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O USO DA TÉCNICA DE DRY NEEDLING NO TRATAMENTO DA SÍNDROME DOLOROSA MIOFASCIAL REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

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INSTITUTO DE ENSINO SUPERIOR BLAURO CARDOSO DE MATTOS – 
FASERRA 
PÓS-GRADUAÇÃO EM ORTOPEDIA E TRAUMATOLOGIA COM ÊNFASE EM 
TERAPIAS MANUAIS 
 
 
ALESSANDRA MENEZES ANDRADE PESSÔA 
 
 
 
 
O USO DA TÉCNICA DE DRY NEEDLING NO TRATAMENTO DA SÍNDROME 
DOLOROSA MIOFASCIAL – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MANAUS 
2019 
	
	 	 	 1	
 ALESSANDRA MENEZES ANDRADE PESSÔA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O USO DA TÉCNICA DE DRY NEEDLING NO TRATAMENTO DA SÍNDROME 
DOLOROSA MIOFASCIAL – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MANAUS 
2019 
Trabalho de Conclusão de Curso 
apresentado à Pós-graduação em 
Ortopedia e Traumatologia com Ênfase 
em Terapias Manuais, FASERRA, como 
pré-requisito para obtenção do título de 
Especialista, sob a Orientação da 
Professora: Andréa Cristiane Fischborn. 
 
	
	 	 	 2	
O Uso da Técnica de Dry Needling no Tratamento da Síndrome 
Dolorosa Miofascial – Revisão Bibliográfica 
ALESSANDRA MENEZES ANDRADE PESSÔA 1 
fisioalessandra@outlook.com 
ANDRÉA CRISTIANE FISCHBORN 2 
Pós-graduação em Ortopedia e Traumatologia com Ênfase em Terapias Manuais – 
 Faculdade Faserra 
Resumo 
Sendo uma das condições que afetam os músculos e que possuem um alto grau de incidência, 
a síndrome dolorosa Miofascial (SDM) pode ser incapacitante e desafiadora 
terapeuticamente devido a ineficácia dos tratamentos convencionais para dor. É uma das 
constantes causas de algias musculoesquelética acometendo fáscias, músculos e tecidos 
conjuntivos, sobretudo as regiões da lombar, cintura escapular e cervical. O seu diagnóstico 
é realizado através da história do paciente e exame físico. O não reconhecimento desta 
síndrome é causador de inúmeros diagnósticos equivocados e fracassos terapêuticos. 
A técnica de Dry Needling consiste em inserir agulhas estéreis de mono filamento fino em 
locais específicos, atuando em ponto local, agindo de forma anti-inflamatória e a nível 
sistêmico, causando a liberação de endorfinas e outras substâncias que amenizam a dor e 
possibilitam o bem estar do paciente. 
Após a aplicação verifica-se uma diminuição do quadro álgico e a recuperação do local do 
ponto acometido, onde ocorre a dispersão de produtos químicos, o aumento da circulação 
local e melhora na contratura do músculo afetado. 
Palavras-chave: Dor miofascial; Agulhamento à Seco; Pontos de gatilho. 
 
1. Introdução 
As síndromes musculoesqueléticas específicas foram descritas em 1592, quando o termo 
reumatismo foi utilizado pelo Guillaume De Baillou. 1 
A síndrome dolorosa miofascial (SDM) é responsável por uma das causas mais comuns em 
dor musculoesquelética, onde acomete vários tecidos do corpo humano. Regiões mais 
cometidas são cervical, cintura escapular e lombar. 6 
 
