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Intoxicação por mercúrio

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Utilização:
Seu uso mais antigo, desconsiderando a sua aplicação na mineração do ouro e da prata, foi na fabricação de espelhos, ainda usado atualmente. Também é utilizado em instrumentos de medidas (termômetros e barômetros), lâmpadas fluorescentes e como catalisador em reações químicas. É utilizado na indústria de explosivos e em odontologia como elemento principal para obturação de dentes. Atualmente foi substituído nos tratamentos dentários pelo bismuto que apresenta propriedades semelhantes, porém ligeiramente menos tóxico.
Características:
O mercúrio é um metal líquido e prateado; é reconhecidamente um elemento químico não essencial, altamente tóxico e deletério aos ecossistemas e ao corpo humano, causando danos importantes à saúde, sobretudo ao sistema nervoso; possui características toxicológicas que, mesmo em pequenas quantidades, dispersas sob forma de gotículas, sofre evaporação e pode ser absorvido pelo organismo humano através da via respiratória.
A intoxicação por doses elevadas de mercúrio metálico pode ser fatal para o homem, porém, mesmo em doses relativamente baixas, podem ocasionar repercussões adversas graves.
O mercúrio elementar, quando inalado, é quase completamente absorvido através da membrana alvéolo‐capilar, sendo que um pequeno percentual é retido nos próprios pulmões e devolvido ao espaço alveolar. Em altas concentrações, antes que ocorra a absorção, ele pode causar um quadro clínico de pneumonite química, com insuficiência respiratória aguda; o paciente pode apresentar quadro respiratório passível de ser confundido com uma infecção das vias aéreas, de curta duração, com tosse e dispnéia leve , durando dois a três dias, com resolução espontânea.
Todos os sinais e sintomas respiratórios podem ser acompanhados por náusea, vômitos, dor abdominal, diarréia, cefaléia e gosto metálico na boca.   Na exposição via gastrintestinal, o mercúrio metálico não apresenta o mesmo risco de absorção, recomendando‐se tratamento conservador e conduta expectante.
Formas disponíveis:
O mercúrio metálico ou elementar, no estado de oxidação zero (Hg0), existe na forma líquida à temperatura ambiente, é volátil e liberta um gás monoatómico: o vapor de mercúrio. Este é quimicamente estável, podendo permanecer na atmosfera por um longo período de tempo, onde sofre oxidação e origina os compostos inorgânicos (compostos mercurosos e mercúricos).
O vapor de mercúrio presente na atmosfera é, eventualmente, convertido na forma solúvel em água e retorna à superfície terrestre nas águas da chuva. A partir daqui duas importantes mudanças químicas podem ocorrer. O metal pode ser reduzido novamente a vapor de mercúrio e retorna à atmosfera ou pode ser metilado pelos micro-organismos presentes nos sedimentos da água, incluindo a água doce ou do mar.
A principal fonte de mercúrio (na forma de vapor de mercúrio) na atmosfera é o desgaste natural da crosta terrestre.
O mercúrio metálico, na sua forma volátil, está presente na atmosfera e na água de beber e aqui os seus níveis são tão baixos que a exposição humana é negligenciável. Desta forma, as duas principais vias de exposição humana por inalação são a ocupacional (essencialmente a exposição crónica) e através de amálgamas dentárias.
A amálgama dentária é constituída por uma mistura de metais geralmente nas proporções de 50% de mercúrio metálico, 35% de prata, 9% estanho, 6% de cobre e vestígios de zinco. Deste modo, é inserida nos dentes para cobrir os espaços vazios resultantes de cáries e adquire uma estrutura sólida em 30 minutos. Neste caso, a exposição ao mercúrio deve-se à libertação de pequenas partículas da amálgama por processos vulgares como a corrosão, a mastigação e a fragmentação. Esse mercúrio vai ser então inalado como vapor de mercúrio ou deglutido dissolvido na saliva. Contudo, não foi provado qualquer efeito adverso para a saúde que provenha das amálgamas, encontrando-se apenas casos raros de alergia.
Utilização
Como fontes antropogénicas encontramos geradores de electricidade a carvão, ETARs, refinarias, fábricas de adubos, lâmpadas de vapor de mercúrio, pilhas e extracção do ouro. Por outro lado, cerca de 2000 a 3000 toneladas são libertadas anualmente para a atmosfera devido a actividades humanas, onde os incineradores de resíduos hospitalares e urbanos contribuem com cerca de 50% das emissões de mercúrio total para o ar.
Também apresenta aplicações em medicina através do mercoquinol (oxiquinolinsulfonato de mercúrio) e do hidrargirol (parafeniltoniato ou parafenolsulfonato de mercúrio), este último como anti-séptico, assim como outros compostos de mercúrio: hidrargol, hidrargiroseptol, iodeto mercúrico, cloroiodeto mercúrico, mercuriol, entre outros.
