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Fundamentos da Pesquisa Epidemiológica VET 507 – Epidemiologia e Medicina Veterinária Preventiva Profa. Letícia Ferreira da Silva Definição – Dicionário da Epidemiologia Epidemiologia Distribuição e determinantes Populações definidas Controlar problemas de saúde Uso de populações Epidemiologia medicina clínica Introdução Duas razões – Uso de populações: Nível primário → indivíduo Objetivo final → perfil de saúde das populações Ponto de vista metodológico Populações Inferências: relação entre determinados fatores e ocorrência de doenças Introdução Frequência, distribuição, padrão e tendência temporal – populações específicas e/ou subpopulações; Explicar a ocorrência de doenças e distribuição de indicadores de saúde; Predizer a frequência de doenças e os padrões de saúde em populações específicas; Objetivos da Pesquisa Epidemiológica Controlar a ocorrência de doenças e de outros eventos ou estados negativos para a saúde. Foco: Compreensão ou explicação Saúde em populações Intervenção para modificar o padrão de saúde Objetivos da Pesquisa Epidemiológica Empírica Coleta sistemática de informações sobre eventos ligados à saúde – população definida Quantificação dos eventos Tratamento numérico dos fatores investigados 3 procedimentos relacionados: Mensuração de variáveis aleatórias Estimação de parâmetros populacionais Testes estatísticos de hipóteses Pesquisa Epidemiológica MENSURAÇÃO Atribuição de um valor ou qualidade a cada unidade de observação. Ex.: 154 mm de Hg ou “hipertenso” 2 salários mínimos ou estrato de “baixa renda” Posicionamento de unidades de observação (indivíduos, domicílios) Contínuo Classificação em categorias Mensuração ESTIMAÇÃO Processo matemático Amostra (estimativa) População (parâmetro) Ex.: prevalência de 15% de cisticercose bovina encontrada numa amostra – inferir a proporção de cisticercose bovina na população da qual se extraiu a amostra. Parâmetro Desconhecido (não é possível medir toda a população) Estimação TESTES ESTATÍSTICOS DE HIPÓTESES Avaliam o quanto o acaso pode ser responsável por um resultado encontrado numa amostra. Testes Estatísticos de Hipóteses CAUSALIDADE Objetivo Ocorrência de doenças ou outros eventos ligados à saúde Modelo determinístico puro Ligação única e previsível entre 2 eventos Pesquisa epidemiológica Modelo probabilístico Teoria das probabilidades e técnicas estatísticas Possível associação: 2 variáveis Causalidade Fator de risco Variáveis que modificam a probabilidade de um certo evento ocorrer. Condições necessárias: A doença varie de acordo com o fator; O fator de risco (ou uma mudança relevante deste) preceda a ocorrência da doença; A associação observada não seja totalmente atribuída a qualquer tipo de erro. Causalidade Fatores prognósticos Capazes de influenciar o curso de uma doença Causalidade DESENHOS DE ESTUDOS Hipóteses conceituais → hipóteses operacionais Intermediado: desenhos de estudos Desenhos de estudo (em comum) Observação sistemática dos fenômenos de interesse Uso da teoria e dos métodos estatísticos Comparação entre grupos Objetivo: identificar associações estatísticas entre variáveis Desenhos de Estudos Importante: Discriminar as populações relacionadas com a investigação População de estudo ou amostra População fonte (universo amostral) População alvo Desenhos de Estudos População de estudo Representativa da população alvo Caso isso não ocorra... Erro sistemático (viés) Ex.: nascimentos em 2000 registrados em cartório no município X (população fonte) para representar os nascimentos ocorridos em 2000 (população alvo) População de estudo: não representativa (subnotificação) Desenhos de Estudos Base populacional Ex.: investigar casos de sarampo em menores de 1 ano no município X Base populacional: ? Ex.: investigar casos de sarampo em menores de 1 ano atendidos no posto de saúde X Base populacional:? Desenhos de Estudos Desenhos de estudos epidemiológicos Diferem Seleção das unidades de observação Mensuração dos fatores de risco ou de prognóstico Identificação das variáveis de desfecho Comparabilidade entre os grupos Desenhos de Estudos Comparabilidade Desenhos de estudos – 3 categorias Experimentais, quasi-experimentais e observacionais Alocação dos indivíduos nos grupos a serem comparados Controle sobre a exposição ao fator de risco ou de prognóstico Desenhos de Estudos Experimentais Alocação em diferentes grupos de exposição aos fatores que se julga de risco Aleatória Probabilidade de fazer parte de qualquer um dos grupos: ? Investigador Controle da exposição ao fator de interesse Questões éticas: fatores com influência positiva (protetores) Desenhos de Estudos Experimentais Ensaio clínico terapêutico Efetividade e segurança de uma intervenção