e Tentativa 85 
9. PARTE ESPECIAL – DO LENOCÍNIO E DO TRÁFICO DE PESSOA PARA FIM DE PROSTITUIÇÃO OU OUTRA FORMA DE 
EXPLORAÇÃO SEXUAL 86 
Conceito de Lenocínio 86 
Principais Espécies Delitivas 86 
10. PARTE ESPECIAL – CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA 87 
Conceito de Crime contra a Fé Pública 87 
Principais EspéciesDelitivas 87 
11. PARTE ESPECIAL – DOS CRIMES CONTRA A PAZ PÚBLICA 90 
Conceito de Paz Pública 90 
Dos crimes contra a Paz Pública 90 
12. PARTE ESPECIAL – DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 92 
Dos crimes praticados por funcionário público contra a Administração em geral 92 
Conceito de Funcionário Público 92 
Funcionário Público Equiparado 92 
Causa de Aumento de Pena 92 
Dos Crimes em Espécie 93 
DOS CRIMES PRATICADOS POR PARTICULAR CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL 96 
Dos Crimes em Espécie 96 
DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA 101 
Considerações Gerais 101 
Dos Crimes em Espécie 101 
13 DOS CRIMES CONTRA A INCOLUMIDADE PÚBLICA 103 
Conceito 103 
Subdivisão 103 
Dos crimes de perigo comum - Incêndio e Explosão 103 
Bibliografia 104 
 
 
 
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PARTE GERAL - TEORIA DA PENA 
 
CONCEITO DE PENA 
 
Com a prática do delito surge a pretensão punitiva estatal materializada na ​sanção penal, ​a pena 
e a medida de segurança são suas espécies. 
● Pena = culpabilidade 
● Medida de Segurança = periculosidade. 
 
De acordo com Guilherme de Souza Nucci, a pena é a sanção imposta pelo Estado, por meio de 
ação penal, ao criminoso como retribuição ao delito perpetrado e prevenção a novos crimes. 
Possui duas finalidades, quais sejam: 
● Preventiva ​- visa evitar a prática de novas infrações penais. 
❖ Prevenção Geral - destina-se a todos integrantes da sociedade 
❖ Prevenção Especial - destina-se ao indivíduo infrator, visa que o mesmo não cometa 
novas infrações penais. 
● Repressiva​ - visa a punição do autor do delito. 
Princípios Constitucionais aplicados à teoria da pena 
a) Princípio da pessoalidade da pena - Art. 5º, XLV, da CRFB/88 - nenhuma pena passará da 
pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de 
bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do 
valor do patrimônio transferido; 
 
b) Princípio da individualização da pena - todo indivíduo tem o direito de ter a pena a ele aplicada 
individualmente, consideradas todas as características e condições pessoais, além de se valorar 
o que efetivamente fez. 
 
c) Princípio da humanização da pena - A pena deve visar a ressocialização do apenado, sendo 
proibidas: 
● de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX; 
● Obs.: CF X TRIBUNAL PENAL INTERNACIONAL - o entendimento de que o 
suposto conflito entre o texto do Estatuto de Roma e a Constituição brasileira era 
apenas aparente, tornando possível a sua vigência no ordenamento jurídico 
brasileiro sem qualquer necessidade de reforma constitucional - a disposição que 
veda a pena de prisão perpétua (art. 5º, XLVII, “b”, da CF/1988) encontra-se 
 
 
 
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direcionada ao legislador interno, tendo em vista os crimes domésticos, não 
cabendo restrições aos legisladores do Direito Internacional 
● de caráter perpétuo; 
● de trabalhos forçados; 
● de banimento;e 
● cruéis; 
 
d) Princípio da inderrogabilidade - a pena não pode deixar de ser aplicada sob nenhum 
fundamento. 
 
ESPÉCIES DE PENA 
 
 
Pena Privativa de Liberdade - são as penas de reclusão, detenção e prisão simples. É a mais 
grave, pressupõe a restrição da liberdade do condenado. 
Pena Restritiva de Direito​ - pressupõe a restrição de determinados direitos do condenado. 
Multa​ - é uma pena pecuniária. 
DA PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE 
 
Conceito 
 
Nas palavras de Ricardo Andreucci, nas penas privativas de liberdade há diminuição do direito à 
liberdade do criminoso, fazendo com que seja ele recolhido a estabelecimento prisional 
adequado, de acordo com a espécie e a quantidade de pena fixada. Se subdivide em: 
 
 
 
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➔ Pena de Reclusão (regime fechado, semiaberto ou aberto) 
➔ Pena de Detenção (somente nos regimes semiaberto e aberto) 
➔ Pena de Prisão Simples (no caso das contravenções penais) 
Dos Regimes de Cumprimento de Pena Privativa de Liberdade 
 
Regime Fechado 
● Local de Cumprimento de Pena - estabelecimento de segurança máxima ou média. A 
penitenciária destina-se ao condenado à pena de reclusão, em regime fechado. 
● Quantum de Pena - o condenado a pena superior a 8 (oito) anos deverá começar a 
cumpri-la em regime fechado ou o condenado reincidente. 
● Forma de Cumprimento - O condenado fica sujeito a trabalho no período diurno e a 
isolamento durante o repouso noturno 
● Trabalho Externo - O trabalho externo é admissível somente em serviços ou obras 
públicas. 
Regime Semiaberto 
● Local de Cumprimento de Pena​ - colônia agrícola, industrial ou estabelecimento similar. 
● Quantum de Pena - poderá o condenado não reincidente, desde o princípio, cumpri-la em 
regime semiaberto, cuja pena seja superior a 4 (quatro) anos e não exceda a 8 (oito). 
● Forma de Cumprimento - O condenado fica sujeito a trabalho em comum durante o período 
diurno, em colônia agrícola, industrial ou estabelecimento similar. 
● Trabalho Externo ​- O trabalho externo é admissível, bem como a frequência a cursos 
supletivos profissionalizantes, de instrução de segundo grau ou superior. 
● Saída Temporária 
➔ Cabimento - é permitida nos casos de presos no regime semiaberto, justifica-se pelo 
fato de ser finalidade da pena a ressocialização do apenado. 
➔ Súmula 520 do STJ ​- O benefício de saída temporária no âmbito da execução penal 
é ato jurisdicional insuscetível de delegação à autoridade administrativa do 
estabelecimento prisional. 
➔ Requisitos 
➢ Comportamento adequado; 
➢ 1/6 da pena se for primário 
➢ 1/4 da pena se for reincidente. 
➢ Compatibilidade do benefício com os objetivos da pena. 
➢ Obs.: Súmula 40 do STJ - Para obtenção dos benefícios de saída temporária 
e trabalho externo, considera-se o tempo de cumprimento da pena no regime 
fechado. 
 
 
 
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➔ Duração - A autorização será concedida por prazo não superior a 7 (sete) dias, 
podendo ser renovada por mais 4 (quatro) vezes durante o ano. Quando se tratar de 
frequência a curso profissionalizante, de instrução de ensino médio ou superior, o 
tempo de saída será o necessário para o cumprimento das atividades discentes. 
 
