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CURSOS ON-LINE – PORTUGUÊS EM EXERCÍCIOS – TURMA 2 PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKI www.pontodosconcursos.com.br 1 PRONOMES Pronome é o vocábulo que, ao pé da letra, “fica no lugar do nome” (chamado de pronome substantivo) ou o determina (pronome adjetivo). Para compreender melhor a função dos pronomes, precisamos saber o conceito de coesão textual, pois essas palavras, assim como os conectivos (conjunção e preposição – a serem estudados na próxima aula), são responsáveis por estabelecer nexo entre as idéias do texto. Coesão textual é a ligação entre os elementos da oração e delas em relação ao texto. A incoerência de um texto muitas vezes se deve à falta de coesão, exatamente porque a leitura fica prejudicada pelo emprego inadequado de pronomes, conjunções ou outros elementos textuais, inclusive a pontuação. Por exemplo, o uso inapropriado de “porquanto” ou de “a ele” pode levar o leitor a uma conclusão diversa da que se pretendia dar, ou até mesmo a nenhuma conclusão (alguns chamam de “ruptura semântica”). Muitas questões da ESAF abordam esse conhecimento. A banca faz afirmações sobre as referências textuais e o candidato deve verificar se estão corretas essas indicações. Para isso, a compreensão correta do texto e o domínio do significado de seus elementos são decisivos. Os pronomes podem ser: pessoais: referem-se às três pessoas do discurso - a que fala (1ª pessoa), a com quem se fala (2ª pessoa) e a de quem se fala (3ª pessoa); dividem-se em retos e oblíquos – regra geral, os retos exercem a função de sujeito ou de predicativo do sujeito, enquanto que os oblíquos funcionam como complementos (objetos diretos, indiretos ou adjuntos); os pronomes oblíquos devem obedecer a certas regras de colocação (sintaxe de colocação pronominal), a serem estudadas mais à frente; possessivos: estabelecem relação de posse entre os elementos regente e regido; como veremos adiante, há casos em que um pronome pessoal oblíquo é usado com valor possessivo; demonstrativos: indicam a posição dos seres no espaço e no tempo (função dêitica dos pronomes demonstrativos) ou em referência aos elementos do texto (função anafórica ou catafórica); também podem substituir algum termo, expressão, oração ou idéia, evitando sua repetição, no papel de termos vicários (“Há muito tempo eu planejo sair de férias e vou fazê-lo no meio desse ano.” – fazê-lo = fazer isso = sair de férias, ou “Eu lhe jurei que seria fiel e vou sê-lo” – ser isso – ser fiel – o CURSOS ON-LINE – PORTUGUÊS EM EXERCÍCIOS – TURMA 2 PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKI www.pontodosconcursos.com.br 2 pronome permanece neutro, sem flexão de gênero ou número, assim como acontece com o “isso”); indefinidos: têm sentido vago ou indeterminado; interrogativos: é uma subclasse dos pronomes indefinidos. Muito importante é compreender a distinção entre eles e os pronomes relativos, já que a grafia é a mesma em alguns casos (como, quando, quem etc): os pronomes indefinidos são usados nas interrogações, diretas ou indiretas, enquanto que os pronomes relativos apresentam referência a termos antecedentes; relativos: referem-se a um termo anterior chamado antecedente ou referente (substantivo ou pronome substantivo); sempre dão início a orações subordinadas adjetivas. Os pronomes exercem um papel decisivo na construção de um texto coeso e coerente, a partir de indicações corretas aos seus elementos. Quando um pronome demonstrativo faz referência a algum elemento do texto, quer antecedente (referência anafórica), quer subseqüente (referência catafórica), lança-se mão de um recurso lingüístico para evitar a repetição de palavras, expressões ou mesmo orações: “Os sem- terra ameaçavam invadir a fazenda e isso aconteceu no último domingo.”. (isso = invadir a fazenda). “Para obter a aprovação em um concurso público, são necessários estes elementos: estudo, dedicação e persistência.” (estes = estudo, dedicação e persistência). Em “Não tive mais notícias de Ricardo porque não voltei a vê-lo. A ele não pretendo dirigir-me mais.”, os pronomes oblíquos “o” (ver + o = vê-lo) e “ele” (a ele) referem-se a “Ricardo”. Ficaria enfadonho o texto se houvesse a repetição do nome. Então, em seu lugar, foram usados pronomes. Esses dois pronomes têm o mesmo antecedente – Ricardo. O pronome relativo, como o próprio nome sugere, apresenta um referente, ou seja, um termo já mencionado, substituindo-o na oração adjetiva – “O número de candidatos que prestaram o concurso aumentou significativamente.” – o pronome relativo “que” está no lugar de “candidatos” (“os candidatos prestaram o concurso”). Aspectos próprios de cada um dos pronomes serão abordados nos comentários às questões de prova. Então, estude bastante. CURSOS ON-LINE – PORTUGUÊS EM EXERCÍCIOS – TURMA 2 PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKI www.pontodosconcursos.com.br 3 QUESTÕES DE PROVA DA ESAF 01 - (AFRE MG/2005) O setor público não é feito apenas de filas, atrasos, burocracia, ineficiência e reclamações. A sétima edição do Prêmio de Gestão Pública, coordenado pelo Ministério do Planejamento, mostra que o serviço público federal também é capaz de oferecer serviços com qualidade de primeiro mundo. De 74 instituições públicas inscritas, 13 foram selecionadas por ter conseguido, ao longo dos anos, implantar e manter práticas e rotinas de gestão capazes de melhorar de forma crescente seus resultados, tornando-os referências nacionais. O perfil dos premiados mostra que o que está em questão não é tamanho, visibilidade ou importância estratégica, mas, sim, a capacidade de fazer com que as engrenagens da máquina funcionem de forma eficiente, constante e muito bem controlada. (Ilhas de Excelência. ISTOÉ, 2/3/2005, com adaptações) Julgue a assertiva abaixo, em relação aos aspectos textuais. d) A retirada do pronome do termo “tornando-os”(l.8) preserva a correção gramatical e a coerência textual, deixando subentendido o objeto de “referências nacionais”(l.8). Item INCORRETO O segmento objeto de análise é: “De 74 instituições públicas inscritas, 13 foram selecionadas por ter conseguido, ao longo dos anos, implantar e manter práticas e rotinas de gestão capazes de melhorar de forma crescente seus resultados, tornando-os referências nacionais.” O pronome pessoal oblíquo faz referência a “seus resultados”. Substituindo os termos, então, a oração seria “tornando seus resultados referências nacionais”, havendo um verbo transobjetivo (tornar) que exige dois complementos: objeto direto (seus resultados) e predicativo do objeto direto (referências nacionais). A supressão sugerida poderia levar a uma ambigüidade indesejada: não se saberia o que foi considerado “referências nacionais”, se as práticas e rotinas de gestão, se as instituições públicas selecionadas, se seus resultados, causando prejuízo à coerência textual. Essa é a função do pronome oblíquo na oração. CURSOS ON-LINE – PORTUGUÊS EM EXERCÍCIOS – TURMA 2 PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKI www.pontodosconcursos.com.br 4 02 - (Auditor TCE ES/2001) Os contratos e seus aditamentos serão lavrados nas repartições interessadas, as quais manterão arquivo cronológico dos seus autógrafos e registro sistemático do seu extrato, salvo os relativos a direitos reais sobre imóveis, que se formalizam por instrumento lavrado em cartório de notas, de tudo juntando-se cópia no processo que lhe deu origem. Julgue a proposição abaixo, em relação aos elementos do texto. c) Os pronomes possessivos na segunda oração referem-se a “arquivo cronológico”. Item INCORRETO Comentário. A segunda oração é a subordinada adjetiva “as quais manterão arquivo cronológico dos seus autógrafos e registro sistemáticodo seu extrato, salvo os relativos a direitos reais sobre imóveis”. Tanto “extrato”, como “autógrafo” são elementos que fazem parte dos contratos. O arquivo cronológico dos autógrafos apostos nos contratos e o registro sistemático de seu extrato serão mantidos pelas repartições. Assim, os pronomes possessivos têm por referente “os contratos e seus aditamentos”, da oração principal (“os contratos e seus aditamentos serão lavrados nas repartições interessadas”). 03 - (TFC SFC/2000) O saber produzido pelo iluminismo não conduzia à emancipação e sim à técnica e ciência moderna que mantêm com seu objeto uma relação ditatorial. Se Kant ainda podia acreditar que a razão humana permitiria emancipar os homens de seus entraves, auxiliando-os a dominar e controlar a natureza externa e interna, temos de reconhecer hoje que essa razão iluminista foi abortada. A razão que hoje se manifesta na ciência e na técnica é uma razão instrumental, repressiva. Enquanto o mito original se transformava em Iluminismo, a natureza se convertia em cega objetividade. Inicialmente a razão instrumental da ciência e técnica positivista tinha sido parte integrante da razão iluminista, mas no decorrer do tempo ela se autonomizou, voltando-se inclusive contra as suas tendências emancipatórias. (B. Freitag, A Teoria Crítica Ontem e Hoje, p. 35, com adaptações) CURSOS ON-LINE – PORTUGUÊS EM EXERCÍCIOS – TURMA 2 PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKI www.pontodosconcursos.com.br 5 Das seguintes expressões retiradas do texto, indique o item em que o elemento da coluna da esquerda faz remissão incorreta às expressões da coluna da direita. a) seu (l.2) .......... técnica e ciência moderna b) seus(l.4) ......... homens c) os (l.4) .............homens d) ela (l.11) ..........razão instrumental e) suas (l.12) .......cega objetividade Gabarito: E Comentário. Em questões como essas, talvez a maior dificuldade esteja na compreensão textual, decisiva para a identificação dos termos referentes. Uma paráfrase para o último período do texto é: “A razão instrumental da ciência e técnica positivista, que antes era parte da razão iluminista, com o tempo se tornou autônoma, indo de encontro às suas próprias tendências emancipatórias.”. Assim, nota-se que tanto o “ela”, da linha 11, quanto o “suas”, da linha 12, têm por referente “razão instrumental”. 04 - (Assistente de Chancelaria/2003) Em relação ao texto abaixo, assinale o que se pede. Compara-se vulgarmente a dominação americana sobre o mundo, hoje, com a do Império Romano. Mas vejo muitas diferenças. Os romanos de fato conseguiram fazer uma coisa que os americanos não alcançaram: eles transformaram os habitantes de seu império em cidadãos romanos. Já no primeiro século da era cristã, o próprio São Paulo, que era judeu, claro, se dizia antes de tudo um cidadão romano. Não quero dizer que seja culpa deles, mas os americanos estão num mundo onde a americanização deve forçosamente parar num certo momento. Com sua potência militar ou econômica, eles dominam muitos Estados, mas não estão numa situação que lhes permita fazer das pessoas que dominam verdadeiros americanos. Isso é ao mesmo tempo bom e ruim. É bom porque as pessoas conservam o que se chama hoje de sua identidade. É ruim porque isso impede que essas pessoas se tornem membros inteiros CURSOS ON-LINE – PORTUGUÊS EM EXERCÍCIOS – TURMA 2 PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKI www.pontodosconcursos.com.br 6 da democracia americana, que é, apesar de seus enormes defeitos, uma democracia. (Depoimento de Jacques le Goff a Alcino Leite Neto, Folha de São Paulo, 14/04/2002, com adaptações) Assinale o par em que, no texto, o pronome da primeira coluna não se refere à expressão da segunda coluna. a) “eles”(l.4) ----- “romanos”(l.2) b) “deles”(l.7) ----- “americanos”(l.7) c) “lhes”(l.10) ----- “ verdadeiros americanos” (l.11) d) “sua”(l.12) ------ “pessoas”(l.12) e) “seus”(l.14) ------ “democracia americana” (l.14) Gabarito: C Comentário. Para compreensão textual, será transcrito o segmento em análise na opção c: “Não quero dizer que seja culpa deles, mas os americanos estão num mundo onde a americanização deve forçosamente parar num certo momento. Com sua potência militar ou econômica, eles dominam muitos Estados, mas não estão numa situação que lhes permita fazer das pessoas que dominam verdadeiros americanos.” Assim, extrai-se da passagem que os americanos dominam muitos Estados mas não estão numa situação que permita a eles [os americanos] fazer das pessoas dominadas [por eles, os americanos] verdadeiros americanos. O pronome oblíquo lhes, objeto indireto do verbo “permitir” (“permitir alguma coisa a alguém”), refere-se aos americanos, e não aos “verdadeiros americanos” que seriam os estrangeiros dominados por aqueles. 