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APOSTILA 
 
Direito Penal - Volume 2 | 5ª ed. 
 
SUMÁRIO 
 
1. PARTE GERAL - TEORIA DA PENA 4 
a) Conceito de Pena 4 
b) Espécies de Pena 5 
c) Da Pena Privativa de Liberdade 6 
● Dos Regimes de Cumprimento de Pena Privativa de Liberdade 6 
● Direitos do Preso 8 
● Trabalho do Preso 8 
● Progressão de Regime 9 
d)​ ​Das Penas Restritivas de Direitos 10 
● Espécies 10 
● Características das Penas Restritivas de Direitos 12 
e)​ ​Da Pena de Multa 13 
f) ​ ​Da Aplicação da Pena 15 
● Circunstância Judiciais (Art. 59 do CP) 15 
● Circunstâncias Agravantes e Atenuantes 16 
g)​ ​Suspensão Condicional da Pena 17 
h)​ ​Do Livramento Condicional 19 
i)​ ​Efeitos da Condenação 21 
j)​ ​Da Reabilitação 21 
k)​ ​Extinção da Punibilidade 22 
l)​ ​Prescrição 23 
● Prescrição da Pretensão Punitiva 24 
● Prescrição da Pretensão Executória 26 
● Prescrição Intercorrente 27 
● Prescrição Retroativa 27 
● Prescrição Antecipada ou Virtual 28 
2. PARTE ESPECIAL – DOS CRIMES CONTRA A VIDA 28 
a) Fundamento Constitucional e Internacional de Proteção do Bem Jurídico “Vida” 28 
b) Titular do Direito à Vida 28 
c) Dos Crimes em Espécie 29 
3. PARTE ESPECIAL - DAS LESÕES CORPORAIS 39 
a) Considerações Gerais 39 
● Modalidades 39 
4. PARTE ESPECIAL - DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO 44 
a) Furto (Art. 155 do CP) 44 
● Modalidades de Furto 44 
b)​ ​Roubo (Art. 157 do CP) 51 
 
 
 
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Direito Penal - Volume 2 | 5ª ed. 
 
● Espécies de Roubo (Art. 157 do CP) 52 
c)​ ​Extorsão 56 
● Extorsão Mediante Sequestro 57 
● Extorsão Indireta (Art. 160 do CP) 58 
d)​ ​Crime de Dano 59 
e) ​Apropriação Indébita 61 
f)​ ​Estelionato 62 
g)​ ​Receptação 70 
h)​ ​Disposições Gerais Aplicáveis aos Crimes Contra o Patrimônio 72 
● Imunidade Penal 72 
5. PARTE ESPECIAL – DOS CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL 73 
a) Estupro 73 
b) Importunação Sexual 76 
c) Assédio Sexual 78 
d) Estupro de Vulnerável 81 
6. PARTE ESPECIAL – DO LENOCÍNIO E DO TRÁFICO DE PESSOA PARA FIM DE 
PROSTITUIÇÃO OU OUTRA FORMA DE EXPLORAÇÃO SEXUAL 82 
7. PARTE ESPECIAL – CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA 84 
8. PARTE ESPECIAL – DOS CRIMES CONTRA A PAZ PÚBLICA 88 
9. PARTE ESPECIAL – DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 90 
a) Dos Crimes Praticados por Funcionário Público Contra a Administração em Geral 90 
b) Dos Crimes Praticados por Particular Contra a Administração em Geral 94 
c) Dos Crimes Contra a Administração da Justiça 99 
10. DOS CRIMES CONTRA A INCOLUMIDADE PÚBLICA 102 
a) Dos Crimes de Perigo Comum - Incêndio e Explosão 102 
BIBLIOGRAFIA 104 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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1. PARTE GERAL - TEORIA DA PENA 
 
CONCEITO DE PENA 
Com a prática do delito surge a pretensão punitiva estatal materializada na sanção penal, a pena 
e a medida de segurança são suas espécies. 
● Pena:​ culpabilidade 
● Medida de Segurança:​ periculosidade. 
 
De acordo com Guilherme de Souza Nucci, a pena é a sanção imposta pelo Estado, por meio de 
ação penal, ao criminoso como retribuição ao delito perpetrado e prevenção a novos crimes. 
Possui duas finalidades, quais sejam: 
a) Preventiva​: visa evitar a prática de novas infrações penais. 
● Prevenção Geral​ - destina-se a todos integrantes da sociedade 
● Prevenção Especial - destina-se ao indivíduo infrator, visa que o mesmo não cometa 
novas infrações penais. 
 ​b)​ ​Repressiva​: visa a punição do autor do delito. 
 
Princípios Constitucionais aplicados à teoria da pena 
a) Princípio da pessoalidade da pena - Art. 5º, XLV, da CRFB/88 - nenhuma pena passará da 
pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do 
perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles 
executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido; 
b) Princípio da individualização da pena - todo indivíduo tem o direito de ter a pena a ele 
aplicada individualmente, consideradas todas as características e condições pessoais, 
além de se valorar o que efetivamente fez. 
c) Princípio da humanização da pena ​- A pena deve visar a ressocialização do apenado, 
sendo proibidas: 
● de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX; 
● Obs.: CF X TRIBUNAL PENAL INTERNACIONAL - o entendimento de que o suposto 
conflito entre o texto do Estatuto de Roma e a Constituição brasileira era apenas 
aparente, tornando possível a sua vigência no ordenamento jurídico brasileiro sem 
qualquer necessidade de reforma constitucional - a disposição que veda a pena de 
prisão perpétua (art. 5º, XLVII, “b”, da CF/1988) encontra-se direcionada ao legislador 
 
 
 
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interno, tendo em vista os crimes domésticos, não cabendo restrições aos legisladores 
do Direito Internacional 
● de caráter perpétuo; 
● de trabalhos forçados; 
● de banimento;e 
● cruéis; 
d) ​Princípio da inderrogabilidade - a pena não pode deixar de ser aplicada sob nenhum 
fundamento. 
 
 
ESPÉCIES DE PENA 
 
 
Pena Privativa de Liberdade: são as penas de reclusão, detenção e prisão simples. É a mais 
grave, pressupõe a restrição da liberdade do condenado. 
Pena Restritiva de Direito:​ pressupõe a restrição de determinados direitos do condenado. 
Multa:​ é uma pena pecuniária. 
 
 
DA PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE 
Conceito 
Nas palavras de Ricardo Andreucci, nas penas privativas de liberdade há diminuição do direito à 
liberdade do criminoso, fazendo com que seja ele recolhido a estabelecimento prisional 
adequado, de acordo com a espécie e a quantidade de pena fixada. Se subdivide em: 
a) Pena de Reclusão (regime fechado, semiaberto ou aberto) 
b) Pena de Detenção (somente nos regimes semiaberto e aberto) 
c) Pena de Prisão Simples (no caso das contravenções penais) 
 
 
 
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DOS REGIMES DE CUMPRIMENTO DE PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE 
 
Regime Fechado 
Local de Cumprimento de Pena​: estabelecimento de segurança máxima ou média. A penitenciária 
destina-se ao condenado à pena de reclusão, em regime fechado. 
Quantum de Pena​: o condenado a pena superior a 8 (oito) anos deverá começar a cumpri-la em 
regime fechado ou o condenado reincidente. 
Forma de Cumprimento​: O condenado fica sujeito a trabalho no período diurno e a isolamento 
durante o repouso noturno 
Trabalho Externo​: O trabalho externo é admissível somente em serviços ou obras públicas. 
 