Regime Aberto 
● Local de Cumprimento de Pena​ - casa de albergado ou estabelecimento adequado. 
● Quantum de Pena - condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4 
(quatro) anos, poderá, desde o início, cumpri-la em regime aberto. 
➢ Obs.: é cabível o cumprimento de pena no regime aberto para reincidentes quandoas circunstâncias favoráveis assim o permitir. 
● Forma de Cumprimento - O regime aberto baseia-se na autodisciplina e senso de 
responsabilidade do condenado. O condenado deverá, fora do estabelecimento e sem 
vigilância, trabalhar, frequentar curso ou exercer outra atividade autorizada, permanecendo 
recolhido durante o período noturno e nos dias de folga. 
● Trabalho Externo - é muito mais que um direito, constitui-se em um dever do condenado 
em trabalhar ou frequentar curso ou exercer outra atividade autorizada. 
Regime Especial 
As mulheres cumprem pena em estabelecimento próprio, observando-se os deveres e direitos 
inerentes à sua condição pessoal. 
Regras Específicas 
➔ No estabelecimento para mulheres somente se permitirá o trabalho de pessoal do sexo 
feminino, salvo quando se tratar de pessoal técnico especializado. 
➔ A mulher e o maior de sessenta anos, separadamente, serão recolhidos a estabelecimento 
próprio e adequado à sua condição pessoal. 
➔ Os estabelecimentos penais destinados a mulheres serão dotados de berçário, onde as 
condenadas possam cuidar de seus filhos, inclusive amamentá-los, no mínimo, até 6 (seis) 
meses de idade. 
➔ Será assegurado acompanhamento médico à mulher, principalmente no pré-natal e no 
pós-parto, extensivo ao recém-nascido. 
 
 
 
 
 
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Direitos do Preso 
 
É assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral (Art. 5.º, XLIX, da CF), bem como 
o preso conserva todos os direitos não atingidos pela perda da liberdade, impondo-se a todas as 
autoridades o respeito à sua integridade física e moral (Art. 38 do CP). 
 
Trabalho do Preso 
 
O trabalho do preso será sempre remunerado, sendo-lhe garantidos os benefícios da Previdência 
Social (Art. 39 do CP). Não se confunde com trabalho forçado, por conseguinte, constitui-se em 
uma forma ressocialização do preso. 
É possível com o trabalho a remição da pena imposta. A remição é o resgate da pena pelo 
trabalho ou estudo, permitindo-se o abatimento do montante da condenação, periodicamente, 
desde que se constate estar o preso em atividade laborativa ou estudando (Guilherme Nucci). 
Questionamentos Regras para a remição 
Quem poderá remir a 
execução da pena? 
- O condenado que cumpre a pena em regime fechado ou 
semiaberto poderá remir, por trabalho ou por estudo, parte do 
tempo de execução da pena (Art. 126 da LEP). 
- Não há falar em remição de pena pelo trabalho estando o 
condenado no regime aberto ou em livramento condicional, 
visto que nestes casos o trabalho é condição de ingresso e 
permanência (Renato Marcão) 
- É possível a remição para o condenado que cumpre pena 
em regime aberto pela frequência a curso de ensino regular 
ou de educação profissional. 
A quem incumbe requerer a 
remição da pena? 
- Incumbe à Defensoria Pública ou advogado constituído 
requerer a remição da pena (Art. 81-B da LEP). 
- O MP também poderá requerer a remição, considerando 
que o mesmo atua como fiscal da lei. 
A quem incumbe decidir 
sobre a remição da pena? 
- Compete ao Juiz da execução decidir sobre a remição da 
pena (Art. 66 da LEP) 
Como se conta o tempo da 
remição? 
- Atividade de ensino fundamental, médio, inclusive 
profissionalizante, ou superior, ou ainda de requalificação 
profissional 
❖ 1 (um) dia de pena a cada 12 (doze) horas de 
 
 
 
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frequência escolar, divididas, no mínimo, em 3 
(três) dias. 
❖ O tempo a remir em função das horas de 
estudo será acrescido de 1/3 (um terço) no caso 
de conclusão do ensino fundamental, médio ou 
superior durante o cumprimento da pena, desde 
que certificada pelo órgão competente do 
sistema de educação 
● Trabalho 
❖ 1 (um) dia de pena a cada 3 (três) dias de 
trabalho. 
❖ O preso impossibilitado, por acidente, de 
prosseguir no trabalho ou nos estudos 
continuará a beneficiar-se com a remição. 
 
Obs.: Admite-se a acumulação dos casos de remição 
(trabalho + estudo), desde que exista compatibilidade das 
horas diárias, e sendo assim, o preso que trabalhar e estudar 
regularmente e com atendimento à carga horária diária que a 
lei reclama para o trabalho e também para o estudo, poderá, 
a cada 3 (três) dias, reduzir 2 (dois) dias de sua pena 
(Renato Marcão) 
Quais as consequências da 
prática de falta grave na 
remição? 
Em caso de falta grave, o juiz poderá revogar até 1/3 (um 
terço) do tempo remido, recomeçando a contagem a partir da 
data da infração disciplinar. 
 
Progressão de Regime 
 
As penas privativas de liberdade deverão ser executadas em forma progressiva, segundo o 
mérito do condenado. 
O condenado por crime contra a administração pública terá a progressão de regime do 
cumprimento da pena condicionada à reparação do dano que causou, ou à devolução do produto 
do ilícito praticado, com os acréscimos legais. 
Regras de Progressão de Regime 
➔ 1/6 da pena para condenados em crimes comuns 
➔ 2/5 da pena para condenados em crimes hediondos 
➔ 3/5 da pena para condenados em crimes hediondos (reincidente) 
 
 
 
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➔ o cumprimento da pena privativa de liberdade também contempla a possibilidade de 
regressão de regime quando: 
1) Cometimento de Falta Grave 
2) Unificação de penas 
 
Limite das penas 
 
➔ Tempo Máximo da PPL - O tempo de cumprimento das penas privativas de 
liberdade não pode ser superior a 30 (trinta) anos. 
 
➔ Pluralidade de Condenações - o agente for condenado a penas privativas de 
liberdade cuja soma seja superior a 30 (trinta) anos, devem elas ser unificadas para 
atender ao limite máximo deste artigo. 
 
DAS PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS 
 
Conceito 
 
São penas alternativas às privativas de liberdade, expressamente previstas em lei, tendo por fim 
evitar o encarceramento de determinados criminosos, autores de infrações penais consideradas 
mais leves, promovendo-lhes a recuperação através de restrições a certos direitos (Guilherme 
Nucci). 
 
 
 
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Espécies 
 
 
● Prestação Pecuniária 
➔ A prestação pecuniária consiste no pagamento em dinheiro à vítima, a seus 
dependentes ou a entidade pública ou privada com destinação social, de 
importância fixada pelo juiz, não inferior a 1 (um) salário mínimo nem superior a 360 
(trezentos e sessenta) salários mínimos. 
➔ O valor pago será deduzido do montante de eventual condenação em ação de 
reparação civil, se coincidentes os beneficiários. 
● Perda de Bens e Valores➔ Destinação - A perda de bens e valores pertencentes aos condenados dar-se-á, 
ressalvada a legislação especial, em favor do Fundo Penitenciário Nacional 
➔ Valor​ - o que for maior: 
✓ O montante do prejuízo causado ou; 
✓ O provento obtido pelo agente ou; por terceiro, em conseqüência da 
prática do crime. 
● Limitação de Fim de Semana 
➔ A limitação de fim de semana consiste na obrigação de permanecer, aos sábados e 
domingos, por 5 (cinco) horas diárias, em casa de albergado ou outro 
estabelecimento adequado. 
● Prestação de Serviço à Comunidade ou a Entidades Públicas 
➔ Cabimento - A prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas é 
aplicável às condenações superiores a seis meses de privação da liberdade. 
➔ Atividades Desenvolvidas - A prestação de serviços à comunidade ou a entidades 
públicas consiste na atribuição de tarefas ​gratuitas​ ao condenado. 
 
