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Fitoterápicos e nutracêuticos

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Fitoterápicos e nutracêuticos: 
aplicação na nutrição clínica
Brasília-DF.
elaboração
Renata Pires Dotto
produção
Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração
3
SUMÁRIO
apresentação ..................................................................................................................................... 5
orGaniZação Do caDerno 
De estuDos e pesQuisa ........................................................................................................................ 6
introDução ......................................................................................................................................... 8
uniDaDe i
CONCEITOS ........................................................................................................................................... 9
capítulo 1
CONCEITOS báSICOS Em FITOTErapIa .......................................................................................... 11
capítulo 2
FOrmaS dE rEprESENTaçãO dOS dErIvadOS dE plaNTaS mEdICINaIS para prESCrIçãO .................... 12
uniDaDe ii
FITOTErápICOS .................................................................................................................................... 15
capítulo 3
FITOTErápICOS quE aprESENTam prOprIEdadE TErapêuTICa NO SISTEma NErvOSO CENTral (SNC) ...... 17
capítulo 4
FITOTErápICOS quE aprESENTam prOprIEdadE TErapêuTICa NO SISTEma dIgESTIvO ......................... 26
capítulo 5
FITOTErápICOS quE aprESENTam prOprIEdadE TErapêuTICa NO SISTEma ImuNOlógICO E CIrCulaTórIO 33
uniDaDe iii
alImENTOS FuNCIONaIS ......................................................................................................................... 41
capítulo 6
NuTraCêuTICOS E FITOquímICOS ................................................................................................ 43
capítulo 7
áCIdOS graxOS: ÔmEga 3 E 6 .................................................................................................... 46
capítulo 8
lINhaça E ÔmEga 9 ................................................................................................................. 50
capítulo 9
ólEO dE OlIva E NOzES ............................................................................................................ 53
4
capítulo 10
vITamINa a E OS CarOTENOIdES ................................................................................................ 55
capítulo 11
gluCOSINOlaTOS/INdóIS, FITOESTEróIS E FlavONOIdES ................................................................. 58
capítulo 12
aNTOCIaNINaS, FITOESTrógENOS E SapONINaS ............................................................................. 61
capítulo 13 
CapSaICINa, bETagluCaNaS E Psyllium ..................................................................................... 64
capítulo 14 
ChOCOlaTE ............................................................................................................................ 67
capítulo 15 
uva E Chá vErdE ..................................................................................................................... 69
capítulo 16
laCTObaCIlOS E bIFIdObaCTérIaS ............................................................................................. 71
capítulo 17
prObIóTICOS E prEbIóTICOS ..................................................................................................... 75
para (não) FinaliZar ......................................................................................................................... 78
reFerências ..................................................................................................................................... 79
5
APRESENTAÇÃO
Caro aluno
A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se entendem necessários 
para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade. Caracteriza-se pela atualidade, dinâmica 
e pertinência de seu conteúdo, bem como pela interatividade e modernidade de sua estrutura formal, 
adequadas à metodologia da Educação a Distância – EaD.
Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da pluralidade dos conhecimentos a 
serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos específicos da área e atuar de forma competente 
e conscienciosa, como convém ao profissional que busca a formação continuada para vencer os desafios 
que a evolução científico-tecnológica impõe ao mundo contemporâneo.
Elaborou-se a presente publicação com a intenção de torná-la subsídio valioso, de modo a facilitar sua 
caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na profissional. Utilize-a como 
instrumento para seu sucesso na carreira.
Conselho Editorial
6
ORGANIZAÇÃO DO CADERNO 
DE ESTUDOS E PESQUISA
Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em capítulos, de forma 
didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos básicos, com questões para reflexão, 
entre outros recursos editoriais que visam a tornar sua leitura mais agradável. Ao final, serão indicadas, 
também, fontes de consulta, para aprofundar os estudos com leituras e pesquisas complementares.
A seguir, uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos Cadernos de Estudos e Pesquisa.
Provocação
Pensamentos inseridos no Caderno, para provocar a reflexão sobre a prática 
da disciplina.
Para refletir
Questões inseridas para estimulá-lo a pensar a respeito do assunto proposto. Registre 
sua visão sem se preocupar com o conteúdo do texto. O importante é verificar 
seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. É fundamental que você 
reflita sobre as questões propostas. Elas são o ponto de partida de nosso trabalho.
Textos para leitura complementar
Novos textos, trechos de textos referenciais, conceitos de dicionários, exemplos e 
sugestões, para lhe apresentar novas visões sobre o tema abordado no texto básico.
abc
Sintetizando e enriquecendo nossas informações
Espaço para você, aluno, fazer uma síntese dos textos e enriquecê-los com sua 
contribuição pessoal.
7
Sugestão de leituras, filmes, sites e pesquisas
Aprofundamento das discussões.
Praticando
Atividades sugeridas, no decorrer das leituras, com o objetivo pedagógico de 
fortalecer o processo de aprendizagem.
Para (não) finalizar
Texto, ao final do Caderno, com a intenção de instigá-lo a prosseguir com a reflexão.
Referências
Bibliografia consultada na elaboração do Caderno.
8
INTRODUÇÃO
O presente Caderno aborda os conceitos básicos em Fitoterapia, que inclui as formas de representação 
dos derivados de plantas medicinais para a prescrição. Serão abordados os fitoterápicos de acordo com a 
regulamentação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e, da mesma forma, os alimentos 
funcionais compreendidos pelos nutracêuticos e pelos fitoquímicos.
É importante ressaltar que a prescrição fitoterápica requer os mesmos cuidados, atenção e avaliação 
que são exigidos por qualquer prescrição, independentemente se forem ou não de venda livre. Cabe ao 
profissional deter conhecimento sobre Farmacologia e sobre o diagnóstico individual correto por meio 
de uma completa anamnese.
.
Sabendo-se da Resolução CFN no 402/2007, que regulamenta a prescrição 
fitoterápica pelo nutricionista, é fundamental que esse profissional realize 
atualizações constantes sobre Fitoterapia, prescrição, sobre a legislação vigente 
segundo a Anvisa e, também, em relação aos alimentos funcionais.
Além disso, é fundamental o trabalho da equipe multidisciplinar, com suas 
respectivas obrigações, a objetivar sempre a melhora do paciente. Devemos 
lembrar, ainda, que o profissional nutricionista não deveprescrever fitoterápicos 
que exijam prescrição médica.
objetivos
 » Compreender os conceitos básicos em Fitoterapia e nutracêuticos.
 » Compreender as legislações referentes ao conteúdo.
 » Capacitar o profissional para a prescrição, indicações específicas, formas de 
utilização, dosagens a serem utilizadas e seus respectivos efeitos adversos.
UNIDADE Iconceitos
11
CAPíTUlO 1
Conceitos básicos em Fitoterapia
De acordo com a Anvisa, fitoterápicos são medicamentos obtidos a partir de plantas medicinais. 
Eles são obtidos empregando-se, exclusivamente, derivados de droga vegetal (extrato, tintura, óleo, 
cera, exsudato, suco, entre outros). Não é objeto de registro como medicamento fitoterápico a planta 
medicinal, ou suas partes, após processos de coleta, estabilização e secagem, podendo ser íntegra, 
rasurada, triturada ou pulverizada. 
Os fitoterápicos, assim como todos os medicamentos, devem oferecer garantia de qualidade, ter efeitos 
terapêuticos comprovados, composição padronizada e segurança de uso para a população.
Importante lembrar que o nutricionista não pode prescrever fitofármacos (composto ativo isolado como, 
por exemplo, o licopeno), mas, somente, as drogas vegetais (por exemplo, a melissa).
Fitoterapia e legislação
 » Resolução RDC no 17 de 24 de fevereiro de 2000 (Anvisa): regulamenta o registro de 
medicamentos fitoterápicos.
 » Resolução RDC no 48 de 16 de março de 2004 (Anvisa): revoga a RDC no 17/2000.
 » Resolução CNS no 338 de 6 de maio de 2004 (Anvisa): o Conselho Nacional de Saúde 
(CNS) aprova a política nacional de assistência farmacêutica, que define a utilização 
de plantas medicinais na atenção à saúde.
 » Resolução CFN no 402 de 30 de julho de 2007: regulamenta a prescrição fitoterápica 
pelo nutricionista de plantas in natura frescas ou como droga vegetal nas suas 
diferentes formas farmacêuticas (Conselho Federal de Nutricionistas).
 » O profissional nutricionista não pode prescrever o fitoterápico que dependa de 
prescrição médica. A lista dos fitoterápicos que são passíveis, ou não, de prescrição 
pode ser consultada na Instrução Normativa no 5 de 11 de dezembro de 2008.
Instrução Normativa no 5/2008 disponível em: <http://portal.saude.gov.br/portal/
arquivos/pdf/IN_N_5_2008_anvisa.pdf>.
12
CAPíTUlO 2
Formas de representação dos derivados de plantas 
medicinais para prescrição
De acordo com o Conselho Federal de Nutricionistas, a prescrição fitoterápica é parte do procedimento 
realizado pelo nutricionista na prescrição dietética. A prescrição deverá conter, obrigatoriamente:
 » nomenclatura botânica (o nome popular é opcional);
 » parte usada;
 » forma farmacêutica/modo de preparo;
 » tempo de utilização;
 » dosagem;
 » frequência de uso;
 » horários.
Exemplo de prescrição:
Nome do paciente:_____________________
Uso: interno/via oral
Fórmula: xarope antigripal expectorante
Quantidade: 200ml
Formulação:
Tintura de Mikania glomeratra (Guaco) _______ 30ml
T. Mentha puléqium (Poejo) ________________ 30ml
T. Eucalyptus globulus (Eucalipto) ___________ 20ml
T. própolis______________________________ 20ml
Mel ___________________________________ até 100ml
Posologia:
Adultos: 15ml (1 colher de sopa), 3 x/dia
Crianças: 5ml (1 colher de chá), 3 x/dia
Assinatura com CRN e data.
13
As formas farmacêuticas permitidas para o uso pelo profissional nutricionista são exclusivamente as de 
uso oral, tais como:
 » infuso;
 » decocto;
 » tintura;
 » alcoolatura;
 » extrato.
O nutricionista que optar pelo uso de fitoterápicos em sua prescrição dietética deve buscar capacitação de 
bom nível, preferencialmente por meio de cursos de longa duração.
quadro 1. Forma de apresentação dos fitoterápicos.
InFusão Água Fervente De 5 a 10 mInutos.
Decocção
Cascas, raízes e também sementes. Ferver de 10 a 20 minutos 
e depois fazer repouso de 10 a 15 minutos.
Tintura Maceração da erva com o álcool ou com vinho.
Maceração Deixar a planta amassada em água fria de 7 a 24 horas.
