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PROCESSO CIVIL IV - 1 bi

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PROCESSO CIVIL IV
6º Período | 1º Bimestre
TEORIA GERAL DA EXECUÇÃO
Arts. 771 e seguintes do CPC.
A execução efetiva o objeto de uma obrigação (não há discussão sobre a existência do direito) > Segue o principio do exato adimplemento, ou seja, é instaurada quando o devedor não satisfaz a obrigação liquida e certa (se tornando, então, exigível). 
A execução pode se dar por processo de execução (autônomo) ou pela fase de cumprimento de sentença (continuidade do processo de conhecimento).
Técnicas executivas
Sub-rogação: Forma especial/ indireta de pagamento (obrigações). É colocar-se “no lugar de” – poder judiciário fazendo as vezes de credor, pagando-o e tomando seu lugar.
Coerção: Para algumas obrigações não há possibilidade de sub-rogação (de se colocar no lugar do credor) – exemplo: obrigações de fazer. A forma mais comum/ principal de coerção é a fixação de astreintes = multa (art. 139, CPC) – intenção de desencorajar condutas. A prisão civil do devedor de alimentos é outra forma de coerção (debito alimentar decorrente de relação de parentesco – o cumprimento da pena não quita o débito, é forma de forçar o pagamento integral). A obrigação de pagar alimentos pode decorrer, também, de ato ilícito – todo ato que viola a lei – porém, nesta não se pode ser exigida a prisão civil.[1: Prazo máximo: até 3 meses.]
Requisitos para a execução: Titulo executivo + inadimplemento
Titulo executivo: São documentos que apontam/ indicam a existência de uma obrigação. Estes documentos não são de livre criação pelas partes – previsão de documentos hábeis como títulos executivos estão na lei e seguem o chamado principio da tipicidade (necessidade de previsão legal – produzidos pela atividade jurisdicional ou a ele equiparados).
Tipicidade – art. 515 e 784, CPC + legislação esparsa.
“Título executivo deve ser compreendido como documento que atesta a existência de obrigação certa, líquida e exigível e que autoriza o início da prática de atos jurisdicionais executivos”.
Inadimplemento: Cumprimento imperfeito da obrigação. Não cumprir na forma e data convencionados.
Classificação das execuções quanto ao fundamento
Titulo executivo Judicial – fase executiva.
“Art. 515: São títulos executivos judiciais, cujo cumprimento dar-se-á de acordo com os artigos previstos neste Título” > São documentos sujeitos a cumprimento de sentença (mero desdobramento, mera fase executiva do processo de conhecimento).
As decisões proferidas no processo civil que reconheçam a exigibilidade de obrigação de pagar quantia, de fazer, de fazer ou de não fazer.
Apenas a sentença condenatória constitui titulo executivo judicial, as sentenças constitutiva e declaratória não podem ser executadas.
Não é necessário que o processo tenha transitado em julgado > Exemplo: pensão alimentícia que condenou o pagamento da pensão em primeira instancia e tem apelação correndo no tribunal – pode ser executada por meio de titulo executivo judicial desde logo.
A decisão homologatória de autocomposição judicial. 
A decisão homologatória de autocomposição extrajudicial de qualquer natureza. 
O formal e a certidão de partilha, exclusivamente em relação ao inventariante, aos herdeiros e aos sucessores a título singular ou universal.
O crédito do auxiliar de justiça, quando as custas, emolumentos ou honorários tiverem sido aprovados por decisão judicial. 
Exemplo: custas com perito judicial.
A sentença penal condenatória transitada em julgado – Pode ser utilizada para a execução de indenização cível.
A sentença arbitral: produz titulo executivo judicial, pois embora não seja atividade do poder judiciário, é uma atividade a ela equiparada.
Sentença estrangeira homologada pelo STJ ou a decisão interlocutória estrangeira por ele aceita.
Art. 109 CF – o STJ é competente para realizar a homologação, mas o cumprimento de sentença será feito pela Justiça Federal.
Titulo executivo Extrajudicial – Art. 784
A letra de câmbio, a nota promissória, a duplicata, a debênture e o cheque. Essas cinco figuras são títulos de crédito.
A manifestação de vontade do devedor constante de escritura pública ou outro documento público assinado por ele.
Tratando-se de documento particular, não será suficiente a assinatura do devedor. Para que sua manifestação de vontade adquira o status de título executivo, é mister que ele seja assinado também por duas testemunhas.
Empresta status de título executivo extrajudicial para o instrumento de transação referen- dado pelo Ministério Público, pela Defensoria Pública, pela advocacia pública, pelos ad- vogados dos transatores ou por conciliador ou mediador credenciado por Tribunal.