05 - (AFRF 2003) Em relação aos elementos que constituem a coesão do texto abaixo, assinale a opção correta. O caráter ético das relações entre o cidadão e o poder está naquilo que limita este último e, mais que isso, o orienta. Os direitos humanos, em sua primeira versão, como direitos civis, limitavam a ação do Estado sobre o indivíduo, em especial na qualidade que este tivesse, de proprietário. Com a extensão dos direitos humanos a direitos políticos e CURSOS ON-LINE – PORTUGUÊS EM EXERCÍCIOS – TURMA 2 PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKI www.pontodosconcursos.com.br 7 sobretudo sociais, aqueles passam — pelo menos idealmente — a fazer mais do que limitar o governante: devem orientar sua ação. Os fins de seus atos devem estar direcionados a um aumento da qualidade de vida, que não se esgota na linguagem dos direitos humanos, mas tem nela, ao menos, sua condição necessária, ainda que não suficiente. (Renato Janine Ribeiro, Fronteiras da Ética, São Paulo: Senac, 2002, p.140) a) Em “o orienta”(l.2), “o” refere-se a “cidadão”(l.1). b) Em “este tivesse”(l. 4), “este” refere-se a “Estado”(l.3). c) Em “aqueles passam”(l.6), “aqueles” refere-se a “direitos políticos”(l.5). d) “sua ação”(l.7) e “seus atos”(l.8) remetem ao mesmo referente: “proprietário”(l.5). e) “sua condição”(l.10) refere-se a “um aumento da qualidade de vida”(l.8-9). Gabarito: E (Adaptada – originalmente anulada por erro de digitação na opção “e”) Comentário. Para resolver essa questão, devemos relembrar as regras do emprego do pronome demonstrativo em referências textuais. O recurso lingüístico de ligar a elementos textuais os pronomes que a eles se referem chama-se referência anafórica (se o termo for antecedente ao pronome) ou catafórica (em caso de termo referente após o pronome). PRONOMES DEMONSTRATIVOS EM REFERÊNCIAS TEXTUAIS Forma 1 - Quando um pronome demonstrativo faz referência a algo já mencionado no texto, ou seja, a algo que está no “paSSado” do texto, deve-se usar ESSE / ESSA / ISSO (com o SS do paSSado). Se a referência ainda vier a ser apresentada (pertence ao fuTuro), usa-se ESTE / ESTA / ISTO (com o T do fuTuro) – gostou dessa dica mneumônica? Forma 2 - Quando se citam dois elementos, retoma-se o último, ou seja, o mais próximo, pelo pronome "este" (ou "esta", "estes", "estas"). O primeiro elemento citado, isto é, o mais distante, é retomado por "aquele" (ou suas flexões). Exemplo: “Em 1998, João e Pedro fizeram a prova para Auditor da Receita Federal. Este para Aduana e aquele para CURSOS ON-LINE – PORTUGUÊS EM EXERCÍCIOS – TURMA 2 PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKI www.pontodosconcursos.com.br 8 Auditoria.” – Nesta construção, “este” é o referente mais próximo (Pedro) e aquele, o mais distante (João). Modernamente, reduziu-se o rigor no emprego do pronome demonstrativo em referências textuais, inclusive emrelação às provas (veremos na próxima questão) mas, em textos formais e nas provas, deve-se observar o correto emprego dos pronomes demonstrativos. De volta à questão da prova. A análise sintática depende da análise semântica. Por isso, apresentamos abaixo uma paráfrase ao texto: “Primeiramente, os direitos humanos, exclusivamente na qualidade de direitos civis, somente limitavam a ação do Estado sobre o indivíduo, especialmente na qualidade deste como proprietário. Posteriormente, com a extensão desse conceito também a direitos políticos e, sobretudo, sociais, os direitos humanos, além de limitar a ação do Estado (o que já fazia), passou a orientá-lo, ou melhor, a orientar a ação de seu governante, pelo menos idealmente. A finalidade dos atos do governante deve ser o aumento da qualidade de vida, que não se limita aos direitos humanos, mas tem neles a condição necessária, mesmo que não suficiente, para esse aumento de qualidade de vida.” a) Tanto a expressão “este último” como o pronome “o” exercem função anafórica em relação a “poder”: “O caráter ético das relações entre o cidadão e o poder está naquilo que limita este último e, mais do que isso, o orienta” [limita e orienta o poder]. b) como o pronome demonstrativo utilizado foi “este”, denota que está se referindo ao elemento mais próximo – indivíduo – e não ao mais distante – Estado, ao qual se empregaria o pronome “aquele”. c) A partir da compreensão textual, e sobretudo a partir do uso anafórico do pronome demonstrativo aqueles (fazendo referência ao termo mais distante), deduz-se que esse pronome faz menção a “direitos humanos”, e não “direitos políticos” como sugerido. d) “O fim de seus atos” – atos do governante; “devem orientar a sua ação” – ação do governante. Assim, os possessivos possuem o mesmo referente – governante. e) Havia um erro de digitação (corrigido neste material) que acarretou a anulação desta questão. Isso não nos impede de analisar a referência do possessivo “sua” em “sua condição necessária”. O que se infere do texto, no último período, é que os objetivos dos governantes devem ser um aumento da qualidade de vida, que tem por condição necessária (condição do aumento da qualidade de vida) – mesmo que não CURSOS ON-LINE – PORTUGUÊS EM EXERCÍCIOS – TURMA 2 PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKI www.pontodosconcursos.com.br 9 suficiente – à linguagem dos direitos humanos. Assim, está correta a correlação entre “sua condição” e “aumento da qualidade de vida”. 06 - (TRF 2002.1) Julgue se as formas de redação abaixo estão gramaticalmente corretas. c) Pensa hoje que se tornou barato adquirir a hegemonia ao preço de 3,8% de PIB florescente e produtividade que permite encarar sem susto o momento próximo em que os EUA gastarão com a defesa US$ 1 bilhão por dia. / Seu pensamento hoje é esse: tornou-se barato adquirir a hegemonia ao preço de 3,8% de PIB florescente e produtividade que permite encarar sem susto o momento próximo em que os EUA gastarão com a defesa US$ 1 bilhão por dia. Item CORRETO. Comentário. Observe que, no segundo segmento, o autor usa o pronome demonstrativo esse em referência catafórica, o que seria, segundo os puristas, um erro. Contudo, a banca indicou esse item como correto. Isso reforça a tese de que se reduziu o rigor gramatical no emprego anafórico do pronome demonstrativo. Originalmente na prova (questão 10 – TRF 2002.1), o enunciado buscava o item incorreto e a resposta foi a letra d, em virtude do erro de construção da locução verbal “possam ser ignorados” (o segundo segmento apresentava a forma indevida “possa serem ignorados”). Esse item já foi objeto de comentário na Aula 2 – verbos, questão 39. Diante de uma forma duvidosa de referência pronominal (em vez de “este” colocou-se “esse”) e uma locução verbal com construção incorreta, o candidato deveria marcar como gabarito a segunda. 07 - (AFC / 2002) Julgue a substituição proposta para adequar o texto ao padrão culto formal do idioma. “O conceito de tributo, face sua interpretação nos conformes à Constituição, tem essa peculiaridade: deve obedecer ao princípio da legalidade estrita. Cumpre ressaltar mais uma vez: não há possibilidade de discricionariedade na definição legislativa do tributo, mas só teremos tributo se o dever de pagar uma importância ao Estado for vinculado à previsão de ter riqueza.” CURSOS ON-LINE – PORTUGUÊS EM EXERCÍCIOS – TURMA 2 PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKI www.pontodosconcursos.com.br 10 (Nina T. D. Rodrigues, com adaptações) III. substituir “essa”(l.2) por “esta” Item CORRETO Comentário. “O conceito de tributo, ... , tem essa peculiaridade: deve obedecer ao princípio da legalidade estrita.” Como a peculiaridade ainda será mencionada, o pronome demonstrativo apropriado é esta. Dessa vez, ao contrário da questão anterior, o enunciado exige que se siga o padrão culto formal da língua. O que isso significa? Que modernismos, como o comentado na questão 5/b, não se aplicam quando se tratar de norma culta formal. (TFC SFC/2000) Leia o texto para responder à questão 08. As casas-grandes requintadas, com negros tocando ópera e cantando em latim, não foram típicas de uma aristocracia rural que, isolando-se, cercando-se só de subordinados, fez sempre mais questão da quantidade que da qualidade dos seus títulos de grandeza: do número de seus pés de café e dos seus pés de cana; do número das suas cabeças de escravos e das suas cabeças de gado; do número das salas e dos quartos de suas casas-grandes. Isso é que, aos olhos da maioria dos brasileiros da era patriarcal ainda predominantemente rural, era grandeza. O senhor rural, mais pervertido pelo isolamento, desprezava tudo, pelo regalo de mandar sobre muitos escravos e de falar gritando com todo o mundo, tal a distância, não só social, como física, que o separava quase sempre das mulheres, dos filhos, dos negros, em casas vastas, com salas largas, onde quase nunca as pessoas estavam todas perto uma da outra; onde nas próprias mesas de jantar, de oito metros de comprido, era preciso que o senhor falasse senhorialmente alto para ser ouvido no fim da mesa quase de convento. (Gilberto Freire, Sobrados e Mucambos, p.46) 08 - Julgue a assertiva abaixo, em relação à correção dos elementos textuais b) O pronome demonstrativo Isso (l.7) refere-se à enumeração apresentada no período anterior e constitui um recurso de coesão textual. Item CORRETO. CURSOS ON-LINE – PORTUGUÊS EM EXERCÍCIOS – TURMA 2 PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKI www.pontodosconcursos.com.br 11 Comentário. Verifica-se o uso correto do pronome demonstrativo “Isso” em função anafórica. O que a maioria dos brasileiros considerava “riqueza” era o número de pés de café e de cana, de cabeças de escravos e de gado, de salas quartos das casas-grandes – elementos que antecedem o pronome demonstrativo “isso”. Essa assertiva resume o objetivo do emprego dos pronomes demonstrativos como recurso lingüístico, que é a retomada e substituição dos elementos textuais como forma de coesão. 09 - (TC PR 2002/2003) Monteiro Lobato, ao afirmar que "um país se faz com homens e livros", por certo indicou o caminho das pedras àqueles que, descuidadamente, promovem a história sem a preocupação de seu registro e que, por conseqüência, legam ao pó do esquecimento tudo o que foi feito – certo ou errado – ou deixado de fazer. Os homens fazem a história. Os livros registram a história. Sem estes, os exemplos do passado, os conhecimentos técnicos e científicos armazenados, o testemunho e as provas colhidas não seriam repassados às gerações futuras, o que comprometeria a chamada evolução. www.tcparaná.gov.br Julgue a assertiva abaixo, emrelação à correção dos elementos textuais. a) A expressão “o que comprometeria” (l.8-9) pode ser substituída por os quais comprometeriam, sem prejuízo das relações sintáticas e semânticas originais. Item INCORRETO. Comentário. A oração “o que comprometeria a chamada evolução” refere-se ao “não repasse” às gerações futuras de tudo o que antecede – “os exemplos do passado, os conhecimentos técnicos e científicos armazenados, o testemunho e as provas colhidas”. Assim, “o que” é uma expressão vicária que retoma a idéia apresentada anteriormente. Por isso, deve-se manter neutro, sem flexão de gênero ou número. CURSOS ON-LINE – PORTUGUÊS EM EXERCÍCIOS – TURMA 2 PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKI www.pontodosconcursos.com.br 12 10 - (TFC SFC/2000) Assinale a opção incorreta em relação ao texto. O universo financeiro compreende dois canais principais para colocar doadores e tomadores de recursos, assim como poupadores e investidores em contato. Todos eles formam o mercado financeiro, que lida, basicamente, com títulos de curto prazo, como letras de câmbio, títulos do Tesouro e empréstimos interbancários, e o mercado de ações, que trabalha, principalmente, com ações e cotas empresariais e ações públicas. (Adaptado de Enciclopédia Compacta de Conhecimentos Gerais – Isto É ) Julgue a assertiva abaixo, em relação à correção dos elementos textuais. d) Em “que lida” (l.3-4) o “que” corresponde a cujo. Item INCORRETO. Comentário. Sem dúvida, dos pronomes, o relativo é o mais recorrente em questões da ESAF. E, dos pronomes relativos, o “cujo” ganha em disparada. Por isso, é tão importante seu estudo e domínio de seu conceito. Na passagem “Todos eles formam o mercado financeiro, que lida, basicamente, com títulos de curto prazo”, o pronome relativo tem como antecedente “mercado financeiro” e exerce a função de sujeito da oração adjetiva. Por isso, não é possível a troca por “cuja”, que é empregado para ligar dois substantivos com idéia de dependência (nem sempre há idéia de “posse”). PRONOMES RELATIVOS Os pronomes relativos referem-se a termos antecedentes. Já falamos sobre concordância e regência com pronomes relativos. Agora, veremos quais são esses pronomes e como devem ser empregados na oração subordinada adjetiva que iniciam, especialmente em relação aos seus referentes e ao emprego de preposição. Engraçado, sempre que abordo “pronomes relativos”, lembro a história dos sete anões – seis apresentavam características próprias, mas fisicamente eram parecidos (pareciam gnomos), e um deles se destacava dos demais – era completamente diferente (parecia um duende, era mudo) e recebia tratamento especial (dizem que era o preferido da Branca de Neve). CURSOS ON-LINE – PORTUGUÊS EM EXERCÍCIOS – TURMA 2 PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKI www.pontodosconcursos.com.br 13 Faço uma analogia com os relativos: os pronomes que/o qual, onde, quando, quanto, como e quem devem ser usados, cada qual, de acordo com seus próprios referentes, mas, grosso modo, fazem a mesma coisa - referência a um substantivo antecedente; já “cujo” (o “Dunga” do grupo) é diferente de todos – liga dois substantivos com “idéia de posse” (coisa que os outros não fazem), flexiona-se em gênero e número com o substantivo subseqüente (coisa que os outros também não fazem – “o qual” varia, mas de acordo com o antecedente). Talvez seja esse o motivo de tanta gente já ter abolido o pobrezinho do seu dia-a-dia, usando o “que” indevidamente no seu lugar. A partir de hoje, procure empregar corretamente os pronomes relativos, bem como as preposições a eles ligadas. Assim, acho, fica mais fácil apre(e)nder a matéria. Vamos ver as características dos anões, digo, dos pronomes relativos. QUE Pode ser usado com qualquer antecedente, por isso chamado de “pronome relativo universal”. Normalmente é empregado em relação a “coisa”, já que os demais referentes têm pronomes relativos específicos (lugar, quantidade, modo). Aceita somente preposições monossilábicas, exceto sem e sob. O QUAL Assim como “que”, pode ser usado com qualquer antecedente. Aceita preposição com duas ou mais sílabas, locuções prepositivas, além de sem e sob (rejeitadas pelo “que”). É usado quando o referente se encontra distante ou para evitar ambigüidade: Visitei a tia do rapaz que sofreu o acidente. Quem se acidentou? O rapaz ou a tia dele? Para evitar a dúvida, uso “o qual” para ele ou “a qual” para ela. QUEM Somente usado com antecedente PESSOA. Sempre virá antecedido de preposição – Ele é o rapaz de quem lhe falei. ONDE Utilizado quando o referente for lugar, ou qualquer coisa que a isso se assemelhe (livro, jornal, página etc.) – “A gaveta onde guardei o dinheiro foi arrombada.”; pode ser substituído por “em que”. COMO Usado com antecedente que indique MODO ou MANEIRA – O jeito como escreve mostra a pessoa que é. QUANDO O antecedente dá idéia de TEMPO, também equivalente a “em que” – Época de ouro era aquela, quando todos andavam tranqüilos pelas ruas. QUANTO O antecedente dá idéia de QUANTIDADE - normalmente precedido de um pronome indefinido (tudo, tanto(s), todos, todas) – Tenho tudo quanto quero. Leve tantos quanto quiser. Esses pronomes relativos representam sempre substantivos ou pronomes substantivos nas orações adjetivas que formam. Não os confunda com pronomes interrogativos, que não têm antecedentes e podem aparecer em CURSOS ON-LINE – PORTUGUÊS EM EXERCÍCIOS – TURMA 2 PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKI www.pontodosconcursos.com.br 14 orações interrogativas diretas ou indiretas (Quem bateu? / Não sei onde moras/ Quanto custa? / Como farei? / Preciso saber quando estará pronto o almoço. / Que gostaria de saber?). CUJO (e flexões) – o mais especial de todos; liga dois substantivos indicando idéia de posse (entre os substantivos, haveria uma preposição de) – “O rapaz cuja mãe faleceu recentemente procurou por você.” (mãe do rapaz faleceu – rapaz cuja mãe faleceu); concorda com o substantivo subseqüente, flexionando-se em gênero e número, e dispensa o artigo (não existe “cujo o” ou “cuja a”); DICA: Ao usar o pronome relativo, verifique: 1 – qual deve ser o pronome mais adequado, a depender do antecedente (coisa, pessoa, tempo, modo, lugar...); 2 – se o algum termo na oração adjetiva exige preposição. Exemplo: (1) Este é o livro | que ganhei. Oração principal: Este é o livro Oração subordinada adjetiva: que ganhei - O verbo ganhar é transitivo direto e não rege preposição. (2) Este é o livro | a que me referi. Oração principal: Este é o livro Oração subordinada adjetiva: a que me referi – o verbo referir-se é indireto e rege a preposição de. Por isso, a preposição antecede o pronome relativo, que está no lugar do termo regido – “livro”. (3) Aquele é o professor | por quem eu tenho muita admiração. Oração principal: Aquele é o professor Oração subordinada adjetiva: por quem eu tenho muita admiração – o substantivo admiração rege preposição por, que antecede o pronome relativo que substitui o termo regido – “professor”. 11 – (TRF 2002.1) Marque o segmento do texto que foi transcrito com erro gramatical. a) Finalmente, após cinco anos de debate, a Lei Brasileira de Arbitragem (Lei Marco Maciel), de iniciativa do Congresso Nacional, sancionada pelo Executivo, recebeu o “nada obsta” do Supremo Tribunal, em uma de suas últimas reuniões plenárias de 2001. CURSOS ON-LINE – PORTUGUÊS EM EXERCÍCIOS – TURMA 2 PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKI www.pontodosconcursos.com.br 15 b) Apesar de analisada e selada pelos três poderes da República, o fato mais marcante onde caracteriza a Lei de Arbitragem é a simpatia com que foi recebida por grande parcela da sociedade.c) Tal aspecto, em termos brasileiros, é emblemático, pois expressa, talvez, a chancela mas importante: a do cidadão, a confirmar que a lei pegou. d) De fato, a longa discussão quanto à constitucionalidade da Lei de Arbitragem manteve-se ao largo da atividade da sociedade civil, tendo em vista a implementação desse meio extrajudicial de solução de conflito. e) Foram intensos, nesses cinco anos de existência da Lei Marco Maciel, os cursos, as conferências, a publicação de estudos e livros, enfim, os debates travados ao redor do tema. (Baseado em Pedro Batista Martins) Gabarito: B Comentário. O pronome relativo onde deve ter como referente um lugar, o que não se verifica na passagem. O pronome relativo mais apropriado seria “que”, uma vez que seu referente é “fato” - coisa: “... o fato mais marcante que caracteriza a Lei de Arbitragem é a simpatia ”. 12 - (AFC SFC/2000) Assinale a opção em que o item gramatical grifado constitui erro. a) É preciso pensar em como ajudar as pessoas que não estão conseguindo se beneficiar da globalização. b) Uma medida necessária é o treinamento e reciclagem dos trabalhadores que perderam seus empregos, para que possam ser reincorporados. c) E aqueles cujos não conseguirem voltar ao sistema produtivo devem ser alvo de políticas compensatórias que aliviem as tensões de uma transição econômica tão complexa. d) Trata-se de mudar de uma economia protegida há décadas para uma mais integrada. e) Programas de renda mínima e seguro-desemprego, para ficar em dois exemplos, são extremamente necessários em países como o Brasil. (Adaptado de Exame, 1/11/2000, p.143) CURSOS ON-LINE – PORTUGUÊS EM EXERCÍCIOS – TURMA 2 PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKI www.pontodosconcursos.com.br 16 Gabarito: C Comentário. Mais uma vez, houve a colocação do pronome relativo cujo em construção inadequada, prejudicando, assim, a coesão e coerência textuais. Esse relativo tem a função de ligar dois substantivos com idéia de posse, o que não é o caso. Mais correto seria o emprego do relativo universal “que”, em referência ao pronome demonstrativo “aqueles” – “E aqueles que não conseguirem voltar ao sistema produtivo devem ser alvo de políticas compensatórias...” Em relação às opções corretas: a) A preposição em é exigência do verbo pensar; já o advérbio interrogativo como inicia uma pergunta indireta (equivalente a “Como ajudar as pessoas que não estão conseguindo se beneficiar da globalização? É preciso pensar nisso”). O como seria um pronome relativo se tivesse um antecedente a quem pudesse se referir. b) A locução conjuntiva indica finalidade (para que). Esse assunto será objeto de estudo na próxima aula. d) O verbo haver, no sentido de tempo decorrido, é impessoal e não se flexiona – há décadas. e) Preposição que inicia uma oração subordinada reduzida de infinitivo. 13 - (AFC SFC/2000) Indique a opção em que o texto foi transcrito com problemas de estruturação sintática. a) Assim como em “Os Trabalhadores”, de que predomina e dá direção do trabalho é a visão política e social do fotógrafo. Para Salgado, o centro do êxodo moderno está nas populações mais pobres e deserdadas. b) A violência do sistema econômico contemporâneo é o agente que direciona o movimento das câmeras do fotógrafo em milhares de películas tradicionais, numa era aclamada pela globalização e pela transmissão digital de imagens num mundo virtual. c) Contar a história da humanidade em trânsito é, como diz o próprio fotógrafo, uma história perturbadora. Mais ainda com o foco de atenção voltado para os refugiados, os favelados, os humilhados, os fugitivos da pobreza, da repressão, da guerra. d) Por seis anos, Salgado andou dos campos de refugiados às favelas urbanas. Presenciou momentos históricos de Kosovo, Eldorado dos CURSOS ON-LINE – PORTUGUÊS EM EXERCÍCIOS – TURMA 2 PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKI www.pontodosconcursos.com.br 17 Carajás e Ruanda, ícones do extermínio contemporâneo, produzindo lembranças fotográficas de que a globalização não é, e não será, a solução. e) Mesmo com um cenário mundial desesperador, as imagens dos livros de Sebastião Salgado fazem pensar que o fotógrafo acredita e tem esperanças na humanidade. São imagens pungentes, delicadas, realçadas pela qualidade e dramaticidade do preto-e-branco, numa crença absoluta de que a reflexão virá com a exposição do problema da maneira mais ampla possível. (Gazeta Mercantil, 8 e 9/4/2000, p.13, com adaptações) Gabarito: A Comentário. Na passagem “Assim como em “Os Trabalhadores”, de que predomina e dá direção do trabalho é a visão política e social do fotógrafo.”, não há termo regente que justifique o emprego da preposição de antes do relativo que em “de que predomina”. O correto seria colocar um pronome demonstrativo com o relativo correspondente – “o que predomina e dá direção do trabalho é a visão política e social do fotógrafo.” Leia o texto abaixo para responder às questões 14 e 15. Rápida Utopia O século do triunfo tecnológico foi também o da descoberta da fragilidade. Um moinho de vento pode ser reparado, mas o computador não tem defesa diante da má intenção de um garoto precoce. O século está estressado porque não sabe de quem se deve defender nem como: somos demasiado poderosos para poder evitar nossos inimigos. Encontramos o meio de eliminar a sujeira, mas não o de eliminar os resíduos. Porque a sujeira nascia da indigência, que podia ser reduzida, ao passo que os resíduos (inclusive os radioativos) nascem do bem- estar que ninguém quer mais perder. Eis por que nosso século foi o da angústia e da utopia de curá-la. Com um superego mais forte, a humanidade se embaraça num mal que conhece perfeitamente, confessa-o em público, tenta purificações expiatórias, às quais se juntam as Igrejas e os governos, e repete o mal porque ação a distância e linha de montagem impedem de identificá-lo no início do processo. Espaço, tempo, informação, crime, castigo, arrependimento, absolvição, indignação, esquecimento, descoberta, crítica, nascimento, longa vida, CURSOS ON-LINE – PORTUGUÊS EM EXERCÍCIOS – TURMA 2 PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKI www.pontodosconcursos.com.br 18 morte... tudo em altíssima velocidade. A um ritmo de estresse. Nosso século é o do enfarte. (Umberto Eco - tradução de Paulo Neves, com adaptações) 14 - (TCE ES/2001) Em relação ao emprego das palavras e expressões do texto, julgue a assertiva abaixo. e) Mantém-se o sentido e a correção gramatical ao substituir a expressão "às quais" (l.12) pelo pronome relativo que. Item INCORRETO Comentário. Quando falamos de pronome relativo, alertamos para os dois cuidados que devem ser tomados: 1 – adequação do pronome relativo ao antecedente; 2 – emprego da preposição exigida por algum termo da oração. O examinador sugere a troca de “à qual” (que, como vimos em crase, é a fusão da preposição a com o pronome relativo a qual) pelo pronome relativo “que”. O termo regente juntar-se exige a preposição (“as Igrejas e os governos se juntam a...”). O termo regido é o pronome relativo que tem por referente “purificações expiatórias”. No texto, foi empregado o relativo “as quais” que, com a crase, forma “às quais”. Com a troca do “as quais” pelo “que”, construir-se-á “a que”. Omitiu-se indevidamente a preposição que, por exigência do termo regente, deve anteceder o pronome relativo. 15 - (TCE ES/2001) Analise a correspondência entre as estruturas lingüísticas do texto. I- "que" (l.7) refere-se a "sujeira" (l.7) II- "-la", em "curá-la"(l.10) refere-se a "angústia" (l.10) III- "-o" em "confessa-o"(l.12) refere-se a "superego"( l.10) IV- "-lo"em "identificá-lo"(l.14) refere-se a "processo"(l.14) V- "tudo"(l.17) refere-se às informações enumeradas nas linhas 15 a 17. CURSOS ON-LINE – PORTUGUÊS EM EXERCÍCIOS – TURMA 2 PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKI www.pontodosconcursos.com.br 19 Marque a opção correta. a) Estão corretos todos os itens. b) Estão corretos apenas os itens I, II e IV. c) Estão corretos apenas os itens II e V. d) Estão corretos apenas os itens III, IV e V. e) Nenhum dos itens está correto. Gabarito: C Comentário. Não podemos nos deixar levar pelas sugestões da banca. É preciso, nesse tipo de questão, ler a passagem em que se encontra o segmento analisado para, a partir da compreensão textual, inferir a qual elemento se refere o pronome. I) “Porque a sujeira nascia da indigência, que podia ser reduzida” – o que podia ser reduzido era a indigência, e não “sujeira”.