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Aula 04 AFO

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CURSO ON-LINE - ANALISTA E TÉCNICO LEGISLATIVO - SENADO 
 AFO - TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS 
PROFESSOR: SÉRGIO MENDES 
Aula 4 
RECEITA PÚBLICA 
 
 
 
 
Olá amigos! Como é bom estar aqui!1 
 
A palavra Receita é utilizada em todo o mundo pela contabilidade para 
evidenciar a variação positiva da situação líquida patrimonial resultante do 
aumento de ativos ou da redução de passivos de uma entidade. A receita 
pública pode ser definida em sentido amplo (lato) e em sentido restrito (stricto). 
Receita pública em sentido amplo (lato sensu) ou ingresso público: são 
todas as entradas ou ingressos de bens ou direitos a qualquer título, em certo 
período de tempo, que o Estado utiliza para financiar seus gastos, podendo ou 
não se incorporar ao seu patrimônio e independente de haver contrapartida no 
passivo. Exemplos: receitas tributárias, operações de crédito, operações de 
crédito por antecipação de receita, cauções, etc. 
Receita pública em sentido estrito (stricto sensu): são todas as entradas ou 
ingressos de bens ou direitos, em certo período de tempo, que se incorporam ao 
patrimônio público sem compromisso de devolução posterior. Exemplos: 
alienação de bens, receita de contribuições, receitas industriais, etc. 
No processo orçamentário, é notável a relevância da Receita Pública, cuja 
previsão dimensiona a capacidade governamental em fixar a Despesa Pública e, 
no momento da sua arrecadação, torna-se instrumento condicionante da 
execução orçamentária da despesa. 
 
 
 
 
 
 
 
1 Apresentação baseada no artigo de CORE, Fabiano Garcia. Reforma gerencial dos processos de 
planejamento e orçamento. Brasília: ENAP, 2001. 
 
 
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 AFO - TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS 
PROFESSOR: SÉRGIO MENDES 
A Receita está envolvida em situações singulares na Administração Pública, 
como a sua distribuição e destinação entre as esferas governamentais e o 
estabelecimento de limites legais impostos pela Lei de Responsabilidade 
Fiscal. Dessa forma, assume fundamental importância ao permitir estudos e 
análises acerca da carga tributária suportada pelos diversos segmentos da 
sociedade. 
O conhecimento dos conceitos e da classificação da receita possibilita a 
cidadania no processo de fiscalização da arrecadação, bem como o efetivo 
controle social sobre as Contas dos Governos Federal, Estadual, Distrital e 
Municipal. Da mesma forma, do lado dos servidores públicos, o conhecimento 
das Receitas Públicas, principalmente em face da LRF, contribui para a 
transparência das contas públicas e para o fornecimento de informações de 
melhor qualidade aos diversos usuários. 
 
A receita, pelo enfoque orçamentário, corresponde a todos os ingressos 
disponíveis para a cobertura das despesas orçamentárias e para as operações 
que, mesmo sem o ingresso de recursos, financiem despesas orçamentárias, 
como é o caso das chamadas operações de crédito em bens e/ou serviços. 
Exemplo: transações, como aquisições financiadas de bens e arrendamento 
mercantil financeiro, quando possuem dotação específica na LOA, são 
registradas como receita orçamentária e despesa orçamentária, pois são 
consideradas operações de crédito pela LRF (art. 29). 
As classificações orçamentárias de receitas e despesas são de fundamental 
importância para a transparência das operações constantes de um orçamento. 
Toda a informação orçamentária é organizada e veiculada segundo um tipo de 
classificação. Ademais, é por meio das várias classificações, ainda, que se 
implementam planos, que se explicitam os objetivos e prioridades da ação 
pública, orçamento e gestão das organizações do setor público, ilustrando, 
desse modo, sobre o direcionamento político da ação governamental. 
As receitas estão classificadas, segundo a Lei 4.320/1964, em dois segmentos: 
Receitas Correntes e Receitas de Capital, divisão essa que obedece a um 
 
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critério econômico, dentro da ideia de demonstrar a origem das diversas 
fontes, conforme derivem do exercício de poder próprio do Estado, de tributar as 
pessoas e agentes econômicos ou do exercício de atividade econômica. 
Essas são as Receitas Correntes, sendo Receitas de Capital aquelas que 
procedem do endividamento ou da transformação de ativos físicos ou 
financeiros em moeda. 
Cabe ressaltar, entretanto, que com o advento da LRF, as informações de 
receita assumiram uma importância fundamental. Vários procedimentos e 
mecanismos de controle foram estabelecidos nessa lei com base em previsão e 
arrecadação de receita, o que impõe a necessidade de um cuidado especial no 
que se refere à qualidade dessas informações. 
 
No tocante às despesas, as classificações, basicamente, respondem as 
principais indagações que habitualmente surgem quando o assunto é gasto 
orçamentário. 
Essas informações permitirão a mensuração de desempenho e o controle 
orçamentário: a cada uma dessas indagações corresponde um tipo de 
classificação. 
Ou seja: quando a pergunta é “para que” serão gastos os recursos alocados, a 
resposta será encontrada na classificação programática ou, mais 
adequadamente, de acordo com a Portaria 42/1999, na ESTRUTURA 
PROGRAMÁTICA; “em que” serão gastos os recursos, a resposta consta da 
classificação FUNCIONAL; “o que” será adquirido ou “o que” será pago, na 
classificação por elemento de despesa; “quem” é o responsável pela 
programação a ser realizada, a resposta é encontrada na classificação 
INSTITUCIONAL (órgão e unidade orçamentária); “qual o efeito ECONÔMICO 
da realização da despesa”, na classificação por categoria econômica; e “qual a 
origem dos recursos”, na classificação por fonte de recursos. Outra visão é a 
que divide a classificação dos gastos públicos em três: segundo sua finalidade, 
sua natureza e quanto a seu agente encarregado da execução do gasto. No 
entanto quer dizer a mesma coisa: a finalidade é observada na estrutura 
programática assim determinada pela Portaria 42/1999, a natureza na 
classificação por natureza da despesa e o agente encarregado do gasto pode 
 
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ser observado na classificação institucional. Dessa forma, são as 
características básicas de sistemas orçamentários modernos: estrutura 
programática, econômica e organizacional para alocação de recursos, 
denominadas de classificações orçamentárias da despesa. 
 
A legislação orienta que a classificação da despesa no orçamento público deve 
ser desdobrada de acordo com os seguintes critérios: institucional (órgão e 
unidade orçamentária), funcional (função e subfunção), por programas 
(programa, projeto, atividade e operações especiais) e segundo a natureza 
(categorias econômicas, grupos, modalidades de aplicação e elementos). 
 
Nesta aula abordaremos as classificações da Receita Pública. Na seguinte, 
trataremos das classificações da Despesa Pública. Em ambos falaremos 
bastante do que está previsto no MCASP, no atual MTO e nas Portarias que 
regem as classificações, já que as provas se concentram nestes instrumentos. 
 
1. CLASSIFICAÇÃO POR NATUREZA DA RECEITA 
 
As naturezas de receitas orçamentárias procuram refletir o fato gerador que 
ocasionou o ingresso dos recursos aos cofres públicos. É a menor célulade 
informação no contexto orçamentário para as receitas públicas, devendo, 
portanto, conter todas as informações necessárias para as devidas 
vinculações. Em face da necessidade de constante atualização e melhor 
identificação dos ingressos aos cofres públicos, o esquema inicial de 
classificação foi desdobrado em níveis, que formam o código identificador da 
natureza de receita: 
• 1.º Nível: Categoria Econômica 
• 2.º Nível: Origem 
• 3.º Nível: Espécie 
• 4.º Nível: Rubrica 
• 5.º Nível: Alínea 
• 6.º Nível: Subalínea 
 
 
 
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X Y Z W TT KK 
Categoria 
Econômica 
 
Origem Espécie Rubrica Alínea Subalínea 
 
1.º nível - Categoria econômica da receita 
 
Este nível da classificação por natureza obedece ao critério econômico. É 
utilizado para mensurar o impacto das decisões do Governo na economia 
nacional (formação de capital, custeio, investimentos, etc.). É codificada e 
subdividida da seguinte forma: 
1. Receitas Correntes; 
2. Receitas de Capital; 
7. Receitas Correntes Intraorçamentárias; 
8. Receitas de Capital Intraorçamentárias. 
 