 
 
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➔ Local de Cumprimento - A prestação de serviço à comunidade dar-se-á em 
entidades assistenciais, hospitais, escolas, orfanatos e outros estabelecimentos 
congêneres, em programas comunitários ou estatais. 
➔ Forma de Cumprimento - As atividades serão atribuídas conforme as aptidões do 
condenado, devendo ser cumpridas à razão de uma hora de tarefa por dia de 
condenação, fixadas de modo a não prejudicar a jornada normal de trabalho. 
➔ Tempo de Cumprimento - Se a pena substituída for superior a um ano, é facultado 
ao condenado cumprir a pena substitutiva em menor tempo, nunca inferior à metade 
da pena privativa de liberdade fixada. 
● Interdição Temporária de Direitos 
➔ As penas de interdição temporária de direitos são: 
a) proibição do exercício de cargo, função ou atividade pública, bem como de 
mandato eletivo; 
b) proibição do exercício de profissão, atividade ou ofício que dependam de 
habilitação especial, de licença ou autorização do poder público; 
c) suspensão de autorização ou de habilitação para dirigir veículo. 
d) proibição de freqüentar determinados lugares. 
e) proibição de inscrever-se em concurso, avaliação ou exame públicos 
 
Características das Penas Restritivas de Direitos 
 
Substitutiva - São substitutivas porque derivam da permuta que se faz após a aplicação, na 
sentença condenatória, da pena privativa de liberdade. Não há tipos penais prevendo, no preceito 
secundário, pena restritiva de direito. Portanto, quando juiz aplicar uma pena privativa de 
liberdade, pode substituí-la por uma restritiva, pelo mesmo prazo da primeira (Nucci). 
Autonomia​ - São autônomas porque subsistem por si mesmas após a substituição. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Critérios para a substituição da Pena Privativa de Liberdade em Restritiva de Direito 
 
Critérios para a Substituição da PPL em PRD
 
 
 
 
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Condenado Reincidente e Conversão da PRD em PPL
DA PENA DE MULTA 
 
Conceito 
 
A pena de multa consiste no pagamento ao fundo penitenciário da quantia fixada na sentença e 
calculada em dias-multa. Será, no mínimo, de 10 (dez) e, no máximo, de 360 (trezentos e 
sessenta) dias-multa. 
 
Valor do Dia Multa 
 
O valor do dia-multa será fixado pelo juiz não podendo ser inferior a um trigésimo do maior salário 
mínimo mensal vigente ao tempo do fato, nem superior a 5 (cinco) vezes esse salário. 
O valor da multa será atualizado, quando da execução, pelos índices de correção monetária. 
 
 
 
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Do pagamento da Multa 
 
● Prazo de Pagamento - A multa deve ser paga dentro de 10 (dez) dias depois de transitada 
em julgado a sentença. 
● Pagamento em Parcela - A requerimento do condenado e conforme as circunstâncias, o 
juiz pode permitir que o pagamento se realize em parcelas mensais. 
● Desconto do Salário - A cobrança da multa pode efetuar-se mediante desconto no 
vencimento ou salário do condenado quando: 
➔ a) aplicada isoladamente; 
➔ b) aplicada cumulativamente com pena restritiva de direitos; 
➔ c) concedida a suspensão condicional da pena. 
➔ Obs.: O desconto não deve incidir sobre os recursos indispensáveis ao sustento do 
condenado e de sua família. 
● Competência para Execução 
➔ Posicionamento STJ - a pena pecuniária é considerada dívida de valor e, desse 
modo, possui caráter extrapenal, de forma que sua execução é de competência 
exclusiva da Procuradoria da Fazenda Pública. 
➔ Posicionamento STF - a multa é de natureza penal e precisa ser executada, 
preferencialmente, pelo Ministério Público. 
Critérios especiais da pena de multa 
 
Critério de Fixação - Na fixação da pena de multa o juiz deve atender, principalmente, à situação 
econômica do réu. A multa pode ser aumentada até o triplo, se o juiz considerar que, em virtude 
da situação econômica do réu, é ineficaz, embora aplicada no máximo. 
.Multa Substitutiva (Vicariante) - A pena privativa de liberdade aplicada, não superior a 6 (seis) 
meses, pode ser substituída pela de multa. 
 
DA APLICAÇÃO DA PENA 
 
Considerações Gerais 
 
 
 
 
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O Código Penal adotou o sistema trifásico de aplicação da pena, isto é, são três fases utilizadas 
para se chegar ao quantum de pena aplicada ao condenado, são elas: 
a) 1ª Fase - Circunstâncias Judiciais (Art. 59 do CP) 
b) 2ª Fase - Circunstâncias Agravantes e Atenuantes 
c) 3ª Fase - Causas de Aumento e Diminuição de Pena 
Fundamento - Princípio da Individualização da Pena. 
 
Circunstância Judiciais (Art. 59 do CP) 
 
Observações Importantes 
❖ São 08 (oito) circunstâncias judiciais, são elas, culpabilidade, antecedentes, conduta 
social, personalidade do agente, motivos do crime, circunstâncias do crime, consequências 
do crime, bem como o comportamento da vítima. 
❖ Para cada circunstância judicial seja utilizada a fração de 1/8, pois são oito circunstâncias 
no art. 59 do CP. 
❖ A fração de 1/8 deve ser calculada sobre o resultado da subtração entre a pena máxima e 
a mínima do crime julgado. No delito de furto simples (art. 155, caput, do CP), em que a 
pena mínima é de um ano e a máxima é de quatro anos (4 - 1 = 3 anos), para cada 
circunstância judicial prejudicial, recrudesce-se em 1/8 de 3 anos. E esse quantum incidirá 
sobre a pena mínima para obter-se a pena-base. 
Circunstâncias Judiciais 
(​Quadro esquematizado desenvolvido a partir das lições do professor Marcelo Misaka-​ ​Curso de 
Sentença Criminal) 
1) Culpabilidade​: Entende-se por culpabilidade a maior ou menor censurabilidade do crime. 
Quanto mais reprovável o delito, maior a culpabilidade. 
2) Antecedentes​: deverá ser avaliada a vida pregressa do agente, normalmente o seu 
envolvimento com episódios criminais antes daquele crime que se está a julgar. 
➔ Obs.: Súmula 444 do STJ: É vedada a utilização de inquéritos policiais e ações penais 
em curso para agravar a pena-base. 
➔ Segundo o entendimento dessa súmula, maus antecedentes seriam as condenações 
criminais transitadas em julgado antes ou depois da prática do delito julgado, e que não 
caracterizem reincidência (art. 63 do CP). Exs.: aquelas fulminadas pelo período 
depurador da reincidência (art. 64, I, do CP), crimes militares e políticos (art. 64, II, do 
CP) ou a prática de anterior contravenção penal. 
3) Conduta Social: Por Conduta Social deve-se entender o comportamento do réu na sua 
 
 
 
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comunidade (na família, no emprego, no bairro etc.). Deve ter elementos presentes no autos 
que atestem tal conduta. 
4) Personalidade: é a índole do agente, o seu caráter, eventuais traumas da infância, a 
influência do meio social na formação do indivíduo 
5) Motivo do Crime​: Os motivos do crime são as influências internas e externas que levaram o 
sujeito a cometer o delito. Podem ser ou não mais reprováveis. 
6) Circunstâncias do Crime ​: Nas circunstâncias do crime analisa-se o momento da prática do 
delito: a forma (meios utilizados, quantidade de agentes), o tempo (maior ou menor duração), o 
lugar etc., que demonstrem a necessidade de uma exasperação na pena-base. 
7) Consequência do Crime: é a extensão dos danos provocados pelo crime. Em crimes 
formais, cujo resultado naturalístico é desnecessário à caracterização da infração penal, a 
ocorrência do resultado naturalístico poderá ser avaliada nesse tópico. Ex.: Num latrocínio em 
que a vítima deixa viúva e filhos desamparados, pois dependiam exclusivamente do salário do 
de cujus. Eventuais traumas psíquicos adquiridos pela vítima após o delito. 
8) Comportamento da Vítima: ​contribuição da vítima para a ocorrência do crime, embora não 
tenha o condão de justificar ou excluir o crime, a contribuição da vítima pode tornar o delito 
menos reprovável, influenciando na fixação da pena-base. 
 
