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CESPE
CAMINHO DAS PEDRAS
Língua Portuguesa
Preparando você para a aprovação
Edson Botelho
Como estamos iniciando o ano de 2019 e certamente você está bem focado no concurso TJ – AM. Por 
isso, guiarei você dando prioridade ao que efetivamente cai na prova. Todavia, não quero que você ignore 
temas com poucas ocorrências, mas tenha foco ao que mais cai, principalmente se o seu tempo de estudo 
é pouco. Você deve estudar e muito, mas também, outro fator que muitos candidatos deixam de lado é 
conhecer o estilo da banca examinadora. E essa etapa é ainda mais evidente quando você faz algum 
concurso realizado pela banca Cespe UnB, nova Cebraspe, pois a estratégia utilizada não é a mesma da 
tradição escolar, ou seja, questões de múltipla escolha.
O assunto de maior importância é a interpretação e a tipologia textual, porém vejo muitos alunos 
deixando de estudar a parte gramatical, por julgarem que Português é só ler e entender o texto. A 
interpretação de texto deve ser estudada, treinada, revisada. Não é uma simples leitura, mas é a busca do 
que realmente o texto pede.
Para interpretar textos
Leia o texto, no mínimo, duas vezes (uma para 
interpretar e outra para compreender as ideias).
Que assuntos normalmente constam dos editais do Cespe-Cebraspe?
1
Na primeira leitura, observe qual é a ideia princi-
pal defendida.
Os textos para compreensão e interpretação normalmente são bem objetivos. São trechos de artigos 
jornalísticos de autores conhecidos que abordam temas da atualidade, como economia e política.
A banca Cespe-Cebraspe
Caracteriza-se por deixar bem explícitas as ideias que confirmam a interpretação do texto. 
2
2
Tipos de texto 
Na segunda leitura, aprofunde no modo como o 
autor aborda o tema: sublinhe palavras chaves, 
verifique os argumentos que fundamentam a 
opinião defendida por ele.
3
Ao término da segunda leitura, observe se você 
realmente entendeu, questionando o texto. Qual o 
assunto do texto?
4
Conta uma história ficcional (inventada) ou real (o que realmente ocorreu, fato). São elementos 
principais: personagens, ações, cenário, tempo, narrador. Destaca-se pela evolução das ações no tempo.
Narrativo
enumera ações, características, elementos. Muitas vezes está dentro de outra tipologia textual para 
elencar características e ações de personagens ou enumerar argumentos de um texto dissertativo.
Descritivo
Falar sobre algo, um tema, um assunto. Divide-se em argumentativo/opinativo (quando há opinião do 
autor) ou expositivo/informativo (apenas retransmite um conhecimento sobre algum assunto, sem 
opinião).
Dissertativo
As questões da banca Cespe/Cebraspe de interpretação de textos, em sua maioria, são simples.
As de referência são simples, Basta uma leitura atenta do texto para saber onde se localiza o referente. 
Quanto à questão de ter que se determinar se houve anáfora (nela, o referente está antes) e/ou catáfora 
(nela, o referente está depois). Exemplo:
As questões de inferências são questões que tratam de brincar com as noções de paráfrases 
(re-escrever). Nessa hora, é necessário atenção à leitura do que o texto disse, para ver se é possível admitir 
tal possibilidade de reedição do texto.
Com referência às ideias e às estruturas linguísticas do texto acima, julgue os itens a seguir.
1. Na linha 22, o sinal de dois-pontos é 
empregado para indicar que, subsequentemente, 
há uma explicação.
2. Predomina no fragmento o tipo textual 
narrativo ficcional.
3. O texto confirma uma verdade conhecida há 
tempos: no Brasil, o principal problema da 
educação básica é a falta de vagas nas escolas 
públicas.
4. Infere-se do texto que a melhoria do 
desempenho na educação resulta de um conjunto 
de ações e de atitudes, entre as quais se situam o 
planejamento e a avaliação sistemática de alunos e 
docentes.
Veja, 12/3/2008, p. 78 (com adaptações).
1 Um lugar sob o comando de gestores, onde 
os funcionários são orientados por metas, têm o 
desempenho avaliado dia a dia e recebem prêmios 
em dinheiro pela eficiência na execução de suas 
tarefas, 5pode parecer tudo — menos uma escola 
pública brasileira. Pois essas são algumas das 
práticas implantadas com sucesso em um grupo de 
escolas estaduais de ensino médio de Pernambuco. 
