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PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA PRIMEIRA REGIÃO 
SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DE ARAGUAÍNA
Processo N° 0002019-50.2016.4.01.4301 - 1ª VARA - ARAGUAÍNA
Nº de registro e-CVD 00070.2017.00014301.2.00792/00128
Processo nº 0002019-50.2016.4.01.4301
Classe : AÇÃO ORDINÁRIA / OUTRAS
Autor(a) :
ALINE LOURENCO CUNHA, ALVACI DE JESUS PEREIRA 
SILVA, ELDER NARCISO FELTRIM, FABIANE RODRIGUES 
COSTA, JUSSARA DIAS QUEIROZ, LUCIANA ZENOBIO 
QUADRA VIEIRA DOS SANTOS, MILENE TIBURCIO 
NARENTI FERRADOZA, REINALDO MAGALHAES 
FERNANDES, SILVESTRE JULIO SOUZA DA SILVEIRA, 
STHEPANY FRAGOSO BORGES
Réu/Ré :
INSTITUTO DE EDUCACAO DE CIENCIAS HUMANAS E 
EXATAS LTDA - EPP, INSTITUTO EDUCACIONAL 
VANGUARD LTDA - ME, UNIAO
Tipo : “A” (Resolução nº. 535 - CJF)
SENTENÇA
I – RELATÓRIO
Trata-se de ação de obrigação de fazer c/c danos morais e materiais ajuizada por 
REINALDO MAGALHÃES FERNANDES e OUTROS em face do INSTITUTO DE 
EDUCAÇÃO DE CIÊNCIAS HUMANAS E EXATAS LTDA – EPP (FACULDADE 
INTEGRADA DE GOIÁS – FIG), GRUPO EDUCACIONAL VANGUARD e UNIÃO.
Relatam que a FIG ofertou o curso de Mestrado Profissional presencial em 
Araguaína, para o qual os requerentes foram aprovados, tendo celebrado contrato de 
prestação de serviço, mediante o pagamento de taxa de R$ 700,00.
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Lei 11.419 de 19/12/2006.
A autenticidade deste poderá ser verificada em http://www.trf1.jus.br/autenticidade, mediante código 2929134301230.
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Processo N° 0002019-50.2016.4.01.4301 - 1ª VARA - ARAGUAÍNA
Nº de registro e-CVD 00070.2017.00014301.2.00792/00128
Informam que as aulas iniciaram em 21/11/2014, com uma turma de 26 alunos, de 
um total de 47 aprovados, com aulas ministradas pelo Professor Daniel Sotelo, 
inicialmente no Hotel Araguatins, e, após, no Instituto Carlos Chagas. O docente, ao ser 
questionado sobre o reconhecimento do mestrado junto ao MEC, assegurou que todos os 
trâmites necessários à regularização do curso estavam sendo observados, tranquilizando 
os requerentes quanto ao recebimento do certificado ao final.
Aduzem que questionaram os professores e representantes da FIG e do GRUPO 
VANGUARD sobre a validação do curso junto ao MEC, tendo obtido a informação de que 
o mestrado sequer foi incluso na plataforma Sucupira1, razão pela qual não seria 
recomendado pela CAPES.
Destacam a ocorrência de diversos problemas durante o curso, como pagamentos 
realizados por meio de depósito direto na conta corrente do Diretor do Grupo Vanguard, 
falta de professores, ausência de aulas, deficiência nas informações repassadas aos 
alunos. Relatam a constante troca dos locais de aula, ausência de professores 
orientadores, envio de artigos que não foram publicados e inexistência de cumprimento da 
grade de créditos exigida pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível 
Superior (CAPES).
Informam que a FIG também marcava aulas com apenas 1 ou 2 semanas de 
antecedência, inviabilizando a alteração dos plantões para os quais os discentes, como 
profissionais da área de saúde, era escalados.
Destacam que chegaram a fazer prova de proficiência em língua inglesa, mas, até 
o ajuizamento da ação, o curso de Mestrado Profissional em Saúde não teria sido 
cadastrado junto ao CAPES e não teria autorização para ser ministrado.
