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MUSICALIZAÇÃO NAS ESCOLAS - MODULO I (1)

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Musicalização nas Escolas 
 
Curso de 
Musicalização nas Escolas 
Módulo 1—A Diversidade da 
Cultura Musical Brasileira 
 
Musicalização nas Escolas 
 2 
MÓDULO I: A DIVERSIDADE DA CULTURA MUSICAL BRASILEIRA 
 
BENEFÍCIOS DA MÚSICA PARA O DESENVOLVIMENTO HUMANO 
 
Assistimos na atualidade, uma busca por uma educa-
ção mais humanizadora, que visa educar integralmente as 
crianças e os jovens nas dimensões cognitiva, afetiva, psíqui-
ca, social, histórica, ética e reflexiva, com o objetivo de for-
mar indivíduos críticos, ativos e participantes das transfor-
mações da realidade, na qual estão inseridos. 
Um novo paradigma de educação vem exigindo novas atuações dos profissionais da educa-
ção no espaço escolar e, particularmente, a educação musical que não ficou imune a essas exi-
gências. 
Após a promulgação da LDB 9394/96, a música tornou-se conteúdo obrigatório no currículo 
das escolas, constituindo as linguagens artísticas da área de Arte ao lado da dança, artes visuais e 
teatro. 
Além disso, diversas áreas do conhecimento humano, tais como a Psicologia, a Neurociên-
cia, a Sociologia da Infância, os Estudos Culturais e as Ciências da Educação atestam os benefícios 
da música para o desenvolvimento integral da criança. 
Podemos mencionar: 
 A música, como linguagem expressiva, contribui 
para a formação de cidadãos criativos, reflexivos e 
críticos; 
 
 Desenvolve o espírito colaborativo, o respeito 
 
Musicalização nas Escolas 
 3 
por si próprio e pelo outro; 
 Contribui para a formação do caráter, do senso ético 
e de responsabilidade; 
 Propicia a cordialidade, o trabalho em equipe, a ami-
zade e a cooperação; 
 Promove a inclusão social e amplia a visão de mundo 
abrindo novas perspectivas; 
 Melhora os aspectos cognitivos, como por exemplo, a memória, a discriminação, a noção 
temporal e espacial, o raciocínio lógico; 
 Desenvolve a linguagem verbal, os aspectos psicomotores, emocionais e afetivos dos in-
divíduos; 
 Estabelece uma ponte entre a cognição e as emoções; 
 Libera endorfina, amplia a capacidade respiratória, auxilia na regulação dos batimentos 
cardíacos e atenua o estresse de exercícios físicos; 
 Expressa sentimentos profundos tais como luto e pesar, tristezas, perdas, desaponta-
mentos, alegrias, exaltação, etc.; 
 Combate a agressividade, a depressão e a ansiedade; 
 Colabora na socialização e na interatividade de pessoas; 
 Contribui nos processos de aprendizagem de conceitos e 
descobertas; 
 Melhora o bem-estar geral e a autoestima das pessoas; 
 Produz relaxamento em pacientes da área da saúde, em 
ambientes hospitalares, casas de repouso, clínicas odonto-
lógicas, entre outros. 
 
 
Musicalização nas Escolas 
 4 
A presença da música no espaço escolar não pode se res-
tringir a um elemento festivo e ornamental da escola, à 
margem dos processos educacionais e projetos da escola, 
mas deve fazer parte dos currículos como uma área de co-
nhecimento, em vista de tantos benefícios que ela oferece. 
As dimensões estéticas, criativas, estésicas, cognitivas, afe-
tivas e sociais podem ser exploradas por meio de jogos sonoros, brincadeiras cantadas, formação 
de conjuntos instrumentais, bandinha rítmica, fanfarra, coro, entre outras práticas musicais cole-
tivas. 
Por isso, é necessário lançar um novo olhar sobre o modo como os profissionais da educa-
ção compreendem a presença da música em suas práticas. De um modo geral, a consideram co-
mo área de entretenimento, momentos de recreação e de lazer no dia-a-dia escolar. Infelizmen-
te, a maioria dos professores desconhece o seu valor educativo e quais são os conteúdos musicais 
que precisam ser trabalhados. 
Estas concepções são permeadas por uma visão utilitária da música, que a compreende co-
mo uma atividade, uma prática, um recurso didático para o desenvolvimento de conteúdos de 
outras disciplinas inseridas no contexto escolar, salvo 
exceções. Ou seja, de um modo geral, os professores 
não especialistas utilizam a música como suporte es-
tratégico de outras disciplinas ou como elemento de 
recreação no cotidiano da escola. 
Isto ocorre porque desconhecem as possibilida-
des que a música oferece para a formação de alunos 
ouvintes, conscientes e críticos, além de introduzi-los 
na linguagem musical, por meio do aprendizado dos elementos constitutivos da música. 
 
Musicalização nas Escolas 
 5 
Após a LDB 9394/96, os Parâmetros Curriculares 
Nacionais – Arte já exigiram novas concepções sobre 
o ensino de música nas escolas. Porém, infelizmente, 
a maioria das escolas de educação básica do nosso 
país ainda não reconhece a música como área de co-
nhecimento e, por isso, não possuem uma aula espe-
cífica de educação musical contemplada na matriz 
curricular. 
Muitas vezes, a música nem é mencionada no projeto político-pedagógico da escola. Por sua 
vez, a disciplina música, quando existe, não possui um programa específico para cada ano escolar, 
gradativo ou sequencial, resultando em um processo de ensino não sistematizado e desestrutura-
do. 
De acordo com a Base Nacional Comum Curricular - BNCC e o Currículo da Cidade de São 
Paulo, entende-se que ensinar Arte e, mais especificamente, a música “transcorre no âmbito de 
seus conhecimentos específicos e não como ilustração ou representação de estudos desenvolvi-
dos em outras áreas” (SP, SME, 2019, p.66). Assim, som, silêncio, ritmo, 
melodia, harmonia, formas musicais, gêneros e conhecimento de reper-
tório diversificado são alguns dos conteúdos da linguagem musical a se-
rem trabalhados em sala de aula. 
Alguns professores enfatizam em suas práticas apenas a exploração so-
nora do ambiente acústico e jogos de percepção auditiva; porém, na aula 
de música, pode-se ensinar muito além desses conteúdos musicais inici-
as, trabalhando a compreensão estrutural e a exploração musical expres-
siva dos elementos constitutivos da música. 
 
 
Musicalização nas Escolas 
 6 
O uso da voz, de gestos, movimentos corporais, grafismos, desenhos, histórias, jingles, jogos 
auditivos, permitem ao aluno vivenciar, reconhecer e internalizar os conteúdos musicais durante 
os processos de ensino e aprendizagem. 
Certas competências e habilidades mentais estão envolvidas na aprendizagem musical, co-
mo por exemplo, memorizar, discriminar, analisar, comparar, ordenar, classificar, criar, imaginar, 
representar, entre outras. 
Vejamos um pouco mais sobre o novo olhar para o ensino de música nas escolas, à luz da 
BNCC e do Currículo da Cidade. 
 
A MÚSICA NA BNCC E NO CURRÍCULO DA CIDADE 
 
A BNCC é um documento que esclarece o que todas as crian-
ças e jovens têm direito a aprender nas escolas e os objetivos que 
precisam alcançar. 
Na Base Nacional Comum Curricular, o ensino de Arte abran-
ge as linguagens da música, dança, teatro, artes visuais e como no-
vidade, as artes integradas - articulação das diferentes linguagens e 
suas práticas, possibilitando também o uso das novas tecnologias 
de informação e comunicação. 
Na BNCC, o ensino de Arte e, particularmente, o ensino de 
música possui seis dimensões: criação, crítica, fruição, estesia, ex-
pressão e reflexão, sendo novidades da Base, as três últimas. 
Vamos conhecer? 
 
