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Resumo colapso induzido pelo exercício

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Colapso Induzido pelo Exercício
(Exercise Induced Collapse)
 Exercise induced collapse (EIC) é uma patologia genética, autossômica recessiva, que ocorre por mutação do tipo missense no gene DNM1 e que acomete cães, com a presença de sinais neuromusculares após atividade física intensa exercida pelo animal.
 O gene mutado foi isolado, pela primeira vez, em um Labrador Retriver, que por coincidência é a raça campeã no número de casos, nos Estados Unidos. Em um levantamento feito com 40 Labradores no meio-oeste dos EUA, 33% apresentavam-se heterozigotos para EIC, indicando uma alta prevalência do alelo mutado dentro da população de Labradores. Deve-se resaltar, porém, que mesmo com índices altos de prevalência, a letalidade em decorrência da mutação é baixa, visto que são raros os casos em que o agravamento dos quadros de crise leva a complicações mais sérias que comprometam com a vida do paciente. Quanto à disseminação do gene mutado, hoje se pode encontrar o alelo recessivo em cães na Austrália, Oriente Médio e União Europeia.
 A EIC não possui predisposição para idade nem sexo dos cães, entretanto há predisposição por raças: Chesapeak Bay Retriver, Border Collie, Curly-Coated Retriver e Boykin Spaniel lideram os índices de predisposição racial para a mutação no DNM1. 
 Como mencionado na introdução, a mutação se dá pela mudança de nucleotídeo Guanina por uma Timina, fazendo com que mude também o aminoácido formado (missense). A mudança de aminoácido implicará no funcionamento adequado de uma GTPase denominada Dynamin 1, que tem como função promover o corte da membrana celular, no intuito de formar vesículas que deixarão a célula; clasmocitose, transmissão de sinais químicos e sinapses dependem desse mecanismo de corte da GTPase. Essa disfunção da Dynamin 1 nos cães acometidos por EIC só se dá após atividade física intensa e com ela o aparecimento dos sinais clínicos.
 Com a falta de funcionalidade da enzima, o cão portador de EIC não terá transmissão adequada de neurotransmissores da fibra nervosa para fibra muscular nas suas placas motoras, com isso sua contração será tão ineficiente quanto a transmissão de sinais. Em episódios de crise, os sinais clínicos caracterizam-se, majoritariamente, por ataxia, fraqueza muscular na parte posterior dos membros, confusão, perda de consciência e quedas em decúbito lateral. São raros os casos em que ocorrem mortes pela EIC, pois geralmente os quadros não são muito mais do que os sinais clínicos mencionados acima. Os quadros de crise iniciam-se após 5 a 15 minutos de atividade física e duram em torno de 10 minutos. O animal recupera-se em torno de meia hora após uma crise.
 A prevenção seria, basicamente, evitar o cruzamento de indivíduos não só que apresentem a doença, como também dos portadores, a fim de que o alelo mutado seja cada vez menos frequente dentro da população de risco.

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