Regime Semiaberto 
Local de Cumprimento de Pena:​ colônia agrícola, industrial ou estabelecimento similar. 
Quantum de Pena: poderá o condenado não reincidente, desde o princípio, cumpri-la em regime 
semiaberto, cuja pena seja superior a 4 (quatro) anos e não exceda a 8 (oito). 
Forma de Cumprimento: O condenado fica sujeito a trabalho em comum durante o período diurno, 
em colônia agrícola, industrial ou estabelecimento similar. 
Trabalho Externo: O trabalho externo é admissível, bem como a frequênciaa cursos supletivos 
profissionalizantes, de instrução de segundo grau ou superior. 
Saída Temporária: 
● Cabimento: é permitida nos casos de presos no regime semiaberto, justifica-se pelo 
fato de ser finalidade da pena a ressocialização do apenado. 
● Súmula 520 do STJ: O benefício de saída temporária no âmbito da execução penal 
é ato jurisdicional insuscetível de delegação à autoridade administrativa do 
estabelecimento prisional. 
● Requisitos: 
a) Comportamento adequado; 
b) 1/6 da pena se for primário 
c) 1/4 da pena se for reincidente. 
d) Compatibilidade do benefício com os objetivos da pena. 
Obs.: Súmula 40 do STJ - Para obtenção dos benefícios de saída temporária e 
trabalho externo, considera-se o tempo de cumprimento da pena no regime 
fechado. 
● Duração: A autorização será concedida por prazo não superior a 7 (sete) dias, 
podendo ser renovada por mais 4 (quatro) vezes durante o ano. Quando se tratar de 
 
 
 
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frequência a curso profissionalizante, de instrução de ensino médio ou superior, o 
tempo de saída será o necessário para o cumprimento das atividades discentes. 
Regime Aberto 
Local de Cumprimento de Pena​: casa de albergado ou estabelecimento adequado. 
Quantum de Pena​: condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4 (quatro) anos, 
poderá, desde o início, cumpri-la em regime aberto. 
● Obs.: é cabível o cumprimento de pena no regime aberto para reincidentes quando 
as circunstâncias favoráveis assim o permitir. 
Forma de Cumprimento: O regime aberto baseia-se na autodisciplina e senso de 
responsabilidade do condenado. O condenado deverá, fora do estabelecimento e sem vigilância, 
trabalhar, frequentar curso ou exercer outra atividade autorizada, permanecendo recolhido 
durante o período noturno e nos dias de folga. 
Trabalho Externo: é muito mais que um direito, constitui-se em um dever do condenado em 
trabalhar ou frequentar curso ou exercer outra atividade autorizada. 
 
Regime Especial 
As mulheres cumprem pena em estabelecimento próprio, observando-se os deveres e direitos 
inerentes à sua condição pessoal. 
Regras Específicas 
● No estabelecimento para mulheres somente se permitirá o trabalho de pessoal do sexo 
feminino, salvo quando se tratar de pessoal técnico especializado. 
● A mulher e o maior de sessenta anos, separadamente, serão recolhidos a estabelecimento 
próprio e adequado à sua condição pessoal. 
● Os estabelecimentos penais destinados a mulheres serão dotados de berçário, onde as 
condenadas possam cuidar de seus filhos, inclusive amamentá-los, no mínimo, até 6 (seis) 
meses de idade. 
● Será assegurado acompanhamento médico à mulher, principalmente no pré-natal e no 
pós-parto, extensivo ao recém-nascido. 
 
 
DIREITOS DO PRESO 
É assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral (Art. 5.º, XLIX, da CF), bem como 
o preso conserva todos os direitos não atingidos pela perda da liberdade, impondo-se a todas as 
autoridades o respeito à sua integridade física e moral (Art. 38 do CP). 
 
 
 
 
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TRABALHO DO PRESO 
O trabalho do preso será sempre remunerado, sendo-lhe garantidos os benefícios da Previdência 
Social (Art. 39 do CP). Não se confunde com trabalho forçado, por conseguinte, constitui-se em 
uma forma ressocialização do preso. 
É possível com o trabalho a remição da pena imposta. A remição é o resgate da pena pelo 
trabalho ou estudo, permitindo-se o abatimento do montante da condenação, periodicamente, 
desde que se constate estar o preso em atividade laborativa ou estudando (Guilherme Nucci). 
 
Questionamentos Regras para a remição 
Quem poderá remir a 
execução da pena? 
- O condenado que cumpre a pena em regime fechado ou 
semiaberto poderá remir, por trabalho ou por estudo, parte do 
tempo de execução da pena (Art. 126 da LEP). 
- Não há falar em remição de pena pelo trabalho estando o 
condenado no regime aberto ou em livramento condicional, 
visto que nestes casos o trabalho é condição de ingresso e 
permanência (Renato Marcão) 
- É possível a remição para o condenado que cumpre pena 
em regime aberto pela frequência a curso de ensino regular 
ou de educação profissional. 
A quem incumbe requerer a 
remição da pena? 
- Incumbe à Defensoria Pública ou advogado constituído 
requerer a remição da pena (Art. 81-B da LEP). 
- O MP também poderá requerer a remição, considerando 
que o mesmo atua como fiscal da lei. 
A quem incumbe decidir 
sobre a remição da pena? 
- Compete ao Juiz da execução decidir sobre a remição da 
pena (Art. 66 da LEP) 
Como se conta o tempo da 
remição? 
- Atividade de ensino fundamental, médio, inclusive 
profissionalizante, ou superior, ou ainda de requalificação 
profissional 
❖ 1 (um) dia de pena a cada 12 (doze) horas de 
frequência escolar, divididas, no mínimo, em 3 
(três) dias. 
❖ O tempo a remir em função das horas de 
estudo será acrescido de 1/3 (um terço) no caso 
de conclusão do ensino fundamental, médio ou 
superior durante o cumprimento da pena, desde 
que certificada pelo órgão competente do 
sistema de educação 
● Trabalho 
❖ 1 (um) dia de pena a cada 3 (três) dias de 
 
 
 
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trabalho. 
❖ O preso impossibilitado, por acidente, de 
prosseguir no trabalho ou nos estudos 
continuará a beneficiar-se com a remição. 
 
Obs.: Admite-se a acumulação dos casos de remição 
(trabalho + estudo), desde que exista compatibilidade das 
horas diárias, e sendo assim, o preso que trabalhar e estudar 
regularmente e com atendimento à carga horária diária que a 
lei reclama para o trabalho e também para o estudo, poderá, 
a cada 3 (três) dias, reduzir 2 (dois) dias de sua pena 
(Renato Marcão) 
Quais as consequências da 
prática de falta grave na 
remição? 
Em caso de falta grave, o juiz poderá revogar até 1/3 (um 
terço) do tempo remido, recomeçando a contagem a partir da 
data da infração disciplinar. 
 
 
PROGRESSÃO DE REGIME 
As penas privativas de liberdade deverão ser executadas em forma progressiva, segundo o 
mérito do condenado. 
O condenado por crime contra a administração pública terá a progressão de regime do 
cumprimento da pena condicionada à reparação do dano que causou, ou à devolução do produto 
do ilícito praticado, com os acréscimos legais. 
 
Regras de Progressão de Regime 
● 1/6 da pena para condenados em crimes comuns 
● 2/5 da pena para condenados em crimes hediondos 
● 3/5 da pena para condenados em crimes hediondos (reincidente) 
● o cumprimento da pena privativa de liberdade também contempla a possibilidade de 
regressão de regime quando: 
1) Cometimento de Falta Grave 
2) Unificação de penas 
 
Limite das penas 
● Tempo Máximo da PPL - O tempo de cumprimento das penas privativas deliberdade não 
pode ser superior a 30 (trinta) anos. 
 
 
 
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● Pluralidade de Condenações - o agente for condenado a penas privativas de liberdade cuja 
soma seja superior a 30 (trinta) anos, devem elas ser unificadas para atender ao limite 
máximo deste artigo. 
 
DAS PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS 
Conceito 
São penas alternativas às privativas de liberdade, expressamente previstas em lei, tendo por fim 
evitar o encarceramento de determinados criminosos, autores de infrações penais consideradas 
mais leves, promovendo-lhes a recuperação através de restrições a certos direitos (Guilherme 
Nucci). 
 
ESPÉCIES 
 
Prestação Pecuniária 
A prestação pecuniária consiste no pagamento em dinheiro à vítima, a seus dependentes ou a 
entidade pública ou privada com destinação social, de importância fixada pelo juiz, não inferior a 1 
(um) salário mínimo nem superior a 360 (trezentos e sessenta) salários mínimos. 
O valor pago será deduzido do montante de eventual condenação em ação de reparação civil, se 
coincidentes os beneficiários. 
Perda de Bens e Valores 
 
 
 
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Destinação - A perda de bens e valores pertencentes aos condenados dar-se-á, ressalvada a 
legislação especial, em favor do Fundo Penitenciário Nacional 
Valor ​- o que for maior: 
● O montante do prejuízo causado ou; 
● O provento obtido pelo agente ou; por terceiro, em conseqüência da prática do crime. 
 
Limitação de Fim de Semana 
A limitação de fim de semana consiste na obrigação de permanecer, aos sábados e domingos, 
por 5 (cinco) horas diárias, em casa de albergado ou outro estabelecimento adequado. 
Prestação de Serviço à Comunidade ou a Entidades Públicas 
Cabimento: A prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas é aplicável às 
condenações superiores a seis meses de privação da liberdade. 
Atividades Desenvolvidas: A prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas 
consiste na atribuição de tarefas ​gratuitas​ ao condenado. 
Local de Cumprimento: A prestação de serviço à comunidade dar-se-á em entidades 
assistenciais, hospitais, escolas, orfanatos e outros estabelecimentos congêneres, em programas 
comunitários ou estatais. 
Forma de Cumprimento: ​As atividades serão atribuídas conforme as aptidões do condenado, 
devendo ser cumpridas à razão de uma hora de tarefa por dia de condenação, fixadas de modo a 
não prejudicar a jornada normal de trabalho. 
Tempo de Cumprimento: ​Se a pena substituída for superior a um ano, é facultado ao condenado 
cumprir a pena substitutiva em menor tempo, nunca inferior à metade da pena privativa de 
liberdade fixada. 
 