Musicalização nas Escolas 
 7 
 
 
Um dos aspectos mais relevantes diz respeito à criação, na qual as crianças e jovens devem 
ser estimulados não apenas a reproduzir músicas já existentes e conhecidas, mas também a criar 
as suas próprias músicas a partir de sentimentos, ideias e percepções sobre o mundo em que vi-
vem. 
Outra questão a destacarestá no uso das tecnologias e da cultura digital: as músicas que os 
estudantes consomem e também produzem na web contribuem para a construção do repertório, 
ampliando a compreensão sobre usos e sentidos dessas produções musicais na contemporanei-
dade. 
 
Criação Inventar sonorizações, criar melodias e produzir peças musicais, expressando ideias, 
sentimentos, emoções, desejos e representações. 
Crítica Contempla o estudo e a pesquisa de diversas experiências e manifestações musicais, 
articulando aspectos estéticos, políticos, históricos, filosóficos, sociais, econômicos e 
culturais relacionados a elas, visando a formação de um pensamento próprio. 
Fruição Sensibilizar-se ao participar de práticas musicais e culturais das mais diversas épocas, 
lugares e grupos sociais, gerando prazer, estranhamento, entre outras tantas sensa-
ções. 
Estesia Articular a sensibilidade e a percepção musical, considerando o corpo em sua totalida-
de como protagonista das experiências e vivências musicais, como forma de conhecer a 
si mesmo, o outro e o mundo. 
Expressão Exteriorizar criações subjetivas utilizando os elementos constitutivos da linguagem mu-
sical, seu vocabulário e materialidades, por meio de procedimentos musicais, individual 
e coletivamente. 
Reflexão Desenvolver habilidades para analisar e interpretar as manifestações musicais e cons-
truir um posicionamento sobre essas experiências e processos criativos musicais. 
PARA SABER MAIS: 
Veja alguns exemplos de aulas de música alinhadas à BNCC: 
https://novaescola.org.br/conteudo/6736/os-sons-do-cotidiano 
https://novaescola.org.br/conteudo/6648/musica-popular-e-musica-erudita 
https://novaescola.org.br/conteudo/6627/o-encantamento-pela-musica-erudita 
https://novaescola.org.br/conteudo/6595/nosso-hino-nossa-cara 
 
Musicalização nas Escolas 
 8 
O Currículo da Cidade de São Paulo (2018) buscou alinhar as orienta-
ções curriculares do munícipio de São Paulo ao processo de constru-
ção da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), para garantir os direi-
tos de aprendizagem dos alunos. 
No Currículo da Cidade, a concepção de currículo reside em um con-
junto de aprendizagens concomitantes e interconectadas. Neste sen-
tido, a linguagem musical não poderá estar isolada das demais áreas 
do conhecimento, mas sim, em diálogo e em construção permanente 
com os demais componentes curriculares. 
 
ALém disso: 
O Currículo da Cidade orienta-se pela Educação Integral, entendida como aquela que promove o 
desenvolvimento dos estudantes em todas as suas dimensões (intelectual, física, social, emocional 
e cultural) e a sua formação como sujeitos de direito e deveres. Trata-se de uma abordagem peda-
gógica voltada a desenvolver todo o potencial dos estudantes e prepará-los para se realizarem co-
mo pessoas, profissionais e cidadãos comprometidos com o seu próprio bem-estar, com a humani-
dade e com o planeta (SP, SME, 2019, p.19). 
 
Em relação ao Desenvolvimento Sustentável do Planeta, o Currículo da Cidade enfatiza di-
versas competências e habilidades relacionadas, em consonância à proposta de Educação para o 
Desenvolvimento Sustentável (EDS) da UNESCO. 
A música pode contribuir para o aprendizado dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável 
(ODS), uma vez que traduz o cuidado com as sonoridades da paisagem sonora e uma escuta de 
mundo sensível, crítica e consciente. 
Foram estabelecidos quatro campos conceituais no Currículo da Cidade - Arte, de acordo 
com a Base Nacional Comum Curricular, sintetizados no quadro a seguir: 
 
Musicalização nas Escolas 
 9 
 
 
 
 
Mas, para compreendermos as propostas atuais do Currículo da Cidade e da BNCC, é neces-
sário revisitar um pouco da nossa história da educação musical, para pensarmos e refletirmos so-
bre alguns questionamentos: 
A música fazia parte dos currículos nas escolas brasileiras anteriormente à LDB 9394/96? 
De que forma era seu ensino? Quem eram os professores? 
Por que a música esteve ausente das escolas por tantos anos? 
Quais foram os fatores responsáveis pelo retorno da música às escolas? 
CAMPOS CONCEITUAIS SIGNIFICADOS 
Processos de criação 
Referindo-se tanto ao fazer artístico do próprio aluno, 
como à pesquisa dos processos de criação, como ma-
teriais, experimentos, imaginação etc. 
Linguagens artísticas 
Abrangendo as quatro linguagens artísticas e suas in-
terfaces e hibridismos. 
Saberes e Fazeres Culturais 
Envolvendo o pensar e a reflexão sobre os artistas e 
objetos e produções artísticas. 
Experiências artísticas e estéticas 
Referindo-se à singularidade das experiências e vivên-
cias com as linguagens artísticas. 
PARA SABER MAIS: 
 
Veja alguns exemplos de aulas de música alinhadas ao Currículo da Cidade: 
 
http://curriculo.prefeitura.sp.gov.br/sequencia/vibrando-com-o-som 
http://curriculo.prefeitura.sp.gov.br/atividade/vibrando-com-o-som/vibrando-o-som-no-telefone-de-copos 
 
Musicalização nas Escolas 
 10 
LT1: Um pouco da nossa história... 
A presença da educação musical nas escolas brasileiras é 
uma tradição cultural desde os tempos do Brasil Colônia. Os 
primeiros jesuítas utilizaram a música com a finalidade de ca-
tequizar os índios. No Brasil, a herança musical grega refletiu 
no ensino desses primeiros professores de música. Segundo 
Oliveira (2007, p.5), “o padre Antônio Rodrigues (1516-1568) 
pode ser considerado o patrono dos educadores musicais 
brasileiros, isto porque ele ensinou música europeia aos habi-
tantes nativos e educação por meio da música desde 1556”. 
Foram criadas em muitas aldeias as escolas de cantar e tanger (dedilhar sobre as cordas), 
nas quais os índios aprendiam canto, cravo, viola e órgão para as rezas e benditos. 
 
Os padres adaptavam o cantochão ao idioma dos indígenas, ao mesmo tempo que lhes ensi-
navam instrumentos europeus. Essa educação musical europeia dos jesuítas, iniciou-se vinculada 
ao aprendizado do canto ou de um instrumento musical e visava apenas à catequese, aliada aos 
interesses da Coroa portuguesa. 
O poder da Igreja atingia toda a 
sociedade colonial, funcionando 
como um instrumento de contro-
le social. 
Cravo 
PARA SABER MAIS: 
 
Acesse o link: 
http://trocaodisco.com.br/2015/04/cravo-o-instrumento-que-cedeu-seu-lugar-ao-piano.html 
Reconstrução moderna da viela representada em várias pinturas de Hans 
Memling. 
 