1 http://www.capes.gov.br/avaliacao/plataforma-sucupira
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Defendem a responsabilidade da UNIÃO em decorrência do seu dever de 
supervisionar e fiscalizar a execução de cursos de pós-graduação stricto sensu ofertados 
pela iniciativa privada. Logo, deveria ter impedido a FIG de oferecer o curso em comento 
de forma irregular.
Requereram, em sede de tutela de urgência que: a) a autorização do depósito em 
juízo das mensalidades do curso, no valor de R$ 925,00, com o objetivo de cessar os 
juros; b) a apresentação, pelos réus, de provas do registro ou da regularização do curso 
de Mestrado Profissional em Saúde junto à Plataforma Sucupira, MEC e CAPES; c) a 
informação, pelos requeridos, acerca do andamento da Revista FIG Científica e sua 
respectiva Qualis Capes; d) os dois primeiros requeridos apresentem os nomes dos 
professores orientadores, bem como suas linhas de pesquisa, no prazo de 30 (trinta) dias; 
e) a UNIÃO ateste a aprovação ou não do curso; f) o primeiro e segundo requeridos 
informem nos autos o andamento de todo o procedimento de cadastro junto ao 
MEC/CAPES/PLATAFORMA SUCUPIRA até a aprovação em definitivo dos mestrandos; 
g) os requeridos não incluam os nomes dos autores em qualquer órgão de proteção ao 
crédito; e, h) que os réus não suspendam o serviço contratado.
Requerem, alternativamente, caso haja impossibilidade de regularização do curso 
junto ao MEC/CAPES, que transfiram os requerentes para outra instituição certificada 
dentro do território nacional para que recebam Diploma/Certificado de conclusão do curso 
de mestrado válido.
Pleiteiam, também, alternativamente, no caso de não haver a possibilidade de o 
curso ser regularizado junto ao MEC/CAPES e de ser transferido, a condenação dos réus 
em danos morais e materiais, a serem calculados em liquidação de sentença.
Os autores emendaram a inicial (fls. 236/239) juntando as procurações de ELDER 
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Processo N° 0002019-50.2016.4.01.4301 - 1ª VARA - ARAGUAÍNA
Nº de registro e-CVD 00070.2017.00014301.2.00792/00128
NARCISO FELTRIM e de STHEPANY FRAGOSO BORGES.
Foi proferida a decisão de fls. 241/243 deferindo parcialmente o pedido de tutela 
provisória de urgência de natureza cautelar requerida em caráter incidente, nos termos do 
art. 300 do CPC/2015, para conceder aos autores o prazo de 5 (cinco) dias para 
realização do depósito dos valores das mensalidades em conta judicial vinculada aos 
presentes autos na Caixa Econômica Federal - CEF, Agência 0610. O pedido de 
decretação de segredo de justiça foi indeferido e ojuízo reservou-se a analisar os demais 
pedidos de tutela (item “d” da fl. 28) para após a apresentação das contestações.
Os autores abriram a conta judicial nº 864.00009-7, operação 005, na Agência 
0610, da Caixa Econômica Federal e juntaram os respectivos comprovantes de depósito 
(fls. 249/261).
O INSTITUTO EDUCACIONAL VANGUARD LTDA foi citado e intimado (fl. 265).
Petição dos autores (fls. 273/300): a) informando que os dois primeiros requeridos 
bloquearam o acesso dos alunos à “Plataforma Google Education”, após o deferimento da 
tutela por este juízo; b) que enviaram e-mails alertando-os de que, caso não houvesse o 
pagamento, seus nomes iriam ser inscritos em órgãos de proteção ao crédito; c) 
emendando a inicial incluindo BENITO ROLANDO GUTIERREZ MARTINEZ no polo ativo; 
d) informando novo endereço da FIG; e, e) juntando os depósitos judiciais do mês de 
julho de 2016.
