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Apostila enem História

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Período Joanino e independência do Brasil
Aula 1: A Independência: de Tiradentes à abertura dos portos
Liberdade ainda que tardia, mas não para os escravos
Quem foi Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes (1746-1792)? Um bandido e traidor da rainha de Portugal, ou um herói do povo brasileiro?
Martírio de Tiradentes, óleo sobre tela de Francisco Aurélio de Figueiredo e Melo (1854-1916). Tiradentes enforcado em 1792.
De toda forma, as conjurações do fim do século XVIII levantaram o lema da “Liberdade ainda que tardia”, estampada na bandeira dos inconfidentes de 1789 e que inspirou o atual estandarte do estado de Minas Gerais. Era o princípio de um processo que cobrava dos envolvidos nele a tomada de partido em relação a duas questões bastante polêmicas: Monarquia ou República? Escravidão ou abolição?
Como seria o Brasil independente de Portugal? É o que discutiremos nesta aula.
Você viu nesta aula
Conjurações pró-independência no século XVIII
Mineira (1789), Fluminense (1794) e Baiana (1798)
Influências importantes:
Crise econômica (declínio da mineração)
Ideias liberais do Iluminismo
Independência dos Estados Unidos (1776)
Revolução Francesa (1789)
Revolta de São Domingos (1791-1804) no Haiti
Inconfidência Mineira (1789)
Caráter político conservador:
Lideranças e bases aristocráticas
Ideais republicanos
Perspectivas predominantemente escravistas
1794: 
membros da Sociedade Literária do Rio de Janeiro foram acusados de conspiração contra a Coroa, julgados e punidos. Em 1817, a Revolução Pernambucana, já no Período Joanino, foi o mais importante dos movimentos.
Conjuração Baiana ou Revolta dos Alfaiates (1798)
Caráter político progressista:
Participação de setores populares: artesãos, ex-escravos etc.
Ideais republicanos
Objetivo abolicionista
Conjuntura política europeia no início do século XIX
Era Napoleônica na França (1799-1815): processo de industrialização
Bloqueio continental contra a Inglaterra (1806)
Invasão francesa e anexação de Portugal à França
 
Relações entre Portugal e Brasil
1808: Transferência da Corte portuguesa para o Brasil; regência de d. João
Abertura dos portos às nações amigas: fim do pacto colonial mercantilista
Invasão e anexação da Guiana Francesa ao Brasil
 
O domínio econômico britânico
Tratados de 1810: Comércio e Navegação / Aliança e Amizade
Impostos de alfândega preferenciais para mercadorias britânicas
Direito de Extraterritorialidade jurídica aos britânicos no Brasil
Compromisso de extinção gradativa do tráfico de escravos
Proibição da entrada do Santo Ofício Católico (Inquisição)
 
Mudanças no cotidiano da capital
Liberação para a instalação de manufaturas no Brasil
Fundação do Banco do Brasil
Criação do Jardim Botânico e da Biblioteca Real
Criação da Imprensa Régia
Urbanização e crescimento populacional
Chegada da Missão Artística Francesa
Aula 2: A Independência: de d. João VI ao Sete de Setembro de 1822
1815: O Brasil não é mais colônia, mas também não é independente
Na Batalha de Waterloo, em 1815, Napoleão encerrou sua participação na história. A Corte portuguesa poderia voltar a Lisboa, como queria a burguesia lusitana. Mas d. João decidiu ficar no Brasil e elevou a colônia a Reino Unido a Portugal. Anexou a Província Cisplatina, estendendo a fronteira até o Rio da Prata, e devolveu a Guiana à França.
O Rio de Janeiro firmava-se na sua condição de capital com a criação de órgãos do aparato de Estado. Isso, somado aos portos abertos, irritava cada vez mais os portugueses.
Em Pernambuco, liberais radicais viram, então, a hora oportuna para o levante da Revolução Republicana de 1817, que se converteu em guerra civil. Com a morte da rainha d. Maria, o regente d. João passou a ser o rei d. João VI. Mas sem o poder absoluto, porque, em 1820, a Revolução do Porto instituiu a Monarquia Constitucional em Portugal.
Em 1821, a família real voltou para Lisboa. O Reino Unido estava com os dias contados.
A imagem acima retrata o regresso da família real portuguesa a Lisboa, em 1821.
Continue assistindo a esta aula e saiba mais sobre o processo que culminou na Independência do Brasil.
Você viu nesta aula
Conjuntura política europeia e o Reino Unido Brasil-Portugal
1815: fim da Era Napoleônica. Congresso de Viena: Princípio da Legitimidade
Elevação do Brasil a Reino Unido. Capital: Rio de Janeiro
Montagem de ministérios e outros órgãos do aparato de Estado
Anexação da Província Cisplatina – atual Uruguai (1816)
Devolução da Guiana à França (1817)
 
Revolução Pernambucana de 1817 (ou dos Padres)
Caráter republicano: instauração do Diretório como Poder Executivo
Principais líderes: Padre Miguelino, Padre João Ribeiro, Frei Caneca, Cipriano Barata
 
Revolução Liberal do Porto de 1820
Imposição da Monarquia Constitucional / fim do poder absolutista do rei
Contradição: objetivo de restaurar o pacto colonial mercantilista no Brasil
Retorno da Corte de d. João VI a Lisboa (1821)
Regência do príncipe d. Pedro no Brasil (1821-1822)
 
D. Pedro, filho primogênito de d. João VI, príncipe regente do Brasil (1821-1822)
Partido Português: comerciantes, nobres e militares ligados à burguesia lusitana
Objetivo: recolonização do Brasil (revogação dos atos de d. João entre 1808 e 1821)
Partido Brasileiro: aristocratas, setores médios e militares brasileiros
Objetivo: manutenção do quadro político-econômico (Reino Unido / Portos abertos)
Dividia-se em duas alas: Conservadores (José Bonifácio) e Liberais (Gonçalves Lêdo).
1822
9 de janeiro: Dia do Fico: d. Pedro desafia a ordem da Corte para retornar a Lisboa e decide permanecer no Brasil
Aconselhado pelo ministro Bonifácio, baixa o “Decreto do Cumpra-se”, pelo qual toda ordem de Portugal só teria validade com a assinatura do príncipe regente d. Pedro
7 de setembro: Grito do Ipiranga. Proclamação da Independência às margens do riacho do Ipiranga, em São Paulo. Portugal só reconheceria a Independência do Brasil em 1825
Proclamação da República e República da Espada
Aula 1: Movimento Republicano e o 15 de Novembro
 “Somos da América e queremos ser americanos”
Em 1870, foi fundado no Rio de Janeiro um jornal chamado A República. Em plena capital do Império, algumas das pessoas mais poderosas do Brasil lançavam assim o movimento republicano.
Fac-símile de um exemplar do jornal A República do ano de sua fundação: 1870.
Os “subversivos” estavam ligados ao setor cafeeiro, que já era o carro-chefe da economia exportadora. E a inspiração para eles vinha do norte – não mais da Inglaterra, que continuava impondo respeito, mas de uma nova potência que despontava na própria América, sedutoramente republicana e federalista: os Estados Unidos.
Mas o movimento republicano não ficou restrito ao Rio de Janeiro. Na cidade paulista de Itu, em 1873, foi fundado o Partido Republicano Paulista, cabeça civil e moderada do movimento.
Enquanto isso, oficiais do Exército liam as obras do pensador Augusto Comte (1798-1857) e sonhavam com uma república positivista; a classe média ascendente, por sua vez, via neles os porta-vozes de seus anseios políticos.
Veja mais sobre essa confluência de interesses em torno do republicanismo no vídeo a seguir.
Você viu no Vídeo 1
Movimento Repulicano: 1870-1889
Em 1870, um grupo do qual participavam profissionais liberais e fazendeiros lançou no Rio de Janeiro o Manifesto Republicano e o jornal A República; em 1873, cafeicultores paulistas organizaram a Convenção de Itu. Esses primeiros militantes ficaram conhecidos como Republicanos Históricos ou Moderados.
Os participantes da Convenção de Itu fundaram o Partido Republicano Paulista (PRP). Dentre eles, Américo Brasiliense, Aristides Lobo, Campos Sales, Rodrigues Alves, Prudente de Moraes.
A classe média identificava-se com setores republicanos do Exército, liderados por Benjamin Constant Botelho de Magalhães e influenciados pelo Positivismo. Estes ficaram conhecidos como Republicanos Idealistasou Exaltados.
O Clube Militar foi fundado no Rio de Janeiro, em 1887.
O positivismo era uma doutrina cientificista baseada na explicação dos fenômenos sociais, políticos e econômicos a partir da observação neutra obtida com métodos semelhantes aos das ciências naturais e exatas. Para Augusto Comte, seu principal mentor, o conhecimento positivo da realidade social serve para a intervenção nas situações de crises visando a estabilidade e o desenvolvimento da humanidade, ideia expressa no lema “Ordem e Progresso” inscrito na bandeira republicana do Brasil. 
“Viva o Imperador!”, gritou o marechal. Mas era a República que nascia.
“República no Brasil é coisa impossível, porque será verdadeira desgraça [...]. Os brasileiros estão e estarão muito mal educados para ‘republicanos’. O único sustentáculo do nosso Brasil é a monarquia; se mal com ela, pior sem ela... Não te metas em questões ‘republicanas’, porquanto República no Brasil e desgraça completa é a mesma coisa; os brasileiros nunca se prepararão para isso, porque sempre lhes faltarão educação e respeito para isso”.
Apud Castro, Celso. A Proclamação da República. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2000. 
Monumento em homenagem ao marechal Deodoro da Fonseca, na Praça Paris, no Rio de Janeiro.
 