Musicalização nas Escolas 
 11 
ATENÇÃO 
A história do Hino Nacional é polêmica e controversa, não havendo ainda uma conclusão 
segura a respeito. Alguns historiadores afirmam que Francisco Manuel compôs a música 
para um texto de Ovídio Saraiva de Carvalho e Silva, escrito em 1831 e cantado pela primeira vez no Tea-
tro S. Pedro de Alcântara em 07 de abril daquele ano, recebendo grande aprovação popular. Ao que tudo 
indica, parece ter sido composta para a abdicação de D. Pedro I, da qual Francisco Manuel era partidário. 
Após diversas modificações, revisões e alterações do texto, o Hino Nacional só veio a ser oficializado no 
período republicano, pelo Decreto n. º 171 de 20 de janeiro de 1890. A letra atual, no entanto, foi elabo-
rada em 1909, pelo poeta Osório Duque Estrada e oficializada pelo Decreto n. º 15 671 de 6 de setembro 
de 1922. 
No período da permanência de D. João VI no Brasil, um dos mais proe-
minentes educadores musicais foi, sem dúvida, o padre José Maurício 
Nunes Garcia, nomeado mestre da Capela Real, fundou um Curso de 
Música que durou cerca de vinte e oito anos, tendo sido responsável pe-
la formação das figuras mais ilustres do Rio de Janeiro, entre as quais 
Francisco Manuel da Silva, autor do Hino Nacional; Cândido Inácio da 
Silva, célebre compositor de modinhas; D. Pedro I, Imperadordo Brasil e 
Francisco da Luz Pinto, professor do futuro Colégio D. Pedro II. O curso 
do padre José Maurício foi o embrião da criação do futuro Conservatório 
Imperial, por iniciativa de Francisco Manuel da Silva, assim como o início do processo de profissio-
nalização dos músicos. 
Com o falecimento do padre José Maurício em 1830, ocorre um período de estagnação da 
música sacra, como consequência do descaso das autoridades. Como exemplo, podemos citar a 
dispensa de vários músicos da Orquestra da Capela Real, cujo número de integrantes foi reduzido 
de cem para vinte e sete. 
Nesse cenário, surge a figura de Francisco Manuel da Silva, herdeiro do patrimônio musical 
do primeiro período e discípulo dos antigos mestres. Francisco Manuel da Silva é autor da música 
do nosso Hino Nacional. 
Detalhe do retrato do Padre 
José Maurício Nunes Garcia 
realizado por seu filho José 
Maurício Jr. 
 
 
Musicalização nas Escolas 
 12 
Historiadores e musicólogos são unânimes em afirmar 
que o maior legado de Francisco Manuel foi a contribui-
ção de seu trabalho no campo da educação musical. Ele 
compreendeu que, sem uma escola organizada em sólida 
base pedagógica, a música não teria um real desenvolvi-
mento no país. 
Com a finalidade de sistematizar o ensino de música, ao lado da Sociedade Beneficente Mu-
sical, encabeçou um pedido à Assembleia Legislativa para a concessão de loterias, a fim de esta-
belecer, na capital do Império, um Conservatório compatível com o movimento artístico da cida-
de. Devido ao seu empenho junto a D. Pedro II, foi aprovado o Decreto n. º 238 que autorizava a 
criação do primeiro Conservatório de Música - o Conservatório Imperial. 
Posteriormente, com o surgimento das primeiras escolas e conservatórios durante o Impé-
rio, a educação musical esteve mais direcionada ao aprendizado de um instrumento, ao canto, à 
composição e à formação de conjuntos musicais. 
No século XX, a música foi instituída como disciplina obrigatória na escola, inicialmente nos 
cursos de professores normalistas e, posteriormente, com o projeto de Canto Orfeônico, do com-
positor Villa-Lobos. 
As décadas de 1930 e 1940 repre-
sentaram um dos momentos mais signi-
ficativos da história da educação musical 
em nosso país, pois foram assinaladas 
por iniciativas e ações de educadores e 
dirigentes, com a finalidade de implan-
tar o ensino de música nas escolas em 
âmbito nacional. O maestro Villa-Lobos e orquestra após concerto em Tel Aviv - 1952. 
 
Musicalização nas Escolas 
 13 
Algumas dessas ações surgiram perpas-
sando reformas municipais ou estaduais, 
anunciando as reformas nacionais que iriam 
acontecer nos anos seguintes. 
No ano de 1931, o grande compositor e 
músico brasileiro Villa-Lobos, após viagem à 
Europa, conheceu propostas de educação mu-
sical do compositor húngaro Kódaly, retornou ao Brasil, resolvido a iniciar um movimento em 
prol da implantação da música nas escolas. Inicialmente, preocupado com a quase inexistência 
de uma “consciência musical brasileira”, realizou em mais de sessenta cidades do interior de São 
Paulo, “caravanas artísticas”, fazendo conferências e apresentações, com o objetivo de divulgar a 
música nacional. Em decorrência da repercussão e do êxito dessas atividades musicais, o músico 
foi convidado por Anísio Teixeira — Superintendente do Ensino Público do Distrito Federal —, a 
ocupar o cargo de Diretor do Ensino Artístico da Prefeitura do Distrito Federal. Inspirado nos ide-
ais da Escola Nova, uma das propostas de Anísio Teixeira — discípulo de Dewey —, foi a de de-
mocratizar o ensino da música nas escolas, tornando-o acessível a todos. 
Com Getúlio Vargas no poder, foi criado, em 1932, o Departamento de Educação Musical da 
Prefeitura do Distrito Federal - Superintendência de Educação Musical e Artística – SEMA, sendo 
Villa-Lobos seu primeiro diretor. Segundo o compositor, o ob-
jetivo do SEMA era “planejar, orientar, cultivar e desenvolver o 
estudo da música nas escolas primárias, no ensino secundário 
e nos demais departamentos da municipalidade” (VILLA-
LOBOS, 1937, p. 4). Entre outras atividades, a SEMA era res-
ponsável por formar professores de música para as escolas, 
por meio do Curso de Pedagogia da Música e Canto Orfeônico. 
 
 
Musicalização nas Escolas 
 14 
Posteriormente, em 1942, o Decreto Federal nº 9493 determina a 
criação do Conservatório Nacional de Canto Orfeônico - CNCO - com a fi-
nalidade de preparar professores especializados em Canto Orfeônico para 
lecionar em escolas primárias e secundárias do país. 
Após a LDB 5692 de 1971, a aula de Educação Musical foi substituída 
pela disciplina Educação Artística, cuja maioria de professores possuía habilitação em artes plásti-
cas. Os muitos obstáculos enfrentados pelo educador musical no espaço escolar ocasionaram o 
abandono da profissão pelos professores de música em exercício nas escolas públicas. Entre as 
diversas causas, podemos mencionar: a falta de condições de infraestrutura, a ausência de instru-
mentos musicais e materiais específicos, as salas inadequadas, a falta de recursos didático-
musicais, a dificuldade de equipamentos sonoros e discografias específicas, a desvalorização da 
música no ambiente escolar e os salários desestimulantes. Essas dificuldades fizeram com que 
muitos docentes deixassem de ministrar o ensino de música na 
escola pública, em detrimento das outras linguagens; enquanto 
que outros foram buscar novas oportunidades em espaços diversi-
ficados no mercado de trabalho. Sendo assim, o ensino da música 
permaneceu ausente das escolas por um longo período. 
No ano de 1996, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB 9394, em seu artigo 
26, parágrafo 2º, determinou a obrigatoriedade do ensino de arte nas escolas brasileiras: 
 
§ 2º. O ensino da arte constituirá componente curricular obrigatório, nos diversos níveis da educação básica, 
de forma a promover o desenvolvimento cultural dos alunos. 
 
Porém, o ensino artístico continuou mais direcionado para as artes plásticas. Entretanto, de-
vido à atuação de entidades, músicos profissionais, educadores musicais, professores das escolas 
 
Musicalização nas Escolas 
 15 
de música, dos conservatórios e artistas, a Lei Federal 11 
769 / 08 foi promulgada em 2008, modificando o artigo 26 da 
LDB, tornando a música um conteúdo obrigatório nas escolas 
de educação básica: 
 
§ 6º A música deverá ser conteúdo obrigatório, mas não exclusivo, do 
componente curricular de que trata o § 2º deste artigo. 
 