Interdição Temporária de Direitos 
As penas de interdição temporária de direitos são: 
a) proibição do exercício de cargo, função ou atividade pública, bem como de mandato 
eletivo; 
b) proibição do exercício de profissão, atividade ou ofício que dependam de habilitação 
especial, de licença ou autorização do poder público; 
c) suspensão de autorização ou de habilitação para dirigir veículo; 
d) proibição de freqüentar determinados lugares; 
e) proibição de inscrever-se em concurso, avaliação ou exame públicos. 
 
 
 
 
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CARACTERÍSTICAS DAS PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS 
Substitutiva: São substitutivas porque derivam da permuta que se faz após a aplicação, na 
sentença condenatória, da pena privativa de liberdade. Não há tipos penais prevendo, no preceito 
secundário, pena restritiva de direito. Portanto, quando juiz aplicar uma pena privativa de 
liberdade, pode substituí-la por uma restritiva, pelo mesmo prazo da primeira (Nucci). 
Autonomia:​ São autônomas porque subsistem por si mesmas após a substituição. 
 
Critérios para a substituição da Pena Privativa de Liberdade em Restritiva de Direito 
 
 
 
Critérios para a Substituição da PPL em PRD 
 
 
 
 
 
 
 
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Condenado Reincidente e Conversão da PRD em PPL 
 
 
 
DA PENA DE MULTA 
Conceito 
A pena de multa consiste no pagamento ao fundo penitenciário da quantia fixada na sentença e 
calculada em dias-multa. Será, no mínimo, de 10 (dez) e, no máximo, de 360 (trezentos e 
sessenta) dias-multa. 
 
Valor do Dia Multa 
O valor do dia-multa será fixado pelo juiz não podendo ser inferior a um trigésimo do maior salário 
mínimo mensal vigente ao tempo do fato, nem superior a 5 (cinco) vezes esse salário. 
O valor da multa será atualizado, quando da execução, pelos índices de correção monetária. 
 
 
 
 
 
 
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Do pagamento da Multa 
Prazo de Pagamento: A multa deve ser paga dentro de 10 (dez) dias depois de transitada em 
julgado a sentença. 
Pagamento em Parcela: A requerimento do condenado e conforme as circunstâncias, o juiz pode 
permitir que o pagamento se realize em parcelas mensais. 
Desconto do Salário: A cobrança da multa pode efetuar-se mediante desconto no vencimento ou 
salário do condenado quando: 
a) aplicada isoladamente; 
b) aplicada cumulativamente com pena restritiva de direitos; 
c) concedida a suspensão condicional da pena. 
 
OBSERVAÇÃO: O desconto não deve incidir sobre os recursos indispensáveis ao 
sustento do condenado e de sua família. 
 
 
Competência para Execução: 
● Posicionamento STJ - a pena pecuniária é considerada dívida de valor e, desse modo, 
possui caráter extrapenal, de forma que sua execução é de competência exclusiva da 
Procuradoria da Fazenda Pública. 
● Posicionamento STF - a multa é de natureza penal e precisa ser executada, 
preferencialmente, pelo Ministério Público. 
 
Critérios especiais da pena de multa 
Critério de Fixação: Na fixação da pena de multa o juiz deve atender, principalmente, à situação 
econômica do réu. A multa pode ser aumentada até o triplo, se o juiz considerar que, em virtude 
da situação econômica do réu, é ineficaz, embora aplicada no máximo. 
Multa Substitutiva (Vicariante): A pena privativa de liberdade aplicada, não superior a 6 (seis) 
meses, pode ser substituída pela de multa. 
 
 
DA APLICAÇÃO DA PENA 
Considerações Gerais 
O Código Penal adotou o sistema trifásico de aplicação da pena, isto é, são três fases utilizadas 
para se chegar ao quantum de pena aplicada ao condenado, são elas: 
a) 1ª Fase​ - Circunstâncias Judiciais (Art. 59 do CP) 
 
 
 
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b) 2ª Fase​ - Circunstâncias Agravantes e Atenuantes 
c) 3ª Fase​ - Causas de Aumento e Diminuição de Pena 
Fundamento - Princípio da Individualização da Pena. 
 
CIRCUNSTÂNCIA JUDICIAIS (ART. 59 DO CP) 
Observações Importantes 
São 08 (oito) circunstâncias judiciais, são elas, culpabilidade, antecedentes, conduta social, 
personalidade do agente, motivos do crime, circunstâncias do crime, consequências do crime, 
bem como o comportamento da vítima. 
Para cada circunstância judicial seja utilizada a fração de 1/8, pois são oito circunstâncias no art. 
59 do CP. 
 
A fração de 1/8 deve ser calculada sobre o resultado da subtração entre a pena máxima e a 
mínima do crime julgado. No delito de furto simples (art. 155, caput, do CP), em que a pena 
mínima é de um ano e a máxima é de quatro anos (4 - 1 = 3 anos), para cada circunstância 
judicial prejudicial, recrudesce-se em 1/8 de 3 anos. E esse quantum incidirá sobre a pena 
mínima para obter-se a pena-base. 
 
Circunstâncias Judiciais 
(​Quadro esquematizado desenvolvido a partir das lições do professor Marcelo Misaka -​ ​Curso 
de Sentença Criminal) 
1) ​Culpabilidade​: Entende-se por culpabilidade a maior ou menor censurabilidade do crime. 
Quanto mais reprovável o delito, maior a culpabilidade. 
2) ​Antecedentes​: deverá ser avaliada a vida pregressa do agente, normalmente o seu 
envolvimento com episódios criminais antes daquele crime que se está a julgar. 
● Obs.: Súmula 444 do STJ: É vedada a utilização de inquéritos policiais e ações penais 
em curso para agravar a pena-base. 
● Segundo o entendimento dessa súmula, maus antecedentes seriam as condenações 
criminais transitadas em julgado antes ou depois da prática do delito julgado, e que não 
caracterizem reincidência (art. 63 do CP). Exs.: aquelas fulminadas pelo período 
depurador da reincidência (art. 64, I, do CP), crimes militares e políticos (art. 64, II, do 
CP) ou a prática de anterior contravenção penal. 
3) ​Conduta Social: Por Conduta Social deve-se entender o comportamento do réu na sua 
comunidade (na família, no emprego, no bairro etc.). Deve ter elementos presentes no autos 
que atestem tal conduta. 
4) ​Personalidade: é a índole do agente, o seu caráter, eventuais traumas da infância, a 
 
 
 
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influência do meio social na formação do indivíduo 
5) ​Motivo do Crime​: Os motivos do crime são as influências internas e externas que levaram o 
sujeito a cometer o delito. Podem ser ou não mais reprováveis. 
6) ​Circunstâncias do Crime​: Nas circunstâncias do crime analisa-se o momento da prática do 
delito: a forma (meios utilizados, quantidade de agentes), o tempo (maior ou menor duração), o 
lugar etc., que demonstrem a necessidade de uma exasperação na pena-base. 
7) ​Consequência do Crime: ​é a extensão dos danos provocados pelo crime. Em crimes 
formais, cujo resultado naturalístico é desnecessário à caracterização da infração penal, a 
ocorrência do resultado naturalístico poderá ser avaliada nesse tópico. Ex.: Num latrocínio em 
que a vítima deixa viúva e filhos desamparados, pois dependiam exclusivamente do salário do 
de cujus. Eventuais traumas psíquicos adquiridos pela vítima após o delito. 
8) ​Comportamento da Vítima: ​contribuição da vítima para a ocorrência do crime, embora não 
tenha o condão de justificar ou excluir o crime, a contribuição da vítima pode tornar o delito 
menos reprovável, influenciando na fixação da pena-base. 
 
 
CIRCUNSTÂNCIAS AGRAVANTES E ATENUANTES 
Considerações Gerais 
Nas palavras de Marcelo Misaka, estabelecida a chamada pena-base, na fase seguinte serão 
perquiridas as circunstâncias agravantes e atenuantes. No Código Penal há um rol de agravantes 
(arts. 61 e 62) e atenuantes (arts. 65 e 66). Doutrina e jurisprudência predominante sustentam 
que, tal qual na fase anterior, o juiz está adstrito aos limites mínimos e máximos da pena. 
● SÚMULA 231 do STJ - A incidência da circunstância atenuante não pode conduzir à 
redução da pena abaixo do mínimo legal. 
Exasperação da Pena 
A jurisprudência tem entendido razoável a fração de 1/6 para cada agravante ou atenuante, 
limitados ao mínimo e máximo do preceito secundário. 
Concurso de agravantes e atenuantes 
No concurso de agravantes e atenuantes, a pena deve aproximar-se do limite indicado pelas 
circunstâncias preponderantes, entendendo-se como tais as que resultam dos motivos 
determinantes do crime, da personalidade do agente e da reincidência. 
Exemplo: presente a agravante do recurso que dificultou a defesa da vítima e a atenuante da 
prática do crime por relevante valor moral, esta deve prevalecer, já que atinente aos motivos do 
crime. Então, a pena deve ser atenuada e não agravada (Marcelo Misaka). 
 