Xaropes Utilizar 2/3 do peso da planta ou fruto em açúcar ou mel.
Extratos fluídos
As preparações são obtidas a partir de 1kg da erva seca sem a 
ação do calor.
Cápsulas Podem ser feitas com o pó, extrato seco ou óleo da planta.
quadro 2. unidades domésticas e volume de partes das plantas
voLume Peso em gramas
1 colher de chá de raízes secas 2
1 colher de chá de folhas frescas 4
1 colher de sopa de raízes ou cascas secas 20
1 colher de sopa de folhas secas 4
1 colher de sopa de folhas frescas 10
cuidados básicos na compra de plantas secas
O produto deve estar acondicionado em embalagem apropriada e íntegra e deve constar:
 » nome científico da planta;
 » nome popular;
 » parte da planta utilizada;
ConCeitos | UNIDADE I
14
 » registro na Anvisa ou notificação;
 » nome do fabricante com CNPJ e endereço;
 » nome do farmacêutico responsável e o número do registro no CRF;
 » número do lote e prazo de validade.
Deve-se observar, também, a ausência de fungos, bolores, umidade e a presença de elementos estranhos 
como areia, terra, pedras ou insetos antes de consumir o produto para o tratamento indicado.
UNIDADE I | ConCeitos
UNIDADE IIFitoterápicos
17
CAPíTUlO 3
Fitoterápicos que apresentam propriedade 
terapêutica no Sistema Nervoso Central (SNC)
capim limão (Cymbopogon citratus Stapf )
 » Parte de interesse da planta
Folhas, rizoma, raízes secas e, também, frescas.
 » Constituintes químicos de destaque
Óleos essenciais como: geranial, neral, citral, cetonas, alcoóis, terpenos eflavonoides.
 » Propriedades terapêuticas
Antitérmico, analgésico, carminativo, sedativo, excitante gástrico, ansiolítico.
 » Efeitos colaterais, toxicidade e contraindicações
Dor abdominal sem conhecimento de causa e gastrite.
Em altas doses, pode causar aborto, redução da pressão arterial e desmaios.
 » Posologia
Infusão: 4 xícaras (café) de folhas frescas ou secas picadas em 1 litro de água. Tomar 
1 xícara 2 a 3 vezes ao dia.
Infusão: 10 gramas de folhas secas em ½ litro de água quente. Tomar 3 a 4 xícaras 
ao dia.
Hamamelis (Hamamelis virginiana L.) 
 » Sinônimos
Hamamélide, amamelide.
 » Parte de interesse da planta
Folhas
 » Constituintes químicos de destaque
Catecol, canferol, ácidos gálico e graxos, ésteres eugenol, flavonoides, hamamelitanino, 
isopreno, mucilagens. 
18
 » Propriedades terapêuticas
Sedativo, ansiolítico, ação adstringente, antioxidante, descongestionante, anti- 
-inflamatório, vasoconstritora, hemostático, circulação, hemorragia, hemorroidas, 
inchaço nas pernas, problemas circulatórios, queimaduras, varizes.
 » Efeitos colaterais, toxicidade e contraindicações
Irritação gástrica, sedação, salivação abundante.
 » Posologia
Tintura: 20 gotas em ½ cálice de água.
Pó: 2 a 6 gramas em doses de 1 grama.
Infusão: 5 gramas de folhas picadas em 1 xícara de água fervente. Ingerir 3 vezes ao dia.
Valeriana (Valeriana officinalis L.)
Necessita de prescrição médica.
 » Sinônimos
Erva-de-amassar, erva-dos-gatos, erva-de-São Jorge, valeriana selvagem.
 » Parte de interesse da planta
Raízes e rizoma.
 » Constituintes químicos de destaque
Óleo essencial, hidrocarbonetos monoterpênicos e sesquirterpênicos, alcaloides, 
ácidos valeriânicos, propiônico, málico, tânico, acético, fórmico, taninos, ésteres de 
terpênicos.
 » Propriedades terapêuticas
Atividade anticonvulsiva, antidepressiva, antiepilética, antiespasmódica, antineurálgica, 
ansiedade, asma, convulsão, chagas, hipocondria, insônia, distúrbios da menopausa.
 » Efeitos colaterais, toxicidade e contraindicações
É contraindicado para gestantes. Doses em excesso ou uso por períodos longos pode 
causar: cefaleia, dispepsia, agitação, excitação, delírio, reações alérgicas cutâneas, 
visão e audição alteradas, convulsões e até morte porparada respiratória.
O uso contínuo pode trazer como consequência o estado emocional conhecido 
como “valerianismo”, que é um estado emocional instável.
 » Posologia
Infusão ou decocção: 5 a 15 gramas de raiz fresca (ou 5 gramas de raiz seca) por litro 
de água. Tomar 50 a 200ml ao dia.
UNIDADE II | FITOTERÁPICOS
19
Pó das raízes: 0,3 a 1 grama 3 vezes ao dia.
Alcoolatura: 2 a 10 gramas ao dia.
Hipérico ou erva-de-são João (Hypericum perforatum L.)
Necessita de prescrição médica.
 » Sinônimos
Erva-de-São-João.
 » Parte de interesse da planta
Flores.
 » Constituintes químicos de destaque
Antraquinonas (hipericina), óleo essencial (α-pineno, geraniol) e flavonoides 
(kempferol, quercetina, luteolina, catequina, hiperina), fitosteróis.
 » Propriedades terapêuticas
Possui atividade antidepressiva e pode ser utilizada no tratamento da depressão leve 
e moderada.
 » Efeitos colaterais, toxicidade e contraindicações
É contraindicado para lactantes e/ou grávidas e para crianças menores de 12 anos 
de idade.
Reduz o efeito de algumas drogas. São elas: anticoncepcionais, anticonvulsivantes, 
anticoagulantes, supressores de HIV e ciclosporina (usada na prevenção de rejeição 
de órgãos transplantados).
FITOTERÁPICOS | UNIDADE II
20
quadro 3. Interações farmacocinéticas de fármacos com H, perforatum.
 Fonte: Sparreboom et al. 2004.
quadro 4. Fármacos utilizados concomitantemente com H. perforatum 
que podem causar síndrome serotoninérgica.
Fonte: CORDEIRO, C. H. G; CHUNG, M. C; SACRAMENTO, L. V. S. Interações medicamentosas de fitoterápicos e fármacos: 
Hypericum perforatum e Piper methysticum. revista Brasileira de Farmacognosia, v. 15, n. 3, p. 272-278, 2005.
 » Posologia
Infusão: 15 a 30 gramas por litro e consumir 2 a 3 xícaras ao dia.
Extrato seco (5:1): utilizar de 0,3 a 1 grama ao dia.
Extrato fluido (1:1): ingerir de 25 a 50 gotas de 2 a 3 vezes ao dia.
Tintura (1:5): 20 gramas em 100 cc de álcool (60º). Administrar 3 a 4 colheres ao dia 
com água ou chá.
UNIDADE II | FITOTERÁPICOS
21
camomila (Matricaria recutita Rauschert)
 » Sinônimos
Camomila-alemã, macela, matricária.
 » Parte de interesse da planta
Inflorescências secas.
 » Constituintes químicos de destaque
Óleo essencial, azulenos (camazuleno), sesquiterpenos (α-bisabolol), lactonas 
sesquiterpênicas (matricina, matricarina), flavonoides (apigenina).
 » Propriedades terapêuticas
Sedativo leve, atividade reepitelizante, anti-inflamatória.
Possui atividade antiespasmódica sobre o músculo liso (atua sobre a bomba de 
cálcio, que é responsável pela contração).
Melhora o sono e tem atividade ansiolítica, sedativa e relaxante.
Pode ser utilizada também para tratar flatulências, diarreia e cólicas.
 » Efeitos colaterais, toxicidade e contraindicações
Geralmente, é bem-tolerada, mas, em grandes doses, pode causar enjoo e irritação.
É contraindicado o consumo do óleo essencial puro via oral em gestantes, crianças 
menores de 6 anos, em casos de alergia respiratória e em lactantes.
Pode apresentar interação com drogas anticoagulantes e potencializar a ação de 
drogas ansiolíticas.
 » Posologia
Infusão: utilizar 3 gramas de flores secas em 150ml de água em ebulição. Aguardar 
10 minutos, com o recipiente tampado, para evitar que o óleo essencial evapore. 
Filtrar e tomar 2 a 3 xícaras após as refeições principais.
erva-cidreira (Melissa officinalis)
 » Sinônimos
Melissa.
 » Parte de interesse da planta
Folhas.
 » Constituintes químicos de destaque
Mucilagos, óleo essencial (aldeídos monoterpênicos), flavonoides (luteolina e 
apigenina), ácidos fenilcarboxílicos (ácidos clorogênico, rosmarínico e cafêico).
FITOTERÁPICOS | UNIDADE II
22
 » Propriedades terapêuticas
Apresenta atividade hipnótica, sedativa e, também, colerética, carminativa e 
espasmódica.
 » Efeitos colaterais, toxicidade e contraindicações
Pode trazer, como efeito adverso, sono excessivo, cansaço e hipotensão arterial.
Pode, também, potencializar a ação hipnótica de drogas barbitúricas.
Não é aconselhado o seu uso por gestantes, lactantes e pacientes que apresentem 
hipotireoidismo.
 » Posologia
Infusão a 5%: consumir 2 xícaras ao dia.
Extrato fluido (1:1) em álcool de 45º: utilizar de 2 a 4ml ao dia.
Extrato seco (5:1): 330 a 900mg na forma de cápsulas.
Maracujá (Passiflora incarnata L.)
 » Sinônimos
Flor-da-paixão, maracujá silvestre.
 » Parte de interesse da planta
Folhas.
 » Constituintes químicos de destaque
Flavonoides (vitexina, luteolina, isovitexina, kampferol, quercetina, apigenina, 
neohesperidina), cumarinas, esteróis (estigmasterol e sitosterol), alcaloides indólicos 
(passiflorina, harmina, harmanol, harmol, harmalina).
 » Propriedades terapêuticas
Propriedade depressora do SNC. Pode ser utilizado para insônia e reduz a 
irritabilidade causada por: distúrbios menstruais, estresse mental e febre tifoide.
Possui atividade ansiolítica sobre o estresse e nervosismo e pode acompanhar 
tratamento dietético. 
Sua atividade antiespasmódica pode apresentar resultados em crianças e em 
pacientes com dor cardíaca, dor retal, espasmos devido a inflamações das meninges, 
dismenorreia espasmódica e dor nevrálgica.
 » Efeitos colaterais, toxicidade e contraindicações
Em geral, é bem-tolerada, mas, quando em doses muito altas, pode causar náusea 
devido a seu sabor amargo. Pode, também, ocasionar taquicardia e redução dos 
UNIDADE II | FITOTERÁPICOS
23
reflexos como consequência. Nos casos mais graves, pode causar convulsões e 
parada respiratória.