- REFERÊNCIA INCORRETA II) “Eis por que nosso século foi o da angústia e da utopia de curá-la.” – utopia de curar a angústia - REFERÊNCIA CORRETA III) “Com um superego mais forte, a humanidade se embaraça num mal que conhece perfeitamente, confessa-o em público, tenta purificações expiatórias,...” – a humanidade confessa esse mal em público, e não “superego” - REFERÊNCIA INCORRETA IV) “e repete o mal porque ação a distância e linha de montagem impedem de identificá-lo no início do processo.” – impedem de identificar o mal no início do processo, e não “o processo”- REFERÊNCIA INCORRETA V) “Espaço, tempo, informação, crime, castigo, arrependimento, absolvição, indignação, esquecimento, descoberta, crítica, nascimento, longa vida, morte... tudo em altíssima velocidade.” – conforme estudamos em concordância, pronomes indefinidos, como tudo, nada, ninguém, se prestam à função de apostos resumitivos. Todos os elementos enumerados resumem-se no pronome tudo – REFERÊNCIA CORRETA. Estão corretas, portanto, as inferências II e V. 16 - (AFRF 2003) Julgue a assertiva abaixo: CURSOS ON-LINE – PORTUGUÊS EM EXERCÍCIOS – TURMA 2 PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKI www.pontodosconcursos.com.br 20 e) O Fundo Monetário Internacional deixou de disciplinar a paridade das moedas, cuja a função foi criada há 59 anos para contentar-se com o craxá de auditor de confiança dos bancos credores nas contas e nos planos dos governos devedores, sem entrar no mérito do formato, do conteúdo e da seqüela dessa assistência. Item INCORRETO Comentário. Além do erro ortográfico em “crachá”, o pronome relativo cujo foi usado de forma incorreta, pois ele se flexiona de acordo com o substantivo que antecede, concordando em gênero e número com ele. Por isso, não há artigo depois dele – cuja função foi criada. 17 - (TCU 2006) Assinale a substituição necessária para que o texto fique gramaticalmente correto. A situação social, política e econômica em que se encontra a população negra é conseqüência de um longo processo estrutural-histórico do qual mudanças dependem de políticas públicas amplas e pautas muito além das formulações dos preconceitos ou das discriminações do racismo como têm sido dadas. Aprofundar a base teórica significa aprofundar o campo das ações nas áreas do trabalho, da habitação, do urbanismo, da economia, da saúde, da cultura e da educação. (Henrique Cunha Jr. “Novos caminhos para os movimentos negros” in Política Democrática - Revista de Política e Cultura, Brasília: Fundação Astrogildo Pereira, Ano V, n. 12, agosto de 2005.) a) em que (l.1) > na qual b) do qual (l.3) > cujas c) de um (l. 2) > do d) têm sido (l. 6) > são e) nas ( l. 7) > em Gabarito: B Comentário. O pronome relativo “cujo” é empregado entre dois substantivos que possuem uma relação de dependência. Note que, entre “mudanças” e CURSOS ON-LINE – PORTUGUÊS EM EXERCÍCIOS – TURMA 2 PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKI www.pontodosconcursos.com.br 21 “processo estrutural-histórico” (substantivos), há essa relação (mudanças do processo). Então, deve ser realizada essa substituição com vistas à correção do período. As demais opções apresentam sugestões em que não se verifica erro no texto original. 18 - (TCE ES 2001) Marque a opção que preenche corretamente as lacunas do texto abaixo. Um portal na Internet ______ o cidadão poderá consultar as suas pendências burocráticas e financeiras com o governo e ________ ter todo o tipo de informação pessoal, como extrato do seu FGTS, entre outros. _______ é um cenário já existente em algumas cidades do mundo e que poderá chegar ao Brasil nos próximos anos, dentro do projeto de governo eletrônico. Um dos desafios de ______ projeto é a parte de segurança. a) onde - ainda - Esse - tal b) que - assim - Tal - esse c) em que - ainda - Eis - tal d) onde - assim - Esse - um tal e) que - também - Esse - tal Gabarito: A Comentário. Comentaremos a possibilidade de preenchimento de cada lacuna: 1ª) o referente é algo que pode se assemelhar a um lugar (“portal na Internet”), por isso podem ser empregados tanto o relativo onde quanto seu correspondente em que (Restam as opções a/c/d). 2ª) Seriam válidos os vocábulos “ainda” e “também”, por atribuírem à passagem valor complementar/aditivo. Devemos eliminar a opção d, pois o conectivo “assim” tem valor causal (= por isso), não se aplicando ao contexto. (Restam a/c) 3ª) O demonstrativo “Eis” prejudica a coerência textual acaso empregado, em virtude da forma verbal que se segue. O demonstrativo “esse”, por se referir a elementos antecedentes, estaria sendo corretamente utilizado. (gabarito: a) 4ª) “tal” é pronome demonstrativo, usado no texto em referência anafórica (projeto já foi mencionado: “projeto de governo CURSOS ON-LINE – PORTUGUÊS EM EXERCÍCIOS – TURMA 2 PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKI www.pontodosconcursos.com.br 22 eletrônico”). Se acompanhado de “um”, o “tal” ganha valor indefinido – “um tal sujeito passou por aqui”. Seria impróprio o emprego de “esse” porque o demonstrativo automaticamente se contrai com a preposição de (desse) e não a forma apresentada na opção (de esse). 19 - (AFRF/2003) Vinte e quatro séculos atrás, Sócrates, Platão e Aristóteles lançaram as bases do estudo científico da sociedade e da política. Muito se aprendeu depois disso, mas os princípios que eles formularam conservam toda a sua força de exigências incontornáveis. O mais importante é a distinção entre o discurso dos agentes e o discurso do cientista que o analisa. Doxa (opinião) e episteme (ciência) são os termos que os designam respectivamente, mas estas palavras tanto se desgastaram pelo uso que, para torná-las novamente úteis, é preciso explicar o seu sentido em termos atualizados. Foi o que fez Edmund Husserl com a distinção entre discurso “pré-analítico” e o discurso tornado consciente pela análise de seus significados embutidos. Por exemplo, na linguagem corrente, podemos opor o comunismo ao anticomunismo como duas ideologias. No entanto, comunismo é uma ideologia, mas o anticomunismo não é uma ideologia, é a simples rejeição de uma ideologia. É analisando e decompondo compactados verbais como esse e comparando-os com os dados disponíveis que o estudioso pode chegar a compreender a situação em termos bem diferentes daqueles do agente político. Mas também é certo que os próprios conceitos científicos daí obtidos podem incorporar-se depois no discurso político, tornando-se expressões da doxa. É isso, precisamente, o que se denomina uma ideologia: um discurso de ação política composto de conceitos científicos esvaziados de seu conteúdo analítico e imantados de carga simbólica. Então, é preciso novas e novas análises para neutralizar a mutação da ciência em ideologia.(Olavo de Carvalho, com cortes) Marque com (V) as afirmações verdadeiras e com (F) as falsas. Indique, em seguida, a seqüência correta. ( ) Mantém-se a correção gramatical substituindo-se a expressão ‘Vinte e quatro séculos atrás’(l.1) por ‘Há vinte e quatro séculos’ ou por ‘Fazem vinte e quatro séculos’. ( ) A oração ‘Muito se aprendeu depois disso’(l.2 e 3) poderia ser substituída por ‘Aprenderam-se muitas coisas depois’, preservando-se o sentido e a correção gramatical do texto. ( ) Compromete-se a clareza do texto e há prejuízo para a correção gramatical do período se o pronome da expressão ‘estas CURSOS ON-LINE – PORTUGUÊS EM EXERCÍCIOS – TURMA 2 PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKI www.pontodosconcursos.com.br 23 palavras’(l.7) for substituído por ‘essas’. a) F, V, F, b) F, F, F, c) V, V, V d) F, F, V e) V, F, F Gabarito: A Comentário. 1ª) Verbos que indicam tempo decorrido são impessoais e não se flexionam – Há vinte e quatro séculos / Faz vinte e quatro séculos (e não “fazem”, como proposto). - FALSA 2ª) As duas formas estão em construções de voz passiva pronominal, tendo sido substituída apenas a forma “muito” por “muitas coisas” e, conseqüentemente, a forma verbal para concordar com o sujeito. A correção gramatical foi mantida e os aspectos semânticos respeitados. 3ª) É preciso voltar ao texto para compreender a passagem. “O mais importante é a distinção entre o discurso dos agentes e o discurso do cientista que o analisa. Doxa (opinião) e episteme (ciência) são os termos que os designam respectivamente, mas estas palavras tanto se desgastaram pelo uso que ...” O pronome demonstrativo “estas” está em referência anafórica, devendo, segundo a norma culta, ser substituído por “essas”. Note que, dessa vez, não houve referência a norma culta e, mesmo assim, a banca considerou necessária a troca dos pronomes. 20 - (MPU/2005) Assinale a opção que preenche corretamente as lacunas do texto. A _______ intelectual de Nabuco provém de suas ________ e é por isso que nele ______, mais do que o artista, o pensador político. É uma tradição espiritual que ele conserva e eleva a um grau superior, ainda que a______ vocação política se alie ______ sensibilidade artística. (Baseado em Graça Aranha) CURSOS ON-LINE – PORTUGUÊS EM EXERCÍCIOS – TURMA 2 PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKI www.pontodosconcursos.com.br 24 a) essência origens se acentua essa a b) riqueza raízes se acentua esta à c) carreira influências marca-se tal à d) qualidade raízes acentua-se esta a e) vivência raízes acentua-se essa à Gabarito: A Comentário. A partir dessa 3ª lacuna dessa questão, abordaremos um dos pontos mais incidentes em questões que envolvem pronomes – COLOCAÇÃO PRONOMINAL. Para fins didáticos, iremos comentar cada uma das lacunas. 1ª E 2ª) Qualquer das formas propostas serviria para preencher a primeira e a segunda lacunas. 3ª) As três posições que o pronome ocupa em relação ao verbo são: antes do verbo (próclise), no meio do verbo (mesóclise, que só ocorre com verbos no futuro do presente e no futuro do pretérito do indicativo) ou após o verbo (ênclise). A fim de facilitar, resumimos todas as regras de colocação pronominal a três: 1) REGRA GERAL: Segundo a norma culta, a regra é a ênclise, ou seja, o pronome após o verbo. Isso tem origem em Portugal, onde essa colocação é mais comum. No Brasil, o uso da próclise é mais freqüente, por apresentar maior informalidade. Mas, como devemos abordar os aspectos formais da língua, a regra será ênclise, usando próclise em situações excepcionais, que são: ¾ Palavras invariáveis (advérbios, alguns pronomes, conjunção) atraem o pronome. Por “palavras invariáveis”, entendemos os advérbios, as conjunções, alguns pronomes que não se flexionam, como o pronome relativo que, os pronomes indefinidos quanto/como, os pronomes demonstrativos isso, aquilo, isto. Exemplos: “Ele não se encontrou com a namorada.” – próclise obrigatória por força do advérbio de negação. CURSOS ON-LINE – PORTUGUÊS EM EXERCÍCIOS – TURMA 2 PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKI www.pontodosconcursos.com.br 25 “Quando se encontra com a namorada, ele fica muito feliz.” – próclise obrigatória por força da conjunção; ¾ Orações exclamativas (“Vou te matar!”) ou que expressam desejo, chamadas de optativas (“Que Deus o abençoe!”) – próclise obrigatória. ¾ Orações subordinadas – (“... e é por isso que nele se acentua o pensador político” – uma oração subordinada causal, como a da questão, exige a próclise.). 2) EMPREGO PROIBIDO: ¾ Iniciar período com pronome (a forma correta é: Dá-me um copo d’água. / Permita-me fazer uma observação.); ¾ Após verbo no particípio, no futuro do presente e no futuro do pretérito. Com essas formas verbais, usa-se a próclise (desde que não caia na proibição acima), modifica-se a estrutura (troca o “me” por “a mim”) ou, no caso dos futuros, emprega- se o pronome em mesóclise. Exemplos: “Concedida a mim a licença, pude começar a trabalhar.” (Não poderia ser “concedida-me” – após particípio é proibido - nem “me concedida” – iniciar período com pronome é proibido). “Recolher-me-ei à minha insignificância” (Não poderia ser “recolherei-me” nem “Me recolherei”). 3) EMPREGO FACULTATIVO: ¾ Com o verbo no infinitivo, mesmo que haja uma palavra “atrativa”, a colocação do verbo pode ser enclítica (após o verbo) ou proclítica (antes do verbo). Exemplo: “Para não me colocar em situação ruim, encerrei a conversa.” “Para não colocar-me em situação ruim, encerrei a conversa.” Assim, com infinitivo está sempre certa a colocação, desde que não caia em um caso de proibição (começar período). NÃO CONFUNDA INFINITIVO COM FUTURO DO SUBJUNTIVO – Na maior parte dos verbos, essas formas são iguais (para comprar/quando comprar). Contudo, a regra da CURSOS ON-LINE – PORTUGUÊS EM EXERCÍCIOS – TURMA 2 PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKI www.pontodosconcursos.com.br 26 colocação pronominal só se aplica ao infinitivo. Se o verbo estiver no futuro do subjuntivo, aplica-se a regra geral. Para ter certeza de que é o infinitivo mesmo e não o futuro do subjuntivo, troque o verbo por um que apresente formas diferentes, como o verbo trazer (para trazer / quando trouxer), fazer (para fazer/ quando fizer), pôr (para pôr/ quando puser), e tire a prova dos noves. Se for infinitivo, pode colocar o pronome antes ou depois, tanto faz. De qualquer jeito, estará certo, mesmo que haja uma palavra atrativa (invariável). Observação importante: quando houver DUAS palavras invariáveis, o pronome poderá ser colocado entre elas. A esse fenômeno dá-se o nome de APOSSÍNCLESE. Exemplo: “Para não levar-me a mal, irei apresentar minhas desculpas.” – como vimos, com infinitivo está sempre certa a colocação (caso facultativo), mesmo que haja uma palavra invariável (no caso, são duas – para e não). COLOCAÇÕES IGUALMENTE POSSÍVEIS: (1) “Para não me levar a mal, ...”