terapêutica sobre pacientes Ensaio clínico profilático Intervenção em indivíduos não-doentes (preventivo) Intervenção em comunidades Intervenção sobre a comunidade como um todo Desenhos de Estudos Quasi-experimentais Alocação Não aleatória Investigador Controle do fator em estudo Desenhos de Estudos Quasi-experimentais Direcionados Uma ou mais populações Ex.: comparação da ocorrência de cárie dentária entre 2 comunidades A: aprovada a fluoração da água B: não aprovada Desenhos de Estudos Observacionais Investigador – não controla Exposição aos fatores de interesse Alocação dos indivíduos Lança mão de uma situação dada – observa resultados Problemas de natureza ética Desenhos de Estudos TIPOS DE ESTUDOS OBSERVACIONAIS 3 dimensões – taxonomia: Estratégia de observação da população Esquema de seleção Unidade de observação Tipos de Estudos Observacionais Estratégia de observação Modo como se observa as populações Cada população – dinâmica própria Adoecem, curam-se, morrem, expõem-se a fatores diversos Tipos de Estudos Observacionais Estratégia de observação Estratégia seccional Relação temporal: ? Estratégia longitudinal Coorte fixa População dinâmica Estável Tipos de Estudos Observacionais Esquema de seleção Esquema completo ou censo Esquema incompleto Tipos de Estudos Observacionais Unidade de observação/análise Nível no qual as informações são coletadas e analisadas. Nível individual Nível agregado (ecológico) Tipos de Estudos Observacionais Estudo de coorte Conjunto de indivíduos sem a doença de interesse Grupos: grau de exposição Comparação: ocorrência da doença em cada um dos grupos Longitudinal Esquema de seleção completo Nível individual Tipos de Estudos Observacionais Estudo de coorte Ex.: investigar associação entre tabagismo e infarto agudo do miocárdio em funcionários públicos universitários em atividade. Base populacional: ? Grupos:? Comparação: ? Tipos de Estudos Observacionais Estudo de coorte Tipos de Estudos Observacionais Estudo caso-controle Casos da doença de interesse são identificados e classificados segundo o grau de exposição Longitudinal Esquema de seleção incompleto Nível individual Tipos de Estudos Observacionais Estudocaso-controle Ex.: investigar associação entre tabagismo e infarto agudo do miocárdio em funcionários públicos universitários em atividade. Base populacional: ? Grupos:? Comparação: ? Tipos de Estudos Observacionais Estudo caso-controle Tipos de Estudos Observacionais Estudo seccional Seccional Informações obtidas referem-se ao mesmo momento Indivíduos selecionados Censo ou amostra Nível individual Tipos de Estudos Observacionais Estudo seccional Limitações Ferramenta para investigações causais Estimativas populacionais Prevalências, médias Levantar hipóteses etiológicas Tipos de Estudos Observacionais Estudo seccional Ex.: investigar associação entre tabagismo e infarto agudo do miocárdio em funcionários públicos universitários em atividade. Base populacional: ? Informações: tabagismo e doença ? Tipos de Estudos Observacionais Estudo seccional Tipos de Estudos Observacionais Estudo ecológico Seccional Informação obtida e analisada Nível agregado Não se conhece a distribuição conjunta da exposição e da doença no nível individual Tipos de Estudos Observacionais Estudo ecológico Ex.: investigar associação entre tabagismo e infarto agudo do miocárdio em funcionários públicos universitários em atividade. Situação de cada indivíduo (tabagismo e presença da doença): desconhecida Observar: populações onde a proporção de tabagistas é mais elevada apresentam maiores taxas de doença Tipos de Estudos Observacionais Prospectivo e retrospectivo Relação cronológica Mensuração da exposição e da doença e a ocorrência de ambos os fenômenos Prospectivo (concorrente) Curso da investigação Mensuração simultaneamente à ocorrência dos fenômenos Tipos de Estudos Observacionais Retrospectivo (histórico, não-concorrente) Mensuração após já terem ocorrido Relatos ou registros Importância (temporalidade, timing) Avaliação da qualidade do dado colhido Melhor: ? Tipos de Estudos Observacionais Escolha – tipo de desenho Natureza da doença Tipo de exposição Conhecimento existente Recursos disponíveis Tipos de Estudos Observacionais Estudos preliminares Validade e precisão limitadas Menor custo Estágio inicial: testar e selecionar hipóteses Testes mais rigorosos Detecção de associação Maior custo Desenho: maior validade Tipos de Estudos Observacionais Conceitos básicos da investigação epidemiológica Ênfase Aspectos gerais que caracterizam os diferentes delineamentos Próximas aulas... Aprofundar os conceitos Implicações dessas características na validade do estudo Estratégias de análise mais utilizadas Considerações Finais
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