O uso continuo não pode ultrapassar 3 meses.
É contraindicado para gestantes e lactantes.
Podem ocorrer interações medicamentosas. A utilização de altas doses e o consumo 
concomitante com o álcool pode potencializar a ação de fármacos antidepressivos 
inibidores da monoamina oxidase (IMAO), de drogas com efeito barbitúrico 
(hipnótico-sedativo), da morfina e de anti-histamínicos.
 » Posologia
Infusão ou decocção (a 1%): tomar de 50 a 200ml ao dia.
Tintura (1:5 ou 1:8) em álcool: utilizar de 0,5 a 2ml de 3 a 4 vezes ao dia.
Kava-Kava (Piper methysticum)
Necessita de prescrição médica.
 » Sinônimos
Kawa-kawa.
 » Parte de interesse da planta
Raiz.
 » Constituintes químicos de destaque
Lactonas (cavapironas, cavaína, metisticina, cavalactonas).
 » Propriedades terapêuticas
Apresenta atividade ansiolítica por meio do relaxamento da musculatura esquelética 
e ativa os neurônios dopaminérgicos (atividade analgésica). 
Pode ser prescrito para pacientes com ansiedade, irritação e insônia.
 » Efeitos colaterais, toxicidade e contraindicações
Como efeitos adversos podem ocorrer: problemas digestivos, dor de cabeça, 
problemas hepáticos e manchas vermelhas na pele.
Pode apresentar interação medicamentosa com ansiolíticos ou depressores do SNC 
e potencializar seus efeitos. Pode, também, diminuir a eficácia de Levodopa durante 
o tratamento da doença de Parkinson.
Ainda, o álcool eleva os efeitos hipnóticos e tóxicos do kava-kava.
É contraindicado para gestantes, lactantes, crianças menores de 3 anos e pacientes 
com problemas hepáticos.
FITOTERÁPICOS | UNIDADE II
24
 » Posologia
Utilizar, no máximo, por 2 meses.
Decocção (de 2 a 4%): ingerir de 2 a 3 xícaras ao dia.
Extrato fluido: consumir de 2 a 4ml ao dia, divididos em várias tomadas.
Guaraná (Paullinia cupana Kunth)
 » Sinônimos:
Guanazeiro, guaranaína.
 » Parte de interesse da planta
Sementes.
 » Constituintes químicos de destaque
As xantinas (cafeína, teobromina, teofilina).
 » Propriedades terapêuticas
Possui atividade tônica e estimulante, proporcionando maior estado de alerta e 
concentração. 
Reduz fadiga e traz maior resistência ao cansaço.
Atua como supressor de apetite devido à presença da cafeína.
 » Efeitos colaterais, toxicidadee contraindicações
Pode causar insônia, nervosismo, ansiedade, taquicardia e aumento da liberação 
de adrenalina (podendo causar hiperglicemia). Os taninos reduzem a absorção de 
proteínas.
Pode, também, simular crises de hipertireoidismo. Deve ser utilizado por, no 
máximo, 1 mês. Realizar pausa de 2 semanas. 
Não é indicado para pacientes com hipertireoidismo, ansiedade, cólon irritável, 
diabetes, hipertensão arterial e problemas gástricos.
 » Posologia
Infusão ou decocto a 5%: consumir de 50 a 200ml ao dia.
Extrato seco (5:1): de 100 a 600mg ao dia.
Pó: de 2 a 3 gramas ao dia, divididos em 2 a 3 vezes (não exceder 3 gramas por dia).
UNIDADE II | FITOTERÁPICOS
25
Ginseng (Panax ginseng C.A. Mayer)
 » Sinônimos
Panaceia, ginseng-coreano, cinco-folhas.
 » Parte de interesse da planta
Raiz.
 » Constituintes químicos de destaque
Saponinas triterpênicas (ginsenosídeos), óleo essencial (limoneno, citral, terpineol, 
sitosterol).
 » Propriedades terapêuticas
Estimula a circulação cerebral. Pode ter efeito benéfico no desempenho psicomotor 
e no comportamento cognitivo.
 » Efeitos colaterais, toxicidade e contraindicações
Os efeitos colaterais mais comuns são de origem digestiva, como náuseas e vômitos.
O consumo excessivo (em torno de 15 gramas por dia) pode causar agitação, 
aumento da pressão arterial, erupções cutâneas e diarreia.
É contraindicado para pacientes com hipertensão arterial, esquizofrenia, histeria, 
insuficiência cardíaca, dificuldade de coagulação sanguínea, menopausa (por 
favorecer a metrorragia), hipersensibilidade nervosa, divertículos do cólon e úlcera 
gastroduodenal. Não é orientada a prescrição para gestantes e lactantes.
Apresenta interação medicamentosa com aspirina, anticoagulantes, anti- 
-inflamatórios não esteroidais, corticoides, digoxina, terapia de reposição hormonal, 
antidepressivos inibidores da MAO e hipoglicemiantes. 
 » Posologia 
Utilizar por, no máximo, 3 meses e parar por 2 semanas antes de utilizar novamente.
Decocção: de 3 a 10 gramas de raízes trituradas em 500ml de água. Tomar 3 xícaras 
ao dia e adoçar com mel.
Pó: de 1 a 4 gramas ao dia (encapsulado).
Tintura: 30 gotas 2 vezes ao dia em solução edulcorante, saborizante, em sorbitol ou 
em soluções de glicose.
FITOTERÁPICOS | UNIDADE II
26
CAPíTUlO 4
Fitoterápicos que apresentam propriedade 
terapêutica no Sistema digestivo
Hortelã-pimenta (Mentha piperita L.)
 » Sinônimos
Hortelã.
 » Parte de interesse da planta
As suas folhas e flores.
 » Constituintes químicos de destaque
Óleos essenciais (piperitona, mentol, metilacelato, limoneno), terpenos, flavonoides, 
carotenoides, colina, taninos.
 » Propriedades terapêuticas
Carminativo, antisséptico, expectorante e estimulante. Indicado para tratamento 
de hemorroidas, mau hálito, cálculo biliar, dor de garganta, cardiotônico e 
cólicas intestinais.
 » Efeitos colaterais, toxicidade e contraindicações
Eleva o efeito estrogênico do estradiol. Evitar seu uso em casos de obstrução biliar, 
colecistite, lactação, gestação, dano hepático grave e em crianças.
Seu uso, concomitante com bloqueadores de canais de cálcio (exemplo: 
dihidropiridinas), aumenta a atividade sobre a musculatura lisa.
Doses muito elevadas produzem efeitos narcóticos, irritações na pele, inibição de 
movimentos voluntários e até paralisia do centro respiratório bulbar.
É importante alertar que a inalação do óleo essencial provoca depressão cardíaca 
e broncoespasmos, com mais frequência em crianças. Não deve ser utilizada por 
longos períodos, pois pode causar irritação da mucosa.
Posologia
Óleo essencial: de 0,2 a 0,8g ao dia, em que 0,3g equivale a 12 gotas e 1ml é igual a 
900mg.
27
Infusão: 1 colher de sobremesa de folhas secas por xícara. Pode-se utilizar 1 xícara 
após as principais refeições.
Tintura: 30 gramas de folhas em 100ml de álcool 70%. Utilizar de 3 a 4 colheres de 
chá 3 a 4 vezes ao dia.
alcachofra (Cynara scolymus L)
 » Sinônimos
Alcachofra comum, alcachofra rosa, alcachofra de comer.
 » Parte de interesse da planta
Folhas.
 » Constituintes químicos de destaque
Taninos, pectina, mucilagens, cinarina.
 » Propriedades terapêuticas
Diurese leve, ácido úrico, colagogo, ação colérica (estimula secreção da bile), 
tratamento da obesidade, tosse e febre. Pode, também, ser usada para tratar pacientes 
com hipercolesterolemia e dispepsia.
 » Efeitos colaterais, toxicidade e contraindicações
Hepatite, obstrução das vias biliares e fermentação intestinal. Não é indicado durante 
a amamentação, pois os componentes cinaropicrina e cinarase coagulam o leite.
 » Posologia
Decocção das folhas a 5%: ferver de 10 a 12 minutos. Ingerir de 2 a 3 xícaras ao dia 
(sempre preparar para uso imediato).
Infusão: 2 colheres de sopa de folhas picadas para 1 litro de água. Ingerir 1 xícara 
de chá 3 vezes ao dia após as refeições (as doses devem ser preparadas para uso 
imediato).
Extrato seco: 100 a 150mg por dose. Ingerir 3 vezes ao dia após as principais refeições.
Cápsulas ou comprimidos: se adulto, ingerir 2 cápsulas 3 vezes ao dia. Se criança, 
ingerir 1 cápsula 3 vezes ao dia.
Extrato fluido: tomar de 100 a 250 gotas 2 ou 3 vezes por dia.
sene (Senna alexandrina Mill)
 » Sinônimos
Cássia, lava-pratos, senna, senna leaves.
FITOTERÁPICOS | UNIDADE II
28
 » Parte de interesse da planta
Folhas.
 » Constituintes químicos de destaque
Acetato, oxalato de cálcio, mucilagens, antraquinona, emodina, glucosídeos, ácido 
crisofânico, cálcio, magnésio.
 » Propriedades terapêuticas
Laxante, vermífugo, purgativo, carminativo, constipação intestinal, cólicas biliares.
 » Efeitos colaterais, toxicidade e contraindicações
É contraindicado para lactantes e/ou grávidas e para crianças menores de 10 anos. 
Também, não deve ser utilizado em caso de obstrução intestinal, hemorroidas, 
hipocalemia, enterite, apendicite e cistite. 
Pode causar cólicas muito fortes, diarreia e vômito.
É importante alertar que não devem ser utilizadas doses maiores que as indicadas 
e o consumo não deve exceder 10 dias seguidos, pois pode causar nefrite e morte.
 » Posologia
Extrato seco: de 100 a 300mg.
Extrato fluido: de 1 a 5ml.
Pó: de 1 a 3g.
Tintura: de 5 a 20ml.
Infusão de folhas verdes:
até 10 gramas: ação laxativa.
até 30 gramas: ação purgativa.
Pó de folhas com água e açúcar:
de 1 a 5g (até 1 colher de café): ação laxativa.
de 10 a 15g: ação purgativa.
anis (Pimpinella anisum L.)
 » Sinônimos
Anis verde ou erva doce.
 » Parte de interesse da planta
Frutos, erroneamente chamados de sementes.
UNIDADE II | FITOTERÁPICOS
29
 » Constituintes químicos de destaque
Óleo essencial: trans-anetol, estragol, anisol.