- O pronome foi atraído pelo advérbio. (2) “Para me não levar a mal, ...” – O pronome foi atraído pelo pronome. Voltando à questão da prova, como vimos, em orações subordinadas, ocorre a próclise. Essa é uma oração subordinada adverbial conclusiva: “... é por isso que nele se acentua ... o pensador político.”. Há somente duas opções que oferecem essa construção: a e b (já temos 50% de chances de ganhar o ponto!). 4ª) A quarta lacuna é preenchida por um pronome demonstrativo que se refere um termo mencionado na passagem anterior do texto (a vocação política pertencia ao pensador político, Nabuco). Esse é o uso anafórico do pronome demonstrativo. O pronome, por fazer referênciaa algo do passado, deve ser usado na forma ESSA: “... ainda que essa vocação política se alie...”. 5ª) O termo regente aliar, na construção, é pronominal (eu me alio, tu te alias, ele se alia) e transitivo indireto, exigindo a preposição a (“Alguém se alia a outrem.”). Deve-se ler todo o período para se verificar qual seria o termo regido. CURSOS ON-LINE – PORTUGUÊS EM EXERCÍCIOS – TURMA 2 PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKI www.pontodosconcursos.com.br 27 Vamos lá. O segmento é: “É uma tradição espiritual que ele conserva e eleva a um grau superior, ainda que a essa vocação política se alie ____ sensibilidade artística”. Percebe-se que o “a” que a antecede “essa vocação” só pode ser uma preposição, não poderia ser um artigo definido. Quer ver? Vamos colocar a expressão “essa vocação política” como sujeito de uma oração: “Essa vocação política surgiu ainda na adolescência”. Haveria alguma possibilidade de se colocar um ARTIGO DEFINIDO FEMININO antes do pronome “essa” (A essa vocação política surgiu...)? Não! Então, esse “a” que antecede a penúltima lacuna é uma preposição, exigida pelo verbo “aliar-se”. O termo regido, portanto, é essa vocação política. Colocando na ordem direta, a construção seria: “... ainda que a sensibilidade artística se alie a essa vocação política ...” Percebe-se, assim, que “sensibilidade artística” é o sujeito da oração e sujeito não admite ser iniciado por preposição (se existir preposição, ela pertence a outra oração que não a desse sujeito). Conclusão: esse a não é acentuado. A resposta foi a letra a – “essência / origens/ se acentua / essa / a”. Leia o texto para responder à questão 21. A defesa do contribuinte no Brasil é mais ampla do que em muitos países mais desenvolvidos, onde a democracia já está consolidada. Antes de recorrer à Justiça comum, o contribuinte pode-se defender em duas instâncias da esfera administrativa. São tantos expedientes protelatórios que, muitas vezes, os impostos devidos tornam-se incobráveis pela morte ou pelo desaparecimento do devedor. O resultado são dezenas de bilhões de reais inscritos na dívida ativa que ficam definitivamente nas mãos dos sonegadores. Essa tolerância com a sonegação, que não é vista como crime, faz parte da nossa cultura, do nosso processo histórico. (Folha de S. Paulo, 19/08/2000, p. A3, com adaptações) 21- (TRF/2000) É incorreto afirmar que, no texto, a) pode-se eliminar o “do” da expressão “mais ampla do que” (l.1) sem prejuízo gramatical para o período b) o pronome relativo “onde” (l.2) equivale a “nos quais” CURSOS ON-LINE – PORTUGUÊS EM EXERCÍCIOS – TURMA 2 PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKI www.pontodosconcursos.com.br 28 c) a expressão “pode-se defender” (l.3) admite a colocação “pode defender-se” d) a expressão “que não é vista como crime” (l.9) está entre vírgulas por tratar-se de uma explicação e) o “–se” em “tornam-se” (l.5) indica a indeterminação do sujeito Gabarito: E Comentário. Na passagem “São tantos expedientes protelatórios que, muitas vezes, os impostos devidos tornam-se incobráveis pela morte ou pelo desaparecimento do devedor”, o verbo tornar é transobjetivo, ou seja, possui um objeto direto e um predicativo do objeto direto. O que se torna incobrável? Resposta: os impostos. Então, com o verbo tornar, que é transitivo direto e está acompanhado do pronome “se”, constrói- se voz passiva, sendo o sujeito paciente representado pelo vocábulo “impostos”. A função desse pronome “se”, portanto, é apassivadora. As demais opções corretas são: a) é facultativa a colocação da preposição antes da conjunção comparativa – “mais ampla (do) que”. b) O pronome relativo onde pode ser substituído, sem problemas, pelo correspondente “em que” ou “no qual” (e flexões), mas a recíproca nem sempre é verdadeira. O relativo onde deve ter como referência um lugar. O “em que” pode ser usado com qualquer referente desde haja um termo que exija a preposição “em”. Exemplo: “Nas palestras em que o tema foi abordado houve discussões acirradas.”, o vocábulo “palestras” é um evento, e, pela norma culta, não admite o relativo onde. No texto, o relativo refere-se a “países”, então tanto onde quanto em que/nos quais estariam corretos. c) A norma culta condena o pronome “solto” no meio da locução verbal ou, numa linguagem mais apropriada, em próclise em relação ao principal (pode se defender). Na linguagem coloquial (do dia-a-dia), é constantemente utilizada essa forma de colocação. Na construção analisada, o verbo auxiliar aceita ênclise (pode-se defender); o principal está no infinitivo, que também aceita o pronome nessa posição (pode defender-se). Portanto, está correta a proposta do item c. d) na aula sobre pontuação, veremos que elementos de natureza explicativa são colocados entre vírgulas. CURSOS ON-LINE – PORTUGUÊS EM EXERCÍCIOS – TURMA 2 PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKI www.pontodosconcursos.com.br 29 22 - (AFC 2002) Quanto à norma culta, em relação aos termos grifados, assinale a opção correta. Para que a intervenção governamental se justifique é preciso, primeiro, que se prove a existência de uma distorção que faça com que o mercado não aloque eficientemente os recursos. Segundo, que se pondere as alternativas para corrigir aquela distorção à luz de seus custos e benefícios. Pode-se concluir pela adoção de medidas corretivas, e de que tipo devem ser, somente após esta análise. Dada a realidade brasileira, é provável que essas tendam a ser muito mais relativas à natureza da política econômica do que da política industrial. Esta última ainda precisa ser muito melhor embasada. (Adaptado de Cláudio Haddad) a) Todas as ocorrências de “se” admitem mudança de colocação. b) Em “se justifique”, a próclise do “se” está em desacordo com a norma culta. c) Em “se prove”, a norma culta admite a ênclise do “se”. d) Em “se pondere”, a próclise do “se” é facultativa. e) Em “Pode-se”, a ênclise do “se” justifica-se por ser início de oração. Gabarito: E Comentário. Os erros das demais opções são: a) há ocorrências em que a colocação apresentada não admite mudanças – próclise em “que se prove” (atração pela conjunção); ênclise em “Pode-se concluir” (início do período). b) a próclise de “se justifique” se deve à oração subordinada a qual integra (“para que a intervenção governamental se justifique...” – oração subordinada adverbial final). c) a próclise é obrigatória em “se prove” por força da conjunção integrante que (“É preciso ISSO” – “que se prove a existência...”). Para relembrar a diferença entre pronome relativo e conjunção, leia a aula 5, comentário à questão 2. 23 - (Oficial de Chancelaria/2002) Marque o item sublinhado que corresponda a erro gramatical ou de grafia ou configure uma incoerência por impropriedade vocabular. CURSOS ON-LINE – PORTUGUÊS EM EXERCÍCIOS – TURMA 2 PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKI www.pontodosconcursos.com.br 30 No Brasil, os intelectuais formaram-se e desenvolveram-se à sombra(A) do Estado. São uma elite que reafirma-se(B) como classe média. Estiveram em evidência como pensadores do social nos anos 30, como ideólogos(C) do desenvolvimento na década de 60, como atores(D) políticos sob(E) a ditadura. (Baseado em Ana Maria Fernandes) a) A b) B c) C d) D e) E Gabarito: B Comentário. O pronome relativo que (substitui “elite”), por ser uma palavra invariável, provoca a atração do pronome oblíquo “se” – que se reafirma. Leia o texto abaixo para responder à questão 24. Uma das grandes ilusões da década dos 90 é que houve tal mudança na economia americana que precisamos de uma “nova teoria econômica” para explicá-la. É verdadeque no período 1995/1999 houve uma aceleração do crescimento da economia acompanhada (o que parece paradoxal) por uma redução da taxa de inflação. É um paradoxo apenas na aparência. Não existe nenhuma razão para pensar que a simples e pura aceleração do crescimento deve, necessariamente, levar a um aumento da taxa de inflação. Isso só deveria ocorrer se a demanda global estivesse tentando crescer mais depressa do que a oferta global e a economia estivesse em pleno emprego. Há muitas razões pelas quais não se deve aceitar tal relação de causalidade. Por exemplo, se a participação da massa salarial na renda global estiver diminuindo e a produtividade do trabalho estiver crescendo, o custo do trabalho por unidade de produto diminuirá e haverá um aumento de lucro. Isso estimulará o investimento e a incorporação de novas tecnologias, aumentando a oferta global. Outra possibilidade é a combinação de uma redução dos preços das importações com uma valorização externa da moeda. Mas em que a década dos 90 é diferente da dos 80 na economia americana? A tabela abaixo compara as duas, usando a média trimestral CURSOS ON-LINE – PORTUGUÊS EM EXERCÍCIOS – TURMA 2 PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKI www.pontodosconcursos.com.br 31 das variáveis. Verificamos que as diferenças residem no aumento da produtividade do trabalho, na redução da taxa de desemprego e na queda da taxa de inflação. Esta última é notável quando levamos em conta que uma taxa anual de 5,6% produz, em dez anos, uma inflação acumulada de 72%, enquanto uma taxa anual de 3% produz uma inflação acumulada, na década, de 34%. (Antonio Delfim Netto, com adaptações) 24 - (CVM/2000) Marque com (V) as afirmações verdadeiras e com (F) as falsas. Indique, em seguida, a seqüência correta. ( ) O segmento “Há muitas razões pelas quais...”(l.10) pode também ser corretamente escrito como Há muitas razões por que... ( ) Por uma questão estilística, deve-se preferir a ênclise do pronome ao verbo auxiliar em “não se deve aceitar”(l.11). ( ) O pronome “Isso”(l.14) refere-se a todo o período anterior. a) F / F / V b) F / V / F c) V / F / V d) V / V / F e) V / V / V Gabarito: C – V / F / V Comentário. 1ª) O relativo as quais (cujo antecedente é razões) com a preposição por forma pelas quais. Então, a substituição do relativo as quais pelo que e manutenção da preposição (por que) mantém o período correto. Em vários livros voltados para concursos públicos há listas e mais listas sobre o porque e suas formas (separado com acento, separado sem acento, junto com acento, junto sem acento). Primeiro devemos entender o motivo da acentuação do vocábulo. Quando o pronome ou a conjunção está no início ou no meio do período, normalmente é átona, chegando, por regionalismo, ser pronunciada como “porqui”. Todavia, no fim do período, recebe ênfase e passa a ser forte, tônico. É por isso que, nessa posição, recebe o acento circunflexo. Também é acentuado o substantivo porquê, que, na mudança de classe CURSOS ON-LINE – PORTUGUÊS EM EXERCÍCIOS – TURMA 2 PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKI www.pontodosconcursos.com.br 32 gramatical, passou a ter uma tonicidade que na forma de pronome ou conjunção não tinha. Em resumo: recebe acento circunflexo o vocábulo tônico, quer pronome interrogativo no fim da frase (“Eu preciso saber por quê.”), quer substantivo (“Ele não sabe o porquê da demissão.”). Se for: - conjunção (explicativa ou causal), é junto – porque. - pronome relativo acompanhado de preposição (como na questão) é separado e pode ser substituído por “pelo qual” e flexões – por que. - preposição + pronome interrogativo (em pergunta direta ou indireta), ele é separado – por que (“Não sei por que você não veio.” / “Por que você não veio?” / “Você não veio por quê?” – recebeu acento por ser tônico), com a idéia de “por qual motivo / por qual razão”. Usa-se essa forma também como complemento de expressões como eis, daí e em outras em que esteja implícita a palavra “motivo” – “Eis por que (motivo) eu não irei à festa.” / “Estive doente, daí por que (motivo) não fui à festa.” / “Não há por que (motivo) você se aborrecer comigo.”. 