Quem escreveu estas linhas? Teria sido o imperador Pedro II?
Não. Este é um trecho de carta escrita – pasmem! – pelo Marechal Deodoro da Fonseca. E isso em 1888. Mas não foi ele mesmo quem proclamou a República no ano seguinte? Pois é, um monarquista e amigo do imperador foi o fundador do que ele mesmo chamava de “desgraça”.
O que terá mudado e tão rápido? É o que veremos no vídeo a seguir.    
Você viu no Vídeo 2
O declínio da Monarquia
Questão religiosa (1871-1875)
1871: Lei do Ventre Livre ➔ conflito Maçonaria X Episcopado
Padroado: atrelamento da Igreja ao Estado. Prisão de bispos
 
Questões militares (1883-1885)
Punições a oficiais de oposição ao governo
1885: Manifesto à Nação do Marechal Deodoro da Fonseca
 
Questão abolicionista (1870-1888)
Apoio de classe média (padres e militares) ➔ desgaste da monarquia
13 de maio de 1888: Lei Áurea (Ministro João Alfredo/Princesa Isabel)
1889
            9/11: Baile da Ilha Fiscal/decisão final do Clube Militar
            15/11: Queda do gabinete do Ministro Visconde de Ouro Preto
            16/11: expulsão da Família Real (d. Pedro II se retira para a Europa)
Aula 2: Militares no poder e o Encilhamento
 “O amor por princípio, a ordem por base, o progresso por fim”
O Império do Brasil deu lugar à República dos Estados Unidos do Brasil. O imperador deposto d. Pedro II se exilara na Europa, onde viria a morrer dois anos depois. Os militares assumiram o poder e, além do presidencialismo e do federalismo bem ao estilo norte-americano, queriam também um Estado laico. Nada de religião oficial: sua “religião” era o positivismo de Augusto Comte: almejavam conhecer cientificamente a realidade social para transformá-la de forma ordenada rumo ao progresso da humanidade. Eram chamados de idealistas e sonhavam com a industrialização do país.
A bandeira brasileira como a conhecemos hoje foi criada pouco depois da proclamação da República. A única alteração que sofreu de lá para cá foi no número de estrelas, que simbolizam os estados da federação: esse número aumenta à medida que é criado um novo estado.
Os militares escolheram um ministro de ponta, Rui Barbosa, para realizar o projeto modernizador. Mas nem todos os brasileiros tinham as mesmas ideias sobre o futuro. Para muitos poderosos, as mudanças vieram para assegurar que tudo continuasse igual. Houve grandes especulações financeiras, a inflação disparou e o governo perdeu o controle da ordem. O progresso teve de esperar mais uma vez.
Saiba mais sobre os primeiros tempos da República brasileira, assistindo ao vídeo a seguir.
Você viu no Vídeo 1
Governo Provisório de Deodoro da Fonseca (1889-1891) e o Encilhamento:
Militares no poder ➔ projeto de industrialização
Apoio: classe média urbana/burguesia industrial
Oposição: agroexportadores (cafeicultores/PRP)
Política Emissionista (Ministro da Fazenda: Rui Barbosa)
                     ➢      Créditos livres para indústrias/Emissões de moeda
                     ➢      Especulação e boicote: empresas-fantasmas e ações sem lastro
                     ➢      Crise financeira: inflação e fracasso do surto industrial
 
Constituinte de 1890 ➔ Constituição de 1891: primeira promulgada
Republicana: Estado como instituição pública (governo representativo)
Caráter liberal e laico (sem religião oficial/com liberdade de culto)
Presidencialista: Poder Executivo chefiado pelo presidente eleito
Federativa: autonomia político-administrativa dos estados federados
Voto direto e aberto em todos os níveis
Eleição indireta de Deodoro da Fonseca (Vice: Floriano Peixoto)    
Onde estava o povo quando a Revolta da Armada desafiou o Marechal de Ferro?
Você já viu um presidente da República que não gosta de ser chamado assim? Pois nós tivemos um. O marechal Floriano Peixoto, que derrubou o presidente Deodoro da Fonseca por considerá-lo um traidor da causa modernizadora do Exército, preferia ser o eterno vice ou, simplesmente, marechal.
Floriano Peixoto e a Revolta da Armada. Ilustração de Angelo Agostini.
Nossa República começava em crise. E nessa crise não faltaram guerras civis.
Em 1892, na primeira eleição para os governos estaduais no Brasil, dois caudilhos, ou seja, líderes políticos poderosos do sul, desentenderam-se sobre o resultado do pleito, os gaúchos foram à sangrenta Revolução Federalista.
Enquanto isso, no Clube Naval, oficiais – alguns monarquistas, outros não – conspiravam para derrubar o governo e – quem sabe? – restaurar a monarquia.
A chamada Revolta da Armada durou seis meses, mas fracassou. A repressão florianista foi violenta e consolidou de vez a República. Em seguida, o Marechal de Ferro convocou eleições para presidente e os militares se retiraram friamente do poder.
Mais sobre as primeiras revoltas na República brasileira no vídeo a seguir.
Você viu no Vídeo 2
Governo Constitucional de Deodoro da Fonseca (1891) e sua renúncia
Agravamento da crise financeira
Substituição do ministério
Decreto de Estado de sítio e fechamento do Congresso Nacional
Contragolpe do Exército ➔ Deodoro é obrigado a renunciar
 
Governo Floriano Peixoto (1891-1894) e a Revolta da Armada
Florianismo “jacobino” (radicalismo autoritário)
 
Revolução Federalista (RS – 1892-1895) – Caudilhismo
                ➢      Disputa pelo Governo do RS
            
