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2012 Marketing de Relacionamento Prof. Alfredo Pieritz Netto Copyright © UNIASSELVI 2012 Elaboração: Prof. Alfredo Pieritz Netto Revisão, Diagramação e Produção: Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri UNIASSELVI – Indaial. 658.812 S586s Pieritz Netto, Alfredo Marketing de relacionamento / Alfredo Pieritz Netto. Indaial : Uniasselvi, 2012. 204 p. : il ISBN 978-85-7830- 562-8 1. Marketing de relacionamento. I. Centro Universitário Leonardo da Vinci II. Núcleo de Ensino a Distância III. Título Impresso por: III apResentação Caro(a) acadêmico(a)! Estamos iniciando os estudos de uma disciplina relativamente nova, trata-se do Marketing de Relacionamento, um importante tema dentro das organizações que estão preocupadas com a sobrevivência. Assim, desenvolveremos o assunto focando os seus princípios básicos perpassando a sua origem, estratégias de apoio e ferramentas tecnológicas utilizadas para apoio dos trabalhos de relacionamento dentro das organizações. Esta disciplina aborda a compreensão dos significados do marketing de relacionamento, além de propiciar uma compreensão dos pontos fundamentais para definição de estratégias de relacionamento e conceitos utilizados no exercício da função dentro das empresas, além de promover uma reflexão e uma discussão sobre a sua importância nos dias atuais. Também serão trabalhadas, neste Caderno de Estudos, as questões da gestão do relacionamento, aprofundando os conhecimentos sobre a ferramenta de CRM (marketing de relacionamento com o cliente ou Customer Relationship Management) correlacionando-a com as diversas fases em sua implantação, e dos resultados que podem ser esperados quando implantado de forma total e correta. Finalizamos os nossos estudos com uma reflexão sobre os resultados que podem ser obtidos com o marketing de relacionamento, tanto para organização, como para cliente/consumidor. Na Unidade 1, você discutirá questões em torno da visão do relacionamento comercial e a sua interação com o marketing, no intuito de entender a evolução histórica das estratégias de relacionamento, e como se tornou uma importante ferramenta do marketing moderno. Na Unidade 2, você conhecerá como o marketing de relacionamento pode ser utilizado como uma ferramenta estratégica para que as organizações possam se diferenciar de seus concorrentes no mercado, promovendo uma reflexão mais aprofundada sobre as estratégias de relacionamento, bem como, aprofundar os seus conhecimentos sobre o CRM e a sua aplicação dentro das organizações. Na terceira e última unidade, você compreenderá o tema marketing de relacionamento como forma de fomentar o sucesso das organizações, além de demonstrar a sua aplicabilidade em sua amplitude total, e também as consequências quando não é aplicado de forma correta dentro das organizações. IV Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novidades em nosso material. Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo. Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto em questão. Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa continuar seus estudos com um material de qualidade. Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes – ENADE. Bons estudos! UNI O relacionamento é tão importante para as organizações como o é para as famílias, logo precisamos desenvolver estratégias adequadas para mantermos o consumidor deslumbrado pelos produtos e serviços ofertados pelas organizações. Você está pronto para começar a estudar esta disciplina que tem se apresentado como chave para as organizações prosperarem? Bons estudos! Prof. Alfredo Pieritz Netto V VI VII UNIDADE 1 – O RELACIONAMENTO COMERCIAL E O MARKETING ..................... 1 TÓPICO 1 – A HISTÓRIA DOS RELACIONAMENTOS COMERCIAIS E A EVOLUÇÃO DO MARKETING E DOS CONSUMIDORES ......................... 3 1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................................................... 3 2 A HISTÓRIA DA EVOLUÇÃO COMERCIAL ATÉ O MARKETING MODERNO ... 6 3 ENTENDENDO O CONSUMIDOR PARA ENTENDERMOS O MARKETING DE RELACIONAMENTO .................................................................................................................. 11 LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................. 16 RESUMO DO TÓPICO 1 ........................................................................................................................ 19 AUTOATIVIDADE .................................................................................................................................. 21 TÓPICO 2 – INTRODUÇÃO AO MARKETING DE RELACIONAMENTO .................. 23 1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................ 23 2 MARKETING DE RELACIONAMENTO: CONCEITOS BÁSICOS .............................. 25 3 O CONSUMIDOR, A EMPRESA E O MARKETING DE RELACIONAMENTO ..... 33 LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................. 36 RESUMO DO TÓPICO 2 ........................................................................................................................ 