 » Propriedades terapêuticas
Carminativo, atividade digestiva e respiratória, espasmódico (favorecimento da 
secreção salivar e gástrica), expectorante e atividade antimicrobiana.
 » Efeitos colaterais, toxicidade e contraindicações
Não há casos de toxicidade por ingestão na forma de infusão.
A ingestão do óleo essencial (de 1 a 5ml), por sua vez, pode provocar náuseas, 
vômitos ou edema pulmonar.
 » Posologia
Infusão de 0,5 a 2%: consumir de 2 a 3 xícaras ao dia.
Extrato líquido (1 grama equivale a 47 gotas): administrar de 5 a 15 gotas 2 a 3 vezes 
ao dia após as refeições.
Gengibre (Zingiber officinale)
 » Sinônimos
Sem sinônimos.
 » Parte de interesse da planta
Rizomas.
 » Constituintes químicos de destaque
Óleos essenciais: citral, zingibereno, gingeróis, zingiberol.
 » Propriedades terapêuticas
Possui atividade gastrocinética (reduz volume do fluido gástrico), estimula 
motilidade gastrointestinal superior, eleva o tônus do esfíncter gastroesofágico 
e induz ao relaxamento do piloro e do duodeno. O extrato aquoso de gengibre é 
bastante eficaz na proteção da mucosa gástricaquando exposta à ação ulcerogênica 
do anti-inflamatório não esteroide indometacina.
Também, possui atividade antiemética. Pode ser indicado para gestantes e lactantes, 
mas sem exceder as doses recomendadas.
 » Efeitos colaterais, toxicidade e contraindicações
Possui atividade cardiotônica, antiagregante plaquetária e hipoglicemiante. Portanto, 
não devem ser utilizadas altas doses do gengibre em pacientes que estejam utilizando 
medicamentos para insuficiência cardíaca, coagulopatias e diabetes.
FITOTERÁPICOS | UNIDADE II
30
 » Posologia
Decocção: 3 gramas por xícara (ferver por 5 minutos e, em infusão, por 15 minutos) 
e consumir de 2 a 3 xícaras ao dia.
Pó encapsulado: 2,5 gramas ao dia divididos em 3 doses.
Pó (lavar, secar, moer e peneirar o rizoma): tomar 1 colher de chá rasa.
Para viagens: 30 minutos antes, tomar ½ colher de chá do pó (3 vezes ao dia).
espinheira-santa (Maytenus ilicifolia Mart.)
 » Sinônimos
Pau-José, cancerosa, maiteno, espinho-de-deus, salva-vidas.
 » Parte de interesse da planta
Folhas.
 » Constituintes químicos de destaque
Alcaloides, terpenos e taninos.
 » Propriedades terapêuticas
Possui atividade inibitória da bomba de prótons (etapa final comum das vias 
reguladoras de secreção gástrica). Apresenta efeito antiulcerogênico e pode ser 
utilizada, nos casos de dispepsia e úlcera gástrica, como coadjuvante no tratamento.
 » Efeitos colaterais, toxicidade e contraindicações
É contraindicada para gestantes e lactantes, pois pode reduzir a secreção do leite.
 » Posologia
Infusão: utilizar de 20 a 30 gramas por litro e consumir 3 xícaras ao dia.
Tintura (1:5): Consumir de 10 a 30ml ao dia.
Pó: de 400 a 500mg, de 1 a 2 vezes ao dia.
Boldo (Peumus boldus Molina)
 » Sinônimos
Boldo-verdadeiro, boldo.
 » Parte de interesse da planta
Folhas.
UNIDADE II | FITOTERÁPICOS
31
 » Constituintes químicos de destaque
Óleo essencial (ascaridol e cineol), taninos, alcaloides (boldina e isoboldina), 
flavonoides (kaempferol, isorramenetol, ramnetol, boldosídeo, pneumosídeo) e 
glicosídeos (boldoglicina).
 » Propriedades terapêuticas
Possui propriedades digestivas, como a ativação da secreção salivar, do suco gástrico 
e da bile.
Apresenta atividade colerética, colagoga e espasmolítica.
Pode ser utilizado por pacientes que apresentam dispepsia, cólica e litíase biliar, 
inapetência, constipação e flatulência.
 » Efeitos colaterais, toxicidade e contraindicações
Após a ingestão do boldo, pode ocorrer dermatite alérgica ocupacional, vômito, 
diarreia e reação anafilática (em pacientes com rinoconjuntivite alérgica a pólen). 
Em doses maiores que 100mg de extrato seco por vez, pode causar convulsões, 
alucinações cromáticas e auditivas e vômito.
É contraindicado para pacientes com obstrução das vias biliares, hepatite aguda e 
crônica, cirrose, para mulheres grávidas e lactantes e para crianças menores de 6 anos.
 » Posologia
Infusão: 1 a 2 gramas por xícara. Infundir por 10 minutos e coar. Tomar 1 xícara 
antes da refeições.
Tintura (1:10) com utilização de álcool 60%: administrar de 0,5 a 2ml, 3 vezes ao dia, 
antes da refeições. 
Extrato seco (5:1): 1 grama equivale a 5 gramas da planta seca.
A prescrição deve ser de 0,5 a 2 gramas ao dia. Cada dose não deve ultrapassar o 
intervalo de 75 a 100mg.
cáscara sagrada (Rhamnus purshiana)
 » Sinônimos
Não foi encontrado sinônimo na literatura consultada.
 » Parte de interesse da planta
Cascas do tronco envelhecidas por mais de 1 ano.
 » Constituintes químicos de destaque
Amido, glicose, taninos, sais minerais, ácidos graxos, heterosídeos antraquinônicos 
ou antracênicos (antraquinonas, cascarosídeos).
FITOTERÁPICOS | UNIDADE II
32
 » Propriedades terapêuticas
Possui atividade laxativa e irritativa do trato intestinal. É utilizada, principalmente, 
em pacientes pós-cirúrgicos no preparo para estudo radiológico e para constipação 
ocasional.
Para atividade laxante e colagogo deve ser utilizada em baixas doses – de 0,25 a 0,75g 
ao dia.
Relatos indicam que a Cáscara-Sagrada vem sendo utilizada como remédio natural 
por índios nativos americanos há mais de 1.000 anos. 
 » Efeitos colaterais, toxicidade e contraindicações
O uso de doses altas e o consumo por tempo prolongado podem causar irritabilidade, 
nefrite, constipação paradoxal, destruição dos plexos nervosos intramurais colônicos.
Contraindicado para grávidas e lactantes e para crianças menores de 12 anos. 
Também, não é recomendado para pacientes com esofagite de refluxo, úlceras do 
trato digestivo, doença diverticular, doenças inflamatórias intestinais, cólon irritável 
e distúrbios hidroeletrolíticos.
Apresenta interação medicamentosa com digoxina (glicosídeo cardíaco indicado 
para insuficiência cardíaca, fibrilação atrial etc.). Potencializa o seu efeito devido à 
perda de potássio.
 » Posologia
Decocção a 2,5%: para atividade laxativa, de 50 a 100ml ao dia e, para atividade 
purgativa, utilizar 200ml por dia.
Extrato seco (5:1): 50 a 100mg por cápsula, de 1 a 2 vezes ao dia.
Extrato líquido (1:1): de 25 a 50 gotas diárias.
Tintura (1:5): para atividade laxativa, de 1 a 10ml ao dia e, para atividade purgativa, 
utilizar de 15 a 25ml ao dia.
UNIDADE II | FITOTERÁPICOS
33
CAPíTUlO 5
Fitoterápicos que apresentam propriedade 
terapêutica no Sistema Imunológico e Circulatório
eucalipto (Eucalyptus globulus Labil)
 » Sinônimos
Não foram encontrados sinônimos.
 » Parte de interesse da planta
Folhas.
 » Constituintes químicos de destaque
Óleo essencial, canfeno, eucaliptol, flavonoides, tanino, resina, álcool isoamílico.
 » Propriedades terapêuticas
Expectorante, antibacteriano, antisséptico, antitérmico, combate infecções urinárias, 
intestinais e pulmonares.
 » Efeitos colaterais, toxicidade e contraindicações
É contraindicado para lactantes e/ou grávidas, pessoas com hipertensão arterial 
(HAS), crianças menores de 2 anos, portadores de doenças inflamatórias do TGI e 
para portadores de doenças crônicas e graves das vias biliares e hepáticas.
Sua ingestão em doses altas pode causar vômito, náusea, epigastralgia e gastroenterite.
Apresenta interação medicamentosa e interfere no tratamento com hipoglicemiantes 
em pacientes diabéticos.
 » Posologia
Infusão: 2 a 5 gramas em 100ml de água fervente por 15 minutos. Tomar 3 vezes 
ao dia.
Extrato fluido: de 45 a 160 gotas ao dia (2 ou 3 tomadas).
34
polígala (Polygala senega)
 » Sinônimos
Polígala sénega. 
 » Parte de interesse da planta
Raiz.
 » Constituintes químicos de destaque
Óleos essenciais, saponinas triterpênicas (senegina).
 » Propriedades terapêuticas
Possui atividade de expectoração e de secreção. 
 » Efeitos colaterais, toxicidade e contraindicações
Uso contraindicado em caso de úlceras e gastrites, vômitos e diarreia. Tem ação 
abortiva por aumentar a contração uterina.
 » Posologia
Decocção: 0,5 grama em água fria. Consumir 1 xícara, 2 a 3 vezes ao dia.
Extrato líquido (1:1): de 0,4 a 1ml a cada 6 horas.
Tintura: (1:10): 45 gotas, de 2 a 3 vezes ao dia.
salgueiro Branco (Salix alba L.)
 » Sinônimos
Salgueiro.
 » Parte de interesse da planta
Casca.
 » Constituintes químicos de destaque
Salicina, flavonoides e taninos.
 » Propriedades terapêuticas
Analgésico, antireumática, sudorífera, antipirético, antiagregante. Atua contra febre, 
resfriados e nevralgia.
 » Efeitos colaterais, toxicidade e contraindicações
Contraindicado durante a gravidez e em casos de distúrbios gastrointestinais (DRGE, 
colite ulcerosa, diverticulite, entre outros). Não é recomendado o uso concomitante 
com medicamentos antiagregantes ou que possuem ácido acetilsalicílico.
UNIDADE II | FITOTERÁPICOS
35
 » Posologia
Casca seca: de 1 a 3 gramas (como decocção), 3 vezes ao dia.
Extrato líquido: de 1 a 3ml (1:1 em álcool25%), 3 vezes ao dia.
tanaceto (Tanacetum vulgare L.)
Necessita de prescrição médica.
 » Sinônimos
Catinga-de-mulata, tanasia, erva-dos-vermes.
 » Parte de interesse da planta
Folhas.
 » Constituintes químicos de destaque
Óleo essencial (β-tuiona e lactonas) e sesquiterpênicas (partenolídeo e taninos).