 
Revolta da Armada (RJ – 1893-1894)
                ➢      Clube Naval: conspirações pela restauração da monarquia com o apoio do Almirante Saldanha da Gama
                ➢      Fracasso: consolidação da República
Revolução Inglesa
Aula: Revolução Inglesa
God save the queen
A monarquia inglesa é uma das que mais atraem as atenções da opinião pública no mundo atual. A rainha da Inglaterra e sua família são temas constantes em noticiários mundo afora. Mas quais as origens desta monarquia? Qual sua importância para a história da Europa e do mundo?
Rainha Elizabeth II.
Este é o tema tratado no vídeo a que você vai assistir.
Você viu no Vídeo 1
A formação da monarquia inglesa na Baixa Idade Média, mais precisamente no século XIII.
A importância da Magna Carta, acordo firmado entre rei e nobreza, e da Guerra das Duas Rosas, opondo as famílias Lancaster e York.
Enfraquecimento da nobreza, que leva à dinastia de Tudor, com o absolutismo monárquico.
Henrique VIII e a importância da criação da Igreja Anglicana (que recebeu oposição dos calvinistas) na formação do absolutismo inglês.
O apogeu do absolutismo no reinado de Elizabeth I, época de Shakespeare, do mercantilismo, do colonialismo e do intervencionismo estatal.
Bodas reais
No dia 29 de abril de 2011 ocorreu o casamento de William, duque de Cambridge e segundo na linha desucessão ao trono britânico, com Catherine Middleton. A cerimonia realizou-se na Abadia de Westminster, em Londres.
Cena do casamento real.
A forte audiência do evento é interpretada como indício da popularidade da família real. A multidão nas ruas (estimada em um milhão de pessoas) foi comemorada pelos monarquistas como um sinal de apoio popular à realeza. Apesar da suntuosidade cerimonial, o centro do poder no país é o parlamento, e não a realeza.
Nesta aula, vamos entender como ocorreu esse processo, que tirou o poder dos reis e, aos poucos, transmitiu-os a representantes eleitos pela população.
Você viu no Vídeo 2
As relações entre o rei e o parlamento.
A Revolução Puritana, verdadeira guerra civil, com os calvinistas lutando contra o absolutismo monárquico, o que levou a um curto período republicano.
A Restauração Inglesa como reação conservadora das elites, com medo de transformações mais radicais da sociedade.
A Revolução Gloriosa (ou Revolução Inglesa), que foi um pacto entre as elites e que pôs fim ao absolutismo, com um parlamento forte.
Reinos Árabes
Aula: Reinos árabes
As origens do islamismo
Na imagem, um minarete, torre da mesquita de onde o almuáden chama os fiéis muçulmanos para as orações diárias. 
À frente, símbolo que estampa a bandeira da Turquia, país que professa a fé islamita.
O islamismo (designação da religião do Islã, que significa “aquele que se submete à vontade de Deus”) inspira multidões e se expande cada vez mais. Hoje é a religião que mais cresce no mundo. No final do século XX, ultrapassou o catolicismo em número de fiéis. Já há mais de um bilhão de muçulmanos (do árabe muslim, que significa “submisso”) no mundo. Esse crescimento se verifica até mesmo em áreas tradicionalmente cristãs, como a Europa, a África Ocidental e os Estados Unidos.
Na Alemanha, eles são atualmente cerca de 3% da população, em sua maioria imigrantes de origem turca. No Brasil, estima-se que já exista meio milhão de muçulmanos, principalmente nas cidades de São Paulo, Brasília e Foz do Iguaçu. Em geral são descendentes de árabes e negros, todos empenhados em manter suas raízes islâmicas.
Nesta aula, vamos estudar as origens do islamismo.
Você viu no Vídeo
O islamismo teve suas origens na península Arábica no século VII d.C. A religião traz herança das religiões judaica e a cristã.
Maomé, profeta do islamismo, pregava a existência de um só Deus, Alá, e defendia a jihad, esforço pela fé. Em 622, migrou de Meca (na atual Arábia Saudita) para a cidade de Medina. Essa migração ficou conhecida como Hégira e foi adotada como o ponto de partida do calendário muçulmano.
Em 630, Maomé retornou a Meca e transformou-a no principal centro religioso do islamismo. A Caaba, templo que contém a “pedra negra” sagrada das antigas religiões árabes, foi preservada como referência central do islamismo.
Após a morte de Maomé, ocorreu uma divisão entre xiitas, que seguiam exclusivamente o Corão, e sunitas, que aceitavam a Suna e o Corão como livros sagrados.
Os califas, líderes político-religiosos, articularam a expansão muçulmana justificando-a pela jihad. O domínio árabe espalhou-se pela costa do Mediterrâneo, chegando à península Ibérica, por onde os árabes pretendiam avançar sobre a Europa Ocidental. Eles foram barrados pelo exército franco na batalha de Poitiers (732), no sul da França.
Na esfera cultural, os árabes desempenharam papel central na propagação da cultura grega durante a Idade Média e no desenvolvimento da matemática, da astronomia, da medicina, da arquitetura e da química.
Revolução Russa
Os dez dias que abalaram o mundo
Foi com esta frase – “Os dez dias que abalaram o mundo” – que o jornalista norte-americano John Reed descreveu os eventos dramáticos que ocorreram na Rússia no final de 1917. 
Pôster da Revolução Russa de 1917.
O impacto da Revolução Russa foi tremendo e, em grande parte, definiu aquilo que seria o século XX: da Segunda Guerra Mundial à Guerra Fria, passando pela rearticulação do movimento trabalhista mundial e pela própria reorientação do sistema capitalista. A União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) influenciou esses e muitos outros conflitos, movimentos, ajustes.
Este é o tema desta aula. Continue conosco.
Você viu nesta aula
A Revolução Russa transformou a geopolítica mundial como poucos acontecimentos históricos. As características da Rússia que a levaram a mudanças tão profundas em suas estruturas políticas, econômicas, sociais e culturais foram a desigualdade social extrema, o regime autoritário e aristocrático dos czares e a crise provocada pela participação russa na Primeira Guerra Mundial. No ano de 1917, ocorreram as revoluções de fevereiro e de outubro, que foram responsáveis pela inauguração de um modelo de Estado até aquele momento inédito, pautado nas ideias socialistas de Marx e Engels.
Uma proposta revolucionária tão radical sofre, evidentemente, uma grande oposição. Após a revolução de outubro de 1917, a Rússia passou por uma intensa guerra civil que se estendeu até a década de 1920. O socialismo bolchevique saiu vitorioso, mas as estruturas econômicas do país estavam em frangalhos. A solução proposta por Lenin foi dar um passo atrás para, depois, andar para frente: essa posição foi consolidada na Nova Política Econômica (NEP).
Com a morte de Lenin, em 1924, concorreram ao cargo de líder máximo da URSS (que foi criada em 1922) León Trotsky e Josef Stalin. O primeiro era partidário da revolução mundial; o segundo defendia a consolidação da revolução primeiro na Rússia. Stalin venceu essa disputa.
Com a subida de Stalin ao poder, implantaram-se a planificação econômica, a coletivização agrícola e uma violenta ditadura política.
Economia e sociedade cafeeira
Aula 1: Expansão do café no Sudeste
O Brasil rebocado pelo café
Como pode um país do tamanho do Brasil, com tantos recursos de solos e climas diversos, basear sua vida econômica num produto que é mera sobremesa? Ou será que o café não era só isso?
Desde as origens africanas, o consumo dessa bebida estimulante se expandiu para o Oriente, tornando-se uma especiaria cobiçada na fase das Grandes Navegações.
De início, a Igreja condenava o consumo daquela “bebida do diabo”, mas o Papa Clemente VIII experimentou e gostou, batizando-a para torná-la cristã. 
Uma lavoura de café no Brasil, no início do século XX.
O café chegou ao Brasil no início do século XVIII. E, no século seguinte, tornou-se um dos símbolos da Belle Époque europeia. O importante é que uma guerra no Haiti quebrou a produção do principal produtor e abriu as portas para o Brasil. O café encaixava-se perfeitamente à situação brasileira, sobretudo porque, de início, não exigia altos investimentos para ser produzido em grande escala. No Brasil havia solos, climas e mão de obra adequada. Era o suficiente.
Assista ao próximo vídeo para entender como foi o ciclo desse produto por aqui.
Você viu no Vídeo 1
 I. Expansão: Rio de Janeiro (Vale do Paraíba) → São Paulo (Oeste paulista) → MG e PR
Centros produtos importantes: Vassouras (RJ) e Ribeirão Preto (SP)
II. Fatores de estímulo à expansão no Brasil:
Guerra civil no Haiti (principal produtor mundial)
Infraestrutura econômica no Sudeste: estradas, portos, mão de obra etc.
Existência de solos adequados: terra roxa
Mão de obra não especializada suficiente e adequada
Investimento inicial de capital relativamente baixo
III. Consequências imediatas:
Substituição da mão de obra escrava pelo trabalho assalariado
Manutenção do sistema de plantation
Expansão de ferrovias, telégrafos e setores de serviços
Crescimento urbano (eixo São Paulo-Rio de Janeiro)
Processo de modernização conservadora
Era Mauá: quase que o Brasil desenvolve sua indústria; mas foi só um surto          
Irineu Evangelista de Souza, Barão e Visconde de Mauá.
Era uma vez um garoto gaúcho filho de um pequeno fazendeiro. Chamava-se Irineu. Jovem ainda, teve o pai assassinado e foi trabalhar no Rio de Janeiro.Logo mostrou ao patrão o tino que tinha para lidar com dinheiro. Com a ajuda de patrões maçons, juntou dinheiro suficiente para fundar um banco e enriqueceu fazendo comércio. Mas seu sonho era ver um dia o Brasil industrializado. E sabia que o caminho passava por siderúrgicas, ferrovias e navios. Comprou estaleiros, libertou escravos e construiu a primeira estrada de ferro no país. Virou líder de uma nascente burguesia brasileira. Para os ingleses que exportavam seus produtos para cá, empresários importadores e latifundiários que exportavam para a Inglaterra, ele era visto como um homem perigoso. Era preciso deter o surto industrial da Era Mauá.
O governo imperial, grandes fazendeiros exportadores e os ingleses se aliaram no boicote ao já Visconde de Mauá. Seu banco faliu, suas empresas foram passadas aos ingleses e o surto industrial fracassou. A história seguiu seu caminho. Mas Irineu Evangelista de Souza não morreu pobre...
Conheça um pouco mais dessa história no próximo vídeo.
Você viu no Vídeo 2
Aula 2: Imigrações e sociedade no século XIX
Os escravos não atravessam mais o Atlântico. E agora? 
                                                                                                                Em sua fazenda Ibicaba, em Limeira (hoje Cordeirópolis – SP), o senador Nicolau de Campos Vergueiro foi pioneiro na substituição de escravos por imigrantes assalariados.
Não podemos imaginar que o trabalho escravo era plenamente aceito no Brasil e benéfico para nossa economia, quando, de repente, a princesa Isabel, regendo o Império em lugar de seu pai, resolveu assinar a Lei Áurea, abolindo a escravatura.
O processo de declínio do trabalho escravo começou bem antes, tanto por fatores externos como internos. Desde 1810, os ingleses pressionavam os brasileiros pela extinção do tráfico negreiro. Eram liberais mesmo, não queriam concorrentes dos produtos de suas colônias no Caribe e desejavam mais consumidores. Em meados do século XIX decidiram acabar com o tráfico por meios militares, e as leis brasileiras ajudaram. Daí os cafeicultores, necessitados de mão de obra, terem optado pelos assalariados. Gradativamente os escravos foram sendo substituídos por imigrantes europeus. Em outras regiões, os negros se transformaram em trabalhadores livres, mas não assalariados, num caso de semisservidão.
Importantes mudanças se anunciavam na sociedade brasileira. Mudanças que serão o tema do vídeo a seguir.
Você viu no Vídeo 1
Declínio da escravidão: substituição pelo trabalho assalariado
Estrangeiros: quando “os outros” somos nós mesmos
Em 1887, pouco antes da abolição da escravatura e da queda do Império, o ministro da Agricultura Rodrigo Augusto da Silva justificou o incentivo do governo às imigrações “como fator ativo [...] do povoamento do nosso vastíssimo território, da constituição da pequena propriedade, do desenvolvimento das indústrias de toda natureza, como agente eficaz, enfim, do progresso social em todas as suas esferas”.
Ora, mas tudo isso os africanos já não faziam há séculos migrando forçados da África para cá? O ministro se referia, no caso, ao imigrante branco vindo da Europa, que era tido como superior, honesto e inteligente. O branqueamento da população faria bem ao país, pois o negro era tido como inferior, vagabundo e burro. Essa visão eugênica, para provocar uma suposta “melhoria de raça”, depois se voltou contra os próprios europeus, quando, na época de Getúlio Vargas, foi adotado um regime de cotas de estrangeiros vistos como perigosos anarquistas, vadios e criminosos.
Hoje sabemos que a eugenia era uma bobagem...
No próximo vídeo, veremos como se deu esse momento brasileiro.
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As imigrações e o desenvolvimento
Brasil Império
Aula 1: O Primeiro Reinado e as Regências
“Então não fui um imperador bom, justo e liberal?”, perguntou Pedro I
Você já se perguntou por que o príncipe que proclamou a Independência do Brasil e se tornou nosso primeiro imperador foi expulso do país pouco tempo depois, em 1831? Por que um povo trataria assim um herói nacional?
Ora, a disputa pelo poder entre portugueses e brasileiros não se encerrou em 7 de setembro de 1822. A Constituição imperial, primeira do Estado brasileiro, foi outorgada após o golpe que dissolveu a Assembleia Constituinte representante da elite nacional. A reação foi sangrenta, e a Confederação do Equador foi à guerra contra o rei. O reconhecimento da independência demorou anos e custou caro. D. Pedro I perdeu a Guerra Cisplatina, que gerou o Uruguai livre. Foi chamado de déspota incompetente em meio à profunda crise econômica da época. Parecia serrar os pés do trono em que se sentara. Mas tinha dúvidas sobre si próprio. Após a “Noite das garrafadas” na capital, foi derrubado e expulso do país que libertara de Portugal.
 
                                                                                                   Na tela de Aurélio de Figueiredo, d. Pedro I entrega da carta de abdicação ao trono, o que ocorreu em 7 de abril de 1831. Ele se tornou o rei d. Pedro IV de Portugal e morreu em Lisboa em 1834.
O vídeo a seguir vai tratar dos primeiros anos do Brasil independente. Vamos a ele!
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Constituição de 1824: outorgada pelo imperador em 25 de março.
A Constituinte de 1823 pretendia instaurar a monarquia parlamentar.
“Noite da Agonia”: golpe de Estado que dissolveu a Assembleia.
Conselho de Estado: Poder Moderador atribuído ao Imperador.
Caráter autoritário: centralismo/voto censitário/Senado vitalício.
 