2ª) O item sugere a colocação do pronome após o verbo auxiliar. A forma proposta foi: “não deve-se aceitar”(ênclise ao auxiliar). Está incorreta, pois o advérbio (palavra invariável) atrai o pronome átono para junto de si – não se deve aceitar. 3ª) O segmento a ser analisado é: “Há muitas razões pelas quais não se deve aceitar tal relação de causalidade. Por exemplo, se a participação da massa salarial na renda global estiver diminuindo e a produtividade do trabalho estiver crescendo, o custo do trabalho por unidade de produto diminuirá e haverá um aumento de lucro. Isso estimulará o investimento e a incorporação de novas tecnologias, aumentando a oferta global.” O pronome demonstrativo isso faz referência anafórica, ou seja, em relação a termos antecedentes do texto. Esses termos são os que compõem o período imediatamente anterior. O que estimulará o investimento e a incorporação de novas tecnologias, aumentando a oferta global, será o aumento do lucro decorrente da diminuição do custo do trabalho por unidade de produto. Está correta a afirmação. CURSOS ON-LINE – PORTUGUÊS EM EXERCÍCIOS – TURMA 2 PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKI www.pontodosconcursos.com.br 33 25- (APO MPOG/2005) Aponte a opção que finaliza com correção gramatical o trecho abaixo. O desenvolvimento científico e tecnológico tem, de fato, uma coerência imanente fundamental. O seu temido desvirtuamento decorre sempre de fatores acidentais, alheios portanto à sua lógica intrínseca e fatal que, levada às últimas conseqüências, é sempre a favor e não contra o homem, porquanto não somente somos parte integrante do processo, mas o seu remate. Se a televisão, por exemplo, pode revelar-se aborrecida ou nociva, _______________________________________ (Lúcio Costa, “O novo humanismo científico e tecnológico”) a) não é que o deve ser necessariamente, mas porque o critério do seu emprego a torna assim. b) não é que deva sê-lo necessariamente, mas por que o critério do seu emprego a torna assim. c) não é porque seja-o necessariamente, mas por que o critério do seu emprego torna-a assim. d) não é que a deve ser necessariamente, mas porque o critério do seu emprego torna-a assim. e) não é que deve sê-la necessariamente, mas por que o critério do seu emprego torna-a assim. Gabarito: A Comentário. Além do aspecto semântico, devemos observar a correção gramatical. Por isso, para aumentar nossas chances de acertar a questão, vamos eliminar os itens que apresentam erros gramaticais: As opções b, c e e apresentam o vocábulo por que (separado), que é um pronome interrogativo. Na oração, deve ser usada uma conjunção de valor explicativo. Na opção d, o erro é de colocação pronominal: numa oração subordinada explicativa, iniciada pela conjunção explicativa porque, o pronome deve estar em próclise; contudo, observa-se o pronome em ênclise (“mas porque o critério do seu emprego torna-a assim”). Só com essa análise gramatical, teríamos acertado a questão. Para fins didáticos, iremos avaliar o aspecto semântico da construção e a função de seus elementos. É preciso, antes de tudo, compreender o texto. Para isso, precisamos vencer alguns obstáculos, quais sejam: o CURSOS ON-LINE – PORTUGUÊS EM EXERCÍCIOS – TURMA 2 PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKI www.pontodosconcursos.com.br 34 emprego de vocábulos desconhecidos por nós. Alguns são essenciais, outros não. Glossário: Imanente – algo sempre presente, inseparável; Porquanto – conjunção de valor causal, equivalente a porque;Remate – acabamento, fim, e, em linguagem conotativa, cume, auge, ponto máximo. Fala-se da coerência própria do desenvolvimento científico e tecnológico, de seu desvirtuamento e das conseqüências disso, sempre a favor do homem, que é não só parte, mas também o fim desse processo. A partir disso, aborda-se o papel da televisão nesse contexto. Para compreendermos a função do pronome demonstrativo o em “não é que o deve ser necessariamente”, vamos dissecar a passagem: “Se a televisão, por exemplo, pode revelar-se aborrecida ou nociva, não é que necessariamente deve (a televisão) ser assim (aborrecida ou nociva), mas porque o seu emprego (emprego da televisão) a torna (torna a televisão) assim (aborrecida ou nociva).” Afinal, qual a função do pronome demonstrativo em “não é que o deve ser”? Retomar a idéia de que “a televisão pode revelar-se aborrecida ou nociva”. Por ser usado em referência a todo um período anterior, o pronome demonstrativo, em função vicária (substitui todo o antecedente), mantém-se neutro – no singular masculino – “o deve ser”. Um exemplo desse tipo de construção é “Preciso tirar férias mas vou fazê-lo no próximo ano.”. “Fazê-lo” retoma a idéia de “tirar férias”. Mantém-se, portanto, sob forma neutra – masculino e singular. Leia o texto abaixo para responder à questão 26. A extrema diferenciação contemporânea entre a moral, a ciência e a arte hegemônicas e a desconexão das três com a vida cotidiana desacreditaram a utopia iluminista. Não faltaram tentativas de conectar o conhecimento científico com as práticas ordinárias, a arte com a vida, as grandes doutrinas éticas com a conduta comum, mas os resultados desses movimentos foram pobres. Será então a modernidade uma causa perdida ou um projeto inconcluso? (Nestor Garcia Canclini, Culturas Híbridas, p. 33, com adaptações) CURSOS ON-LINE – PORTUGUÊS EM EXERCÍCIOS – TURMA 2 PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKI www.pontodosconcursos.com.br 35 26 - (AFRF 2005) Assinale a opção que constituiria, de maneira coerente com a argumentação e gramaticalmente correta, uma possível resposta para a pergunta final do texto. a) A resposta poderia estar na sugestão de aprofundar o projeto modernista, inserindo-o com a prática cotidiana, renovando-o o sentido das possíveis contradições. b) Para não considerá-la causa perdida, alguns teóricos sugerem encontrar outras vias de inserção da cultura especializada na práxis cotidiana, por meio de novas políticas de recepção e de apropriação dos saberes profissionais. c) Visando ao desenvolvimento de uma autonomia social e cultural, vários autores retomam uma tradição de pensamento que diz de que o moderno se forma nas cinzas do antigo e na luz que trouxe pelo novo. d) Segundo alguns pensadores modernos, não se tratam de projeções utópicas os empreendimentos culturais e sociais que renovam valores modernistas, enriquecendo saberes especializados. e) Nem causa perdida, nem projeto inconcluso: apenas a necessidade que o conhecimento e as relações sociais vêm a ser recolocados em novos patamares de dinâmica interna, criando novas relações entre os sujeitos. Gabarito: B (alterado após os recursos) Comentário. O gabarito, inicialmente tido como letra a, foi alterado para b, que não apresenta incorreção gramatical alguma. O pronome átono enclítico ao verbo no infinitivo está correto, pois “com infinitivo está sempre certa a colocação”, mesmo que, antes do verbo, haja DUAS palavras invariáveis (a preposição para e o advérbio não). Os erros das demais opções são: a) O primeiro erro é de regência verbal do verbo inserir em “inserindo- o com a prática cotidiana”. No sentido de “fixar(-se); implantar(-se)”, significado este que atende ao contexto, o verbo inserir pode ser transitivo direto e indireto, regendo a preposição em, ou transitivo direto pronominal e indireto, também com a mesma preposição em. Exemplo: “Inserir(-se) a democracia na vida nacional”. Considerando o contexto em que se apresenta tal passagem, a preposição empregada deveria ter sido em e não a preposição com. A segunda incorreção reside no emprego do pronome átono “o” na passagem “renovando-o o sentido das possíveis contradições”. Tal como CURSOS ON-LINE – PORTUGUÊS EM EXERCÍCIOS – TURMA 2 PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKI www.pontodosconcursos.com.br 36 empregado, prejudica a coerência textual. Há duas possibilidades de correção do período: 1 – caso se considere a intenção do autor em utilizar a acepção de “tornar novo”, a transitividade do verbo renovar é direta, devendo ser eliminado o pronome e mantido o objeto direto (“renovando o sentido das possíveis contradições”). 2 – de outro modo, se a opção tiver sido de apresentar o pronome com valor possessivo, igualmente se estaria incorrendo em erro, pois, segundo nos ensinam Celso Cunha e Lindley Cintra na “Nova Gramática do Português Contemporâneo”, neste caso, o mais apropriado é o pronome oblíquo lhe (“renovando-lhe o sentido...”). Esse uso é muito comum em expressões como “Beijou-lhe o rosto” – o seu rosto, “Roubou-me a bolsa” – a minha bolsa. Assim, esse pronome oblíquo, apesar de ligado ao verbo (beijou-lhe / roubou-me), tem valor possessivo e sua função é a de adjunto adnominal (a mesma função que seria exercida por um pronome possessivo – seu rosto / minha bolsa). c) O problema foi a regência do verbo dizer. É transitivo direto, não havendo justificativa para o emprego da preposição de (“que diz de que o moderno se forma”). Além disso a construção “e na luz que trouxe pelo novo” está sintaticamente mal construída, com prejuízo de coerência. d) a forma de sujeito indeterminado “trata-se de” deve ficar na 3ª pessoa do singular – “não se trata de projeções”. e) A regência do substantivo necessidade exige a preposição de – “apenas a necessidade de que o conhecimento e as relações sociais”. Na seqüência, um problema de conjugação verbal. Por se apresentar em uma oração de valor hipotético, o verbo auxiliar deve ser conjugado no modo subjuntivo – “a necessidade de que o conhecimento e as relações sociais venham a ser recolocados em novos patamares de dinâmica interna”. Bons estudos para todos vocês. LISTA DAS QUESTÕES COMENTADAS. 01 - (AFRE MG/2005) O setor público não é feito apenas de filas, atrasos, burocracia, ineficiência e reclamações. A sétima edição do Prêmio de Gestão Pública, coordenado pelo Ministério do Planejamento, mostra que o serviço público federal também é capaz de oferecer serviços com CURSOS ON-LINE – PORTUGUÊS EM EXERCÍCIOS – TURMA 2 PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKI www.pontodosconcursos.com.br 37 qualidade de primeiro mundo. De 74 instituições públicas inscritas, 13 foram selecionadas por ter conseguido, ao longo dos anos, implantar e manter práticas e rotinas de gestão capazes de melhorar de forma crescente seus resultados, tornando-os referências nacionais. O perfil dos premiados mostra que o que está em questão não é tamanho, visibilidade ou importância estratégica, mas, sim, a capacidade de fazer com que as engrenagens da máquina funcionem de forma eficiente, constante e muito bem controlada. (Ilhas de Excelência. ISTOÉ, 2/3/2005, com adaptações) Julgue a assertiva abaixo, em relação aos aspectos textuais. d) A retirada do pronome do termo “tornando-os”(l.8) preserva a correção gramatical e a coerência textual, deixando subentendido o objeto de “referências nacionais”(l.8). 02 - (Auditor TCE ES/2001) Os contratos e seus aditamentos serão lavrados nas repartições interessadas, as quais manterão arquivo cronológico dos seus autógrafos e registro sistemático do seu extrato, salvo os relativos a direitos reais sobre imóveis, que se formalizam por instrumento lavrado emcartório de notas, de tudo juntando-se cópia no processo que lhe deu origem. Julgue as proposições abaixo, em relação aos elementos do texto. c) Os pronomes possessivos na segunda oração referem-se a “arquivo cronológico”. 