A experiência chama a atenção pelo impressionante 
progresso dos estudantes depois que ingressaram 
ali.
11 Como é praxe no local, o avanço foi 
quantificado. Os alunos são testados na entrada, e 
quase metade deles tirou zero em matemática e 
notas entre 1 e 2 em português. Isso em uma escala 
de zero a 10. Depois de três anos, eles cravaram 6 
em tais matérias, em uma prova aplicada pelo 
Ministério da Educação. Em poucas escolas 
18públicas brasileiras, a média foi tão alta. De 
saída, há uma característica que as distingue das 
demais: elas são administradas por uma parceria 
entre o governo e uma associação formada por 
empresários da região. Os professores são 
avaliados em quatro frentes: recebem notas dos 
23alunos, dos pais e do diretor e ainda outra pelo 
cumprimento das metas acadêmicas. Aos melhores, 
é concedido bônus no salário.
TEXTO
“A política de comércio exterior do Brasil envolveu historicamente um grande debate nacional. Governo 
e lideranças sociais a ela vincularam as possibilidades do desenvolvimento econômico, desde as suas 
origens, na primeira metade do século XIX. Em 5 três períodos, ela foi atrelada a diferentes paradigmas de 
inserção internacional:” - As duas ocorrências do pronome “ela” (ℓ.3 e 5) se referem ao mesmo antecedente: 
“A política de comércio exterior do Brasil” (ℓ.1).
As de referência, 
As de inferência e 
As de reescrituras.
Há três grupos básicos de questões:
Referência
Inferência
3
GABARITO Certo
TEXTO
As questões de re-escrituras interpretativas são questões que tratam de brincar com as noções de 
língua portuguesa. Nessa hora, há muito mais uma reedição do texto utilizando sinônimos e/ou 
antônimos e expressões equivalentes ou não. O recado é voltar ao texto atentamente e conferir o que 
foi efetivamente dito.
(CESPE / UNB 2017) Enquanto, nas nações desenvolvidas, as pessoas abrem uma empresa porque 
enxergam uma oportunidade, no Brasil, o empreendedorismo surge por necessidade de sobrevivência. O 
conectivo “Enquanto” pode ser substituído por À medida que, sem prejuízo do sentido original e da correção 
gramatical do texto. 
Emprego de tempos e modos verbais
Basicamente a banca identifica um verbo no texto, muitas vezes no tempo presente do indicativo, e faz uma 
afirmação sobre este emprego. Uma leitura atenta do texto soluciona a questão. Nunca decore o emprego 
de tempo verbal, perceba o contexto em que é utilizado.
Domínio da estrutura morfossintática do período. Emprego dos sinais de pontuação. Relações de 
coordenação entre orações e entre termos da oração. Relações de subordinação entre orações e entre 
termos da oração:
Aqui recai parte muito importante do conteúdo 
da prova! A pontuação tem ligação direta com a 
sintaxe da oração e com a sintaxe do período. Além 
disso, quando estudamos período composto, 
entendemos o emprego das conjunções, isto é, dos 
conectores sobre os quais falamos num dos itens 
anteriores. Assim, esta parte do conteúdo é um dos 
chavões da banca Cespe-Cebraspe. Normalmente, 
vemos questões que querem saber o valor da 
oração adjetiva com e sem vírgula; a dupla vírgula 
separando estruturas adverbiais intercaladas; o 
emprego do aposto explicativo e enumerativo por 
meio de travessões, dois pontos, vírgulas.
Seleção e combinação lexical,
Conectivos e seus efeitos,
Elementos de referência interna e externa.
A coesão textual, partir dos elementos 
componentes do texto (e do encadeamento 
entre eles), analisa e comenta aspectos 
relacionados a:
COESÃO TEXTUAL 
Emprego de elementos de referencia, substituiçãoe repetição de conectores e outros elementos de 
sequenciação textual.
A banca Cespe-Cebraspe explora bastante o emprego da voz passiva sintética, isto é, o reconhecimento do 
pronome apassivador, o que força o verbo a concordar com o sujeito paciente, em construções como 
“compram-se casas”. Também trabalha o valor de outro “se”: o índice de indeterminação do sujeito. 