 » Propriedades terapêuticas
Atividade anti-inflamatória, antimicrobiana e antifúngica. Utilizado na profilaxia 
da enxaqueca.
 » Efeitos colaterais, toxicidade e contraindicações
Altas doses de óleo essencial, por via oral, podem irritar a mucosa e causar aborto. É 
contraindicado durante a gestação e a lactação.
 » Posologia
Extrato líquido (1:1): 1 grama equivale a 37 gotas. Administrar de 1 a 4 gramas 
ao dia.
Pó encapsulado: de 2 a 3,5 gramas ao dia.
equinácea (Echinacea purpurea Moench)
Necessita de prescrição médica.
 » Sinônimos
Equinácea.
 » Parte de interesse da planta
Caule e flores (partes aéreas).
FITOTERÁPICOS | UNIDADE II
36
 » Constituintes químicos de destaque
Alcamidas, glocosídeos de ácido fenilacarbônico e óleo essencial.
 » Propriedades terapêuticas
Atividade imunomoduladora (aumenta a fagocitose) e anti-inflamatória (inibição 
da lipoxigenase).
Diminuição dos sintomas da infecção das vias aéreas superiores por meio do 
estímulo da resposta imunológica.
 » Efeitos colaterais, toxicidade e contraindicações
Pode causar dano hepático e não deve ser utilizada com drogas hepatotóxicas, como 
esteroides anabólicos, cetoconazol, amiodarona, metotrexato e paracetamol. 
Também, possui atividade imunoestimulante e pode reduzir o efeito de drogas 
imunossupressoras em pacientes com doenças autoimunes.
É necessário ter precaução em pacientes com leucemia, lúpus eritematoso, 
tuberculose, esclerose múltipla e diabetes.
Apresenta maior risco de reação alérgica em pessoas com alergia a cravo-de-defunto, 
crisântemo, losna-branca.
É contraindicado para crianças, gestantes e lactantes.
Atenção: não ultrapassar 8 semanas de uso. 
 » Posologia
Extrato fluido: de 0,5 a 1ml (1:5 em 45% de álcool), 3 vezes ao dia, ou 0,25 a 1ml (1:1 
em 45% de álcool), 3 vezes ao dia.
Tintura: de 2 a 5ml (1:5 em 45% de álcool), 3 vezes ao dia, ou de 1 a 2ml (1:5 em 45% 
de álcool), 3 vezes ao dia.
alho (Allium sativum L.)
 » Sinônimos
Sem sinônimos.
 » Parte de interesse da planta
Bulbo.
 » Constituintes químicos de destaque
Compostos enxofrados (aliína e ajoeno), compostos fenólicos (allixina), saponinas 
e polissacarídeos.
UNIDADE II | FITOTERÁPICOS
37
 » Propriedades terapêuticas
Além de ser hipotensor, apresenta atividade antiagregante, efeito antitrombótico 
(reduz tromboxano B2) e antiplaquetário, ação antimicrobiana, anticancerígena, 
fortalecedora do sistema imunológico e atividade hipolipidêmica e hipoglicêmica.
 » Efeitos colaterais, toxicidade e contraindicações
Alguns efeitos adversos, quando consumido cru por pacientes não habituados, 
são: hálito e odor corporal, possibilidade de reações alérgicas – como urticária e 
dermatite de contato –, alterações na coagulação, exacerbação do efeito de drogas 
anticoagulantes e redução da atividade de drogas para AIDS. 
 » Posologia
Bulbo seco: de 2 a 4 gramas, 3 vezes ao dia.
Alho fresco: 4 gramas ao dia.
Tintura: de 2 a 4ml (1:5 em álcool 45%), 3 vezes ao dia.
Suco de alho: de 2 a 4ml.
centella asiática (Hydrocotyle asiática L.)
 » Sinônimos
Centela, centelha, pata-de-mula, gotu kola.
 » Parte de interesse da planta
Folhas e caule.
 » Constituintes químicos de destaque
Saponinas triterpenoides: asiaticosídeo, centellosídeo e madecassosídeo (fração 
treiterpênica total da Centella Asiática – FTTCA). Ácidos asiáticos, óleos voláteis, 
flavonoides, taninos, fitoesteróis, aminoácidos e açúcares. 
 » Propriedades terapêuticas
Relação com tecidos, órgãos e processos. Fortalece a estrutura, pois aumenta a 
síntese de colágeno, fibronectina, proteoglicanos. É estimulante circulatório, possui 
ação protetora capilar, melhora a insuficiência venosa e reduz o risco de trombose 
venosa profunda, pois melhora a função microcirculatória.
Utilizado no manejo de queloides e cicatrizes. Alivia os sintomas e favorece o 
desaparecimento das inflamações.
 » Efeitos colaterais, toxicidade e contraindicações
Aumento dos níveis das enzimas hepáticas. Contraindicado para pacientes com 
gastrite, epilepsia e hiperlipidemia.
FITOTERÁPICOS | UNIDADE II
38
Também, pode apresentar efeitos depressores do SNC quando consumidas em altas 
doses (acima de 50mg por kg de peso).
 » Posologia
Extrato fluido: de 0,25 a 1ml.
Extrato seco: de 50 a 200mg.
Pó: de 200 a 1.000mg.
castanha-da-índia (Aesculus hippocastanum L.)
 » Sinônimos
Sem sinônimos.
 » Parte de interesse da planta
Sementes (secas e maduras).
 » Constituintes químicos de destaque
Saponinas (escina) e taninos.
 » Propriedades terapêuticas
Antiedema, anti-inflamatória e venotônica. A sua indicação clínica é direcionada 
para o tratamento da insuficiência venosa crônica comprovada por investigações 
experimentais.
 » Efeitos colaterais, toxicidade e contraindicações
Altas doses podem causar irritação do trato digestivo e nefropatia.
Interferência em tratamentos coagulantes ou anticoagulantes (cumarinas).
Pode, também, interferir no metabolismo de outras drogas 
É contraindicada para gestantes, lactantes, pacientes com insuficiência renal e 
hepática e para hemofílicos.
 » Posologia
Infusão a 1%: ingerir de 50 a 200ml ao dia.
Extrato seco (naconcentração de 5:1): de 300 a 600mg ao dia (com 1g equivalendo a 
5g de planta seca).
Extrato fluido: de 0,5 a 2ml ao dia.
UNIDADE II | FITOTERÁPICOS
39
Ginkgo (Ginkgo biloba L.)
Necessita de prescrição médica.
 » Sinônimos
Nogueira-do-japão e ginkgoácea.
 » Parte de interesse da planta
Folhas.
 » Constituintes químicos de destaque
Terpenos (ginkgolídeos, bilobalídeos), glicosídeos flavonólicos (derivados do 
epicatecol) e esteróis.
 » Propriedades terapêuticas
No aparelho circulatório, promove vasodilatação, redução da viscosidade do sangue 
e inibição da agregação plaquetária. Estudos evidenciam ações neuroprotetoras 
e antiapoptóticas, como redução da densidade de radicais livres e bloqueio de 
mecanismos de apoptose em seus estágios iniciais. 
 » Efeitos colaterais, toxicidade e contraindicações
Pode causar dor de cabeça, irritação gástrica e tonturas. Seu uso deve ser cancelado 
em casos de sangramentos.
É contraindicado para gestantes e lactantes.
Aumenta o efeito de drogas com atividade anticoagulante, como varfarina, heparina 
e aspirina. Pode reduzir o efeito de drogas anticonvulsivantes. 
 » Posologia
Infusão: 50g de folhas secas em 500ml de água. Tomar 3 xícaras ao dia.
Extrato (1:1): consumir 0,5ml, 3 vezes ao dia.
Extrato seco (5:1): utilizar de 0,5 a 1,5 grama por dia (1 grama equivale a 5 gramas 
de planta seca).
A continuidade do tratamento por mais de 3 meses deverá ser avaliada pelo médico.
FITOTERÁPICOS | UNIDADE II
UNIDADE IIIaliMentos Funcionais
43
CAPíTUlO 6
Nutracêuticos e Fitoquímicos
conceito
 » Nutracêuticos: Os nutracêuticos são alimentos que possuem a capacidade de atuar, 
preventivamente, na redução do risco de desenvolver certas doenças. Eles apresentam 
nutrientes que podem reduzir o risco de doenças
 » Fitoquímicos: Compostos químicos biologicamente ativos que, apesar de não serem 
nutrientes, trazem benefícios para saúde.
Atualmente, as evidências são insuficientes para comprovar que qualquer 
fitoquímico é efetivo no combate de doenças e para indicar a concentração da dose 
de suplemento a ser utilizada. Deve-se lembrar que os fitoquímicos encapsulados 
mimetizam a ação da combinação natural de fitoquímicos presentes, naturalmente, 
nos vegetais e nas frutas.
 › Fitocêutico: alimento que contém algumasubstância fitoquímica bioativa.
 › Fitonutrientes: compostos naturais encontrados em legumes, verduras e frutas 
que contêm, naturalmente, os fitoquímicos, mas não são considerados nutrientes. 
Já demonstraram apresentar diversos benefícios na prevenção e no tratamento de 
diversas patologias (em fitoquímicos). 
 › Polifitoquímicos: são vários fitoquímicos presentes em suplementos ou 
diretamente nos alimentos.
legislação (anvisa)
 » Resolução no 16 de 30 de abril de 1999: aborda o regulamento técnico de 
procedimentos para registro de alimentos e/ou de novos ingredientes.
 » Resolução no 17 de 30 de abril de 1999: descreve o regulamento técnico que 
estabelece as diretrizes básicas para avaliação de risco e segurança dos alimentos.
 » Resolução no 18 de 30 de abril de 1999: aprova o regulamento técnico que estabelece 
as diretrizes básicas para análise e comprovação de propriedades funcionais e/ou de 
saúde alegadas em rotulagem de alimentos.
44
 » RDC no 95 de 11 de dezembro de 2008: regulamenta o texto de bula de medicamentos 
fitoterápicos.
Para saber mais, acesse: 
<http://www.anvisa.gov.br/medicamentos/fitoterapicos/registro_fitoterapicos.
pdf>.
Âmbito de aplicação (anVisa) 
O presente regulamento aplica-se às alegações de propriedades funcionais e/ou de saúde de alimentos e 
ingredientes para consumo humano. As informações são veiculadas nos rótulos de produtos elaborados, 
embalados e comercializados, ou seja, prontos para a oferta ao consumidor.
Esse regulamento aplica-se sem prejuízo das demais disposições das legislações de rotulagem de alimentos.