Foi proferida a Decisão de fls. 302/304 (publicada em 16/08/2016 – fl. 306):
a) determinando que o INSTITUTO DE EDUCAÇÃO DE CIÊNCIAS 
HUMANAS E EXATAS LTDA-EPP (Faculdades Integradas Goiás-FIG) e o 
INSTITUTO EDUCACIONAL VANGUARD LTDA-ME:
a1) suspendam qualquer ato tendente à cobrança das 
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mensalidades depositadas em juízo, estando impedidas de 
proceder à negativação dos nomes dos demandantes nos 
órgãos de proteção ao crédito em relação às mesmas quantias; 
e,
a2) continuem a oferecer todas as funcionalidades do curso 
aos demandantes, mormente o acesso às plataformas de 
ensino, assim como disponibilizem os nomes dos orientadores 
para fins de elaboração do trabalho de conclusão do curso, sob 
pena de imposição de multa diária no valor de R$500,00 
(quinhentos reais), em caso de descumprimento.
b) determinando a citação da UNIÃO e, novamente, à citação do 
INSTITUTO DE EDUCAÇÃO DE CIÊNCIAS HUMANAS E EXATAS LTDA-
EPP (Faculdades Integradas Goiás-FIG) no endereço Rua 90, 460, 
Quadra F44, Lote 60/64, Bairro Setor Sul, Goiânia- Goiás;
c) indeferindo o pedido de emenda a inicial e, consequentemente, o 
ingresso de BENITO ROLANDO GUTIERRES MATINEZ no polo ativo 
desta demanda; e,
d) determinando a intimação do advogado dos autores para acostar as 
procurações de ELDER NARCISO FELTRIM e STHEFANY FRAGOSO 
BORGES, sob pena de sob extinção do processo sem resolução do 
mérito em relação a esses autores.
Petição dos autores informando que as procurações de ELDER NARCISO 
FELTRIM e STHEFANY FRAGOSO BORGES foram juntadas às fls. 236/237.
O INSTITUTO EDUCACIONAL VANGUARD LTDA (fl. 316) foi intimado da decisão 
de fls. 302/304.
Comprovantes de depósitos judiciais do mês de agosto de 2016 juntados às fls. 
319/330 pelos autores.
A UNIÃO apresentou contestação às fls. 332/334 arguindo, em preliminar, a sua 
ilegitimidade para figurar no polo passivo, tendo em vista que caberia a CAPES, que tem 
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personalidade jurídica própria, dispor sobre a regularidade dos cursos de pós-graduação. 
No mérito, pugnou pela improcedência do pedido por “ausência de sua responsabilidade 
por inexistência de ato a lhe ser imputado” (fl. 334). 
Foi juntada a certidão de citação e intimação da FIG acerca das decisões de fls. 
241/243 e 302/304 (fl. 337).
Réplica às fls. 342/387 requerendo a decretação da revelia do INSTITUTO 
VANGUARD. 
Informam, ainda, que as duas primeiras rés estão descumprindo a tutela de 
urgência, por continuarem impedindo os alunos que integram o polo ativo desta ação de 
acessarem as plataformas de ensino, bem como por não indicarem os nomes dos 
orientadores.
Relatam que a FIG comunicou que quem estivesse depositando os valores em 
juízo não poderiam realizar a prova de reposição em proficiência em inglês (alunos que 
não tiveram nota suficiente ou que não a fizeram). Destacam, também, que a 
apresentação da Dissertação foi designada para o mês de fevereiro de 2017 tão somente 
para os alunos que não ingressaram em juízo.
Noticiam que os réus FIG e Vanguarda interpuseram o Agravo de Instrumento nº 
0041994-81.2016.4.01.000, contudo, não cumpriram o art. 1.018, §2º do CPC informando 
a este juízo a referida interposição. 
Requereram o revigoramento da decisão de fls. 302/304, que a FIG não obste a 
participação no curso, a exclusão da UNIÃO do polo passivo e a respectiva inclusão da 
CAPES.