Concordância verbal e nominal
Domínio dos mecanismos de coesão textual. 
Emprego de elementos de referenciação, 
substituição e repetição, de conectores e de outros 
elementos de sequenciação textual: Basicamente é 
a identificação de um pronome relativo ou pessoal, 
o qual faz referência a uma palavra anterior. Assim, 
uma boa leitura do texto mata a questão. Além 
disso, entramos nos conhecimentos dos conectores 
coordenativos e subordinativos adverbiais. Isso 
sempre cai.
1.C 2.E 3.E 4.C
4
GABARITO
GABARITO Errado
Colocação dos pronomes átonos: Muito cuidado com as palavras atrativas, as quais forçam a próclise.
(Cespe/Cebraspe/2018) Nos países do Ocidente da Europa, as lutas democráticas do fim do século 
XVIII e século XIX, aliadas à prosperidade econômica, permitiram uma solução parcial da contradição 
apontada acima, com relativa difusão do saber. A flexão de plural da forma verbal “permitiram” 
justifica-se pela relação de concordância estabelecida, na oração, entre o verbo e o sujeito “países do 
Ocidente da Europa”.
Por exemplo: Você acertou a questão 10 da prova e 
errou a questão 12. Na hora de contar os pontos, a 
questão 12 que você errou é considerada, 
obviamente, como errada e a 10 que você acertou 
também. Resumindo: uma errada anula uma certa. 
Isso limita o candidato a ter 50% de chance de 
acertar cada resposta.
Em um levantamento, foram coletados os seguintes 
dados, relativos à distribuição dos 224 itens 
examinados: 
Reescritura
12,05%
Redação Oficial
11,61%
Texto
40,18%
Gramática
36,16%
90 deles (40%) consistiam em questões de 
interpretação e intelecção de textos; 
81 (36%) eram itens sobre gramática; 
27 (12%) tratavam de reescritura textual; e 
26 (12%) versavam sobre redação oficial, 
conteúdo extraído diretamente do Manual 
de Redação da Presidência da República.
Geralmente as provas objetivas não aderem ao estilo múltipla escolha, são questões em que somente é 
preciso assinalar certo e errado. Isso pede uma atenção dos candidatos, pois muitos não estão acostumados 
a essa estratégia. Você tem 3 opções para optar na hora de marcar as questões: Ou marca a questão como 
correta, ou marca como errada ou deixa em branco. Isso porque uma resposta errada que você marque no 
gabarito anula uma certa que você marcou, ou seja, você perde ponto em dobro.
(Cespe/Cebraspe/2018) O tamanho do cérebro e a capacidade de emitir sons foram vantagens 
selecionadas ao longo do tempo que permitiram o avanço da cultura. A flexão de plural em “foram” 
mostra que esse verbo se refere a “sons”, uma vez que “capacidade” e “cérebro” estão no singular.
(Cespe/Cebraspe/2018) Não há personagem mais criticado na sociedade contemporânea que o 
político. Caso o termo “personagem” estivesse empregado no plural, a forma verbal “há” deveria ser 
substituída pela forma na 3ª pessoa do plural.
(Cespe/Cebraspe/2018) O tráfico de drogas e a atuação das gangues perto de escolas foram citados 
pela maioria dos alunos durante as entrevistas. A expressão “foram citados” está no plural para 
concordar com “alunos”.
Exemplos:
MODELO DE PROVA 
5
1.E 2.E 3.E 4.CGABARITO
1. 
2. 
3. 
4. 
Basicamente, o que iremos tratar agora são os tópicos que causam mais dúvidas nos alunos:
Concordância Verbal - Sujeito Composto posposto ao verbo, Sujeito Oracional.
Índice de Indeterminação do Sujeito e Pronome Apassivador
Verbo Haver
Pronome Relativo 
Orações Adjetivas Restritivas e Explicativas
O sujeito oracional ocorre quando temos uma oração como sujeito de outra, ou seja, o próprio sujeito 
é constituído também por um verbo. A regra é bastante simples, o que pode ser mais difícil é a sua 
percepção. Antes, vamos entender a diferença de um sujeito simples para um oracional. 
É importante a aprovação do aluno. (sujeito simples)- Neste caso o termo “a aprovação do relatório” é 
o sujeito do verbo ser.