Entretanto, em muitas escolas, esta legislação nem saiu do 
papel. Muitos fatores contribuíram para que isso ocorresse: 
 Insuficiência de professores especialistas em Música que possam atender à demanda esco-
lar e ao despreparo da maioria existente para atuar nas escolas; 
 Predominância das Artes Visuais nas escolas e de professores da área de Arte com esta es-
pecialização; 
 Carência de instrumentos musicais e infraestrutura adequada para uma aula de música; 
 Salários baixos e pouco atraentes da profissão; 
 Falta de material didático específico para o ensino da música nas escolas; 
 O descompasso entre os antigos currículos das Licenciaturas em Educação Artística, com ha-
bilitação em Música e a realidade sociocultural das escolas; 
 Professores, diretores de escola e secretarias da educação mantêm a concepção polivalente 
do ensino de Arte; 
 A expressão “ensino da arte” possui diferentes interpretações por parte das escolas e secre-
tarias da educação; 
 Os editais da maioria de os últimos concursos públicos para o magistério referiam-se aos 
professores de educação artística,não abrindo espaço para a inscrição dos licenciados em 
música. 
MÚSICA NA ESCOLA 
 
Musicalização nas Escolas 
 16 
Destaca-se também, a questão da permanência gene-
ralizada da concepção de ensino polivalente em Arte, devi-
do a razões práticas ou econômico-financeiras de uma polí-
tica educacional desinteressada em modificar esse quadro, 
como foi constatado em diversas pesquisas realizadas na 
área (Esperidião, 2011), contrariando as determinações da 
Lei Federal de Diretrizes e Bases Nacionais da Educação n.9394/96. 
 Após oito anos, como exposto anteriormente, esta lei foi substituída pela Lei Federal 
13.278 de 02 de maio de 2016, que alterou o parágrafo 6º do artigo 26 da LDB, inserindo as de-
mais linguagens artísticas: 6º§ “As artes visuais, a dança, a música e o teatro são as linguagens 
que constituirão o componente curricular [Arte] de que trata o § 2o deste artigo” 
 O retorno da música nas escolas tem chamado a atenção de muitas entidades, associa-
ções, artistas, entre outros, promovendo discussões entre diversos profissionais da área. A entre-
vista Roda de conversa sobre Música na Escola tem a participação dos principais educadores mu-
sicais brasileiros da atualidade. Assista à entrevista no link indicado a seguir: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ASSISTA: 
Acesse o link: http://www.youtube.com/watch?v=T2HSJX39Hdk 
PARA SABER MAIS: 
 
Acesse o link www.museuvillalobos.org.br 
 
Musicalização nas Escolas 
 17 
LT2: Metodologia do Ensino da Música 
 
Musicalizar significa construir um conhecimento musical significativo para a criança, levando
-se em conta três eixos significativos da educação musical: o apreciar, o fazer e o contextualizar. 
Diversos educadores já se conscientizaram do valor da música para a educação e, por essa razão, 
buscam novas formas de se trabalhar a música na escola. Os documentos - Referencial Curricular 
da Educação Infantil - RCN e os Parâmetros Curriculares – PCN orientam que a aprendizagem mu-
sical deve se apoiar sobre esses eixos significativos para a criança: 
Apreciar – corresponde à escuta significativa 
Produzir – é o fazer musical que envolve criação, interpretação e execução. 
Contextualizar – são as informações, os saberes e conhecimentos referentes ao contexto 
social, histórico e cultural da obra musical. 
O processo de musicalização tem como objetivo fazer com que o aluno torne-se um ouvinte 
sensível à música, estimulando o desenvolvimento dos aspectos afetivo, social, cognitivo, sensori-
al, emocional, físico, cultural e o imaginário da criança. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Eixos significativos da Educação Musical 
 
Musicalização nas Escolas 
 18 
Devemos enfatizar que a finalidade principal da educação musical é de-
senvolver a musicalidade que há na criança, pois a música faz parte da 
cultura humana e está presente em nosso cotidiano. 
Apreciar promove o desenvolvimento da escuta sonora, ou nas pala-
vras do educador musical canadense, Murray Schafer (1991), de um ou-
vido pensante, isto é, de uma audição consciente e significativa dos sons 
e músicas do mundo. 
Produzir música refere-se ao fazer musical propriamente dito, devendo o educador oportu-
nizar situações de criação, improvisação, execução e interpretação musicais para que sejam vi-
venciadas pelos alunos, buscando desenvolver o senso musical, a sensibilidade, a expressão, o 
ritmo, a escuta consciente, inserindo a criança no mundo musical e sonoro. 
Contextualizar corresponde às informações sobre a história, o compositor, o período, a 
época, o local, a composição, forma e estrutura das produções musicais, os elementos constituti-
vos da música, os movimentos musicais sociais e as reflexões e o pensar sobre as músicas que são 
trabalhadas em sala de aula. 
Todo o trabalho de musicalização precisa ser significativo para a criança, contextualizado no 
processo de ensino-aprendizagem. Sendo assim, aconselha-se que este processo ocorra em um 
contexto musical que tenha algum sentido para o educando. Como exemplo, podemos mencio-
nar em uma atividade de escuta as vozes dos animais, que terão mais 
significado, se for apresentada durante a contação de uma história. 
Desse modo, não devemos considerar a musicalização como uma 
“educação pela música”, pois essa forma de concepção significa utilizar 
a música como suporte para desenvolver outras áreas do conhecimento 
escolar tais como: a alfabetização, o raciocínio lógico e matemático, a 
socialização, entre outras. 
 
Musicalização nas Escolas 
 19 
A música é um conhecimento que possui conteúdos próprios, os quais devem ser trabalha-
dos na escola. 
De acordo com Snyders (1994), a escola deve proporcionar, além de preparação para o futu-
ro, alegria para o presente e esse é um dos papéis da música na escola. As crianças, quando brin-
cam, usam sons espontaneamente criando músicas e essa atitude, se não for estimulada na esco-
la, tende a desaparecer com o tempo. 
 Bebês com menos de dois anos de idade também são capazes de apreender a lingua-
gem musical. Por isso, ressaltamos que a mú-
sica deve fazer parte do cotidiano escolar des-
de a mais tenra idade, pois por meio de uma 
educação musical, a criança penetra em um 
universo sonoro, desenvolvendo a escuta de 
mundo e habilidades da percepção auditiva, 
tais como: discriminação, memória e análise-
síntese auditivas. 
 
Para Brito (2003) “a educação musical não deve visar à formação de possíveis músicos do 
amanhã, mas sim à formação integral das crianças de hoje”. Acreditamos que musicalizar é, antes 
de tudo, educar a escuta do mundo e de si próprio. 
A seguir, você encontrará duas propostas de atividades práticas para serem realizadas com 
crianças em sala de aula, se você for professor. Essas atividades têm o objetivo de articular a teo-
ria e a prática, uma vez que a música, por sua natureza, é um conhecimento prático. 
 
Musicalização nas Escolas 
 20 
AP1 - ATIVIDADE MUSICAL PRÁTICA 
 
Objetivo: apreciar, produzir e contextualizar a música Sambalelê 
 
Material: Música Sambalelê (tradicional brasileiro) e duas cartolinas de cores diferentes 
 
Acesse o link http://www.youtube.com/watch?v=7DyA1O2OYkI&feature=related para obter uma 
versão da música Sambalelê. 
 
O que ensinar: A Canção é uma forma musical que possui duas partes: A e B 
Faixa etária: a partir de 6 anos 
Expectativas de aprendizagem: conhecer a estrutura musical da forma canção AB, identifi-
car o ritmo do samba e o som dos instrumentos musicais típicos. 
 