Confederação do Equador (1824).
Movimento republicano e federalista.
Fuzilamento de Frei Caneca.
Reconhecimento da independência.
1824: reconhecimento dos EUA (Doutrina Monroe).
1825: reconhecimento português → dívida externa.
1827: reconhecimento britânico → Tratados de 1810 renovados.
 
Guerra Cisplatina (1825/1828).
Independência da Província Cisplatina → República do Uruguai.
Crise final.
Revolução Liberal de 1830 na França/assassinato de Líbero Badaró.
“Noite das garrafadas” (RJ): conflito entre portugueses e brasileiros.
7 de abril de 1831: abdicação de Pedro I.
As regências do Império ou uma quase República
Na história não existe o “se”, mas será que se os governos do Período Regencial do Império tivessem conseguido superar a grave crise econômica em que o Brasil estava mergulhado, nós teríamos tido o Segundo Reinado? Talvez não. Mas o fato é que foi exatamente aquela a época mais conturbada no país até então. As disputas políticas se acirraram em sangrentas revoltas e guerras civis.
O Partido Português virou Restaurador, pois queria d. Pedro I de volta; o Partido Brasileiro quebrou em dois: moderados e exaltados, alguns destes pensando até em república. Em 1834, d. Pedro I faleceu em Portugal, e os restauradores se aliaram aos moderados, fundando o Partido Regressista. Os exaltados se tornaram o Partido Progressista.
Em 1840, regressistas mudaram para Partido Conservador, e progressistas viraram Partido Liberal. Assim nasceram os primeiros partidos políticos brasileiros, que mais se aproximam do modelo atual.
Vamos conhecer um pouco mais dessa história no próximo vídeo.
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II - Regência Trina Permanente (1831-1835)
Criação da Guarda Nacional pelo ministro da Justiça Diogo Feijó, cuja função era a repressão política interna. Origem do Coronelismo.
Ato adicional de 1834: primeira reforma constitucional
¤ Regências Unas: eleição direta / Mandato de quatro anos
¤ Criação das Assembleias Legislativas Provinciais
¤ Extinção do Conselho de Estado
 III - Regências Unas (1835/1840)
Aula 2: Política no Segundo Reinado
O menino rei era o único imperador nas Américas
                                                                                                                  Em toda a sua vida, Pedro II foi retratado por pintores. Aqui, aos 12 anos, vestindo uniforme de almirante e com insígnia da Ordem do Tosão de Ouro de 1838.
Como é que podeum menino de 14 anos ser coroado imperador de um país, ainda mais em guerra civil? Pois foi o que aconteceu no Brasil em 1840.
As disputas políticas sangravam as províncias e ameaçavam a integridade territorial da nação. A oposição liberal ao governo conservador do Regente Araújo Lima pôs na rua, então, a campanha da Maioridade. Antecipar a coroação de Pedro II se apresentava a “salvação da pátria”. Mas o jovem príncipe tinha competência para governar? Desde que fosse com os liberais, sim, diziam os próprios. Por quase meio século revezaram-se no poder com os conservadores. E o rei é que decidia isso. A monarquia parecia liberal, mas era escravista e repressora. Havia a Constituição, mas era igualmente autoritária. Ocorriam eleições, mas quem não tinha dinheiro não podia votar, e as fraudes eram regra. E quanto aos partidos, “nada mais liberal que um conservador no poder, nem mais conservador que um liberal no poder”, dizia-se no Império do café e do sr. d. Pedro II.
Vamos conhecer mais detalhes dessa história no próximo vídeo.
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I. Campanha da Maioridade (1840): movimento do Partido Liberal
Golpe da Maioridade  →  “Ministério dos Irmãos” (ministro Antônio Carlos)
“Eleições do Cacete”: fraude  →  queda dos liberais e volta dos conservadores
II. Características autoritárias do período monárquico
Sociedade escravista
Constituição: outorgada, centralista (não federativa) – Poder Moderador
Guarda Nacional: repressão política – coronelismo
Estrutura partidária elitista
Sistema eleitoral: censitário e fraudulento
Sistema de governo parlamentarista “invertido”
III. Partidos políticos
Partido Liberal e Partido Conservador
Bases aristocráticas sem diferenças de caráter ideológico
Parlamentarismo às avessas
Pedro II e o Parlamentarismo de cabeça para baixo
A Revolução Inglesa de 1688, chamada Gloriosa, instituiu a monarquia parlamentarista no Reino Unido. Neste sistema de governo, cabia ao rei a chefia do Estado, e ao Parlamento, os poderes Legislativo e Executivo, esse último exercido por um Primeiro Ministro eleito pelo Parlamento.
Hoje até mesmo repúblicas adotaram o parlamentarismo, ainda vigente na Inglaterra. No império de d. Pedro II, entretanto, as coisas não eram bem assim. O Primeiro Ministro não era eleito, nem direta nem indiretamente, mas nomeado pelo imperador. E no caso de divergências entre o Poder Executivo (Primeiro Ministro) e o Parlamento, ou o imperador demitia o Primeiro Ministro e nomeava outro, ou dissolvia a Câmara dos Deputados e realizava novas eleições. As fraudes eleitorais se encarregavam de “construir” as maiorias que o partido predominante quisesse. 
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Parlamentarismo às avessas (1847-1889):
O Primeiro Ministro exercia o Poder Executivo, mas era nomeado pelo Imperador (Poder Moderador), e não eleito pela Assembleia Nacional, o Parlamento, a que cabia o Poder Legislativo.
O Poder Executivo (Primeiro Ministro) podia controlar as maiorias no Parlamento por meio das eleições fraudulentas.
Organograma do sistema de governo do Segundo Reinado:
Aula 3: As guerras do Império no Prata
Paz no interior e guerras nas fronteiras do Império
            Desde os primórdios da colonização luso-espanhola da Bacia Platina, essa região foi palco de sangrentas disputas. Os rios navegáveis em quase toda a sua extensão facilitavam a circulação no continente e o florescimento de um rico comércio. Depois de bandeirantes, jesuítas e índios, foi a vez de caudilhos latifundiários e militares protagonizarem confrontos em pleno processo de formação dos Estados Nacionais sul-americanos. Interesses estrangeiros de poderosas potências, como França e Inglaterra, e emergentes, como os EUA, também influenciaram um quadro de constante ameaça de guerra. Um expansionismo territorial de parte a parte indispôs o Império brasileiro contra dois governos uruguaios, de Oribe e Aguirre, contra o caudilho de Buenos Aires Juan Manuel de Rosas (El Monstro) e, principalmente, contra o ditador paraguaio Francisco Solano Lopez na guerra de 1864-1870. Quem terá sido o grande vencedor? Vamos ver isso no próximo vídeo.
                                                                                            Rosas, que participou da formação da República Argentina, e Pedro II, no já consolidado Império brasileiro, foram símbolos vivos de uma rivalidade herdada entre espanhóis e portugueses.
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Guerras externas durante o império:
I. 1851/1852: contra Manuel Oribe (Uruguai) e Juan Manuel de Rosas (Argentina)
Principais batalhas: Toneleros (1851) e Monte Caseros (1852).
Comandantes aliados: General Jose Urquiza, General Luiz Alves de Lima e Silva (Duque de Caxias).
II. 1864-1870: contra Atanázio Aguirre (Uruguai) e Solano Lopez (Paraguai)
Principais batalhas: Riachuelo, Tuiuti, Curupaiti, Humaitá, Itororó, Avaí, Cerro Corá.
Comandantes aliados: Generais Bartolomé Mitre e Venâncio Flores, Caxias, General Manuel Luís Osório, Almirantes Tamandaré (Joaquim Marques Lisboa) e Francisco Manuel Barroso da Silva.
 
Causas fundamentais:
Disputa pelo domínio da Bacia Platina (comércio)
Caudilhismo: rivalidades entre grandes proprietários de terras
Expansionismo territorial na formação dos Estados nacionais na região platina
Interesses estrangeiros: liberalismo X protecionismo
A Tríplice Aliança contra o "Napoleão do Prata"
A Guerra Grande mudou de nome para Guerra do Paraguai. Mas nos livros de história paraguaios não existe nenhuma “Guerra do Paraguai”; lá é a Guerra da Tríplice Aliança. Afinal, qual seria o nome correto? Como se vê, aqui, como em tantos outros temas da história, depende do ponto de vista.
A partir de sua independência, o Paraguai nasceu governado pelo caudilho Jose Gaspar Francia, também chamado “El Supremo”. Seu sucessor, Carlos Antonio Lopez, legou um regime ditatorial ao filho Francisco Solano Lopez, que alimentava o sonho de restaurar “el gran Paraguai”, isto é, anexar terras argentinas, uruguaias e brasileiras até o Atlântico. Procurava justificar o expansionismo por serem territórios guaranis desde antes de Portugal e Espanha existirem. Para tanto o ditador aproximou-se do imperador Luiz Napoleão III, o que lhe valeu o apelido de “Napoleon del Plata”. A guerra destruiu seu país.
Vejamos tudo isso no vídeo a seguir, que mostrará como a hegemonia inglesa se consolidou nas décadas seguintes em toda a América do Sul.
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O Paraguai de Solano Lopez:
Regime ditatorial desde a independência (governo Gaspar Francia)
Estabilidade econômica e financeira: sem dívida externa
Ausência de analfabetismo e de desemprego
Melhor distribuição de renda dentre os países sul-americanos
Suficiente produção de alimentos
Desenvolvimento de indústrias próprias
Forte aparelhamento militar (aproximação com a França)
 
