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Avaliação do ambiente/atividade de trabalho
Os trabalhadores no seu dia a dia laboral estão expostos a diversos agentes ergonômicos que variam de acordo com as atividades exercidas e com os aspectos ambientais do local de trabalho. Neste sentido, é preciso analisar as atividades de trabalho e os aspectos da organização, verificando se as atividades ou o ambiente não exigem um esforço capaz de comprometer a saúde ou a segurança do trabalhador. Neste tópico veremos como faremos para reconhecer quando uma atividade exige um esforço físico demasiado e de que formas poderemos implementar medidas que minimizem esses esforços. Também veremos como se configura o trabalho em turno diurno e noturno e as particularidades de cada um. Falaremos sobre o ritmo de trabalho e os fatores relacionados à ergonomia cognitiva.
Organização do trabalho
O trabalho do ser humano, de uma forma geral, realiza-se no âmbito de uma empresa/instituição estruturada. As atividades das pessoas são interligadas entre si. Essas empresas se dividem em setores como os de produção, planejamento, vendas, distribuição, entre outros. As pessoas que trabalham nesses setores exercem determinados cargos/funções. E nessas funções, por sua vez, elas exercem ações e tarefas.
Para exemplificar, citaremos uma instituição bancária, em que há diversos cargos, como gerentes, atendentes e caixas. O caixa de uma instituição bancária é responsável por executar um conjunto de tarefas, entre elas receber cheques, conferir assinaturas, contar dinheiro, providenciar trocos e verificar saldos.
É importante saber que tanto o projeto das organizações/empresas , funções e cargos iniciam com a clara definição dos objetivos da instituição e termina com a descrição de todas as tarefas a serem realizadas para cumprir com os objetivos.
As tarefas devem ser descritas de forma impessoal (neutra), sem detalhar como serão executadas. Como exemplo, podemos citar a tarefa de receber depósitos bancários, na qual envolve as ações de identificação do número da conta, valor e efetuação do crédito. Sendo o operador uma máquina ou um humano, essas ações serão executadas de forma diferente. Na sequência da descrição das tarefas, deve-se decidir se elas serão executadas por máquinas ou por homens. Dependendo da natureza das mesmas, elas podem ser melhores executadas por um por outro.
Para a alocação de tarefas aos seres humanos, devemos levar em consideração algumas recomendações, como:
Os humanos são capazes de continuar trabalhando em situações de sobrecarga, simplificando a tarefa.
Os humanos conseguem filtrar informações e tomar decisões, mesmo que os critérios não estejam bem definidos.
Os humanos, de uma forma geral, aprendem com a experiência e são capazes de mudar o resultado da ação mediante previsão e raciocínio.
Os homens são mais criativos que as máquinas na resolução dos problemas.
Os homens têm sensibilidade para vários estímulos, podendo se comunicar entre si por meio do olhar, fala e gestos.
Os humanos são mais econômicos que as máquinas em tomar decisões complexas e tratar com eventos raros e emergenciais.
No entanto, as máquinas também têm suas vantagens, como: são mais lógicas e reproduzem fielmente as operações, são mais rápidas e têm maior velocidade de execução, além de poderem operar em condições insalubres.
Na destinação de tarefas tanto para máquinas quanto para humanos prevalecem, muitas vezes, critérios econômicos, pois as máquinas não fazem reivindicações quanto aos salários, greves e nem por melhores condições de trabalho. Por outro lado, há um custo de manutenção e investimento. Também é evidente que é difícil colocar máquinas em atividades criativas e não rotineiras.
Realizada a alocação das tarefas, estas devem ser agrupadas de forma que se organizem os cargos. O cargo deve satisfazer diversos critérios para que a pessoa se sinta motivada a exercer aquelas tarefas.
Para que um cargo seja considerado completo, ele deve conter um conjunto de tarefas coerentes, produtivas, preparatórias e de suporte.
As oportunidades de controlar e aprender estão presentes nas tarefas de suporte e preparatórias. De uma forma geral, essas tarefas são de natureza menos repetitivas que as de produção. Os termos “alargamento vertical do cargo” e “enriquecimento do cargo” são usados para descrever o processo de tornar o cargo mais completo, acrescentando tarefas mais complexas. Enquanto que a atribuição de outras tarefas do mesmo nível de complexidade é chamada “alargamento horizontal do cargo” ou “extensão do cargo”.