Sujeito Oracional
Regra sujeito composto posposto ao verbo: este 
será flexionado na terceira pessoa do plural, 
concordando com a totalidade do sujeito, ou 
concordará com o núcleo do sujeito mais próximo.
Exemplos:
O Cespe-Cebraspe poderá trazer um caso em que o verbo encontra-se no singular e dizer se a sua 
flexão está correta ou não. Outra forma de cobrar seria indicar a substituição do verbo no plural para o 
singular, dizendo que tão alteração não implica em erros gramaticas.
Mas como isso pode ser cobrado em sua prova?
Faltaram trabalho e dedicação.
Faltou trabalho e dedicação.
verbo deverá ser flexionado na terceira pessoa 
do plural. Exemplo: Maria e Paulo viajaram. Mas o 
maior problema e que traz as maiores dificuldades 
é quando o sujeito se encontra posposto ao verbo.
Exemplo:
Exemplo:
Compraram um carro Mario e eu.
Perceba que temos o sujeito “o aluno” e o verbo “estuda” em concordância. Para um sujeito simples fica 
fácil o entendimento. Se for no singular, o verbo estará no singular, se estiver no plural, o verbo também o 
acompanhará.
O aluno estuda para ser aprovado.
Os alunos estudam para serem aprovados.
Regra Geral: O verbo concorda com o núcleo do sujeito em número. Exemplo:
Meu objetivo não é tratar de todas as regras de concordância verbal existentes, mas trazer de forma 
direta a maioria dos tópicos cobrados e abrangidos nesta parte do conteúdo. Para melhor entendermos essa 
questão, queremos lembrá-lo da regra geral que trata da concordância verbal:
CONCORDÂNCIA VERBAL
Sujeito Composto ao verbo
Então vamos conversar sobre cada tópico para que possamos entendê-los.
6
Regra sujeito composto anteposto ao verbo: Regra sujeito composto posposto ao verbo:
É importante que o aluno seja aprovado. (sujeito oracional) - Perceba que a primeira oração que possuía 
um sujeito simples foi transformada em um sujeito oracional, quando transformamos o substantivo 
“aprovação” em um verbo “aprove”.
Índice de Indeterminação do Sujeito e Pronome Apassivador
Existem alguns casos de não existir sujeito na oração (sujeito inexistente). São quatro casos:
Verbo Haver
Verbos de Fenômeno da Natureza;
Verbos fazer, ser, estar e passar, quando indicarem tempo;
Bastar e chegar, indicando cessamento;
Verbo haver no sentido de existir.
Exemplos:
Pronome Relativo
Exemplo:
As orações subordinadas adjetivas são as que 
limitam ou restringem alguém ou um grupo e 
nunca podem ser acompanhadas de vírgulas.
Já as orações explicativas não restringem e sim 
explicam a oração principal e sempre são 
apresentadas entre vírgulas.
Restritivas Explicativas
O pronome relativo ocorre quando há uma oração subordinada adjetiva, que possui a função equivalente a 
um adjetivo (Adjunto Adnominal). As orações adjetivas são sempre iniciadas por um pronome relativo, e são 
divididas em restritivas ou explicativas.
Você deverá sempre substituir o verbo 
haver pelo existir e, caso a substituição 
possa ser feita, não existirá sujeito na 
oração.
Houve diversas ocorrências no evento de 
ontem. (Existiram diversas ocorrências no evento 
de ontem)
Houve uma divergência de gabarito em 
sua prova de concurso. (Existiu uma divergência 
de gabarito em sua prova de concurso)
Há manifestantes em frente ao 
Congresso Nacional. (Existem manifestantes em 
frente ao Congresso Nacional)
Todos estes casos são importantes, mas o que é mais relevante no quesito prova é o verbo HAVER no 
sentido de existir, vamos entendê-lo:
7
Regra do verbo haver (existir): Este deverá ser sempreconjugado no singular.
Regra para sujeito oracional: verbo deverá estar sempre flexionado na terceira pessoa do singular.
Regra para sujeito indeterminado: verbo deverá ser conjugado na terceira pessoa do plural.
