Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
bioquímica proteínas contrácteis O sarcoplasma das fibras musculares contém centenas de miofibrilas As miofibrilas são constituídas por dois tipos principais de filamentos proteicos: filamentos grossos e filamentos finos A disposição dos filamentos resulta no padrão de bandas: ↪ bandas I (isotrópicas): somente filamentos finos ↪ bandas A (anisotrópicas): grossos e finos parcialmente sobrepostos Filamentos grossos São constituídos basicamente por miosina, proteína com 6 cadeias polipeptídicas → 2 cadeias pesadas e 4 cadeias leves As cadeias organizam-se em um segmento fibroso (causa da miosina) e duas porções globulares (cabeças da miosina) CAUDA: associação de duas cadeias pesadas em a- hélice, formando longo bastão CABEÇAS: na extremidade aminoterminal, as cadeias pesadas dobram-se separadamente e se unem a duas cadeias leves cada, formando as cabeças ↪ domínio catalítico: centro ativo com atividade ATPásica e sítio de ligação aos filamentos finos ↪ domínio mecânico: tem dois pontos de articulação, que permitem mudança de orientação As cabeças ficam orientadas em direções opostas em relação ao centro do sarcômero As cabeças projetam-se a intervalos regulares, podendo ligar-se aos filamentos finos, constituindo as pontes cruzadas Filamentos finos A principal proteína do filamento fino é a actina Os monômeros globulares de actina (actina G) polimerizam-se → duas hélices que se entrelaçam → actina F Cada filamento fino contém uma actina F associada à tropomiosina e à troponina TROPOMIOSINA: dímero helicoidal, se insere ao longo do sulco entre as hélices de actina, cobrindo 7 monômeros de actina → cada molécula está associada a uma troponina TROPONINA: composta de 3 subunidades: ↪ TnC: liga-se a Ca2+ ↪ TnI: inibe a ligação da cabeça da miosina à actina ↪ TnT: liga-se à tropomiosina Mecanismo da contração muscular A contração de músculos esqueléticos ocorre por encurtamento do sarcômero Deslizamento dos filamentos finos entre os grossos → sem mudança no comprimento A movimentação dá-se à custa da hidrólise de ATP, catalisada pelas cabeças da miosina A hidrólise de ATP deve estar acoplada a mudanças conformacionais HIPÓTESE DO “BRAÇO-ALAVANCA”: 1. o ATP liga-se ao complexo actina-miosina (AM) → AM•ATP 2. o complexo separa-se rapidamente em A e M•ATP 3. o ATP é hidrolisado na cabeça → M•ADP•Pi 4. reassociação por ligações fracas → A-M•ADP•Pi 5. o conjunto sofre isomerização, tornando-se fortemente ligado → AM*•ADP•Pi (Ca2+) 6. liberação de Pi, desencadeando rotação do lever arm e produzindo força para contração 7. liberação de ADP → AM, podendo reiniciar o processo A dissociação de Pi do sistema AM*•ADP•Pi é acompanhada por grande queda de energia livre → geração de trabalho mecânico O lever arm atuaria como um amplificador de mudanças estruturais discretas de S1 (miosina) O lever arm muda de orientação em relação ao domínio catalítico e à cauda da miosina A propulsão mecânica depende da liberação de fosfato dos produtos, após a etapa de hidrólise do ATP ↪ o lever arm sofre uma grande rotação angular e a miosina desloca o filamento de actina DURANTE O MOVIMENTO: as cabeças de miosina não podem mover-se ao longo da actina → cada uma delas repete o ciclo descrito muitas vezes durante um único evento Regulação da contração muscular Os mecanismos são mediados pela atuação da troponina e da tropomiosina, mediado por íons Ca2+ Ca2+ + TnC → mudanças de conformação, alterando as interações entre troponina, tropomiosina e actina Os sítios de ligação fraca da miosina à actina são descobertos → ligação AM, que ativa a ATPase da S1 → translocações adicionais das proteínas do filamento de actina Ca2+ É O INTERMEDIÁRIO • contração: desencadeada por uma onda de despolarização em resposta ao impulso nervoso • túbulos T → cisternas do retículo sarcoplasmático = liberação de Ca2+ no sarcoplasma • ação da bomba de Ca2+ na membrana do retículo → [Ca2+] retículo > [Ca2+] sarcoplasma (normal) • com o impulso nervoso, a concentração no sarcoplasma aumenta (vazamento de íons) • o Ca2+ no sarcoplasma inicia a contração → ligação AM (ATP no domínio catalítico) • novo ATP liga-se à S1, provocando a separação entre AM → novo ciclo de contração • outras pontes cruzadas são formadas, impedindo a volta da A à posição inicial • íons Ca2+ são bombeados de volta para o retículo • na falta de Ca2+, novas ligações AM são impedidas → relaxamento MODIFICAÇÃO COVALENTE DA MIOSINA • os íons Ca2+ também se ligam à calmodulina ativam a MLCK, quinase das cadeias leves da miosina • cadeias leves ↪ MLC1 ou essencial ↪ MLC2 ou regulatória ou “fosforilável” ↳ fosforiladas pela MLCK • a fosforilação é revertida pela fosfatase das cadeias leves da miosina (@ PP1) • a fosforilação das cadeias leves pela isoenzima expressa em músculos lisos é necessária e suficiente para iniciar a contração • nos músculos estriados e cardíacos, a modificação covalente não interfere na atividade ATPásica da miosina, mas aumenta o deslocamento das cabeças da miosina em direção à actina Ca2+ INDUZEM GLICOGENÓLISE • os íons liberados com o impulso nervoso estimulam a degradação de glicogênio e inibem sua síntese • Ca2+ + fosforilase quinase → glicogenólise • músculo em repouso → menos de 5% da glicogênio fosforilase é funcional • 0,7 s após o início da contração → 50% de enzimas ativas • aumento da oferta de substrato para a glicólise • produção de ATP para sustentar a contração muscular Fontes de energia Reservatório de energia → CREATINA FOSFATO → produzida nos períodos de repouso Fosforilação da creatina à custa de ATP, catalisada pela creatina quinase Durante a atividade muscular, processa-se no sentido da regeneração de ATP, para sustentar a contração ATP e creatina fosfato constituem o suprimento imediato de energia → esforços máximos e pouco duradouros Próximo suprimento → GLICOSE → circulação e glicogênio muscular rigor mortis • decréscimo na concentração de ATP da fibra muscular → consumo excessivo no ciclo de concentração ou síntese diminuída na isquemia • ↑ [Ca2+] no sarcoplasma → associação AM • sem ATP para se ligar à S1 → associação AM não desliga • relaxamento é impedido • permanece o estado de contratura → condição de RIGOR MORTIS • verificada após a morte Entrada de açúcar na célula muscular é promovida pela quinase dependente de AMP (AMPK) e a degradação de glicogênio (liberação de Ca2+) A via glicolítica é inicialmente anaeróbia → produção de lactato A degradação anaeróbia é uma alternativa imediata para a hipóxia relativa no início de um esforço extenuante → exercícios intensos com duração de 1 a 2 minutos Acima de 2 a 3 minutos de esforço, o trabalho muscular contínuo é feito à custa de ATP da oxidação aeróbia de glicose e ácidos graxos
Compartilhar