Definição
Para efeito desse regulamento, considera-se:
 » alegação de propriedade funcional: é aquela relativa ao papel metabólico ou fisiológico 
que o nutriente, ou não nutriente, tem no crescimento, no desenvolvimento, na 
manutenção e em outras funções normais do organismo humano;
 » alegação de propriedade de saúde: é aquela que afirma, sugere ou implica a 
existência de relação entre o alimento ou ingrediente com doença ou condição 
relacionada à saúde.
Diretrizes para utilização da alegação de propriedades funcionais e/
ou de saúde
 » A alegação de propriedades funcionais e/ou de saúde é permitida em caráter opcional.
 » O alimento ou ingrediente que alegar propriedades funcionais ou de saúde pode, 
além de funções nutricionais básicas, quando se tratar de nutriente, produzir 
efeitos metabólicos, fisiológicos e/ou efeitos benéficos à saúde. Deve ser seguro para 
consumo sem supervisão médica.
 » São permitidas alegações de função e/ou de conteúdo para nutrientes e não nutrientes. 
Podem ser aceitas aquelas que descrevem o papel fisiológico do nutriente, ou não 
nutriente, no crescimento, desenvolvimento e funções normais do organismo, 
mediante demonstração da eficácia. Para os nutrientes com funções plenamente 
reconhecidas pela comunidade científica, não será necessária a demonstração de 
eficácia ou análise dela para alegação funcional na rotulagem.
UNIDADE III | ALIMENTOS FUNCIONAIS
45
 » No caso de uma nova propriedade funcional, há necessidade de comprovação 
científica da alegação de propriedades funcionais e/ou de saúde e da segurança de uso, 
segundo as Diretrizes Básicas para Avaliação de Risco e Segurança dos Alimentos.
 » As alegações podem fazer referência à manutenção geral da saúde, ao papel fisiológico 
dos nutrientes e não nutrientes e à redução de risco a doenças. Não são permitidas 
alegações de saúde que façam referência à cura ou à prevenção de doenças.
comprovação da alegação de propriedades funcionais e/ou de saúde
A comprovação da alegação de propriedades funcionais e/ou de saúde de alimentos e/ou de ingredientes 
deve ser conduzida com base nos requisitos relacionados a seguir.
 » Consumo previsto ou recomendado pelo fabricante.
 » Finalidade, condições de uso e valor nutricional, quando for o caso.
 » Evidência(s) científica(s) já descrita(s).
Evidências científicas aplicáveis, conforme o caso, à comprovação da alegação de propriedade funcional 
e/ou de saúde:
 » Composição química com caracterização molecular, quando for o caso, e/ou 
formulação do produto.
 » Ensaios bioquímicos.
 » Ensaios nutricionais e/ou fisiológicos e/ou toxicológicos em animais de 
experimentação.
 » Estudos epidemiológicos.
 » Ensaios clínicos.
 » Evidências abrangentes da literatura científica, organismos internacionais de saúde 
e legislação internacionalmente reconhecida sobre propriedades e características do 
produto.
 » Comprovação de uso tradicional, observado na população, sem associação de danos 
à saúde.
ALIMENTOS FUNCIONAIS | UNIDADE III
46
CAPíTUlO 7
ácidos graxos: Ômega 3 e 6
Os ácidos graxos são ácidos orgânicos de moléculas lineares que podem ter de 4 a 22 carbonos em sua 
estrutura. Eles são classificados em saturados (sem dupla ligação), monoinsaturados (com uma dupla 
ligação) e polinsaturados (com duas ou mais duplas ligações). Consistem em uma cadeia de hidrocarboneto 
com um grupo carboxila terminal.
comprimento de cadeia de ácidos graxos
Os átomos de carbono são sempre numerados com início no carbono da carboxila (carbono 1). Por 
exemplo, o ácido araquidônico 20:4 (5, 8, 11, 14) possui 20 carbonos de comprimento e 4 ligações duplas 
entre os carbonos 5-6, 8-9, 11-12, 14-15.
O grupo metila terminal é denominado carbono Ômega (ω), o que independe do tamanho da cadeia. 
Os carbonos podem ser contados com início na extremidade Ômega (ω) (ou metil-terminal) da cadeia.
A nomenclatura Ômega (ω) é definida segundo a numeração do carbono associado à primeira dupla 
ligação (3º, 6º ou 9º) a partir do radical metila. Essa classificação implica características estruturais e 
funcionais desses ácidos graxos. Os principais representantes dos ácidos graxos polinsaturados são o ácido 
aracdônico (AA) – derivado do ômega-6 –, o ácido docosahexaenoico (DHA) e o ácido eicosapentanoico 
(EPA), que são derivados do ômega-3.
Por exemplo, o ácido linoleico 18:2 (9, 12) é referido como um ácido graxo ômega-6, porque a dupla 
ligação mais próxima à extremidade ômega inicia seis carbonos a partir da sua extremidade. Já o ácido 
linolênico 18:3 (9, 12, 15) é um ácido graxo ômega-3.
Fontes alimentares
Os ácidos graxos ômega-3 (linolênico, EPA, DHA) são encontrados, respectivamente, nos vegetais (soja, 
canola e linhaça) e em peixes de águas frias (cavala, sardinha, salmão, arenque). Eles são capazes de 
reduzir o TG.
Os ácidos graxos ômega-6 (linoleico e aracdônico) são encontrados nos óleos de girassol, soja e milho e 
auxiliam na redução de LDL-C.
47
propriedades terapêuticas
Segundo Simopoulos, o ômega-3 possui propriedades antitrombótica, antiarrítmicas, hipolipidêmica e 
vasodilatadora. Por isso, ele recomenda para a maioria dos atletas, especialmente aqueles em nível do 
lazer, o consumo de EPA (ácido eicosapentaenoico, 20:5) e DHA (ácido decohexapentaenoico, 22:6). A 
posologia é de cerca de 1 a 2g/dia na quantidade de EPA:DHA de 2:1.
Em altas doses (4 a 10g ao dia), o ômega-3 reduz os triglicérides e aumenta, discretamente, o HDL-C. 
Podem, entretanto, aumentar o LDL-C. Em pacientes portadores de doença arterial coronária, a 
suplementação de 1g/dia de ômega-3 em cápsulas reduziu em 10% os eventos cardiovasculares (morte, 
infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral). Portanto, o ácido graxo ômega-3 pode ser utilizado 
como terapia adjuvante na hipertrigliceridemia ou até mesmo substituindo os fibratos, niacina ou 
estatinas, em pacientes intolerantes a essas drogas.
 
Figura 1. vias metabólicas de Efeitos Inflamatórios
Fonte: <http://biocolesterol.blogspot.com/2010_11_01_archive.html#>.
ALIMENTOS FUNCIONAIS | UNIDADE III
48
Figura 2. via metabólica dos ácidos graxos polinsaturados de Cadeia longa (W3)
Fonte: HIRAYAMA, K. B; SPERIDIÃO, P. G. L; NETO, U. F. Ácidos graxospolinsaturados de cadeia longa. the eletronic Journal of pediatric 
Gastroenterology, nutrition and liver Diseases, v. 3, n. 10, sept. 2006.
efeitos colaterais, toxicidade e contraindicações
Os ácidos graxos poli-insaturados possuem a capacidade de induzir a maior oxidação lipídica e de reduzir 
o HDL-C quando consumidos em grande quantidade.
recomendações de consumo
AG Saturados: < 7% do VCT.
AG Poli-insaturados: até 10% do VCT.
AG Monoinsaturado: até 10% do VCT (a ingestão de gorduras deve compreender de 25 a 35% do VCT).
UNIDADE III | ALIMENTOS FUNCIONAIS
49
 
Figura 3. via metabólica dos ácidos graxos polinsaturados de Cadeia longa (W6)
Fonte: HIRAYAMA, K. B; SPERIDIÃO, P. G. L; NETO, U. F. Ácidos graxos polinsaturados de cadeia longa. the eletronic Journal of pediatric 
Gastroenterology, nutrition and liver Diseases, v. 3, n. 10, sept. 2006.
IV Diretriz Brasileira sobre Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose do 
Departamento de Aterosclerose da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Disponível 
em: < http://publicacoes.cardiol.br/consenso/2007/diretriz-DA.pdf>
ALIMENTOS FUNCIONAIS | UNIDADE III
50
CAPíTUlO 8
linhaça e Ômega 9
linhaça
A linhaça (Linum usitatissimum) é uma semente oleaginosa amplamente utilizada como complementação 
de dietas alimentares. É excelente fonte de fibras, além de ser rica em proteína. É constituída por 41% de 
gordura, 28% de fibras solúveis e insolúveis, 6% de carboidrato e 4% de resíduos.
Nos últimos anos, o consumo de linhaça vem aumentando gradativamente devido ao conhecimento de 
suas propriedades benéficas. É considerado um alimento funcional, pois, além de desempenhar funções 
nutricionais básicas, é capaz de trazer benefícios para saúde. 
constituintes químicos de destaque
É fonte de ácidos graxos α-linolênico e linoleico precursores de ω-3 e ω-6, respectivamente. Esses ácidos 
são importantes para o desenvolvimento do SNC e auxiliam na prevenção e no tratamento de doenças 
cardiovasculares, diabetes e determinados tipos de câncer. São capazes de reduzir processos inflamatórios 
e doenças imunes.
propriedades terapêuticas
A ingestão de linhaça reduz a prevalência de problemas cardíacos, como a redução de eventos coronarianos 
(fatais e não fatais). Também, reduz os níveis de tromboxano série par e eleva a produção vascular de 
prostaciclinas. Possui atividades anti-inflamatórias.
A semente de linhaça é rica em ácidos fenólicos, que atuam como antioxidantes, e ligninas, que são 
substâncias com estrutura química semelhante ao estrogênio. Devido a essa propriedade, é utilizada para 
minimizar os sintomas da menopausa.
efeitos colaterais, toxicidade e contraindicações
Por possuir alta quantidade de fibras solúveis e insolúveis, pode interagir com a proteína e reduzir sua 
absorção em decorrência da diminuição da atividade enzimática.
A linhaça é, também, fonte de fatores antinutricionais e, caso eles não sejam corretamente inativados, 
atuam como inibidores enzimáticos no trato gastrointestinal e fazem com que ocorra prejuízo na digestão 
e na absorção de seus nutrientes.
51
recomendações de consumo
Consumir de 25 a 45 gramas por dia, o que corresponde à ingestão de 2 a 4 colheres de sopa rasas.
armazenamento
Pode ser armazenada, em temperatura ambiente, por até 1 ano ou por 1 mês sob refrigeração em 
recipiente opaco.
Ômega 9
Pertence ao grupo dos ácidos graxos monoinsaturados e é representado, principalmente, pelo ácido oleico 
(18:1, n-9). São uma família de ácidos graxos insaturados que têm em comum um carbono no final da 
ligação dupla, nesse caso na posição n-9. 
Estudos demonstram que esses ácidos graxos são capazes de prevenir e tratar doenças crônicas.
