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Peça II Apelação

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 4°VARA CRIMINAL DA COMARCA DE GOIÂNIA
PROCESSO N ° n°24884648
 	Afonso Martins, já qualificada nos autos do processo crime n°24884648 , que lhe move a Justiça Pública , por seu advogado que esta subscreve, não se conformando com a respeitável sentença que a condenou como incursa nas penas do art.157 do Código Penal, vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, dentro do prazo legal, interpor
RECURSO DE APELAÇÃO
Em desaproveito da decisão de pronúncia proferida por este juízo contra si, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos nas razões . 
Requer, com fundamento no artigo 593 I do CP seja recebida e processada a presente apelação e encaminhada, com as inclusas razões ao Tribunal de Justiça.
Nesses termos,
Pede deferimento.
Goiânia 21 de Agosto de 2015.
_______________________________ ___________________________
 GUILHERME LUCAS OAB nº 32.497 SÉRGIO LUIZ OAB n°33.451
_____________________________
JÉSSICA DINIZ OAB n°34.197
 TRIBUNAL DE JUSTIÇA, 
RAZÕES DE RECURSO DE APELAÇÃO
APELANTE: Afonso
APELADA: Justiça Pública
PROCESSO N° 24884648
Colenda Câmara,
Douto Procurador de Justiça,
Em que pese o indiscutível saber jurídico do Meritíssimo Juiz “a quo”, impõe-se a reforma da respeitável sentença proferida contra a Apelante, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas:
1– DOS FATOS
No dia 06 de novembro de 2014, por volta das 16h40, na Praça Tamandaré, Afonso Martins, subtraiu para si, mediante grave ameaça exercida com emprego de arma de fogo, previamente ajustado e com unidade de desígnios com terceiro não identificado, a quantia de R$ 3.000,00 (três mil reais) da vítima Larissa Macedo de Oliveira, e a quantia de R$ 50,00 (cinquenta reais) da vítima Giovani de Oliveira.
	As vítimas realizaram saque em um banco e se dirigiram a um ponto de taxi, porém observados pelo réu e o comparsa, que os abordaram, exibindo uma arma de fogo. Mediante ameaça de morte, exigiram a entrega do dinheiro e fugiram do local em uma moto. Avisada a polícia, contudo, apenas Afonso foi localizado, identificado, e então detido em flagrante. Não foi encontrado dinheiro ou arma com o acusado, que negou a autoria delitiva.
	Durante a fase de inquérito, o acusado preferiu o silêncio (fls.12).	Em juízo, negou a autoria delitiva e explicou que simplesmente deu carona a um amigo de nome Ronaldo, que pediu que parasse a moto, desceu do veículo e subtraiu a bolsa de uma senhora, sendo que após alguns minutos desceu e o mandou ir embora.
	O Juiz da 4ª Vara Criminal, no dia 20 de agosto de 2015, julgou procedente a ação penal promovida pela Justiça Pública e condenou Afonso ao cumprimento da pena privativa de liberdade de 9 anos reclusão como incurso nas penas do art. 157, § 2º, incisos I e II , do Código Penal. 
2 - DAS RAZOES E DIREITO
 Prefacialmente vale destacar que o presente recurso, preenche todos os pressupostos recursais necessários e por isso, merece ser conhecido. Ressaltando-se também que a sentença aqui guerreada, não encontra guarida em nosso ordenamento.
2.1 DA INSUFICIÊNCIA DE PROVAS
 	Nesse sentido, a conduta de Afonso Martins molda-se naquela descrita no art. 386 VII, pois não foi encontrado dinheiro ou arma com o acusado visto que não existem provas e materialidades suficientes para sua condenação: 
Art 386 CPP. O juiz absolverá o réu, mencionando a causa na parte dispositiva, desde que reconheça: 
VII- não existir prova suficiente para a condenação;
O prejuízo à defesa parece evidente, quando o Estado deixa de produzir a prova que seria útil ao processo. Certamente, a defesa estará prejudicada, se o delito foi praticado pelo réu entretanto e o órgão técnico do Estado deixou de agir para demonstrar a realidade dos fatos ocorridos.
Assim vale resaltar alguns doutrinadores quanto ao ônus da prova no processo penal, conforme critérios objetivos. Tourinho Filho ensina que ônus da prova é:
“um imperativo que a lei estabelece em função do próprio interesse daquele a quem é importo”.  Provar não é um dever, mas sim um ônus, pois a prática do ato é uma faculdade da parte que, não o fazendo, arcará com as conseqüências de sua inércia. 
Para Marcellus Polastri Lima, o ônus da prova incumbe a ambas as partes. O autor ainda afirma que:
“[...] oferecida a denúncia ou queixa, o autor deverá fazer a prova da ocorrência do fato e de sua autoria, conforme imputado na petição inicial, e, quanto ao acusado, caberá fazer a prova em relação à inexistência do fato, ou que este esteja amparado por excludentes de ilicitude, culpabilidade e punibilidade, ou qualquer circunstância que implique em benefício para o 
__________________________________________________________________________
¹TOURINHO FILHO, Fernando da Costa. Processo penal. 35. ed. v. 3. São Paulo, SP: Saraiva, 2013, p. 268.
acusado (atenuantes, causas especiais de diminuição de pena, direito à substituição da pena privativa de liberdade, imposição de regime menos severo, etc [...]”.
Paulo Rangel, por sua vez, afirma que:
“[...] o ônus da prova é todo do Ministério Público, tendo em vista que o roubo é crime de ação penal pública incondicionada. O autor argumenta que não se pode dar uma interpretação simplista ao art. 156 do CPP, no sentido de dividir o ônus da prova no interesse da alegação feita, pois tal interpretação afrontaria o disposto no art. 5º, LVII, da Constituição Federal, haja vista que se o réu é presumidamente inocente, não cabe a ele provar sua inocência. [...]”.
	É também imprescindível demonstrar o entendimento jurisprudencial acerca do tema exposto em fato similar:
PRIMEIRA CÂMARA CRIMINALSessão do dia 31 de agosto de 2010.Nº Único: 0037645-94.2009.8.10.0000 Apelação Criminal n.º 037645/2009 – Imperatriz-MA  PENAL. PROCESSUAL. APELAÇÃO. ROUBO MAJORADO PELO CONCURSO DE AGENTES. ABSOLVIÇÃO. INSUFICIÊNCIA DE PROVAS. AUTORIA DUVIDOSA. PROVAS APURADAS EM SEDE DE INQUÉRITO POLICIAL, NÃO CONFIRMADAS EM JUÍZO. CONDENAÇÃO FUNDADA EM EXCLUSIVA PROVA INDICIÁRIA. IMPOSSIBILIDADE. FRAGILIDADE DA OITIVA DE TESTEMUNHAS DA ACUSAÇÃO. ACERVO PROBATÓRIO QUE NÃO AUTORIZA O DESFECHO CONDENATÓRIO. APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DO IN DÚBIO PRO REO.
1. Provas produzidas sob o crivo do contraditório e da ampla defesa, que não dão a necessária certeza acerca da autoria do crime.
2. Apelante condenado, exclusivamente, com base nos depoimentos prestados na fase policial.
3. É imprescindível reconhecer que somente podem ser utilizados os elementos informativos colhidos no curso do inquérito policial se encontram conforto em dados coligidos na fase judicial, sob os crivos do contraditório e da ampla defesa.
4. A condenação deve sempre resultar de prova certa, segura, tranqüila e convincente. Havendo dúvida, decide-se em favor do acusado, em tributo à parêmia in dúbio pro reo.
5. Recurso do apelante provido.
Acórdão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos em que figuram como apelante e apelado os acima enunciados, ACORDAM os Senhores Desembargadores da Primeira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado do Maranhão, à unanimidade de votos e de acordo com o parecer da douta Procuradoria Geral de Justiça, em dar provimento ao presente recurso, para absolver o apelante, nos termos do voto do desembargador relator.Participaram do julgamento os Excelentíssimos Senhores Desembargadores Antônio Fernando Bayma Araujo (Presidente), Raimundo 
Nonato de Souza e José Luiz Oliveira de Almeida. Funcionou pela Procuradoria Geral de Justiça a Dra. Domingas de Jesus Froz Gomes.
São Luís (MA), 31 de agosto de 2010.DESEMBARGADOR Antônio Fernando Bayma Araujo PRESIDENTE
_____________________________________________________________________________________________________
²LIMA, Marcellus Polastri; PRADO, Geraldo (Coord.). A prova penal. 2. ed. Rio de Janeiro, RJ: Lúmen Júris, 2003, p. 14 E 15.
³RANGEL, Paulo. Direito processual penal. 23. ed. São Paulo: Atlas, 2013, p.503.
 