O cargo se torna interessante no momento em que a pessoa possa contribuir na solução dos problemas, ainda mais quando a natureza desses problemas quebra a rotina. A solução normalmente é encontrada por meio de três formas de consultas: consulta informal (por meio de contatos informais com colegas mais próximos), consulta de trabalho (realizadas formalmente aos gerentes de linha e colegas) e trabalho em grupo (grupos constituídos formalmente).
Importante ressaltar que, para que o sistema de consultas funcione, é necessário que se tenha um clima de confiança entre colegas, além de um ambiente favorável às discussões que favoreçam um consenso na solução dos problemas.
Nas linhas de montagem é típico que muitos cargos repitam as mesmas tarefas em pequenos intervalos de tempo. Para a repetição da mesma tarefa, o tempo do ciclo não deve ser inferior a um minuto e meio. Tarefas mais curtas provocam alienação mental, além de fatigarem poucos músculos. Neste caso, o trabalhador tem pouca flexibilidade para adequação do trabalho as suas características individuais, pois a localização, o método, o ponto inicial, o ponto final e o ritmo já estão pré-estabelecidos. Dessa forma, fazendo com que os trabalhadores se sintam oprimidos. Podemos concluir que tarefas altamente repetitivas devem ser acrescidas de outras ações para aumentar o tempo do ciclo e reduzir a monotonia.
O cargo deve misturar tarefas difíceis e fáceis. Em tarefas fáceis, o trabalhador pode sentir monotonia por falta de desafios, enquanto, o trabalho for composto apenas de tarefas difíceis, pode provocar esgotamento mental e estresse. Lembrando que o que é fácil para um pode ser difícil para outro, pois depende do nível de instrução, personalidade e experiência de cada trabalhador.
O cargo pode ser mais interessante se a pessoa puder decidir como fazer o seu trabalho. Essa autonomia pode abranger o ritmo, o método de trabalho e a ordem de execução das tarefas, além de poder rejeitar materiais danificados e, quando sentir necessidade, procurar ajuda de outro colega.
É importante que os trabalhadores tenham contato com os demais colegas de trabalho, pois os contatos têm como objetivos ajudar um colega, comentar assuntos fora do trabalho e discutir sobre o trabalho. Trabalhadores que passam por longo tempo em isolamento sentem pessimismo e tédio.
Os trabalhadores devem receber um fluxo regular de informações para que continuem executando bem as suas tarefas. As informações podem ser de duas naturezas:
Feedback (realimentação): informações sobre a quantidade e qualidade do trabalho executado, como a consequência deste.
Desemprenho programado: informações sobre a quantidade e a qualidade do trabalho a ser executado nos próximos dias ou semana, além das condições em que esse trabalho deverá ser executado.
Essas informações muito contribuem para que se mantenha a direção do trabalho e para eventual correção que se faça necessária. Informações sobre a empresa fazem com que o trabalhador se sinta contribuindo para atingir o resultado esperado pela mesma.
A organização do trabalho, de acordo com os objetivos da empresa, faz a junção de vários cargos. Os aspectos relevantes dessa organização são: os grupos autônomos, as formas flexíveis de organização e o estilo de gerência baseado na liderança. Um grupo autônomo é um grupo fixo de trabalhadores que são responsáveis por determinados serviços ou processos sem que precisem de uma supervisão contínua.
Essa forma de organização abreviaos tempos de produção, consequentemente melhorando a produtividade e a qualidade. Além de facilitar a chegada de novos produtos, os trabalhadores se tornam polivalentes, realizando tarefas diversas do grupo.
É importante colocar que as atribuições dos membros do grupo devem ser entendidas e claramente estabelecidas por todos do grupo. Tanto o ponto de partida quanto o resultado devem ser identificados e mensurado por todos, fazendo com que todo o grupo se sinta responsável em atingir uma meta.
Os grupos devem tomar algumas decisões sobre o seu próprio trabalho, pois isso faz com que se sintam mais motivados e responsáveis pelo trabalho que estão executando. Algumas decisões podem ser: método de trabalho, ritmo de trabalho, supervisão do processo produtivo, distribuição de tarefas para os membros do grupo, escolha de liderança e escolha de outros colegas para o grupo.
