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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DA INTEGRAÇÃO LATINO- AMERICANA Engenharia de materiais Filmes finos NANOTUBOS DE CARBONO POR CVD Estudantes: Duban Fernei Bravo Baron Guillermo Abel Valdez Lugo Stevenson Pierre Louis Professora: Nazir Monteiro Dos Santos 16/05/19 2 1. Introdução Os nanotubos de carbonos, desde a sua descoberta em 1991 por IIJIMA, devido as suas propriedades está sendo materiais de interesse para muitos pesquisadores na área de nanomateriais para o uso, sobretudo para indústria da nanotecnologia. Esse material tem um campo de aplicação diversificada em razão das boas propriedades como elétricas, químicas, mecânicas, térmica que lhe apresenta fazem com que se torna uma ferramenta poderosa para diversos tipos de ciências, sobretudo para nova geração de dispositivos eletrônicos. Para a produção dos CNTs, existem varias técnicas (as mais comuns são a técnica de ablação a laser, descarga de arco), atualmente utilizadas e dentre das se encontra a deposição química vapor (CVD). O CVD atualmente está sendo a técnica mais utilizadas além de produzir nanotubos de alta qualidade e alta pureza , também tem uma excelente eficiência em termo de produção para qualquer um dos tipos de CNTs existentes. Com a importância e o potencial que tem os CNTs na microeletrônica, é importante fazer uma pesquisa sobre a técnica CVD empregada para a síntese dos CNTs. Em geral existem dois tipos de nanotubos de carbono: Os nanotubos de carbono de paredes simples (SWNT, do inglês single-wall nanotubes) e os nanotubos de carbono de paredes múltiplas (MWNT, do inglês multiwalled nanotubes). As propriedades mecânicas, térmicas e elétricas fazem com que os nanotubos de carbonos sejam não só os melhores materiais dentro do grupo de fibras de carbono ou similares tipos de fibras, mas também que apresentam umas prestações muito maiores comparados com outros materiais usados para conduções elétricas, isolamento térmico e resistividade mecânica. Esses são normalmente recozidos a temperaturas superiores aos 1200 graus e podem suportar temperatura acima de 1500 graus. Na síntese dos nanotubos de carbono são crescidos pela técnica de CVD utilizando como gases precursores uma mistura de 𝑁2, 𝐶𝐻4 e 𝐻2. Como substrato normalmente se utilizam lâminas de 𝑆𝑖 com 500 nm de 𝑆𝑖𝑂2 crescido termicamente, além disso, também pode ser utilizado o grafite, quartzo, oxido de magnésio entre 3 outros substratos que favorecem o crescimento dos nanotubos de carbono (COLOMER, Et al, 2000). No caso do catalisador é utilizado o que melhor desempenho em termos de nucleação e crescimento dos nanotubos de carbono gere e de acordo com a literatura o níquel (𝑁𝑖) é o mais adequado. As amostras são preparadas depositando uma camada de metal catalítico (𝑁𝑖) sobre os substratos de 𝑆𝑖/𝑆𝑖𝑂2 mediante o eléctron beam ou sputtering. Depois da deposição da camada do catalisador as amostras devem ser tratadas termicamente numa atmosfera de 𝑁2 e 𝐻2 com o objetivo de formar as nanoparticulas que servem como centro de crescimento dos nanotubos. 2. Equipamentos O reator de CVD baseia num forno, adequado para gerar temperaturas entre 500 -1100 graus célsius mediante o uso de três resistências localizadas nos extremos e no centro do forno. No meio do forno se tem um tubo de quartzo, ligado ao painel de controle de fluxos dos gases precursores. O outro extremo do tubo esta aberto para a entrada e saída das amostras como as entradas e saídas dos gases por meio de um extrator. Os processos são realizados a pressão atmosférica. Figura 2 – Esquema ilustrativo do forno. Fonte: Elaborado por Abe, 2014. O reator PECVD esta baseado também na deposição química por vapor, mas a diferença com o CVD é que esta decomposição do gás é assistida por um plasma gerado numa câmera a baixa pressão mediante uma tensão. O reator é constituído por uma câmara de deposição ligada a um sistema de alto vácuo e a um sistema de 4 admissão e controle de fluxo dos gases reagentes. Dentro da câmara tem um porta substrato com controle de temperatura com a finalidade de manter a amostra à temperatura controlada requerida. O reator conta com um sistema de eletrodos onde é aplicada a tensão RF, de potencia ajustável, gerando o plasma acima da amostra. Figura 2.1 – Esquema do reator PECVD usado na fabricação de CNT. Fonte: Elaborado Lopez, 2016. 