São todas hipóteses em que a autocomposição é a mola propulsora do título executivo extrajudicial. Para sua configuração como tanto, contudo, é mister a concordância dos indicados, não sendo suficiente, para os fins desse dispositivo, a mera assinatura do devedor.
Contratos que se destinam a garantir o cumprimento assumido em outro contrato: Contrato garantido por hipoteca, penhor, anticrese ou outro direito real de garantia e aquele garantido por caução.
O seguro de vida em caso de morte.
Crédito decorrente de foro e laudêmio
O inciso VII do art. 784 dispõe ser título executivo extrajudicial o crédito decorrente de foro ou laudêmio, o que só tem sentido para as enfiteuses anteriores ao Código Civil de 2002, dada a proibição de novas enfiteuses imposta por seu art. 2.038. Enfiteuse é um direito real pelo qual o proprietário faculta o uso do domínio útil de um bem imóvel mediante o pagamento de uma prestação anual. 
“Foro”, no sentido em- pregado pelo dispositivo, é instituto de direito civil que significa o pagamento anual devido pelo enfiteuta ao proprietário pelo uso do domínio útil do bem imóvel. “Laudêmio” é a quantia a ser paga ao proprietário quando houver transferência do domínio útil por venda ou por dação em pagamento.
O crédito, documentalmente comprovado, decorrente de aluguel de imóvel, bem como de encargos acessórios, tais como taxas e despesas de condomínio.
Certidão de dívida ativa da Fazenda Pública da união, dos Estados, do Distrito Federal e dos municípios, correspondente aos créditos inscritos na forma da lei.
Trata da possibilidade de as pessoas de direito público no- minadas cobrarem seus créditos, independentemente de terem, ou não, natureza tributária, pelo procedimento da chamada execução fiscal regulada pela Lei n. 6.830/1980.
Crédito referente às contribuições ordinárias ou extraordinárias de condomínio edilício.
A certidão expedida por serventia notarial ou de registro relativa a valores de emolumentos e demais despesas devidas pelos atos por ela praticados, fixados nas tabelas estabelecidas em lei.
Trata-se de título executivo unilateralmente criado, a impor muita atenção ao seu exame no dia a dia do foro desde a primeira análise da petição inicial que o apresentar ao Estado-juiz.
Demais títulos aos quais a lei atribuir força executiva.
Obrigação do título executivo
Não é o título que, por si, justifica a pretensão executória, mas sim a própria obrigação nele contida, a qual deve ser certa, líquida e exigível.
Certa: A obrigação será certa quando houver exata definição dos seus elementos, quais sejam, sua natureza, seu objeto e seus sujeitos. Ou seja, revela sua realidade formal, fazendo presumir que enseja execução.
Liquida: A liquidez refere-se a exata definição da quantidade de bens devidos, de forma que uma obrigação é liquida quando o valor exato estiver mencionado no título ou quando o valor puder ser apurado mediante critérios objetivamente conhecidos.
Se a sentença judicial não determinar a quantia exata que deve ser paga pela parte condenada, deverá ser feita a liquidação antes da execução.
Exigível: A exigibilidade ocorre a partir do momento em que a obrigação, certa e líquida, prevista no título, pode ser reclamada e o devedor não a satisfaz. 
De modogeral, a exigibilidade nasce com o vencimento da dívida, considerando-se inadimplente o devedor que não satisfaz obrigação, constante de título executivo. 
Exigibilidade (requisito essencial da obrigação) # Inadimplemento (condição de realização da execução)> A ideia de exigibilidade da obrigação está ligada ao conceito de inadimplemento - art. 786 e 783.
Mora ex re: nas obrigações com termo definido o descumprimento do prazo gera o inadimplemento automático.
Mora ex persona: nas obrigações com termo indefinido o credor pode constituir o devedor em mora a qualquer tempo – o inadimplemento se inicia a partir da constituição do devedor em mora.
As obrigações sinalagmáticas (aquelas com correspondência de prestações) – arts. 514 e 787 – passam a ser exigíveis quando uma das partes cumpre com sua obrigação e prova que a outra parte não cumpriu com a obrigação correspondente.
Princípios
Patrimonialidade – Art.789
A execução recai sobre os bens do devedor (pretéritos, presentes e futuros), não sobre a pessoa.
Exceções: Bens impenhoráveis, art. 833 + bens de família.
Disponibilidade do processo pelo credor – Art.775 
Possibilidade de desistência do credor em relação a execução ou a alguma medida executiva.
Exato adimplemento – Art. 497 e 498
A execução deve se dar na exata medida da dívida, pois serve para o cumprimento de uma obrigação especifica. A obrigação só será alterada quando não houver mais a possibilidade de se concretizar na forma estipulada.