Circunstâncias Agravantes e Atenuantes 
 
Considerações Gerais 
Nas palavras de Marcelo Misaka, estabelecida a chamada pena-base, na fase seguinte serão 
perquiridas as circunstâncias agravantes e atenuantes. No Código Penal há um rol de agravantes 
(arts. 61 e 62) e atenuantes (arts. 65 e 66). Doutrina e jurisprudência predominante sustentam 
que, tal qual na fase anterior, o juiz está adstrito aos limites mínimos e máximos da pena. 
● SÚMULA 231 do STJ - A incidência da circunstância atenuante não pode conduzir à 
redução da pena abaixo do mínimo legal. 
Exasperação da Pena 
A jurisprudência tem entendido razoável a fração de 1/6 para cada agravante ou atenuante, 
limitados ao mínimo e máximo do preceito secundário. 
 
 
 
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Concurso de agravantes e atenuantes 
No concurso de agravantes e atenuantes, a pena deve aproximar-se do limite indicado pelas 
circunstâncias preponderantes, entendendo-se como tais as que resultam dos motivos 
determinantes do crime, da personalidade do agente e da reincidência. 
Exemplo: presente a agravante do recurso que dificultou a defesa da vítima e a atenuante da 
prática do crime por relevante valor moral, esta deve prevalecer, já que atinente aos motivos do 
crime. Então, a pena deve ser atenuada e não agravada (Marcelo Misaka). 
Causas de Aumento e Diminuição 
No concurso de causas de aumento ou de diminuição previstas na parte especial, pode o juiz 
limitar-se a um só aumento ou a uma só diminuição, prevalecendo, todavia, a causa que mais 
aumente ou diminua. 
Ex.: o crime tentado, o arrependimento posterior, a semi-imputabilidade quando se opta pela 
prisão, o concurso formal e o crime continuado. Na parte especial do Código Penal, dependerá do 
crime analisado. Destaca-se: no homicídio privilegiado, no homicídio majorado, em lesões 
corporais majoradas, no furto privilegiado etc (Marcelo Misaka) 
Nessa fase o juiz não está confinado aos limites mínimos e máximos do preceito secundário. 
 
Suspensão Condicional da Pena 
 
Conceito - De acordo com Guilherme Nucci, trata-se de um instituto de política criminal, tendo por 
fim a suspensão da execução da pena privativa de liberdade, evitando o recolhimento ao cárcere 
do condenado não reincidente, cuja pena não é superior a dois anos (ou quatro, se septuagenário 
ou enfermo), sob determinadas condições, fixadas pelo juiz, bem como dentro de um período de 
prova predefinido. 
Cabimento 
➔ Condenação em pena privativa de liberdade não superior a 2 (dois) anos. 
➔ Condenação em pena privativa de liberdade não superior a 4 (quatro) anos, se o 
condenado for maior de setenta anos de idade, ou razões de saúde justifiquem a 
suspensão. 
Requisitos para a concessão do Sursis da Pena 
➔ o condenado não pode reincidente em crime doloso 
 
 
 
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➔ a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e personalidade do agente, bem como 
os motivos e as circunstâncias autorizem a concessão do benefício 
➔ Não seja indicada ou cabível a substituição da Pena Privativa de Liberdade em Pena 
Restritiva de Direito. 
Período de Prova 
➔ Condenado em pena de até 02 (dois) anos ​(regra geral) - o período de prova será 2 (dois) a 
4 (quatro) anos. 
➔ Condenado em pena não superior a 04 (quatro) anos (​condenado maior de setenta anos de 
idade, ou razões de saúde justifiquem a suspensão) ​- o período de prova será de 4 (quatro) a 6 
(seis) anos. 
Forma de Cumprimento 
➔ Durante o prazo da suspensão, o condenado ficará sujeito à observação e ao cumprimento 
das condições estabelecidas pelo juiz. 
➔ No primeiro ano do prazo, deverá o condenado prestar serviços à comunidade (Art. 46 do 
CP) ou submeter-se à limitação de fim de semana (Art. 48 do CP). 
Revogação Obrigatória 
A suspensão será revogada se, no curso do prazo, o beneficiário: 
a) é condenado, em sentença irrecorrível, por crime doloso. 
b) frustra, embora solvente, a execução de pena de multa ou não efetua, sem motivo 
justificado, a reparação do dano. 
c) não presta serviços à comunidade ou se submete à limitação de fim de semana, no 
primeiro ano do prazo. 
Revogação Facultativa 
➔ A suspensão poderá ser revogada se o condenado descumpre qualquer outra condição 
imposta ou é irrecorrivelmentecondenado, por crime culposo ou por contravenção, a pena 
privativa de liberdade ou restritiva de direitos. 
Prorrogação do período de prova 
➔ Se o beneficiário está sendo processado por outro crime ou contravenção, considera-se 
prorrogado o prazo da suspensão até o julgamento definitivo. 
➔ Quando facultativa a revogação, o juiz pode, ao invés de decretá-la, prorrogar o período de 
prova até o máximo, se este não foi o fixado. 
 
 
 
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Cumprimento das Condições do Sursis da Pena 
➔ Expirado o prazo sem que tenha havido revogação, considera-se extinta a pena privativa 
de liberdade. 
DO LIVRAMENTO CONDICIONAL 
 
Conceito 
Trata-se de um instituto de política criminal, destinado a permitir a redução do tempo de prisão 
com a concessão antecipada e provisória da liberdade do condenado, quando é cumprida pena 
privativa de liberdade, mediante o preenchimento de determinados requisitos e a aceitação de 
certas condições (Nucci). 
Natureza Jurídica 
é medida penal restritiva da liberdade de locomoção, que se constitui num benefício ao 
condenado e, portanto, faz parte de seu direito subjetivo, integrando um estágio do cumprimento 
da pena (Nucci). 
Cabimento 
O juiz poderá conceder livramento condicional ao condenado a pena privativa de liberdade igual 
ou superior a 2 (dois) anos 
 
Requisitos Necessários para a Concessão do Livramento Condicional 
➔ Cumprimento de mais de um terço da pena se o condenado não for reincidente em crime 
doloso e tiver bons antecedentes; 
➔ Cumprimento de mais da metade se o condenado for reincidente em crime doloso; 
➔ Comprovado comportamento satisfatório durante a execução da pena, bom desempenho 
no trabalho que lhe foi atribuído e aptidão para prover à própria subsistência mediante 
trabalho honesto; 
➔ Reparação do dano causado pela infração, salvo efetiva impossibilidade de fazê-lo; 
➔ Cumprimento de mais de dois terços da pena, nos casos de condenação por crime 
hediondo, prática de tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, tráfico de 
pessoas e terrorismo, se o apenado não for reincidente específico em crimes dessa 
natureza. 
Em suma: 
Condenado não reincidente em crime doloso​ - 1/3 da pena. 
 
 
 
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Condenado reincidente em crime doloso ​- mais da metade da pena. 
Condenado em crime hediondo ​ - 2/3 da pena. 
Condenado em crime com violência ou grave ameaça a pessoa - Para o condenado por crime 
doloso, cometido com violência ou grave ameaça à pessoa, a concessão do livramento ficará 
também subordinada à constatação de condições pessoais que façam presumir que o liberado 
não voltará a delinquir. 
 
Revogação do Livramento Condicional 
O livramento condicional será revogado quando: 
Se o liberado vem a ser condenado a pena privativa de liberdade, em sentença irrecorrível: 
a) por crime cometido durante a vigência do benefício 
b) por crime anterior. 
A revogação será facultativa se o liberado deixar de cumprir qualquer das obrigações constantes 
da sentença, ou for irrecorrivelmente condenado, por crime ou contravenção, a pena que não seja 
privativa de liberdade. 
 