 
 
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Causas de Aumento e Diminuição 
No concurso de causas de aumento ou de diminuição previstas na parte especial, pode o juiz 
limitar-se a um só aumento ou a uma só diminuição, prevalecendo, todavia, a causa que mais 
aumente ou diminua. 
Ex.: o crime tentado, o arrependimento posterior, a semi-imputabilidade quando se opta pela 
prisão, o concurso formal e o crime continuado. Na parte especial do Código Penal, dependerá do 
crime analisado. Destaca-se: no homicídio privilegiado, no homicídio majorado, em lesões 
corporais majoradas, no furto privilegiado etc (Marcelo Misaka) 
Nessa fase o juiz não está confinado aos limites mínimos e máximos do preceito secundário. 
 
 
SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA 
Conceito 
De acordo com Guilherme Nucci, trata-se de um instituto de política criminal, tendo por fim a 
suspensão da execução da pena privativa de liberdade, evitando o recolhimento ao cárcere do 
condenado não reincidente, cuja pena não é superior a dois anos (ou quatro, se septuagenário ou 
enfermo), sob determinadas condições, fixadas pelo juiz, bem como dentro de um período de 
prova predefinido. 
Cabimento 
● Condenação em pena privativa de liberdade não superior a 2 (dois) anos. 
● Condenação em pena privativa de liberdade não superior a 4 (quatro) anos, se o 
condenado for maior de setenta anos de idade, ou razões de saúde justifiquem a 
suspensão. 
 
Requisitos para a concessão do Sursis da Pena 
● o condenado não pode reincidente em crime doloso 
● a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e personalidade do agente, bem como 
os motivos e as circunstâncias autorizem a concessão do benefício 
● Não seja indicada ou cabível a substituição da Pena Privativa de Liberdade em Pena 
Restritiva de Direito. 
 
 
 
 
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Período de Prova 
● Condenado em pena de até 02 (dois) anos (regra geral) - o período de prova será 2 (dois)a 4 (quatro) anos. 
● Condenado em pena não superior a 04 (quatro) anos (​condenado maior de setenta anos 
de idade, ou razões de saúde justifiquem a suspensão) ​- o período de prova será de 4 
(quatro) a 6 (seis) anos. 
 
Forma de Cumprimento 
● Durante o prazo da suspensão, o condenado ficará sujeito à observação e ao cumprimento 
das condições estabelecidas pelo juiz. 
● No primeiro ano do prazo, deverá o condenado prestar serviços à comunidade (Art. 46 do 
CP) ou submeter-se à limitação de fim de semana (Art. 48 do CP). 
 
Revogação Obrigatória 
A suspensão será revogada se, no curso do prazo, o beneficiário: 
a) é condenado, em sentença irrecorrível, por crime doloso. 
b) frustra, embora solvente, a execução de pena de multa ou não efetua, sem motivo 
justificado, a reparação do dano. 
c) não presta serviços à comunidade ou se submete à limitação de fim de semana, no 
primeiro ano do prazo. 
Revogação Facultativa 
A suspensão poderá ser revogada se o condenado descumpre qualquer outra condição imposta 
ou é irrecorrivelmente condenado, por crime culposo ou por contravenção, a pena privativa de 
liberdade ou restritiva de direitos. 
 
Prorrogação do período de prova 
● Se o beneficiário está sendo processado por outro crime ou contravenção, considera-se 
prorrogado o prazo da suspensão até o julgamento definitivo. 
● Quando facultativa a revogação, o juiz pode, ao invés de decretá-la, prorrogar o período de 
prova até o máximo, se este não foi o fixado. 
 
Cumprimento das Condições do Sursis da Pena 
 
 
 
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Expirado o prazo sem que tenha havido revogação, considera-se extinta a pena privativa de 
liberdade. 
 
DO LIVRAMENTO CONDICIONAL 
Conceito 
Trata-se de um instituto de política criminal, destinado a permitir a redução do tempo de prisão 
com a concessão antecipada e provisória da liberdade do condenado, quando é cumprida pena 
privativa de liberdade, mediante o preenchimento de determinados requisitos e a aceitação de 
certas condições (Nucci). 
Natureza Jurídica 
é medida penal restritiva da liberdade de locomoção, que se constitui num benefício ao 
condenado e, portanto, faz parte de seu direito subjetivo, integrando um estágio do cumprimento 
da pena (Nucci). 
Cabimento 
O juiz poderá conceder livramento condicional ao condenado a pena privativa de liberdade igual 
ou superior a 2 (dois) anos 
 
Requisitos Necessários para a Concessão do Livramento Condicional 
● Cumprimento de mais de um terço da pena se o condenado não for reincidente em crime 
doloso e tiver bons antecedentes; 
● Cumprimento de mais da metade se o condenado for reincidente em crime doloso; 
● Comprovado comportamento satisfatório durante a execução da pena, bom desempenho 
no trabalho que lhe foi atribuído e aptidão para prover à própria subsistência mediante 
trabalho honesto; 
● Reparação do dano causado pela infração, salvo efetiva impossibilidade de fazê-lo; 
● Cumprimento de mais de dois terços da pena, nos casos de condenação por crime 
hediondo, prática de tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, tráfico de 
pessoas e terrorismo, se o apenado não for reincidente específico em crimes dessa 
natureza. 
Em suma: 
Condenado não reincidente em crime doloso​ - 1/3 da pena. 
Condenado reincidente em crime doloso ​- mais da metade da pena. 
 
 
 
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Condenado em crime hediondo​ - 2/3 da pena. 
Condenado em crime com violência ou grave ameaça a pessoa - Para o condenado por crime 
doloso, cometido com violência ou grave ameaça à pessoa, a concessão do livramento ficará 
também subordinada à constatação de condições pessoais que façam presumir que o liberado 
não voltará a delinquir. 
 
Revogação do Livramento Condicional 
O livramento condicional será revogado quando: 
Se o liberado vem a ser condenado a pena privativa de liberdade, em sentença irrecorrível: 
a) por crime cometido durante a vigência do benefício 
b) por crime anterior. 
A revogação será facultativa se o liberado deixar de cumprir qualquer das obrigações constantes 
da sentença, ou for irrecorrivelmente condenado, por crime ou contravenção, a pena que não seja 
privativa de liberdade. 
 
Extinção 
Se até o seu término o livramento não é revogado, considera-se extinta a pena privativa de 
liberdade. 
Havendo prática de crime durante o livramento condicional, o juiz não poderá declarar extinta a 
pena, enquanto não passar em julgado a sentença em processo a que responde o liberado, por 
crime cometido na vigência do livramento. 
 
 
 
EFEITOS DA CONDENAÇÃO 
 
Constitui-se em efeito genérico da condenação: 
a) A obrigação de indenizar o dano causado pelo crime. 
b) A perda em favor da União, ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa-fé, dos 
instrumentos do crime (desde que consistam em coisas cujo fabrico, alienação, uso, porte 
ou detenção constitua fato ilícito) do produto do crime ou de qualquer bem ou valor que 
constitua proveito auferido pelo agente com a prática do fato criminoso. 
 
Constitui-se em efeito específico da condenação: 
a) a perda de cargo, função pública ou mandato eletivo quando aplicada pena privativa de 
liberdade por tempo igual ou superior a um ano, nos crimes praticados com abuso de 
 
 
 
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poder ou violação de dever para com a Administração Pública ou quando for aplicada pena 
privativa de liberdade por tempo superior a 4 (quatro) anos nos demais casos. 
b) incapacidade para o exercício do poder familiar, da tutela ou da curatela nos crimes 
dolosos sujeitos à pena de reclusão cometidos contra outrem igualmente titular do mesmo 
poder familiar, contra filho, filha ou outro descendente ou contra tutelado ou curatelado. 
c) a inabilitação para dirigir veículo, quando utilizado como meio para a prática de crime 
doloso. 
 
OBSERVAÇÃO: Os efeitos específicos não são automáticos, devendo ser 
motivadamente declarados na sentença. 
 
 
 
DA REABILITAÇÃO 
Conceito 
Reabilitação é a declaração judicial de que estão cumpridas ou extintas as penas impostas ao 
sentenciado, que assegura o sigilo dos registros sobre o processo e atinge os efeitos da 
condenação (Ricardo Andreucci). 
 