Limites – Art. 831: A limitação do adimplemento é a quantia necessária para cumprir com a obrigação especifica.
Utilidade – Art. 836
Não será feita penhora quando for evidente que o produto da alienação dos bens do devedor não será suficiente para pagar as custas da execução.
Menor onerosidade – Art.805
Quando o exequente puder promover a execução de diversas formas, o juiz deve determinar que seja eleito o modo menos oneroso/gravoso ao executado.
Competência – art. 516 e 781
A competência diz respeito a identificação do juízo competente para a execução. Em regra, quem decidiu cumpre as suas decisões.
Art. 516 §único – É uma exceção ao principio da jurisdição perpetua, pois permite que o exequente opte por realizar a execução no atual domicilio do executado, no local em que se encontram os bens sujeitos à execução ou no local em que deve ser executada a obrigação de fazer ou não fazer > Essa exceção ocorre com o intuito de garantir a celeridade processual.
O pedido de modificação de competência é encaminhado ao juiz de origem.
Partes na execução
Partes na execução são as pessoas indicadas no título executivo na qualidade de credor e devedor. 
Quem pede a prestação da tutela jurisdicional executiva é o exequente. Executado é em face de quem a prestação da tutela jurisdicional é requerida. A afirmação de ser credor ou ser devedor a partir do título executivo é suficiente para fins de preenchimento daquela condição da ação.
Legitimidade
Ativa: Segundo o art. 778, a execução forçada pode ser promovida pelo credor que tiver título executivo. Podem promover a execução ou prosseguir em sucessão ao exequente: I - o Ministério Público, nos casos previstos em lei; II - o espólio, os herdeiros ou os sucessores do credor, sempre que, por morte deste, lhes for transmitido o direito resultante do título executivo; III - o cessionário, quando o direito resultante do título executivo lhe for transferido por ato entre vivos; IV - o sub-rogado, nos casos de sub-rogação legal ou convencional.
Passiva: Segundo o art. 779 a execução poderá ser promovida contra: I - o devedor, reconhecido como tal no título executivo; II - o espólio, os herdeiros ou os sucessores do devedor; III - o novo devedor que assumiu, com o consentimento do credor, a obrigação resultante do título executivo; IV - o fiador do débito constante em título extrajudicial; V - o responsável titular do bem vinculado por garantia real ao pagamento do débito; VI - o responsável tributário, assim definido em lei.
RESPONSABILIDADE PATRIMONIAL
A obrigação do devedor é pessoal, mas a responsabilidade é sempre patrimonial. Responsabilidade patrimonial é a sujeição dos bens do devedor ao pagamento da dívida.
A responsabilidade patrimonial é definida em lei, e a primeira das regras é a de que os bens presentes e futuros do devedor, salvo as restrições legais, como é o caso de impenhorabilidade de certos bens, respondem por suas obrigações.
Resp. Patrimonial primária: Ideia de quem é obrigado > Devedor.
Res. Patrimonial secundária: Terceiro, que não é devedor original, vir a ter seu patrimônio atingido – exemplo clássico: Fiador ou cônjuge.
Pode acontecer de bens do fiador/dos sócios sejam atingidos por dividas.
Art. 785: Mesmo tendo titulo executivo extrajudicial o portador deste pode propor ação de conhecimento a fim de obter titulo judicial (decisão condenatória judicial).
Fiador – Art. 794: O fiador, quando executado, tem o direito de exigir que primeiro sejam executados os bens do devedor > Quem não figura no título não pode ser executado.
§3: Regra é beneficio de ordem – significa que primeiro serão executados os bens do devedor principal (aquele que se obrigou), depois os bens do fiador, responsabilidade subsidiaria. Exceção: Renúncia de beneficio de ordem, o qual é sempre expresso, trazendo a escolha para o credor/ exequente de indicar quais bens quer executar primeiro, do locatário ou do fiador.
Sócio – Art. 795: Os bens particulares dos sócios não respondem pelas dívidas da sociedade, senão nos casos previstos em lei. Havendo desvio de finalidade pode ocorrer a desconsideração da personalidade jurídica prevista no art. 50 CC e 133 CPC, de modo que será possível alcançar o patrimônio do sócio. 
Também pode ocorrer a desconsideração inversa, caso em que o sócio será afastado para alcançar o patrimônio da empresa. A responsabilidade social primária continua sendo da sociedade. Quando o sócio pagar a dívida da sociedade terá direito de regresso contra esta.
2.1 Bens que respondem pela satisfação da obrigação
Art. 789 e 790: Sucessor a titulo singular e Ação real ou reipersecutória
O art. 789 estabelece o alcance da responsabilidade patrimonial do executado e a sujeição de seus bens, presentes e futuros, à execução, salvo as restrições previstas legalmente, entre as quais evidencio desde logo o disposto no art. 833. 