Decisão de fls. 389/391:
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a) reconhecendo a legitimidade passiva da UNIÃO e ilegitimidade passiva da 
CAPES;
b) determinando às requeridas ao pagamento de multa diária no valor de 
R$500,00 (quinhentos reais), a ser calculada, desde 17/08/2016, para o 
INSTITUTO VANGUARD LTDA-ME (fls. 315) e, desde 24/08/2016, para o 
INSTITUTO DE EDUCAÇÃO DE CIÊNCIAS HUMANAS E EXATAS LTDA. (fls. 
336), com termo final a data da prolação da referida decisão em 24/10/2016;
c) intimando os réus para suspenderem qualquer ato tendente à cobrança das 
mensalidades depositadas em juízo, estando impedidos de proceder à 
negativação dos nomes dos demandantes nos órgãos de proteção ao crédito 
em relação às mesmas quantias e continuarem a oferecer todas as 
funcionalidades do curso aos demandantes, mormente o acesso às plataformas 
de ensino, assim como disponibilizarem os nomes dos orientadores para fins de 
elaboração do trabalho de conclusão do curso, comprovando essa última 
providência nos autos no prazo de 5 (cinco) dias da intimação desta decisão, 
sob pena de aplicação de multa diária no valor de R$ 1.000,00 (mil reais); e,
d) intimando o advogado dos autores paraacostar a procuração ORIGINAL de 
STHEPANY FRAGOSO BORGES, sob pena de sob extinção do processo sem 
resolução do mérito em relação a essa autora.
O INSTITUTO VANGUARD foi intimado em 8/11/2016 (fl. 398) da decisão de fls. 
389/391, enquanto que a FIG foi intimada em 02/12/2016 (fl. 401).
Os autores compareceram nas fls. 404/444 informando que:
a) a procuração original de STHEPANY encontra-se à fl. 347;
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Nº de registro e-CVD 00070.2017.00014301.2.00792/00128
b) foi proferida decisão pelo juízo da 2ª Vara Federal da Seção Judiciária de Goiás 
no processo nº 9391-28.2016.4.01.3500 determinando, em sede de tutela, a 
requerimento do MPF, que a FIG suspenda a oferta do Programa de Mestrado 
Profissional e a renovação de matrículas dos programas que já tenham iniciado, 
enquanto não obtida autorização legal;
c) a FIG noticiou à turma de mestrandos, via e-mail, que o curso não foi 
recomendado pela CAPES por ter obtido pontuação 1 durante o processo de 
reconhecimento; e,
d) Elisandro, ex-funcionário da FIG, encarregado de organizar e registrar o curso 
referiu-se ao NILTON, proprietário da FIG e da Vanguard, como “estelionatário” 
e com total descaso quanto ao curso oferecido.
Na referida petição, os autores requerem o julgamento antecipado do mérito, bem 
como a suspensão dos depósitos.
Intimada para manifestar sobre a petição de fls. 404/444, bem como para 
especificar provas, a UNIÃO relatou não possuir provas a produzir (fl. 446).
Os autos vieram conclusos. Decido.
II – FUNDAMENTAÇÃO
II.1 – Do julgamento antecipado do mérito em razão da revelia e da urgência 
no julgamento
Conforme relatado, em que pese o GRUPO EDUCACIONAL VANGUARD LTDA (fl. 
265) e a FIG (fl. 337) terem sido citados, deixaram o prazo para apresentar contestação 
transcorrer in albis.
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Sendo assim, decreto a revelia do GRUPO EDUCACIONAL VANGUARD LTDA (fl. 
265) e da FIG (fl. 337), nos termos do art. 3442 do CPC, presumindo-se verdadeiras as 
alegações de fato formuladas pela parte autora.
De outro lado, cumpre destacar que o inciso IX do art. 12 do CPC prevê a 
possibilidade de exceção à ordem preferencial de julgamento caso haja urgência.