Extinção 
Se até o seu término o livramento não é revogado, considera-se extinta a pena privativa de 
liberdade. 
Havendo prática de crime durante o livramento condicional, o juiz não poderá declarar extinta a 
pena, enquanto não passar em julgado a sentença em processo a que responde o liberado, por 
crime cometido na vigência do livramento. 
 
EFEITOS DA CONDENAÇÃO 
 
Constitui-se em efeito genérico da condenação: 
a) A obrigação de indenizar o dano causado pelo crime. 
b) A perda em favor da União, ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa-fé, dos 
instrumentos do crime (desde que consistam em coisas cujo fabrico, alienação, uso, porte 
 
 
 
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ou detenção constitua fato ilícito) do produto do crime ou de qualquer bem ou valor que 
constitua proveito auferido pelo agente com a prática do fato criminoso. 
 
Constitui-se em efeito específico da condenação: 
a) a perda de cargo, função pública ou mandato eletivo quando aplicada pena privativa de 
liberdade por tempo igual ou superior a um ano, nos crimes praticados com abuso de 
poder ou violação de dever para com a Administração Pública ou quando for aplicada pena 
privativa de liberdade por tempo superior a 4 (quatro) anos nos demais casos. 
b) incapacidade para o exercício do poder familiar, da tutela ou da curatela nos crimes 
dolosos sujeitos à pena de reclusão cometidos contra outrem igualmente titular do mesmo 
poder familiar, contra filho, filha ou outro descendente ou contra tutelado ou curatelado. 
c) a inabilitação para dirigir veículo, quando utilizado como meio para a prática de crime 
doloso. 
Obs.: Os efeitos específicos não são automáticos, devendo ser motivadamente declarados na 
sentença. 
 
DA REABILITAÇÃO 
 
Conceito 
 
Reabilitação é a declaração judicial de que estão cumpridas ou extintas as penas impostas ao 
sentenciado, que assegura o sigilo dos registros sobre o processo e atinge os efeitos da 
condenação (Ricardo Andreucci). 
 
Cabimento 
 
A reabilitação alcança quaisquer penas aplicadas em sentença definitiva, assegurando ao 
condenado o sigilo dos registros sobre o seu processo e condenação. 
 
Prazo para Requerimento da Reabilitação 
 
 
 
 
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A reabilitação poderá ser requerida, decorridos 2 (dois) anos do dia em que for extinta, de 
qualquer modo, a pena ou terminar sua execução, computando-se o período de prova da 
suspensão e o do livramento condicional, se não sobrevier revogação. 
Requisitos para a Reabilitação 
a) domicílio no País 
b) demonstração efetiva e constante de bom comportamento público e privado; 
c) ressarcimento do dano causado pelo crime ou demonstração da absoluta impossibilidade 
de o fazer, até o dia do pedido, ou exiba documento que comprove a renúncia da vítima ou 
novação da dívida. 
Obs.: Negada a reabilitação, poderá ser requerida, a qualquer tempo, desde que o pedido seja 
instruído com novos elementos comprobatórios dos requisitos necessários. 
Revogação da Reabilitação 
A reabilitação será revogada, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, se o reabilitado 
for condenado, como reincidente, por decisão definitiva, a pena que não seja de multa. 
EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE 
 
 
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Obs.: A extinção da punibilidade de crime que é pressuposto, elemento constitutivo ou 
circunstância agravante de outro não se estende a este. Nos crimes conexos, a extinção da 
punibilidade de um deles não impede, quanto aos outros, a agravação da pena resultante da 
conexão. Ex.: não é porque o furto prescreveu, extinguindo-se a punibilidade do agente, que a 
punibilidade da receptação sofrerá qualquer arranhão, ou porque a ameaça deixa de ser 
considerada delito que o roubo será afetado (Nucci). 
 
PRESCRIÇÃO 
 
Conceito 
 
Nas palavras de Ricardo Andreucci, prescrição é a perda do direito de punir do Estado pelo 
decurso do tempo. Esse instituto tem sua justificativa no desaparecimento do interesse estatal na 
repressão ao crime, em razão do tempo decorrido, já não havendo mais sentido na punição 
tardia. 
 
Espécies 
 
 
 
 
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Prescrição da Pretensão Punitiva 
 
Conceito 
Ainda nas lições de Ricardo Andreucci, nesse tipo de prescrição, o decurso do tempo faz com 
que o Estado perca o jus puniendi (direito de punir), consubstanciado no direito de invocar o 
Poder Judiciário para aplicar a sanção ao autor do crime pelo fato cometido. 
Prazos 
A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, regula-se pelo máximo da pena 
privativa de liberdade cominada ao crime. 
PATAMAR MÁXIMO DA PPL TEMPO PARA PRESCRIÇÃO 
se o máximo da pena é superior a doze 20 (vinte) anos 
se o máximo da pena é superior a oito anos e 
não excede a doze 
16 (dezesseis) anos 
 se o máximo da pena é superior a quatro 
anos e não excede a oito 
12 (doze) anos 
se o máximo da pena é superior a dois anos e 
não excede a quatro 
08 (oito) anos 
se o máximo da pena é igual a um ano ou, 
sendo superior, não excede a dois; 
04 (quatro) anos 
se o máximo da pena é inferior a 1 (um) ano 03 (três) anos 
 
Obs.: no concurso de crimes, seja material, seja formal, seja crime continuado, a prescrição incide 
sobre cada infração, isoladamente (Andreucci). 
Redução dos Prazos da Prescrição 
São reduzidos de metade os prazos de prescrição quando o criminoso era, ao tempo do crime, 
menor de 21 (vinte e um) anos, ou, na data da sentença, maior de 70 (setenta) anos. 
 
 
 
 
 
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Prazo Prescricional e Penas Restritivas de Direitos 
Aplicam-se às penas restritivas de direito os mesmos prazos previstos para as privativas de 
liberdade. 
Início do Prazo da Prescrição Punitiva 
Nos termos do Art.111 do CP, a prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, 
começa a correr: 
a) do dia em que o crime se consumou 
b) no caso de tentativa, do dia em que cessou a atividade criminosa 
c) nos crimes permanentes, do dia em que cessou a permanência 
d) nos de bigamia e nos de falsificação ou alteração de assentamento do registro civil, da 
data em que o fato se tornou conhecido 
e) nos crimes contra a dignidade sexual de crianças e adolescentes, previstos neste Código 
ou em legislação especial, da data em que a vítima completar 18 (dezoito) anos, salvo se a 
esse tempo já houver sido proposta a ação penal. 
Interrupção do Prazo da Prescrição Punitiva 
Interromper a prescrição significa recomeçar, por inteiro, o prazo prescricional. Ex.: se após o 
decurso de 2 anos do lapso prescricional, de um total de 4, houver a ocorrência de uma causa 
interruptiva, o prazo recomeça a correr integralmente (Guilherme Nucci). O rol de causas que 
interrompem a prescrição é taxativo, são elas: 
a) recebimento da denúncia ou da queixa 
b) decisão de pronúncia (tribunal do júri) 
c) decisão confirmatória da pronúncia (hipótese de o tribunal pronunciar o réu, anteriormente 
impronunciado ou absolvido sumariamente pelo juiz) 
d) publicação da sentença ou acórdão condenatórios recorríveis 
e) início ou continuação do cumprimento da pena 
f) reincidência 
Observações Importantes 
➔ a interrupção da prescrição produz efeitos relativamente a todos os autores do crime, 
exceto nos casos de início ou continuação do cumprimento da pena ou reincidência. 
➔ nos crimes conexos, que sejam objeto do mesmo processo, estende-se aos demais a 
interrupção relativa a qualquer deles (ex.: Homicídio e Porte Ilegal de Arma de Fogo, com a 
decisão de pronúncia do réu, a interrupção da prescrição atinge o crime principal, 
homicídio, bem como o crime conexo, Porte Ilegal de Arma de Fogo) 
 
 
 
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➔ Com a interrupção da prescrição, todo o prazo começa a correr, novamente, do dia da 
interrupção, exceto no caso de início ou continuação do cumprimento da pena. 
 