O art. 790, complementando o art. 789, indica os bens que também são sujeitos à execução: (i) do sucessor a título singular, tratando-se de execução fundada em direito real ou obrigação reipersecutória; (ii) do sócio, nos termos da lei; (iii) do devedor, ainda que em poder de terceiros; (iv) do cônjuge ou companheiro, nos casos em que seus bens próprios ou de sua meação respondem pela dívida; (v) alienados ou gravados com ônus real em fraude à execução; (vi) cuja alienação ou gravação com ônus real tenha sido anulada em razão do reconhecimento, em ação autônoma, de fraude contra credores; e (vii) do responsável, nos casos de desconsideração da personalidade jurídica.
2.2 Impenhorabilidade
Art. 833 e 834
Bem de família – Lei 8009/90 > Art. 1º ao 3º são essenciais.
Reconhecimento de variados arranjos familiares (entidade familiar).
O imóvel residencial da entidade familiar é impenhorável e não responderá por qualquer dívida, salvo nas hipóteses previstas em lei.
A impenhorabilidade afeta todos os acessórios do imóvel, como benfeitorias e plantações e equipamentos fixados na casa, inclusive de uso profissional, mas não se pode referir a móveis ou equipamentos que estão aleatoriamente na residência nem a veículos, obras de arte e adornos suntuosos
O STJ entende que aquilo que existe em duplicidade pode ser penhorado visto que o devedor deve ter direito a guardar apenas aquilo que é necessário para um mero padrão de vida.
A impenhorabilidade do bem de família permanece ainda que o bem tenha elevado valor.
A impenhorabilidade é um atributo, uma qualidade,e é absoluta, no sentido de que sobre o bem é impossível qualquer acordo ou transação para se penhorar, podendo ser alegada a qualquer momento, sem ocorrência de preclusão, e ser conhecida de ofício. No entanto, pela qualificação especí- fica da dívida, tal situação pode deixar de existir como um atributo negativo da própria impenhorabilidade. Tais qualificações da dívida se encontram relacionadas no art. 3º da lei.
Art. 3º - A impenhorabilidade é oponível em qualquer processo, salvo se movido: I - pelo titular do crédito decorrente do financiamento destinado à construção ou à aquisição do imóvel, no limite dos créditos e acréscimos constituídos em função do respectivo contrato; II - pelo credor da pensão alimentícia, resguardados os direitos, sobre o bem, do seu coproprietário que, com o devedor, integre união estável ou conjugal, observadas as hipóteses em que ambos responderão pela dívida; III - para cobrança de impostos, predial ou territorial, taxas e contribuições devidas em função do imóvel familiar; IV - para execução de hipoteca sobre o imóvel oferecido como garantia real pelo casal ou pela entidade familiar; V - por ter sido adquirido com produto de crime ou para execução de sentença penal condenatória a ressarcimento, indenização ou perdimento de bens; V - por obrigação decorrente de fiança concedida em contrato de locação.
Súmulas 549 STJ: Não de aplica a impenhorabilidade do bem de família para o imóvel do fiador em contrato de locação.
Súmula 499 STJ: Vaga de garagem autônoma não tem proteção de bem de família para efeitos de penhora.
 FRAUDES DO DEVEDOR
Fraude contra credores
Art. 158 a 165, CC.
É um ato de disposição patrimonial ou de renuncia a direitos praticados por devedor insolvente ou pré- insolvente em prejuízo de seus credores > É um vicio social do negócio jurídico – configuração de direito material, não processual. 
Requisitos para a configuração da fraude contra credores > Em regra são dois: Insolvência do devedor, também chamado “eventos damni” + necessária configuração do “consilium fraudis” ou conluio fraudulento (má fé das partes deste negócio jurídico). [2: Ter mais divida do que patrimônio, não ter bens para fazer frente a execução.]
Falando-se de negocio jurídico gratuito (aquele que tem ônus apenas para uma das partes – exemplo: doação) para a configuração da fraude contra credores é necessária apenas a insolvência.
Ação pauliana é o meio pelo qual se reconhece a fraude contra credores, não sendo necessário haver processo autônomo de execução ou cobrança judicial – pode ser proposta em qualquer ação judicial em tramite, necessária apenas a constatação dos requisitos.
É negocio jurídico anulável em 4 anos (invalidade) – o credor, com a anulação pela ação pauliana, desfaz o negocio jurídico fraudatório – as partes voltam ao status quo anterior, ou seja, a procedência do pedido, desconstituindo o ato, faz o bem reverter ao patrimônio do devedor. 