Partidos políticos uruguaios e início da guerra:
Blancos (aliados ao Paraguai) X Colorados (aliados ao Brasil)
Invasão brasileira contra o presidente Aguirre → reação armada paraguaia
Formação da Tríplice Aliança com apoio britânico: Argentina, Brasil e Uruguai (do governo Venâncio Flores, Colorado)
 
Principais consequências da guerra:
Aumento da dívida externa brasileira
Consolidação do domínio econômico inglês no continente
Organização e politização dos militares: republicanismo no Exército
Destruição da economia paraguaia
Independências na África e descolonizações na Ásia
A partilha do mundo
O fim da Segunda Guerra e as consequentes tensões geradas pela Guerra Fria influenciaram toda a geopolítica mundial, inclusive o processo de descolonização afro-asiática. As colônias africanas e asiáticas viram naquele cenário de enfraquecimento econômico e militar das metrópoles europeias a oportunidade de lutar pela emancipação.
Quatro líderes de processos de descolonização na África e na Ásia: o argelino Ahmed Ben-Bella, o sul-africano Nelson Mandela, o indiano Mahatma Gandhi, o vietnamita Ho Chi Minh.
Os Estados Unidos e a União Soviética,as duas superpotências mundiais, interfeririam nessas independências buscando ampliar suas áreas de influência, enquanto os países em processo de descolonização, na Conferência de Bandung (1955), buscavam de todo o mundo o reconhecimento da igualdade de todas as raças e da soberania e da integridade territorial de todas as nações.
No entanto, as independências na Ásia e, sobretudo, na África, não significariam o início de um período de paz e prosperidade. As estruturas da exploração imperialista, enraizadas no cotidiano daqueles países, ainda trariam muitos conflitos e subdesenvolvimento.
Nos vídeos a seguir, vamos discutir essas questões.
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O processo de descolonização afro-asiática está inserido do contexto de Guerra Fria.
A maioria das fronteiras artificiais das colônias africanas foram mantidas após as respectivas independências.
Na Conferência de Bandung, em 1955, reúnem-se países asiáticos e africanos que pretendiam ser independentes da influência dos dois blocos político-econômicos.
A África do Sul torna-se independente da Inglaterra em 1948. Após a independência, estabelece-se no poder o partido Afrikaner, que institui o regime do apartheid. Esse regime de segregação dos negros vigora até 1991. Duas figuras importantes na luta contra a segregação racial na África do Sul são o bispo Desmond Tutu (1931-) e o ativista Nelson Mandela (1918-2013).
Revolução dos Cravos em Portugal (1974): encerrou o longo período ditatorial português e estimulou a ampliação dos movimentos de libertação nacional, como os de Angola e de Moçambique.
A guerra de independência na Argélia levou à morte milhares de pessoas.
A luta pela independência na Índia, liderada por Mahatma Gandhi (1869-1948), foi norteada pela tática da desobediência civil.
A independência do Vietnã em relação à França foi reconhecida em 1954, na Conferência de Genebra. O país foi dividido em Vietnã do Norte (alinhado ao comunismo), liderado por Ho Chi Minh (1890-1969), e Vietnã do Sul (alinhado ao capitalismo).
Vietnã do Norte e Vietnã do Sul entram em guerra, devido às investidas do Vietcong (guerrilha comunista contra o Vietnã do Sul). Estados Unidos intervêm nessa guerra civil a favor do Vietnã do Sul. Os Vietcongs vencem a guerra.
Oriente Antigo
Mesopotâmia: o triunfo da vontade dos deuses
Na história da humanidade, é comum a intensa relação entre política e religiosidade. De diversos modos e por diversas razões, governantes sentem a necessidade de interagir com as crenças religiosas de seu povo.
Na Mesopotâmia, região no Oriente Médio onde se desenvolveu uma das mais antigas civilizações da História, não foi diferente. Uma das evidências de que a relação entre política e religiosidade estava presente na Mesopotâmia é a peça em que foi registrado o Código de Hamurabi, um dos primeiros códigos de lei de que se tem notícia, elaborado pelo rei de mesmo nome. Observe as imagens.
   
