Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Toxicologia → Definições • Os metais compõem um grupo de elementos químicos sólidos no seu estado puro, com exceção do mercúrio, que é líquido, caracterizados pelo seu brilho, dureza, cor amarelada a prateada, boa condutividade de eletricidade e calor, maleabilidade, ductilidade, além de elevados pontos de fusão e ebulição. • Dentre estes elementos, existem alguns que apresentam uma densidade mais elevada do que a dos demais, e, por isso, são denominados metais pesados. → Classificação • Metais nutricionalmente essenciais: ↳ cobalto, cromo lll, cobre, ferro, manganês, selênio e zinco. • Metais com possíveis efeitos benéficos: ↳ boro, níquel, silício e vanádio. • Metais com efeitos benéficos não definidos: ↳ alumínio, antimônio, arsênio, bário, berílio, cádmio, mercúrio, chumbo, prata, tálio. → Intoxicação por metais pesados • As principais propriedades dos metais pesados, também denominados elementos traço, são os elevados níveis de reatividade e bioacumulação. Além de serem capazes de desencadear diversas reações químicas, não-metabolizáveis (organismos vivos não podem degrada-los), o que faz com que permaneçam em caráter cumulativo ao longo da cadeia alimentar. → Exposição e riscos • Os metais pesados, a partir do contato com o organismo humano, podem representar diferentes riscos à saúde. Esses riscos podem ser imediatos, como também podem ter efeitos nocivos em médio ou longo prazo, visto que sua contaminação é progressiva e cumulativa. • Os seres vivos necessitam de pequenas quantidades de alguns desses metais, incluindo cobalto, cobre, manganês, molibdênio, vanádio, estrôncio e zinco para a realização de funcões vitais no organismo. • Níveis excessivos desses elementos podem ser extremamente toxicos. Outros metais pesados como o mercúrio, chumbo e cadmio não possuem nenhuma funcao dentro dos organismos e a sua acumulação pode provocar graves doenças → Efeitos na saúde • A maioria dos organismos vivos só precisa de alguns poucos metais em doses muito pequenas para a manutenção da saúde, participando do metabolismo e como co-fatores para formação de proteínas e enzimas. → Atividades relacionadas a eposição de Chumbo (pb) • Exposições ocupacionais a poeiras e fumos de chumbo. • Extração, concentração e refino de minérios contendo chumbo. • Fundição de chumbo. • Produção, reforma e reciclagem de acumuladores elétricos. • Fabricação e tempera de aço chumbo. • Fundições de latão e bronze. • Reparo de radiadores de carro. • Manuseio de sucatas de chumbo. • Instrução e pratica de tiro. • Produção de cerâmicas. • Jateamento de tintas antigas a base de chumbo. • Soldas a base de chumbo. ❖ População em geral ↳ Principal fonte de contaminação são os alimentos, seguida da ambiental (tinta, água, ar, combustível contendo chumbo, etc.). As grávidas e as crianças são mais susceptíveis à sua toxicidade. → Inxtoxicação por chumbo Uma vez que o chumbo entre em contato com o organismo, o mesmo não sofre metabolização, sendo complexado por macromoléculas, diretamente absorvido, distribuído e excretado. As vias de contaminação podem ser a inalação de fumos e poeiras (mais importante do ponto de vista ocupacional) e a ingestão • 37 dias no sangue Metais • 40 dias em tecidos moles • 27 anos nos ossos • Excreção extremamente lenta (Rins e bile) → Toxicocinética do chumbo • Absorção pelo TGI ou pulmão: - 90% das partículas inaladas são absorvidas. - 95% do Pb absorvido é depositado nos ossos. • Adultos absorvem 5 a 15% do chumbo ingerido ( jejum), e cerca de 5% do que é absorvido é armazenado. • Crianças tem uma maior absorção - absorvem cerca de 41.5% e retém cerca de 38.1%. • Obs: O baixo conteúdo de Ca, Fe e P na