2.1. Técnicas de caracterização A caracterização dos nanotubos de carbono é feitos mediante espectroscopia Raman, microscopia eletrônica de varredura e de transmissão, difração de raios X e EDS. 2.1.1 Espectroscopias Raman para nanotubos de carbono A caracterização de CNTs por Raman permite obter diversas características do material analisado através de quatro bandas principais do espectro que podem ser geradas no analises. A primeira banda Radial Breathing (RBM), corresponde à extensão e contração, em fase, dos átomos de carbono de todo o tubo na direção radial da estrutura do material, a segunda é a banda G, é característico do carbono tipo 𝑠𝑝2, com seu pico aproximadamente 1582 𝑐𝑚−1, sendo referente à vibração planar das ligações do tipo C – C (BOKOBZA, 2012). A terceira é a banda D, ele representa a quantidade de desordem na estrutura do grafite, com porosidade, impurezas, defeitos ou interações entre as camadas no caso de formação de nanotubos de parede múltipla, sendo normalmente encontrado em 1350 𝑐𝑚−1 5 (SAITO, 2011) e a quarta banda (𝐺′) ou 2D, es uma banda situada entre 2500 e 2800 𝑐𝑚−1. A relação entre as intensidades das bandas D e G fornecem informação da qualidade e estrutural do material, no caso dos nanotubos de carbono nos possibilita diferenciar a formação de estruturas de paredes simples e múltiplas. Figura 2.1.1 – Espectro Raman típico dos CNTs Fonte: Costa (2008) No caso do SWCNT, existe uma grande diferença de intensidade entre os picos das bandas D e G, além da presença do RBM. Para MWCNT apresentam bandas com intensidades equivalentes. 2.1.2 Microscopia eletrônica de varredura Neste tipo de microscopia consegue-se obter maiores resoluções em comparação do microscópio ótico, para o caso das analises dos nanotubos se precisa um MEV de alta resolução devido ao tamanho dos CNT. 2.2 Caracterizações de filmes finos de CNT 2.2.1 Media de quatro pontas. Nesse método de ensaio elétrico, quatro eletrodos são distribuídos linearmente sobre uma superfície, se modo a se injetar uma corrente (𝐼) nos dois eletrodos extremos (1 e 4), fazendo-se a medida da queda de tensão (V) nos eletrodos centrais (2 e 3), ilustrado na seguinte figura. 6 Figura 2.2 – ilustração da distribuição de eletrodos em um medidor de quatro pontas. Fonte: Elaborado por Lopez, 2016. Essa técnica nos permite realizar medidas de resistividade e resistência de folha em filmes finos. Usualmente utilizados em micro eletrônica, de modo simples, sendo necessário somente pressionar os eletrodos sobre a amostra, o que pode provocar danos mecânicos (OKA, 2000). As dimensões das amostras são usualmente pequenas, tanto na espessura quanto na área, sendo feito algumas correções de fatores dependendo da espessura da amostra, efeito de borda e posicionamento dos eletrodos na amostra. A temperatura pode afetar o comportamento da amostra (GUTIÉRREZ, 2002).3. Métodos de sínteses de nanotubos de carbono Os principais métodos de síntese de nanotubos de carbono são o arco de descarga, a ablação a laser e por deposição química a vapor. Todos eles são métodos que são chamados de ascendente (ou bottom-up), porque eles pretendem obter certa nanoestrutura a partir de seus componentes básicos, neste caso, dos próprios átomos de carbono. Atualmente, a deposição química a vapor (CVD) é o método padrão usado na síntese de nanotubos de carbono, pois é a mais economicamente viável para produção em larga escala e permite controlar o comprimento, diâmetro, 7 orientação, densidade e pureza dos nanotubos sintetizados, o que determinará sua aplicabilidade. A deposição química a vapor é a decomposição catalítica de compostos de carbono arrastados por um fluxo contínuo de gás que passa por um forno à pressão atmosférica. O fluxo, vertical ou horizontal (15 a 45 minutos), desenha o composto de carbono e um gás inerte em uma superfície catalítica a uma temperatura de 500 - 1200 ºC. Um resfriamento subsequente à temperatura ambiente causa a deposição dos átomos de carbono, obtidos por decomposição térmica, nas partículas metálicas, que atuam como locais de nucleação. Figura 3 - Esquema simplificado da técnica CVD Fonte: Yamamoto, 2014. As características dos nanotubos dependem das condições, tais como, a pressão, composto de carbono, gás inerte, catalisador e substrato, Tempo de reação, Temperatura e PH. Há ainda um consenso sobre o mecanismo de crescimento dos CNTs no processo CVD. As dimensões das nanoparticulas utilizadas como catalisadores, o qual é utilizado para aumentar a área de superfície específica no processo irá a determinar o diâmetro dos nanotubos formados. Isso é um fator determinante para o crescimento de CNTs de parede simples (SWCNT), partículas com dimensões de alguns nanômetros, ou CNTs de paredes múltiplas (MWCNT), partículas com dimensões de algumas dezenas de nanômetros. 