À esquerda, pedra de 2,25 m de altura por 1,5 m de circunferência onde está gravado o Código de Hamurabi. A peça, exposta no Museu do Louvre (Paris), é datada do século XVIII a.C. À direita, detalhe dessa mesma peça. 
Note que na parte superior do código (imagem à direita), encabeçando o texto legislativo registrado no corpo da pedra, encontram-se o deus Sol, em pé, e o rei Hamurabi, sentado. Observe, ainda, que o deus e o rei estão voltados um para o outro.
Assista ao vídeo a seguir e saiba mais sobre a civilização mesopotâmica e o que seu código de leis pode revelar sobre ela.
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A Mesopotâmia desenvolveu-se no entorno dos rios Tigre e Eufrates.
A civilização mesopotâmica notabiliza-se pela organização de cidades e pela economia baseada na agricultura.
Através da escrita cuneiforme (em forma de cunha), os povos da região organizavam a produção, relatavam seus mitos e registravam suas leis.
O Código de Hamurabi, de caráter patriarcal, foi um conjunto de leis marcado pela defesa da honra, da família e do direito à propriedade.
O Egito é uma dádiva da ação humana
Visões estereotipadas, análises simplistas e preconceitos marcaram inúmeras concepções ocidentais a respeito do Egito antigo. O cinema costuma apresentá-lo como um lugar mágico e sobrenatural, povoado por criaturas místicas e faraós perversos. O cartaz do filme A Múmia (Estados Unidos, 1999) traz alguns desses elementos caracterizadores.
Cartaz do filme A Múmia, produção estadunidense de 1999.
A múmia, que tem aspecto assustador, toma quase todo o cartaz, enquanto as pirâmides e o deserto ao fundo ajudam a reforçar o clima de mistério, suspense (ou mesmo terror) que o filme pretende construir.
Mas será que o Egito antigo era só mistério?
No próximo vídeo, vamos saber mais sobre a economia, a sociedade e a religiosidade no antigo Egito, indo além dos estereótipos.
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O desenvolvimento da agricultura às margens do rio Nilo favoreceu a formação de comunidades que acabaram por se unir em torno de um faraó, o que levou ao estabelecimento de um governo unificado.
O poder do faraó, justificado pela religião, estendia-se a todos os setores da sociedade.
Em torno do faraó, gravitava a aristocracia, composta por altos funcionários do Estado e pelos sacerdotes. Abaixo estava uma camada de servidores e trabalhadores, com destaque para os escribas. Na base da pirâmide social, encontravam-se os trabalhadores braçais, em sua maioria camponeses.
Revolução Cubana
De colônia espanhola a protetorado americano; de protetorado americano a país socialista
Qual é o significado da independência para uma nação?
Para José Martí (1853-1895), poeta e líder do PRC (Partido Revolucionário Cubano), não bastava a ruptura dos vínculos coloniais, nem deixar de seguir as determinações do Pacto Colonial; para ser verdadeiramente livre, Cuba deveria criar sua própria história, sem interferências, sem relações com interesses imperialistas.
Mas, apesar de bem sustentado, o projeto de independência martiano fracassou. A ilha caribenha não conheceu a soberania com a independência.
É verdade que Cuba deixou de ser uma colônia; mas a colaboração dos EUA na sua guerra de independência não sairia barato para seu povo. Em vez de Pacto Colonial, veio a Emenda Platt, substituída na década de 1930 pela Política da Boa Vizinhança do presidente americano Franklin Delano Roosevelt.
Ernesto Che Guevara e Fidel Castro em Havana, em 1961, com as suas características fardas e barbas de guerrilheiros.
Nas primeiras décadas do século XX, subiram ao poder vários ditadores alinhados aos EUA. E nesse mesmo período não foram poucos os grupos insurgentes a se alçar na ilha contra a situação política e econômica do país.
Na década de 1950, surge mais um movimento revolucionário – dessa vez liderado por um jovem advogado chamado Fidel Castro (1926-) – disposto a lutar por uma Cuba que romperia com a interferência estrangeira e se tornaria de fato independente. O mundo vivia a Guerra Fria, e a ilha finalmente concluiria a sua revolução.
Continue conosco e saiba mais sobre a Revolução Cubana.
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A participação dos Estados Unidos no processo de independência de Cuba estreitou ainda mais a relação desigual entre a ilha e o imperialismo norte-americano.
A formação do Estado cubano foi norteada pela Emenda Platt e por ditaduras internas pró-EUA, o que gerou questionamentos por parte de grupos nacionalistas cubanos ao longo de toda a primeira metade do século XX. Vale destacar a primeira tentativa de insurreição liderada por Fidel Castro, a tomada do quartel de Moncada, em 1953. Fidel foi preso, condenado e exilado após o fracasso do levante.
No primeiro dia de 1959, após uma intensa guerrilha iniciada em Sierra Maestra, Fidel Castro avança com suas tropas pela capital, Havana. O ditador Fulgencio Batista foge de Cuba e os revolucionários tomam o poder.
A revolução tinha caráter nacionalista, mas a sempre iminente ameaça de invasão contrarrevolucionária, apoiada pelos norte-americanos, acelerou a aproximaçãode Cuba com o bloco socialista liderado pela URSS, em um contexto de Guerra Fria.
Diversas sanções foram impostas à ilha pelos EUA após a adesão de Cuba ao socialismo, sendo a mais destacável o embargo econômico, que fechou a economia cubana para os países capitalistas aliados aos americanos. O embargo vigora até hoje e, conforme declarações dos presidentes dos Estados Unidos e de Cuba – Barack Obama e Raúl Castro, respectivamente –, está em vias de acabar.
Nova ordem mundial
Depois da Guerra Fria, a Nova Ordem
No final da década de 1980, a crise soviética levava o bloco socialista ao colapso. O muro de Berlim, derrubado tijolo a tijolo, já não dividia a Alemanha, nem o mundo. A Guerra Fria dava seus últimos suspiros.
A derrota do socialismo dava passagem para o capitalismo, que parecia não ter mais limites. O mundo, antes dividido, bipolarizado, agora tinha uma única referência: os Estados Unidos da América. Era o início da Nova Ordem Mundial e, economicamente, a vez do neoliberalismo.
Ronald Reagan, presidente dos EUA, e Margaret Thatcher, primeira ministra da Inglaterra. Ambos foram os principais expoentes do neoliberalismo durante a década de 1980.
Saiba mais sobre o neoliberalismo e a Nova Ordem Mundial. Continue conosco!
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A queda do muro de Berlim e o colapso da URSS abriram um espaço praticamente ilimitado para o capitalismo no contexto mundial.
A ascensão de Ronald Reagan à presidência dos EUA e de Margaret Thatcher como primeira ministra da Inglaterra trouxeram à tona projetos neoliberais.
O Consenso de Washington estabeleceu as principais linhas do neoliberalismo, destacando-se a busca pelo Estado mínimo e a política de privatizações.
Os megablocos econômicos são exemplos da busca de um livre mercado, meta concreta das políticas econômicas neoliberais.
A globalização consolidada no final do século XX e início do XXI destaca a intensa integração econômica e cultural em escala mundial.
Atualmente, podemos destacar dois grandes focos de resistência à globalização capitalista: o terrorismo pan-islâmico e a chamada “nova esquerda latino-americana”.
Pré-História
Aula: Como era a Pré-História?
O que existia antes da História? A História não começa com o surgimento do homem? Mas quando o homem surgiu? Quais os dados que temos para estudar o que ocorreu há dezenas, centenas de milhares de anos?
Essas perguntas, que sempre surgem quando se estuda História, demonstram a dificuldade que temos de investigar períodos históricos anteriores ao surgimento da escrita. Os analistas que se dedicam a esse campo do conhecimento carecem de documentos e registros que possam levá-los a conclusões mais precisas.
Assim, estudar o que chamamos de Pré-História implica enfrentar dificuldades que não se impõem quando se estudam outros períodos. Mesmo assim, é possível diferenciar as sociedades nômades de caçadores-coletores do Paleolítico das sociedades agrícolas e sedentárias do Neolítico.
Utensílios pré-históricos, como esses bifaces encontrados na Espanha, são testemunhos de como o homem pré-histórico vivia. Aos historiadores dedicados a estudar esse período, cabe desvendar o que esses instrumentos têm a contar.
Destaca-se nesse campo de estudo a importância da Revolução Agrícola, ou seja, o início da domesticação de plantas e animais. Vamos começar a tratar disso assistindo ao vídeo a seguir.
A agricultura muda a vida do homem
Nas sociedades do Neolítico, o excedente agrícola possibilitou diversas mudanças, dentre as quais destacam-se a sedentarização, o desenvolvimento de núcleos urbanos cada vez mais sofisticados, a criação das primeiras organizações estatais e diferenciações sociais cada vez maiores.
Imagem de “Vênus do Neolítico”. Trata-se de divindade com formas femininas, esculpida em pedra polida. O desenvolvimento da agricultura deu lugar, em muitas regiões, ao culto a deusas mulheres, vistas como férteis e responsáveis pelo sucesso da colheita.
Assista ao vídeo e saiba mais sobre as sociedades do Neolítico.
E no Brasil, como era?
No Brasil, as sociedades pré-históricas desenvolveram-se a partir da chegada dos primeiros grupos humanos ao continente americano. Há, no entanto, pesquisadores que defendem a existência de grupos autóctones nesse território.
Seja como for, o que se têm com certeza são testemunhos da presença de comunidades pré-históricas aqui, no Brasil. A pintura rupestre é um deles.
Pintura rupestre de uma ave, encontrada em uma caverna de Diamantina, Minas Gerais.
Assista ao vídeo a seguir e saiba mais sobre a presença humana no Brasil no período pré-histórico.
Entreguerras: 1919-1938
O período entreguerras
Uma crise entre duas guerras
O período entre as duas Guerras Mundiais foi bastante difícil. A quebra da Bolsa de Nova York desencadeou a Grande Depressão, a maior crise da economia mundial em todos os tempos. A crise começou nos Estados Unidos, onde foi tirada a foto a seguir.
Mãe com os dois filhos em Oklahoma, no sul dos Estados Unidos, logo após a crise de 1929.
Quais as origens da imensa crise? Por que se tornou mundial? E, finalmente, como foi combatida e vencida?
É o que veremos nesta aula. Continue conosco.
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Desde o final da Primeira Guerra Mundial, vinha aumentando o desequilíbrio entre produção e consumo na economia norte-americana. Esse aumento culminou na crise de 1929, que foi uma crise de superprodução.
O esgotamento da especulação com ações provocou a quebra da Bolsa de Nova York, fazendo com que os efeitos da crise (desemprego, falências) se manifestassem em larga escala e rapidamente.
O colapso dos Estados Unidos implicou o colapso da economia mundial, pois o país era a principal potência econômica mundial e praticava comércio com todos os outros países.
O combate à crise iniciou-se após a eleição do presidente Franklyn Roosevelt, que adotou um conjunto de medidas conhecido como o New Deal.
O New Deal caracterizava-se pela intervenção do Estado na economia, contrariando as práticas do liberalismo.
Essa política incluiu a realização de grandes obras, que promoviam a recuperação dos níveis de emprego. Houve aumento nos investimentos e nos gastos do governo, além de medidas de proteção social e a emissão de papel-moeda.
Regimes totalitários
Fascismo e nazismo: fantasmas do passado?
Atualmente, movimentos e partidos de extrema-direita ganham espaço não só na Europa como no mundo todo. Com eles, voltam ao debate temas como fascismo, racismo, xenofobia, nacionalismo e militarismo.
Jogador de futebol grego faz saudação nazista durante partida em 2013. Mesmo criticados e punidos por clubes e federações, gestos como este não são raros nos estádios da Europa.
Nos dois vídeos a seguir, veremos como o fascismo e o nazismo surgiram em meio às guerras e crises da primeira metade do século XX e conheceremos suas principais características. Isso nos ajudará a compreender melhor este começo de século XXI em que vivemos.
Continue conosco.
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Os movimentos fascista, na Itália, e nazista, na Alemanha, ambos de extrema-direita, surgem no período entre as duas grandes guerras mundiais.
O fenômeno se espalha pela Europa, notadamente na Espanha e em Portugal, e chega até ao Brasil, com o movimento integralista.
A ascensão desses movimentos se associa ao momento de crise econômica, de reação ao avanço do comunismo, de revanchismo em relação ao desfecho da Primeira Guerra e de descrença das populações em relação às formas tradicionais de governo.
Os movimentos de extrema-direita caracterizavam-se por serem antidemocráticos, anticomunistas, radicalmente nacionalistas, idealistas e românticos, e por defenderem a intervenção do Estado na economia.
Esses movimentos alcançaram o poder por meio da força e da manipulação das massas, e contaram com o apoio de setores da elite, da classe média e até das camadas populares.
Uma vez no poder, esses movimentos construíram os chamados Estados totalitários, que almejavam deter total controlesobre instituições (escolas, imprensa etc.) e indivíduos.
São características desses Estados a centralização do poder, a repressão à oposição, o militarismo e o expansionismo, a intervenção na economia e o uso da propaganda para controle das massas.
Na Alemanha nazista somaram-se ao nacionalismo um racismo radical e propostas de “limpeza” racial e social, executadas por meio da perseguição, repressão e até extermínio de minorias étnicas, como ciganos, eslavos e principalmente judeus (antissemitismo). Homossexuais também eram perseguidos.
Atualmente, partidos de extrema-direita, grupos neonazistas e demonstrações de racismo e xenofobia muitas vezes violentas manifestam a permanência de ideias e valores fascistas e nazistas em nossa sociedade.
Economia e sociedade açucareira
Aula 1: Economia açucareira do Nordeste
O Brasil começou como um imenso canavial
Henry Koster. Engenho de açúcar (1816).
Você já parou para se perguntar por que o Brasil português iniciou sua história como um grande produtor de cana-de-açúcar?
Essa pergunta é mais importante do que parece à primeira vista. Afinal, o Brasil sempre ofereceu condições – solo e clima favoráveis – a diversas outras produções agrícolas, e ainda assim optou pela cana-de-açúcar, que, a propósito, continua sendo uma das lavouras mais lucrativas no nosso país. E lá vão quinhentos anos!
Por que, então, a cana-de-açúcar?
Veremos a resposta nesta aula.
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A montagem do sistema colonial mercantilista no Brasil português baseou-se na economia açucareira. A opção da Coroa lusitana por essa atividade deveu-se a vários fatores:
Condições naturais favoráveis, como clima tropical e solos adequados.
Mercados consumidores em expansão na Europa.
Experiência portuguesa na produção de cana em larga escala.
Associação com capitalistas flamengos que financiavam e distribuíam o produto.
Uma vez estabelecida a escolha da atividade básica, Portugal definiria as demais características de sua nova colônia de exploração na América. 
A origem africana dos brasileiros pede passagem
Na 4ª Conferência Latino-Americana e do Caribe, realizada em Santo Domingo em 1992, o papa João Paulo II referiu-se à escravidão como “um dos episódios mais tristes da história e como uma ofensa escandalosa para a história da humanidade”. O papa afirmou ainda que a escravidão dos negros e as matanças de índios foram os maiores pecados da expansão colonial no Ocidente.
 