O tamanho do grupo influencia em alguns aspectos como no envolvimento dos membros no trabalho, na produtividade, na habilidade do grupo em resolver problemas, além do tempo que levam para tomar decisões. O tamanho ideal de grupo varia entre sete e doze pessoas.
Formas flexíveis de organização
As empresas devem reagir rapidamente em virtude de mudanças circunstanciais, adaptando-se à concorrência, pois isso leva a renovação dos serviços, dos produtos e dos processos de trabalho.
As estruturas hierárquicas tradicionais de empresa estão sendo substituídas por formas mais flexíveis de organização. Os níveis organizacionais assumiram uma estrutura mais “diminuída”, reduzindo-se de seis a sete níveis para dois ou três. Mais responsabilidades e tarefas foram delegadas aos trabalhadores de forma geral, os mesmos cooperam entre si e auxiliam-se para conseguir os resultados. O gerente não é mais o chefe que controla e ordena, mas o líder que organiza, propõe, desafia e motiva.
Para que as empresas introduzam esse tipo de mudança nas suas organizações, é preciso o apoio e determinação por parte da direção para que se possa vencer qualquer acomodação e/ou resistência que possa surgir por parte de alguns trabalhadores. Isso é chamado de mudança de cultura organizacional, o que resulta em novos meios de controle, comunicação e justificativas.
Quando a empresa assume uma organização flexível, os trabalhadores não precisam ter o seu posto de trabalho fixo, muitos trabalhos são realizados na própria casa e enviados pela internet, configurando o modelo de tele trabalho. Em um escritório, por exemplo, significa que não existe os “donos” das mesas, aqueles que chegam ocupam qualquer mesa vazia.
Além disso, existe a flexibilidade nos horários de trabalho, cada pessoa pode fazer o seu próprio horário. Claro que se tem um limite para essa flexibilidade, por exemplo, quando uma linha de produção começa a funcionar, os trabalhadores precisam estar nas suas posições. Para esses casos, a flexibilidade pode ser alcançada por meio das tarefas de preparação à produção e de pós-produção, no caso da arrumação e faxina do setor. Na organização flexível, os cargos gerenciais devem atuar como líderes e não mais como chefes.
Existem algumas diferenças de estilo gerencial entre o líder e o chefe.
Enquanto o chefe mantém sigilo sobre algumas informações, conhece tudo e melhor do que qualquer um, resolve problemas está sempre ocupado com os seus próprios problemas, se restringe a comunicação aos subordinados para somente assuntos de trabalho, critica e não evidencia os pontos positivos do grupo, o líder logo coloca ao grupo todas as informações disponíveis, não precisa conhecer tudo, depende dos demais empregados, auxilia o empregado a encontrar as suas próprias soluções, dá apoio e facilita o trabalho dos empregados, a comunicação se torna mais aberta e franca, pergunta e escuta o empregado, e diante de um erro pergunta ao empregado como fazer para evitá-lo.
Esforço físico (levantamento, transporte e movimentação manual de materiais)
A movimentação manual de cargas ou de materiais é definida como qualquer operação de transporte ou sustentação de uma carga que, devido as suas características ou a condições ergonômicas desfavoráveis, comporte riscos para a saúde e segurança dos trabalhadores. Está associada a todos os setores de atividade, porém, há alguns em que assume um papel de destaque maior, por exemplo: construção civil, armazenamento e indústria têxtil.
Conforme a OIT (Organização Internacional do Trabalho), a movimentação manual de materiais agregada à adoção de posturas inadequadas nos locais de trabalho é uma das causas mais comuns de acidentes de trabalho, constituindo uma percentagem de 20 a 25% de ocorrências.
O transporte manual de cargas, envolvendo todo o corpo ou partes dele, e associado a uma baixa eficiência do sistema muscular do trabalhador, transforma-se em um trabalho pesado, provocando fadiga com consequências bastante graves, aumentando o risco de incidência de doenças profissionais ou ocorrência de acidentes de trabalho.
Observe a seguir alguns fatores de risco que tornam a movimentação manual de cargas perigosa e aumentam o risco de lesões, principalmente a nível da coluna lombar.
Características da carga
Dimensão: cargas muito grandes impossibilitam que as regras básicas de elevação e transporte sejam implementadas (manter a carga o mais próximo do corpo quanto possível) o que acaba originando um rápido cansaço muscular.