 
____________________ 
1 Pós-graduanda em Ortopedia e Traumatologia com Ênfase em Terapia Manual 
² Orientadora: Doutorado em Biotecnologia pela UFAM 
	 	 	 3	
Várias denominações são utilizadas para caracterizar esta síndrome, dentre elas: fibrosite, 
tensão muscular, miosites, mialgias, reumatismo muscular entre outros. Antigamente, o termo 
reumatismo muscular era utilizado para descrever quadro de dor, rigidez, tensão 
dos músculos e tecidos moles. 6 
Apesar da frequência das causas, alguns profissionais da área da saúde demoram a identificar 
a síndrome e os pacientes recebem tratamento por outras desordens musculoesqueléticas. As 
bandas tensas musculares, limitam as amplitudes de movimento (ADMs), e a dor é referida 
durante estimulação mecânica. 6 
Termo “Agulhamento a seco” ou “Dry Needling” foi descrito pela primeira vez por Travell 
nos anos de 1960. Utilizado para tratamento de dores musculares, muitas vezes confundido 
com Acupuntura, seus princípios são neurofisiológicos. 19, 20 
O agulhamento a seco tem por objetivo principal desativar os pontos de gatilhos miofasciais 
(PGM), que é caracterizado pela hiperirritabilidade local, em uma banda tensa muscular ou da 
fáscia, onde apresenta dor local ou irradiada. 21, 22 
 
2. Revisão de Literatura 
2.1 Músculo 
Os músculos do corpo humano são formados por um conjunto de células musculares 
denominadas de fibras musculares. A quantidade de fibras musculares vai variar de acordo 
com o tamanho do músculo e podendo ser centenas ou milhares de fibras. No geral, os 
músculos são recobertos e protegidos pelo tecido conjuntivo da fáscia, onde é continuo ao 
tecido conjuntivo que reveste cada fibra muscular, tendão, osso, nervo e vaso. Sua 
divisão é em fascículos musculares, onde cada fascículo contém cerca de 100 fibras 
musculares. 2 
2.2 Fáscia 
Anatomicamente a palavra "fáscia" designa uma membrana de tecido conjuntivo fibroso de 
proteção: de um órgão (fáscia periesofagiana, peri e intrafaringiana) ou de um conjunto 
orgânico (fáscia endocárdica, fáscia parietalis). É também empregada para designar os 
tecidos conjuntivos de nutrição: fáscia superficialis, fáscia própria. Não é dessa forma que 
nossas modernas técnicas a consideram. A palavra "fáscia" que nos interessa foi inventada por 
osteopatas que, pelo que sabemos foram os primeiros a ter noção de globalidade. Não são 
fáscias, como frequentemente se diz, mas "fáscia". 3 
	 	 	 4	
A fáscia muscular é formada por uma camada de tecido conjuntivo modelado onde envolve 
por completo o corpo sob a tela subcutânea. Suas extensões da fáscia muscular dividem os 
músculos em vários grupos (septos intermusculares), revestem músculos individuais e feixes 
neurovasculares (fáscia de revestimento) é situado entre as paredes musculoesqueléticas e as 
membranas serosas que revestem as cavidades do corpo (fáscia subserosa). 4 