 
Vamos a elas: 
Receitas Correntes: classificam-se nessa categoria aquelas receitas oriundas 
do poder impositivo do Estado - Tributária e de Contribuições; da exploração 
de seu patrimônio - Patrimonial; da exploração de atividades econômicas - 
Agropecuária, Industrial e de Serviços; as provenientes de recursos financeiros 
recebidos de outras pessoas de direito público ou privado, quando destinadas a 
atender despesas classificáveis em Despesas Correntes - Transferências 
Correntes; e as demais receitas que não se enquadram nos itens anteriores - 
Outras Receitas Correntes. 
Receitas de Capital: são as provenientes da realização de recursos 
financeiros oriundos de constituição de dívidas; da conversão, em espécie, de 
bens e direitos; os recursos recebidos de outras pessoas de direito público ou 
privado, destinados a atender despesas classificáveis em Despesas de Capital e, 
ainda, o Superávit do Orçamento Corrente. 
Em geral, essas receitas são representadas por mutações patrimoniais que 
nada acrescentam ao patrimônio público, só ocorrendo uma troca de elementos 
 
 
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patrimoniais, isto é, um aumento no sistema financeiro (entrada de recursos 
financeiros) e uma baixa no sistema patrimonial (saída do patrimônio em troca de 
recursos financeiros). 
O superávit do orçamento corrente é receita de capital, porém não é receita 
orçamentária. Segundo a Lei 4.320/1964, o superávit do Orçamento Corrente 
resulta do balanceamento dos totais das receitas e despesas correntes, porém 
não constituirá item de receita orçamentária. Isso ocorre para evitar a dupla 
contagem, porque ela já foi considerada no orçamento corrente. 
Receitas Intraorçamentárias: são receitas oriundas de operações realizadas 
entre órgãos e demais entidades da Administração Pública integrantes do 
orçamento fiscal e da seguridade social de uma mesma esfera de governo. São 
chamadas também de ingressos intraorçamentários. Têm a finalidade de 
discriminar as receitas referentes às operações entre órgãos, fundos, 
autarquias, fundações públicas, empresas estatais dependentes e outras 
entidades integrantes do orçamento fiscal e da seguridade social. 
O elemento motivador da criação dessas receitas foi a inclusão, na Portaria 
Interministerial STN/SOF 163, de 4 de maio de 2001, da modalidade de 
aplicação “91 - Aplicação Direta Decorrente de Operação entre Órgãos, 
Fundos e Entidades Integrantes dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade 
Social”. 
 
As novas naturezas de receita intraorçamentárias são constituídas 
substituindo-se o 1.º nível (categoria econômica “1” ou “2”) pelos dígitos “7”, se 
receita corrente intraorçamentária, e “8”, se receita de capital intraorçamentária, 
mantendo-se o restante da codificação. 
Por exemplo, o IPTU pago por uma empresa estatal dependente de um 
município será classificado na conta 7112.02.00 - IPTU (receita 
intraorçamentária). O código a ser usado para registro do IPTU dos 
contribuintes que não sejam participantes do orçamento fiscal do município 
permanece 1112.02.00. 
 
 
 
 
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Atenção: as classificações incluídas não constituem novas categorias 
econômicas de receita, mas sim meras especificações das categorias corrente 
e de capital, a fim de possibilitar a identificação das respectivas operações 
intraorçamentárias e, dessa forma, evitar a dupla contagem de tais receitas. 
 
Caiu na prova: 
1) (CESPE - Analista Administrativo - ANATEL - 2009) As receitas 
intraorçamentárias se contrapõem às despesas intraorçamentárias e se 
referem a operações entre órgãos e entidades integrantes dos orçamentos 
fiscal e da seguridade social da mesma esfera governamental. 
 
As receitas intraorçamentárias se contrapõem às despesas intraorçamentárias e 
são oriundas de operações realizadas entre órgãos e demais entidades da 
Administração Pública integrantes do orçamento fiscal e da seguridade social de 
uma mesma esfera de governo. 
Resposta: Certa 
 
2.º nível - Origem 
 
É a subdivisão das Categorias Econômicas, que tem por objetivo identificar a 
origem das receitas, no momento em que estas ingressam no patrimônio 
público. Identifica a procedência dos recursos públicos, em relação ao fato 
gerador dos ingressos das receitas (derivada, originária, transferências e 
outras). No caso das receitas correntes, tal classificação serve para identificar 
se as receitas são compulsórias (tributos e contribuições), provenientes das 
atividades em que o Estado atua diretamente na produção (agropecuárias, 
industriais ou de prestação de serviços), da exploração do seu próprio 
patrimônio (patrimoniais), se provenientes de transferências destinadas ao 
atendimento de despesas correntes, ou, ainda, de outros ingressos. No caso 
das receitas de capital, distinguem-se as provenientes de operações de crédito, 
da alienação de bens, da amortização dos empréstimos, das transferências 
destinadas ao atendimento de despesas de capital, ou, ainda, de outros 
ingressos de capital. 
 
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Os códigos da origem para as receitas correntes e de capital são: 
 
QUADRO: ORIGENS DAS RECEITAS 
 
RECEITAS CORRENTES RECEITAS DE CAPITAL 
 
1. Receita Tributária 
2. Receita de Contribuições 
3. Receita Patrimonial 
4. Receita Agropecuária 
5. Receita Industrial 
6. Receita de Serviços 
7. Transferências Correntes 
9. Outras Receitas Correntes 
1. Operações de Crédito 
2. Alienação de Bens 
3. Amortização de Empréstimos 
4. Transferências de Capital 5. 
Outras Receitas de Capital 
 
2.1 Origens das receitas correntes 
 
 
2.1.1 Receitas tributárias 
 
Para que o Estado possa custear suas atividades, são necessários recursos 
financeiros. Uma de suas fontes é o tributo, o qual é definido pelo art. 3.o do 
Código Tributário Nacional - CTN: 
 
Art. 3.º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo 
valornela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída 
em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. 
 
Independentemente do nome ou da destinação, o que vai caracterizar o tributo é o 
seu fato gerador, o qual é a situação definida em lei como necessária e 
suficiente a sua ocorrência. Assim, são irrelevantes sua denominação e a 
destinação legal do produto de sua arrecadação. 
O art. 5.º do CTN define que as espécies de tributos são impostos, taxas e 
contribuições de melhorias: 
• Imposto: conforme o art. 16, “imposto é o tributo cuja obrigação tem por 
 fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal 
 
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específica, relativa ao contribuinte”. Sempre que possível, os impostos 
terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade 
econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, 
especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, 
 respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os 
 rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte. 
 • Taxa: de acordo com o art. 77, “as taxas cobradas pela União, pelos 
 Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas 
 respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício regular do 
 poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público 
 específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua 
 disposição”. As taxas não poderão ter base de cálculo própria de 
 impostos. 
• Contribuição de Melhoria: segundo o art. 81, “a contribuição de 
melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou 
pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída 
para fazer face ao custo de obras públicas de que decorra valorização 
imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e como limite 
individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel 
beneficiado”. 
 
2.1.2 Receitas de contribuições 
 
É o ingresso proveniente de contribuições sociais, de intervenção no domínio 
econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como 
instrumento de intervenção nas respectivas áreas. Apesar da controvérsia 
doutrinária sobre o tema, suas espécies podem ser definidas da seguinte 
forma: 
• Contribuições Sociais: destinadas ao custeio da seguridade social, 
 que compreende a previdência social, a saúde e a assistência social. 
• Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico: derivam da 
 contraprestação à atuação estatal exercida em favor de determinado 
 grupo ou coletividade. Exemplo de contribuição de intervenção no 
 
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domínio econômico é o Adicional sobre Tarifas de Passagens Aéreas 
Domésticas, que são voltadas à suplementação tarifária de linhas 
aéreas regionais de passageiros, de baixo e médio potencial de tráfego. 
• Contribuições de Interesse das Categorias Profissionais ou 
 Econômicas: destinadas ao fornecimento de recursos aos órgãos 
 representativos de categorias profissionais legalmente regulamentadas 
 ou a órgãos de defesa de interesse dos empregadores ou empregados. 
 Essas contribuições são destinadas ao custeio das organizações de 
 interesse de grupos profissionais como, por exemplo, a OAB, o CREA, o 
 CRM e assim por diante. Visam também ao custeio dos serviços sociais 
 autônomos prestados no interesse das categorias, como o SESI, o 
 SESC e o SENAI. 
 
Caiu na prova: 
2) (CESPE - Analista Judiciário - Administração - TRE/BA - 2010) Considere 
que a arrecadação da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social 
(COFINS) tenha aumentado durante o último exercício financeiro da União. 
Nesse caso, é correto afirmar que houve aumento do montante da receita 
tributária da União no último ano. 
Atenção: a contribuição de melhoria é receita tributária e as demais 
contribuições são receitas de contribuições. 
 