APRECIAR 
Em uma sala espaçosa, dividir a turma em dois círculos – A e B, respectivamente. A brincadeira 
consiste em cada grupo sambar somente quando for a sua vez, de acordo com a seguinte regra: 
Grupo A - nas estrofes da música (Sambalelê tá doente, tá com a cabeça quebrada...) os alunos 
deverão se movimentar e sambar livremente, enquanto que as crianças do Grupo B permanece-
rão paradas, imitando estátuas. Ao ouvirem o refrão (Samba, samba, samba, ó lelê...), inverte-se: 
o grupo B inicia a movimentação e o grupo A passa a imitar as estátuas. Para facilitar a compreen-
são por parte das crianças, o educador poderá usar dois cartazes de cores diferentes correspon-
dentes à estrofe (Parte A) e ao refrão (Parte B), indicando a movimentação das crianças. Posteri-
ormente, elas deverão se movimentar sem o auxílio dos cartazes. Ensinar que Sambalelê é uma 
forma musical chamada canção e que possui duas partes: A e B. Procure identificar com seus alu-
nos outras canções que seguem essa mesma estrutura musical AB. 
 
PRODUZIR 
Você poderá propor que cantem somente a melodia da música, sem a letra. Elas poderão utilizar 
diferentes sons silábicos: lalala/ tatata / mimimi / nonono / etc. e realizarem a mesma movimenta-
ção da atividade anterior, apoiando-se somente na melodia. Em alguns países como na Colômbia, 
na Rússia e na Turquia, as colheres de madeira são usadas como instrumentos musicais para 
marcar o ritmo de músicas das suas respectivas culturas. Em um segundo momento dessa brinca-
deira, sugerir às crianças que marquem o ritmo das palavras da canção Sambalelê, usando colhe-
res de pau, que poderão ser decoradas com pinturas e enfeites e usadas também como um instru-
mento musical. 
 
CONTEXTUALIZAR 
Informar aos alunos que a palavra samba teve origem nas palavras africanas Zamba (festa) e 
Semba (umbigada). Aproveite para explorar alguns conhecimentos sobre o continente africano, 
seus povos e sua diversidade cultural. Outra sugestão é conhecer a música “Pelo telefone”, dos 
compositores Donga e Mauro de Almeida, considerada o primeiro samba brasileiro, gravado no 
Rio de Janeiro, em 1917. Acesse o link para ouvir e saber um pouco mais: 
 
https://www.youtube.com/watch?v=yeB9oBsFLrU 
 
Para finalizar, apresente aos alunos alguns dos principais instrumentos musicais típicos do samba 
carnavalesco, tais como o pandeiro, o ganzá, a cuíca, o reco-reco, o surdo, o tamborim, o cavaqui-
nho e o violão, explorando os sons de cada um através de um jogo sonoro. Alguns desses instru-
mentos aparecem no vídeo indicado no link acima. 
 
Musicalização nas Escolas 
 21 
AP2 - ATIVIDADE MUSICAL PRÁTICA 
 
Objetivo: apreciar, produzir e contextualizar a música Lugar Comum 
 
Material: Música Lugar Comum (1974) de João Donato e Gilberto Gil 
Acesse o link https://www.youtube.com/watch?v=V57iQqqehJI 
Outro link só instrumental: https://www.youtube.com/watch?v=AOfjSdSbpv0 
 
O que ensinar: A Canção é uma forma musical que possui duas partes: A e B 
 
Faixa etária: a partir de 6 anos 
 
Expectativas de aprendizagem: conhecer a estrutura musical da forma Canção. 
 
Estrutura da música: AB (AA’BB’) 
A - Beira do mar / lugar comum / começo do caminhar / pra beira de outro lugar / 
A’- Beira do mar/ todo mar é um/ começo do caminhar/ prá adentro do fundo azul 
 
B – A água bateu / o vento soprou/ o fogo do sol / o sal do Senhor / 
B’ – Tudo isso vem / tudo isso vai / pro mesmo lugar/ de onde tudo sai. 
 
 APRECIAR 
Ouvir a canção e ensinar a letra, verso por verso, formando-se uma roda com todas as crianças. Na 
primeira parte A da canção as crianças giram a roda em um sentido combinado, mudando o sentido 
da roda na repetição A’. Na segunda parte B e B’, as crianças fecham e abrem a roda a cada verso, 
imitando o vai e vem das ondas do mar. 
 
PRODUÇÃO 
Converse com seus alunos e pergunte se eles sabem produzir sons com o corpo. Peça para cada 
um inventar um som: palmas, bater os pés, gritos, vibrando os lábios, estalos, assobios, soprar, 
raspar, abanar, etc. Depois, destaque as palavras da música que evocam sons da natureza: mar, 
caminhar, água, vento, fogo, areia, fundo azul do mar. Explorar as sonoridades dessas palavras, 
com sons realizados pela voz, corpo, objetos sonoros e instrumentos musicais acompanhando a 
música. 
 
CONTEXTUALIZAÇÃO 
Informe aos alunos alguns conhecimentos sobre os compositores dessa música: João Donato e 
Gilberto Gil. Você sabia que João Donato, natural de Rio Branco, AC, costumava brincar de flauti-
nhas de bambu e panelas quando criança? Para saber mais: 
Acesse o link: http://www2.uol.com.br/joaodonato/bio.html 
 
Apresente também a música A rã de João Donato e Caetano Veloso, composta especialmente para 
crianças, para que elas conheçam outras composições desses músicos brasileiros. 
 
Musicalização nas Escolas 
 22 
FIQUE DE OLHO E REGISTRE SUAS OBSERVAÇÕES AO REALIZAR UMA DESSAS 
ATIVIDADES.  
LT3: BRASIL: um país musical 
Você já deve ter ouvido falar sobre a riqueza da 
cultura musical brasileira e também, sobre a musi-
calidade do nosso povo, qualidades que são co-
nhecidas no mundo todo, especialmente quando 
se trata de samba e de carnaval. Devemos essas 
características às nossas raízes histórico-musicais, 
particularmente, às influências das culturas indíge-
na, africana e portuguesa, responsáveis pela nossa formação étnica. 
Conhecer as muitas músicas do Brasil implica em compreender o contexto histórico, social e 
cultural. A música propicia um diálogo entre os povos, aceitação das diferenças e contribui para 
ampliar a percepção do outro e de si mesmo. Vamos conhecer um pouco sobre as raízes da músi-
ca brasileira. 
 
LT4 - Música Indígena 
 Conhecer nossos indígenas tem um papel pre-
ponderante na educação contemporânea, especial-
mente no que se refere às questões de inclusão soci-
al, discriminação e preconceitos racial e de etnias. 
No início da colonização, os indígenas já conheciam a 
“rabeca” – uma espécie de violino rudimentar — 
bem como possuíam um grande acervo de instru-
mentos musicais feitos com ossos de crânios, cabaças, sementes e outros materiais da natureza. 
 
Musicalização nas Escolas 
 23 
A musicalidade natural dos nativos e a facilidade com que apren-
diam música foram reconhecidas assim que os jesuítas aqui desembar-
caram, aproveitando-se a música como um dos principais recursos de 
catequese e colonização. Estima-se que a quantidade existente de tri-
bos indígenas desse período era por volta de 1 400 tribos, todas com 
características culturais singulares e costumes e hábitos diferenciados. 
Dentre as inúmeras tribos, daremos destaque à cultura musical 
dos guaranis, por terem sido os primeiros a estabelecer contato com os 
portugueses colonizadores e também, por habitarem uma grande par-
te das regiões de São Paulo. 
Nas aldeias guaranis, é costume ensinar música para as crianças 
desde a mais tenra idade, pois eles acreditam que as crianças se comunicam diretamente com as 
entidades divinas pelo canto. Ao anoitecer, “a dança do Xondaro” – uma espécie de arte marcial 
indígena -, é praticada todos os dias, com a finalidade de buscar agilidade, equilíbrio físico e espi-
ritual e ainda, práticas de caça e de defesa territorial. Apesar da colonização, os guaranis conser-
varam suas tradições musicais, por meio da transmissão oral de geração para geração e ainda ho-
je, podemos escutar a riqueza das suas melodias e cantos. 
Índio Enáuenê-nauê tocando um 
instrumento de sopro e osten-
tando completa ornamentação 
corporal. 
Principais características da música indígena 
As melodias se repetem de forma cíclica durante muito tempo, gerando um estado de transe hipnótico 
nas cerimônias ritualísticas. 
A marcação do ritmo é realizada geralmente pelos pés e pelos tocadores de instrumentos maracás. 
O timbre da voz é anasalado. 
O ritmo, em geral, é binário, ou seja, marcado em dois tempos, acentuando-se o 2º tempo (1, 2 / 1, 2 / 
etc.). 
Os instrumentos de percussão e de sopro são os mais usados. 
 