TEXTO
1. O verbo pode concordar com a porcentagem expressa. (errado)
2. Alguns casos permitem que o verbo seja conjugado tanto no plural, quanto no singular, de acordo 
com o elemento com o qual ele está concordando. É o caso do excerto que aparece em [B], uma vez que o 
verbo “desaparecer” pode concordar tanto com “metade das mais de 6 mil línguas faladas” (singular), 
quanto com só “6 mil línguas faladas” (plural). (Certo).
1. No trecho da população mundial falam”, segundo parágrafo, o verbo “falar” deveria ficar 
obrigatoriamente no singular, concordando com “população mundial”. 
2. No trecho “metade das mais de 6 mil línguas faladas no mundo desaparecerá”, o verbo “desaparecer” 
poderia ir para o plural, concordando com “6 mil línguas faladas”. 
3. No trecho “ao menos enquanto houvesse paz”, o sujeito da forma verbal “houvesse” é a palavra 
“paz”, por isso a concordância no singular. 
4. A leitura do quarto parágrafo e a percepção do contexto em que se insere a forma verbal “ocorrem” 
indicam que o sujeito desse verbo é “antigas migrações”. 
5. Em “A perda de línguas raras é lamentável por várias razões”, há um erro de conjugação do verbo 
“perder”, que teria como forma correta, nesse caso, “perca”.
Considere as análises relacionadas à sintaxe de concordância e conjugação verbal dos excertos do texto e 
marque CERTO ou ERRADO. Conforme o que prescreve a norma padrão da Língua Portuguesa.
Uma revisão de dados recentes sobre a morte de línguas
Linguistas preveem que metade das mais de mil 
línguas faladas no mundo desaparecerá em um 
século — uma taxa de extinção que supera as 
estimativas mais pessimistas quanto à extinção de 
espécies biológicas. (...)
Segundo a Unesco, da população mundial falam só 
das línguas existentes. E apenas da humanidade 
partilha o restante dos idiomas, metade dos quais 
se encontra em perigo de extinção. Entre e 
idiomas desaparecem por ano — uma média de uma 
língua a cada duas semanas. (...)
A perda de línguas raras é lamentável por várias 
razões. Em primeiro lugar, pelo interesse científico 
que despertam: algumas questões básicas da 
linguística estão longe de estar inteiramente 
resolvidas. E essas línguas ajudam a saber quais 
elementos da gramática e do vocabulário são 
realmente universais, isto é, resultantes das 
características do próprio cérebro humano.
A ciência também tenta reconstruir o percurso de 
antigas migrações, fazendo um levantamento de 
palavras emprestadas, que ocorrem em línguas sem 
qualquer parentesco. Afinal, se línguas não 
aparentadas partilham palavras, então seus povos 
estiveram em contato em algum momento.
Um comunicado do Programa das Nações Unidas 
para o Meio Ambiente (Pnuma) diz que "o 
desaparecimento de uma língua e de seu contexto 
cultural equivale a queimar um livro único sobre a 
natureza". Afinal, cada povo tem um modo único de 
ver a vida. Por exemplo, a palavra russa mir significa 
igualmente "aldeia", "mundo" e "paz". É que, como 
os aldeões russos da Idade Média tinham de fugir 
para a floresta em tempos de guerra, a aldeia era 
para eles o próprio mundo, ao menos enquanto 
houvesse paz.
Disponível em: <http://revistalingua.com.br/ 
textos/116/a-morte-anunciada-355517-1.asp> 
acesso em 28 set. 2015. 
Simulado Comentado
8
GABARITO
3. Haver é um verbo impessoal, concorda na terceira pessoa do singular. (Errado)
4. A forma verbal “ocorrem” concorda com: palavras emprestadas, que (pronome relativo) ocorrem.
5. Errado, perda é substantivo.
Quanto à análise morfossintática dos elementos textuais, considere as proposições sobre o texto em estudo 
e marque CERTO ou ERRADO. Conforme o que prescreve a norma padrão da Língua Portuguesa.
1. Errada: o termo “mas” indica adversidade, ao passo que “ademais” indica agregação de ideia(s), 
podendo ser substituído por “além disso”.
1. Na referência 3, o termo “Mas” poderia ser 
substituído por “Ademais”. 
2. Na referência 4, há um erro de concordância 
na palavra “haveria”. A escrita correta no contexto 
apresentado é “haveriam”. 
3. O sujeito do verbo “aprova” (ref. 6) é “David” 
(ref. 5). 