Johann Moritz Rugendas. Navio negreiro (1835).
Em 1997, em viagem pelo Brasil, o mesmo papa declarou: “Estes brasileiros de origem africana merecem, têm direito e podem, com razão, pedir e esperar o máximo respeito aos traços fundamentais de sua cultura, como cidadãos a pleno título”.
A escravidão africana era uma das engrenagens do sistema agrário dominante na época da economia açucareira. E no vídeo a seguir, falaremos mais sobre esse sistema e sobre a escravidão, aspecto nefasto da nossa história colonial.
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O sistema agrário em que se baseou a produção açucareira no Brasil colonial combinava os seguintes fatores:
Grande propriedade rural, ou latifúndio.
Monocultura canavieira.
Produção voltada para mercados europeus.
Trabalho escravo.
Denominado plantation, esse sistema propiciou altos lucros aos burgueses lusitanos dedicados ao tráfico negreiro na África. A articulação atlântica vinculava o comércio de matérias-primas e produtos primários da América, manufaturados da Europa e mão de obra da África.
Aula 2: Sociedade rural e patriarcal na Colônia
Mudamos?
Johan Moritz Rugendas. Açoites no tronco – Rio de Janeiro.
A desigualdade social e econômica não é nova no Brasil, e sim persiste desde o século XVI, quando estas terras foram integradas ao sistema econômico vigente na Europa.
Isso quer dizer que a sociedade brasileira pouco mudou de lá para cá?
Uma classe social qualquer só existe em função de outra classe específica e definida. Se uma muda, a outra muda também. Percebendo isso é que podemos começar a entender por que as sociedades não são idênticas, mesmo apresentando semelhanças em vários aspectos.
Para compreender o Brasil de hoje é preciso voltar até a formação da nossa sociedade. Então, veremos que mudamos, mas que há elementos coloniais ainda vivos em nossos dias. Tratamos de alguns deles no vídeo a seguir.
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A sociedade colonial caracterizava-se por uma estrutura básica, na qual os escravos – sobretudo negros, mas também indígenas – trabalhavam para os senhores de uma aristocracia rural proprietária de terras. A partir dessa relação de produção fundamental, identificamos fatores marcantes naquele meio social, tais como:
A origem dos aristocráticos senhores numa nobreza lusitana decadente.
A existência de uma reduzida camada intermediária composta de padres, funcionários, artesão, mascates, soldados etc.
A rígida estratificação social.
A quase inexistente mobilidade entre as classes sociais.
Alta concentração de renda em mãos da elite dominante.
O peso do patriarcalismo escravocrata em nossa história
Quando os navegadores portugueses desembarcaram no continente americano, havia aqui, onde hoje é o Brasil, uma população de alguns milhões de indivíduos, segundo estimativas. Por que, então, a Coroa portuguesa montou um sistema de produção baseado em trabalhadores africanos para cá trazidos em arriscadas viagens pelo Atlântico?
Durante o século XVI, pelo menos 50 mil deles vieram compor a força de trabalho nos engenhos de cana. No século seguinte esse número subiu para 560 mil. No XVIII foram 1,4 milhão de negros, e no XIX dois milhões, totalizando mais de quatro milhões de escravos empregados nas mais diversas atividades. Esse número ultrapassa 40% de toda a população escravizada trazida para as Américas.
No vídeo a seguir, vamos explicar por que tantos indivíduos negros foram trazidos à força ao Brasil e indicar o que legaram para a nossa cultura e identidade os povos da África, por um lado, e o sistema escravista, por outro. 
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Os fatores que explicam a opção portuguesa pela escravidão e, principalmente, pelos escravos africanos na montagem do sistema colonial no Brasil foram os seguintes:
Os altos lucros que o comércio de escravos monopolizado pelos lusos proporcionava aos traficantes e à Coroa de Portugal.
O fato de não haver um contingente de trabalhadores livres disponíveis para migrar da metrópole para a nova colônia.
A inadequação dos indígenas, que não dominavam técnicas agrícolas e resistiam à escravização em seus próprios territórios.
Os interesses dos missionários jesuítas em catequizar os índios e utilizá-los como mão de obra nas Missões.
Os séculos de escravidão consolidaram uma sociedade marcada pelo patriarcalismo alicerçado na posse de terras e de escravos. O poder de vida e morte dos grandes senhores está relacionado à formação social brasileira, e manifesta-se em características como:
A composição étnica marcadamente mestiça do povo brasileiro.
A cultura afro-brasileira expressa na música, dança, religião, culinária etc.
O envilecimento do trabalho, visto como atividade inferior.
A discriminação e o preconceito de fundo racial.
A banalização da violência (tanto criminosa como na ação do Estado).
O autoritarismo político.
Ditaduras militares na América Latina
Uma Cuba já era demais para os americanos
Resumidamente, no contexto da Guerra Fria, os Estados Unidos, de um lado, se defendiam, combatendo a expansão do socialismo; e a União Soviética, de outro, incentivava os movimentos de resistência ou contrários ao capitalismo.
Nesse cenário, a Revolução Cubana de 1959 ganhou destaque. A menos de 200 km dos Estados Unidos, um país até então atrelado ao capitalismo rompeu com o imperialismo norte-americano e promoveu mudanças profundas, que acabaram por conduzi-lo ao socialismo e à zona de influência soviética. 
O exemplo cubano se espalhou pela América Latina e encorajou diversos movimentos de esquerda anti-imperialistas.Para os EUA, isso era inadmissível.
Movimentos militares latino-americanos foram fortalecidos por Washington e tomaram o poder, através de golpes, em vários países. A América do Sul era literalmente tomada de assalto pelas ditaduras.
Na imagem, o Palácio de La Moneda, sede do governo chileno, sendo bombardeado pelos militares no dia 11 de setembro de 1973. O presidente Salvador Allende, eleito democraticamente, foi morto, ou cometeu suicídio, nesse dia.
Continue conosco e saiba mais sobre as ditaduras latino-americanas no contexto da Guerra Fria.
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As ditaduras estabelecidas na América Latina entre as décadas de 1960 e 1990 estão inseridas em um contexto de Guerra Fria.
Preocupados com o exemplo cubano, os EUA incentivaram movimentos golpistas no Brasil, na Argentina, no Uruguai e no Chile.
As ditaduras estabelecidas na América do Sul organizaram governos alinhados aos interesses norte-americanos, que muitas vezes valeram-se de métodos extremamente violentos para conter os seus opositores.
A Operação Condor, apoiada pela CIA, consistiu na aliança político-militar entre as ditaduras latino-americanas e visava a dificultar a ação dos grupos e movimentos opositores, notadamente de esquerda.
A Guerra das Malvinas, em 1982, foi uma tentativa da ditadura argentina de ganhar o apoio da população por meio da tomada das Ilhas Malvinas, possessão britânica desde o século XIX. Após 75 dias de conflito, a Inglaterra venceu a guerra. A derrota argentina acelerou a derrocada da ditadura e o processo de redemocratização do país.
Revolução Industrial
A Revolução Industrial foi uma simples "aventura tecnológica"?
Alguns acham que é possível explicar em poucas palavras o que foi a Revolução Industrial: máquinas foram inventadas e pronto, fez-se a revolução!
Talvez por causa dessa visão simplista, o processo todo parece ter sido pouco mais do que uma “aventura tecnológica” – e assim uma cronologia das invenções mais importantes explicaria tudo.
Nada mais impreciso. A Revolução industrial representou principalmente uma mudança na forma de organização do trabalho, e as máquinas acabaram surgindo mais como uma consequência do que como uma causa do processo.
Continue assistindo a esta aula e saiba mais sobre esse importante processo.
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A Revolução Industrial foi um processo de aceleração da produção, em que substituiu-se a ferramenta pela máquina, a força humana pela força motriz e o sistema doméstico pelo sistema fabril. A mudança mais importante não foi a tecnológica (passagem da ferramenta à máquina), e sim a introdução do sistema fabril de organização da produção.
Além de contar com recursos naturais como o ferro e o carvão, a Inglaterra dispunha de capitais, de uma burguesia estabelecida (devido a uma precoce revolução burguesa), da mentalidade puritana de valorização do trabalho e de mão de obra abundante, em decorrência dos cercamentos e do consequente êxodo de camponeses para as cidades. Daí o seu pioneirismo.
A concentração de um grande número de trabalhadores em um mesmo local possibilitou a racionalização do trabalho, culminando na introdução da linha de produção, fundada no controle da mão de obra através da disciplina. A partir daí deu-se o salto na produção, que se acelerou ainda mais com a progressiva introdução de máquinas no processo.
O resultado da industrialização foi o embrutecimento da mão de obra – devido à perda de conhecimentos técnicos, por falta de aplicabilidade – a queda nos salários e a crescente alienação do trabalhador.
Independência e expansão dos Estados Unidos
Estados Unidos: independência, expansão territorial e Guerra de Secessão
Estados Unidos: da América para o mundo
Nação pioneira das independências da América, os Estados Unidos se tornaram, em finais do século XIX, uma das principais economias industrializadas do mundo.
Legitimada por ideais de superioridade religiosa e racial, sua expansão impôs seus interesses sobre outros países e povos. Mas em meio às conquistas, os EUA atravessaram uma guerra civil que rasgou o território em dois.
O ideal expansionista e as tensões raciais presentes na Guerra de Secessão nunca abandonaram esse país, que se converteu na maior dentre todas as potências do planeta.
Grupos como a Ku-Klux-Klan explicitavam um país repleto de segregação e violência contra determinados setores da população, gerando questionamentos sobre quem realmente gozava das liberdades e igualdade prometidas na Constituição.
Nesta aula, vamos conhecer um pouco mais da história dos Estados Unidos.
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A partir do século XVIII, a Inglaterra intensificou a cobrança de impostos e as políticas monopolistas sobre as Treze Colônias (com o Sugar Act e o Tea Act), uma vez que precisava se recuperar dos gastos militares decorrentes da Guerra dos Sete Anos (1756-1763) e se interessava pelo crescimento econômico das colônias, devido ao comércio entre América, Europa e África.
Percebendo nessas imposições a perda de sua histórica autonomia, e considerando injustos esses atos metropolitanos, pois os colonos não possuíam representação no Parlamento britânico para defender seus interesses, os americanos se insurgem contra a Metrópole. A Boston Tea Party (1773) foi a revolta mais significativa.
 