Logo, se houve aumento da arrecadação de uma contribuição social durante o 
último exercício financeiro da União, é correto afirmar que houve aumento do 
montante da receita de contribuições e não da receita tributária. 
Resposta: Errada 
 
2.1.3 Demais origens 
 
• Receita Patrimonial: é o ingresso proveniente de rendimentos sobre 
 investimentos do ativo permanente, de aplicações de disponibilidades 
 em operações de mercado e outros rendimentos oriundos de renda de 
 
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ativos permanentes. Por exemplo, temos as receitas de arrendamentos de 
terrenos da União, que o Poder Público concede à outra parte o gozo 
temporário de um terreno mediante retribuição. Tal retribuição se torna 
receita patrimonial. Outros exemplos: aluguéis, arrendamentos, foros e 
laudêmios, taxas de ocupação de imóveis, juros de títulos de renda, 
dividendos, participações, remuneração de depósitos bancários, 
remuneração de depósitos especiais e remuneração de saldos de 
recursos não desembolsados. 
• Receita Agropecuária: é o ingresso proveniente da atividade ou da 
 exploração agropecuária de origem vegetal ou animal. Incluem-se nessa 
 classificação as receitas advindas da exploração da agricultura (cultivo 
 do solo), da pecuária (criação, recriação ou engorda de gado e de 
 animais de pequeno porte) e das atividades de beneficiamento ou 
 transformação de produtos agropecuários em instalações existentes nos 
 próprios estabelecimentos. 
• Receita Industrial: é o ingresso proveniente da atividade industrial de 
 extração mineral, de transformação, de construção e outras, 
 provenientes das atividades industriais definidas como tal pela Fundação 
 Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE. 
• Receita de Serviços: é o ingresso proveniente da prestação de serviços 
 de transporte, saúde, comunicação, portuário, armazenagem, de 
 inspeção e fiscalização, processamento de dados, vendas de 
 mercadorias e produtos inerentes à atividade da entidade e outros 
 serviços. 
• Transferência Corrente: é o ingresso proveniente de outros entes ou 
 entidades, referente a recursos pertencentes ao ente ou entidade 
 recebedora ou ao ente ou entidade transferidora, efetivado mediante 
 condições preestabelecidas ou mesmo sem qualquer exigência, desde 
 que o objetivo seja a aplicação em despesas correntes. 
• Outras Receitas Correntes: são os ingressos correntes provenientes 
 de outras origens não classificáveis nas anteriores. Exemplos: 
 recebimento de dívida ativa, multas em geral, restituições, etc. 
 
 
 
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Caiu na prova: 
3) (FCC - APOFP - SEFAZ/SP - 2010) É uma receita patrimonial aquela 
originária: 
(A) de restituições de convênios. 
(B) do imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana. 
(C) da prestação de serviços de telecomunicação. 
(D) de dividendos recebidos. 
(E) de serviços recreativos e culturais. 
 
a) Errada. A receita de restituições de convênios pertence à origem outras 
receitas correntes. 
b) Errada.A receita do imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana 
(IPTU) pertence à origem receitas tributárias. 
c) Errada. A receita da prestação de serviços de telecomunicação pertence à 
origem receitas de serviços. 
d) Correta. A receita de dividendos recebidos pertence à origem receitas 
patrimoniais. 
e) Errada. A receita de serviços recreativos e culturais pertence à origem 
receita de serviços. 
Resposta: Letra D 
 
 
2.2 Origens das receitas de capital 
 
• Operações de Crédito: são os ingressos provenientes da colocação de 
 títulos públicos ou da contratação de empréstimos e financiamentos 
 internos ou externos, obtidos junto a entidades estatais ou privadas. Os 
 empréstimos compulsórios também são classificados como operações 
 de crédito. 
• Alienação de Bens: é o ingresso proveniente da alienação de 
 componentes do ativo imobilizado ou intangível. Exemplos: 
 privatizações, venda de um prédio público, etc. 
• Amortização de Empréstimos: é o ingresso referente ao recebimento 
 de parcelas de empréstimos ou financiamentos concedidos em títulos ou 
 
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contratos. 
• Transferências de Capital: é o ingresso proveniente de outros entes ou 
 entidades, referente a recursos pertencentes ao ente ou entidade 
 recebedora ou ao ente ou entidade transferidora, efetivado mediante 
 condições preestabelecidas ou mesmo sem qualquer exigência, desde 
 que o objetivo seja a aplicação em despesas de capital. 
• Outras Receitas de Capital: são os ingressos de capital provenientes 
 de outras origens não classificáveis nas anteriores. Exemplo: 
 integralização de capital de empresas estatais. 
 
Caiu na prova: 
4) (ESAF - Analista Tributário - Receita Federal do Brasil - 2009) A respeito da 
classificação orçamentária da receita, é correto afirmar: 
a) alienação de bens de qualquer natureza integrantes do ativo redunda em 
receita de capital. 
b) receitas de contribuições integram as receitas de capital quando oriundas de 
intervenção no domínio econômico. 
c) as receitas agropecuárias se originam da tributação de produtos agrícolas. 
d) as receitas intraorçamentárias decorrem de pagamentos efetuados por 
entidades integrantes do Orçamento Fiscal e da Seguridade Social. 
e) receitas correntes para serem aplicadas em despesa de capital dependem da 
inexistência de receitas de capital no exercício. 
 
a) Errada. São receitas de capital as alienações de bens provenientes de 
componentes do ativo imobilizado ou intangível. Exemplo: privatizações, 
venda de um prédio público, etc. 
b) Errada. As receitas de contribuições correspondem aos ingressos 
provenientes de contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de 
interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de 
intervenção nas respectivas áreas. São receitas correntes. 
c) Errada. As receitas agropecuárias correspondem aos ingressos provenientes 
da atividade ou da exploração agropecuária de origem vegetal ou animal. 
Incluem-se nessa classificação as receitas advindas da exploração da 
 
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agricultura (cultivo do solo), da pecuária (criação, recriação ou engorda de 
gado e de animais de pequeno porte) e das atividades de beneficiamento ou 
transformação de produtos agropecuários em instalações existentes nos 
próprios estabelecimentos. As receitas que se originam da tributação de 
produtos agrícolas são receitas tributárias. 
d) Correta. As receitas intraorçamentárias são aquelas oriundas de operações 
realizadas entre órgãos e demais entidades da Administração Pública 
integrantes do orçamento fiscal e da seguridade social de uma mesma esfera 
de governo. Têm a finalidade de discriminar as receitas referentes às 
operações entre órgãos, fundos, autarquias, fundações públicas, empresas 
estatais dependentes e outras entidades integrantes do orçamento fiscal e da 
seguridade social. A Banca considerou a alternativa correta, mas na verdade o 
termo “por” no lugar de “entre” a tornaria incorreta. Assim, a questão deveria ter 
sido ser anulada. 
e) Errada. Não há restrições desse tipo. Em geral, as restrições são para 
aplicação de receitas de capital em despesas correntes, como ocorre na regra 
de ouro, que proíbe a realização de operações de créditos que excedam o 
montante das despesas de capital, ressalvadas as autorizadas mediante 
créditos suplementares ou especiais com finalidade precisa, aprovados pelo 
Poder Legislativo por maioria absoluta. Veremos na aula sobre Despesa 
Pública. 
Resposta: Letra D 
 
3.º nível - Espécie 
 
É o nível de classificação vinculado à Origem, composto por títulos que 
permitem qualificar com maior detalhe o fato gerador dos ingressos de tais 
receitas. Por exemplo, dentro da Origem Receita Tributária (receita proveniente 
de tributos) podemos identificar as suas espécies, tais como impostos, taxas e 
contribuições de melhoria (conforme definido na CF/1988 e no CTN), sendo 
cada uma dessas receitas uma espécie de tributo diferente das demais. 
 
 
 
 
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4.º nível - Rubrica 
 
É o detalhamento das espécies de receita. A rubrica busca identificar dentro de 
cada espécie de receita uma qualificação mais específica. Agrega 
determinadas receitas com características próprias e semelhantes entre si. 
 
5.º nível - Alínea 
 
Funciona como uma qualificação da rubrica. A alínea é o nível que apresenta o 
nome da receita propriamente dita e que recebe o registro pela entrada de 
recursos financeiros. 
 
6.º nível -Subalínea 
 
Constitui o nível mais analítico da receita, o qual recebe o registro de valor, 
pela entrada do recurso financeiro, quando houver necessidade de maior 
detalhamento da alínea. 
 
Detalhamento de código 
 
Para atender às necessidades internas, a União, os Estados, o Distrito Federal 
e os Municípios poderão detalhar as classificações orçamentárias a partir do 
nível ainda não detalhado, sendo que se o detalhamento ocorrer no nível de 
alínea (5.º e 6.º dígitos) ou subalínea (7.º e 8.º dígitos), deverá ser a partir do 
51. A administração dos níveis já detalhados cabe à União. 
Poderá haver um 7.º nível (9.º e 10.º dígitos), denominado de detalhamento 
facultativo, a ser criado, opcionalmente, pelo ente. 
 