Musicalização nas Escolas 
 24 
INFORMAÇÃO 
 
Maracás são chocalhos globulares feitos de cabaça, ovos de ema ou de jacaré, cerâmica, 
crânio de macaco, carapaça de tartaruga, etc. contendo em seu interior sementes ou pe-
drinhas e adornados com penas e desenhos. Acredita-se que o som dos maracás pode 
expulsar os maus espíritos nas doenças, pois a maioria dos instrumentos musicais indíge-
nas possui relação com sagrado. Esses instrumentos pertencem à família da percussão e 
são usados em diversas situações nas aldeias guaranis. Outra informação importante resi-
de no uso da rabeca, uma espécie de violino rudimentar, que os índios já possuíam na 
época da colonização e ainda, nos dias atuais, a presença do violão para acompanhar as 
canções. 
Pulsação rítmica ou tempo musical: são as marcações ou batidas regulares e constantes, 
ao acompanharmos uma música com palmas, por exemplo, constituindoos pulsos ou tem-
pos musicais. 
 
AP4 - ATIVIDADE MUSICAL PRÁTICA 
CONHECENDO A MÚSICA INDÍGENA 
 
Objetivos: Trabalhar o pulso do ritmo musical (pulsação rítmica ou tempo) 
 Aprender sobre acentuação dos tempos fortes e fracos 
 
Material: Ñande Reko Arandu - Memória Viva Guarani. 
Acesse o link https://www.youtube.com/watch?v=ok-f1NX2B0o 
 
O que ensinar: Pulso rítmico, tempo forte e fraco. 
 
Faixa etária: a partir de 6 anos 
 
Expectativas de aprendizagem: marcar a pulsação rítmica de músicas variadas. 
 
Atividades 
 
APRECIAR 
Assista ao vídeo do link sugerido com seus alunos. Analise o ritmo mostrando a marcação dos 
maracás e, se possível, o clipe sugerido ao final, com a marcação do pulso rítmico nos pés, na 
dança que acompanha a música. Observe o canto anasalado, as entradas dos instrumentos, o 
número de repetições da melodia cantada, questionando seus alunos para que possam refletir 
sobre a música indígena. Ensinar que cada movimento dos maracás e batida dos pés chamam-
se tempos ou pulsações rítmicas. Perceber que as batidas dos pés não são com a mesma inten-
sidade, mas uma é forte e a outra é fraca, variando-se a acentuação dos tempos. 
 
Musicalização nas Escolas 
 25 
PRODUZIR 
Você poderá propor para as crianças confeccionarem chocalhos com latinhas, potes de iogurte ou 
outro material reciclável, inserindo milho de pipoca ou feijão em seu interior, fechando bem o reci-
piente e enfeitando com fita durex de várias cores e fitas coloridas, imitando os maracás. Tam-
bém poderá confeccionar com as crianças uma pulseira ou tornozeleira de tampinhas de garrafa 
ou guizos costurados em uma fita de velcro. 
Dividir a turma em dois grupos: o primeiro, grupo irá bater os pés no tempo forte da música, agi-
tando a pulseira ou tornozeleira; e o segundo grupo, marcará a pulsação com os chocalhos. Se 
quiser, ainda poderá elaborar com as crianças uma coreografia bem simples, imitando a dança 
indígena ou uma dramatização, levando-se em conta a letra da música selecionada para esta ati-
vidade. 
 
CONTEXTUALIZAR 
Pesquise com seus alunos informações sobre a cultura indígena dos guaranis: onde eles vivem, 
seus hábitos e costumes, tipos de instrumentos musicais usados por eles, locais das aldeias exis-
tentes e, se possível, organize uma excursão a um desses locais. Em SP, existem as aldeias lo-
calizadas em Parelheiros e no Pico do Jaraguá. 
Também existe o Museu do índio, localizado no Rio de Janeiro, mas você poderá visitá -lo de for-
ma virtual, acessando: http://www.museudoindio.gov.br. 
 
Assista ao clipe http://www.youtube.com/watch?v=ETg-_UgEjm4 e observe a instrumentação usa-
da pelo grupo musical indígena. 
 
PARA FINALIZAR 
 Você poderá ainda, utilizar em sala de aula, ao realizar a atividade AP4, informações sobre a 
vida e a música de várias tribos de índios do Brasil, no excelente livro Cantos da Floresta: inicia-
ção ao universo musical indígena, das autoras Magda Pucci e Berenice de Almeida, lançado re-
centemente em abril de 2018, pela editora Peirópolis. Este livro contém muitas propostas de ativi-
dades sobre a cultura indígena para todas as idades. 
Acesse o link para obter muitas informações e propostas de atividades para a sala de aula: http://
www.cantosdafloresta.com.br 
LT5 - Música Portuguesa 
Outra influência na música brasileira deve-se aos 
portugueses, cuja música é diversificada, com ritmos 
e gêneros variados. Baladas, cantos de trabalho, 
cantos de pastoras natalinos, cantigas de roda, fado, 
modinhas, serestas, vira, entre outros, trazem como 
caráter marcante o uso dos adufes – pandeirões 
quadrados para marcação rítmica das melodias. 
 
Musicalização nas Escolas 
 26 
A cidade portuguesa do Minho foi a que mais influenciou a cultura brasileira, ao herdar a 
cultura grega e árabe, além da música religiosa das sinagogas e igrejas. 
Principais características da 
 música portuguesa 
As melodias portuguesas possuem uma quadratura estrófica, isto é, quadrinhas constituí-
das de frases curtas e rimadas, como estão presentes em nossas parlendas, canções in-
fantis, acalantos, modinhas e cantigas. 
Inúmeros folguedos e danças brasileiras originaram-se no folclore português. Como exem-
plo, podemos citar o reisado, o fandango, o bumba-meu-boi, os pastoris, as marchinhas e 
outros. 
Diversas danças brasileiras receberam enorme influência portuguesa, como é o caso da 
ciranda e da quadrilha. 
Os instrumentos de cordas dedilhadas são os mais usados, tais como a viola, violão, cava-
quinho, bandolim, acompanhados por percussão, especialmente os adufes e as caixas. 
Diversos exemplos de cantigas de roda e de acalantos brasileiros revelam traços musicais 
ibéricos na sua gênese, tais como Senhora Dona Sancha; A moda da Carranquinha; O cravo e a 
rosa; Nesta rua; A rolinha; Ciranda, cirandinha; cujas gravações são facilmente encontradas para 
se desenvolver um trabalho com essas melodias na aula de música. 
Existem diversas possibilidades de se considerar a aula de música como eixo gerador de 
projetos interdisciplinares, integrando-se outras disciplinas desenvolvendo conteúdos adequados 
à faixa etária dos alunos. Pode-se realizar um trabalho de pesquisa das relações culturais- portu-
guesa e brasileira -, observando-se a pronúncia e o sotaque dos idiomas português e brasileiro 
nas letras das melodias. E também fazer um levantamento sobre os instrumentos portugueses de 
cordas e as tradições musicais brasileiras, pois irá ampliar o conhecimento sobre as influências 
portuguesas na música brasileira. 
 