Prescrição da Pretensão Executória 
Conceito 
Na prescrição da pretensão executória, o decurso do tempo sem o exercício do jus puniendi faz 
com que o Estado perca o direito de executar a sanção imposta pela sentença condenatória. 
ocorre após o trânsito em julgado da sentença condenatória (Ricardo Andreucci). 
Prazos 
A prescrição depois de transitar em julgado a sentença condenatória regula-se pela pena aplicada 
e verifica-se nos prazos fixados para a prescrição da pretensão punitiva, os quais se aumentam 
de um terço, se o condenado é reincidente. 
Assim sendo: 
Se Mévio (não reincidente) é condenado a 4 (quatro) anos pela prática de roubo simples o prazo 
prescricional será determinado pela pena imposta na sentença condenatória, atingindo o seu 
reconhecimento apenas o efeito principal da condenação (sanção) e não os efeitos secundários, 
nesse caso, o prazo prescricional será de 08 (oito) anos para executar a sentença condenatória. 
Início do prazo da Pretensão Executória 
Nos termos do art. 112 do CP, a prescrição começa a corre: 
a) do dia em que transita em julgado a sentença condenatória, para a acusação, ou a que 
revoga a suspensão condicional da pena ou o livramento condicional. 
b) do dia em que se interrompe a execução, salvo quando o tempo da interrupção deva 
computar-se na pena. 
Prescrição Intercorrente 
 
É a prescrição da pretensão punitiva, com base na pena aplicada, com trânsito em julgado para a 
acusação ou desde que improvido seu recurso, que ocorre entre a sentença condenatória e o 
trânsito em julgado desta (Guilherme Nucci). 
 
 
 
 
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Direito Penal - Volume 2 | 3ª ed. 
 
Prescrição Retroativa 
 
Para a verificação da prescrição retroativa, deve-se tomar a pena em concreto aplicada ao réu e, 
em seguida, adequá-la a um dos prazos estabelecidos nos incisos doart. 109. Encontrado o 
valor, deve-se tentar colocá-lo entre a data do recebimento da denúncia ou queixa e a data da 
publicação da sentença condenatória (Ricardo Andreucci) 
 
Prescrição da 
Pretensão Punitiva 
Prescrição 
Retroativa 
Prescrição 
Intercorrente 
 
Prescrição da 
Pretensão 
Executória 
 
Antes do 
Recebimento da 
Denúncia 
 
 
Regula-se pelo 
máximo da pena 
privativa de liberdade 
aplicado ao crime 
Do Recebimento da 
Denúncia até a 
Sentença 
 
Atinge a Pretensão 
Punitiva, ou seja, o 
Estado perde o direito 
de punir pelo decurso 
do tempo. 
 
Regula-se pela pena 
aplicada 
 
Ocorre entre a 
sentença 
condenatória e o 
trânsito em julgado 
desta. 
 
Atinge a Pretensão 
Punitiva, ou seja, o 
Estado perde o direito 
de punir pelo decurso 
do tempo. 
 
Regula-se pela pena 
aplicada 
Depois de transitar 
em julgado a 
sentença ou acórdão 
condenatório 
 
Atinge a Pretensão de 
Executar a pena, 
apesar do Estado ter 
exercido seu ​jus 
puniendi ​. 
 
Regula-se pela pena 
aplicada 
 
Prescrição Antecipada ou Virtual 
 
Nas palavras de Ricardo Andreucci, prescrição antecipada, também chamada de virtual, 
baseia-se na falta de interesse de agir do Estado e tem por escopo evitar que eventual 
condenação não tenha função al-guma, desprestigiando a Justiça Pública. Considera-se a pena 
que seria aplicada ao criminoso em vista das circunstâncias do caso concreto, pena esta que, 
após os trâmites processuais, já estaria prescrita. 
Obs.: ​Súmula 438 do Superior Tribunal de Justiça - É inadmissível a extinção da punibilidade pela 
prescrição da pretensão punitiva com fundamento em pena hipotética, independentemente da 
existência ou sorte do processo penal. 
 
 
 
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PARTE ESPECIAL – DOS CRIMES CONTRA A VIDA 
 
Fundamento Constitucional e Internacional de Proteção do Bem Jurídico “Vida” 
 
➢ Constituição Federal de 1988 ​: ​Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de 
qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a 
inviolabilidade do ​direito à vida ​, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade [...] 
➢ Pacto de San José da Costa Rica - Art. 4º Toda pessoa tem o direito de que se respeite 
sua vida​. Esse direito deve ser protegido pela lei e, em geral, desde o momento da 
concepção. Ninguém pode ser privado da vida arbitrariamente​. 
➢ Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948 - ​Artigo 3º Todo o homem tem ​direito 
à vida ​, à liberdade e à segurança pessoal​. 
 
Titular do Direito à Vida 
 
➢ Pessoa Humana (Vida Extrauterina) - é toda pessoa que possui personalidade jurídica de 
acordo com a lei civil, nesse sentido, personalidade civil da pessoa começa do nascimento 
com vida (Art. 2º, 1ª parte, do Código Civil). 
■ Crimes Aplicáveis 
➔ Homicídio (Doloso e Culposo) 
➔ Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio. 
➔ Infanticídio. 
 
➢ Nascituro (Vida Intrauterina) ​- é todo aquele que ainda que ainda não nasceu com vida, 
mas que está em desenvolvimento no útero materno, por conseguinte, a lei põe a salvo, 
desde a concepção, os direitos do nascituro (Art. 2º, 1ª parte, do Código Civil). 
■ Crimes Aplicáveis 
➢ Aborto 
 
Dos Crimes em Espécie 
 
 
1) Homicídio (Art. 121 do CP) 
Conceito - De acordo com Celso Delmanto, o homicídio é a eliminação da vida de uma pessoa 
praticada por outra. Consiste no simples fato de ​matar (núcleo do tipo)​ ​alguém (objeto material)​. 
 
Modalidades 
 
 
 
 
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Modalidades de 
Homicídio 
Observações Importantes 
Homicídio Simples 
(Art. 121, ​caput, ​do 
CP) 
❏ é aquele em que não ocorrem as hipóteses privilegiadas do § 
1º ou as qualificadas do § 2º (Caráter Subsidiário) 
 
❏ Obs.: É hediondo o homicídio simples (art. 121, caput) 
quando praticado em ​atividade típica de grupo de extermínio , 
ainda que cometido por um só agente. 
 
Homicídio 
Privilegiado​ ​ (Art. 
121, § 1º​, ​do CP) 
Ocorre quando o agente comete o crime ​impelido (dominado)​ por: 
a) motivo de relevante valor social ou moral 
➢ a.1) Valor Moral - diz respeito aos interesses pessoais do 
agente (ex.: o pai mata o agente que estuprou sua filha). 
➢ a.2) Valor Social - diz respeito ao motivo nobre ligado a 
questões de interesse coletivo (ex.: matar alguém que 
tenha traído a pátria). 
b) sob o domínio de violenta emoção, ​logo em seguida a injusta 
provocação da vítima. 
➢ Fórmula = injusta provocação + emoção violenta + reação 
em seguida 
➢ Violenta emoção - quando o sujeito está dominado pela 
excitação dos seus sentimentos (ódio, desejo de vingança, 
amor exacerbado, ciúme intenso) e foi injustamente 
provocado pela vítima, momentos antes de tirar-lhe a vida 
(Nucci). 
 
Homicídio Privilegiado X Atenuante genérica do art. 65, III, c, última 
parte, do CP (Guilherme Nucci) 
 
➢ a) para o privilégio exige a lei que o agente esteja dominado pela 
violenta emoção e não meramente influenciado, como mencionado 
no caso da atenuante 
➢ b) determina a causa de diminuição de pena que a reação à 
injusta provocação da vítima se dê logo em seguida, enquanto a 
atenuante nada menciona nesse sentido. 
 