2.2 DA SENTENÇA INCONSTITUCIONALQue durante a faze de inquérito, o acusado preferiu a utilização de seu direito constitucional em permanecer em silêncio, onde isso prejudicou em sua tese de defesa, sendo base de justificativa de majoração da sentença:
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado;
 2.3 DA REDUÇÃO DA PENA 
Diante do exposto, as circunstâncias do exame de sua personalidade, por ser primário, de bons antecedentes, residência fixa e por prover de profissão definida, não foi consideras tais atenuantes para dosimetria de sua condenação a diminuição da pena e substituição da pena privativa de liberdade pela pena restritiva de direitos, aplicando o artigo 44, III do Código Penal. 
3 DOS PEDIDOS
Ante o exposto, pede-se e espera-se que essa Colenda Câmara digne-se receber, processar, conhecer e acolher este recurso, para que se determine:
1- Que seja, reformada totalmente a sentença a quo, julgando procedente a apelação pela absolvição do réu, visto que o mesmo desde a fase de instrução negou a autoria e em decorrencia falta de materialidade (não foram encontradas nem arma e nem valores em posse do acusado na hora da abordagem policial) e ausência de provas (produzidas apenas testemunhais e no inquérito);
2- Não aceita a tese do pedido anterior, a defesa solicita para que seja anulada a sentença com base no inciso IV, do artigo 564, do Código de Processo Penal diante do exposto da quebra do direito Constitucional ao silêncio, visto que o mesmo foi utilizado em desfavor do acusado sobre a sentença proferida, sendo utilizada como tese de majoração da pena imposta.
3- E, cumulativamente seja aplicada a minorante prevista na Súmula nº 443/STJ, levando-se os atenuantes da vida pregressa, e uma vez que no crime em questão penal promovida pela Justiça Pública e condenou Afonso ao cumprimento da pena privativa de liberdade de 9 anos reclusão como incurso nas penas do art. 157, § 2º, incisos I e II , do Código Penal, visto que para esse crime a pena e prevista de 4 a 10 anos (próxima do máximo). 
 
Nesses termos,
Pede deferimento.
Goiânia 21 de Agosto de 2015.
_______________________________ ___________________________
 GUILHERME LUCAS OAB nº 32.497 SÉRGIO LUIZ OAB n°33.451
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JÉSSICA DINIZ OAB n°34.197

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