4. O termo “quais” (ref. 8) retoma a expressão 
“algumas atividades escolares específicas” (ref. 7). 
5. “Dessa forma” (ref. 9) expressa finalidade.
TEXTO
Celular liberado
Em 2010, a pesquisadora em Tecnologias da 
Informação e Comunicação na Educação Glaucia da 
Silva Brito e o mestrando em Educação Marlon de 
Campos Mateus, ambos da Universidade Federal do 
Paraná (UFPR), realizaram uma pesquisa com 
professores de um colégio estadual de Curitiba (PR). 
A pergunta era: é possível usar os aparelhos 
celulares dos alunos com propósito pedagógico em 
sala de aula? A maioria não via nenhuma utilidade 
nos aparelhos, e ainda os considerava como um 
empecilho em suas aulas. Quatro anos depois, é 
crescente o número de professores que veem os 
celulares com outros olhos. E muitos os estão 
usando como aliados.
No Colégio Vital Brazil, de São Paulo (SP), 
costuma-se dizer que a liberação do uso dos 
smartphones e outros aparelhos eletrônicos em 
aula foi uma 1“necessidade”. A coordenadora 
pedagógica do ensino médio, Maria Helena Esteves 
da Conceição, conta que, desde 2013, o uso dos 
aparelhos eletrônicos passou a ser feito em 
laboratórios e aulas específicas, como artes e 
matemática. Os pesquisadores da UFPR sugerem 
ainda outras possibilidades de uso pedagógico dos 
smartphones: pesquisas em dicionários on-line ou 
aplicativos, a câmera como recurso nas aulas de 
artes, as redes sociais com geolocalização para as 
aulas de geografia. 2Tudo depende do propósito 
pedagógico e da disponibilidade do professor.
3Mas será que esses aparelhos precisam ser 
usados em sala de aula? Não 4haveria outros meios 
para chegar aos mesmos resultados de pesquisa? 
Para incorporar os smartphones nas classes, é 
preciso preparo dos professores e planejamento 
para as aulas, acredita Vanderlei Cardoso, professor 
e assessor de matemática do Colégio Vital Brasil.
Mãe do aluno 5David, do 9º ano do Colégio 
Bandeirantes, Beatriz Silva, 6aprova a utilização dos 
aparelhos eletrônicos em aula, “já que fazem parte 
do dia a dia dessa nova geração” e, segundo sua 
percepção, houve mudanças no processo de 
aprendizagem de seu filho. “Ele se tornou mais 
motivado para 7algumas atividades escolares 
específicas nas 8quais usa os aparelhos e 
apresentou mais autonomia para fazer pesquisa na 
internet e criatividade no uso de programas 
relacionados às artes gráficas”, relata. Mas Beatriz 
não esconde suas preocupações, que são as 
mesmas de muitos pais e pesquisadores, 
preocupados com o uso excessivo da tecnologia no 
cotidiano de jovens e crianças. “Minha preocupação 
é com o fato de os jovens permanecerem o tempo 
todo conectados aos smartphones. Considero que, 
9dessa forma, há o risco de os recursos de 
informática se tornarem os ‘protagonistas’ do 
processo quando, na verdade, o foco deve ser 
sempre o recurso ‘humano’”, diz Beatriz.
9
GABARITO
1- Anexo / Anexa
Errado: Seguem anexo os documentos solicitados.
Certo: Seguem anexos os documentos solicitados.
2- “Em vez de” / “ao invés de”
Errado: Ao invés de elaborarmos um relatório, 
discutimos o assunto em reunião.
Certo: Em vez de elaborarmos um relatório, 
discutimos o assunto em reunião.
4- “Faz” / “Fazem”
Errado: Fazem dois meses que trabalho nesta 
empresa.
Certo: Faz dois meses que trabalho nesta empresa.
3- “Esquecer” / “Esquecer-se de”
Errado: Eu esqueci da reunião.
Certo: Há duas formas: Eu me esqueci da reunião. 
Ou Eu esqueci a reunião.
Anexo é adjetivo e deveconcordar em gênero e 
número com o substantivo a que se refere.
Orientações do professor
EDSON BOTELHO
para você
1. Errada: o termo “mas” indica adversidade, ao 
passo que “ademais” indica agregação de ideia(s), 
podendo ser substituído por “além disso”.