Assim, compulsando os autos, verifica-se haver prioridade no julgamento, vez que 
os requerentes estão depositando todo mês o valor relativo à mensalidade do mestrado, 
estando, portanto, preenchido o requisito previsto no aludido dispositivo legal.
Da mesma forma, não se vislumbra a necessidade de se produzir outras provas, 
por tratar-se de ação que versa apenas sobre questão de direito, nos termos do art. 355, 
I, do CPC.
Assim sendo, passo ao julgamento antecipado do mérito.
II.2 – Do mérito
II.2.1 – DA RESPONSABILIDADE DO INSTITUTO DE EDUCAÇÃO DE CIÊNCIAS 
HUMANAS E EXATAS LTDA – EPP (FACULDADE INTEGRADA DE GOIÁS – FIG) e DO 
GRUPO EDUCACIONAL VANGUARD
O cerne da questão resume-se a saber se o curso de Mestrado Profissional em 
Saúde oferecido pelas duas primeiras requeridas, INSTITUTO DE EDUCAÇÃO DE 
CIÊNCIAS HUMANAS E EXATAS LTDA – EPP (FACULDADE INTEGRADA DE GOIÁS – 
FIG) e GRUPO EDUCACIONAL VANGUARD, possui autorização e reconhecimento junto 
ao Ministério da Educação e se a prestação do serviço foi defeituosa.
2 Art. 344. Se o réu não contestar a ação, será considerado revel e presumir-se-ão verdadeiras as alegações de fato formuladas pelo 
autor.
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Pois bem. Os cursos de pós-graduação stricto sensu são sujeitos às exigências de 
autorização e reconhecimento previstas na Resolução CNE/CES nº 1/2001, obrigando 
as instituições de ensino superior formalizarem os pedidos de reconhecimento até, no 
máximo, 12 (doze) meses, após o funcionamento dos mesmos, senão vejamos:
Art. 1º Os cursos de pós-graduação stricto sensu, compreendendo 
programas de mestrado e doutorado, são sujeitos às exigências de 
autorização, reconhecimento e renovação de reconhecimento previstas 
na legislação.
(...)
§ 4º As instituições de ensino superior que, nos termos da legislação em 
vigor, gozem de autonomia para a criação de cursos de pós-graduação 
devem formalizar os pedidos de reconhecimento dos novos cursos por 
elas criados até, no máximo, 12 (doze) meses após o início do 
funcionamento dos mesmos.
A autorização é o ato legal concedido pelo Ministério da Educação que aprova o 
funcionamento de cursos pós-graduação stricto sensu, com prazo de validade, podendo 
ser renovado ou não, após processo regular de avaliação.
Já o reconhecimento é o ato formal final que outorga validade e fé pública para 
um curso de pós-graduação stricto sensu, obtido após avaliação satisfatória, podendo a 
instituição emitir diplomas com validade nacional. É concedido pelo MEC, após homologar 
o parecer favorável emitido pela Câmara de Educação Superior do CNE/CES, isto, com 
fundamento nos resultados da avaliação realizada pela Coordenação de Aperfeiçoamento 
de Nível Superior – CAPES, nos termos do §1º do art. 1° da Resolução CNE/CES nº 
1/2001:
§1º A autorização, o reconhecimento e a renovação de reconhecimento de 
cursos de pós-graduação stricto sensu são concedidos por prazo 
determinado, dependendo de parecer favorável da Câmara de Educação 
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Superior do Conselho Nacional de Educação, fundamentado nos 
resultados da avaliação realizada pela Fundação Coordenação de 
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES e homologado 
pelo Ministro de Estado da Educação.