Efeito 
 
➢ o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço. 
 
Homicídio 
Qualificado (Art. 
Ocorre quando o homicídio é praticado: 
 
 
 
 
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121, § 2°, do CP) 
 
➢ mediante paga ou promessa de recompensa, ou por 
outro motivo torpe; 
 
Mediante paga ou promessa de recompensa​: é o chamado 
homicídio mercenário, que o agente pratica por motivo de 
pagamento (predomina o entendimento de que deve ter valor 
econômico). 
 
 
Motivo Torpe​: Cuida-se do móvel abjeto, de razão soez, baixa, 
ignóbil, repugnante, tais como “o prazer do mal, o desenfreio da 
lascívia, a vaidade criminal, o despeito da imoralidade contrariada” 
(André Estefam) 
 
Ex.: homicídio cometido em razão da homossexualidade da vítima; 
falta de pagamento de dívida; para ficar com o dinheiro do seguro 
de vida e etc. 
 
➢ por motivo fútil; 
 
Motivo Fútil​: É fútil o homicídio praticado por motivo insignificante, 
sem importância, totalmente desproporcionado em relação ao 
crime, em vista de sua banalidade (Celso Delmanto). 
 
Ex.: um operário, na hora do almoço coletivo, matou seu 
companheiro de serviço porque este lhe furtara uma banana. 
 
 
➢ com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura 
ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa 
resultar perigo comum; 
 
Veneno​: É o chamado venefício, isto é, homicídio cometido com 
utilização de veneno. Entende-se por veneno, de acordo com 
André Estefam,qualquer substância química, animal ou vegetal 
que, uma vez ministrada no organismo, é apta a causar perigo à 
vida ou à saúde da vítima. 
 
Fogo​: Como exemplo, cite-se o deitar combustível e atear fogo ao 
corpo da vítima. 
 
Explosivo: substância capaz de gerar explosão. 
 
Asfixia​: Pode ser mecânica (ex.: enforcamento, afogamento etc.) 
ou tóxica (ex.: gás asfixiante) 
 
 
 
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Tortura​: É o suplício, que causa atroz e desnecessário 
padecimento (Celso Delmanto). 
 
Ainda nas lições de Celso Delmanto, a tortura geralmente, é física, 
mas também pode ser moral, desde que exacerba o sofrimento da 
vítima. 
 
Observe-se que o homicídio qualificado pelo emprego de tortura 
não se confunde com o crime de tortura do qual resulte morte (art. 
1o, § 3o, da Lei no 9.455/97). Necessário verificar o dolo do 
agente. 
 
Outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar 
perigo comum: 
 
Meio Insidioso - É o meio dissimulado. Como exemplo, a 
armadilha mortífera, o meio fraudulento. 
 
Meio Cruel​ - é o meio que faz sofrer além do necessário. 
 
Meio que possa resultar de perigo comum - É aquele que 
pode alcançar indefinido número de pessoas . 
 
➢ à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou 
outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa 
do ofendido; 
 
Traição: É o ataque sorrateiro, praticado inesperadamente 
(traição física) ou quebra de confiança entre agente (traição 
moral). 
 
Emboscada: É a tocaia, com o agente escondido à espera da 
vítima. 
 
Dissimulação​: o agente esconde ou disfarça o seu propósito, para 
atingir o ofendido desprevenido .Pode ser moral (quando o agente 
dá falsas mostras de amizade para captar a atenção da vítima) ou 
material (utilização de disfarce). 
 
 
➢ para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade 
ou vantagem de outro crime 
 
Homicídio Teleológico: As qualificadoras do inciso V trazem o 
 
 
 
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elemento subjetivo do tipo, constituído pelo especial fim de agir . 
 
Feminicídio (Art. 
121, § 2°, VI, do 
CP) 
Também qualifica o homicídio quando praticado contra a mulher por 
razões da condição de sexo feminino. 
 
Considera-se que há razões de condição de sexo feminino quando 
o crime envolve: 
 
❖ Violência doméstica e familiar; 
❖ Menosprezo ou discriminação à condição de mulher. 
 
Majorantes 
 
A pena do feminicídio é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade 
se o crime for praticado: 
 
❖ durante a gestação ou nos 3 (três) meses posteriores ao 
parto; 
 
❖ contra pessoa menor de 14 (catorze) anos, maior de 60 
(sessenta) anos, com deficiência ou portadora de doenças 
degenerativas que acarretem condição limitante ou de 
vulnerabilidade física ou mental; 
 
❖ na presença física ou virtual de descendente ou de 
ascendente da vítima; 
 
❖ em descumprimento das medidas protetivas de urgência 
Praticados em 
Face de Agentes 
da Segurança 
Pública e Forças 
Armadas (Art. 
121, § 2°, VII, do 
CP) 
 
Também qualifica o homicídio quando praticado contra contra 
autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição 
Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de 
Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, 
ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até 
terceiro grau, em razão dessa condição. 
 
❖ Forças Armadas​: ​Constituídas pela Marinha, pelo Exército e 
pela Aeronáutica (Art. 142 da CF/88). 
 
❖ Agentes da Segurança Pública​: ​A segurança pública é 
exercida para a preservação da ordem pública e da 
incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos 
seguintes órgãos: 
 
 
 
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➢ Polícia federal; 
➢ Polícia rodoviária federal; 
➢ Polícia ferroviária federal; 
➢ Polícias civis; 
➢ Polícias militares 
➢ Corpos de bombeiros militares. 
 
Objeto Material​ - É a vida humana extrauterina. 
 
Sujeito Ativo​ - Pode ser qualquer pessoa (crime comum). 
 
Sujeito Passivo ​ - Qualquer ser humano com vida. 
 
Tipo Objetivo - Pode ser praticado mediante ação (modalidade comissiva) ou omissão 
(modalidade omissiva), nos casos em que há o dever jurídico de agir. 
 
Majorantes ​- a pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é praticado contra pessoa 
menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos. 
 
Consumação e Tentativa - Com o evento morte (crime instantâneo de efeitos permanentes). A 
morte ocorre com a cessação do funcionamento cerebral, circulatório e respiratório. É possível 
a tentativa (crime material) 
 
Homicídio Culposo - Admite-se a modalidade culposa. 
 
Majorante - No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço): 
❖ se o crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício. 
❖ se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, não procura diminuir as 
conseqüências do seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante. 
 
Perdão Judicial - Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se 
as conseqüências da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção 
penal se torne desnecessária. 
 
Obs.: De acordo com Celso Delmanto, as conseqüências podem ser físicas (ex.: ferimentos no 
agente) como morais (morte ou lesão em parentes, em pessoas ligadas ao agen- te por 
afinidade ou por laços de afeto, como amásio, noivo, namorado, amigo). 
2) Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio (Art. 122 do CP) 
Conceito - Consiste em ​induzir ou instigar (núcleo do tipo) ​alguém (objeto material) a suicidar-se 
ou prestar-lhe auxílio para que o faça. Nas reflexões de Celso Delmanto, embora o suicídio não 
seja ilícito penal, a lei pune o comportamento de quem induz, instiga ou auxilia outrem a 
suicidar-se. 
 
 
 
 
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Das Penas 
❖ Se o suicídio se consuma - pena de reclusão de dois a seis anos ​(não admite sursis 
processual) 
❖ Se resulta em lesão corporal de natureza grave - pena de reclusão de um a três anos 
(admite sursis processual) 
 
Majorantes​ - A pena é duplicada: 
❖ se o crime é praticado por ​motivo egoístico​; 
❖ se a vítima é ​menor​ ou tem ​diminuída​, por qualquer causa, a ​capacidade de resistência​. 
✓ Obs.: Diminuída ≠ ausência - se a vítima não possuía qualquer capacidade de 
resistência (ausência) o delito será de homicídio. 
✓ Nas lições de Celso Delmanto, poderá haver homicídio se a vítima é forçada a 
suicidar-se, ou não tem resistência alguma. 
 