Fontes alimentares
Óleo de oliva, óleo de canola, azeitona, abacate e oleaginosas (amendoim, castanhas, nozes, amêndoas).
propriedades terapêuticas
Os ácidos graxos monoinsaturados (oleico) exercem o mesmo efeito sobre a colesterolemia que os 
polinsaturados, porém, sem reduzir o HDL-C (lipoproteína) e provocar oxidação lipídica.
Possuem atividade anticoagulante e estudos evidenciaram que dietas ricas em gordura monoinsaturada 
proveniente do azeite de oliva reduzem as concentrações séricas de triglicerídeos (TG), colesterol total e 
lipoproteínas de baixa densidade (LDL).
 Figura 4. partícula lipoproteica típica.
Fonte: SANTOS, José Ernesto; GUIMARÃES, Armênio Costa; DIAMENT, Jayme. Consenso brasileiro sobre dislipidemias: detecção, avaliação e 
tratamento. arquivos Brasileiros de endocrinologia e Metabologia. São Paulo, v. 43, n. 4, p. 287-305, ago. 1999.
ALIMENTOS FUNCIONAIS | UNIDADE III
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efeitos colateriais, toxicidade e contraindicações
Não é recomendada a ingestão de AGE superior a 15% do valor calórico total. O consumo exacerbado 
acarreta alteração do metabolismo dos ácidos graxos de cadeia longa e influencia na produção de 
mediadores, como as prostaglandinas e os leucotrienos.
O estresse oxidativo, diretamente relacionado ao grau de insaturação do triglicéride, leva à peroxidação 
lipídica (principalmente, se houver deficiência de vitamina E-antioxidante).
Ainda, o excesso de ômega-6 causa imunossupressão.
UNIDADE III | ALIMENTOS FUNCIONAIS
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CAPíTUlO 9
óleo de Oliva e Nozes
Óleo de oliva
resolução rDc no 270 de 22 de setembro de 2005 (anvisa)
 » Óleos vegetais e gorduras vegetais: são os produtos constituídos, principalmente, 
de glicerídeos de ácidos graxos de espécie(s) vegetal(is). Podem conter pequenas 
quantidades de outros lipídeos, como fosfolipídeos, constituintes insaponificáveis e 
ácidos graxos livres naturalmente presentes no óleo ou na gordura.
 » Os óleos vegetais se apresentam na forma líquida à temperatura de 25ºC e as gorduras 
vegetais se apresentam na forma sólida ou pastosa à temperatura de 25ºC.
 » Azeite de oliva é o produto obtido somente dos frutos da oliveira (Olea europaea L.), 
excluídos os óleos obtidos por meio de solventes, processos de reesterificação e/ou 
obtidos de qualquer mistura de outros óleos.
 » Azeite de oliva virgem é o produto obtido do fruto da oliveira (Olea europaea L.) 
somente por processos mecânicos ou outros meios físicos em condições térmicas 
que não produzam alteração do azeite. O fruto não deve ter sido submetido a outros 
tratamentos, além da lavagem, decantação, centrifugação e filtração.
 » Quando o processamento inclui o uso de solventes (azeites refinados), grande 
parte dos compostos fenólicos é perdida. Isso também ocorre quando o azeite é 
alcalinizado para reduzir sua acidez.
propriedades terapêuticas
Os efeitos benéficos do azeite de oliva irão depender do consumo do óleo extravirgem (menos de 1% de 
acidez) Ele é composto por polifenóis, que possuem como efeitos a inibição de radicais livres, da oxidação 
de LDL-C e da agregação plaquetária, além de apresentar atividade antitrombótica. Isso demonstra que a 
capacidade protetora do óleo de oliva está relacionada ao seu conteúdo de ácido graxo monoinsaturado 
e, especialmente, relacionada aos compostos bioativos, como os polifenóis ativos.
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efeitos colaterais, toxicidade e contraindicações
São os mesmos abordados em Ácidos Graxos Essenciais (AGE).
recomendações de consumo
AG Monoinsaturado: consumir até 10% do Valor Calórico Total (VCT) – a ingestão de gorduras deve 
compreender de 25 a 35% do VCT.
nozes
propriedades terapêuticas
Possuem ácidos graxos ômega 3, ômega 6, ácidos graxos monoinsaturados e saturados em pequenas 
quantidades.
Estudos relatam que 2 a 3 porções de nozes (60 a 90 gramas) são capazes de reduzir o colesterol total 
e LDL-C. Essa redução deve-se, principalmente, à sua composição de ácidos graxos, fibras, arginina, 
vitamina E (atividade antioxidante), ácido fólico e fitosteróis.
efeitos colaterais, toxicidade e contraindicações
As sementes oleaginosas são sensíveis ao calore têm seus benéficos óleos essenciais destruídos quando 
cozidas ou tostadas. As oleaginosas tostadas são fontes de radicais livres, substâncias que desordenam a 
estrutura molecular do corpo e proporcionam o envelhecimento precoce. Por isso, a melhor forma de 
consumi-las é in natura.
recomendações de consumo
Uma porção de nozes é equivalente a 30 gramas (6 unidades) e é fonte de cobre, magnésio, folato, vitamina 
E e fitosteróis.
UNIDADE III | ALIMENTOS FUNCIONAIS
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CAPíTUlO 10
vitamina a e os Carotenoides 
A vitamina A compreende uma família de compostos alimentares essenciais e lipossolúveis. Estão 
estruturalmente relacionados ao retinol (vitamina A pré-formada) e exercem atividades biológicas. 
Da mesma forma, são também denominados de vitamina A os carotenoides que possuem atividade 
de pró-vitamina A, ou seja, que desempenham atividade de precursor alimentar do retinol. São eles: 
α-caroteno, β-caroteno e criptoxantina. No entanto, a vitamina A pré-formada é encontrada, apenas, 
em alimentos de origem animal. Os carotenoides estão presentes em frutas e hortaliças.
estresse oxidativo
No organismo humano, é fisiológico o acontecimento de reações oxidativas. Entretanto, elas são combatidas 
pela ação de antioxidantes endógenos e, também, provenientes da ingestão alimentar. Quando ocorre 
desequilíbrio no estado de óxido-redução favorecendo as reações químicas pró-oxidativas, temos, como 
consequência, o estresse oxidativo, que leva ao dano celular. Entre alguns mecanismos de defesa, temos 
as enzimas endógenas, como o superóxido dismutase (SOD), a catalase e a glutationa peroxidase. Além 
disso, substâncias disponíveis na dieta, como os carotenoides, α-tocoferol, ácido ascórbico e compostos 
fenólicos, também, possuem atividade antioxidante.
propriedades terapêuticas
Os carotenoides possuem efeito antioxidante. Modulam o metabolismo de carcinógenos, inibem 
proliferação celular, ativam a comunicação intercelular e elevam a resposta imunológica. 
A vitamina A apresenta diversas funções como, por exemplo, o crescimento. Apresenta papel importante 
no ciclo visual, na reprodução e na manutenção de células epiteliais.
tomate
Ele e seus derivados são boas fontes alimentares de folato, potássio e de vitaminas A, C e E.
Possui os seguintes fitoquímicos: os carotenoides (destacando-se o β-caroteno), luteína e licopeno e os 
polifenóis e flavonoides.
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Entre esses fitoquímicos, o licopeno é o antioxidante mais potente no tomate e representa o principal 
carotenoide. Ele é capaz de reduzir o risco de doenças cardiovasculares e, para maior biodisponibilidade 
desse componente, deve-se submetê-lo ao calor.
Os mecanismos hipolipemiantes dos polifenóis do tomate são devido ao aumento da atividade dos 
receptores LDL e da excreção fecal de colesterol – redução da absorção intestinal do colesterol, inibição 
da síntese da enzima HMG-CoA Redutase, biossíntese de colesterol e aumento de receptores LDL.
O licopeno é encontrado nas seguintes fontes alimentares: ketchup, suco de tomate e extrato de tomate. Os 
mais vermelhos devem ser escolhidos, porque possuem maior concentração de licopeno.
posologia
A dose indicada para o consumo é de 30mg de licopeno por dia. O consumo pode se dar por meio de ½ 
copo de suco de tomate ou de 10 porções de tomate e/ou derivados por semana.
ß-caroteno
Pertence à família de carotenoides e é uma importante fonte de vitamina A (possui a pró-vitamina A e é 
ativada no organismo). Possui propriedades antioxidantes e melhora a reposta imunológica.
O consumo de vegetais amarelos e vermelhos são as principais fontes desse fitoquímico. É desnecessária 
a sua suplementação para a população em geral.
Fontes alimentares de β-caroteno: o consumo de 5 ou mais porções de frutas e vegetais por dia equivalem 
a 6-8 miligramas de betacaroteno.
Leia o artigo “Vitaminas e minerais com propriedades antioxidantes e risco 
cardiometabólico: controvérsias e perspectivas” Disponível em: <http://www.
scielo.br/pdf/abem/v53n5/08.pdf>.
UNIDADE III | ALIMENTOS FUNCIONAIS
57
quadro 5. Composto ativo, efeito fisiológico e principais fontes de alimentos funcionais.
Adaptado de Fagundes & Costa
efeitos colaterais, toxicidade e contraindicações
A ingestão excessiva de vitamina A é capaz de produzir uma síndrome tóxica chamada hipervitaminose 
A. Quantidades acima de 7,5mg de retinol por dia devem ser evitadas. Os sintomas da toxicidade da 
vitamina A são evidenciados na pele, a qual se torna seca e pruriginosa. O fígado torna-se maior e pode 
evoluir para cirrose. No sistema nervoso, ocorre aumento da pressão intracraniana, que pode mimetizar 
os sintomas de um tumor cerebral.
ALIMENTOS FUNCIONAIS | UNIDADE III
58
CAPíTUlO 11
glucosinolatos/Indóis, Fitoesteróis e Flavonoides
Glucosinolatos/indóis
O glucosinolato é hidrolisado em isotiocianatos e indóis, que apresenta atividade anticarcinogênica e 
antioxidante. Como resultado, ocorre a proteção de células de agentes de dano no DNA. 
propriedades terapêuticas
Com a maior ingestão de vegetais crucíferos (brócolis, couve de Bruxelas, repolho e mostarda), é possível 
haver a redução dos riscos de diversos cânceres. 
A melhor maneira de consumir os vegetais é com a menor quantidade de água (vapor ou micro-ondas), 
pois reduz a perda de glucosinolato e a inativação da enzima mirosinase.
posologia
O Instituto Nacional do Câncer dos Estados Unidos recomenda o consumo de 5 a 9 porções por dia de 
frutas e vegetais. A sugestão para os vegetais crucíferos é de 5 porções por semana.
Fitoesteróis
São encontrados apenas nos vegetais e desempenham funções estruturais análogas às do colesterol 
nos tecidos.
