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O GOVERNO ITAMAR FRANCO E DE FHC

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O GOVERNO ITAMAR FRANCO E DE FHC 
A presidência de Itamar Franco
No dia 29 de dezembro de 1992, Itamar Franco assumiu a presidência do Brasil. Fernando Collor de 
Mello havia renunciado, pois era evidente que o Senado Federal confirmaria seu impeachment.
Itamar Franco projetou uma imagem bastante diferente do que a de Collor. O vice-presidente de 
Collor, agora presidente da República, apresentava-se como um homem simples e honesto. Itamar 
atenuou o programa de abertura e privatização da economia.
Durante o período em que governou, ocorreu o plebiscito previsto na Constituição de 1988, por meio 
do qual os eleitores decidiriam se o Brasil permaneceria uma república presidencialista ou adotaria a 
monarquia ou o parlamentarismo. O plebiscito ocorreu em 23 de abril de 1993. O país, como se 
esperava, escolheu o presidencialismo.
O governo Itamar Franco teve êxito graças à transferência de Fernando Henrique Cardoso do 
Ministério das Relações Exteriores para o Ministério de Fazenda. Em 28 de fevereiro de 1994, o novo 
Ministro da Fazenda anunciou um novo plano de combate à inflação, o Plano Real. Com o 
desenvolvimento do Plano Real, ocorreu a estabilização da economia mediante a valorização da 
moeda. Diferentemente dos outros planos de estabilização econômica, o Plano Real teve sucesso. 
Isso causou com que a popularidade do presidente Itamar Franco atingisse níveis altíssimos. O 
prestígio de Fernando Henrique Cardoso também cresceu muito, pois ele conseguiu cumprir o que 
prometera: a redução da inflação sem choques, congelamentos ou outras medidas drásticas.
Fernando Henrique Cardoso foi indicado por seu partido, o PSDB, para disputar as eleições de 1994 
e dar continuidade ao Plano Real, iniciado no governo de Itamar Franco.
O governo Fernando Henrique Cardoso
Fernando Henrique Cardoso, o ministro da Fazenda do presidente Itamar Franco (1992-1994), criou, 
em fevereiro de 1994, o Plano Real.
O Plano Real foi um programa de estabilização econômica que visava a controlar a hiperinflação por 
meio de um mecanismo de desindexação. O monstro da inflação castigava a população do Brasil há 
décadas, especialmente durante o governo de José Sarney e Fernando Collor de Mello. 
Em 1994, Fernando Henrique Cardoso, concorrendo pelo PSDB, foi eleito presidente da República. O 
fator decisivo de sua vitória foi o Plano Real, que deu origem à única moeda estável no país após 
décadas de inflação. Graças ao Plano Real, a inflação, que consumia o poder aquisitivo da população 
brasileira, principalmente o das camadas mais pobres, foi controlada. Durante muitos anos, a 
correção monetária permitia que os brasileiros com maior poder aquisitivo se defendessem do poder 
de corrosão da inflação. A grande maioria da população, porém, não contava com essa opção e, 
portanto, sofria com a desvalorização diária do dinheiro que recebia. Os segmentos mais carentes da 
população eram os mais prejudicados pela hiperinflação. 
O Plano Real também beneficiou os segmentos mais carentes da população porque possibilitou a 
manutenção dos preços no mercado interno. Com o fim da hiperinflação, tornou-se possível comprar 
a prazo, isto é, parcelar o valor da compra em um número de prestações pré-determinadas. Isso foi 
muito benéfico para as classes C e D da população. De fato, com a implantação do Plano Real, 
aumentou significativamente a taxa de consumo de itens pelas classes mais baixas da população 
brasileira.
Apesar das diversas reformas implementadas durante o governo FHC, a demora em resolver os 
conflitos no campo e em adotar um plano para a Reforma Agrária resultaram em confrontos entre o 
Movimento dos Sem Terra (MST) e o governo. Em abril de 1996, em Eldorado dos Carajás, no sul do 
Pará, 19 integrantes do MST morreram em um conflito com a Polícia Militar daquele Estado.
Em 1998, o presidente Fernando Henrique foi reeleito no primeiro turno. Durante o segundo mandato 
de seu governo, o Brasil enfrentou dificuldades com a crise no setor energético. Houve um 
racionamento de energia no país, o chamado “apagão”.
Política econômica
O maior desafio do governo de Fernando Henrique Cardoso foi manter a estabilização da moeda e, 
simultaneamente, promover o crescimento econômico. FHC teve êxito em pôr fim à hiperinflação e 
manter a disciplina fiscal e monetária apesar de várias graves crises internacionais que ocorreram 
durante sua presidência.
A melhora competitiva do Brasil no início do século XXI se deve, em grande parte, aos importantes 
passos que o país deu a partir da década de 1990 para promover a liberalização, a abertura da 
economia e a sustentabilidade fiscal. Durante o governo FHC, o Brasil manteve uma doutrina 
neoliberal: a máquina do governo foi reduzida, a economia sofreu uma forte desestatização e vários 
setores estatais, os ineficientes, foram privatizados. O governo privatizou os setores siderúrgicos, os 
petroquímicos, o de fertilizantes e os de comunicações. Foi eliminada a obrigação pública de financiar 
investimentos: isso causava inflação quando era feita pelo governo, por meio da emissão de moeda 
sem lastro. A maioria dos bancos estatais foram liquidados ou vendidos: estes alimentavam a inflação 
ao conceder empréstimos irresponsáveis a governos estaduais. O governo privatizou a Vale do Rio 
Doce e a Rodovia Presidente Dutra.
A administração civil foi reduzida e modernizada. Tal medida incentivou investimentos privados e 
possibilitou a modernização de empresas que haviam sido privatizadas. Os setores de 
telecomunicações e de energia elétrica foram os que mais interessaram os investidores estrangeiros.
É importante ressaltar que as privatizações realizadas durante o governo FHC geraram muita 
polêmica.
Durante o governo FHC, a economia brasileira foi internacionalizada: o país se abriu ao capital 
estrangeiro e firmou acordos de comércio exterior. Houve uma redução gradual de tarifas de 
importação e foi facilitada a entrada de empresas multinacionais estrangeiras no país. A abertura 
econômica forçou a indústria nacional a se desenvolver e modernizar, pois a expôs à concorrência de 
produtos importados. A curto prazo, isso aumentou a taxa de desemprego, pois muitas empresas, 
para conseguirem competir com as estrangeiras, foram obrigadas a reduzir seu número de 
funcionários.
A expansão do comércio internacional, ocorrida durante o governo FHC, ocorreu por meio de uma 
maior integração regional. O Mercosul foi aprofundado, e novos acordos bilaterais foram firmados. O 
governo promoveu a defesa do multilateralismo junto com organizações multilaterais, em especial, 
com a Organização Mundial de Comércio. O Brasil, preservando a liderança no Mercosul, também 
participou nas negociações da ALCA.
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