38 AUTOATIVIDADE .................................................................................................................................. 39 TÓPICO 3 – A COMPLEXIDADE DAS RELAÇÕES COMERCIAIS NA ATUALIDADE .................................................................................................................. 41 1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................ 41 2 A COMPLEXIDADE DO MUNDO DO CONSUMO ............................................................ 42 2.1 NECESSIDADES E DESEJOS PESSOAIS ............................................................................... 43 2.2 CULTURA E AMBIENTE SOCIAL ............................................................................................ 45 2.3 MARKETING ....................................................................................................................................... 46 2.4 RELAÇÃO COM A MARCA .........................................................................................................47 2.5 PRODUTOS CONCORRENTES ................................................................................................. 48 3 A COMPLEXIDADE DAS RELAÇÕES COMERCIAIS NA ATUALIDADE ............. 49 RESUMO DO TÓPICO 3 ........................................................................................................................ 54 AUTOATIVIDADE .................................................................................................................................. 55 UNIDADE 2 – MARKETING DE RELACIONAMENTO: UMA FERRAMENTA PARA SE DIFERENCIAR NO MERCADO ..................................................... 57 TÓPICO 1 – CONCEITOS APLICADOS AO MARKETING DE RELACIONAMENTO .............................................................................................. 59 1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................ 59 2 A APLICAÇÃO DOS CONCEITOS NAS ORGANIZAÇÕES ........................................... 62 2.1 ESTRATÉGIAS DE RELACIONAMENTO ............................................................................ 63 2.2 OFERTA DO PRODUTO (EMPRESA E CONCORRENTES) .......................................... 70 2.3 PESSOAS ............................................................................................................................................... 73 2.4 TECNOLOGIA ................................................................................................................................... 75 sumáRio VIII 3 AS ORGANIZAÇÕES E O MARKETING DE RELACIONAMENTO ........................... 77 LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................. 80 RESUMO DO TÓPICO 1 ........................................................................................................................ 84 AUTOATIVIDADE .................................................................................................................................. 86 TÓPICO 2 – O COMPORTAMENTO DOS CLIENTES E DOS FORNECEDORES (INDÚSTRIA, COMÉRCIO E PRESTADOR DE SERVIÇO) ....................... 87 1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................ 87 2 O RELACIONAMENTO E O COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR E SUA RELAÇÃO COM AS ORGANIZAÇÕES ........................................................................... 88 3 O MARKETING DE RELACIONAMENTO NA ORGANIZAÇÃO ................................ 91 LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................. 94 RESUMO DO TÓPICO 2 ........................................................................................................................ 98 AUTOATIVIDADE .................................................................................................................................. 99 TÓPICO 3 – O CRM – CUSTOMER RELATIONSHIP MANAGEMENT – GESTÃO DO RELACIONAMENTO COM O CLIENTE ................................................. 101 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................... 101 2 CRM (GESTÃO DO RELACIONAMENTO COM O CLIENTE) .................................... 102 2.1 CRM OPERACIONAL .................................................................................................................. 105 2.2 CRM COLABORATIVO ............................................................................................................... 105 2.3 CRM ANALÍTICO ........................................................................................................................... 105 3 A PRÁTICA DO CRM ......................................................................................................................... 108 LEITURA COMPLEMENTAR ........................................................................................................... 112 RESUMO DO TÓPICO 3 ...................................................................................................................... 115 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 117 TÓPICO 4 – ESTRATÉGIAS DE AUTOMAÇÃO APLICADAS AO MARKETING DE RELACIONAMENTO ......................................................................................... 