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Glaucoma O glaucoma é uma doença silenciosa que causa diminuição progressiva da visão devido à morte de células da retina e danos estruturais do nervo óptico. Com o nervo óptico lesado, as imagens captadas pela retina não chegam ao cérebro. Com o passar do tempo e os danos causados pelo glaucoma neste nervo, o paciente passa a apresentar pontos cegos no campo visual, podendo progredir para cegueira irreversível se o glaucoma não for diagnosticado e tratado adequadamente. Segundo a Organização Mundial da Saúde, o glaucoma constitui a segunda maior causa de cegueira do mundo, ficando atrás somente da catarata. Considerando que a cegueira causada pela a catarata pode ser reversível, o glaucoma é a principal causa de cegueira irreversível. Estima-se que 70,5 milhões de pessoas tenham glaucoma no mundo. Este número deverá aumentar para 90 milhões até 2022, principalmente devido ao envelhecimento da população mundial. No Brasil é estimado que quase 1,5 milhão de pessoas tenham glaucoma e 70% deles sequer sabem que têm a doença. O aumento da expectativa de vida da população é um fator que contribui para o aumento do número de casos, no entanto, o diagnóstico tardio e a falta de informação sobre doença ainda são os principais desafios para conter o avanço da cegueira causada pelo glaucoma. Infelizmente, o glaucoma é uma doença assintomática, não apresenta sintomas e progride em silêncio, e por isso é importante consultar um oftalmologista regularmente. Por ser uma doença que ainda não tem cura, a adesão ao tratamento é fundamental para evitar as possíveis complicações – incluindo a cegueira irreversível – e garantir independência e qualidade de vida aos pacientes. Existem diferentes tipos de glaucoma, que variam principalmente em função da causa e da gravidade da doença, os principais são: Glaucoma primário de ângulo aberto: é responsável por quase 90% de todos os casos de glaucoma e é frequentemente assintomático, de modo que os sintomas não são detectados até um estágio avançado, a menos que o paciente visite o oftalmologista com regularidade. A pressão intraocular sobe lentamente devido uma drenagem do líquido ocular menos eficiente que o normal. A córnea se adapta sem apresentar sinais de que alguma coisa está errada. O nervo óptico é lesionado, provocando uma lenta, mas progressiva, perda da visão. A perda da visão começa nos extremos do campo visual e, se não for tratada, acaba por se estender por todo o campo visual, levando à cegueira. Não há dor, e o paciente muitas vezes não percebe que está perdendo lentamente a visão até os últimos estágios da doença. Devido à ausência de sinais e sintomas, a melhor forma de diagnóstico desse tipo de glaucoma é o exame ocular periódico. Glaucoma de pressão normal: também conhecido como glaucoma de baixa pressão ou de pressão normal, é uma forma de glaucoma em que ocorre dano ao nervo óptico, sem elevação da pressão intraocular a níveis superiores do considerado normal. As causas deste tipo de glaucoma ainda são desconhecidas, porém, entre os que apresentam maior risco para esta forma de glaucoma, estão: pessoas com história familiar de glaucoma de pressão normal, pessoas de descendência japonesa e pessoas com história de doença cardiovascular. O glaucoma de pressão normal é diagnosticado através dos mesmos exames realizados para confirmar o diagnóstico dos outros tipos de glaucoma. Glaucoma de ângulo fechado: é também conhecido como glaucoma de ângulo estreito. Neste tipo de glaucoma, o ângulo entre a íris e a córnea é mais estreito do que o normal, o que dificulta a drenagem do líquido intraocular, causando aumento súbito da pressão dentro do olho. Os sintomas de glaucoma de ângulo fechado podem incluir dores de cabeça, dor nos olhos, náuseas, arco-íris em torno de luzes à noite e visão muito turva, de aparição intermitente. Dentro desta classificação de glaucoma, existe um tipo onde a pressão intraocular se eleva de forma extremamente rápida: é o glaucoma agudo de ângulo fechado. Neste caso, os sintomas descritos aparecem de maneira rápida e com forte intensidade, e não passam sozinhos. Glaucoma congênito: ocorre em bebês e crianças pequenas e geralmente é diagnosticado dentro do primeiro ano de vida. Esta é uma condição rara que pode ser herdada ou causada pelo desenvolvimento incorreto do sistema de drenagem do olho antes do nascimento. Isto conduz a uma pressão intraocular aumentada, que por sua vez danifica o nervo óptico. Os sintomas do glaucoma congênito incluem olhos aumentados (conhecido como buftalmo), lacrimejamento excessivo, opacidade da córnea e fotossensibilidade (sensibilidade à luz). Glaucoma secundário: qualquer caso de glaucoma em que outra doença causa ou contribui para aumento da pressão intraocular, resultando em dano do nervo óptico e perda de visão. Pode ocorrer como resultado de trauma ocular, inflamação, tumor, uso de medicamentos oculares ou