Por sua vez, a Inglaterra impôs uma série de leis consideradas abusivas pelos americanos. Dotados de ideais de liberdade e igualdade, as Treze Colônias proclamam a sua Declaração de Independência (1776), anunciando sua ruptura com as amarras metropolitanas.
Com o apoio da França e da Espanha, os estadunidenses vencem a Guerra de Independência. As então ex-colônias, com a Constituição de 1787, fundam o país Estados Unidos da América, assentado em uma legislação republicana e federativa. Trata-se da primeira nação a conquistar a independência em todo o continente.
Em princípios do século XIX, em meio às guerras de independência das Américas, o presidente dos Estados Unidos, James Monroe (1817-1825), realiza um discurso contundente contra os objetivos recolonizadores da Europa. Sob o lema “América para os americanos”, a chamada Doutrina Monroe pautava uma política externa que defendia a soberania dos recém-formados países livres do continente americano e reconhecia sua independência em relação às metrópoles europeias.
No século XIX, os EUA iniciam sua expansão territorial com a chamada marcha para o Oeste. Em busca de terras férteis e do ouro encontrado naquela região, a população dos Estados Unidos, acrescida de um aumento gradativo de imigrantes, parte para a anexação de territórios.
Essa expansão ocorreu por meio da compra de territórios – como a Flórida, o Alasca, a Califórnia – que até então pertenciam a países europeus, e, sobretudo, por meio da guerra contra o México (1846-1848) e de massacres às populações indígenas.
Cada passo da expansão era justificado como expressão da vontade divina, ou do Destino Manifesto baseado na crença calvinista da predestinação dos norte-americanos a conquistar o continente.
O desenvolvimento dos Estados Unidos tornou mais agudas as diferenças entre os estados do Norte e os do Sul. Ao norte, onde a economia historicamente assentava-se na mão de obra livre, formaram-se estados industrializados, cujas economias aceitavam ligeiras intervenções estatais, e defensores da abolição da escravidão. Os estados do Sul, por sua vez, organizados economicamente em torno da plantation escravista, eram defensores do pleno liberalismo e opunham-se às políticas nortistas.
Ao ser eleito presidente dos Estados Unidos, Abraham Lincoln (1809-1865), defensor do abolicionismo, encontra os estados do Sul insurgindo-se pela separação em relação ao restante do país. A partir de 1861, as hostilidades culminaram em uma guerra civil entre o Norte (União) e o Sul (Confederação); a Guerra de Secessão se estendeu até 1865.
A vitória do Norte foi resultado da conjugação de diversos fatores. Um dos mais relevantes foi a desestabilização da economia dos estadosdo Sul, por conta das crescentes fugas de escravos e da aprovação da 13º Emenda à Constituição dos EUA (1865), que abolia a escravidão no país.
Posteriormente, constituíram-se nos estados do Sul grupos contrários à igualdade entre negros e brancos – como a Ku-Klux-Klan (KKK) –, que afirmavam a segregação racial e praticavam atos de violência contra negros. Ao defender a supremacia branca, tratavam como inferiores todos os setores da sociedade que não fossem identificados como WASP (White Anglo-Saxon Protestant).
Com a vitória do Norte, os Estados Unidos fortaleceram sua economia industrializada e tornaram-se uma das nações mais poderosas do mundo, passando a projetar seu expansionismo sobre a América Central e ilhas do Oceano Pacífico.
Um dos principais representantes da hegemonia estadunidense sobre territórios latinos foi o presidente Theodor Roosevelt (1901-1909). Sua política externa foi denominada Big stick policy, ou “política do grande porrete”: essa política preconizava a intervenção militar sobre os países que não acatassem o controle direto dos EUA sobre seus territórios – o chamado Corolário Roosevelt.
Iluminismo e Reformismo Ilustrado
Luz, ideias, ação!
Questionar as tradições, duvidar dos mitos, experimentar, deduzir, pensar cientificamente e confiar apenas na razão. Essas foram as propostas que revolucionaram o pensamento ocidental e moldaram o mundo a partir do século XVIII. O século do Iluminismo.
Para os pensadores iluministas, os homens nasciam iguais e livres, e aos governos caberia preservar esses direitos. Acreditava-se que qualquer pessoa dotada de razão seria capaz de perceber que isso era verdade... e de lutar por isso.
Conhecer tudo! Questionar livremente! Educar o homem para a liberdade, igualdade, fraternidade e felicidade... A luz acesa no século XVIII ainda guia mentes no XXI, como a sua!
Nesta aula, vamos conhecer um pouco mais do Iluminismo.
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O pensamento iluminista revolucionou a forma de ver o mundo e a sociedade dos homens do século XVIII e serviu de base para reivindicações reformistas e revolucionárias ao longo da Idade Contemporânea. Esse modo de pensar tem enorme influência em nosso mundo atual.
São exemplos de movimentos políticos influenciados pelo pensamento iluminista: a Independência dos Estados Unidos em 1776, a Revolução Francesa de 1789 e a Inconfidência Mineira, também em 1789.
As ideias iluministas tiveram grande repercussão entre as elites letradas da Europa e América, burgueses e setores da nobreza, mas também embasaram reivindicações de caráter popular e radical.
O pensamento iluminista foi influenciado pela revolução científica em curso no século XVII. Pensadores como René Descartes (1596-1650) e Isaac Newton (1643-1727) defenderam o primado da razão e da ciência e afirmaram ser possível compreender o universo, a natureza e suas leis.
O filósofo inglês John Locke (1632-1704) é considerado o precursor do pensamento iluminista e um dos fundadores do liberalismo político. Para ele, a liberdade, a igualdade perante a lei e a propriedade seriam direitos naturais dos homens, e o governo que não os assegurasse poderia ser derrubado.
Na França, François Marie Arouet, ou Voltaire (1694-1778), destacou-se pela defesa da liberdade de expressão e de pensamento e por seu anticlericalismo. Sua influência sobre membros da alta nobreza e governantes europeus contribuiu para a adoção de algumas monarquias europeias ao chamado despotismo esclarecido ou reformismo ilustrado.
Déspotas esclarecidos eram os monarcas que, influenciados pelas ideias ilustradas, buscaram reformar a administração de seus reinos e incentivar as ciências e a educação sem, no entanto, revolucionar a sociedade tradicional.
O nobre Barão de Montesquieu (1689-1755) foi um dos grandes críticos do absolutismo monárquico, defendendo a divisão de poderes em Legislativo, Judiciário e Executivo e a criação de constituições que limitassem o poder dos governantes.
Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) é considerado o mais radical dos grandes pensadores iluministas. Precursor do Romantismo, Rousseau acreditava que o homem seria naturalmente bom e que a sociedade e suas desigualdades seriam os responsáveis por sua corrupção.
Para Rousseau, a sociedade ideal garantiria a igualdade entre os homens, que então viveriam em harmonia, buscando o bem comum através da vontade geral do povo. Suas ideias tiveram grande importância na fase radical da Revolução Francesa e, posteriormente, em movimentos socialistas.
No campo do pensamento econômico, destacou-se a figura de Adam Smith (1723-1790). Smith afirmou que toda a riqueza é proveniente do trabalho e defendeu que as liberdades econômicas, como a de concorrência e a de mercado, eram o caminho para a riqueza das nações.
A mais importante obra associada ao Iluminismo foi a Enciclopédia, organizada por Denis Diderot (1713-1784) e Jean le Rond d’Alembert (1717-1783). A Enciclopédia pretendia ser a compilação de todo o saber racional até então disponível.
Congresso de Viena e Santa Aliança
Era napoleônica, Congresso de Viena e Santa Aliança
Liberdade, igualdade e Fraternidade
Infantaria, Artilharia e Cavalaria
 
As guerras perpetradas por Napoleão, imperador dos franceses, são a continuação da Revolução e da luta contra as monarquias absolutistas e o Antigo Regime. Derrubando reis e mudando as leis em nome dos princípios liberais, Napoleão e seu exército atravessaram a Europa como um furacão revolucionário, que, num intervalo de quinze anos, “inaugurou” a Idade Contemporânea.
Na pintura de Francisco Goya, espanhóis são massacrados pela máquina de guerra do exército napoleônico. Anos mais tarde, os franceses e sua revolução seriam os derrotados.
A derrota de Napoleão em Waterloo foi um duro golpe, não só para a França, mas para a Revolução e seus ideais como um todo. Reunidos no Congresso de Viena, os vencedores, representando o Antigo Regime, restauraram monarquias e privilégios da nobreza e fizeram a história andar para trás... ao menos, por algum tempo.
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Napoleão, que governou a França no início do século XIX, representou a continuação e consolidação da Revolução Francesa.
O General subiu ao poder através do denominado “Golpe do 18 de Brumário”, que pôs fim à República do diretório e criou um governo centralizado e repressor, o Consulado, contando com o apoio de setores do exército e burguesia.
O novo regime justificou-se como ferramenta para deter o radicalismo jacobino e enfrentar e o risco de contrarrevolução e restauração do Antigo Regime.
O Código Civil promulgado por Napoleão e influenciado pelas ideias iluministas e revolucionárias definia a igualdade perante a lei e direito à propriedade, mas vetava o direito à greve e restaurava a escravidão nas colônias, representando, assim, uma concepção elitista de Liberdade e Igualdade.
Napoleão realizou uma série de reformas sociais, como a distribuição de terras, anteriormente pertencentes à nobreza e à Igreja, para os camponeses, e a reforma do sistema de ensino público, visando a formar a elite francesa.  
Ao coroar-se e impedir o Papa de fazê-lo, Napoleão expressou simbolicamente a superioridade e autonomia de seu poder perante a Igreja, pois sua coroação representaria a vontade geral dos cidadãos franceses, e não a vontade divina. Isso afirmou o caráter republicano e revolucionário de seu Império.
Através de um conjunto de campanhas militares Napoleão derrotou as monarquias do Antigo Regime em quase toda a Europa e impôs seu Código Civil sobre os territórios conquistados, expandindo a influência do ideário revolucionário.  
Os exércitos napoleônicos dominaram o continente europeu, mas fracassaram na luta contra a Inglaterra, que com sua poderosa indústria e marinha resiste ao imperador.
Na tentativa de sufocar a economia inglesa, Napoleão impôs o bloqueio continental, que proibia os países europeus de adquirirem artigos ingleses, bem como a exportação de matérias-primas para a Inglaterra.

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