O STJ e a jurisprudência dizem que a fraude contra credores torna o NJ ineficaz contra terceiros: o credor que foi fraudado não precisa respeitar este NJ, podendo buscar o bem onde quer que esteja (não é oponível contra terceiros) – Exceção: terceiros de boa-fé. 
Fraude à execução
Art. 792, 774, 828, CPC.
É vicio (endo) processual – necessidade da existência do processo para o devedor fraudar a execução (a partir da citação ou quando tiver ciência anteriormente à citação). É quando o devedor, tendo conhecimento da execução, se desfaz de seus bens.
Requisitos para configuração da fraude à execução > Insolvência: fraude ao registro.
Fraude ao registro: O rol do precitado art. 792 autoriza a compreensão de que pode ocorrer de a fraude à execução depender de prévio registro do próprio processo ou da constrição que recai sobre o bem alienado indevidamente, orientação que se harmoniza com a primeira parte do enunciado da Súmula 375 do STJ: “O reconhecimento da fraude à execução depende do registro da penhora do bem alienado ou da prova de má-fé do terceiro adquirente”. 
Mas não necessariamente. Para tanto, o § 2º do art. 792 é digno de nota, já que se ocupa com as situações em que a fraude se relaciona com bem que independe de registro. Nessas hipóteses, é ônus do adquirente (terceiro em relação ao processo) demonstrar que agiu com a cautela devida na aquisição do bem,
Diligencia normal é a de se levantar todas as certidões atuais do bem sujeito a registro – terceiro de boa fé > Súmula 375 STJ: A idéia da ineficácia da fraude a execução em relação ao terceiro de boa fé, conservando o bem. 
Art. 828 CPC: O registro público concede publicidade a situação do devedor, logo, quando houver registro da execução será afastada a presunção de boa fé.
Nem todo negocio jurídico realizado no curso de um processo de execução configura fraude a execução – é necessária a realização da insolvência que inviabilize o pagamento da dívida.
A fraude a execução não ocorre por meio de ação autônoma como a ação pauliana, pois pode ser feita no curso do próprio processo de execução por petição simples.
Consequências da fraude a execução: Ineficácia do negocio jurídico, Multas – art. 774 (ato atentatório a dignidade da justiça), Multa – art. 81 (multa por litigância de má fé), A desobediência a ordem judicial - art. 179 CP.
CUMPRIMENTO DEFINITIVO DE SENTENÇA QUE RECONHECE A OBRIGAÇÃO DE PAGAR QUANTIA
Em se tratando de cumprimento de decisão que reconheça a exigibilidade de obrigação de pagar quantia já transitada em julgado (por isto, cumprimento definitivo), caberá ao exequente (que é o autor na etapa de conhecimento) requerer a intimação do executado (o réu na etapa de conhecimento) para pagar em quinze dias o valor indicado no requerimento especialmente apresentado para tanto, dando início à etapa de cumprimento, acrescido de eventuais custas processuais, sob pena de multa de 10%.
Art. 523, 524 (requerimento nos moldes dos incisos do art. 524) e 526 CPC
Multa e Honorários advocatícios
Art. 516 – Competência: Juízo de 1º grau de jurisdição.
Do requerimento para pagamento da dívida deve constar a memória de calculo (é o racional para atualizar o valor da causa > Forma de atualização do valor que consta da sentença) – demonstrativo discriminado e atualizado odo crédito que serve para detalhar valores e possibilitar o contraditório.
Da intimação o réu tem 15 dias para pagar. A execução começa no 16º dia. Entre o requerimento e a intimação o réu pode pagar voluntariamente. 
Ao parcelamento compulsório não se aplica o cumprimento de sentença, o que quer dizer que incidirá os efeitos da mora (multa e honorários) apenas sob aquilo que não foi pago.
Não havendo pagamento o executado esta sujeito a penhora de seus bens.
LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA - Art. 509 a 512, CPC.[3: Art. 515, CPC – titulo executivo judicial = sentença. Em regra os títulos executivos extrajudiciais não comportam execução – única exceção é termo referendado pelo MP.]
Momento posterior à sentença e prévio ao cumprimento de sentença. É a indicação do quantum indenizatório. Necessidade de primeiro saber o quanto para poder se iniciar o cumprimento de sentença. 
Duas formas:
Por arbitramento – Depende da necessidade de perícia para apurar o quantum
Será utilizada quando as partes assim convencionarem, quando o juiz decidir na sentença ou quando for a única forma possível pela natureza da obrigação.
Art. 510: Pareceres/ documentos > Convocação do perito > Prova pericial > Determinação do quantum.