2.3 Síndrome Dolorosa Miofascial 
A síndrome é definida principalmente como dor sub-aguda ou dor crónica, e seus sintomas 
são autonómicos, sensoriais e motores, causados a partir de pontos de gatilhos ativos com 
alguma disfunção de dor relacionada. Esta síndrome foi descrita pela primeira vez por Lang 
em 1931, instituído por Muskelhärten / Myogelosen, no ano de 1938 Gutstein a descreve 
mencionando Myalgic Spots e somente em 1959 que Steindler que teve a evidencia dos 
pontos de gatilhos. 4 
A síndrome da dor miofascial (SDM) é classificada como uma condição de algia local 
representada por dor muscular ocasionada pelo aparecimento de nódulos hipersensíveis, 
nomeados de pontos gatilho miofasciais (PGM). A dor miofascial possui característica de dor 
somática acentuada, onde ocorre a variedade de intensidade e manifesta períodos de remissões 
e exarcebações. Pode manifestar no frio ou calor, e em outros fatores que levam a mudança de 
temperatura como por exemplo o ar condicionado e estresse emocional. 5 
2.4 Epidemiologia 
Em termos epidemiológicos, 85% do gênero feminino é acometido pela patologia, com uma 
variação de idades entre os 30-50 anos. Este dado coincide com os de Travell & Simons 
(1998) e sugere que os indivíduos nas faixas etárias mais ativas são mais acometidos pela 
SDM. Durante o envelhecimento, há redução das atividades, predomínio da presença dos PGs 
latentes, limitação da amplitude articular e menor frequência da SDM e de PGs ativos.4, 6 
2.5 Etiologia 
A Síndrome Miofascial pode estar também relativa à decorrências de traumas ocasionados em 
ambiente de trabalho ou de doenças ocupacionais. Seus efeitos podem está relacionado com 
diversos fatores, incluindo o uso inadequado da musculatura dos membros, fatores 
biomecânicos, estresse postural, mobiliário inadequado e movimentos repetitivos.7 
É comum encontrar a SDM secundária a doenças osteomusculares ou neurológicas, em razão 
da ocorrência de sobrecargas ou desequilíbriosmusculares. Ressalta-se que alterações 
	 	 	 5	
nutricionais ou endocrinológicas (como hipotireoidismo), quando tratadas, tornam os PG mais 
responsivos à terapia, tanto física quanto farmacológica. A persistência de hipoglicemia e 
hiperuricemia agravam a atividade dos PG miofasciais, reduzindo a resposta terapêutica. 8 	
2.6 Diagnóstico 
O diagnóstico da síndrome dolorosa miofascial é realizado através da história clínica e 
exames físicos. Sendo esta síndrome descrita por ser uma condição de dor muscular e bandas 
tensas musculares, onde se é possível identificar pontos hiperirritavéis e doloridos nomeados 
de pontos de gatilhos. Esses pontos ao serem estimulados através da punção com agulhas ou 
palpação digital, provoca algia local ou à distância. 9 
Na Figura 1, são apresentados os critérios diagnósticos para a Síndrome Dolorosa 
Miofascial.10 
 