Fontes alimentares: óleos vegetais, cremes vegetais com adição dessa substância, legumes, gergelim e 
semente de girassol.
propriedades terapêuticas
Atuam precipitando o colesterol dietético presente no intestino. Podem, também, colaborar com a 
redução da absorção do colesterol. Possuem a propriedade de auxiliar no controle de alguns hormônios 
sexuais e, eventualmente, aliviam sintomas de TPM, pois atenuam a queda de estrógeno que ocorre 
nesta fase.
Os fitoesteróis têm a capacidade de reduzir o colesterol total e as lipoproteínas de LDL.
59
É possível, também, a prevenção secundária após eventos ateroscleróticos.
posologia
Uma porção de 10g (equivalente a 1 colher de sopa) de creme vegetal fortificado contém 0,8g de filosterol.
Leia o artigo “Composição química de nozes e sementes comestíveis e sua 
relação com a nutrição e saúde”. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.
php?pid=S1415-52732010000200010&script=sci_arttext>.
Flavonoides
Compõem uma ampla classe de substâncias de origem natural e possuem uma série de propriedades 
farmacológicas que atuam de forma benéfica para a saúde humana. Atualmente, já foram identificadas 
mais de quatro mil substâncias pertencentes ao grupo dos flavonoides.
quadro 6. principais classes de flavonoides e descrição de suas características básicas.
Fonte: Adaptado de Peterson & Dwyer, 1998
propriedades terapêuticas
Atuam contra radicais livres, alergias, inflamações, úlceras, viroses, tumores e hepatotoxinas.
São considerados scavengers efetivos e são capazes de reduzir inflamações, expressão de células de adesão 
vascular e agregação plaquetária. Podem, também, aumentar a atividade da enzima óxido nítrico sintase.
ALIMENTOS FUNCIONAIS | UNIDADE III
60
efeitos colaterais, toxicidade e contraindicações
O vinho é, também, uma fonte de flavonoides, mas seu consumo excessivo aumenta as chances de doenças 
hepáticas. 
recomendações de consumo
São encontrados em vegetais, legumes, frutas, chás de ervas, mel, vinho tinto, entre outros produtos de 
consumo cotidiano.
Deve ser consumido diariamente 1 copo de 250ml de suco natural ou integral da uva de cores roxa ouvermelha (feito com toda fruta). Se consumida a própria uva, recomenda-se 15 unidades.
Leia o artigo “Estresse oxidativo: relação entre geração de espécies reativas 
e defesa do organismo”. Diponível em: <http://www.scielo.br/pdf/%0D/qn/
v29n1/27866.pdf>.
UNIDADE III | ALIMENTOS FUNCIONAIS
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CAPíTUlO 12
antocianinas, Fitoestrógenos e Saponinas
antocianinas
Compostos pertencentes à classe dos flavonoides. 
São derivados de sais flavílicos e solúveis em água. Na natureza estão associados a moléculas de açúcar.
propriedades terapêuticas
Desempenham ação anti-inflamatória e antioxidante. Reduzem a fragilidade capilar e, consequentemente, 
as hemorragias. Também, têm capacidade de inibir a agregação plaquetária.
efeitos colaterais, toxicidade e contraindicações
Nos humanos e animais, a toxicidade de flavonoides, como a antocianina, parece ser muito rara. Entretanto, 
têm-se relatado reações adversas devido à administração de flavonoides em doses farmacológicas altas. O 
recomendado é de 23 a 170mg por dia.
recomendações de consumo
Algumas fontes alimentares são as frutas de coloração vermelha-arroxeada, como cereja, morango e uvas.
A recomendação diária de frutas e hortaliças é de 5 a 9 porções, conforme descrito no Guia Alimentar 
para a População Brasileira.
Fitoestrógenos
São substâncias pertencentes a classes de polifenóis, como isoflavonas, lignanas e coumestrol. São 
considerados um grupo de plantas biologicamente ativas com estrutura química similar ao estradiol, um 
estrógeno endógeno. 
Algumas fontes de fitoestrógenos são: sementes de girassol, gergelim, nozes, framboesa, amora, brócolis, 
alho, cravo e cenoura.
62
isoflavonas
Pertencem à classe dos fitoestrógenos e abrangem os seguintes componetes: genisteína e daidzeína. 
Possuem atividade similar fraca ao estrogênio. Estão presentes na soja.
O equol é um metabólito da isoflavona e apresenta benefícios para saúde. Possui maior potência do que 
a do seu precursor da planta. 
propriedades terapêuticas
Um provável efeito da isoflavona da soja nos sintomas da menopausa é uma possível melhora de diversas 
condições, como a deficiência de estrógeno, amenizando os fogachos, e a perda óssea pós-menopausa, 
apresentando melhora dos sintomas e desaparecimento após 6 semanas. Apenas a reposição hormonal 
reduz em 100% os fogachos, já que as isoflavonas não apresentariam atividade estrogênica suficiente para 
impactar nos sintomas.
lignanas
Também estão presentes na soja. São fitoquímicos do esqueleto de diversas plantas e produzem a lignina.
Possuem ação bacteriana por meio do enterodiol e do enterolactona. Apresentam estrutura similar ao 
estrogênio, mas possuem fraca atividade estrogênica/antiestrogênica.
O uso da linhaça em ratos demonstrou redução dos tumores de cólon, mama e pulmão.
efeitos colaterais, toxicidade e contraindicações
Não é indicado o uso da linhaça ou do óleo de linhaça na gestação e na lactação, pois ela pode estimular 
a menstruação ou apresentar outros efeitos hormonais.
As fontes mais ricas de lignanas são a semente de linhaça e gergelim. Outras fontes alimentares são os 
cereais, grãos, frutas e vegetais.
UNIDADE III | ALIMENTOS FUNCIONAIS
63
Figura 5. Substâncias naturais produzidas pelo metabolismo primário e secundário e biorreações
Fonte: FILHO, R. B. contribuição da fitoquímica para o desenvolvimento de um país emergente. 
Quim. Nova, v. 33, n. 1, p. 229-239, 2010.
saponinas
Formam um grupo particular de heterosídeos. Seu nome provém da propriedade de formar espuma em 
abundância quando agitadas com água.
As plantas que contém saponinas são utilizadas, também, por sua ação mucolítica, diurética e depurativa.
propriedades terapêuticas
Possuem atividade antioxidante e anticarcinogênica.
efeitos colaterais, toxicidade e contraindicações
Em excesso, podem ser irritantes da mucosa intestinal.
recomendações de consumo
São fontes alimentares das saponinas: feijão, soja, ervilha, legumes, lentilha e grão-de-bico.
ALIMENTOS FUNCIONAIS | UNIDADE III
64
CAPíTUlO 13 
Capsaicina, betaglucanas e Psyllium
capsaicina
A pimenta vermelha, fonte de capsaicina, é conhecida popularmente, no Brasil, como pimenta 
dedo-de-moça.
propriedades terapêuticas
Algumas de suas atividades são: a dissolução de coágulos sanguíneos e de muco dos pulmões, ação 
expectorante, descongestionante, antioxidante e antibacteriana e indução de termogênese.
Estudos relatam que as propriedades terapêuticas da pimenta estão relacionadas aos capsaicinoides. A 
capsaicina demonstrou ser gastroprotetora, anti-inflamtória e antiagregante plaquetária. Além disso, o 
capsaicinol, análogo não pungente isolado da pimenta, apresentou atividade antioxidante.
efeitos colaterais, toxicidade e contraindicações
Autores sugerem que a ingestão de pimenta vermelha pode afetar a microflora do intestino de forma 
direta, por meio da ação bacteriana, e de forma indireta, por meio de outras ações fisiológicas.
Leia o artigo “Alimentos funcionais: um enfoque gerontológico”. Disponível em: 
<http://files.bvs.br/upload/S/1679-1010/2012/v10n1/a2678.pdf>.
Betaglucanas (ß-glucanas)
Os produtos à base de aveia têm representado uma ótima opção ao consumidor em razão de seus 
diversos benefícios para a saúde, principalmente, devido a um dos seus constituintes – as β-glucanas. 
Esse constituinte é uma fibra dietética solúvel que promove a redução dos níveis de colesterol sanguíneo 
e das concentrações de glicose e insulina em humanos. Dentre todos os cereais, a aveia e a cevada contêm 
o maior teor de β-glucanas, que chegam a atingir níveis de 3-7% e de 3-11%, respectivamente. São 
consideradas, portanto, importantes fontes de fibras alimentares.
65
propriedades terapêuticas
As β-glucanas têm capacidade de reduzir o colesterol sanguíneo, o colesterol total e as lipoproteínas LDL. 
São, também, capazes de reduzir a absorção de colesterol e sais biliares e/ou de retardar a digestão lipídica.
Apresentam habilidade para diminuir a oxidação de LDL, prevenindo problemas cardíacos e formação 
de trombos. 
Além disso, a soja apresenta efeitos anticarcinogênicos, efeito protetor contra a obesidade e atua como 
coadjuvante no tratamento de doenças coronarianas e osteoporose.
efeitos colaterais, toxicidade e contraindicações
São considerados fatores antinutricionais (por serem componentes da parede celular, assim como 
os arabinoxilanos) e, quando consumidos em excesso, podem reduzir a biodisponibilidade de alguns 
nutrientes e até lesionar alguns órgãos.
posologia
Utilizar 40 gramas de farelo de aveia (2 colheres de sopa cheias) ou 60 gramas de farinha de aveia (3 
colheres de sopa cheias).
Psyllium (Plantago ovata)
As fibras solúveis têm alta capacidade de retenção de água e possuem a propriedade de formar géis em 
solução aquosa. Correspondem às substâncias pécticas, às glucanas, às gomas e mucilagens, a algumas 
hemiceluloses e ao psyllium.
Psyllium é uma fibra mucilaginosa viscosa e hidrofílica e está presente na casca da semente do 
psyllium (Plantago ovata). Possui alta quantidade de hemicelulose e tem capacidade para aumentar o 
volume fecal, reduzindo o tempo de trânsito intestinal.
propriedades terapêuticas
As fibras responsáveis pela diminuição do colesterol são as betaglucanas. Elas estão presentes no farelo de 
aveia, na cevada e no psyllium, os quais tiveram seus benefícios à saúde apontados pelo FDA.
O psyllium tem a capacidade de aumentar o volume das fezes e de melhorar o quadro de constipação 
crônica. Também, possui propriedade hipocolesterolêmica e auxilia no controle da glicemia.
Ainda, possui a propriedade de reduzir a absorção intestinal de colesterol e de aumentar a excreção de 
colesterol e de ácidos biliares, reduzindo o colesterol sérico.
Segundo o FDA 2001, os alimentos que contém pelo menos

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