Cabimento 
A reabilitação alcança quaisquer penas aplicadas em sentença definitiva, assegurando ao 
condenado o sigilo dos registros sobre o seu processo e condenação. 
 
Prazo para Requerimento da Reabilitação 
A reabilitação poderá ser requerida, decorridos 2 (dois) anos do dia em que for extinta, de 
qualquer modo, a pena ou terminar sua execução, computando-se o período de prova da 
suspensão e o do livramento condicional, se não sobrevier revogação. 
 
Requisitos para a Reabilitação 
a) domicílio no País 
b) demonstração efetiva e constante de bom comportamentopúblico e privado; 
 
 
 
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c) ressarcimento do dano causado pelo crime ou demonstração da absoluta impossibilidade 
de o fazer, até o dia do pedido, ou exiba documento que comprove a renúncia da vítima ou 
novação da dívida. 
 
OBSERVAÇÃO: ​Negada a reabilitação, poderá ser requerida, a qualquer tempo, 
desde que o pedido seja instruído com novos elementos comprobatórios dos 
requisitos necessários. 
 
 
Revogação da Reabilitação 
A reabilitação será revogada, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, se o reabilitado 
for condenado, como reincidente, por decisão definitiva, a pena que não seja de multa. 
 
EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE 
 
 
 
OBSERVAÇÃO: A extinção da punibilidade de crime que é pressuposto, elemento 
constitutivo ou circunstância agravante de outro não se estende a este. Nos crimes 
conexos, a extinção da punibilidade de um deles não impede, quanto aos outros, a 
agravação da pena resultante da conexão. Ex.: não é porque o furto prescreveu, 
extinguindo-se a punibilidade do agente, que a punibilidade da receptação sofrerá 
 
 
 
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qualquer arranhão, ou porque a ameaça deixa de ser considerada delito que o roubo será afetado 
(Nucci). 
 
 
PRESCRIÇÃO 
Conceito 
Nas palavras de Ricardo Andreucci, prescrição é a perda do direito de punir do Estado pelo 
decurso do tempo. Esse instituto tem sua justificativa no desaparecimento do interesse estatal na 
repressão ao crime, em razão do tempo decorrido, já não havendo mais sentido na punição 
tardia. 
 
 
Espécies 
 
 
 
PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA 
Conceito 
Ainda nas lições de Ricardo Andreucci, nesse tipo de prescrição, o decurso do tempo faz com 
que o Estado perca o jus puniendi (direito de punir), consubstanciado no direito de invocar o 
Poder Judiciário para aplicar a sanção ao autor do crime pelo fato cometido. 
Prazos 
A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, regula-se pelo máximo da pena 
privativa de liberdade cominada ao crime. 
 
 
 
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PATAMAR MÁXIMO DA PPL TEMPO PARA PRESCRIÇÃO 
se o máximo da pena é superior a doze 20 (vinte) anos 
se o máximo da pena é superior a oito anos e 
não excede a doze 
16 (dezesseis) anos 
 se o máximo da pena é superior a quatro 
anos e não excede a oito 
12 (doze) anos 
se o máximo da pena é superior a dois anos e 
não excede a quatro 
08 (oito) anos 
se o máximo da pena é igual a um ano ou, 
sendo superior, não excede a dois; 
04 (quatro) anos 
se o máximo da pena é inferior a 1 (um) ano 03 (três) anos 
 
 
OBSERVAÇÃO: no concurso de crimes, seja material, seja formal, seja crime 
continuado, a prescrição incide sobre cada infração, isoladamente (Andreucci). 
 
 
Redução dos Prazos da Prescrição 
São reduzidos de metade os prazos de prescrição quando o criminoso era, ao tempo do crime, 
menor de 21 (vinte e um) anos, ou, na data da sentença, maior de 70 (setenta) anos. 
 
Prazo Prescricional e Penas Restritivas de Direitos 
Aplicam-se às penas restritivas de direito os mesmos prazos previstos para as privativas de 
liberdade. 
 
Início do Prazo da Prescrição Punitiva 
Nos termos do Art.111 do CP, a prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, 
começa a correr: 
a) do dia em que o crime se consumou 
b) no caso de tentativa, do dia em que cessou a atividade criminosa 
 
 
 
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c) nos crimes permanentes, do dia em que cessou a permanência 
d) nos de bigamia e nos de falsificação ou alteração de assentamento do registro civil, da 
data em que o fato se tornou conhecido 
e) nos crimes contra a dignidade sexual de crianças e adolescentes, previstos neste Código 
ou em legislação especial, da data em que a vítima completar 18 (dezoito) anos, salvo se a 
esse tempo já houver sido proposta a ação penal. 
 
Interrupção do Prazo da Prescrição Punitiva 
Interromper a prescrição significa recomeçar, por inteiro, o prazo prescricional. Ex.: se após o 
decurso de 2 anos do lapso prescricional, de um total de 4, houver a ocorrência de uma causa 
interruptiva, o prazo recomeça a correr integralmente (Guilherme Nucci). O rol de causas que 
interrompem a prescrição é taxativo, são elas: 
a) recebimento da denúncia ou da queixa 
b) decisão de pronúncia (tribunal do júri) 
c) decisão confirmatória da pronúncia (hipótese de o tribunal pronunciar o réu, anteriormente 
impronunciado ou absolvido sumariamente pelo juiz) 
d) publicação da sentença ou acórdão condenatórios recorríveis 
e) início ou continuação do cumprimento da pena 
f) reincidência 
 
Observações Importantes 
● a interrupção da prescrição produz efeitos relativamente a todos os autores do crime, 
exceto nos casos de início ou continuação do cumprimento da pena ou reincidência. 
● nos crimes conexos, que sejam objeto do mesmo processo, estende-se aos demais a 
interrupção relativa a qualquer deles (ex.: Homicídio e Porte Ilegal de Arma de Fogo, com a 
decisão de pronúncia do réu, a interrupção da prescrição atinge o crime principal, 
homicídio, bem como o crime conexo, Porte Ilegal de Arma de Fogo) 
● Com a interrupção da prescrição, todo o prazo começa a correr, novamente, do dia da 
interrupção, exceto no caso de início ou continuação do cumprimento da pena. 
 
 
 
PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO EXECUTÓRIA 
Conceito 
 
 
 
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Na prescrição da pretensão executória, o decurso do tempo sem o exercício do jus puniendi faz 
com que o Estado perca o direito de executar a sanção imposta pela sentença condenatória. 
ocorre após o trânsito em julgado da sentença condenatória (Ricardo Andreucci). 
Prazos 
A prescrição depois de transitar em julgado a sentença condenatória regula-se pela pena aplicada 
e verifica-se nos prazos fixados para a prescrição da pretensão punitiva, os quais se aumentam 
de um terço, se o condenado é reincidente. 
Assim sendo: 
Se Mévio (não reincidente) é condenado a 4 (quatro) anos pela prática de roubo simples o prazo 
prescricional será determinado pela pena imposta na sentença condenatória, atingindo o seu 
reconhecimento apenas o efeito principal da condenação (sanção) e não os efeitos secundários, 
nesse caso, o prazo prescricional será de 08 (oito) anos para executar a sentença condenatória. 
 
Início do prazo da Pretensão Executória 
Nos termos do art. 112 do CP, a prescrição começa a corre: 
a) do dia em que transita em julgado a sentençacondenatória, para a acusação, ou a que 
revoga a suspensão condicional da pena ou o livramento condicional. 
b) do dia em que se interrompe a execução, salvo quando o tempo da interrupção deva 
computar-se na pena. 
 
PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE 
É a prescrição da pretensão punitiva, com base na pena aplicada, com trânsito em julgado para a 
acusação ou desde que improvido seu recurso, que ocorre entre a sentença condenatória e o 
trânsito em julgado desta (Guilherme Nucci). 
 
 
PRESCRIÇÃO RETROATIVA 
Para a verificação da prescrição retroativa, deve-se tomar a pena em concreto aplicada ao réu e, 
em seguida, adequá-la a um dos prazos estabelecidos nos incisos do art. 109. Encontrado o 
valor, deve-se tentar colocá-lo entre a data do recebimento da denúncia ou queixa e a data da 
publicação da sentença condenatória (Ricardo Andreucci). 
 
Prescrição da 
Pretensão Punitiva 
Prescrição 
Retroativa 
Prescrição 
Intercorrente 
Prescrição da 
Pretensão 
 
 
 
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 Executória 
 
Antes do 
Recebimento da 
Denúncia 
 
 
Regula-se pelo 
máximo da pena 
privativa de liberdade 
aplicado ao crime 
Do Recebimento da 
Denúncia até a 
Sentença 
 
Atinge a Pretensão 
Punitiva, ou seja, o 
Estado perde o direito 
de punir pelo decurso 
do tempo. 
 