2. Errada: o verbo “haveria” é impessoal neste 
caso e, portanto, não deve ser flexionado no plural.
3. Errada:: o sujeito do verbo “aprova”, na 
verdade, é “mãe do aluno David”.
4. Certo: O termo “quais” faz parte da 
expressão “nas quais”, e é um pronome relativo, 
cuja função é justamente retomar um termo. No 
trecho “Ele se tornou mais motivado para algumas 
atividades escolares específicas nas quais usa os 
aparelhos” é possível perceber que “nas quais” 
retoma “algumas atividades escolares específicas”, 
uma vez que é nas atividades que se usa os 
aparelhos.
5. Errada: “Dessa forma” expressa conclusão. 
10
Por quê?
 verbo esquecer só é usado com a preposição de 
(de – da – do) quando vier acompanhado de um 
pronome oblíquo (me, te, se, nos, vos).
Por quê?
No sentido de tempo decorrido, o verbo “fazer” é 
impessoal, ou seja, só é usado no singular. Em 
outros sentidos, concorda com o sujeito. Exemplo: 
Eles fizeram um bom trabalho.
Por quê?
5- “Ao encontro de"/ “De encontro a”
Errado: Os diretores estão satisfeitos, porque a 
atitude do gestor veio de encontro ao que desejavam.
Certo: Os diretores estão satisfeitos, porque a atitude 
do gestor veio ao encontro do que desejavam.
“Ao encontro de” dá ideia de harmonia e “De 
encontro a” dá ideia de oposição. No exemplo 
acima, os diretores só podem ficar satisfeitos se a 
atitude vier ao encontro do que desejam.
Por quê?
Em vez de é usado como substituição. Ao invés 
de é usado como oposição. Exemplo: Subimos, 
ao invés de descer.
Por quê?
Muitos gramáticos condenam a locução “em 
anexo”; portanto, dê preferência à forma sem a 
preposição. 
Observação
11
6- A par / ao par
Errado: Ele já está ao par do ocorrido.
Certo: Ele já está a par do ocorrido.
No sentido de estar ciente, o correto é “a par”. 
Use “ao par” somente para equivalência cambial. 
Exemplo: “Há muito tempo, o dólar e o real 
estiveram quase ao par.”
Por quê?
11- “A princípio” / “Em princípio” 
Errado: Achamos, em princípio, que ele estava 
falando a verdade. 
Certo: Achamos, a princípio, que ele estava falando a 
verdade. 
A princípio equivale a “no início”. Em princípio 
significa “em tese”. Exemplo: Em princípio, todo 
homem é igual perante a lei.
Por quê?
12- “Senão” / “Se não”
Errado: Nada fazia se não reclamar.
Certo: Nada fazia senão reclamar.
Senão significa “a não ser”, “caso contrário”. Se 
não é usado nas orações subordinadas 
condicionais. Ex: Se não chover, poderemos sair.
Por quê?
13- “Onde” / “Aonde”
Errado: Aonde coloquei minhas chaves?
Certo: Onde coloquei minhas chaves?
Onde se refere a um lugar em que alguém ou 
alguma coisa está. Indica permanência. Aonde se 
refere ao lugar para onde alguém ou alguma 
coisa vai. Indica movimento. Exemplo: Ainda não 
sabemos aonde iremos.
Por quê?
14- “Visar” / “Visar a”
Errado: Ele visava o cargo de gerente.
Certo: Ele visava ao cargo de gerente.
15- A /" há "
Errado: Atuo no setor de controladoria a 15 anos.
Certo: Atuo no setor de controladoria há 15 anos.
O verbo visar, no sentido de almejar, pede a 
preposição a. 
Por quê?
7- “Quite” / “quites”
Errado: O contribuinte está quites com a Receita 
Federal.
Certo: O contribuinte está quite com a Receita 
Federal.
“Quite” deve concordar com o substantivo a que 
se refere. 
Por quê?
8- “Media” / “Medeia”
Errado: Ele sempre media os debates.
Certo: Ele sempre medeia os debates.
Há quatro verbos irregulares com final –iar: 
mediar, ansiar, incendiar e odiar. Todos se 
conjugam como “odiar”: medeio, anseio, 
incendeio e odeio.
Por quê?
9- “Através” / “por meio”
Errado: Os senadores sugerem que, através de lei 
complementar, os convênios sejam firmados com 
os estados.