Peso: cargas com um peso superior a 20 kg tornam-se, por vezes, muito difícil de serem sustentadas pela maioria das pessoas.
Pega: cargas difíceis de agarrar, com arestas afiadas ou com materiais perigosos podem condicionar a ocorrência de lesões e o risco de acidente aos trabalhadores.
Estabilidade e equilíbrio: cargas instáveis ou desequilibradas originam uma distribuição irregular do peso, fazendo com que o esforço muscular exigido na sua sustentação seja, por vezes, muito grande.
Alcance: cargas cujo alcance exige a adoção de posturas extremas a nível dos membros superiores e tronco, e requere um maior esforço muscular.
Características das tarefas
Repetitividade.
Duração: tarefas realizadas com grande frequência ou durante um espaço de tempo longo.
Posturas adotadas: elevação dos membros superiores acima da linha dos ombros, flexão/rotação do tronco, entre outras.
Características do ambiente de trabalho
Espaço: sendo insuficiente para a movimentação manual de cargas pode conduzir à adoção de posturas incorretas ou inadequadas.
Pavimento: instável, irregular ou escorregadio pode aumentar o risco de acidentes.
Ambiente Térmico: o frio pode diminuir a sensibilidade das mãos, tornando mais difícil agarrar os materiais. O calor provoca cansaço nos trabalhadores e, consequentemente, o suor dificulta a manipulação de ferramentas, exigindo um esforço maior.
Iluminação: quando insuficiente, pode fazer com que os trabalhadores se coloquem em posições inadequadas para conseguirem ver o que estão a executando ou aumentar o risco de acidentes.
Características individuais
Idade: o risco de lesões na região sacro-lombar aumenta com a idade e com o tempo em que o trabalhador executa determinado trabalho.
Falta de experiência ou de familiaridade com a tarefa.
Capacidade física do trabalhador: peso, altura e força.
Antecedentes médicos: a nível de lesões lombares.
Como consequências para a saúde e segurança, podemos citar o aumento do absenteísmo; a elevada incidência de traumatismos musculoesqueléticos; distração e fadiga que podem desencadear vários erros; aumento do número de incidentes e acidentes e aparecimento de patologias como hérnias de discos, lombalgias e problemas no nervo ciático.
Os problemas de saúde e os acidentes podem ser prevenidos por meio da eliminação ou, pelo menos, da redução dos riscos de movimentação manual de cargas, adotando-se a seguinte hierarquia das medidas de prevenção:
Eliminação do risco: Avaliar se a movimentação manual de peso pode ser evitada, utilizando como recurso um equipamento elétrico ou mecânico, como empilhadeiras ou paleteiras.
Medidas técnicas: Quandoa movimentação manual de cargas não puder ser evitada, devemos considerar a utilização de dispositivos de apoio, como monta-cargas e dispositivos de elevação pneumáticos.
Medias organizacionais: A introdução de pausas de duração suficiente e a rotatividade de tarefas só deverão ser consideradas se a eliminação ou a redução dos riscos da movimentação manual de cargas for inevitável.
Informação: Referente aos efeitos negativos da movimentação manual de cargas para a saúde, os riscos e a formação sobre e das técnicas corretas de movimentação e da utilização do equipamento.
Como recomendações a serem adotadas na movimentação manual de cargas, podemos citar as seguintes:
Evitar manusear as cargas não adequadas em termos de volume ou peso.
Conceber embalagens com tamanhos e formas apropriadas ao tipo de objeto a ser manuseado.
Procurar adaptar pegas ergonômicas na carga manuseada para facilitar o transporte e o levantamento.
 Usar técnicas adequadas em função da especificidade e do tipo da carga – evitar a utilização do tronco como alavanca, mantendo-o na posição vertical e procurar utilizar os membros inferiores como alavanca.
Sempre que possível, antes de proceder à elevação, colocar as cargas em planos elevados em relação ao solo.
 Os movimentos de rotação do tronco devem ser sempre evitados.
A movimentação de cargas deve ser efetuada em zonas que possuam o pavimento devidamente nivelado e desobstruído de obstáculos.
 Sempre que tecnicamente possível, utilizar meios auxiliares de transporte e de elevação para movimentar as cargas.