sistêmicos, ou em casos avançados de catarata ou diabetes. Os medicamentos oculares mais frequentemente associados são os colírios com corticoides. Sintomas Glaucoma é uma doença assintomática no início. A perda visual só acontece em fases mais avançadas e compromete primeiro a visão periférica. Depois, o campo visual vai estreitando progressivamente até se transformar em visão tubular. Sem tratamento, o paciente fica cego. De modo geral, a doença aparece com mais frequência a partir dos 40 anos, mas pode ocorrer em qualquer faixa de idade, dependendo da causa que provocou a pressão intraocular mais elevada. Diagnóstico Um exame ocular pode ser usado para identificar o glaucoma. O médico precisará examinar o interior do olho, observando através da pupila, que geralmente é dilatada. O especialista geralmente realiza um exame completo do olho para confirmar o diagnóstico. Somente a averiguação da pressão intraocular (por meio da tonometria) não é suficiente para diagnosticar o glaucoma, pois a pressão ocular costuma mudar. Por isso, outros exames deverão ser feitos para que o médico possa diagnosticar o paciente com glaucoma ou não. Os principais exames realizados para diagnosticar o glaucoma são: Acuidade visual Avaliação do nervo óptico Campimetria Exame com lâmpada de fenda Gonioscopia (uso de lentes especiais para verificar os canais de circulação do ângulo) Imagens do nervo óptico Resposta do reflexo da pupila Tonometria para medir a pressão ocular. Tratamento Inicialmente, o tratamento é clínico e à base de colírios. Existem drogas por via oral que só são usadas em casos emergenciais. Alguns tipos de glaucoma estão associados a distúrbios que requerem tratamento específico. Cessada a causa, a pressão intraocular regride e o problema visual desaparece. Portanto, a medicação oftalmológica é usada por prazo curto enquanto se trata a outra doença que provocou o glaucoma, por exemplo, diabetes. O glaucoma crônico – tipo mais comum da doença – exige o uso constante de colírios pela vida inteira, porque não tem cura. Como pode ser controlado por meio de medicação, cirurgia ou raio laser, o paciente precisa ser mantido sob controle ininterruptamente. Tratamento inadequado ou falta de tratamento podem levar à cegueira. Catarata Uma das principais causas de cegueira no mundo, a catarata é uma doença caracterizada pela perda de transparência do cristalino, lente natural cuja função é propiciar o foco da visão em diferentes distâncias. Com o avançar da idade, as fibras do cristalino aumentam de espessura e de diâmetro, provocando a princípio presbiopia, a popular “vista cansada”. É por isso que a maioria das pessoas com mais de 45 anos precisa usar óculos para enxergar de perto. E é como se a catarata fosse a fase seguinte desse processo – a lente natural, além de perder a elasticidade, se torna opaca. Aos poucos, vai embaçando a visão até que o indivíduo passa a enxergar apenas vultos e luzes, podendo ocorrer a cegueira. A evolução costuma ser lenta, e a doença pode afetar primeiro um dos olhos e só mais tarde o outro. Tipos decatarata Catarata incipiente - A catarata incipiente ou facoesclerose, é quando há alguma turvação do cristalino, mas a visão é praticamente normal. Conforme o grau de turvação do cristalino, a catarata é denominada como incipiente, madura ou hipermadura. Catarata senil - A catarata senil ou da idade, normalmente, se desenvolve depois dos 65 anos, apresentando uma evolução lenta e é bilateral. Por este motivo é muitas vezes conhecida como a “catarata do idoso”. Se, eventualmente, o paciente tiver diabetes a catarata pode se desenvolver de forma mais rápida. Catarata subcapsular posterior - A catarata subcapsular posterior é localizada à frente da cápsula posterior. Em relação às causas, a catarata subcapsular posterior está, muitas vezes, associada a tratamentos sistémicos nomeadamente, ao uso de corticoides. Catarata subcapsular anterior - A catarata subcapsular anterior é localizada logo atrás da cápsula anterior. Em relação às causas, pode estar relacionada com certas atividades, designadamente aquelas em que as pessoas estão expostas a muito calor. Catarata nuclear - A catarata nuclear é um tipo de catarata onde a opacificação se verifica nos núcleos do cristalino. A catarata senil nuclear é muito frequente em pessoas idosas, potenciando o aumento da densidade do cristalino, induzindo miopia o que, habitualmente, se designa de segunda visão. Catarata cortical - A catarata cortical é outro tipo de catarata caraterizada pela opacificação do córtex do cristalino, sendo bastante frequente em pacientes com diabetes. Catarata traumática - A catarata traumática pode ser provocada por traumatismos perfurantes ou contusões. Normalmente, este tipo de catarata aparece apenas no olho atingido pelo traumatismo e ocorre independentemente da idade. Se houver contato com a cápsula, a catarata pode se desenvolver muito rápida, quase de imediato. Caso a cápsula se