As partes podem indicar assistentes técnicos para auxiliar na produção da prova pericial, produzindo seu laudo com o que consideram ser o quantum. 
Art. 1015: Recurso cabível é agravo de Instrumento.
Art. 509, §1º: Os danos morais que já são líquidos, certos e porque tem transito em julgado exigíveis pulam para o cumprimento de sentença. Apenas aqueles danos que não são líquidos irão passar pela fase de liquidação de sentença. Serão dois títulos com valores diferentes.
Pelo procedimento comum –Necessidade de provar fatos novos
Nova nomenclatura da finada liquidação por artigos.
Quando a parte faz a liquidação pelo procedimento comum há a necessidade de provar fatos novos, estes devem indicar o valor do quantum do qual esta se falando. É o típico caso em que as consequências do ato ilícito cuja responsabilidade já foi carreada ao réu precisam ser trazidas (e discutidas em amplo e prévio contraditório) ao processo.
Exemplo: Acidente de transito – Ação indenizatória por danos morais, matérias, estéticos. Não houve a consolidação dos danos causados, fazendo com que o juiz defira a responsabilidade de indenizar, porém, o quantum indenizatório deverá ser provado posteriormente > Traz a necessidade de provar fatos novos para a fixação do quantum indenizatório. 
Procedimento comum/ processo de conhecimento: PI, contestação, fase instrutória – produção de provas.
O recurso cabível é agravo de instrumento – art. 1015.
CUMPRIMENTO DE SENTENÇA NAS OBRIGAÇÕES DE FAZER, NÃO FAZER E ENTREGAR COISA
Art. 536 a 538 CPC.
Art. 499, CPC
O que se busca neste tipo de execução é o exato adimplemento da obrigação que consta da sentença, sendo possibilitado ao réu que faça, se abstenha ou entregue determinada coisa. 
No entanto, pode não haver a possibilidade disto, seja pela perda da coisa ou pela impossibilidade – Exemplo: entrega de doces em um casamento. Sendo impossível o exato adimplemento há a conversão em perdas e danos (conversão por meio da liquidação de sentença) > Quando a coisa se perde ou quando a prestação não é mais útil ao credor.
Quem decide pela conversão? Tanto o juiz pode determinar quanto o autor pode pedir – cabe ao juiz o controle desse requerimento (o que orienta a coerência do sistema jurídico é o direito das obrigações, ou seja, enquanto for possível o cumprimento da obrigação esta será entregue).
Art. 537, CPC: Astreintes, ou seja, multa. A multa não pode ser de tal patamar que desencoraje o devedor a pagar a divida. O juiz pode muda-la de oficio. A multa incide ate o cumprimento da obrigação (apenas em relação ao exato adimplemento). Quando se revelar impossível o cumprimento converte-se a obrigação em perdas e danos e a multa não incide. 
Art. 139, IV: O juiz deve adotar todas as providencias necessárias para assegurar o cumprimento da sua decisão – Exemplo: entregar em juízo CNH, passaporte ou cartão de crédito. 
**Pergunta de prova: Art. 517, CPC: Possibilidade de protesto da decisão judicial, “sujando” o nome do devedor. Cabe quando ha uma decisão transitada em julgado**
Possibilidade de protesto da decisão judicial 
Após a decisão condenatória transitar em julgado o condenado será intimado para, no prazo de 15 dias, realizar o cumprimento de sua obrigação e caso não o faça, poderá ocorrer a penhora de seus bens e o protesto da decisão judicial – art. 517. 
O protesto da decisão deve ser feito pelo credor que irá solicitar certidão da condenação em juízo e apresenta-la no cartório de protestos, onde o nome do devedor ficará sujo fazendo com que sua vida de credito fique abalada.
Por este motivo, quando o juiz determina o bloqueio ou entrega do cartão de crédito do devedor está agindo de forma abusiva, pois a prerrogativa de realizar esse bloqueio é do credor. 
“O art. 517, novidade trazida pelo CPC de 2015, autoriza o protesto da decisão judicial transitada em julgado, após findo o prazo de quinze dias para pagamento voluntário. 
Seus §§ 1o e 2o indicam os elementos necessários para a lavratura do protesto: certi- dão de teor da decisão (que é o título executivo), a ser fornecida pelo órgão jurisdicional em três dias e que deverá indicar o nome e a qualificação das partes (exequente e execu- tado), o número do processo, o valor da dívida e a data de decurso do prazo para paga- mento voluntário. Como, de acordo com o caput do dispositivo, o protesto pressupõe o transcurso do “prazo para pagamento voluntário previsto no art. 523”, é correto entender que o “valor da dívida” deve incluir a multa de 10% e os honorários advocatícios de 10% fixados por força do § 1o daquele dispositivo.