Pois bem. A Nota de Esclarecimento emitida Faculdade Integrada do Goiás -FIG 
em 25/07/2016 (fls. 178/180) evidencia, sem sombra de dúvida, que o programa de pós-
graduação stricto sensu, na modalidade mestrado profissional, não detém autorização, 
nem reconhecimento, tendo havido apenas, supostamente, o encaminhamento de 
Proposta de Programa a CAPES, o que, por si só, não caracteriza a 
autorização/reconhecimento, senão vejamos:
“Neste diapasão, atendendo o calendário APCN 2015, divulgado pela 
CAPES, a quem compete receber o pedido de autorização de curso de 
mestrado, seja ele acadêmico ou profissional, a FIG encaminhou Proposta 
de Programa cujo protocolo é o de número 320/2015, o que se fez 
possível, por óbvio, a partir da prévia criação dos grupos de estudo e 
sua consolidação.”
De outro lado, consultando o sítio da CAPES3, extrai-se que os requeridos não 
possuem nenhum curso de mestrado reconhecido no Centro-Oeste e no Norte
Ainda, deve-se consignar que a 2ª Vara Federal da Seção Judiciária do Estado de 
Goiás proferiu a decisão de fls. 427/440, em 10/11/2016, na ação civil pública nº 9391-
28.2016.4.01.3500, ajuizada pelo MPF, deferindo a tutela antecipada no sentido de 
determinar à FIG que suspendesse a oferta de Programa de Mestrado Profissional e a 
renovação de matrículas dos programas, que, eventualmente, já tenham sido iniciados, 
enquanto não obtida autorização legal. Extrai-se da referida decisão (fls. 437/438), que a 
FIG, sequer tinha protocolado proposta de reconhecimento/recomendação de curso de 
3 http://www.capes.gov.br/avaliacao/dados-do-snpg/cursos-recomendados-reconhecidos
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pós-graduação stricto sensu nos anos de 2014 a 2015.
Da mesma forma, consta na fl. 405 e-mail enviado pela FIG à autora MILENE 
TIBURCIO NARENTI FERRADOZA noticiando que o Curso de Saúde obteve pontuação 
1, ou seja, não seria recomendado pela CAPES:
“Caros Alunos,
Como é de conhecimento, o Curso de Saúde obteve pontuação 1, que 
significa que não será recomendado pela CAPES”
Tal informação, à primeira vista, aparenta não ser condizente com a realidade, 
considerando uma possível inobservância do prazo de 12 (doze) meses previsto na 
Resolução CNE/CES nº 1/2001, já que o curso teve início em 21/11/2014, e, de acordo 
com decisão judicial proferida em ação civil pública (fls. 437/438), os requeridos sequer 
haviam protocolado pedido de reconhecimento/recomendação
Diante da revelia das instituições de ensino e dos fatos aqui demonstrados acerca 
da falha na prestação dos serviços, constata-se a impossibilidade de os alunos obterem 
diplomas válidos. 
Sendo assim, inviável o acolhimento dos pedidos formulados em relação às rés 
FIG e VANGUARD relacionados a: a) provas do registro ou da regularização do curso de 
Mestrado Profissional em Saúde junto à Plataforma Sucupira, MEC e CAPES; b) o 
andamento da Revista FIG Científica e sua respectiva Qualis Capes; c) apresentação dos 
nomes dos professores orientadores, bem como suas linhas de pesquisa, no prazo de 30 
(trinta) dias; d) informação acerca do andamento de todo o procedimento de cadastro 
junto ao MEC/CAPES/PLATAFORMA SUCUPIRA até a aprovação em definitivo dos 
mestrandos; e, h) manutenção do serviço contratado em relação aos requerentes.
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Igualmente, não se vislumbra a possibilidade de acolhimento do pedido subsidiário4 
de transferência para outra instituição certificada dentro do território nacional. Isso porque 
os programas de pós-graduação nem sempre aceitam os créditos provenientes de outras 
instituições de ensino e, quando o fazem, exigem a aprovação do CAPES, não sendo esta 
a hipótese dos autos5.
Por esses motivos, outra solução não há a não ser analisar o pedido de 
condenação da FIG e VANGUARD em danos morais e materiais, bem como para que não 
incluam os nomes dos autores em qualquer órgão de proteção ao crédito. 
Ora, se as requeridas ofereceram a prestação de serviços educacionais (vide fls. 