03 - (TFC SFC/2000) O saber produzido pelo iluminismo não conduzia à emancipação e sim à técnica e ciência moderna que mantêm com seu objeto uma relação ditatorial. Se Kant ainda podia acreditar que a razão humana permitiria emancipar os homens de seus entraves, auxiliando-os a dominar e controlar a natureza externa e interna, temos de reconhecer hoje que essa razão iluminista foi abortada. A razão que hoje se manifesta na ciência e na técnica é uma razão instrumental, repressiva. Enquanto o mito original se transformava em Iluminismo, a natureza se convertia em cega objetividade. Inicialmente a razão instrumental da ciência e técnica positivista tinha sido parte integrante da razão iluminista, mas no decorrer do tempo ela se autonomizou, voltando-se inclusive contra as suas tendências emancipatórias. (B. Freitag, A Teoria Crítica Ontem e Hoje, p. 35, com adaptações) CURSOS ON-LINE – PORTUGUÊS EM EXERCÍCIOS – TURMA 2 PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKI www.pontodosconcursos.com.br 38 Das seguintes expressões retiradas do texto, indique o item em que o elemento da coluna da esquerda faz remissão incorreta às expressões da coluna da direita. a) seu (l.2) .......... técnica e ciência moderna b) seus(l.4) ......... homens c) os (l.4) .............homens d) ela (l.11) ..........razão instrumental e) suas (l.12) .......cega objetividade 04 - (Assistente de Chancelaria/2003) Em relação ao texto abaixo, assinale o que se pede. Compara-se vulgarmente a dominação americana sobre o mundo, hoje, com a do Império Romano. Mas vejo muitas diferenças. Os romanos de fato conseguiram fazer uma coisa que os americanos não alcançaram: eles transformaram os habitantes de seu império em cidadãos romanos. Já no primeiro século da era cristã, o próprio São Paulo, que era judeu, claro, se dizia antes de tudo um cidadão romano. Não quero dizer que seja culpa deles, mas os americanos estão num mundo onde a americanização deve forçosamente parar num certo momento. Com sua potência militar ou econômica, eles dominam muitos Estados, mas não estão numa situação que lhes permita fazer das pessoas que dominam verdadeiros americanos. Isso é ao mesmo tempo bom e ruim. É bom porque as pessoas conservam o que se chama hoje de sua identidade. É ruim porque isso impede que essas pessoas se tornem membros inteiros da democracia americana, que é, apesar de seus enormes defeitos, uma democracia. (Depoimento de Jacques le Goff a Alcino Leite Neto, Folha de São Paulo, 14/04/2002, com adaptações) Assinale o par em que, no texto, o pronome da primeira coluna não se refere à expressão da segunda coluna. a) “eles”(l.4) ----- “romanos”(l.2) b) “deles”(l.7) ----- “americanos”(l.7) c) “lhes”(l.10) ----- “ verdadeiros americanos” (l.11) d) “sua”(l.12) ------ “pessoas”(l.12) e) “seus”(l.14) ------ “democracia americana” (l.14) CURSOS ON-LINE – PORTUGUÊS EM EXERCÍCIOS – TURMA 2 PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKI www.pontodosconcursos.com.br 39 05 - (AFRF 2003) Em relação aos elementos que constituem a coesão do texto abaixo, assinale a opção correta. O caráter ético das relações entre o cidadão e o poder está naquilo que limita este último e, mais que isso, o orienta. Os direitos humanos, em sua primeira versão, como direitos civis, limitavam a ação do Estado sobre o indivíduo, em especial na qualidade que este tivesse, de proprietário. Com a extensão dos direitos humanos a direitos políticos e sobretudo sociais, aqueles passam — pelo menos idealmente — a fazer mais do que limitar o governante: devem orientar sua ação. Os fins de seus atos devem estar direcionados a um aumento da qualidade de vida, que não se esgota na linguagem dos direitos humanos, mas tem nela, ao menos, sua condição necessária, ainda que não suficiente. (Renato Janine Ribeiro, Fronteiras da Ética, São Paulo: Senac, 2002, p.140) a) Em “o orienta”(l.2), “o” refere-se a “cidadão”(l.1). b) Em “este tivesse”(l. 4), “este” refere-se a “Estado”(l.3). c) Em “aqueles passam”(l.6), “aqueles” refere-se a “direitos políticos”(l.5). d) “sua ação”(l.7) e “seus atos”(l.8) remetem ao mesmo referente: “proprietário”(l.5). e) “sua condição”(l.10) refere-se a “um aumento da qualidade de vida”(l.8-9). 06 - (TRF 2002.1) Julgue se as formas de redação abaixo estão gramaticalmente corretas. c) Pensa hoje que se tornou barato adquirir a hegemonia ao preço de 3,8% de PIB florescente e produtividade que permite encarar sem susto o momento próximo em que os EUA gastarão com a defesa US$ 1 bilhão por dia. / Seu pensamento hoje é esse: tornou-se barato adquirir a hegemonia ao preço de 3,8% de PIB florescente e produtividade que permite encarar sem susto o momento próximo em que os EUA gastarão com a defesa US$ 1 bilhão por dia. 07 - (AFC / 2002) Julgue a substituição proposta para adequar o texto ao padrão culto formal do idioma. “O conceito de tributo, face sua interpretação nos conformes à Constituição, tem essa peculiaridade: deve obedecer ao princípio da CURSOS ON-LINE – PORTUGUÊS EM EXERCÍCIOS – TURMA 2 PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKI www.pontodosconcursos.com.br 40 legalidade estrita. Cumpre ressaltar mais uma vez: não há possibilidade de discricionariedade na definição legislativa do tributo, mas só teremos tributo se o dever de pagar uma importância ao Estado for vinculado à previsão de ter riqueza.” (Nina T. D. Rodrigues, com adaptações) III. substituir “essa”(l.2) por “esta” (TFC SFC/2000) Leia o texto para responder à questão 08. As casas-grandes requintadas, com negros tocando ópera e cantando em latim, não foram típicas de uma aristocracia rural que, isolando-se, cercando-se só de subordinados, fez sempre mais questão da quantidade que da qualidade dos seus títulos de grandeza: do número de seus pés de café e dos seus pés de cana; do número das suas cabeças de escravos e das suas cabeças de gado; do número das salas e dos quartos de suas casas-grandes. Isso é que, aos olhos da maioria dos brasileiros da era patriarcal ainda predominantemente rural, era grandeza. O senhor rural, mais pervertido pelo isolamento, desprezava tudo, pelo regalo de mandar sobre muitos escravos e de falar gritando com todo o mundo, tal a distância, não só social, como física, que o separava quase sempre das mulheres, dos filhos, dos negros, em casas vastas, com salas largas, onde quase nunca as pessoas estavam todas perto uma da outra; onde nas próprias mesas de jantar, de oito metros de comprido, era preciso que o senhor falasse senhorialmente alto para ser ouvido no fim da mesa quase de convento. (Gilberto Freire, Sobrados e Mucambos, p.46) 08 - Julgue a assertiva abaixo, em relação à correção dos elementos textuais b) O pronome demonstrativo Isso (l.7) refere-se à enumeração apresentada no período anterior e constitui um recurso de coesão textual. 09 - (TC PR 2002/2003) Monteiro Lobato, ao afirmar que "um país se faz com homens e livros", por certo indicou o caminho das pedras àqueles que, descuidadamente, promovem a história sem a preocupação de seu registro e que, por conseqüência, legam ao pó do esquecimento tudo o que foi feito – certo ou errado – ou deixado de fazer. Os homens fazem a história. Os livros registram a história. Sem estes, os exemplos do passado, os CURSOS ON-LINE – PORTUGUÊS EM EXERCÍCIOS – TURMA 2 PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKI www.pontodosconcursos.com.br 41 conhecimentos técnicos e científicos armazenados, o testemunho e asprovas colhidas não seriam repassados às gerações futuras, o que comprometeria a chamada evolução. www.tcparaná.gov.br Julgue a assertiva abaixo, em relação à correção dos elementos textuais. a) A expressão “o que comprometeria” (l.8-9) pode ser substituída por os quais comprometeriam, sem prejuízo das relações sintáticas e semânticas originais. 10 - (TFC SFC/2000) Assinale a opção incorreta em relação ao texto. O universo financeiro compreende dois canais principais para colocar doadores e tomadores de recursos, assim como poupadores e investidores em contato. Todos eles formam o mercado financeiro, que lida, basicamente, com títulos de curto prazo, como letras de câmbio, títulos do Tesouro e empréstimos interbancários, e o mercado de ações, que trabalha, principalmente, com ações e cotas empresariais e ações públicas. (Adaptado de Enciclopédia Compacta de Conhecimentos Gerais – Isto É ) Julgue a assertiva abaixo, em relação à correção dos elementos textuais. d) Em “que lida” (l.3-4) o “que” corresponde a cujo. 11 – (TRF 2002.1) Marque o segmento do texto que foi transcrito com erro gramatical. a) Finalmente, após cinco anos de debate, a Lei Brasileira de Arbitragem (Lei Marco Maciel), de iniciativa do Congresso Nacional, sancionada pelo Executivo, recebeu o “nada obsta” do Supremo Tribunal, em uma de suas últimas reuniões plenárias de 2001. b) Apesar de analisada e selada pelos três poderes da República, o fato mais marcante onde caracteriza a Lei de Arbitragem é a simpatia com que foi recebida por grande parcela da sociedade. c) Tal aspecto, em termos brasileiros, é emblemático, pois expressa, talvez, a chancela mas importante: a do cidadão, a confirmar que a lei pegou. d) De fato, a longa discussão quanto à constitucionalidade da Lei de Arbitragem manteve-se ao largo da atividade da sociedade civil, tendo CURSOS ON-LINE – PORTUGUÊS EM EXERCÍCIOS – TURMA 2 PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKI www.pontodosconcursos.com.br 42 em vista a implementação desse meio extrajudicial de solução de conflito. e) Foram intensos, nesses cinco anos de existência da Lei Marco Maciel, os cursos, as conferências, a publicação de estudos e livros, enfim, os debates travados ao redor do tema. (Baseado em Pedro Batista Martins) 12 - (AFC SFC/2000) Assinale a opção em que o item gramatical grifado constitui erro. a) É preciso pensar em como ajudar as pessoas que não estão conseguindo se beneficiar da globalização. b) Uma medida necessária é o treinamento e reciclagem dos trabalhadores que perderam seus empregos, para que possam ser reincorporados. c) E aqueles cujos não conseguirem voltar ao sistema produtivo devem ser alvo de políticas compensatórias que aliviem as tensões de uma transição econômica tão complexa. d) Trata-se de mudar de uma economia protegida há décadas para uma mais integrada. e) Programas de renda mínima e seguro-desemprego, para ficar em dois exemplos, são extremamente necessários em países como o Brasil. (Adaptado de Exame, 1/11/2000, p.143) 13 - (AFC SFC/2000) Indique a opção em que o texto foi transcrito com problemas de estruturação sintática. a) Assim como em “Os Trabalhadores”, de que predomina e dá direção do trabalho é a visão política e social do fotógrafo. Para Salgado, o centro do êxodo moderno está nas populações mais pobres e deserdadas. b) A violência do sistema econômico contemporâneo é o agente que direciona o movimento das câmeras do fotógrafo em milhares de películas tradicionais, numa era aclamada pela globalização e pela transmissão digital de imagens num mundo virtual. c) Contar a história da humanidade em trânsito é, como diz o próprio fotógrafo, uma história perturbadora. Mais ainda com o foco de atenção voltado para os refugiados, os favelados, os humilhados, os fugitivos da pobreza, da repressão, da guerra. CURSOS ON-LINE – PORTUGUÊS EM EXERCÍCIOS – TURMA 2 PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKI www.pontodosconcursos.com.br 43 d) Por seis anos, Salgado andou dos campos de refugiados às favelas urbanas. Presenciou momentos históricos de Kosovo, Eldorado dos Carajás e Ruanda, ícones do extermínio contemporâneo, produzindo lembranças fotográficas de que a globalização não é, e não será, a solução. e) Mesmo com um cenário mundial desesperador, as imagens dos livros de Sebastião Salgado fazem pensar que o fotógrafo acredita e tem esperanças na humanidade. São imagens pungentes, delicadas, realçadas pela qualidade e dramaticidade do preto-e-branco, numa crença absoluta de que a reflexão virá com a exposição do problema da maneira mais ampla possível. (Gazeta Mercantil, 8 e 9/4/2000, p.13, com adaptações) Leia o texto abaixo para responder às questões 14 e 15. Rápida Utopia O século do triunfo tecnológico foi também o da descoberta da fragilidade. Um moinho de vento pode ser reparado, mas o computador não tem defesa diante da má intenção de um garoto precoce. O século está estressado porque não sabe de quem se deve defender nem como: somos demasiado poderosos para poder evitar nossos inimigos. Encontramos o meio de eliminar a sujeira, mas não o de eliminar os resíduos. Porque a sujeira nascia da indigência, que podia ser reduzida, ao passo que os resíduos (inclusive os radioativos) nascem do bem- estar que ninguém quer mais perder. Eis por que nosso século foi o da angústia e da utopia de curá-la. Com um superego mais forte, a humanidade se embaraça num mal que conhece perfeitamente, confessa-o em público, tenta purificações expiatórias, às quais se juntam as Igrejas e os governos, e repete o mal porque ação a distância e linha de montagem impedem de identificá-lo no início do processo. Espaço, tempo, informação, crime, castigo, arrependimento, absolvição, indignação, esquecimento, descoberta, crítica, nascimento, longa vida, morte... tudo em altíssima velocidade. A um ritmo de estresse. Nosso século é o do enfarte. (Umberto Eco - tradução de Paulo Neves, com adaptações) 14 - (TCE ES/2001) Em relação ao emprego das palavras e expressões do texto, julgue a assertiva abaixo. CURSOS ON-LINE – PORTUGUÊS EM EXERCÍCIOS – TURMA 2 PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKI www.pontodosconcursos.com.br 44 e) Mantém-se o sentido e a correção gramatical ao substituir a expressão "às quais" (l.12) pelo pronome relativo que. 15 - (TCE ES/2001) Analise a correspondência entre as estruturas lingüísticas do texto. I- "que" (l.7) refere-se a "sujeira" (l.7) II- "-la", em "curá-la"(l.10) refere-se a "angústia" (l.10) III- "-o" em "confessa-o"(l.12) refere-se a "superego"( l.10) IV- "-lo" em "identificá-lo"(l.14) refere-se a "processo"(l.14) V- "tudo"(l.17) refere-se às informações enumeradas nas linhas 15 a 17. Marque a opção correta. a) Estão corretos todos os itens. b) Estão corretos apenas os itens I, II e IV. c) Estão corretos apenas os itens II e V. d) Estão corretos apenas os itens III, IV e V. e) Nenhum dos itens está correto. 16 - (AFRF 2003) Julgue a assertiva abaixo: e) O Fundo Monetário Internacional deixou de disciplinar a paridade das moedas, cuja a função foi criada há 59 anos para contentar-se com o craxá de auditor de confiança dos bancos credores nas contas e nos planos dos governos devedores, sem entrar no mérito do formato, do conteúdo e da seqüela dessa assistência. 