As cargas a transportar devem estar devidamente acondicionadas e simetricamente distribuídas de modo a evitar sobre-esforços.
 Os braços devem estar posicionados junto ao corpo.
 Quando o tipo de trabalho implica movimentos muito monótonos ou repetitivos, deve-se procurar efetuar pequenas pausas acompanhadas de alguns exercícios.
Trabalho noturno
Atualmente, os países industrializados voltaram à produção contínua, assim, o trabalho em turno se torna um problema complicado e de grande importância. Uma das principais razões para o trabalho contínuo é a econômica. Muitos processos só são considerados lucrativos se as empresas trabalharem 24 horas por dia.
Trabalho diurno
Para melhor entendimento do funcionamento do trabalho noturno e das suas implicações, vamos tratar do trabalho diurno e das diferentes formas de pausa.
Grandjean (1988) comentou que em uma fábrica, o encurtamento da jornada de trabalho aumentou a produção entre 3 e 10%, no qual o aumento manual se sobressaiu ao operado por máquinas. Em outra pesquisa inglesa (VERNON, 1921), os resultados confirmam a experiência de que a redução da jornada pode resultar em uma produtividade de horário maior, ou seja, o trabalho termina mais rápido com menos pausas voluntárias.
Ao contrário, aumentar a jornada de trabalho pode tornar o ritmo de trabalho mais lento e a produtividade horária menor.
Um dia de trabalho mais longo ou trabalho extra são comuns, mas geram resultados decepcionantes. Em função da relação mencionada entre horas de trabalho e os resultados esperados, a produtividade não aumenta tanto quanto o esperado e desejado, pelo contrário, podendo até cair se os trabalhadores ficarem sobrecarregados fisicamente ou mentalmente.
A maioria dos trabalhadores tende a manter um resultado diário e, se a jornada varia, vai ocorrer um ajuste no ritmo de trabalho para compensar. Porém, podemos tomar essa afirmação como verdadeira para trabalhos que não estejam relacionados com a velocidade do processo ou da máquina. Os trabalhadores que precisam atrelar o seu trabalho com o ritmo externo ou trabalhadores de uma esteira, não podem fazer muito para compensar as mudanças nos horários de trabalho.
A maioria dos trabalhadores tende a manter um resultado diário e, se a jornada varia, vai ocorrer um ajuste no ritmo de trabalho para compensar. Porém, podemos tomar essa afirmação como verdadeira para trabalhos que não estejam relacionados com a velocidade do processo ou da máquina. Os trabalhadores que precisam atrelar o seu trabalho com o ritmo externo ou trabalhadores de uma esteira, não podem fazer muito para compensar as mudanças nos horários de trabalho.
Efeitos no aparecimento de doenças
O excesso de horas trabalhadas reduz a produtividade por hora, aumenta a quantidade de faltas (absenteísmo) por doença ou acidentes. Uma jornada de trabalho de oito horas diárias que deixa o trabalhador moderadamente fatigado, não pode ser aumentada para nove horas ou mais sem prejuízos, incluindo uma redução perceptível no ritmo de trabalho e o aumento significativo nos sintomas da fadiga, o que pode gerar mais acidentes e doenças.
Uma jornada de trabalho de oito horas não pode ser excedida sem prejuízo se o trabalho é pesado. Uma jornada maior é tolerável para trabalhos em que a natureza da tarefa permite períodos de pausas para descanso.
Pausas para descanso
Cada função do corpo humano pode ser entendida como um equilíbrio entre trabalho e repouso. As pausas para descanso são fundamentais e indispensáveis como uma condição básica fisiológica do desempenho e da eficiência do organismo humano como um todo.
As pausas para descanso são fundamentais não apenas para o trabalho manual como para os trabalhos que sobrecarregam o sistema nervoso, pois necessitam monitorar um número grande de sinais sensoriais.
Existem diferentes tipos de pausas para descanso, podemos distingui-las em quatro tipos:
Pausas espontâneas: são pausas que os trabalhadores fazem por iniciativa própria para interromper o fluxo de trabalho com o objetivo de descanso. Geralmente não são longas, podendo ser frequentes se o trabalho se configurar estressante.