Regula-se pela pena 
aplicada 
 
Ocorre entre a 
sentença 
condenatória e o 
trânsito em julgado 
desta. 
 
Atinge a Pretensão 
Punitiva, ou seja, o 
Estado perde o direito 
de punir pelo decurso 
do tempo. 
 
Regula-se pela pena 
aplicada 
Depois de transitar 
em julgado a 
sentença ou acórdão 
condenatório 
 
Atinge a Pretensão de 
Executar a pena, 
apesar do Estado ter 
exercido seu ​jus 
puniendi​. 
 
Regula-se pela pena 
aplicada 
 
 
PRESCRIÇÃO ANTECIPADA OU VIRTUAL 
Nas palavras de Ricardo Andreucci, prescrição antecipada, também chamada de virtual, 
baseia-se na falta de interesse de agir do Estado e tem por escopo evitar que eventual 
condenação não tenha função al-guma, desprestigiando a Justiça Pública. Considera-se a pena 
que seria aplicada ao criminoso em vista das circunstâncias do caso concreto, pena esta que, 
após os trâmites processuais, já estaria prescrita. 
 
OBSERVAÇÃO: ​Súmula 438 do Superior Tribunal de Justiça - É inadmissível a 
extinção da punibilidade pela prescrição da pretensão punitiva com fundamento em 
pena hipotética, independentemente da existência ou sorte do processo penal. 
 
 
 
 
2. PARTE ESPECIAL – DOS CRIMES CONTRA A VIDA 
 
 
 
 
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FUNDAMENTO CONSTITUCIONAL E INTERNACIONAL DE PROTEÇÃO DO BEM JURÍDICO 
“VIDA” 
Constituição Federal de 1988: Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer 
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do 
direito à vida​, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade [...] 
Pacto de San José da Costa Rica​: Art. 4º Toda pessoa tem o direito de que se respeite sua 
vida​. Esse direito deve ser protegido pela lei e, em geral, desde o momento da concepção. 
Ninguém pode ser privado da vida arbitrariamente. 
Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948: Artigo 3º Todo o homem tem ​direito à vida​, 
à liberdade e à segurança pessoal. 
 
 
TITULAR DO DIREITO À VIDA 
Pessoa Humana (Vida Extrauterina): é toda pessoa que possui personalidade jurídica de acordo 
com a lei civil, nesse sentido, personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida (Art. 
2º, 1ª parte, do Código Civil). 
● Crimes Aplicáveis 
➔ Homicídio (Doloso e Culposo) 
➔ Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio. 
➔ Infanticídio. 
 
Nascituro (Vida Intrauterina)​: é todo aquele que ainda não nasceu com vida, mas que está em 
desenvolvimento no útero materno, por conseguinte, a lei põe a salvo, desde a concepção, os 
direitos do nascituro (Art. 2º, 1ª parte, do Código Civil). 
● Crimes Aplicáveis 
➔ Aborto 
 
 
DOS CRIMES EM ESPÉCIE 
 
1) ​Homicídio (Art. 121 do CP) 
Conceito​: De acordo com Celso Delmanto, o homicídio é a eliminação da vida de uma pessoa 
praticada por outra. Consiste no simples fato de matar (núcleo do tipo) alguém (objeto material). 
 
Modalidades: 
 
 
 
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Modalidades de 
Homicídio 
Observações Importantes 
Homicídio Simples 
(Art. 121, ​caput, ​do 
CP) 
É aquele em que não ocorrem as hipóteses privilegiadas do § 1º ou 
as qualificadas do § 2º (Caráter Subsidiário). 
 
Obs.: É hediondo o homicídio simples (art. 121, caput) quando 
praticado em ​atividade típica de grupo de extermínio , ainda que 
cometido por um só agente. 
 
Homicídio 
Privilegiado​ ​ (Art. 
121, § 1º​, ​do CP) 
Ocorre quando o agente comete o crime ​impelido (dominado)​ por: 
a) motivo de relevante valor social ou moral 
● Valor Moral: diz respeito aos interesses pessoais do 
agente (ex.: o pai mata o agente que estuprou sua 
filha). 
● Valor Social: diz respeito ao motivo nobre ligado a 
questões de interesse coletivo (ex.: matar alguém que 
tenha traído a pátria). 
b) sob o domínio de violenta emoção, ​logo em seguida a injusta 
provocação da vítima. 
● Fórmula = injusta provocação + emoção violenta + 
reação em seguida 
● Violenta emoção: quando o sujeito está dominado 
pela excitação dos seus sentimentos (ódio, desejo de 
vingança, amor exacerbado, ciúme intenso) e foi 
injustamente provocado pela vítima, momentos antes 
de tirar-lhe a vida (Nucci). 
 
Homicídio Privilegiado X Atenuante genérica do art. 65, III, c, última 
parte, do CP (Guilherme Nucci) 
 
a) para o privilégio exige a lei que o agente esteja dominado 
pela violenta emoção e não meramente influenciado, como 
mencionado no caso da atenuante 
b) determina a causa de diminuição de pena que a reação à 
injusta provocação da vítima se dê logo em seguida, 
enquanto a atenuante nada menciona nesse sentido. 
 
Efeito: 
 
 
 
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O juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço. 
 
Homicídio 
Qualificado (Art. 
121, § 2°, do CP) 
 
Ocorre quando o homicídio é praticado: 
 
● mediante paga ou promessa de recompensa, ou por 
outro motivo torpe; 
 
Mediante paga ou promessa de recompensa: é o chamado 
homicídio mercenário, que o agente pratica por motivo de 
pagamento (predomina o entendimento de que deve ter valor 
econômico). 
 
 
Motivo Torpe: Cuida-se do móvel abjeto, de razão soez, 
baixa, ignóbil, repugnante, tais como “o prazer do mal, o 
desenfreio da lascívia, a vaidade criminal, o despeito da 
imoralidade contrariada” (André Estefam) 
 
Ex.: homicídio cometido em razão da homossexualidade da 
vítima; falta de pagamento de dívida; para ficarcom o 
dinheiro do seguro de vida e etc. 
 
● por motivo fútil; 
 
Motivo Fútil: É fútil o homicídio praticado por motivo 
insignificante, sem importância, totalmente desproporcionado 
em relação ao crime, em vista de sua banalidade (Celso 
Delmanto). 
 
Ex.: um operário, na hora do almoço coletivo, matou seu 
companheiro de serviço porque este lhe furtara uma banana. 
 
 
● com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura 
ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa 
resultar perigo comum; 
 
Veneno: É o chamado venefício, isto é, homicídio cometido 
com utilização de veneno. Entende-se por veneno, de acordo 
com André Estefam, qualquer substância química, animal ou 
vegetal que, uma vez ministrada no organismo, é apta a 
causar perigo à vida ou à saúde da vítima. 
 
 
 
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Fogo: Como exemplo, cite-se o deitar combustível e atear 
fogo ao corpo da vítima. 
 
Explosivo:​ substância capaz de gerar explosão. 
 
Asfixia: Pode ser mecânica (ex.: enforcamento, afogamento 
etc.) ou tóxica (ex.: gás asfixiante) 
 
Tortura: É o suplício, que causa atroz e desnecessário 
padecimento (Celso Delmanto). 
 
Ainda nas lições de Celso Delmanto, a tortura geralmente é 
física, mas também pode ser moral, desde que exacerba o 
sofrimento da vítima. 
 
Observe-se que o homicídio qualificado pelo emprego de 
tortura não se confunde com o crime de tortura do qual 
resulte morte (art. 1o, § 3o, da Lei no 9.455/97). Necessário 
verificar o dolo do agente. 
 
Outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar 
perigo comum: 
 
Meio Insidioso: É o meio dissimulado. Como exemplo, 
a armadilha mortífera, o meio fraudulento. 
 
Meio Cruel: é o meio que faz sofrer além do 
necessário. 
 
Meio que possa resultar de perigo comum: É aquele 
que pode alcançar indefinido número de pessoas. 
 
● à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou 
outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa 
do ofendido; 
 
Traição: É o ataque sorrateiro, praticado inesperadamente 
(traição física) ou quebra de confiança entre agente (traição 
moral). 
 
Emboscada: É a tocaia, com o agente escondido à espera 
da vítima. 
 
 
 
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Dissimulação: o agente esconde ou disfarça o seu propósito, 
para atingir o ofendido desprevenido. Pode ser moral 
(quando o agente dá falsas mostras de amizade para captar 
a atenção da vítima) ou material (utilização de disfarce). 
 
 
● para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade 
ou vantagem de outro crime 
 
Homicídio Teleológico: As qualificadoras do inciso V trazem 
o elemento subjetivo do tipo, constituído pelo especial fim de 
agir. 
 
