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FUNDAMENTOS DO PREPARO CAVITÁRIO PARA PPF Na PPF devemos avaliar o paralelismo entre os pilares. Já na coroa total não tem essa implicação, pois é unitária. Essa é a única diferença entre elas. O preparo varia de acordo com a posição do dente no arco, caso o elemento esteja mal posicionado pode-se usar o DESGASTE SELETIVO, desgaste maior da área inclinada para compensar a posição do dente no arco. Quanto mais LONGO for o preparo, mais RETENTIVO ele será. Quanto mais fina for a linha de cimento, mais eficaz será a cimentação. Quanto mais próximas e justapostas estiverem as superfícies, mais fina será a película do cimento. Em 2 preparos que tenham o MESMO DIÂMETRO, o mais ALTO será o mais RETENTIVO, maior a área superficial (área de contato). Quanto maior a área, maior o atrito e maior a retenção. Quanto maior for o BRAÇO DE ALAVANCA, maior a FORÇA na sua extremidade e resistência. ALTURA DO PREPARO E RESISTÊNCIA Quanto maior for a altura, maior a resistência. Porém, se houver um preparo curto com uma peça longa, o braço de alavanca será maior e menor a retenção. CONICIDADE E RETENÇÃO Pouca conicidade entre as paredes haverá grande retenção, mas não haverá adaptação da peça protética (ela não se encaixa). Quando há muita conicidade haverá pouca retenção, a peça sairá com muita facilidade. Além disso, terá maior desgaste, estará mais próximo da polpa e gerará maior sensibilidade. A conicidade ideal é de 6º a 12º (para prótese fixa em metalocerâmica). Prótese fixa em cerâmica pura ( zircônia, dissilicato de lítio) a conicidade deve ser de 15º a 18º, a porcelana precisa entrar com folga para não fraturar. PARALELISMO ENTRE OS PILARES Os pilares devem estar paralelos entre si para que a prótese possa se encaixar adequadamente. CARACTERÍSTICAS DO PREPARO Dupla inclinação na cúspide de trabalho. Atualmente já esta sendo feito dupla inclinação em ambas as cúspides (de trabalho e balanceio). 1ª inclinação deve ser de 2º a 5º e 2ª inclinação de 5º a 10º. Técnica da silhueta, manter a forma original do elemento. O ângulo cavossuperficial deve ser em chanfro (chanfrado na vestibular e chanferete na palatina / mais largo na vestibular e mais estreito na palatina). Níquel-cromo é o metal utilizado na metalocerâmica. ETAPAS OPERATÓRIAS SULCO MARGINAL CERVICAL VESTIBULAR E SULCO MARGINAL CERVICAL LINGUAL: feito com ponta diamantada esférica 1014 em uma inclinação de 45° com o longo eixo do dente, e profundidade de +- 0,7 mm (medir a espessura da ponta diamantada com especímetro para ir o quanto a mesma será usada), esse sulco é de M para D, sem tocar nos dentes adjacentes e sem tocar raiz (recessões), somente na coroa clínica. * Profundidade final: 1,5 mm de profundidade. Utilizar fio retrator para fazer a delimitação. SULCO DE ORIENTAÇÃO VESTIBULAR, INCISAL E LINGUAL CERVICAL: feito com ponta diamantada cilíndrica com extremidade ogival 3216 (para coroa clinica longa) ou 3215 (para coroa clinica curta). Desgastes: vestibular de 1,2 mm para estética; Linguo-cervical de 0,6 mm; Incisal ou oclusal de +- 1,5mm, por ser estética e por transparência natural dessa região. Os sulcos vestibulares são feitos em 2 planos (da cervical ao 1/3 médio e do 1/3 médio ao 1/3 incisal); os sulcos incisais devem ser feitos com inclinação de 45°; os sulcos oclusais seguem a anatomia do dente. * No terço médio para garantir a zona de retenção friccional, desgastamos apenas 0,6mm, respeitando assim a curvatura/anatomia. Desse modo, a cervical e incisal desgastamos 1,2mm e 1/3 médio 0,6 mm. * Prótese metalocerâmica broca em formato cilíndrico de torpedo (serve tanto pra metalocerâmica quanto cerâmica pura), brocas 2214, 2215, 2216, 3214, 3215, 3216. Em cerâmica pura utiliza-se tronco cônica com extremo arredondado (somente cerâmica pura), brocas 2135, 2136, 3139, 4138. * Profundidade final: 1,2 a 1,5 mm. * 3 sulcos na vestibular e em molar 4 sulcos. DESGASTE PROXIMAL: feitos com pontas diamantadas tronco-cônicas 3203; devemos proteger o dente vizinho com matriz de aço, não atingir nem lesionar a área do col (altamente vascularizada e não queratinizada, que se agredida, faz com que a doença periodontal evolua muito mais rápida). Devemos eliminar a convexidade da área proximal, o dente fica expulsivo da cervical para incisal, ou seja, a incisal é mais estreita. * 1 a 1,5 de profundidade. REMOÇÃO DO ESMALTE: nessa etapa, unimos os sulcos que fizemos na V e na P (3118 a ponta), verificando com carbono. PREPARO DA INCISAL/OCLUSAL: unimos os sulcos e desgastamos a incisal/oclusal do elemento. * Até aqui, ½ do dente foi preparado, podemos usar uma sonda milimetrada para verificarmos se desgastamos corretamente o dente, respeitando as medidas. PREPARO DA OUTRA METADE: com as mesmas pontas diamantadas usadas anteriormente, seguindo as etapas corretamente, a coroa clinica fica preparada. PREPARO INTRASULCULAR: feito em baixa rotação com pontas diamantadas 3216, 2215, 3215 ou 2215, levamos o preparado intrasulcular, em 0,5 mm até 0,7 mm. Podemos usar também broca de tungstênio 283 (multilaminada). ACABAMENTO: usamos ponta diamantada 3216 ou 2215 e 4138 em baixa rotação. Arredondando as arestas axiais (quinas) e regularizando todas as paredes do preparo, deixando-o liso. * Em dentes vitalizados, passamos agua de Ca(OH)2 e deve haver ausência de sangramento. Assim o dente está preparado para ser moldado. FINAL: redução VESTIBULAR de 1,5 mm a 2 mm; redução lingual de 1,0 mm a 1,5 mm; oclusal 1,5 mm a 2,0 mm. * Espaço entre o dente do preparo e o antagonista deve ser de 2 mm idealmente; espessura mínima do metal 0,5 a 0,6 mm; a cerâmica feldspática é aplicada por cima do metal (ela NÃO pode ser aplicada com + de 2 mm em hipótese nenhuma, ela FRATURA).