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ECA - Guarda 2

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FAMÍLIA SUBSTITUTA
• A regra é a permanência das crianças e 
adolescentes com a família biológica, mas, 
como vimos, em alguns casos devem ser 
direcionados à famílias substitutas.
• Três modalidades: guarda, tutela e adoção
GUARDA
GUARDA EM FAMÍLIA SUBSTITUTA
• Características:
– A guarda obriga ao detentor o dever de assistência 
moral, material e educacional
– A guarda gera dependência para todos os fins, 
inclusive previdenciários.
– Faculta ao detentor opô-la inclusive contra os pais
– Não é incompatível com o Poder Familiar
• Hipóteses de guarda:
1) Regularizar guarda de fato (33, §1°)
2) Preparação para adoção e tutela (33, §2°)
3) Situações peculiares, suprir falta eventual ou 
representação (33, §2°)
4) Programa de acolhimento familiar (34) 
5 Programa de acolhimento familiar – medida 
de proteção
6) Dirigente de entidade de acolhimento (92, 
§1°)
• 1) Regularizar GUARDA DE FATO
Aquela em que a criança ou adolescente encontra-
se sob a “posse” de alguém, sem determinação 
legal ou judicial para tal.
Não é guardião para fins jurídicos, pois não exerce 
os poderes inerentes da guarda, tão pouco é 
obrigado a prestar assistência material, moral ou 
educacional. Não é o responsável.
– Encontram-se nesta situação os jovens trazidos 
para estudar e trabalhar na casa de parente ou 
amigo dos pais. Neste caso a pessoa é obrigada a 
regularizar a guarda sob pena de multa.
ECA
Art. 248. Deixar de apresentar à autoridade judiciária de seu 
domicílio, no prazo de cinco dias, com o fim de regularizar 
a guarda, adolescente trazido de outra comarca para a 
prestação de serviço doméstico, mesmo que autorizado 
pelos pais ou responsável:
Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-
se o dobro em caso de reincidência, independentemente 
das despesas de retorno do adolescente, se for o caso.
Observância dos art. 33 a 35 e 60 a 69 do ECA
• 2) Preparação para adoção e tutela (33, §2°)
• 3) Situações peculiares, suprir falta eventual 
ou representação (33, §2°)
§ 2º Excepcionalmente, deferir-se-á a guarda, fora dos 
casos de tutela e adoção, para atender a situações 
peculiares ou suprir a falta eventual dos pais ou 
responsável, podendo ser deferido o direito de 
representação para a prática de atos determinados.
• 4) Programa de acolhimento familiar (art. 34)
• GUARDA ESPECIAL (permanente ou por incentivo)
Art. 34. O poder público estimulará, através de assistência 
jurídica, incentivos fiscais e subsídios, o acolhimento, sob a 
forma de guarda, de criança ou adolescente afastado do 
convívio familiar.
Art. 260 [...] § 2º Os Conselhos Municipais, Estaduais e 
Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente fixarão 
critérios de utilização, através de planos de aplicação das 
doações subsidiadas e demais receitas, aplicando 
necessariamente percentual para incentivo ao 
acolhimento, sob a forma de guarda, de criança ou 
adolescente, órfãos ou abandonado, na forma do disposto 
no art. 227, § 3º, VI, da Constituição Federal.
• Programa de acolhimento familiar 
– Preferência em relação às entidades de 
atendimento
– Vantagem para a criança, pois passa a ser acolhida 
no seio de entidade familiar, previamente 
cadastrada
– Vantagem para a família, que além de poder 
desfrutar do convívio de criança e adolescente, 
sem que dali se origine uma adoção, recebem 
incentivos financeiros
• 5) Programa de Acolhimento familiar –
medida de proteção (art. 101, IX)
Art. 98. As medidas de proteção à criança e ao adolescente são 
aplicáveis sempre que os direitos reconhecidos nesta Lei 
forem ameaçados ou violados:
I - por ação ou omissão da sociedade ou do Estado;
II - por falta, omissão ou abuso dos pais ou responsável;
Art. 101. Verificada qualquer das hipóteses previstas no art. 98, a 
autoridade competente poderá determinar, dentre outras, as 
seguintes medidas:
VIII - inclusão em programa de acolhimento familiar; (Redação 
dada pela Lei nº 12.010, de 2009)
IX - colocação em família substituta.
§ 1o O acolhimento institucional e o acolhimento familiar são 
medidas provisórias e excepcionais, utilizáveis como forma de 
transição para reintegração familiar ou, não sendo esta 
possível, para colocação em família substituta, não implicando 
privação de liberdade.
• 6) Dirigente de entidade de acolhimento (92, 
§1°)
– Na ausência de partes ou família substitutiva, a 
criança deverá ser destinada ao acolhimento 
institucional provisório (art. 101, VII) 
– O acolhimento institucional não é uma 
modalidade de guarda, mas o dirigente irá 
representá-lo até a maioridade e equipara-se ao 
guardião por determinação legal (art. 92, §1°) 
– Tal como na guarda, esta modalidade requer 
determinação judicial. No caso de crianças 
deixadas na entidade de acolhimento, compete ao 
dirigente comunicar à autoridade judiciária até o 
segundo dia útil.
• EFEITO DA GUARDA: dependência para todos 
os fins
– A guarda gera dependência para todos os fins, 
inclusive previdenciários.
– Por isto mesmo, a inclusão da guarda, quando um 
dos pais permanece com o seu exercício, não deve 
ser livremente aceita. Ex: avós que assumem 
guarda para gerar dependência na previdência 
social
• VISITAÇÃO DOS FILHOS
– A doutrina já aceitava e a Lei 12.010/09 
reconheceu que os pais têm direito de visitar os 
filhos, salvo “expressa e fundamentada 
determinação em contrário”.
Art. 33 § 4o Salvo expressa e fundamentada determinação 
em contrário, da autoridade judiciária competente, ou 
quando a medida for aplicada em preparação para adoção, 
o deferimento da guarda de criança ou adolescente a 
terceiros não impede o exercício do direito de visitas pelos 
pais, assim como o dever de prestar alimentos, que serão 
objeto de regulamentação específica, a pedido do 
interessado ou do Ministério Público.
• CONCLUSÃO
“A medida de colocação em família substituta sob 
a forma de guarda é bastante flexível e oferece 
alternativas de proteção à criança e ao 
adolescente em diversas circunstâncias”
BECKER apud CURY

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