Musicalização nas Escolas 
 27 
Como ocorre em muitas culturas, o círculo tem grande importância nas atividades sociais: 
nele são conduzidas reuniões sociais, reuniões familiares, discussões de negócios, reuniões de tri-
bos etc., possibilitando aos participantes uma condição de igualdade. Por isso, aconselha-se que 
todas as atividades musicais possam ser trabalhadas em círculo ou em semicírculo, pois as sonori-
dades ressoam de modo mais acústico, além de facilitar a percepção e a integração do grupo. 
ASSISTA: 
 
Acesse o link: : http://www.letrasdemusicas.fm/mawaca/ciranda-indiana e assista a dança cir-
cular Cirandeiro com o grupo musical Mawaca. 
 
Outro link de dança circular com a música folclórica Eu morava na areia, Sereia http://
www.youtube.com/watch?v=Jdx3kigK9vE&feature=related 
 
Você poderá aproveitar as cantigas de roda para trabalhar diversas “Danças Circulares”, pro-
movendo maior interação entre os participantes. Existem muitas propostas em vídeos nos ca-
nais do Youtube. 
 
PARA FINALIZAR 
Como trabalho interdisciplinar, você poderá aproveitar o estudo da música portuguesa e desen-
volver o tema: “Descobrimento do Brasil”. Para as crianças, existe a música Pindorama que 
conta essa história de forma divertida. Acesse o link: 
 https://www.youtube.com/watch?v=0ivhIfmtevc 
Ou ainda, a animação Os portugueses – raízes do Brasil no link: 
https://www.youtube.com/watch?v=HfaeWT6qZl0 
PARA SABER MAIS: 
 
Material de apoio: Cd Cantigas de Roda e Canções do Brasil (Selo Palavra Cantada) e Grupo 
Cupuaçu – Centro de Pesquisa em Danças Brasileiras 
Acesse o link www.palavracantada.com.br, para baixar músicas pelo youtube oficial do grupo e 
assistir aos clipes sugeridos. 
 
Cd Pandalelê – Brinquedos Cantados: no link da Palavra Cantada, você terá acesso às várias 
gravações de cantigas tradicionais da cultura infantil brasileira, tais como: De abóbora faz melão, 
Tumbalacatumba, Eu entrei na roda, Meu anel de pedra verde, entre outras. 
 
 Grupo Cupuaçu – Centro de Pesquisa em Danças Brasileiras 
 O Grupo Cupuaçu em São Paulo, com sede no bairro do Butantã,é especializado no resgate de 
danças folclóricas como carimbó, bumba meu boi, coco de roda, ciranda de roda, entre outras. 
Acesse o link: www.grupocupuaçu.org.br, conheça o grupo e outras danças de influência portu-
guesa, observando as características de cada uma. 
 
Musicalização nas Escolas 
 28 
LT6 - Música Africana 
A colonização do Brasil seguiu um modelo de exploração 
econômica latifundiária e de monocultura de certos gê-
neros que tinham alto valor lucrativo na Europa, como 
foi o caso da cana-de-açúcar, necessitando de mão de 
obra escrava em substituição à indígena. Entre os sécu-
los XV e XVIII, Portugal mantinha o tráfico de escravos 
negros como uma das principais atividades lucrativas. 
No Brasil, os bantos, procedentes do sul da África, foram 
um dos principais grupos que se estabeleceram especial-
mente no Rio de Janeiro, Minas Gerais e outras localida-
des, para realizarem esse trabalho escravo que perdurou por vários séculos em nosso país. 
Para os africanos, a música é parte integrante da vida social, religiosa e do seu cotidiano. O 
instrumentista não apenas toca seu instrumento, mas também movimenta todo seu corpo, ex-
pressando-se corporalmente e integrando movimento, ritmo, dança, fala e canto como um todo 
complexo. É interessante sabermos que não existe no idioma africano uma palavra que signifique 
música, como ocorre no ocidente, ou seja, no sentido de uma melodia cantada ou instrumental. 
Existem palavras para significar estilos, repertórios ou formas musicais. Todavia, por influência da 
cultura ocidental, houve a incorporação da palavra musique, do francês, ou music, do inglês, ao 
vocabulário africano. 
Em 09 de janeiro de 2003, foi sancionada a Lei Federal nº 10.639 que tornou obrigatório o 
estudo da História e Cultura Afro-Brasileira. Sendo assim, o estudo da música africana articulada 
às demais disciplinas, poderá vir a ser um eixo gerador de projetos pedagógicos para cumprimen-
to dessa exigência legal. 
 
Musicalização nas Escolas 
 29 
Podemos identificar muitas manifestações culturais brasileiras que 
são heranças da cultura musical africana, tais como: o jongo, a capo-
eira, o maracatu, o batuque, o bambelô, o samba de aboio, o tam-
bor de crioula, o carimbó, o candomblé, a congada, o moçambique, 
entre outras. A contribuição musical do negro para a música brasilei-
ra se deu, principalmente, em relação ao aspecto rítmico, pois a mú-
sica africana privilegia o ritmo à melodia, em decorrência dos varia-
dos idiomas monossilábicos falados pelos povos da África. 
A variedade musical do continente africano é muito rica, como acontece também em nosso 
país. Por isso, apresentaremos algumas características mais gerais da música africana, tendo o 
cuidado de não generalizarmos para todo o extenso continente africano. 
O Hino da África do Sul, desde o ano de 1997, é uma mistura de diversos hinos como, por 
exemplo, o hino do apartheid, o hino popular do Congresso Nacional Africano e de outros hinos 
regionais. Sua letra apresenta trechos em cinco línguas oficiais do país (zulu, xhosa, sesotho, afri-
caner e inglês). 
PARA SABER MAIS: 
 
SANSA KROMA é uma canção folclórica africana que era cantada pelas mães sul
-africanas durante o exílio, nos tempos do apartheid. O sansa kroma é um pássaro 
fantástico do imaginário de aldeias africanas, uma espécie de falcão. Contam que um 
dia ele estava voando alto no céu e avistou alguns pintinhos órfãos. Sansa kroma des-
ceu e cuidou deles até que estivessem adultos. A mensagem da canção é que nas co-
munidades, africanas sempre haverá alguém para cuidar das crianças. 
Acesse o link: http://www.letrasdemusicas.fm/mawaca/sansa-kroma 
 
Musicalização nas Escolas 
 30 
Principais características da 
 música africana 
Polirritmia – combinação de diferentes ritmos executados simultaneamente. 
Ritmo sincopado – os acentos das pulsações são deslocadas, presentes no samba, mara-
catu e outros ritmos africanos. 
Canto responsorial – alternância entre solista e coro (corresponde ao cantor que exerce o 
papel de puxador do samba, como também nas toadas e folguedos brasileiros). O puxador 
é responsável por iniciar o canto da melodia, sendo seguido pelos demais, formando frases 
musicais na forma de perguntas e respostas. 
O costume de se cantar a duas vozes, em terças ou quartas sobrepostas, foi incorporado 
às canções e melodias brasileiras, a exemplo da música sertaneja. 
Fusão entre música e dança 
Predominância de variedade de instrumentos de percussão e alguns instrumentos melódi-
cos, tais como o orocongo (ancestral do violino), o berimbau, a kalimba. 
AP5 - ATIVIDADE MUSICAL PRÁTICA: CONHECENDO A MÚSICA AFRICANA 
 
Objetivos: Trabalhar o pulso do ritmo musical (pulsação rítmica ou tempo). 
 Aprender sobre acentuação dos tempos fortes e fracos 
 
Material: Música Escravos de Jó e copos de plástico ou tampinhas de garrafa pet, latas e 
bexigas de diversos tamanhos. 
O que ensinar: Pulso rítmico, tempo forte e fraco. 
 