Pausas disfarçadas: são os tempos em que o trabalhador faz uma outra atividade que não seja o trabalho principal. A atividade de disfarce é uma atividade curta, de rotina, fácil, a qual permite que ele relaxe da tarefa principal. Como exemplos podemos citar: limpar uma parte da máquina, arrumar a bancada de trabalho. O problema com as pausas disfarçadas é que as mesmas não fornecem o relaxamento suficiente, pois uma outra atividade é desempenhada.
Pausas que fazem parte da natureza do trabalho: são todas as interrupções que surgem na operação da máquina ou equipamento ou na organização do trabalho. Por exemplo, esperar que a máquina complete a fase de operação para que uma ferramenta esfrie. Períodos de espera são comuns nas indústrias de serviço, como esperar pelas ordens de serviço ou pelos clientes. Já em uma esteira, as pausas condicionadas pelo trabalho dependem da destreza do operador e do movimento da esteira.
Pausas prescritas pela gerência: pausas no trabalho prescritas pela gerência, por exemplo, pausas para o almoço e as pausas pela manhã e pela tarde para lanches.
Segundo estudos de Graf (1954), pode-se dizer que todos os tipos de pausas (espontâneas, disfarçadas, prescritas e condicionadas pelo trabalho) somam em torno de 15% do tempo de trabalho.
Pausas para descanso e produtividade
A introdução de pausas para descanso organizadas, na sua grande maioria, acelera o trabalho, o que compensa o tempo perdido durante as pausas prescritas, além de reduzir as pausas espontâneas e disfarçadas.
As pausas para descanso tendem a aumentar a produção e não a reduzir. A ergonomia confere esse efeito à prevenção da fadiga em excesso ou do restabelecimento periódico dos sintomas da fadiga, durante o intervalo de relaxamento.
Pausas de repouso no trabalho pesado
Nos trabalhos pesados, as pausas obrigatórias devem ser indicadas e distribuídas as oito horas de trabalho do turno. Se deixar que as pausas fiquem a cargo dos trabalhadores, os mesmos tendem a trabalhar continuamente e deixar a pausa para o final do turno, de forma que possam sair do trabalho mais cedo, gerando uma sobrecarga.
Pausa para descanso no trabalho moderadamente pesado
Para os trabalhos nas indústrias, na montagem, na manufatura e nos escritórios, uma recomendação cautelosa é inserir uma pausa de dez a quinze minutospela manhã para descanso e a mesma pela tarde e uma maior ao meio dia. Essas pausas previnem a fadiga, permitem um tempo para o contato social e dão oportunidade para o descanso.
Problemas com os trabalhos relacionados com o tempo
Em trabalhos que dependem do tempo como linhas de montagem mostram que pausas de três a cinco minutos a cada hora melhoram a concentração e reduzem a fadiga, principalmente quando o trabalho é repetitivo.
Sono diurno e noturno
O homem está voltado para sua fase, voltado para a performance ( ergotrópica) durante a manhã e tem a sua fase de recuperação e reposição de energia (trofotrópica) durante a noite. Por sua vez, o trabalhador noturno vai trabalhar na sua fase de relaxamento e não na sua fase de performance. Aqui se contata o problema psicológico e fisiológico do trabalho noturno. Outro problema é o de socialização e com a vida familiar. A ergonomia tem problema de planejar o trabalho em turnos para que o mesmo gere o menor problema à vida social e à saúde.
O ritmo circadiano
As funções do corpo dos animais e dos seres humanos transcorrem em um ciclo de 24 horas, o qual é denominado de ritmo circadiano ou diurno.
Em condições normais, os ritmos circadianos são sincronizados em um ciclo de 24 horas por meio de controlares do tempo, como: contatos sociais, o trabalho e seus eventos, mudanças do escuro para o claro e vice-versa e o conhecimento do relógio do tempo.
As funções corporais mais circadianas são a prontidão para o trabalho, o sono, assim como alguns processos, como o metabolismo, a frequência cardíaca, a pressão sanguínea, a liberação de hormônios e a temperatura corporal.
Sono normal
O sono é a função mais importante governada pelo ritmo circadiano.
Um ser humano adulto precisa de 6 a 8 horas de sono por noite, porém, há variações individuais. Algumas pessoas precisam de 10 horas de sono para ficarem alertas e descansadas, enquanto outras precisam de apenas 5 horas ou até menos. A duração do sono é uma questão de idade, enquanto uma criança recém-nascida necessita de 15 a 17 horas diárias, pessoas idosas dormem cada vez menos, e muitas vezes esse sono não é contínuo.