64/67), têm o dever de atender todas as exigências normativas em vigor no nosso 
ordenamento jurídico, obtendo, assim, a autorização e reconhecimento do curso de 
mestrado profissional em saúde, sob pena, por óbvio, de os alunos receberem um 
diploma de mestrado inválido.
Isso porque as requeridas, na qualidade de Instituições de Ensino Superior, têm 
ciência das exigências legais a elas impostas pela legislação e, mesmo assim, criaram o 
curso de mestrado profissional em saúde e o ofertaram aos autores, sem a devida 
autorização e reconhecimento pelo Ministério da Educação. 
Presume-se, assim, que, as requeridas FIG e VANGUARD, tinham amplo 
4 Art. 326. É lícito formular mais de um pedido em ordem subsidiária, a fim de que o juiz conheça do posterior, quando 
não acolher o anterior.
5 Regimento Interno do Programa de Pós-Graduação da USP: http://www.leginf.usp.br/?resolucao=resolucao-no - 
6542-de-18-de-abril-de-2013 Acesso em 25/08/2017; Regimento Interno do Programa de Pós-Graduação da UFBA: 
https://ppgms.ufba.br/sites/ppgms.ufba.br/files/regimento_interno_ppgms_-_2016_atualizado.pdf Acesso em 
25/08/2017; Regimento Interno do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde da UFPE: 
https://www.ufpe.br/documents/39682/244823/Regimento+Interno.pdf/483dcbf0-4e4b-4ae0-9521-
635a3fc17255 Acesso em 25/08/2017. 
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conhecimento de que os diplomas de seus alunos, caso viessem a ser emitidos, não 
teriam validade, o que frustraria a expectativa de obtenção dessa importante qualificação 
profissional, havendo, assim, falha na prestação do serviço, resultando em enormes 
prejuízos aos autores, e, por consequência, o dever de indenizar, nos termos do artigo 14 
do Código de Defesa do Consumidor:
Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da 
existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos 
consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como 
por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos. 
O dano material está configurado porque os requerentes tiveram que arcar com 
um curso que, em tese, além de difícil e extenso, será inútil para a atividade profissional, 
já que, diante do noticiado, receberiam diplomas não reconhecidos. Desse modo, entendo 
que os requerentes têm direito à reparação em dobro por toda a quantia efetivamente 
paga para a realização do curso do mestrado até o mês em que começaram a depositar 
em juízo (fls. 249/61), ante a evidente má-fé das requeridas na prestação de seus 
serviços, nos termos do art. 42, parágrafo único, do CDC. A quantia será definida em sede 
de liquidação de sentença. 
O dano moral está igualmente demonstrado, porque não houve mero transtorno 
ou incômodo, pois, conforme informado na inicial, os autores já estavam na fase final do 
curso, ou seja, no momento de escolha dos professores orientadores e de elaboração da 
dissertação final.
Relativamente à quantia a ser fixada a título de danos morais, deve-se ponderar 
ainda sobre as condições socioculturais e econômicas dos envolvidos, o grau de 
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reprovabilidade da conduta ilícita, a gravidade do dano, bem como o caráter punitivo-
pedagógico e as finalidades reparatório-retributivas da condenação, de tal forma que a 
quantia arbitrada não seja tão irrisória que sirva de desestímulo ao ofensor, nem 
tampouco exacerbada a ponto de implicar enriquecimento ilícito para a parte autora. 
Deve-se levar em conta também o tempo demandado pelos autores empregados 
para a realização do curso de Mestrado Profissional em Saúde, que teve seu início em 
21/11 /2014, bem como eventuais perdas de crescimento profissional, já que se sabe que, 
em muitas carreiras, há previsão de aumento salarial decorrente de obtenção de diploma 
devidamente reconhecido pelo MEC.
Assim, levando em conta as premissas acima especificadas, tenho que a quantia 
de R$ 30.000 (trinta mil reais) a título de indenização a cada autor se mostra razoável e 
adequada à reparação dos danos sofridos pelos demandantes. 