Caiu na prova: 
5) (ESAF - Analista de Planejamento e Orçamento - MPOG - 2008) Segundo o 
Manual Técnico do Orçamento - 2008, a classificação da receita por natureza 
busca a melhor identificação da origem do recurso, segundo seu fato gerador. 
Indique a opção incorreta quanto aos desdobramentos dessa receita. 
 
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a) Sub-rubrica. 
b) Origem e espécie. 
c) Rubrica. 
d) Categoria econômica. 
e) Alínea e subalínea. 
 
Os desdobramentos da classificação da receita por natureza são: 
• 1.º Nível: Categoria Econômica 
• 2.º Nível: Origem 
• 3.º Nível: Espécie 
• 4.º Nível: Rubrica 
• 5.º Nível: Alínea 
• 6.º Nível: Subalínea 
 
Logo, na classificação da receita por natureza não há desdobramento em 
subrubrica.Resposta: Letra A 
 
2. CLASSIFICAÇÃO DA RECEITA POR IDENTIFICADOR DE RESULTADO 
PRIMÁRIO 
A receita é classificada, ainda, como Primária (P) quando seu valor é incluído na 
apuração do Resultado Primário no conceito acima da linha, e Não Primária ou 
Financeira (F) quando não é incluída nesse cálculo. 
As receitas financeiras surgiram com a adoção pelo Brasil da metodologia de 
apuração do resultado primário, oriundo de acordos com o Fundo Monetário 
Internacional - FMI. Desse modo, passou-se a denominar como Receitas 
Financeiras aquelas receitas que não são consideradas na apuração do 
resultado primário, como as derivadas de aplicações no mercado financeiro ou da 
rolagem e emissão de títulos públicos, assim como as provenientes de 
privatizações, entre outras. 
As demais receitas, provenientes dos tributos, contribuições, patrimoniais, 
agropecuárias, industriais e de serviços são classificadas como primárias. 
 
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Critérios “abaixo da linha” e “acima da linha”: a apuração do resultado 
primário pode ocorrer pelos critérios “abaixo da linha” ou “acima da linha”. O 
critério “abaixo da linha” considera a variação do endividamento no período 
considerado. Por exemplo, a variação da dívida em 2009 será o valor apurado 
em 31.12.2009 menos o valor em 31.12.2008. Não permite conhecer os fatores 
que levaram ao resultado. 
Já o critério “acima da linha” ocorre por meio da análise das receitas e 
despesas do setor público. Permite conhecer os fatores que levaram ao 
resultado. 
Em princípio, os dois critérios são equivalentes, e deveriam chegar aos 
mesmos números. Entretanto, podem ocorrer discrepâncias estatísticas em 
decorrência de questões específicas relacionadas à abrangência e/ou período da 
compilação. 
 
3. CLASSIFICAÇÃO DA RECEITA POR GRUPOS 
 
Segundo o MTO, a classificação da receita por grupos procura identificar quais 
são os agentes arrecadadores, fiscalizadores e administradores da receita e 
qual o nível de vinculação das mesmas. No Orçamento da União utilizam-se os 
seguintes grupos: 
 
1 - Receitas Próprias: Classificam-se, nesse grupo, as receitas cuja 
arrecadação tem origem no esforço próprio dos órgãos e demais entidades nas 
atividades de fornecimento de bens ou serviços facultativos e na exploração 
econômica do patrimônio remunerada por preço público ou tarifas, bem como o 
produto da aplicação financeira desses recursos (Portaria SOF nº 10, de 22 de 
agosto de 2002, art. 4º). Geralmente, são receitas que têm como fundamento 
legal os contratos firmados entre as partes, amparados pelo Código Civil e 
legislação correlata. São receitas que não possuem destinação específica, 
sendo vinculadas à unidade orçamentária arrecadadora. Geralmente são 
arrecadadas por meio de Guia de Recolhimento da União - GRU e 
centralizadas numa conta de referência do Tesouro Nacional mantida junto ao 
 
 
 
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Banco do Brasil. O banco tem dois dias para repassar os recursos para a conta 
única do Tesouro. 
2 - Receitas Administradas: São as receitas auferidas pela Secretaria da 
Receita Federal do Brasil, com amparo legal no Código Tributário Nacional e 
leis afins, órgão que detém a competência para fiscalizar e administrar esses 
recursos. São receitas arrecadadas por meio de Documento de Arrecadação 
de Receitas Federais (DARF) ou Guia da Previdência Social (GPS), utilizando- 
se dos bancos arrecadadores credenciados pela Secretaria da Receita Federal 
do Brasil - SRFB. A partir da data em que o contribuinte paga o tributo, ou seja, 
da data de arrecadação (D), o banco tem um dia útil (D+1) para repassar os 
recursos para a conta única do Tesouro (data de recolhimento). 
3 - Receitas de Operações de Crédito: São as receitas provenientes de 
colocação de títulos públicos ou da contratação de empréstimos e 
financiamentos obtidos junto a entidades estatais ou privadas. 
4 - Receitas Vinculadas: São os recursos oriundos de concessões, 
autorizações e permissões para uso de bens da União ou para exercício de 
atividades de competência da União. Fazem parte desse grupo as receitas 
vinculadas por determinação legal, cuja fiscalização, administração e manuseio 
ficam a cargo das entidades com autorização legal para arrecadar. São 
receitas que apresentam destinação previamente estabelecida, em função da 
legislação (vinculadas a uma finalidade específica). 
 
5 - Demais Receitas: Grupo destinado ao atendimento das receitas previstas 
em Lei ou contrato, e que não estão enquadradas em nenhum dos grupos 
anteriores. 
 
Caiu na prova: 
6) (CESPE - Analista Administrativo - ANEEL - 2010) Com relação à 
classificação da receita por fonte de recurso, julgue o item a seguir. 
A classificação da receita por fonte de recursos procura identificar quais são os 
 
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agentes arrecadadores, fiscalizadores e administradores da receita e qual o 
nível de vinculação das mesmas. 
A classificação da receita por grupos procura identificar quais são os agentes 
arrecadadores, fiscalizadores e administradores da receita e qual o nível de 
vinculação das mesmas. 
Veremos na aula sobre Despesa Pública a classificação por fontes, já que é 
considerada tanto uma classificação da receita como da despesa. 
Resposta: Errada 
 
4. OUTRAS CLASSIFICAÇÕES 
 
Segundo a doutrina, a receita pública pode ainda ser classificada nos seguintes 
aspectos: forma de ingresso ou natureza, coercitividade, poder de tributar, 
entidades executoras do orçamento, afetação patrimonial e regularidade: 
 
Forma de ingresso ou natureza: 
• Orçamentárias: são entradas de recursos que o Estado utiliza para 
 financiar seus gastos, transitando pelo Patrimônio do Poder Público. 
 Segundo o art. 57 da Lei 4.320/1964, serão classificadas como receita 
 orçamentária, sob as rubricas próprias, todas as receitas arrecadadas, 
 inclusive as provenientes de operações de crédito, ainda que não 
 previstas no Orçamento. 
Atenção: a receita pública pode ser considerada orçamentária mesmo se não 
estiver incluída na lei orçamentária anual. São chamadas também de 
ingressos orçamentários. 
 
• Extraorçamentárias: tais receitas não integram o orçamento público e 
 constituem passivos exigíveis do ente, de tal forma que o seu 
 pagamento não está sujeito à autorização legislativa. Isso ocorre porque 
 possuem caráter temporário, não se incorporando ao patrimônio público. 
 São chamadas de ingressos extraorçamentários. São exemplos de 
 
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receitas extraorçamentárias: depósito em caução, antecipação de 
receitas orçamentárias - ARO, cancelamento de restos a pagar, 
emissão de moeda e outras entradas compensatórias no ativo e passivo 
financeiros. 
 
Atenção: as operações de crédito são receitas orçamentárias e as operações de 
crédito por antecipação de receita são receitas extraorçamentárias. 
Vários autores utilizam o termo “natureza” nessa classificação. Atente para não 
confundir com a classificação por natureza da receita.Entendo que o termo 
“forma de ingresso” é o mais apropriado neste caso. 
 