dieta aumentam a absorção do Pb. → Toxicocinética do chumbo - distribuição • Distribui-se para 3 compartimentos: sangue, tecidos moles (epitélio tubular renal e parênquima hepático) e tecidos mineralizados. ↳ ½ vida prolongada em ossos e dentina (~ 20 a 30 anos). ↳ ½ vida intermediária em cérebro, rins, fígado, baço, vísceras ocas, etc. (meses a anos). ↳ ½ vida curta no sangue ( ~ 28 - 36 dias). • Órgão de depósito: Ossos. • Órgão alvo principal: SNC. → Sinais e efeitos da exposição • Neurotoxicidade • Distúrbios hematológicos • Distúrbios renais • Hipertensão arterial • Fraqueza, cãimbras e dores articulares • Carcinogenicidade • Abortos e mal-formações fetais • Oligoespermia • Diminui a formação de p-450 em crianças • Retardo na mineralização óssea → Tratamento da intoxicação por chumbo • Hidratação • Controle das cólicas com antiespasmódicos • Avaliação da função renal • Administração de quelantes de metais como: - Dimercaprol (BAL) - British Anti-Lewisite • 2 a 3 mg/kg a cada 4 horas nos 2 primeiros dias. Depois a cada 6 horas nos dois outros dias. Posteriormente, a cada 12 horas de três dias para a frente (Intra-muscular) - EDTA → Principais usos do Mercúrio (Hg) • Catalisador da indústria de cloro soda. • Fabricação de aparelhos de medição de uso domestico, clinico e industrial como termômetros (temperatura), esfingnomanômetros (pressão sanguínea), barômetros (pressão). • Fabricação de lâmpadas fluorescentes. • Interruptores elétricos e eletrônicos (interruptores de correntes). • Instrumentos de controle industrial (termostatos e pressostatos). • Amalgama odontológico. • Amalgama na atividade de mineração. → Intoxicação por mercúrio O mercúrio elementar é solúvel em gorduras, o que lhe permite atravessar membranas. A principal via de penetração são os pulmões, através da inalação dos vapores metálicos. Cerca de 80 % dos vapores inalados são absorvidos nos alveolos pulmonares. O mercúrio e também absorvido através da pele por contato com a forma liquida ou vapor, e através do aparelho digestivo ele e absorvido na proporção de 2 a 10 % da quantidade ingerida. • Mercúrio Elementar/Metálica (Hg°) • Mercúrio Inorgânico (Hg2+) • Mercúrio Orgânico (metilmercúrio, etilmercúrio, fenilmercúrio) → Exposição ao mercúrio •Ambiental: Alimentos contaminados (bioacumulação). • Resíduo de combustíveis fósseis. • Ocupacional: Elementar (Indústrias de material médico, pilhas e baterias), Inorgânico - Medicamentos (anti-helmíntico e diurético), Orgânico (tintas , fungicidas , conservante de madeira) e medicamentos (anti-sépticos). → Toxicocinética do mercúrio Elementar - Pouco absorvido pelo TGI (0,01%) e via dérmica, 80% absorvido pelos pulmões. Inorgânico - Cerca de 15% e absorvido pelo TGI. Orgânico - 90% absorvido pelo TGI; Bem absorvido por via dérmica. Orgânico e elementar - Atravessam bem a barreira hematoencefálica e placentária. A concentração no feto é maior do que no organismo materno. Liga-se covalentemente aos grupos –SH → Sinais e efeitos da intoxicação aguda por mercúrio Aparelho respiratório – os vapores sao irritantes, provocando bronquite e edema pulmonar. Surge salivacao, gosto metalico, lesao renal, tremores e convulsao. • Aparelho digestivo – gosto metalico na boca, sede, dor abdominal, vomito e diarreia. • Aparelho urinário – lesao renal, insuficiencia renal e morte. • Sistema nervoso – alucinacoes, irritabilidade, perda de memoria, irritabilidade emocional, confusao mental, anormalidades nos reflexos, coma e morte. • Pele – irritacao cutanea, edema e pustula ulcerosa nas extremidades dos dedos. → Sinais e efeitos da exposição crônica • Boca – inflamação da gengiva, que fica mole e esponjosa, dentes moles, inchação das glândulas salivares, excesso