 
 
 
 
Para confirmar o diagnóstico de síndrome dolorosa miofascial é necessário que se obtenha 
quatro critérios maiores e um menor. A precisão do diagnóstico é estabelecido por meio de 
exame físico, exibindo indicador diagnóstico de acordo com os diversos achados clínicos 
conforme Figura 2. 11 
 
 
 
 
Fonte: Simons 
Figura 1. Critérios diagnósticos para a Síndrome Dolorosa Miofascial 
Fonte:Tough 
Figura 2. Achados clínicos e acurácia diagnóstica para a Síndrome Dolorosa Miofascial 
	 	 	 6	
2.7 Pontos de Gatilho Miofascial 
Os PGMs apresentam condições queixosas e como padrão uma dor localizada acima de um 
ponto de intensa irritabilidade, onde exibe um nódulo hiperirritável, em uma região rígida de 
uma banda tensa do músculo e extremamente sensível à palpação, conforme a Figura 3, por 
instrumentos (algômetro), agulhas e até alongamentos. 12 ,13 
 
 
 
 
 
 
Figura 3. Representação da palpação de um PGM. Figuras B representam a palpação sobre o nódulo hiperritável, 
sendo realizada de maneira transversa (figura B esquerda) e em pinça (figura B direita) sobre o PGM. Figuras A 
e C representam palpação sobre áreas circunvizinhas do mesmo. 
2.8 Fisiopatologia do Ponto de Gatilho 
No momento atual a fisiopatologia dos PGs ainda não é totalmente evidenciada, e um número 
de alterações morfológicas, de neurotransmissores, neurossensoriais, eletrofisiológicas e 
motoras tem sido envolvido em sua patogênese. Sendo assim, diversas teorias aparecem para 
explicar a sua causa: 14 
- Teoria da Crise Energética: Esta teoria foi formulada afim de explicar a ocorrência da 
formação dos PG, conhecida como a teoria da crise energética. Basicamente baseia-se no fato 
das alterações locais do metabolismo muscular gerando fatores para formação do PG. 15 
- Teoria das Terminações Motoras: Origina nas fibras musculares e nas terminações motoras 
como as causas primárias na evolução dos PG. Travell&Simons afirmam que o aumento 
patológico da liberação de acetilcolina pela terminação nervosa na placa motora gera uma 
contração muscular prolongada, ocasionando alterações metabólicas. A teoria da crise 
energética e a hipótese das terminações motoras são consideradas compatíveis e 
complementares. 16 
Fonte: Simons 
	 	 	 7	
- Teoria Neuropática: Esta teoria explica que os PGs são decorrentes das neuropatias motoras 
ocasionadas pela compressão dos nervos motores intensificando as disfunções nas placas 
motoras37 como fator primário desencadeante, tornando-se a formação do PG um evento 
secundário. De acordo com Huguenon / Gunn a dor miofascial é a indício de uma dor 
neuropática que se manifesta principalmente no sistema musculoesquelético. Podendo assim 
sensibilizar as estruturas na distribuição da raiz nervosa ocasionando espasmo muscular distal 
e colaborando para alterações degenerativas em tendões e ligamentos na distribuição da raiz 
nervosaacometida. 17 
- Teoria das anormalidades dos fusos musculares: Os PGs sucederiam devido as disfunções 
dos fusos, o que evidenciaria a ausência de anormalidades musculares localizadas em 
quantidade suficiente para ser gerada na placa motora. Contudo, os PGs representam à 
atividade nas placas motoras, ao passo que os fusos são ordenados em todas as fibras 
musculares e não apenas na região da placa motora. 15 
- Teoria de tecido cicatricial: Representa os PGs como sendo um tecido fibrótico. Todavia, 
uma análise rápida dos músculos palpáveis no tratamento dos PGs e os estudos histológicos 
contradizem essa hipótese. 15 
- Teoria da hipertonia-dor-hipertonia: Defendida anteriormente no passado, no entanto 
atualmente, não possui base científica. Essa teoria simplesmente consiste na tensão muscular 
impossibilitando a ação do músculo dificultando o arco de movimento. 18 
2.9 Dor Referida 
A necessidade de gerar um estresse mecânico acima do nódulo hiperirritável acarreta no 
paciente um exemplo típico e reconhecível de dor referida (FIGURA 4), refletindo na queixa 
sintomatológica anteriormente causada pelo PGM. 19 
 
 
 