Coercitividade: 
• Originárias: denominadas também de receitas de Economia Privada ou 
 de Direito Privado, correspondem àquelas que provêm do próprio 
 patrimônio do Estado. São resultantes da venda de produtos ou serviços 
 colocados à disposição dos usuários ou da cessão remunerada de bens 
 e valores. 
• Derivadas: denominadas também de receitas de Economia Pública ou 
 de Direito Público, correspondem àquelas obtidas pelo Estado mediante 
 sua autoridade coercitiva. No nosso ordenamento jurídico se 
 caracterizam pela exigência do Estado para que o particular entregue de 
 forma compulsória uma determinada quantia na forma de tributos ou de 
 multas. 
Poder de tributar: classifica as receitas de acordo com o poder de tributar que 
compete a cada ente da federação, considerando e distribuindo as receitas 
obtidas como pertencentes aos respectivos entes, quais sejam: Governo 
Federal, Estadual, do Distrito Federal e Municipal. 
 
Entidades executoras do orçamento: 
• Receita Orçamentária Pública: aquela executada por entidades 
 públicas. 
 
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• Receita Orçamentária Privada: aquela executada por entidades 
 privadas e que consta na previsão orçamentária aprovada por ato de 
 conselho superior ou outros procedimentos internos para sua 
 consecução. 
 
Afetação patrimonial: 
• Efetivas: contribuem para o aumento do patrimônio líquido, sem 
 correspondência no passivo. São efetivas todas as receitas correntes, 
 com exceção do recebimento de dívida ativa, que representa fato 
 permutativo e, assim, é não efetiva. 
• Não efetivas ou por mutação patrimonial: nada acrescentam ao 
 patrimônio público, pois se referem às entradas ou alterações 
 compensatórias nos elementos que o compõem. São não efetivas 
 todas as receitas de capital, com exceção do recebimento de 
 transferências de capital, que causa acréscimo patrimonial e, assim, é 
 efetiva. 
 
Regularidade: 
• Ordinárias: compostas por ingressos permanentes e estáveis, com 
 arrecadação regular em cada exercício financeiro. Assim, são perenes e 
 possuem característica de continuidade, como a maioria dos tributos: IR, 
 ICMS, IPVA, IPTU, etc. 
• Extraordinárias: não integram sempre o orçamento. São ingressos de 
 caráter não continuado, eventual, inconstante, imprevisível, como as 
 provenientes de guerras, doações, indenizações em favor do Estado, 
 etc. 
 
Caiu na prova: 
7) (ESAF - Analista de Planejamento e Orçamento - MPOG - 2010) Assinale a 
opção que indica uma afirmação verdadeira a respeito da conceituação e 
classificação da receita orçamentária. 
 
 
 
 
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a) As receitas orçamentárias são ingressos de recursos que transitam pelo 
patrimônio do poder público, podendo ser classificadas como efetivas e não- 
efetivas. 
b) As receitas orçamentárias decorrem de recursos transferidos pela sociedade 
ao Estado e são classificadas como permanentes e temporárias. 
c) Todos os ingressos de recursos, financeiros e não-financeiros, são 
classificados como receita orçamentária, porque transitam pelo patrimônio 
público. 
d) As receitas orçamentárias restringem-se aos ingressos que não geram 
contrapartida no passivo do ente público. 
e) Recursos financeiros de qualquer origem são registrados como receitas 
orçamentárias para que possam ser utilizados pelos entes públicos. 
a) Correta. As receitas orçamentárias são entradas de recursos que o Estado 
utiliza para financiar seus gastos, transitando pelo Patrimônio do Poder Público. 
Segundo o art. 57 da Lei 4.320/1964, serão classificadas como receita 
orçamentária, sob as rubricas próprias, todas as receitas arrecadadas, inclusive as 
provenientes de operações de crédito, ainda que não previstas no 
Orçamento. Quanto à afetação patrimonial, podem ser, efetivas e 
nãoefetivas (ou por mutação patrimonial). 
b) Errada. Quanto à regularidade, as receita podem ser ordinárias e 
extraordinárias. 
c) Errada. Temos as receitas extraorçamentárias que não integram o 
orçamento público e constituem passivos exigíveis do ente, de tal forma que o 
seu pagamento não está sujeito à autorização legislativa. Isso ocorre porque 
possuem caráter temporário, não se incorporando ao patrimônio público. 
d) Errada. O que caracteriza a receita orçamentária é o fato de serem entradas 
de recursos que o Estado utiliza para financiar seus gastos, transitando pelo 
Patrimônio do Poder Público. Há situações em que são gerados passivos, 
por exemplo, quando é realizada uma operação de crédito, a qual é 
acompanhada de um passivo decorrente da obrigação de pagamento futuro. 
e) Errada. Os recursos financeiros também podem ser extraorçamentários. 
Resposta: Letra A 
 
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5. DÍVIDA ATIVA 
Neste tópico selecionei os principais pontos do tema abordados no Manual de 
Contabilidade Aplicada ao Setor Público. São várias páginas no Manual, mas a 
maior parte se refere aos lançamentos contábeis. Logo, serão abordadas as 
partes relacionadas à AFO e que foram ou podem ser cobradas nas provas de 
nossa matéria. 
O crédito da dívida ativa é cobrado por meio da emissão da certidão da dívida 
ativa da Fazenda Pública da União inscrita na forma da lei, valendo como título 
de execução, o que lhe garante liquidez. São os créditos da Fazenda Pública 
de natureza tributária (proveniente da obrigação legal relativa a tributos e 
respectivos adicionais, atualizações monetárias, encargos e multas tributárias) 
ou não tributária (demais créditos da fazenda pública) exigíveis em virtude do 
transcurso do prazo para pagamento. As receitas decorrentes de dívida ativa 
tributária ou não tributária devem ser classificadas como “outras receitas 
correntes”. 
 
A Dívida Ativa é uma espécie de crédito público, cuja matéria é definida desde 
a Lei 4.320/1964, sendo sua gestão econômica, orçamentária e financeira 
resultante de uma conjugação de critérios estabelecidos em diversos outros 
textos legais. 
O conjunto de procedimentos de registro e acompanhamento dos créditos da 
dívida ativa buscou, a partir da tradição patrimonialista, tratar contabilmente os 
créditos desde a efetivação até o momento da inscrição propriamente dita em 
Dívida Ativa, atribuindo ao órgão ou unidade do Ente Público responsável pelo 
crédito a iniciativa dos lançamentos contábeis. O envio dos valores para o 
órgão ou unidade competente para inscrição é tratado como uma transferência 
de gestão de créditos, ainda no âmbito de um mesmo Ente Federativo. 
A Dívida Ativa abrange os créditos a favor da Fazenda Pública, cuja certeza e 
liquidez foram apuradas, por não terem sido efetivamente recebidos nas datas 
aprazadas. É, portanto, uma fonte potencial de fluxos de caixa, com impacto 
 
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positivo pela recuperação de valores, espelhando créditos a receber, sendo 
contabilmente alocada no Ativo. 
Não se confunde com a Dívida Pública (Passiva),que representa as 
obrigações do Ente Público para com terceiros, e que é contabilmente 
registrada no Passivo. 
Atenção: a Dívida Ativa não se confunde com a Dívida Pública, que representa as 
obrigações do Ente Público para com terceiros. A Dívida Ativa abrange os 
créditos a favor da Fazenda Pública, cuja certeza e liquidez foram apuradas, 
por não terem sido efetivamente recebidos nas datas aprazadas. 
A inscrição em Dívida Ativa é ato jurídico que visa legitimar a origem do crédito 
em favor da Fazenda Pública, revestindo o procedimento dos necessários 
requisitos jurídicos para as ações de cobrança. 
No âmbito federal, os créditos inscritos em Dívida Ativa compõem o Cadastro 
de Dívida Ativa da União. A competência para a gestão administrativa e judicial 
da Dívida Ativa da União é da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional - 
PGFN. As autarquias e fundações públicas federais devem manter cadastro e 
controle próprio dos créditos inerentes às suas atividades. A competência para 
a apuração de certeza e liquidez, inscrição em Dívida Ativa e gestão 
administrativa e judicial desses créditos é da Procuradoria-Geral Federal - 
PGF. 
 
Assim, como regra geral, as competências são distribuídas do seguinte modo: 
• Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional - PGFN: é responsável pela 
 apuração da liquidez e certeza dos créditos da União, tributários ou não, 
 a serem inscritos em Dívida Ativa, e pela representação legal da União. 
• Procuradoria-Geral Federal - PGF: é competente para apurar a 
certeza e liquidez dos créditos das autarquias e fundações públicas 
federais, inscrevê-los em dívida ativa e proceder à cobrança amigável e 
judicial, bem como pela representação judicial e extrajudicial dessas 
entidades. Excetuam-se a essa regra as contribuições sociais 
previdenciárias e a representação do Banco Central do Brasil. 
 