de saliva. • Sistema nervoso – tremores nos braços, nas mãos, pernas, pálpebras, nos dedos e lábios, vertigem e rubor. • Psiquismo – irritabilidade, perda de memoria, alucinações, perda do autocontrole, insonia, depressão, pesadelos. • Outras alterações – ruborna face e lesões na pele. → Fontes de exposição – Arsênio (As) Fontes naturais (poeiras, rochas e vulcões - água, alimentos marinhos), mineração, praguicidas, combustão do carvão e madeira, incineração do lixo. Asº: Considerado atóxico; As 3+ (Arsenito): Altamente tóxico; As 5+ (Arsenato): Menos tóxico que os trivalentes → Toxicocinética do arsênio • A absorção pode dar-se essencialmente por 3 vias: oral (cerca e 95 % dos casos); inalação (25 a 40 % dos casos); dérmica (comprovada mas ainda não quantificada). • Inicialmente, o As localiza-se no sangue, ligado a globulina. Depois, e amplamente distribuído por todo o organismo, acumulando-se no figado, rins e pulmoes numa fase primordial e depositando-se nas unhas e cabelo, numa fase mais tardia. Pode ainda substituir o fosforo nos ossos e la permanecer durante varios anos. → Intoxicação VALORES PERMITIDOS (ANVISA) • Água: 0,01mg/L • Gorduras, bebidas alcoólicas e leite: 0,1 mg/kg • Açúcar, caramelos e balas, cereais, ovos, mel, peixe, produtos de cacau, café: 1 mg/kg EFEITOS TÓXICOS • Bronquites • Irritação TGI • Arritmias Cardiácas • Hiperqueratose generalizada → Tratamento da intoxicação • Hidratação adequada • O2 se necessário; • Monitorização cardíaca; • Administração do quelante Dimercaprol • Material de análise: Sangue total – 2mL Cabelo – 1g Urina – 20mL (final da jornada de trabalho) → Fontes de exposição - Cádmio (CD) • Metal pesado que produz efeitos tóxicos nos organismos vivos, mesmo em concentracoes muito pequenas. A exposição ocupacional acontece principalmente em fabricas de baterias por inalação de fumos e poeiras de Cd. Em refinarias de chumbo e zinco, soldadores e trabalhadores de industrias eletrônicas, têxteis e de plásticos estão também expostos aos resíduos de Cd tanto por inalação como por contato. → Toxicocinética do cádmio Quando a absorção e pelo estomago ou intestino o Cd vai para a corrente sanguínea (1 a 5 %). Quando a absorção se da nos pulmões vai para a corrente sanguínea (30 a 50 %). Baixa absorção por via oral (3-7%), no entanto aumenta na deficiência de ferro (15-20%). Distribuído por todo o organismo ligado às metalotioneínas, proteínas de baixo peso molecular ricas em cisteína. Pode atravessar a BHE e aprece não atravessar a barreira placentária. Acúmulo no fígado e rins Vias de eliminação: urina, fezes, cabelo, leite e suco pancreático Meia vida: 10-35 anos → Intoxicação por cádmio • A toxicidade aguda surge apos ingestão de concentrações altas de Cd, assim como apos ingestão de alimentos ou bebidas contaminadas, inalação de fumos ou outros materiais aquecidos. Manifesta-se na forma de pneumonia química aguda ou edemas pulmonares. A toxicidade crônica e devida a uma exposição prolongada de concentrações baixas de Cd. Pode resultar em doença crônica obstrutiva pulmonar, enfisemas, doenças crônicas renais, efeitos no sistema cardiovascular e ósseo. → Intoxicação por níquel (NI) • Irritação gastrintestinal •Alterações neurológicas •Alterações cardiovasculares •Alterações musculares •Alergias Orientações gerais: ↳ A exposição humana aos metais pesados pelo meio ambiente têm aumentado muito durante os últimos 50 anos. O excesso de metais como mercúrio, chumbo e alumínio podem acumular-se no organismo por exposição crônica, causando uma enorme variedade de sintomas, entre eles alterações do comportamento por diminuição das funções cerebrais, influenciando na produção e utilização dos neurotransmissores. O excesso