17 - (TCU 2006) Assinale a substituição necessária para que o texto fique gramaticalmente correto. A situação social, política e econômica em que se encontra a população negra é conseqüência de um longo processo estrutural-histórico do qual mudanças dependem de políticas públicas amplas e pautas muito além das formulações dospreconceitos ou das discriminações do racismo como têm sido dadas. Aprofundar a base teórica significa aprofundar o campo das ações nas áreas do trabalho, da habitação, do urbanismo, da economia, da saúde, da cultura e da educação. CURSOS ON-LINE – PORTUGUÊS EM EXERCÍCIOS – TURMA 2 PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKI www.pontodosconcursos.com.br 45 (Henrique Cunha Jr. “Novos caminhos para os movimentos negros” in Política Democrática - Revista de Política e Cultura, Brasília: Fundação Astrogildo Pereira, Ano V, n. 12, agosto de 2005.) a) em que (l.1) > na qual b) do qual (l.3) > cujas c) de um (l. 2) > do d) têm sido (l. 6) > são e) nas ( l. 7) > em 18 - (TCE ES 2001) Marque a opção que preenche corretamente as lacunas do texto abaixo. Um portal na Internet ______ o cidadão poderá consultar as suas pendências burocráticas e financeiras com o governo e ________ ter todo o tipo de informação pessoal, como extrato do seu FGTS, entre outros. _______ é um cenário já existente em algumas cidades do mundo e que poderá chegar ao Brasil nos próximos anos, dentro do projeto de governo eletrônico. Um dos desafios de ______ projeto é a parte de segurança. a) onde - ainda - Esse - tal b) que - assim - Tal - esse c) em que - ainda - Eis - tal d) onde - assim - Esse - um tal e) que - também - Esse - tal 19 - (AFRF/2003) Vinte e quatro séculos atrás, Sócrates, Platão e Aristóteles lançaram as bases do estudo científico da sociedade e da política. Muito se aprendeu depois disso, mas os princípios que eles formularam conservam toda a sua força de exigências incontornáveis. O mais importante é a distinção entre o discurso dos agentes e o discurso do cientista que o analisa. Doxa (opinião) e episteme (ciência) são os termos que os designam respectivamente, mas estas palavras tanto se desgastaram pelo uso que, para torná-las novamente úteis, é preciso explicar o seu sentido em termos atualizados. Foi o que fez Edmund Husserl com a distinção entre discurso “pré-analítico” e o discurso tornado consciente pela análise de seus significados embutidos. Por CURSOS ON-LINE – PORTUGUÊS EM EXERCÍCIOS – TURMA 2 PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKI www.pontodosconcursos.com.br 46 exemplo, na linguagem corrente, podemos opor o comunismo ao anticomunismo como duas ideologias. No entanto, comunismo é uma ideologia, mas o anticomunismo não é uma ideologia, é a simples rejeição de uma ideologia. É analisando e decompondo compactados verbais como esse e comparando-os com os dados disponíveis que o estudioso pode chegar a compreender a situação em termos bem diferentes daqueles do agente político. Mas também é certo que os próprios conceitos científicos daí obtidos podem incorporar-se depois no discurso político, tornando-se expressões da doxa. É isso, precisamente, o que se denomina uma ideologia: um discurso de ação política composto de conceitos científicos esvaziados de seu conteúdo analítico e imantados de carga simbólica. Então, é preciso novas e novas análises para neutralizar a mutação da ciência em ideologia. (Olavo de Carvalho, com cortes) Marque com (V) as afirmações verdadeiras e com (F) as falsas. Indique, em seguida, a seqüência correta. ( ) Mantém-se a correção gramatical substituindo-se a expressão ‘Vinte e quatro séculos atrás’(l.1) por ‘Há vinte e quatro séculos’ ou por ‘Fazem vinte e quatro séculos’. ( ) A oração ‘Muito se aprendeu depois disso’(l.2 e 3) poderia ser substituída por ‘Aprenderam-se muitas coisas depois’, preservando-se o sentido e a correção gramatical do texto. ( ) Compromete-se a clareza do texto e há prejuízo para a correção gramatical do período se o pronome da expressão ‘estas palavras’(l.7) for substituído por ‘essas’. a) F, V, F, b) F, F, F, c) V, V, V d) F, F, V e) V, F, F 20 - (MPU/2005) Assinale a opção que preenche corretamente as lacunas do texto. A _______ intelectual de Nabuco provém de suas ________ e é por isso que nele ______, mais do que o artista, o pensador político. É uma CURSOS ON-LINE – PORTUGUÊS EM EXERCÍCIOS – TURMA 2 PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKI www.pontodosconcursos.com.br 47 tradição espiritual que ele conserva e eleva a um grau superior, ainda que a______ vocação política se alie ______ sensibilidade artística. (Baseado em Graça Aranha) a) essência origens se acentua essa a b) riqueza raízes se acentua esta à c) carreira influências marca-se tal à d) qualidade raízes acentua-se esta a e) vivência raízes acentua-se essa à Leia o texto para responder à questão 21. A defesa do contribuinte no Brasil é mais ampla do que em muitos países mais desenvolvidos, onde a democracia já está consolidada. Antes de recorrer à Justiça comum, o contribuinte pode-se defender em duas instâncias da esfera administrativa. São tantos expedientes protelatórios que, muitas vezes, os impostos devidos tornam-se incobráveis pela morte ou pelo desaparecimento do devedor. O resultado são dezenas de bilhões de reais inscritos na dívida ativa que ficam definitivamente nas mãos dos sonegadores. Essa tolerância com a sonegação, que não é vista como crime, faz parte da nossa cultura, do nosso processo histórico. (Folha de S. Paulo, 19/08/2000, p. A3, com adaptações) 21- (TRF/2000) É incorreto afirmar que, no texto, a) pode-se eliminar o “do” da expressão “mais ampla do que” (l.1) sem prejuízo gramatical para o período b) o pronome relativo “onde” (l.2) equivale a “nos quais” c) a expressão “pode-se defender” (l.3) admite a colocação “pode defender-se” d) a expressão “que não é vista como crime” (l.9) está entre vírgulas por tratar-se de uma explicação e) o “–se” em “tornam-se” (l.5) indica a indeterminação do sujeito 22 - (AFC 2002) Quanto à norma culta, em relação aos termos grifados, assinale a opção correta. CURSOS ON-LINE – PORTUGUÊS EM EXERCÍCIOS – TURMA 2 PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKI www.pontodosconcursos.com.br 48 Para que a intervenção governamental se justifique é preciso, primeiro, que se prove a existência de uma distorção que faça com que o mercado não aloque eficientemente os recursos. Segundo, que se pondere as alternativas para corrigir aquela distorção à luz de seus custos e benefícios. Pode-se concluir pela adoção de medidas corretivas, e de que tipo devem ser, somente após esta análise. Dada a realidade brasileira, é provável que essas tendam a ser muito mais relativas à natureza da política econômica do que da política industrial. Esta última ainda precisa ser muito melhor embasada. (Adaptado de Cláudio Haddad) a) Todas as ocorrências de “se” admitem mudança de colocação. b) Em “se justifique”, a próclise do “se” está em desacordo com a norma culta. c) Em “se prove”, a norma culta admite a ênclise do “se”. d) Em “se pondere”, a próclise do “se” é facultativa. e) Em “Pode-se”, a ênclise do “se” justifica-se por ser início de oração. 23 - (Oficial de Chancelaria/2002) Marque o item sublinhado que corresponda a erro gramatical ou de grafia ou configure uma incoerência por impropriedade vocabular. No Brasil, os intelectuais formaram-se e desenvolveram-se à sombra(A) do Estado. São uma elite que reafirma-se(B) como classe média. Estiveram em evidência como pensadores do social nos anos 30, como ideólogos(C) do desenvolvimento na década de 60, como atores(D) políticos sob(E) a ditadura. (Baseado em Ana Maria Fernandes) a) A b) B c) C d) D e) E Leia o texto abaixo para responder à questão 24. Uma das grandes ilusões da década dos 90 é que houve tal mudança na economia americana que precisamos de uma “nova teoria econômica” CURSOS ON-LINE– PORTUGUÊS EM EXERCÍCIOS – TURMA 2 PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKI www.pontodosconcursos.com.br 49 para explicá-la. É verdade que no período 1995/1999 houve uma aceleração do crescimento da economia acompanhada (o que parece paradoxal) por uma redução da taxa de inflação. É um paradoxo apenas na aparência. Não existe nenhuma razão para pensar que a simples e pura aceleração do crescimento deve, necessariamente, levar a um aumento da taxa de inflação. Isso só deveria ocorrer se a demanda global estivesse tentando crescer mais depressa do que a oferta global e a economia estivesse em pleno emprego. Há muitas razões pelas quais não se deve aceitar tal relação de causalidade. Por exemplo, se a participação da massa salarial na renda global estiver diminuindo e a produtividade do trabalho estiver crescendo, o custo do trabalho por unidade de produto diminuirá e haverá um aumento de lucro. Isso estimulará o investimento e a incorporação de novas tecnologias, aumentando a oferta global. Outra possibilidade é a combinação de uma redução dos preços das importações com uma valorização externa da moeda. Mas em que a década dos 90 é diferente da dos 80 na economia americana? A tabela abaixo compara as duas, usando a média trimestral das variáveis. Verificamos que as diferenças residem no aumento da produtividade do trabalho, na redução da taxa de desemprego e na queda da taxa de inflação. Esta última é notável quando levamos em conta que uma taxa anual de 5,6% produz, em dez anos, uma inflação acumulada de 72%, enquanto uma taxa anual de 3% produz uma inflação acumulada, na década, de 34%. (Antonio Delfim Netto, com adaptações) 24 - (CVM/2000) Marque com (V) as afirmações verdadeiras e com (F) as falsas. Indique, em seguida, a seqüência correta. ( ) O segmento “Há muitas razões pelas quais...”(l.10) pode também ser corretamente escrito como Há muitas razões por que... ( ) Por uma questão estilística, deve-se preferir a ênclise do pronome ao verbo auxiliar em “não se deve aceitar”(l.11). ( ) O pronome “Isso”(l.14) refere-se a todo o período anterior. a) F / F / V b) F / V / F c) V / F / V d) V / V / F e) V / V / V CURSOS ON-LINE – PORTUGUÊS EM EXERCÍCIOS – TURMA 2 PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKI www.pontodosconcursos.com.br 50 25 – (APO MPOG/2005) Aponte a opção que finaliza com correção gramatical o trecho abaixo. O desenvolvimento científico e tecnológico tem, de fato, uma coerência imanente fundamental. O seu temido desvirtuamento decorre sempre de fatores acidentais, alheios portanto à sua lógica intrínseca e fatal que, levada às últimas conseqüências, é sempre a favor e não contra o homem, porquanto não somente somos parte integrante do processo, mas o seu remate. Se a televisão, por exemplo, pode revelar-se aborrecida ou nociva, _______________________________________ (Lúcio Costa, “O novo humanismo científico e tecnológico”) a) não é que o deve ser necessariamente, mas porque o critério do seu emprego a torna assim. b) não é que deva sê-lo necessariamente, mas por que o critério do seu emprego a torna assim. c) não é porque seja-o necessariamente, mas por que o critério do seu emprego torna-a assim. d) não é que a deve ser necessariamente, mas porque o critério do seu emprego torna-a assim. e) não é que deve sê-la necessariamente, mas por que o critério do seu emprego torna-a assim. Leia o texto abaixo para responder à questão 26. A extrema diferenciação contemporânea entre a moral, a ciência e a arte hegemônicas e a desconexão das três com a vida cotidiana desacreditaram a utopia iluminista. Não faltaram tentativas de conectar o conhecimento científico com as práticas ordinárias, a arte com a vida, as grandes doutrinas éticas com a conduta comum, mas os resultados desses movimentos foram pobres. Será então a modernidade uma causa perdida ou um projeto inconcluso? (Nestor Garcia Canclini, Culturas Híbridas, p. 33, com adaptações) 26 - (AFRF 2005) Assinale a opção que constituiria, de maneira coerente com a argumentação e gramaticalmente correta, uma possível resposta para a pergunta final do texto. CURSOS ON-LINE – PORTUGUÊS EM EXERCÍCIOS – TURMA 2 PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKI www.pontodosconcursos.com.br 51 a) A resposta poderia estar na sugestão de aprofundar o projeto modernista, inserindo-o com a prática cotidiana, renovando-o o sentido das possíveis contradições. b) Para não considerá-la causa perdida, alguns teóricos sugerem encontrar outras vias de inserção da cultura especializada na práxis cotidiana, por meio de novas políticas de recepção e de apropriação dos saberes profissionais. c) Visando ao desenvolvimento de uma autonomia social e cultural, vários autores retomam uma tradição de pensamento que diz de que o moderno se forma nas cinzas do antigo e na luz que trouxe pelo novo. d) Segundo alguns pensadores modernos, não se tratam de projeções utópicas os empreendimentos culturais e sociais que renovam valores modernistas, enriquecendo saberes especializados. e) Nem causa perdida, nem projeto inconcluso: apenas a necessidade que o conhecimento e as relações sociais vêm a ser recolocados em novos patamares de dinâmica interna, criando novas relações entre os sujeitos.