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Ética em Nietzsche Desenvolvimento 2

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 Considerando que os valores não existiram desde sempre, mas foram 
criados, Nietzsche propõe a genealogia como método de investigação 
sobre a origem deles. Mostra como foram criadas lacunas – o que não foi 
dito ou foi recalcado – e permitiu que alguns valores predominassem 
sobre outros. Aos poucos, tornaram-se conceitos abstratos e 
inquestionáveis. 
 Pela genealogia Nietzsche descobre que os instintos vitais foram 
submetidos e degeneraram.Denuncia a falsa moral, “decadente”, “de 
rebanho”, “de escravos”, cujos valores seriam a bondade, a humildade, a 
piedade e o amor ao próximo. E,desse modo, procura ressaltar quais são 
os valores comprometidos com o “querer-viver”. 
 Distingue então a moral de escravos e a moral de senhores. 
a)A moral de escravos 
 É herdeira do pensamento socrático-platônico e da tradição judaico-
cristã, baseada na tentativa de subjugação dos instintos pela razão. O 
homem-fera, animal de rapina, é transformado em animal doméstico ou 
cordeiro. A moral plebeia estabelece um sistema de juízos em que o bem 
e o mal são valores metafísicos transcendentes, isto é, independentes da 
situação concreta vivida. 
 A moral de escravos nega os valores vitais e resulta na passividade, na 
procura da paz e do repouso.O indivíduo se enfraquece e sua potência 
diminui. 
A conduta humana, orientada pelo ideal ascético, torna-se vítima do 
ressentimento e da má consciência – o sentimento de culpa. 
 O sentimento de culpa é o ressentimento voltado contra si mesmo, ao 
criar a noção de pecado, que inibe a ação. O ideal ascético nega a alegria 
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da vida e coloca a mortificação como meio para alcançar a outra vida num 
mundo superior, do além. As práticas de altruísmo destroem o amor de si, 
domesticando os instintos. 
B)A moral de senhores 
 É a moral positiva que visa à conservação da vida porque é baseada no 
sim à vida e configura-se sob o signo da plenitude, do acréscimo.Funda-se 
na capacidade de criação, de invenção, cujo resultado é a alegria, 
consequência da afirmação da potência.O indivíduo que consegue se 
superar é o que atingiu o além-do-homem. 
 O sujeito além-do-homem é aquele que consegue reavaliar os valores, 
desprezar os que diminuem e criar outros que estejam comprometidos 
com a vida. 
Segundo o professor Roberto Machado (presente no livro didático do 3° 
do ensino médio): 
É por isso que contra o enfraquecimento do homem, contra a 
transformação de fortes em fracos – tema constante da reflexão 
nietzschiana – é necessário assumir uma perspectiva além de bem e mal, 
isto é, “além da moral”. Mas, por outro lado, para além de bem e mal não 
significa para além do bem e do mal. A dimensão das forças, dos instintos, 
da vontade de potência permanece fundamental. “O que é bom? Tudo 
que intensifica no homem o sentimento de potência, a vontade e a 
potência, a própria potência. O que é mau? Tudo que provém da 
fraqueza”.

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