de metais no organismo pode levar também a alterações nos sistemas gastrintestinal, neurológico, cardiovascular e urológico. → Evitar contaminantes (Mercúrio) • Amálgama dentário troque por porcela • Anti-séptico mercúrio cromo (Mertiolate) • Indústria de tinta e tingimento de roupas, principalmente o jeans. • Dar preferência a alimentos orgânicos. • Pesticidas e fungicidas • Cuidados especiais devem ser tomados quando quebrar lâmpada fluorescente ou termômetro de mercúrio → Evitar contaminantes (Chumbo) • Tintura dos cabelos • Esmalte procure utilizar os hipoalergênicos • Pigmentos usados em tintas • Cerâmicas vitrificadas (copos, jarras, pratos) • Pesticidas • Cinzas e fumaça de madeira pintada Fabricação caseira de baterias • Moradia próxima de fundições • Queima de madeiras pintadas • Alimentos contaminados. → Evitar contaminantes (Alumínio) • Panela de alumínio troque por panela de aço inox • Frutas ácidas (aumentam a concentração do metal presente no organismo) • Latas em geral, principalmente de refrigerantes • Medicações anti-ácidas (Hidróxido de alumínio) • Papel alumínio • Creme para pele com sais de alumínio • Desodorantes contendo sais de alumínio, utilizar desodorante sem sais de alumínio. • Farinha branca de trigo • Tubo de pasta de dentes de alumínio utilize os de plástico → Tratamento • Tratamento em caso de intoxicação por metais pesados como mercúrio, chumbo ou alumínio: existe um fármaco, EDTA de cálcio, quando administrado por infusão endovenosa, liga-se ao metal pesado auxiliando sua excreção pela urina. • O tratamento deve ter entre 5 a 10 aplicações para que o metal seja eliminado do organismo. É importante evitar os contaminantes, consumir produtos orgânicos e fazer exames anuais de para avaliar a concentração de metais pesados no organismo. → Cozinhamento de alimentos • Panelas de Inox ↳ Composta de ferro, cromo e níquel, que é um dos metais mais tóxicos. Nunca armazenar alimentos nesse tipo de panela. Uso de palhas de aço favorece a migração do metal para a comida. É o material preferido pela maioria dos chefs de cozinha e também uma das principais escolhas das donas de casa. Possui ótima distribuição do calor e não libera quantidade significativa de substâncias que possam prejudicar a saúde. Não deve ser utilizada pelos alérgicos à níquel. • Panelas de alumínio ↳ São as mais comuns e baratas. Mas também são as que causam mais polêmica. O Alumínio parece estar relacionado com a incidência dos males de Alzheimer e Parkinson. Durante a cocção o alumínio do recipiente migra para o alimento, levando à intoxicação. Alguns sintomas de intoxicação leve por alumínio incluem: diminuição da capacidade intelectual, esquecimento fácil, dificuldade de concentração e perda de massa óssea. • Panelas de cobre ↳ Já não é comercializada pois o Cobre é transferido com muita facilidade para o alimento, provocando intoxicações e pode prejudicar os rins e o cérebro. O cobre pode reagir facilmente com os componentes da atmosfera, formando hidróxidos e complexos perigosos à saúde. O cobre migra para qualquer alimento que entre em contato, especialmente os mais ácidos. A ingestão contínua de quantidades maiores de cobre pode causar dano renal, dores nas juntas e até lesões cerebrais, alterações nas articulações, náuseas, vômitos e diarreia. • Panela de ferro ↳ Pode aparecer ferrugem, sendo altamente prejudicial à saúde, e também liberar toxidade na cocção de alguns tipos de alimentos. "Existem poucas evidências científicas na liberação de minerais benéficos como o ferro e o manganês“. Entretanto, embora a anemia devida a deficiência do ferro seja conhecida por todos, o excesso de ferro que é menos divulgado é extremamente nocivo a saúde.
Compartilhar