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Nrs Específicas do MTE Relativas à Investigação Ao longo da evolução da humanidade muitas mortes, doenças e mutilações de inúmeros trabalhadores tiveram como causa o ambiente de trabalho. Isso é reflexo das atividades desenvolvidas pelo homem (ser humano) que apresentam uma série de riscos, os quais podem afetar a integridade física ou a saúde dos trabalhadores. Atento às estatísticas e à prevalência de incidentes, acidentes de trabalho e doenças ocupacionais é que o ministério do trabalho e emprego (MTE) apresenta e estabelece 36 normas regulamentadoras (NRs). Todas elas são resultado de um processo de consulta pública e negociação tripartite, envolvendo governo, trabalhadores e empregadores. Estas normatizações determinam que as empresas analisem e capacitem os trabalhadores para realizar análises de acidentes de trabalho e exigem que os empregadores planejem, controlem e monitorem as condições de saúde e segurança do trabalho (SST), inclusive repassando para os trabalhadores informações sobre riscos e fornecendo medidas de controle. É comum nas análises realizadas pelas empresas encontrarmos fragilidades, uma vez que, quase sempre apontam apenas falhas humanas e atribuem culpa aos acidentados. Este fato dificulta uma adequada análise do fato ocorrido, pois, a partir do momento que realizamos uma investigação apenas procurando um culpado não conseguimos identificar os principais fatores relacionados com a ocorrência dos acidentes, persistindo assim a elevada incidência desses eventos, gerando custos econômicos e sociais que são injustificáveis. Situação essa que requer um adequado monitoramento e acompanhamento, pois os acidentes refletem na qualidade de vida dos trabalhadores. Da mesma forma afetam a vida dos familiares e consequentemente impactam na economia do país. Assim, torna-se indispensável a criação e a implantação de políticas públicas de prevenção e controle eficiente para os diferentes ambientes de trabalho. A gestão de segurança e saúde, mediante garantia da integridade física e da saúde dos funcionários, deve ser compreendida como fator de desempenho que deve ser incorporado à gestão do negócio empresarial. Acidentes e incidentes são eventos que devem ser controlados preventivamente por meio de planejamento, organização e avaliação do desempenho dos meios de controle. Análises simples e rápidas podem levar à conclusão de que a causa imediata reside apenas nos fatores humanos e ou em algum problema técnico, mas grande parte de tais eventos decorre de falhas na gestão. Esta que é responsável pela segurança e saúde ocupacional aplicada a estes fatores. Por isso, é fundamental que os gestores responsáveis pelo controle dos aspectos de segurança e saúde da organização fiquem atentos ao processo de trabalho e à tecnologia utilizada nas diferentes etapas da produção. A segurança e a saúde no trabalho têm como propósito proteger e prevenir riscos e danos à vida e à saúde dos trabalhadores, por meio de políticas públicas e ações de fiscalização. Com o auxílio do departamento de segurança e saúde no trabalho (DSST) é possível planejar e coordenar as ações de fiscalização dos ambientes e também verificar as condições de trabalho, prevenindo, desta forma, acidentes e doenças relacionadas ao ambiente trabalho. Na atualidade, as diferentes legislações e normatizações permitem uma aproximação dos aspectos de saúde, trabalho e meio ambiente por meio das ações de saúde do trabalhador e de saúde ambiental, as quais possibilitam um campo de ação inovadora e transformadora das condições de vida e trabalho. Com isso, a vigilância na saúde do trabalhador caracteriza-se como potencial integrador das ações de vigilância sanitária, vigilância epidemiológica, serviços de atenção da saúde e outras áreas do conhecimento, como o meio ambiente. A complexidade de uma análise do processo de trabalho engloba as situações de risco e os tipos de tecnologias utilizadas em determinado processo de produção. Assim como, a situação econômica, a organização e a consciência dos trabalhadores são fatores que devem avaliados. Logo, as normas de segurança e saúde estão em constante aperfeiçoamento e são respaldadas em informações sobre acidentes, incidentes de trabalho e conhecimento das diferentes áreas que contemplam os processos envolvidos nestes ambientes. Nesse momento vamos apresentar algumas normatizações que você, enquanto técnico em segurança do trabalho, precisa conhecer para investigar, registrar e controlar incidentes, acidentes de trabalho e doenças ocupacionais. Norma regulamentadora 4: serviços especializados em engenharia de segurança e em medicina do trabalho