mantenha íntegra, a catarata pode se desenvolver após meses ou anos. Catarata congênita - A catarata congênita pode estar presente logo ao nascimento ou desenvolver nos primeiros 6 meses de vida. Estas cataratas podem afetar apenas um olho (catarata congénita unilateral) ou os dois olhos (catarata congénita bilateral). Este tipo de catarata, por afetar a criança também é, por vezes, denominada como “catarata infantil” ou “catarata congénita infantil”. Na catarata congénita em recém-nascido (presente ao nascimento do bebê) a pupila em vez de ter reflexo róseo pode ter um aspeto esbranquiçado (leucocória), sinal muito importante no diagnóstico. Em relação às causas, a catarata congénita é, muitas vezes, provocada por infeções (rubéola) na grávida durante os primeiros 3 meses de gestação. Na catarata congénita o tratamento é cirúrgico. O diagnóstico e tratamento da catarata congênita devem ser tão precoces quanto possível de modo a evitar a amblíope. Sintomas Visão turva ou “embaçada”; Diminuição da sensibilidade às cores e ao contraste; Visão dupla num olho (diplopia monocular); Alteração frequente dos erros refrativos, com mudança frequente de óculos; Diminuição da visão noturna. A catarata no início pode ser assintomática. Os sintomas da catarata ocular são, geralmente, mais intensos quanto maior for o nível de opacificação do cristalino. Diagnóstico O primeiro passo para o diagnóstico da catarata é a suspeita do paciente, seja por possuir algum fator de risco para o desenvolvimento da catarata, ou por notar alguma alteração na visão. O diagnóstico da catarata é dividido nas seguintes etapas: Teste de acuidade visual: é aquele teste em que médico avalia o quão bem o paciente consegue enxergar, em diferentes distâncias. Exame de olho dilatado: neste exame, o médico pinga um colírio para que a pupila do olho seja dilatada. Uma vez dilatada, o médico usa um equipamento com lentes especiais que possibilitam que ele enxergue se há algum embaçamento no cristalino do paciente ou algum outro dano no olho. Após esse exame, o paciente pode ficar com a visão borrada por algumas horas, por isso, é recomendado que o paciente vá acompanhado e não dirija logo após o exame de olho dilatado. Tonometria: permite que o médico use um instrumento para medir a pressão dentro do olho. O médico pode aplicar algum tipo de colírio com analgésico, para evitar o desconforto da tonometria. Outros exames: existem outros exames que podem ser realizados de maneira a complementar o diagnóstico da catarata ou para efetuar o planejamento cirúrgico, caso o diagnostico tenha sido realizado e a cirurgia recomendada. Entre eles podemos citar: Ceratoscopia, Biometria, Paquimetria, Microscopia Especular, Mapeamento de Retina, Retinografia. Adicionalmente podem ser solicitados exames de Topografia, Tomografia da Córnea e Tomografia de Coerência Óptica (OCT). Tratamento O único tratamento existente é a cirurgia. Não existe qualquer outro tratamento médico ou natural para catarata. Há algumas variações, como, no caso da catara incipiente o oftalmologista faz a intervenção cirúrgico mediante a evolução da opacificação do cristalino. Na catarata senil, subcapsular e cortical a decisão de intervenção cirúrgica é tomada mediante a visão apresentada e de acordo com a atividade e necessidades de cada doente, a cirurgia pode ser feita em qualquer idade. Cuidados pós-operatórios em cirurgias oculares Dependendo do tipo de cirurgia realizada, poderá haver diferentes orientações pós-operatórias. Portanto, é sempre bom verificar com o médico responsável quais as orientações específicas para o caso. Alguns cuidados gerais são: No pós-operatório de algumas cirurgias oculares (cirurgias de catarata, retina, glaucoma etc.) recomenda - se que o paciente evite esforços excessivos por alguns dias, como exercícios físicos (musculação, ginástica etc.), carregar malas pesadas ou carregar crianças no colo, por exemplo. Não se deve coçar os olhos no pós-operatório de cirurgias oculares, de um modo geral. Em alguns casos específicos, como em cirurgias de catarata, cirurgias de retina e cirurgias refrativas, por exemplo, coçar os olhos pode prejudicar muito a cirurgia, comprometendo o resultado da visão. O uso correto dos colírios recomendados pelo médico é fundamental para o sucesso da cirurgia. Lavar bem as mãos antes de pingar os colírios. Nunca encostar a ponta do tubo (colírio) no olho ou na pele, para não haver contaminação com micro-organismos. Após pingar o colírio, fechar os olhos por cerca de 30 segundos a um minuto, evitando o ato de piscar neste momento inicial. Desta forma, o colírio permanecerá mais tempo no olho, favorecendo sua ação. Caso seja necessário o uso de dois ou mais colírios, deixar um intervalo de, no mínimo, 5 minutos entre um e outro. A higiene pessoal é fundamental para evitar as infecções pós-operatórias, especialmente em relação às mãos e ao rosto. 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