Buscar

Vkhutemas: A Escola de Arte da Revolução Russa



Continue navegando


Prévia do material em texto

“Vkhutemas: O futuro em construção (1918 – 2018)”
Matheus Brant
Efervescência, uma escola de arte com um número bem grande de pessoas pensando um 
novo mundo. É bonito.
Uma exposição com um número grande de artistas executando projetos pensados há cem 
anos atrás para esse novo mundo. 

A Vkhutemas é uma escola de artes criada por artistas logo após a revolução russa. Após 
a Rússia abandonar a Primeira Guerra Mundial e entrar em uma guerra civil que durou 4 anos, a 
escola surge da necessidade de atender as demandas de uma nova sociedade do pós-guerra: 
acessibilidade de meios de produção e universalização o conhecimento. Os artistas aliados aos 
líderes da revolução compartilhavam da ideia de que pensar de maneira criativa arte, arquitetura, 
imagens, sons, textos era de suma importância para a reconfiguração de valores de uma 
sociedade. 
O conceito que formou a escola acabou tornando possível a exposição acontecer no Sesc 
- ou em qualquer outro lugar. Os manuais desenvolvidos pela escola tornaram possível que uma 
equipe brasileira convocada pelo Sesc materializassem peças projetadas durante o período da 
escola Vkhutemas. Talvez se houvesse dinheiro para trazer as peças originais a exposição 
ganharia em valor histórico porém perderia esse valor simbólico e formal que traz vida ao espaço 
das oficinas do Sesc Pompeia, escolhido também simbolicamente.

Uma escolha que se distancia do gênio criador, liberta-se do cânone e ode ao objeto 
original que atravessa o tempo, o mesmo olho que olhou, a mesma mão que esculpiu à cem anos 
atrás. Reapossando o valor máximo a mão que sabe esculpir agora.

É uma exposição que constitui-se como realimentação da escola mais do que como peça 
histórica. Faz parte do pensamento dos Construtivistas, não existe neutralidade do espaço em 
relação a obra. A exposição do Sesc Pompéia toma pra si a obra e regurgita. O "qualquer um 
pode fazer isso” aparece nos construtivistas e porque não fazermos nós ja que o fazer para se 
disseminar está como objetivo.

Ainda há tempo de ser construído, sempre haverá tempo de ser reconstruído. Uma escola 
que nasceu com a revolução, como vanguarda estética e com a proposta de construir um novo 
mundo, desvincular do passado, pensar.