Aplicar os conhecimentos de engenharia de segurança e de medicina do trabalho ao ambiente de trabalho e a todos os seus componentes, inclusive máquinas e equipamentos, de modo a reduzir até eliminar os riscos ali existentes à saúde do trabalhador Determinar, quando esgotados todos os meios conhecidos para a eliminação do risco e este persistir, os equipamentos de proteção individual (EPI), de acordo com o que determina a NR-06 Colaborar, quando solicitado, nos projetos e na implantação de novas instalações físicas e tecnológicas da empresa Responsabilizar-se tecnicamente pela orientação quanto ao cumprimento do disposto nas NRs aplicáveis às atividades executadas pela empresa e/ou seus estabelecimentos Manter permanente relacionamento com a CIPA, além de apoiar e treinar SESMT deve manter entrosamento permanente com a CIPA, dela valendo-se como agente multiplicador e estudando suas observações e solicitações para que possa propor soluções corretivas e preventivas Promover a realização de atividades de conscientização, educação e orientação dos trabalhadores para a prevenção de acidentes do trabalho e doenças ocupacionais, tanto por meio de campanhas quanto de programas de duração permanente Esclarecer e conscientizar os empregadores sobre acidentes do trabalho e doenças ocupacionais, estimulando em favor da prevenção Analisar e registrar em documento(s) específico(s) todos os acidentes ocorridos na empresa ou estabelecimento, com ou sem vítima, e todos os casos de doença ocupacional, descrevendo a história e as características do acidente e/ou da doença ocupacional, os fatores ambientais, as características do agente e as condições do(s) indivíduo(s) portador(es) de doença ocupacional ou acidentado(s) Registrar mensalmente os dados atualizados de acidentes do trabalho, doenças ocupacionais e agentes de insalubridade, preenchendo, no mínimo, os quesitos descritos nos modelos de mapas constantes nos quadros III, IV, V e VI, devendo o empregador manter a documentação à disposição da inspeção do trabalho Norma regulamentadora 5: comissão interna de prevenção de acidentes Esta comissão tem como objetivo prevenir acidentes e doenças decorrentes do trabalho, de modo a tornar compatível permanentemente o trabalho com a preservação da vida e a promoção da saúde do trabalhador. Embora estejamos estudando a importância da investigação de um acidente e incidente de trabalho, não podemos deixar de ressaltar que sua prática profissional precisa estar voltada para as questões de prevenção. Conforme podemos identificar nessa normatização: Identificar os riscos do processo de trabalho e elaborar o mapa de riscos, com a participação do maior número de trabalhadores Elaborar plano de trabalho que possibilite a ação preventiva na solução de problemas de segurança e saúde no trabalho Participar da implementação e do controle da qualidade das medidas de prevenção necessárias, bem como da avaliação das prioridades de ação nos locais de trabalho Realizar, periodicamente, verificações nos ambientes e condições de trabalho, visando a identificação de situações que venham a trazer riscos para a segurança e para a saúde dos trabalhadores Realizar, a cada reunião, avaliação do cumprimento das metas fixadas em seu plano de trabalho e discutir as situações de risco que foram identificadas Divulgar aos trabalhadores informações relativas à segurançae à saúde no trabalho Participar, com o SESMT, onde houver, das discussões promovidas pelo empregador, para avaliar os impactos de alterações no ambiente e no processo de trabalho relacionados à segurança e à saúde dos trabalhadores Colaborar no desenvolvimento e implementação do PCMSO e PPRA e de outros programas relacionados à segurança e à saúde no trabalho Divulgar e promover o cumprimento das NRs, bem como cláusulas de acordos e convenções coletivas de trabalho, relativas à segurança e à saúde no trabalho Participar, em conjunto com o SESMT, quando houver, ou com o empregador, da análise das causas das doenças e acidentes de trabalho e propor medidas de solução dos problemas identificados Requisitar ao empregador as informações sobre questões que tenham interferido na segurança e saúde dos trabalhadores para que elas sejam analisadas Norma regulamentadora 15: atividades e operações insalubres São consideradas atividades ou operações insalubres as que se desenvolvem: Acima dos limites de tolerância previstos nos anexos n.º 1, 2, 3, 5, 11 e 12 Atividades mencionadas nos anexos n.º 6, 13 e 14 Comprovadas mediante laudo de inspeção do local de trabalho, constantes nos anexos n.