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As demais esferas governamentais, Estados, Distrito Federal e Municípios, 
disporão sobre competências de órgãos e entidades para gestão administrativa e 
judicial da Dívida Ativa pertinente. 
A Lei 6.830, de 22 de setembro de 1980, conhecida como Lei de Execuções 
Fiscais - LEF, determina em seu art. 2.° que cabe a o órgão competente apurar 
a liquidez e certeza dos créditos, qualificando a inscrição como ato de controle 
administrativo da legalidade. Depreende-se, portanto, que os Entes Públicos 
deverão outorgar a um órgão a competência para este procedimento, 
dissociando, obrigatoriamente, a inscrição do crédito em Dívida Ativa e a 
origem desse crédito. 
A Dívida Ativa inscrita goza da presunção de certeza e liquidez, e tem 
equivalência de prova pré-constituída contra o devedor. O ato da inscrição 
confere legalidade ao crédito como dívida passível de cobrança, facultando ao 
Ente Público, representado pelos respectivos órgãos competentes, a iniciativa do 
processo judicial de execução. 
A presunção de certeza e liquidez, no entanto, é relativa, pois pode ser 
derrogada por prova inequívoca, cuja apresentação cabe ao sujeito passivo. 
A Dívida Ativa compreende, além do valor principal, atualização monetária, 
juros, multa e demais encargos previstos. Portanto, a incidência desses 
acréscimos, previstos desde a Lei 4.320/1964, é legal e de ocorrência natural, 
cabendo o registro contábil oportuno. Já o pagamento de custas e 
emolumentos foi dispensado para os atos judiciais da Fazenda Pública, de 
acordo com o art. 39 da LEF. 
Os créditos de natureza tributária, regularmente inscritos em Dívida Ativa, não 
estão submetidos a sigilo fiscal. Segundo o § 3o do art. 198 do CTN, não é 
vedada a divulgação de informações relativas a: 
I - representações fiscais para fins penais; 
II - inscrições na Dívida Ativa da Fazenda Pública; III 
- parcelamento ou moratória. 
 
 
 
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As baixas da Dívida Ativa podem ocorrer pelo recebimento; pelos abatimentos ou 
anistias previstos legalmente; e pelo cancelamento administrativo ou judicial da 
inscrição. 
As formas de recebimento da Dívida Ativa são definidas em lei, destacando-se 
duas: em espécie ou na forma de bens, tanto pela adjudicação quanto pela 
dação em pagamento. A receita relativa à Dívida Ativa tem caráter 
orçamentário, e pertence ao exercício em que for realizada (arrecadada). No 
caso de recebimento de dívida ativa na forma de bens, caso haja previsão de 
receita orçamentária específica para esta transação, haverá registro de receita 
orçamentária mesmo que não tenha havido o ingresso de recursos financeiros. 
Alternativamente ao recebimento, existe ainda a possibilidade de compensação 
de créditos inscritos em Dívida Ativa com créditos contra a Fazenda Pública. A 
compensação de créditos inscritos em Dívida Ativa com créditos contra a 
Fazenda Pública também é orientada na forma da lei específica, porém não 
resulta em ingresso de valores ou bens, configurando fato permutativo dentro 
do Patrimônio do Ente Público. 
O abatimento ou anistia de quaisquer créditos a favor do Erário depende de 
autorização por intermédio de lei, servindo como instrumento de incentivo em 
programas de recuperação de créditos, observando o art. 14 da LRF, que trata da 
renúncia de receitas. 
O eventual cancelamento, por qualquer motivo, do crédito inscrito em Dívida 
Ativa representa a sua extinção e provoca diminuição na situação líquida 
patrimonial, relativamente à baixa do direito que é classificado como variação 
patrimonial diminutiva independente da execução orçamentária ou 
simplesmente variação passiva extraorçamentária. Da mesma forma são 
classificados os registros de abatimentos, anistia ou quaisquer outros valores 
que representem diminuição dos valores originalmente inscritos em Dívida 
Ativa, mas não decorram do efetivo recebimento. 
Na ótica contábil, todos os valores inscritos em Dívida Ativa são créditos 
vencidos a favor da Fazenda Pública. Nessa condição, a Dívida Ativa encontra 
abrigo nas Normas Internacionais de Contabilidade e nos Princípios 
Fundamentais de Contabilidade como integrante do Ativo do Ente Público. 
 
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No Brasil, por força do texto legal, ainda atende a requisitos jurídicos de 
legalidade e transparência. 
 
Decisão importante do TCU: o Plenário do TCU manifestou-se que: “na 
verdade, os débitos e multas impostas pelo Tribunal não necessitam 
inscrição prévia na Dívida Ativa para serem executados como salientado 
pelo Procurador-Geral em razão de dispositivo constitucional e legal. Por outro 
lado, tendo-se em vista as outras finalidades da inscrição dos diversos débitos 
para com a Fazenda Nacional, conforme apontado pelo Secretário da ADCON, 
há que se proceder à inscrição de todo e qualquer débito de natureza, tributário 
ou não. Nesse sentido, correto o entendimento do titular da referida unidade no 
sentido de que as multas e débitos imputados por esta Corte de Contas 
também devem ser objeto de inscrição na Dívida Ativa, procedimento 
regular em atenção do disposto no §1º do art. 39 da Lei nº 4.320/64. (Decisão 
472/2002 - Plenário - DC-0472-14/02-P)”. (grifos nossos). 
Vou explicar esse julgado. O art. 71 da CF/88 garante aos acórdãos da corte de 
contas a natureza de título executivo (§3º - As decisões do Tribunal de que 
resulte imputação de débito ou multa terão eficácia de título 
executivo). Assim, os créditos oriundos do TCU podem ser imediatamente 
cobrados, sendo desnecessária a inscrição em dívida ativa e a abertura de 
novo processo administrativo. 
No entanto, nos casos em que a Administração Pública já possui um título 
executivo devidamente constituído, ela pode optar, de acordo com a situação 
concreta, pela inscrição do crédito em dívida ativa ou pelo ajuizamento de ação 
de cobrança. 
Assim, no caso dos acórdãos do TCU, a inscrição em dívida ativa não se dá 
com o objetivo de criação de um título executivo, mas sim para a utilização de um 
rito de execução privilegiado, bem como um acompanhamento mais 
apurado acerca dos créditos da Fazenda Pública. 
 
Julgado importante do STJ: segundo o STJ, o INSS tem, sem sombra de 
dúvidas, o direito de ser ressarcido por danos materiais sofridos em razão de 
 
 
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concessão de aposentadoria fraudulenta, devendo o beneficiário responder, 
solidariamente, pela reparação dos referidos danos. No entanto, o conceito de 
dívida ativa não tributária, embora amplo, não autoriza a Fazenda Pública a 
tornar-se credora de todo e qualquer débito. A dívida cobrada há de ter 
relação com a atividade própria da pessoa jurídica de direito público. In casu, 
pretende o INSS cobrar, por meio de execução fiscal, prejuízo causado ao seu 
patrimônio, apurados em "tomada de contas especial". A apuração de tais 
fatos devem ser devidamente apurados em processo judicial próprio, 
assegurado o contraditório e a ampla defesa. Inexistência de discussão se a 
Lei nº 4.320/64 excetua ou inclui como dívida ativa não tributária os valores 
decorrentes de indenizações e restituições. 
 
Caiu na prova: 
8) (CESGRANRIO - Analista - Banco Central do Brasil - 2010) O ingresso de 
créditos da Fazenda Pública, inscritos em dívida ativa, decorrentes da receita 
tributária não arrecadada no exercício do lançamento, é classificado como: 
(A) inversão financeira. 
(B) insubsistência ativa. 
(C) despesa corrente. 
(D) receita corrente. 
(E) receita extraorçamentária. 
 
A dívida ativa será orçamentária quando ocorrer o recebimento de créditos, 
independente de estar prevista especificamente ou não no orçamento do 
exercício de recebimento. 
As receitas decorrentes de dívida ativa tributária ou não tributária devem ser 
classificadas como “outras receitas correntes”. 
Resposta: Letra D 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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6. DISTINÇÃO ENTRE TAXA E PREÇO PÚBLICO (OU TARIFA) 
 
 
Vamos a uma distinção muito cobrada em prova entre Taxa e Preço Público: 
Súmula 545 do Supremo Tribunal Federal: Preços de serviços públicos e 
taxas não se confundem, porque estas, diferentemente daqueles, são 
compulsórias e têm sua cobrança condicionada à prévia autorização 
orçamentária, em relação à lei que a instituiu. 
 