Fonte: Simons 
Figura 4. Representação esquemática PGM e dor referida, PGM localizados no músculo trapézio superior 
(cruzes em preto) e sua respectiva área mapeada de dor referida (em vermelho). 
	 	 	 8	
2.10 Dry Needling 
É uma técnica utilizada para tratamento da dor miofascial, contudo muitas vezes confundida 
com a acupuntura tradicional chinesa, sendo um método ocidental onde baseia-se nos 
princípios neurofisiológicos. Exposto na década de 60 por Travell, e sendo utilizado em larga 
escala por Lewits em uma publicação e copiosamente revelado na última década. 20, 21 
Seu principal objetivo era desativar os pontos de gatilhos miofasciais, descritos como um 
ponto hiperirritável, situado em uma banda tensa muscular ou fáscia muscular, relacionado à 
dor local e/ou referida. Manifestações clinicas e de sensibilização periférica e central da dor 
miofascial estão ligados aos pontos de gatilho miofascial. 22, 23 
Os pontos de gatilhos miofasciais estão ligados a fisiopatologia e a fraqueza muscular da dor 
miofascial, irritação local, desequilíbrio muscular e à ausência da coordenação motora do 
músculo afetado e seus grupos sinérgicos. 24 
2.11 Causas e Efeitos 
A medida que é inserido a agulha no ponto de gatilho miofascial, é lesionado e/ou destruído 
as placas motoras, e tem como repercussão a desenervação axônica distal e a indução da 
regeneração fisiológica, onde ocorre por volta de 7 a 10 dias. Sendo uma lesão focal não 
causa risco considerável de formação cicatricial. 25, 26 
Quando atingida a resposta de contração rápida, a ativação elétrica da placa motora em 
questão é minimizada devido a minoração da ação de acelticolina. Sendo este constatado 
devido a baixa na atividade elétrica espontânea nas zonas de banda tensa. Outro efeito local 
observado é do alongamento das estruturas citoesqueléticas, ocasionando a reabilitação da 
extensão dos sarcômeros por conta da perda da sobreposição dos filamentos de actina e 
miosina.24, 27 
Ao realizar a rotação da agulha no tecido conjuntivo ocorre a polarização do mesmo, que ao 
se transformar em atividade elétrica auxilia na remodelação do mesmo. Ao inserir as agulhas 
é estimulado as fibras A delta e B delta, que automaticamente mobilizam as células 
intermediárias no corno dorsal localizado na medula espinhal. Essas células intermediárias 
permitem que a encefalina seja liberada bloqueando a transmissão da dor, sendo conhecido 
esse efeito como analgesia segmentar, levando alguns minutos para começar e que pode durar 
por muitos.28, 29 
	 	 	 9	
2.12 Aplicação da Técnica 
A técnica do agulhamento a seco pode ser aplicada de forma profunda ou superficial. No 
agulhamento profundo a agulha é inserida de forma que se aprofunde na direção do ponto de 
gatilho.A a resposta de contração rápida é acionada devido a despolarização das fibras 
envolvidas estando esta relacionada à contração reflexa. A agulha pode ser inserida em outras 
angulações. 20 
A técnica estacionária a agulha é introduzida e mantida sem manipulação. Na pistonagem a 
agulha é introduzida e levemente retirada, inúmeras vezes, no local indicado e no contorno 
dele. Pode-se ainda realizar rotações nos sentidos horário e anti-horário, permanecendo agulha 
no mesmo local. Essa rotação permite ativar as fibras C e mecanorreceptores. A técnica de 
pistonagem é mais eficiente em proporcionar relaxamento das fibras musculares, sendo 
relacionada a um grande número de efeitos adversos. No entanto a técnica estacionaria esta 
relacionada a analgesia do local.20, 29 - 31, 40 
O agulhamento a seco superficial é introduzido dentro de 5mm e 10mm, em um ângulo de 20° 
e 30°. Pode manter-se fixa ou em movimentos de rotação. Como a técnica não atinge o tecido 
muscular não é provocado a resposta de contração rápida, logo, é menos doloroso do que o 
agulhamento profundo. Contudo é indicada para regiões de risco como grandes vasos e 
pulmão. 29 
2.13 Tempo 
Diversos estudos não chegaram a um entendimento com relação ao tempo de permanência das 
agulhas em ambas as técnicas, muito menos uma concordância de quantas sessões seriam 
necessárias. O que se sabe é que na prática existe uma oscilação de 5 até 30 minutos 
permanência. Para casos agudos de 2 a 3 sessões e para casos crônicos de 3 a 5 sessões, assim 
sugerem alguns autores. 22, 32 
3. Metodologia 
A pesquisa atual é de caráter descritivo e tem como objeto de estudo o levantamento 
bibliográfico, por meio de uma revisão sistematizada de materiais científicos como artigos, 
livros e monografias publicadas no período 2000 até 2019. Escritos na língua portuguesa e 
inglesa. Foram encontrados nos bancos de dados de universidades e indexados: Scielo, 