Se houver ação rescisória ajuizada pelo executado contra a decisão que o exequente quer cumprir, é possível, a pedido do executado e às suas expensas e sob sua responsa- bilidade, a sua anotação “à margem do título protestado” (art. 517, § 3o). 
O § 4o do art. 517, por fim, disciplina o cancelamento do protesto quando compro- vada a satisfação integral da obrigação, por intermédio de ofício do magistrado”.
IMPUGNAÇÃO AO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA – Art. 525, CPC
Forma pela qual o devedor se defende da execução/ cumprimento de sentença (não há rediscussão dos fatos).
Na execução de titulo extrajudicial, o meio que o devedor tem para se defender é a impugnação de cumprimento de sentença.
Transcorrido o prazo para pagamento voluntário (15 dias) independente de intimação (prazo automático), começa a fluir o prazo de 15 dias uteis para a impugnação.
A partir da intimação para o pagamento voluntário, o devedor já pode apresentar a defesa (não é obrigatório), então se o devedor já sabe que não vai pagar, poderá apresentar a impugnação previamente e o prazo total pode se converter em 30 dias; 
Impugnação como regra não tem efeito suspensivo (o sujeito não deixa de sofrer os efeitos da execução).
É apresentada nos mesmos autos – não há nova manifestação judicial para que a parte apresente sua defesa (peça de fundamentação vinculada).
Se houver vários litisconsortes, o §3º do art. 525, fala que o art. 229 é aplicado (prazo em dobro), mas é necessário verificar se os requisitos do 229 estão preenchidos: o processo deve ser físico e os litisconsortes devem ter advogados diferentes de escritórios diferentes > O prazo que dobra é o da intimação (a partir da intimação).
Poderá o executado alegar a falta ou nulidade de citação quando o processo de conhecimento transitou a revelia. Esta manifestação cabe apenas se for a primeira manifestação do sujeito no processo.
A falta ou a nulidade de citação é chamada de vício transrescisório, porque é pressuposto mínimo de validade do processo a existência de citação válida – sentença é nula e o processo é inválido.
“Querella nulilates”: Não tem artigo e não é positivada, é uma construção doutrinaria/ jurisprudencial (idéia vem do direito canônico). É a possibilidade de se alegar vicio de citação (#ação rescisória – serve para desconstituir sentença válida).
A citação invalida não interrompe a prescrição. Se a parte perder o prazo para apresentar a impugnação ainda pode arguir a nulidade por este instituto.
Exceção de pré executoriedade: Não é positivada no CPC, é uma construção doutrinaria e jurisprudencial importada do direito tributário. Hipótese utilizada quando não for necessária dilação probatória (já tem prova pré constituída) para que o juiz reconheça a alegação. Essa peça processual não tem prazo para sua execução, é outra forma de defesa do executado e não tem forma definida.
A parte também pode alegar cumulação indevida ou excesso de execução (quando a parte cobra mais do que aquilo que esta no título) – tem ônus de trazer a memoria de calculo da cobrança correta.
Ao demandante cabe fazer prova do fato constitutivo dos seus direitos, ao executado/ demandando cabe fazer prova de fato modificativo/ extintivo dos direitos do autor. 
Quando o executado alega apenas o excesso de execução (modificativo), é necessário que leve a memória de calculo – não sendo apresentada há rejeição liminar da impugnação. 
Quando a impugnação tem outros fundamentos de defesa além de “excesso de execução”, tendo outras matérias de defesa, quando a memoria de calculo não for trazida, desconsiderando a alegação e apreciando as outras matérias apenas.
Concessão de efeito suspensivo: Em regra a impugnação não tem efeito suspensivo, porem, poderá ser concedido por solicitação da parte.
Requisitos: Requerimento pelo réu na peça processual (não existe de oficio), garantia da execução em juízo (mediante penhora,calção ou depósito) + argumentação convincente da parte (relevantes fundamentos – fumus boni iuris e periculum in mora) + perigo de dano com o prosseguimento da execução – requisitos para tutela antecipada.
O STJ entende, sobre necessidade de prestar caução para obter a concessão do efeito suspensivo: Se a parte não tiver bens para fazer parte à execução pode pedir a dispensa da garantia para obter o efeito suspensivo (hipossuficiência financeira). Na pratica, os tribunais vem fazendo leitura positivista: não garantiu, não há efeito suspensivo.
CUMPRIMENTO PROVISÓRIO DE SENTENÇA
Art. 520 a 522, CPC.
Utilizado quando a sentença é sujeita a recurso sem efeito suspensivo > Se faz da mesma forma que cumprimento definitivo de sentença.