º 7, 8, 9 e 10 Conforme visto anteriormente, em outra unidade curricular, limite de tolerância é a concentração ou intensidade máxima ou mínima relacionada com a natureza e com o tempo de exposição a determinado agente de forma a não causar danos à saúde do trabalhador durante a sua vida laboral. A compreensão deste limite é fundamental para a prevenção e promoção da saúde e integridade do trabalhador. O exercício de trabalho em condições de insalubridade, assegura ao trabalhador a percepção de adicional, incidente sobre o salário mínimo da região, equivalente aos seguintes valores: 40% (quarenta por cento), para insalubridade de grau máximo 20% (vinte por cento), para insalubridade de grau médio 10% (dez por cento), para insalubridade de grau mínimo Mas, em caso de incidência de mais de um fator de insalubridade, será apenas considerado o de grau mais elevado, para efeito de acréscimo salarial, sendo vedada a percepção cumulativa. É importante lembrar que a eliminação ou neutralização da insalubridade determinará a cessação do pagamento do respectivo adicional. Como você, futuro técnico em segurança do trabalho, vai trabalhar e delinear ações que eliminem ou neutralizem a insalubridade no ambiente de trabalho? Com a adoção de medidas de ordem geral que conservem o ambiente de trabalho dentro dos limites de tolerância Com a utilização de equipamento de proteção individual Norma regulamentadora 16: atividades e operações perigosas O exercício de trabalho em condições de periculosidade assegura ao trabalhador a percepção de adicional de 30% (trinta por cento), incidente sobre o salário, sem os acréscimos resultantes de gratificações, prêmios ou participação nos lucros da empresa. É responsabilidade do empregador a caracterização ou a descaracterização da periculosidade, mediante laudo técnico elaborado por médico do trabalho ou engenheiro de segurança do trabalho. São consideradas atividades ou operações perigosas as executadas com explosivos sujeitos a: Degradação química ou autocatalítica Ação de agentes exteriores, tais como: calor, umidade, faíscas, fogo, fenômenos sísmicos, choque e atritos As operações de transporte de inflamáveis líquidos ou gasosos liquefeitos, em quaisquer vasilhames e a granel, são consideradas condições de periculosidade. Exclusão apenas das situações de transporte em pequenas quantidades, até o limite de 200 (duzentos) litros, para os inflamáveis líquidos, e 135 (cento e trinta e cinco) quilos, para os inflamáveis gasosos liquefeitos. Norma regulamentadora 28: fiscalização e penalidades Os processos resultantes da ação fiscalizadora demandam anexos de documentos, quer de fatos circunstanciais, quer comprobatórios, podendo, o agente de inspeção do trabalho, usar de todos os meios, inclusive audiovisuais, necessários à comprovação da infração. O agente de inspeção do trabalho deverá dispor do respectivo auto de infração, quando houver o descumprimento dos preceitos legais e/ou regulamentares contidos nas normas regulamentadoras urbanas e rurais. O agente da inspeção do trabalho, com base em critérios técnicos, poderá notificar os empregadores, concedendo prazos para a correção das irregularidades encontradas. O prazo para cumprimento dos itens notificados deverá ser limitado a, no máximo, 60 (sessenta) dias. A autoridade regional competente, diante de solicitação escrita do notificado, acompanhada de exposição de motivos relevantes, apresentada no prazo de 10 dias do recebimento da notificação, poderá prorrogar por 120 (cento e vinte) dias, contados da data do termo de notificação, o prazo para seu cumprimento. A concessão de prazos superiores a 120 (cento e vinte) dias fica condicionada à prévia negociação entre o notificado e o sindicato representante da categoria dos empregados, com a presença da autoridade regional competente. Embargo ou interdição Quando o agente de inspeção do trabalho constatar situação de grave e iminente risco à saúde e/ou integridade física do trabalhador, com base em critérios técnicos, deverá propor de imediato a interdição do estabelecimento, setor de serviço, máquina ou equipamento, ou o embargo parcial ou total da obra, determinando as medidas que deverão ser adotadas para a correção das situações de risco. Penalidades As infrações aos preceitos legais e/ou regulamentadores sobre segurança e saúde do trabalhador terão as penalidades aplicadas conforme o disposto no quadro de gradação de multas (anexo I), obedecendo às infrações previstas no quadro de classificação das infrações (anexo II) da NR-28. Em caso de reincidência, embaraço ou resistência à fiscalização, emprego de artifício ou simulação com o objetivo de fraudar a lei, a multa será aplicada na forma do art. 201, parágrafo único, da CLT.
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