II.2.2 – Da responsabilidade da UNIÃO
Os autores defendem a responsabilidade da UNIÃO em decorrência do seu dever 
de supervisionar e fiscalizar a execução de cursos de pós-graduação stricto sensu 
ofertados pela iniciativa privada, a qual deveria ter impedido a FIG de oferecer o curso em 
comento de forma irregular. 
Contudo, em que pese recair sobre a UNIÃO o dever de fiscalizar os cursos de 
pós-graduação, ostentando, portanto, legitimidade passiva ad causam, conforme 
asseverado pela decisão de fls. 389/391, não se vislumbra, no presente caso, qualquer 
conduta comissiva ou omissiva do referido ente, bem como o indispensável nexo causal, 
uma vez que compete à UNIÃO, por meio do Conselho Nacional de Educação, órgão de 
assessoramento vinculado ao MEC, tão somente verificar se a instituição de ensino 
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preenche os requisitos, e, em caso afirmativo, autorizar e reconhecer os cursos de pós-
graduação stricto sensu (Resolução CNE/CES nº 1/2001).
Como já registrado alhures, não há nos autos qualquer elemento que evidencie a 
existência de pedido de autorização/reconhecimento do curso de mestrado profissional 
formulado pelas requeridas.
Ainda, não há notícia de denúncia formulada pelos autores em relação ao curso 
oferecido pela FIG e pelo GRUPO VANGUARD junto à UNIÃO.
Logo, não há como se exigir da UNIÃO o conhecimento acerca da existência de 
todos os cursos de pós-graduação ofertados pela iniciativa privada sem que haja uma 
comunicação formal do seu oferecimento. O dever de supervisionar e fiscalizar somente 
tem início a partir deste momento.
Nesse sentido, há de se reconhecer a ausência de responsabilidade da UNIÃO no 
presente caso.
III – DISPOSITIVO 
Ante o exposto, julgo parcialmente procedente o pedido, extinguindo o 
processo, com resolução no mérito para condenar o INSTITUTO DE EDUCAÇÃO DE 
CIÊNCIAS HUMANAS E EXATAS LTDA – EPP (FACULDADE INTEGRADA DE GOIÁS – 
FIG) e o GRUPO EDUCACIONAL VANGUARD:
b1) em danos morais no valor de R$ 30.000,00 (trinta mil reais) devido a cada 
autor e em danos materiais equivalentes à restituição em dobro de todos os 
valores já pagos por cada um, os quais serão apurados e calculados em liquidação 
de sentença. Juros moratórios de 1% ao mês, contados a partir do evento danoso, 
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e correção monetária desde a data do arbitramento (Súmula 362 do STJ), esta nos 
índices previstos no Manual de Cálculos da Justiça Federal; e,
b3) para que não incluam os nomes dos autores em qualquer órgão de proteção ao 
crédito.
Defiro a suspensão dos depósitos dos valores das mensalidades em juízo.
Diante do decaimentomínimo dos autores em relação ao pedido formulado em 
face da UNIÃO (art. 86, §1º, do CPC), condeno o INSTITUTO DE EDUCAÇÃO DE 
CIÊNCIAS HUMANAS E EXATAS LTDA – EPP (FACULDADE INTEGRADA DE GOIÁS – 
FIG) e o GRUPO EDUCACIONAL VANGUARD ao pagamento das custas finais e ao 
reembolso das custas iniciais recolhidas (fl. 40), além dos honorários advocatícios, estes 
incidentes sobre o valor da condenação, em percentual a ser definido quando da 
liquidação deste julgado, nos termos do art. 85, §4º, II do CPC.
Ato judicial não sujeito à remessa necessária, nos termos do art. 496 do CPC.
Sentença registrada eletronicamente.
Publique-se. Intimem-se.
Araguaína-TO, 25 de agosto de 2017.
ANA CAROLINA DE SÁ CAVALCANTI
Juíza Federal Substituta
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