Faixa etária: a partir de 6 anos 
 
Expectativas de aprendizagem: marcar a pulsação rítmica de músicas variadas. 
 
Atividades 
 
APRECIAR 
Escravos de Jó é um brinquedo tradicional brasileiro de origem africana, realizado pelas crianças 
da África com caixa de fósforos, pedrinhas ou sementes que são passadas de um em um. Pode-
se brincar, inicialmente, formando uma roda de mãos dadas e marcando com os pés as sílabas 
fortes. No zigue zigue zá realizar pequenos saltos de vai e vem. 
 
Variação: Outro modo de brincar é sentar em roda e estender a palma da mão esquerda 
voltada para cima para o colega do lado esquerdo. Apoiar a palma da mão direita voltada para 
baixo em cima da mão do colega da direita. Ouvir e cantar a música marcando as sílabas fortes 
da melodia, batendo a mão direita na mão do colega, uma criança por vez. 
 
Musicalização nas Escolas 
 31 
Outra sugestão: reproduzir a melodia africana Funga Alafia (Libéria) com as crianças, brincando de 
passar o copo ou a tampinha pet como em Escravos de Jó. 
Acesse o Link da cantora africana Nana Malaya: 
https://www.youtube.com/watch?v=GTegkMJq15M&list=RDGTegkMJq15M&index=1 
 
PRODUZIR 
Confeccionar com seus alunos tambores africanos de vários tamanhos, feitos com latas e bexigas, e 
cantar e tocar a melodia tradicional sul africana Syahamba, conforme consta nos links: 
https://www.youtube.com/watch?v=PE0ZznTs620 
 
https://www.youtube.com/watch?v=-bsFJNF-bMQ 
 
CONTEXTUALIZAR 
Pesquise com seus alunos informações sobre a cultura africana: localização geográfica do continen-
te, hábitos e costumes, tipos de instrumentos musicais usados por eles, danças características afro-
brasileiras e, se possível, organize uma visita ao Museu Afro-Brasileiro, localizado no Parque do Ibi-
rapuera para conhecer de perto a arte africana. 
 
PARA FINALIZAR 
Cante a música África, da Palavra Cantada e interpretada pelas crianças do Coral do Rio de Janeiro, 
ao ar livre: 
https://www.youtube.com/watch?v=yGv47mv7874 
 
https://www.youtube.com/watch?v=zRYF5f5nJQI 
Você ainda poderá realizar a brincadeira de palmas e mãos Roda Africana, como está no link: 
https://www.youtube.com/watch?v=QjlmRDk9ktI. 
 
Sobre a capoeira, um exemplo de projeto: 
http://www.abemeducacaomusical.com.br/revista_musica/ed7e8/Revista%20Musica%207_Ponso.pdf 
 
Sobre o Coco paraibano, um exemplo de projeto: 
<http://www.abemeducacaomusical.com.br/revista_musica/ed9/Revista%20Meb%
209_ARTIGO_Estudio%20Movel.pdf> 
 
Material de apoio: 
ALMEIDA, M. Berenice de; PUCCI, Magda Dourado. Outras terras, outros sons. São Paulo: Ed. Cal-
lis, 2003 (acompanha Cd com músicas indígenas, portuguesase africanas e propostas de atividades 
musicais para a sala de aula). 
 
________________. Cantos da Floresta: iniciação ao universo musical indígena. São Paulo: Peiró-
polis, 2018. 
 
SODRÉ, Lilian Abreu. Música africana na sala de aula. São Paulo: Duna Dueto Editora, 2010. 
(acompanha Cd de músicas africanas e propostas de atividades). 
 
 
Musicalização nas Escolas 
 32 
LT7 – RITMOS BRASILEIROS 
Para você conhecer a variedade de ritmos musicais que o Brasil possui, sugerimos alguns 
vídeos que irão ilustrar de forma mais didática e motivadora, os diversos ritmos da música brasi-
leira. 
ASSISTA: 
Os vídeos: 
Curtos (de 1 a 4 minutos): 
https://www.youtube.com/watch?v=kmhk0DVhQ74 
 
https://www.youtube.com/watch?v=yLRrPTMr7Sw 
 
https://www.youtube.com/watch?v=XaWHdksYSjE 
 
https://www.youtube.com/watch?v=lBw7bfsH1-U 
 
https://www.youtube.com/watch?v=hZDfzEbmVck 
 
Maior duração (até 15 minutos) 
https://www.youtube.com/watch?v=5FWKgUr2Xjk 
 
https://www.youtube.com/watch?v=qvklwdDMHas&t=9s 
 
Alguns documentários importantes (até 1h 30m): 
Paulinho da Viola 
https://www.youtube.com/watch?v=IwWCjaWRZfE&index=14&list=RDWO1Uwyn62v4 
 
Chiquinha Gonzaga 
https://www.youtube.com/watch?v=xovks5pFOvs&list=RDWO1Uwyn62v4&index=30 
 
História da Bossa Nova 
https://www.youtube.com/watch?v=n2pko5Q2ofg&index=30&list=RDWO1Uwyn62v4 
 
A História da MPB que o Brasil não conhece 
https://www.youtube.com/watch?v=U7o-y3KbB_U&index=33&list=RDWO1Uwyn62v4 
 
100 anos de Choro 
https://www.youtube.com/watch?v=GLLnfi5g9l8&list=RDWO1Uwyn62v4&index=30 
 
 
 
Musicalização nas Escolas 
 33 
Samba: as muitas batidas do samba 
https://www.youtube.com/watch?v=spjc6KhwZIo&index=29&list=RDWO1Uwyn62v4 
 
Uma breve história do Samba - Cartola 
https://www.youtube.com/watch?v=9Jibd_qMTjs 
 
Dois documentários sobre Heitor Villa-Lobos 
https://www.youtube.com/watch?v=Ghs1re18cHw - Sobre o compositor Heitor Villa Lobos - 
documentário da TV Manchete 
 
https://www.youtube.com/watch?v=4JtlaVcEqXI - De batutas a batucadas - Documentário da 
TV Senado sobre Villa Lobos 
Após você ter estudado sobre a riqueza e a diversidade 
da cultura musical brasileira, no módulo II serão abordados 
alguns conteúdos mais específicos da educação musical. 
No século XX, a preocupação de profissionais da músi-
ca, compositores e educadores com o ensino de música nas 
escolas de diversos países acabou por produzir várias pro-
postas e modelos de musicalização nas escolas. Veremos 
como tais abordagens influenciaram o ensino de música em 
nosso país e de que modo poderemos aproveitar algumas 
dessas propostas para nossas práticas pedagógico-musicais em sala de aula. 
Além disso, iremos responder a um questionamento de muitos profissionais da educação, 
em relação ao ensino da música nas escolas: 
Será que é possível ensinar música nas escolas, trabalhando conteúdos exclusivamente mu-
sicais, mesmo que o professor não saiba ler partituras ou tocar algum instrumento musical? 
 
Vamos conferir? 
Até o próximo módulo! 
 
Musicalização nas Escolas 
 34 
CRÉDITO DAS IMAGENS 
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www.publicdomainpictures.net/en/view-image.php?image=117991&picture=music-notes CCO 1 
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Por José Mauricio Nunes Garcia Júnior - Mattos, Cleofe Person de. José Maurício Nunes Garcia: biografia. Fundação Bibli-
oteca Nacional, 1997, Domínio público, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=44994432 
Por National Photo Collection [1] ,serial#-054817, photo code- D597-077, Domínio público, 
 https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=6695446 
Por Ratigan (instrument et photo) - Obra do próprio, CC BY-SA 3.0, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?
curid=314543

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