Feminicídio (Art. 
121, § 2°, VI, do 
CP) 
Também qualifica o homicídio quando praticado contra a mulher por 
razões da condição de sexo feminino. 
 
Considera-se que há razões de condição de sexo feminino quando 
o crime envolve: 
 
a) Violência doméstica e familiar; 
b) Menosprezo ou discriminação à condição de mulher. 
 
Majorantes 
A pena do feminicídio é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade 
se o crime for praticado: 
 
● durante a gestação ou nos 3 (três) meses posteriores ao 
parto; 
 
● contra pessoa menor de 14 (catorze) anos, maior de 60 
(sessenta) anos, com deficiência ou portadora de doenças 
degenerativas que acarretem condição limitante ou de 
vulnerabilidade física ou mental; 
 
● na presença física ou virtual de descendente ou de 
ascendente da vítima; 
 
● em descumprimento das medidas protetivas de urgência 
Praticados em Também qualifica o homicídio quando praticado contra contra 
 
 
 
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Face de Agentes 
da Segurança 
Pública e Forças 
Armadas (Art. 
121, § 2°, VII, do 
CP) 
 
autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição 
Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de 
Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, 
ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até 
terceiro grau, em razão dessa condição. 
 
Forças Armadas: ​Constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela 
Aeronáutica (Art. 142 da CF/88). 
 
Agentes da Segurança Pública: A segurança pública é exercida 
para a preservação da ordem pública e da incolumidade das 
pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos: 
● Polícia federal; 
● Polícia rodoviária federal; 
● Polícia ferroviária federal; 
● Polícias civis; 
● Polícias militares 
● Corpos de bombeiros militares. 
 
Objeto Material:​ É a vida humana extrauterina. 
 
Sujeito Ativo:​ Pode ser qualquer pessoa (crime comum). 
 
Sujeito Passivo:​ Qualquer ser humano com vida. 
 
Tipo Objetivo: Pode ser praticado mediante ação (modalidade comissiva) ou omissão 
(modalidade omissiva), nos casos em que há o dever jurídico de agir. 
 
Majorantes: a pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é praticado contra pessoa menor 
de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos. 
 
Consumação e Tentativa: Com o evento morte (crime instantâneo de efeitos permanentes). A 
morte ocorre com a cessação do funcionamento cerebral, circulatório e respiratório. É possível 
a tentativa (crime material) 
 
Homicídio Culposo:​ Admite-se a modalidade culposa. 
● Majorante - No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço): 
a) se o crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício. 
b) se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, não procura diminuir as 
conseqüências do seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante. 
 
Perdão Judicial: Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as 
conseqüências da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal 
 
 
 
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se torne desnecessária. 
 
OBSERVAÇÃO: De acordo com Celso Delmanto, as conseqüências podem ser 
físicas (ex.: ferimentos no agente) como morais (morte ou lesão em parentes, em 
pessoas ligadas ao agente por afinidade ou por laços de afeto, como amásio, noivo, 
namorado, amigo). 
 
 
 
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2)​ Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio (Art. 122 do CP) 
Conceito: Consiste em induzir ou instigar (núcleo do tipo) alguém (objeto material) a suicidar-se 
ou prestar-lhe auxílio para que o faça. Nas reflexões de Celso Delmanto, embora o suicídio não 
seja ilícito penal, a lei pune o comportamento de quem induz,instiga ou auxilia outrem a 
suicidar-se. 
 
Das Penas: 
● Se o suicídio se consuma - pena de reclusão de dois a seis anos (não admite sursis 
processual) 
● Se resulta em lesão corporal de natureza grave - pena de reclusão de um a três anos 
(admite sursis processual) 
 
Majorantes​ - A pena é duplicada: 
● se o crime é praticado por ​motivo egoístico​; 
● se a vítima é ​menor​ ou tem diminuída, por qualquer causa, a ​capacidade de resistência​. 
Obs.: Diminuída ≠ ausência - se a vítima não possuía qualquer capacidade de resistência 
(ausência) o delito será de homicídio. 
Nas lições de Celso Delmanto, poderá haver homicídio se a vítima é forçada a suicidar-se, ou 
não tem resistência alguma. 
 
Objeto Material:​ É a vida humana extrauterina. 
 
Sujeito Ativo:​ Pode ser qualquer pessoa (crime comum). 
 
Sujeito Passivo: Qualquer pessoa (desde que tenha discernimento, senão o crime poderá ser 
homicídio). 
 
Núcleos do Tipo: 
● Induzir - é o mesmo que incitar. 
● Instigar - consiste em estimular ideia já existente. 
● Auxiliar - consiste em ajudar materialmente. 
 
Consumação:​ Com a morte da vítima ou ocorrência de lesão corporal grave (crime material). 
 
Tentativa: Predomina o entendimento negativo, dado que o tipo penal condiciona a 
punibilidade do ato à ocorrência do resultado morte ou lesão corporal grave. Assim, se a 
pessoa sobreviver ao tresloucado ato e não sofrer lesões ou forem estas leves, o fato será 
penalmente atípico (André Estefam). 
3)​ Infanticídio (Art. 123 do CP) 
Conceito: consiste em matar (núcleo do tipo), sob a influência do estado puerperal (elemento 
fisiopsicológico), o próprio filho (Objeto Material), durante o parto ou logo após (elemento 
 
 
 
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normativo temporal). 
 
Delmanto define como um crime semelhante ao homicídio, que recebe, porém, especial 
diminuição de pena por motivos fisiopsicológicos (influência do estado puerperal). 
 
Objeto Material:​ O bem juridicamente protegido é a vida do nascente ou do neonato. 
 
Sujeito Ativo:​ Só a mãe (crime próprio). 
 
Concurso de Pessoas é admissível? Sim! - HIPÓTESES (utilizando o raciocínio 
desenvolvido pelo professor Rogério Greco) 
 
a) a parturiente e o terceiro executam a conduta núcleo do tipo do art. 123, ou seja, ambos 
praticam comportamentos no sentido de causar a morte do recém-nascido 
b) somente a parturiente executa a conduta de matar o próprio filho, com a participação do 
terceiro 
c) somente o terceiro executa a conduta de matar o filho da parturiente, contando com o 
auxílio desta 
 
● A gestante, que atua influenciada pelo estado puerperal, causando a morte do 
próprio filho logo após o parto, deverá ser responsabilizada pelo infanticídio. 
● O terceiro, que também executa a ação de matar, da mesma forma, deverá 
responder pelo mesmo. 
 
Justificativa - Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, 
salvo quando elementares do crime (Art. 30 do CP). O Estado Puerperal se constitui 
elementar do crime do art. 122 do CP, por conseguinte, esta circunstância se comunica 
com eventual terceiro que pratique o crime, em concurso de pessoas, nas formas 
supramencionada. 
 
Estado Puerperal: Trata-se de confusão alucinatória que se dá em momento distante no 
nascimento da criança, embora esteja associada às alterações hormonais e emocionais 
decorrentes do parto (André Estefam). 
 
Obs.: Se a agente era inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de 
determinar-se de acordo com esse entendimento, será isento de pena. 
 
Consumação e Tentativa:​ Com a morte do nascente ou recém-nascido. É possível a tentativa. 
4) ​Aborto (Art. 124 a 129 do CP) 
Conceito: Aborto, para efeitos penais, é a interrupção intencional do processo de gravidez, com 
a morte do feto (Celso Delmanto). 
 
 
 
 
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Do começo da tutela penal da vida humana intrauterina: Entende-se pelo início da gravidez, por 
conseguinte, a proteção penal ocorre desde a fase em que as células germinais se fundem, 
com a resultante ​constituição do ovo​, até aquela em que se inicia o processo de parto (Damásio 
de Jesus). 
 
Modalidades: 
 
a) ​Aborto provocado pela gestante ou com seu consentimento (Art. 124 do CP) 
● Conceito: consiste no fato da gestante provocar aborto em si mesma (autoaborto) ou 
consentir que outrem lho provoque. 
● Crime Duplo: De acordo com Celso Delmanto, a gestante que consente em que outrem 
lhe pratique o aborto, incide no art. 124. Todavia, quem pratica os atos materiais do 
aborto incorre nas penas do art. 126 (aborto com consentimento da gestante ou 
consensual). 
 
OBSERVAÇÃO: ​Ainda nas lições de Celso Delmanto, quem apenas auxilia a 
gestante, induzindo, indicando, instigando, acompanhando, pagando etc., será 
copartícipe do crime do art. 124 e não do art. 126 do CP. A coautoria do art. 126 
deve ser reservada, apenas, a quem eventualmente auxilie o autor da execução 
material do aborto (exs.: enfermeira, anestesista etc.). 
 
b)​ ​Aborto provocado por terceiro (Art. 125 e 126 do CP) 
● Sem o consentimento da Gestante (Art. 125 do CP) 
➔ Conceito:​ consiste em provocar aborto, sem o consentimento da gestante. 
➔ Formas: pode ser praticado por meio de violência real (violência, grave ameaça ou 
fraude) ou presumida (menor de 14 anos, alienada ou débil mental). 
● Com o consentimento da Gestante (Art. 126 do CP) 
➔ Conceito:​ consiste em provocar aborto, com o consentimento da gestante. 
 