Sono diurno dos trabalhadores noturnos
Os pesquisadores, durante muito tempo, registraram casos de sono diurno perturbado entre os trabalhadores noturnos. Parte desta perturbação do sono é creditada ao ruído, que de forma geral, é maior na residência durante o dia do que à noite, além disso, muitos trabalhadores afirmam que sentem um certo cansaço durante o dia e que o sono não é repousante o suficiente.
Duração e qualidade do sono
Nota-se que o sono diurno é perceptivelmente mais curto do que o sono noturno que eles têm nos seus dias de folga. 6 horas é a duração média do sono diurno, enquanto que nos dias de folga a média passa a ser de 8 até 12 horas.
Capacidade para trabalhar à noite
As capacidades tanto físicas quanto mentais mostram um ritmo circadiano característico. A prontidão psicofisiológica (é o estudo das relações entre fenômenos psíquicos e fisiológicos) para o trabalho está no seu máximo durante a manhã enquanto é pobre após a pausa no meio do dia, caindo mais durante a noite. A prontidão para a ação é maior durante o dia e menor durante a noite. O organismo humano é orientado para melhor performance durante o dia e está pronto para o repouso durante a noite.
Reversão do ritmo circadiano
Para o trabalhador por turno que volta a trabalhar no turno normal do dia, depois de alguns dias, esta reversão não é completa. Os ritmos circadianos biológicos mostram os primeiros sinais de reajuste após vários sonos noturnos, mas a reversão normalmente não se completa, mesmo após várias semanas.
Aspectos sociais do trabalho em turnos
É preciso considerar os efeitos dos aspectos sociais do trabalho em turnos, já que o bem-estar social está relacionado com a saúde física.
À frente disto está a interferência nos contatos sociais com os amigos, a interrupção da vida familiar e menores oportunidades de participação de atividades de grupo.
Tempo livre
Reclamação muito frequente junto dos trabalhadores é com relação à ruptura da vida social fora da família. O trabalhador noturno sente-se excluído da sociedade como um todo. Essa situação indica o que é que os trabalhadores em turnos podem fazer no seu tempo livre, de forma que eles acabam por optar por atividades solitárias.
Ritmos de Trabalho
O ritmo acelerado do trabalho aumenta as atribuições e a carga laboral, o que pode frustrar as expectativas do trabalhador no que se refere ao cotidiano laboral e a sua própria qualidade de vida.
O trabalho não é indiferente para a vida do indivíduo, pode trazer-lhe adoecimento ou satisfação. Muitas vezes em busca da realização ou por necessidade financeira, o indivíduo aceita os constrangimentos provenientes do trabalho e os desafios, os quais afetam sua capacidade para o trabalho. Esta pode ser compreendida como a maneira que o trabalhador responde às exigências mentais e exigências físicas de seu cotidiano laboral.
Fatores psicossociais (ergonomia cognitiva)
A ergonomia cognitiva refere-se aos processos mentais, como raciocínio, memória, percepção e resposta motora conforme afetem as interações entre seres humanos e outros elementos de um sistema.
Como tópicos relevantes podemos incluir o estudo da carga mental de trabalho, o desempenho especializado, a tomada de decisão, a interação homem-máquina, estresse e treinamento conforme esses se relacionem aos projetos envolvendo sistemas e seres humanos.
Considerações Finais
Nesse tópico, abordamos vários assuntos relacionados à ergonomia, estudamos assuntos desde a organização do trabalho, o esforço físico (levantamento, transporte e movimentação manual de materiais), o trabalho noturno, o ritmo de trabalho até os fatores psicossociais (ergonomia cognitiva).
É de suma importância que você, futuro Técnico de Segurança do Trabalho, tenha os conhecimentos propostos neste material, para que você auxilie na avaliação do ambiente de trabalho, e que entenda, fundamentalmente, que tanto a organização do trabalho como o esforço físico que porventura o trabalhador faça no levantamento e movimentação manual de carga, assim como, o trabalho em turno ou noturno, os fatores psicossociais e o ritmo de trabalho são aspectos que estão relacionados entre si.

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