Certo: Os senadores sugerem que, por meio de lei 
complementar, os convênios sejam firmados com 
os estados.
10- “Ao meu ver” / “A meu ver”
Errado: Ao meu ver, o evento foi um sucesso.
Certo: A meu ver, o evento foi um sucesso.
Por meio significa “por intermédio”. Através de, 
por outro lado, expressa a ideia de atravessar. 
Exemplo: Olhava através da janela.
Por quê?
“Ao meu ver” não existe.
Por quê?
Quando anteceder um verbo, dispensa-se a 
preposição a. Exemplo: Elas visavam viajar para o 
exterior.
Observação
12
16- “Aceita-se” / “Aceitam-se”
Errado: Aceita-se encomendas para festas.
Certo: Aceitam-se encomendas para festas.
A presença da partícula apassivadora “se” exige 
que o verbo transitivo direto concorde com o 
sujeito.
Por quê?
17- “Precisa-se” / “Precisam-se”
Errado: Precisam-se de estagiários.
Certo: Precisa-se de estagiários.
Nesse caso, a partícula “se” tem a função de 
tornar o sujeito indeterminado. Quando isso 
ocorre, o verbo permanece no singular.
Por quê?
19- “Implicar” / “Implicar com” / “Implicar 
em”
Errado: O acidente implicou em várias vítimas.
Certo: O acidente implicou várias vítimas.
No sentido de acarretar, o verbo implicar não 
admite preposição. No sentido de ter 
implicância, a preposição exigida é com. 
Quando se refere a comprometimento, deve-se 
usar a preposição em.
Ele sempre implicava com os filhos. 
Ela implicou-se nos estudos e passou no 
concurso.
Exemplo:
Por quê?
20- “Retificar” / “Ratificar”
Errado: Estávamos corretos. Os fatos retificaram 
nossas previsões.
Certo: Estávamos corretos. Os fatos ratificaram 
nossas previsões.
Ratificar significa confirmar, comprovar. Retificar 
refere-se ao ato de corrigir, emendar. Exemplo: 
Vou retificar os dados da empresa.
Por quê?
18- “Há dois anos” / “Há dois anos atrás”
Errado: Há dois anos atrás, iniciei meu mestrado.
Certo: Há duas formas corretas: “Há dois anos, 
iniciei meu mestrado” ou “Dois anos atrás, iniciei 
meu mestrado.”
É redundante dizer “Há dois anos atrás”.
Por quê?
Ele estava totalmente desapercebido de dinheiro.
Exemplo:
22- “Entre eu e você” / “Entre mim e você”
Errado: Não há nada entre eu e você, só amizade.
Certo: Não há nada entre mim e você, só amizade.
Eu é pronome pessoal do caso reto e só pode 
ser usado na função de sujeito, ou seja, antes 
de um verbo no infinitivo, como no caso: “Não 
há nada entre eu pagar e você usufruir 
também.”
Por quê?
25- “Tem” / “Têm”
Errado: Eles tem feito o que podem nesta empresa.
Certo: Eles têm feito o que podem nesta empresa.
Tem refere-se à 3ª pessoa do singular do verbo 
“ter” no Presente do Indicativo. Têm refere-se ao 
mesmo tempo verbal, porém na 3ª pessoa do 
plural. 
Por quê?
23- “A fim” / “Afim”
Errado: Nós viemos afim de discutir o projeto. 
Certo: Nós viemos a fim de discutir o projeto.
A locução a fim de indica ideia de finalidade. 
Afim é um adjetivo e significa semelhança. 
Exemplo: Eles têm ideias afins.
Por quê?
24- “Despercebido” / “Desapercebido”
Errado: As mudanças passaram desapercebidas.
Certo: As mudanças passaram despercebidas.
Despercebido significa sem atenção.
Desapercebido significa desprovido, desprevenido.
Por quê?
21- “Somos” / “Somos em”
Errado: Somos em cinco auditores na empresa.
Certo: Somos cinco auditores na empresa.
Não se deve empregar a preposição “em” nessa 
expressão.
Por quê?
Edson Botelho Jr.
Marcos Antônio Emiliano Gonçalves
Ewerton Rodrigo da Costa Nunes
Autor
PRODUÇÃO
Design de Edição
Revisão

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