OBSERVAÇÃO: se a gestante não é maior de quatorze anos, ou é alienada ou 
débil mental, ou se o consentimento é obtido mediante fraude, grave ameaça ou 
violência, aplica-se a pena do crime de aborto praticado sem o consentimento da 
gestante (Art. 125 do CP) 
 
c) ​Aborto Majorado (Art. 127 do CP) 
● As penas cominadas ao aborto provocado por terceiro, com ou sem o consentimento da 
gestante, são aumentadas de: 
➔ um terço, se, em consequência do aborto ou dos meios empregados para 
provocá-lo, a gestante sofre lesão corporal de natureza grave; 
➔ são duplicadas, se, por qualquer dessas causas, lhe sobrevém a morte. 
 
 
 
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d)​ Aborto Legal (Art. 128 do CP) 
Em duas hipóteses diferentes, o legislador declara lícito o aborto, excluindo a sua 
antijuridicidade, quais sejam, o aborto necessário e o aborto sentimental. 
 
● Aborto Necessário: é aquele realizado se não há outro meio de salvar a vida da 
gestante. 
● Aborto Sentimental: Trata-se do aborto também denominado ético ou humanitário, 
levando-se em consideração a saúde psíquica da mãe decorrente do trauma causado 
pelo crime sexual de que foi vítima (Celso Delmanto). 
Regras: 
➔ se a gravidez resulta de estupro. 
➔ o aborto deve ser precedido de consentimento da gestante ou, quando incapaz,de seu representante legal. 
 
Obs.: Devem ser realizados por MÉDICO. 
 
Sujeito Ativo: 
a) Gestante: No autoaborto (art. 124, primeira parte), ou no aborto consentido (art. 124, 
segunda parte). 
b) Terceiro: ​ Nos crimes dos arts. 125 e 126 do CP. 
 
Sujeito Passivo:​ é o nascituro. 
 
Objeto Material:​ a vida humana intrauterina. 
 
Consumação e Tentativa:​ Com a morte do nascituro. 
 
 
 
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3. PARTE ESPECIAL - DAS LESÕES CORPORAIS 
 
CONSIDERAÇÕES GERAIS 
Conceito de Lesão Corporal 
De acordo com Guilherme de Souza Nucci, as lesões corporais se constituem uma ofensa física 
voltada à integridade ou à saúde do corpo humano. Não se enquadra neste tipo penal qualquer 
ofensa moral. Para a configuração do tipo é preciso que a vítima sofra algum dano ao seu corpo, 
alterando-se interna ou externamente, podendo, ainda, abranger qualquer modificação prejudicial 
à sua saúde, transfigurando-se qualquer função orgânica ou causando-lhe abalos psíquicos 
comprometedores. 
 
Núcleo do Tipo 
Consiste em ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem (Art. 129 do CP). A ofensa é 
deve ser dirigida da outra pessoa, não se pune a autolesão no direito penal, salvo quando o 
agente, pretendendo obter indenização ou valor de seguro, fere o próprio corpo, mutilando-se 
(crime de estelionato). 
 
MODALIDADES 
Lesão Corporal Simples ou Leve (Art. 129, caput, do CP) 
 
 
 
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● Por integridade corporal entende-se a alteração, anatômica ou funcional, interna ou 
externa, que lese o corpo (ex.: ferimentos, cortes, luxações, fraturas etc.). 
● O dano à saúde compreende a alteração fisiológica ou psíquica. 
 
Lesão Corporal de Natureza Grave (Art. 129, § 1º, do CP) 
Ocorre se resulta em: 
a) Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta dias 
● Ocupação habitual é toda e qualquer atividade regularmente desempenhada pela 
vítima, e não apenas a sua ocupação laborativa (Nucci) 
● Para a prova do prazo da incapacidade é exigido perícia, podendo ser suprida pela 
prova testemunhal (Art. 168,§ 2º, do CP). 
b)​ Perigo de vida 
● Perigo de vida é a probabilidade, concreta e efetiva, de morte, como consequência 
da lesão ou do processo patológico que esta originou. Não é presumido, precisa ser 
provado. 
c) ​Debilidade permanente de membro, sentido ou função 
● De acordo com Celso Delmanto, Debilidade é a redução da capacidade funcional. 
Permanente é a debilidade cuja cessação não se prevê, aquela que não muda com 
o tempo. 
● A debilidade não precisa ser perpétua, contentando-se que seja duradoura (sem 
previsão para cura) 
d)​ Aceleração de parto 
● É a antecipação do nascimento, a saída do feto vivo, antes do prazo normal. 
 
Lesão Corporal de Natureza Gravíssima (Art. 129, § 2º, do CP) 
Hipóteses: 
a) Incapacidade permanente para o trabalho; 
● Trata-se da inaptidão duradoura para exercer qualquer atividade laborativa lícita 
(Nucci) 
● O conceito é econômico e a expressão “trabalho” costuma ser entendida em sentido 
genérico (Celso Delmanto) 
b) ​Enfermidade incurável; 
● De acordo com Celso Delmanto, é a doença (física ou mental) cuja curabilidade não 
é alcançada pela Medicina, em seus recursos e conhecimentos atuais. 
 
 
 
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Direito Penal - Volume 2 | 5ª ed. 
 
● Uma vez condenado o autor da agressão por lesão gravíssima, consistente em ter 
gerado ao ofendido uma enfermidade incurável, não cabe revisão criminal caso a 
medicina evolua, permitindo a reversão da doença (Nucci). 
c) ​Perda ou inutilização do membro, sentido ou função; 
● De acordo com Guilherme Nucci, a perda implica destruição ou privação de algum 
membro (ex.: corte de um braço), sentido (ex.: aniquilamento dos olhos) ou função 
(ex.: ablação da bolsa escrotal, impedindo a função reprodutora); 
● Inutilização quer dizer falta de utilidade. 
d)​ Deformidade permanente; 
● A lei requer que ela seja permanente, isto é, indelével e irrecuperável pela atuação 
do tempo ou da Medicina (Celso Delmanto). 
● É posição majoritária a exigência de ser a lesão visível, causadora de 
constrangimento ou vexame à vítima, e irreparável. Citam-se como exemplos as 
cicatrizes de larga extensão em regiões visíveis do corpo humano, que possam 
provocar reações de desagrado ou piedade (tais como as causadas pela 
vitriolagem, isto é, o lançamento de ácido no ofendido), ou a perda de orelhas, 
mutilação grave do nariz, entre outros (Guilherme Nucci - embora o autor discorde 
de tal posição majoritária em sua obra). 
e) ​Aborto: 
● É necessário que o resultado qualificador (aborto) ocorra na forma culposa (já que o 
dolo é de lesionar) 
 
Lesão corporal seguida de morte (Art. 129, ​ § ​3​º​ , do CP) 
● Ocorre quando a lesão resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o agente não quis 
o resultado (dolo direto), nem assumiu o risco de produzí-lo (dolo eventual). 
● O legislador deixou nítida a exigência de dolo no antecedente (lesão corporal) e somente a 
forma culposa no evento subsequente (morte da vítima). 
Lesão corporal seguida de privilegiada (Art. 129, § § 4° e 5° , do CP) 
● Se o agente comete o crime impelido por ​motivo de relevante valor social ou moral ou ​sob 
o domínio de violenta emoção​, logo em seguida a injusta provocação da vítima​, o juiz pode 
reduzir a pena de um sexto a um terço. A pena, não havendo lesões graves, poderá ser 
substituída por multa. 
● A pena será substituída por multa, se as lesões são recíprocas, ausente a gravidade das 
mesmas. 
Lesão Corporal Culposa (Art. 129, ​§ 6º​, do CP) 
Admite a modalidade Culposa: Tratando-se de lesão corporal culposa, não há forma grave nem 
gravíssima. 
 
 
 
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Admite-se o Perdão Judicial: o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as conseqüências da 
infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se torne 
desnecessária 
 
Lesão Corporal Majorada ​(Art. 129, § 7º, do CP) 
Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se ocorrer 
 
● Inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício. 
● Se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, não procura diminuir as 
consequências do seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante. 
● Se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) 
anos. 
 
A pena é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se: 
 
● O crime for praticado por milícia privada, sob o pretexto de prestação de serviço de 
segurança, ou por grupo de extermínio. 
 
Lesão Corporal praticada em contexto de Violência Doméstica ​(Art. 129, § 7º, do CP) 
É a Lesão praticada contra

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