Bireme, Google acadêmico. A amostra foi composta de 60 fontes de pesquisa, dos quais 
	 	 	 10	
foram selecionados para sistematização 40 fontes. Os temas abordados nas pesquisas foram: 
síndrome dolorosa miofascial, dor, pontos gatilhos, agulhamento a seco, dry needling. 
4. Resultados e Discussão 
Conforme já relatado anteriormente, a técnica de dry needling ocorre ao ser inserido uma 
agulha em um determinado ponto de gatilho sem que haja necessidade de injetar qualquer 
medicamento e é relatado sua eficácia no tratamento para minimizar e/ou zerar a dor 
ocasionada pela disfunção somática gerado pelo ponto de gatilho no músculo. 33 
Para o autor Dommerholt, agulhamento a seco, também conhecido como estimulação 
intramuscular, é um procedimento invasivo em que se usa uma agulha de acupuntura para 
desativação dos pontos-gatilho miofasciais, onde são definidos como "pontos hiperirritavéis” 
no músculo esquelético que estão ligados com um nódulo palpável hipersensível em uma 
banda tensa. O paciente sente em geral uma perda imediata na sensibilidade após o método do 
agulhamento. Se ainda assim permanecer alguma dor, a agulha é reinserida por mais 2-3 
minutos. 34 
Em uma pesquisada realizada anteriormente, justifica-se que o agulhamento à seco é tão 
eficaz quanto a aplicação de solução anestésica de lidocaína, uma vez que, as duas técnicas 
foram eficientes para cessar o mecanismo do ponto de gatilho e reduzir os sintomas de dor no 
músculoafetado. 35 
Outro estudo realizado de forma randomizada, foi equiparado a técnica de agulhamento à seco 
em relação a solução anestésica de lidocaína para a melhora dos pontos de gatilhos, o que foi 
evidenciado que os dois são eficientes na desativação dos pontos, no entanto pode ser 
escolhido o agulhamento à seco ao invés da solução anestésica, uma vez que o agulhamento 
possui o mínimo de efeito colateral. 36 
Entretanto, foi realizada em outra pesquisa o uso da técnica do agulhamento à seco mais a 
combinação de solução anestésica de lidocaína com corticoide, e o que ficou evidenciado é 
que esta combinação minimiza o efeito da sensibilização central e periférica, deixando assim 
o método mais indolor por conta do anestésico e agradável devido ao uso do corticoide. 37 
5. Conclusão 
O que foi possível observar nesse estudo é de que a síndrome dolorosa miofascial é apontada 
como um grande problema de saúde e que gera incapacidade, redução da forca muscular, 
diminuição de amplitude de movimento. A síndrome dolorosa miofascial pode acometer 
qualquer estrutura muscular do corpo, podendo estar ou não associada a outras condições 
	 	 	 11	
clínicas dos pacientes. No geral não possui um diagnóstico correto, logo a conduta do 
profissional terá insucessos também. Por esta razão se faz necessário realizar uma boa 
avaliação, incluindo exame físico e uma história clínica detalhada. Somente dessa forma o 
paciente receberá o tratamento adequado à sua condição. Um diagnóstico realizado de forma 
correta encontrará na palpação estruturas rígidas que é característico dos pontos de gatilho e 
com a presença da zona de tensão, chamadas bandas tensas. 
Contudo, a síndrome dolorosa miofascial pode ser tratada usando diversas técnicas incluindo 
o dry needling ou com uso de medicamentos, cinesioterapia, liberação miofascial manual e/ou 
instrumental e exercícios de fortalecimento. Porém, o tratamento que possui grande evidência 
de resultados é a técnica de dry needling. O paciente relata um alivio instantâneo no quadro de 
dor relatado na avaliação, agindo de forma como anti-inflamatório local e de ação sistêmica 
realizando a analgesia do ponto de dor. 
6. Referências 
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Diagnóstico/Tratamento. 1. ed. Rio de Janeiro: Ed. Guanabara Koogan S.A., 2007. 
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ed. Editora Summus, 2002. 
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JBA, Curitiba, v. 3, n. 9, p. 27 - 43, jan./mar. 2003. 
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39 - 44, 2011. 
8. DOMMERHOLT, J.; HUIJBREGTS, P. Nutritional and metabolic perpetuat- ing 
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	 	 	 12	
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Jones and Bartlett’s editors; 2011. 
9. YENG, L. Y.; KAZIYAMA, H. H. S.; TEIXEIRA, M. J. Síndrome dolorosa 
miofascial. Revista Medicina. n. 80, p. 94 - 110, São Paulo. 2001. 
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trigger point pain: a clinical commentary. International Journal of Sports Physical 
Therapy. v. 10, n. 3, p. 402 – 418, 2015. 
20. BUTTS, R.; DUNNING, J.; PERREAULT, T.; MOURAD, F.; GRUBB, M. 
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