Não há diferença ontológica entre o cumprimento provisório e o cumprimento definitivo. Quem o diz é o caput do art. 520 e que encontra eco seguro no art. 527, que de- termina a aplicação, ao cumprimento provisório da sentença, das regras relativas ao cumprimento definitivo. 
As diferenças existentes não estão na qualidade dos atos executivos (que não são provisórios) mas em outros dois fatores: (i) na responsabilidade (objetiva) do exequente pelos danos que sua iniciativa puder causar no caso de provimento do recurso interposto pela parte contrária, na exata proporção em que seja modificado o título que fundamenta a prática dos atos executivos (art. 520, I a III) 
A regra no Direito Civil brasileiro é que a responsabilidade civil é subjetiva, será objetiva apenas quando o legislador expressamente o disser. Porém, a responsabilidade por danos processuais no CPC é responsabilidade objetiva > A doutrina entende que é objetiva por causa da Teoria do Risco: Risco da atividade processual, não é necessário haver culpa. 
Responsabilidade civil: Subjetiva: CULPA + Conduta, Dano, Nexo de causalidade; Objetiva: Conduta, Dano, Nexo de causalidade.
e (ii) na circunstância de a satisfação do exequente depender, como regra, da prestação de caução (art. 520, IV).
O art. 521 trata das hipóteses em que a caução que, como regra, é exigida daquele que promove o cumprimento provisório da sentença para satisfação de seu direito ou sempre que os atos praticados puderem “resultar grave dano ao executado” (art. 520, IV), pode ser dispensada. Importa frisar desde logo: a caução é exigida para a satisfação do direito perseguido pelo exequente e não para o início da etapa de cumprimento provisório ou para o começo da prática dos atos executivos a ela inerentes.
A utilidade do cumprimento provisório de sentença é por estratégia processual > É risco processual, não é uma obrigação da parte.
O legislador da possibilidade para o cumprimento provisório de sentença das obrigações de fazer, não fazer e entregar > Porém, apenas quando forem convertidas em perdas e danos.
PENHORA
É ato de constrição judicial que visa individualizar os bens do devedor que responderão pela execução. Finalidade/ primeira relevância: Individualizar os bens do devedor que responderão pela execução, além de estabelecer a ordem de preferencia.
Suficiência da penhora: A penhora tem a finalidade de assegurar a execução, cujo objetivo é a satisfação do direito do credor. Neste caso, a execução se tornará inútil, se o produto da execução for necessariamente absorvido pelo pagamento das custas e despesas processuais, inclusive honorários advocatícios. Se inútil, não há razão para a penhora.
Avaliação – art. 870 e ss: É necessário saber o “quantum”, valor do bem através de laudo. As partes podem concordar uma estimativa para o valor do bem, dispensando a necessidade de avaliação. Não havendo consenso, será necessária a avaliação pelo oficial de justiça (com exceção dos casos nos quais seja necessário perícia – perito judicial).
Art. 899: O depósito de valor suficiente para realizar o pagamento da dívida encerra o ato da penhora.
Ao realizar a penhora o oficial de justiça deve realizar o auto de penhora onde irá constar os bens que satisfazem a execução e suas características. 
No auto de penhora o oficial elege um depositário que ficará responsável pelo bem. 
O eleito pode não aceitar esta condição, ou renuncia-la a qualquer momento. 
O deposito gera o desapossamento do bem, ou seja, interrompe o exercício daquele que tinha a posse direta sobre a coisa. 
Ordem preferencial de bens a serem penhorados – art. 835: Leva em conta bens com mais facilidade para ser convertido em dinheiro. Dinheiro em espécie é prioritário.
Substituição do bem penhorado – art. 848: Sendo dinheiro, não há possibilidade de pedir a substituição do bem penhorado – existe a possibilidade de pedir para substituir a penhora em dinheiro por fiança bancaria (produto bancário) mais 30%.
Pluralidade: É possível a pluralidade de penhoras em um mesmo bem.
Preferencia – art. 908 (crédito especializado).
Depósito – art. 839. – depositário: responsabilidade.
Quem primeiro deposita o objeto de penhora tem preferencia para receber a penhora.
Figura do depositário é aquele que vai ser responsável pela coisa – aquele que recebe (necessita de anuência do depositário e pode renuncia-la quando quiser).
Existe a figura do depositário judicial – pessoa de confiança do juiz responsável por bens por ele penhorados.
Penhora On-line (via bacenjud) – art. 854: Acontece independente de intimação do executado.
Penhora no rosto dos autos – art. 860: Não há devolução do dinheiro ao devedor > Quando o executado receber credito em outro processo, o exequente pode solicitar a penhora deste credito. Nessa hipótese o valor será transferido diretamente ao exequente.

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