O preço público ou tarifa é uma receita originária empresarial, pois é 
proveniente da intervenção do Estado na atividade econômica. Por meio de 
empresas associadas concessionárias ou permissionárias de serviços públicos 
federais, estaduais e municipais, são cobradas para permitir o melhoramento e 
a expansão dos serviços, a justa remuneração do capital e assegurar o 
equilíbrio econômico e financeiro do contrato. É uma contraprestação de 
serviços de natureza comercial ou industrial, cujo pagamento deve ocorrer 
somente se existir a utilização do serviço. Por essa ótica o pagamento é 
considerado voluntário e facultativo. O preço público geralmente visa ao lucro. 
São competências do Poder Executivo a fixação e a alteração de tarifas, as 
quais podem ser efetivadas a qualquer data com cobrança no mesmo exercício 
financeiro. No entanto, tal ato está vinculado às leis e regulamentos que 
disciplinam o serviço. Ainda, a isenção de tarifa só pode ser estabelecida em lei 
da entidade estatal que realiza ou delega o serviço. 
De acordo com o art. 77 do CTN, “as taxas cobradas pela União, pelos 
Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas 
respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício regular do poder de 
polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e 
divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição”. A taxa é uma 
receita pública derivada, pois se integra em definitivo ao patrimônio do Estado 
após ser retirada de forma coercitiva do patrimônio dos particulares. A taxa visa 
ao ressarcimento. 
 
 
 
 
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O MTO faz muito bem essa distinção: 
Assim, conforme afirmado anteriormente, o preço público decorre da utilização 
de serviços públicos facultativos (portanto, não compulsórios) que a 
Administração Pública diretamente ou por meio de delegação a concessionário ou 
permissionário colocam à disposição da população que poderá contratá-los ou 
não (Ex.: telefone, luz, água, gás encanado). São serviços prestados em 
decorrência de uma relação contratual, regida pelo direito privado. 
A taxa decorre de estipulação legal e serve para custear, naquilo que não 
forem cobertos pelos impostos, os serviços públicos essenciais à soberania do 
Estado (a lei não autoriza que outros prestem alternativamente esses serviços) e 
divisíveis prestados ou colocados à disposição diretamente pelo Estado. O 
tema é regido pelas normas de direito público. 
Há casos em que não é simples estabelecer se um serviço é remunerado por 
taxa ou por preço público. Como exemplo, podemos citar o caso do 
fornecimento de energia elétrica. Em localidades onde estes serviços forem 
colocados à disposição do usuário, pelo Estado, mas cuja utilização seja de 
uso obrigatório, compulsório (por exemplo, a lei não permite que se coloque um 
gerador de energia elétrica) a remuneração destes serviços é feita mediante 
taxa e sofrerá as limitações impostas pelos princípios gerais de tributação 
(legalidade, anterioridade,...). Por outro lado, se a lei permite o uso de gerador 
próprio para obtenção de energia elétrica, o serviço estatal oferecido pelo ente 
público, ou por seus delegados, não teria natureza obrigatória, seria facultativo 
e, portanto, seria remunerado mediante preço público. 
 
Caiu na prova: 
9) (CESPE - Procurador Federal - AGU - 2010) A cobrança de tarifas ou 
preço público corresponde a uma receita originária. 
 
O preço público ou tarifa é uma receita originária empresarial, pois é 
proveniente da intervenção do Estado na atividade econômica. 
Resposta: Certa 
 
Veja um tipo de questão que pode aparecer no concurso. Caiu na prova: 
 
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10) (FCC - APOFP - SEFAZ/SP - 2010) Considere os dados relativos às 
receitas arrecadadas pela prefeitura do município XZR no exercício de X1: 
R$ (mil) 
Alienação de Títulos Mobiliários... .................................................................... ...60 
Amortização de Financiamentos ... ..................................................................... . 20 
Impostos... .......................................................................................................6.000 
Indenizações e Restituições... ....................................................................... ... 100 
Operações de Crédito Internas... .................................................................... .. 500 
Receita da Dívida Ativa não Tributária ... ......................................................... . 300 
Receita de Contrato de Permissão de Uso... ................................................... .. 700 
Receita de Serviços de Comunicação ... ........................................................ .. 300 
Receita de Valores Mobiliários ... ..................................................................... . 150 
Receitas Imobiliárias ... ................................................................................... .. 400 
Taxas... ........................................................................................................ ...1.000 
Transferências da União para cobrir despesas correntes... .......................... .6.000 
Transferências de Instituições Privadas para cobrir despesas de capital....1.000 
Transferências do Estado para cobrir despesas correntes... ........................ ..5.000 
A receita de capital foi, em milhares de reais, 
(A) 3.330 
(B) 2.280 
(C) 1.880 
(D) 1.580 
(E) 1.520 
 
Para resolver esta questão, devemos saber que as origens das receitas de 
capital citadas são as seguintes: 
• Alienação de Títulos Mobiliários: pertence à origem Alienação de Bens. 
• Amortização de Financiamentos: pertence à origem Amortização de 
 empréstimos. 
• Operações de Crédito Internas: pertencem à origem Operações de 
 crédito. 
• Transferências de Instituições Privadas para cobrir despesas de capital: 
 pertence à origem Transferência de Capital. 
 
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Assim, podemos dividir as receitas entre as categorias econômicas: 
 
CATEGORIAS DAS RECEITAS ARRECADADAS PELO MUNICÍPIO XZR 
 
RECEITAS CORRENTES RECEITAS DE CAPITAL 
Impostos 
Indenizações e Restituições 
Receita da Dívida Ativa não Tributária Alienação de Títulos Mobiliários 
Receita de Contrato de Permissão de Uso Amortização de Financiamentos 
Receita de Serviços de Comunicação Operações de Crédito Internas 
Receita de Valores Mobiliários Transferências de Instituições Privadas para 
Receitas Imobiliárias cobrir despesas de capital 
Taxas 
Transferências da União para cobrir despesas correntes 
Transferências do Estado para cobrir despesas correntes 
 
Logo, as receitas de capital são iguais à soma de 60+20+500+1000. 
Receitas de Capital = 1580 
Resposta: Letra D 
 
MAIS QUESTÕES DE CONCURSOS ANTERIORES 
 
11) (FCC - Técnico de Controle Externo - TCM/PA - 2010) Em relação aos 
preços públicos, é correto que a: 
(A) tarifa presta-se a remunerar o custeio dos serviços que se destinam a 
atender a exigências específicas da coletividade em caráter compulsório, 
independentemente de solicitação dos usuários. 
(B) taxa é o preço público que a administração fixa, prévia e unilateralmente, 
por ato do Executivo, podendo ser estabelecida ou alterada por decreto. 
(C) isenção de tarifa só pode ser estabelecida em lei da entidade estatal que 
realiza ou delega o serviço. 
(D) taxa pode ser instituída ou aumentada a qualquer época do ano, em meio do 
exercício financeiro. 
 
 
 
 
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(E) taxa é adequada a remunerar os serviços que visam dar comodidade aos 
usuários ou a satisfazê-los em suas necessidades pessoais, facultativamente 
onerando aqueles que efetivamente os utilizem. 
a) Errada. A taxa se presta a remunerar o custeio dos serviços que se 
destinam a atender a exigências específicas da coletividade em caráter 
compulsório, independentemente de solicitação dos usuários. 
b) Errada. Taxa e preço público não se confundem. 
c) Correta. Somente em lei da entidade estatal que realiza ou delega o serviço é 
que pode ser estabelecida a isenção de tarifa. 
d) Errada. São competências do Poder Executivo a fixação e a alteração de 
tarifas, as quais podem ser efetivadas a qualquer data com cobrança no 
mesmo exercício financeiro 
e) Errada. A tarifa é adequada a remunerar os serviços que visam dar 
comodidade aos usuários ou a satisfazê-los em suas necessidades pessoais, 
facultativamente onerando aqueles que efetivamente os utilizem. 
Resposta: Letra C 
 
12) (CESGRANRIO - Contador - INEA - 2008) Dentre as receitas listadas 
abaixo, a única receita orçamentária é: 
a) Depósito de terceiros. 
b) Consignações. 
c) Operações de crédito por antecipação de receita. 
d) Receita patrimonial. 
e) Salários não reclamados. 
 
As receitas orçamentárias são entradas de recursos que o Estado utiliza para 
financiar seus gastos, transitando pelo Patrimônio do Poder Público, como 
ocorre com as receitas patrimoniais. Já depósito de terceiros, consignações, 
operações de crédito por antecipação de receita e salários não reclamados são 
receitas extraorçamentárias, pois possuem caráter temporário, não se 
incorporando ao patrimônio público. 
Resposta: Letra D 
 
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13) (FCC - APOFP - SEFAZ/SP - 2010) Um tributo que remunera o exercício 
regular do poder de polícia consistente na concessão de alvará de construção é 
da espécie: 
(A) contribuição de segurança pública. 
(B) imposto. 
(C) contribuição de interesse de categoria econômica. 
(D) taxa. 
(E) tarifa. 
 