Objeto Material​- É a vida humana extrauterina. 
 
Sujeito Ativo​ - Pode ser qualquer pessoa (crime comum). 
 
Sujeito Passivo - Qualquer pessoa (desde que tenha discernimento, senão o crime poderá ser 
homicídio). 
 
Núcleos do Tipo 
❖ Induzir - é o mesmo que incitar. 
❖ Instigar - consiste em estimular ideia já existente. 
❖ Auxiliar - consiste em ajudar materialmente. 
 
Consumação ​ - Com a morte da vítima ou ocorrência de lesão corporal grave (crime material). 
 
Tentativa - Predomina o entendimento negativo, dado que o tipo penal condiciona a 
punibilidade do ato à ocorrência do resultado morte ou lesão corporal grave. Assim, se a 
pessoa sobreviver ao tresloucado ato e não sofrer lesões ou forem estas leves, o fato será 
penalmente atípico (André Estefam). 
3) Infanticídio (Art. 123 do CP) 
Conceito - consiste em ​matar (núcleo do tipo)​, ​sob a influência do estado puerperal(elemento 
fisiopsicológico) , o próprio filho (Objeto Material)​, ​durante o parto ou logo após (elemento 
normativo temporal)​. 
 
Delmanto define como um crime semelhante ao homicídio, que recebe, porém, especial 
diminuição de pena por motivos fisiopsicológicos (influência do estado puerperal). 
 
Objeto Material​ - O bem juridicamente protegido é a vida do nascente ou do neonato. 
 
Sujeito Ativo​ - Só a mãe (crime próprio). 
 
 
 
 
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Concurso de Pessoas é admissível? Sim!!! - HIPÓTESES (utilizando o raciocínio 
desenvolvido pelo professor Rogério Greco) 
 
➢ a) a parturiente e o terceiro executam a conduta núcleo do tipo do art. 123, ou seja, 
ambos praticam comportamentos no sentido de causar a morte do recém-nascido 
➢ b) somente a parturiente executa a conduta de matar o próprio filho, com a 
participação do terceiro 
➢ c) somente o terceiro executa a conduta de matar o filho da parturiente, contando 
com o auxílio desta 
 
➢ A gestante, que atua influenciada pelo estado puerperal, causando a morte 
do próprio filho logo após o parto, deverá ser responsabilizada pelo 
infanticídio. 
➢ O terceiro, que também executa a ação de matar, da mesma forma, deverá 
responder pelo mesmo. 
 
Justificativa - Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, 
salvo quando elementares do crime (Art. 30 do CP). O Estado Puerperal se constitui 
elementar do crime do art. 122 do CP, por conseguinte, esta circunstância se comunica 
com eventual terceiro que pratique o crime, em concurso de pessoas, nas formas 
supramencionada. 
 
Estado Puerperal - Trata-se de confusão alucinatória que se dá em momento distante no 
nascimento da criança, embora esteja associada às alterações hormonais e emocionais 
decorrentes do parto (André Estefam). 
 
Obs.: Se a agente era inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de 
determinar-se de acordo com esse entendimento, será isento de pena. 
 
Consumação e Tentativa ​ - Com a morte do nascente ou recém-nascido. É possível a tentativa. 
4) Aborto (Art. 124 a 129 do CP) 
Conceito ​- Aborto, para efeitos penais, é a interrupção intencional do processo de gravidez, 
com a morte do feto (Celso Delmanto). 
 
Do começo da tutela penal da vida humana intrauterina - Entende-se pelo início da gravidez, 
por conseguinte, a proteção penal ocorre desde a fase em que as células germinais se fundem, 
com a resultante ​constituição do ovo​, até aquela em que se inicia o processo de parto (Damásio 
de Jesus). 
 
Modalidades 
a) Aborto provocado pela gestante ou com seu consentimento (Art. 124 do CP) 
❖ a.1) Conceito​: consiste no fato da gestante provocar aborto em si mesma (autoaborto) ou 
consentir que outrem lho provoque. 
❖ a.2) Crime Duplo​: De acordo com Celso Delmanto, a gestante que consente em que 
 
 
 
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outrem lhe pratique o aborto, incide no art. 124. Todavia, quem pratica os atos materiais 
do aborto incorre nas penas do art. 126 (aborto com consentimento da gestante ou 
consensual). 
❖ Obs.: Ainda nas lições de Celso Delmanto, quem apenas auxilia a gestante, induzindo, 
indicando, instigando, acompanhando, pagando etc., será copartícipe do crime do art. 
124 e não do art. 126 do CP. A coautoria do art. 126 deve ser reservada, apenas, a 
quem eventualmente auxilie o autor da execução material do aborto (exs.: enfermeira, 
anestesista etc.). 
 
b) Aborto provocado por terceiro (Art. 125 e 126 do CP) 
b.1) Sem o consentimento da Gestante (Art. 125 do CP) 
❖ b.1.1) Conceito​ - consiste em provocar aborto, sem o consentimento da gestante. 
❖ b.1.2) Formas ​- pode ser praticado por meio de violência real (violência, grave ameaça 
ou fraude) ou presumida (menor de 14 anos, alienada ou débil mental). 
b.2) Com o consentimento da Gestante (Art. 126 do CP) 
❖ b.1.1) Conceito​ - consiste em provocar aborto, com o consentimento da gestante. 
❖ Obs.: se a gestante não é maior de quatorze anos, ou é alienada ou débil mental, ou se 
o consentimento é obtido mediante fraude, grave ameaça ou violência, aplica-se a pena 
do crime de aborto praticado sem o consentimento da gestante (Art. 125 do CP) 
 
c) Aborto Majorado (Art. 127 do CP) 
❖ c.1) As penas cominadas ao aborto provocado por terceiro, com ou sem o consentimento 
da gestante, são aumentadas de: 
❏ um terço ​, se, em consequência do aborto ou dos meios empregados para 
provocá-lo, a gestante sofre ​lesão corporal de natureza grave​; 
❏ são duplicadas​, se, por qualquer dessas causas, lhe sobrevém a ​morte​. 
 
d) Aborto Legal (Art. 128 do CP) 
 
Em duas hipóteses diferentes, o legislador declara lícito o aborto, excluin- do a sua 
antijuridicidade, quais sejam, o aborto necessário e o aborto sentimental. 
 
❖ Aborto Necessário - é aquele realizado se se não há outro meio de salvar a vida da 
gestante. 
❖ Aborto Sentimental ​- Trata-se do aborto também denominado ético ou huma- nitário, 
levando-se em consideração a saúde psíquica da mãe decorrente do trauma causado 
pelo crime sexual de que foi vítima (Celso Delmanto). 
➢ Regras: 
➢ se a gravidez resulta de estupro. 
➢ o aborto deve ser precedido de consentimento da gestante ou, quando incapaz, 
de seu representante legal. 
 
Obs.: Devem ser realizados por MÉDICO. 
 
 
 
 
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Sujeito Ativo 
a) Gestante: No autoaborto (art. 124, primeira parte), ou no aborto consentido (art. 124, 
segunda parte). 
b) Terceiro: Nos crimes do arts. 125 e 126 do CP. 
 
Sujeito Passivo ​ - é o nascituro. 
 
Objeto Material​ - a vida humana intrauterina. 
 
Consumação e Tentativa ​ - Com a morte do nascituro. 
 
 
 
PARTE ESPECIAL - DAS LESÕES CORPORAIS 
 
Considerações Gerais 
 
Conceito de Lesão Corporal 
 
De acordo com Guilherme de Souza Nucci, as lesões corporais se constituem uma

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