8 No processo, diversos parâmetros podem ser alterados e/ou controlados de modo a aperfeiçoar o resultado, tais como fonte de hidrocarbonetos, tempo do processo, temperatura, vazão do fluxo de gases, material do catalisador, geometria do forno, etc. Os resultados obtidos em pesquisas demostram uma tendência de se formar MWCNT com baixas temperaturas (600 - 900 ºC), e SWCNT a temperaturas mais altas (900 – 1200 ºC). Indicando a necessidade de uma maior energia para a obtenção dos SWCNT, e a facilidade de obtenção do MWCNT utilizando a maioria das fontes de hidrocarbonetos. Se o plasma é gerado no processo de crescimento, uma vez aplicado um campo elétrico intenso (deposição do vapor químico aumentado pelo plasma), então o crescimento do nanotubo seguirá a direção do campo elétrico aplicado. 4. Aplicações Os CNTs têm aplicações tecnológicas em diversos campos, dadas sua grande superfície e baixa resistividade, uma das aplicações mais importantes dos CNTs é no campo da eletroquímica, no desenvolvimento de supercapacitores, dispositivos de armazenamento de hidrogênio, células de combustível, e células solares. Na nanoeletrônica são utilizados para a fabricação de múltiplos dispositivos, entre os quais se destacam os transistores e memorias informáticas. Os CNTs também têm mostrado um grande potencial para adsorção de diversas substancias química, devido a sua elevada área especifica e porosidade estrutural. Dentre as múltiplas aplicações dos nanotubos, destaca-se a sua utilidade em dispositivos de emissão de campo, na optoeletrônica, na biomedicina e como aditivos em compósitos poliméricos ou cerâmicas, para a melhoria de suas propriedades térmicas, elétricas ou mecânicas, entre outros. Ao adicionar pequenas quantidades de nanotubos aos polímeros, eles mudam suas propriedades elétricas e isso dá origem às diversas aplicações. Como 9 por exemplo, devido à alta resistência mecânica dos CNTs, eles estão começando a ser usados para fazer com que raquetes de tênis e tacos de golfe sejam mais fortes. Também são utilizados em sensores; já que suas propriedades físico- químicas as tornam muito sensíveis. Assim, temos: Sensores químicos: devido à sua característica de variar suas propriedades elétricas, como resistência e capacidade, reagindo quimicamente com as substâncias a serem detectadas. Sensores mecânicos: eles são usados para descobrir forças. Devido às suas qualidades piezo resistivas quando submetidas a uma força, pequenos deslocamentos ocorrem em sua estrutura atômica e suas propriedades elétricas são alteradas. Sensores térmicos: sua resistência muda com a temperatura, além de ser piroelétrica. 10 5. Conclusão Podemos concluir basicamente que mediante o processo de sínteses de nanotubos de carbono por CVD e PECVD, o controle do processo permite identificar as condições de crescimento, mas adequadas para cada tipo de nanoparticulas, em termos de diâmetro. A temperatura do processo é usada como parâmetro para diferenciar o crescimento de nanotubos de carbono ou nanoparticulas tipo core-shell dependendo do requerimento, com os parâmetros adequados as técnicas ditas anteriormente aproveitam quase o 100% do metal catalizador usado à velocidade do processo de crescimento de nanotubos de carbono. A velocidade é maior na técnica de CVD comparada com a técnica de PECVD, mais a PECVD possui um ajuste mais fino da velocidade do catalisador comparada com o CVD. 11 Referências bibliográficas ABE, I. Sínteses de nanotubos de carbono pela técnica de deposição química a vapor, 89p. Dissertação (Mestrado) – Escola politécnica da universidade de são Paulo, 2014. BOKOBZA, L., Zhang, J., Express polymer letters (2012), 601. COLOMER, J. F, C. Stephan, S. lefrant, G. Van-Tendeloo, I. Willems, Z. Konya, A. Fonseca, C. Laurent, and J. B. Nagy, chem. Phys. Let, vol. 317, pp. 83-97, 2000. COSTA, S, Borowiak-palen, E., Kruszyñska, M., Bachmatiu., Materials Science Poland. 26 (2008), 433. Guitiérrez., M. P., Li, H., Patto, J Thin film surface resistivity (2002) SAITO, R. Hofmann, M. Dresslhaus, G., Jorio, A., Advances in physics 60, (2011), 413. LIDIA CON LA QUIMICA. Nanotubos de Carbono. Blog: por Enrique Castaños. Disponível em: <https://lidiaconlaquimica.wordpress.com/tag/nanotubos-de- carbono/>. Acesso em: 13 de maio 2019. Oka M, M., Medidas de quartas pontas (2000). - TECMUNDO. Filme de nanotubos de carbono é mais forte do que Kevlar. Blog: por Paulo Guilherme. Disponível em: <https://www.tecmundo.com.br/nanotecnologia/94994-filme-nanotubos-carbono- forte-kevlar.htm>. Acesso em: 14 de maio 2019. - YAMAMOTO, I. A. Síntese de Nanotubos de Carbono pela técnica de deposição química a vapor. Dissertação de mestrado, São Paulo, 2014. Disponível em: <https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/3/3140/tde-24042015- 152437/publico/dissertacao_Igor_Abe.pdf?fbclid=IwAR13GzXGnWIWL9OWVyVCJn 9SxnnAJn5C-fDYjD2MgQU2O0JSQHbJu9oOlbY>. Acesso em: 12 de maio 2019.
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