De acordo com o art. 77 do CTN, as taxas cobradas pela União, pelos Estados, 
pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas 
atribuições, têm como fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou 
a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, 
prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição. 
Resposta: Letra D 
 
14) (CESPE - Consultor do Executivo - SEFAZ/ES - 2010) Os créditos do 
estado do Espírito Santo, relativos ao ICMS, antes de serem encaminhados à 
cobrança executiva, devem ser inscritos em dívida ativa, e sua cobrança é 
efetuada pela Procuradoria Geral do Estado. A dívida regularmente inscrita 
goza da presunção de certeza e de liquidez e tem o efeito de prova pré- 
constituída. 
O crédito da dívida ativa é cobrado por meio da emissão da certidão da dívida 
ativa da Fazenda Pública do ente inscrita na forma da lei, valendo como título de 
execução, o que lhe garante liquidez. 
Na União, a competência para a apuração de certeza e liquidez, inscrição em 
Dívida Ativa e gestão administrativa e judicial desses créditos é da 
Procuradoria-Geral Federal - PGF. No caso de um estado como o Espírito 
Santo, é da Procuradoria Geral do Estado. 
A Dívida Ativa inscrita goza da presunção de certeza e liquidez, e tem 
equivalência de prova pré-constituída contra o devedor. A presunção de 
certeza e liquidez, no entanto, é relativa, pois pode ser derrogada por prova 
 
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inequívoca, cuja apresentação cabe ao sujeito passivo. 
Resposta: Certa 
15) (ESAF - Analista de Planejamento e Orçamento - MPOG - 2008) A Receita da 
Administração Pública pode ser classificada nos seguintes aspectos: quanto à 
natureza, quanto ao poder de tributar,quanto à coercitividade, quanto à 
afetação patrimonial e quanto à regularidade. Quanto à sua regularidade, as 
receitas são desdobradas em: 
a) receitas efetivas e receitas por mutação patrimonial. 
b) receitas orçamentárias e receitas extraorçamentárias. 
c) receitas ordinárias e receitas extraordinárias. 
d) receitas originárias e receitas derivadas. 
e) receitas de competência Federal, Estadual ou Municipal. 
 
a) Errada. Quanto à afetação patrimonial, as receitas podem ser efetivas ou 
por mutação patrimonial. 
b) Errada. Quanto à forma de ingresso, as receitas podem ser orçamentárias ou 
extraorçamentárias. 
c) Correta. Quanto à regularidade, as receitas podem ser ordinárias ou 
extraordinárias. 
d) Errada. Quanto à coercitividade, as receitas podem ser originárias ou 
derivadas. 
e) Errada. Quanto ao poder de tributar, podem ser classificadas em 
competência Federal, Estadual ou Municipal. 
Resposta: Letra C 
 
16) (FCC - Técnico de Controle Externo - TCM/PA - 2010) Em um governo 
municipal, um exemplo de receita de capital é aquela oriunda: 
(A) de multas e juros de mora sobre tributos em atraso. 
(B) de transferências do Fundo de Participação dos Municípios. 
(C) do recebimento de tributos inscritos em dívida ativa. 
(D) da arrecadação de Impostos sobre Serviços de Qualquer Natureza. 
(E) de transferências para a aquisição de equipamentos hospitalares. 
 
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As transferências de capital, que integram as receitas de capital, correspondem 
ao ingresso proveniente de outros entes ou entidades, referente a recursos 
pertencentes ao ente ou entidade recebedora ou ao ente ou entidade 
transferidora, efetivado mediante condições preestabelecidas ou mesmo sem 
qualquer exigência, desde que o objetivo seja a aplicação em despesas de 
capital, como ocorre na transferência para a aquisição de equipamentos 
hospitalares. 
Multas e juros, transferências para o FPM, recebimento de dívida ativa e 
arrecadação de impostos são receitas correntes. 
Resposta: Letra E 
 
 
17) (CESPE - Analista Técnico Administrativo - DPU - 2010) Aluguéis, 
arrendamentos, foros e laudêmios, taxas de ocupação de imóveis, juros de 
títulos de renda, dividendos, participações, remuneração de depósitos 
bancários, remuneração de depósitos especiais e remuneração de saldos de 
recursos não desembolsados são classificados como receita patrimonial, pois 
resultam da fruição de elementos patrimoniais. 
 
São exemplos de receitas patrimoniais: aluguéis, arrendamentos, foros e 
laudêmios, taxas de ocupação de imóveis, juros de títulos de renda, 
dividendos, participações, remuneração de depósitos bancários, remuneração 
de depósitos especiais e remuneração de saldos de recursos não 
desembolsados. 
Resposta: Certa 
 
18) (FCC - APOFP - SEFAZ/SP - 2010) Classificam-se como receita originária e 
derivada, respectivamente: 
(A) tarifa e taxa. 
(B) multa e imposto. 
(C) taxa e contribuição social. 
(D) contribuição de melhoria e multa. 
(E) imposto e tarifa. 
 
 
 
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O preço público ou tarifa é uma receita originária empresarial, pois é 
proveniente da intervenção do Estado na atividade econômica. Já a taxa é uma 
receita pública derivada, pois se integra em definitivo ao patrimônio do Estado 
após ser retirada de forma coercitiva do patrimônio dos particulares. 
Resposta: Letra A 
(CESPE - Analista Administrativo - ANEEL - 2010) No governo federal, dívida 
ativa são créditos da fazenda pública de natureza tributária ou não tributária, 
exigíveis em virtude do transcurso do prazo para pagamento. Acerca da 
cobrança e classificação da dívida ativa, julgue os seguintes itens. 
19) A dívida ativa é cobrada por meio da emissão da certidão da dívida ativa da 
fazenda pública da União inscrita na forma da lei, valendo como título de 
execução. 
O crédito da dívida ativa é cobrado por meio da emissão da certidão da dívida 
ativa da Fazenda Pública da União inscrita na forma da lei, valendo como título 
de execução, o que lhe garante liquidez. São os créditos da Fazenda Pública 
de natureza tributária (proveniente da obrigação legal relativa a tributos e 
respectivos adicionais, atualizações monetárias, encargos e multas tributárias) 
ou não tributária (demais créditos da fazenda pública) exigíveis em virtude do 
transcurso do prazo para pagamento. 
Resposta: Certa 
 
20) As receitas decorrentes de dívida ativa tributária ou não tributária devem 
ser classificadas como outras receitas de capital. 
As receitas decorrentes de dívida ativa tributária ou não tributária devem ser 
classificadas como “outras receitas correntes”. 
Resposta: Errada 
 
 
 
 
 
 
 
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E assim terminamos a aula 4. 
 
 
Na próxima aula trataremos da Despesa Pública. 
 
Forte abraço! 
 
Sérgio Mendes 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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MEMENTO IV 
 
CLASSIFICAÇÕES DA RECEITA 
 
CLASSIFICAÇÃO DA RECEITA POR NATUREZA 
 
1.º nível: Categoria Econômica da Receita 
 
1. Receitas Correntes; 
2. Receitas de Capital; 
7. Receitas Correntes Intraorçamentárias; 
8. Receitas de Capital Intraorçamentárias. 
 
2.º nível: Origens 
 
Receitas Correntes Receitas de Capital 
 
1. Receita Tributária 
2. Receita de Contribuições 
3. Receita Patrimonial 
4. Receita Agropecuária 
5. Receita Industrial 
6. Receita de Serviços 
7. Transferências Correntes 
9. Outras Receitas Correntes 
1. Operações de Crédito 
2. Alienação de Bens 
3. Amortização de Empréstimos 
 4. Transferências de Capital 
 5. Outras Receitas de Capital 
 
Origens das Receitas Correntes: 
 
• Tributária: receita proveniente de impostos, taxas e contribuições de melhoria; 
• Contribuições: receita proveniente de contribuições sociais e econômicas; 
• Patrimonial: receita imobiliária, de valores imobiliários, concessões/permissões e outras; 
• Agropecuária: receita proveniente de produção vegetal, produção animal e derivados e outras; 
• Industrial: receita proveniente da indústria extrativa mineral, de transformação e de construção; 
• Serviços: transporte, comunicação, armazenagem e outros; 
• Transferências Correntes: receita proveniente de transferências intergovernamentais, de instituições 
privadas, do exterior, de pessoas, de convênios e para o combate à fome; 
• Outras Receitas Correntes: receitas provenientes de multas e juros de mora, indenizações e 
restituições, dívida ativa, entre outras. 
 
Origens das Receitas de Capital: 
 
 
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• Operações de Crédito: receita proveniente de operações de crédito internas e externas; 
• Alienação de Bens: receita proveniente da alienação de bens móveis e imóveis;

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