O mais importante de todos os usos modernos para o mercúrio está na fabricação de instrumentos para laboratórios. Estes instrumentos fazem uso das suas mais diversas propriedades físicas, tais como peso específico, fluidez, condutividade elétrica, grande coeficiente de dilatação além da sua facilidade de purificação. Entre os intrumentos, destaca-se na fabricação de termômetros, eletrodos, barômetros, instrumentos para medir pressão do sangue e como catalisador (células de mercúrio para solda eletrolítica; em energia atômica).
Em caso de acidentes:
Os primeiros socorros são:
Inalação: transladar a vítima para o ar fresco. Buscar auxílio médico.
Contato com a pele. Retirar a roupa contaminada. Lavar a área afetada com água e sabão. Buscar auxílio médico.
Contato com os olhos: Lavar imediatamente os olhos com água. Buscar auxílio médico.
Ingestão: Enxaguar a boca com água. Buscar auxílio médico.
Queimação na pele, mudanças de personalidade, coceiras persistentes e tremores musculares são alguns dos sintomas de envenenamento crônico por mercúrio, ou seja, absorção frequente de pequenas quantidades do elemento. Já o caso de envenenamento agudo, que acontece por ingestão de compostos do metal, é muito pior e se não tratado pode causar a morte em até uma semana.
Os principais motivos de envenenamento crônico por mercúrio são contaminações, como o descarte incorreto de telefones celulares, que podem também comprometer o meio ambiente, uma vez que o visor desses aparelhos possui o elemento. Incineradores de lixo urbano produzem uma fumaça rica em cádmio, chumbo e mercúrio, que se misturam ao ar e podem alcançar longas distâncias e contaminar a via nasal.
As indústrias que fazem uso dos seus processos podem deixá-lo vazar nos cursos d’água, seja acidentalmente ou até mesmo propositalmente. As principais responsáveis por poluição e por acidentes com metais pesados são as indústrias metalúrgicas, fábricas de tinta e de plásticos, principalmente o plástico PVC.
Quais são as causas da intoxicação pelo mercúrio?
A pessoa que lida diretamente com o mercúrio elementar expõe-se a vapores invisíveis desprendidos pelo metal, os quais são aspirados e entram no organismo através do sangue. Mas a contaminação por mercúrio pode também acontecer por ingestão. A utilização de peixes e crustáceos contaminados é uma das fontes de contaminação pelo metal. Os compostos solúveis do mercúrio são absorvidos pelas mucosas, os vapores por via da inalação e os insolúveis pela pele e pelas glândulas sebáceas. Uma vez no sangue, ele se fixa às proteínas (albumina) e aos glóbulos vermelhos, sendo daí distribuído para vários sistemas orgânicos. O mercúrio pode transpor a barreira placentária e atingir fetos em desenvolvimento em mulheres gestantes, causando grandes danos a eles.
Como diagnosticar
Como o médico diagnostica a intoxicação por mercúrio?
O diagnóstico de intoxicação por mercúrio pode ser difícil porque os sintomas são comuns a uma grande gama de doenças, mas além dos sintomas a história de contatos com o metal tem uma importância decisiva.
Como o médico trata a intoxicação por mercúrio?
A intoxicação pode ser aguda ou crônica. Na intoxicação aguda deve-se fazer lavagem gástrica para remover o tóxico, usando-se água albuminosa ou leite de magnésia. Como vomitivo pode-se usarágua morna (não no caso de cloreto de mercúrio, por ser cáustico). Pode-se usar também laxantes e eméticos para ajudar a eliminar a substância. Como antídoto pode ser usado o dimercaprol. No caso de intoxicação crônica deve-se afastar o paciente do local ou fonte de intoxicação, manter nutrição por via endovenosa ou oral, tratar a oligúria (diminuição do volume de urina), se houver, fazer terapia de sustentação e ministrar substâncias queladoras (moléculas que se ligam ao metal têm uma taxa de excreção mais elevada do que os ligandos endógenos).
Quais são os primeiros socorros a serem prestados na intoxicação aguda?
Todos estes cuidados devem ser prescritos e indicados por um médico.
Na inalação, retirar a pessoa do ambiente contaminado.
Administrar oxigênio, se necessário.
Administrar BAL (2-3 dimercaptopropanol), por via intramuscular.
Na intoxicação crônica, embora não haja antídoto específico, pode-se tentar a penicilamina (250 mg, 4 vezes ao dia, durante 10 dias).
Fazer controle da excreção urinária do mercúrio.
Na ingestão recente é indicada a indução do vômito, se o paciente está consciente e não tem convulsões.
Pode ser usado xarope de ipeca ou água morna, como vomitivos.
Fazer lavagem gástrica, se necessário.
No contato com a pele, lavar bem com água e sabão.
No contato com os olhos, lavar bem com água corrente.

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