119 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................... 119 2 TECNOLOGIAS DE INTEGRAÇÃO E BANCO DE DADOS ......................................... 121 3 CALL CENTER E CONTACT CENTER E FERRAMENTAS DO FRONT OFFICE ... 124 LEITURA COMPLEMENTAR ........................................................................................................... 129 RESUMO DO TÓPICO 4 ...................................................................................................................... 133 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 135 UNIDADE 3 – O MARKETING DE RELACIONAMENTO COMO ESTRATÉGIA DE SUCESSO .............................................................................................................. 137 TÓPICO 1 – ESTRATÉGIAS DE MARKETING E DE RELACIONAMENTO ............. 139 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................... 139 2 ESTRATÉGIAS DE MARKETING ................................................................................................ 140 3 ESTRATÉGIAS DE RELACIONAMENTO .............................................................................. 145 LEITURA COMPLEMENTAR ........................................................................................................... 148 RESUMO DO TÓPICO 1 ...................................................................................................................... 150 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 152 TÓPICO 2 – O MAPA ESTRATÉGICO DO RELACIONAMENTO ................................ 153 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................... 153 2 “STRATEGO” – ESTRATÉGIA, UM CAMINHO SEM VOLTA ................................... 154 3 O CAMINHO PARA O SUCESSO, A EXECUÇÃO DO PLANEJADO ...................... 159 LEITURA COMPLEMENTAR ........................................................................................................... 162 IX RESUMO DO TÓPICO 2 ...................................................................................................................... 171 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 173 TÓPICO 3 – O NOVO MERCADO, NOVO CONSUMIDOR, NOVO RELACIONAMENTO UM NOVO FOCO PARA AS ORGANIZAÇÕES ......................................................................................................... 175 1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................................................175 2 O NOVO CONSUMIDOR MODERNO .................................................................................... 177 3 COM RELACIONAMENTO NÃO SE BRINCA .................................................................... 186 RESUMO DO TÓPICO 3 ...................................................................................................................... 195 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 197 REFERÊNCIAS ......................................................................................................................................... 199 X 1 UNIDADE 1 O RELACIONAMENTO COMERCIAL E O MARKETING OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM PLANO DE ESTUDOS O(A) acadêmico(a), após concluir o estudo desta unidade, deverá ter conheci- mentos para desenvolver as atividades relacionadas a: • conhecer os aspectos evolucionários das relações comerciais no mercado; • compreender o significado dos relacionamentos comerciais; • introduzir o tema relacionamento com a visão do marketing; • compreender a complexidade das relações entre o marketing e o marketing de relacionamento; • identificar as questões básicas pertinentes às relações comerciais na contemporaneidade; • avaliar fatores importantes que influenciam nas estratégias de marketing e de marketing de relacionamento nas organizações modernas. O universo empresarial está cada vez mais embasando suas decisões em metas mais audaciosas de volume de vendas. Esta espiral de crescimento e concorrência tem-se tornado cada vez mais dinâmica e competitiva. O estudo desta unidade desenvolverá uma visão introdutória da evolução das formas de relações comerciais e da ascensão do marketing como elemento diferenciador das ofertas no mercado, buscando desenvolver os principais conceitos relacionados ao tema marketing de relacionamento. TÓPICO 1 – A HISTÓRIA DAS RELAÇÕES COMERCIAIS E A EVOLUÇÃO DO MARKETING E DOS CONSUMIDORES TÓPICO 2 – INTRODUÇÃO AO MARKETING DE RELACIONAMENTO TÓPICO 3 – A COMPLEXIDADE DAS RELAÇÕES COMERCIAIS NA ATUALIDADE 2 3 TÓPICO 1 UNIDADE 1 A HISTÓRIA DOS RELACIONAMENTOS COMERCIAIS E A EVOLUÇÃO DO MARKETING E DOS CONSUMIDORES 1 INTRODUÇÃO O mundo comercial moderno sofreu diversas transformações no decorrer dos últimos anos, e, principalmente, após a revolução industrial, que conforme Megginson, Mosley e Pietri Junior (1998, p. 38), essa revolução “aconteceu na Europa entre 1700 e 1850, porém só chegou aos Estados Unidos no fim do século XIX”. As ofertas de produtos ao mercado também evoluíram muito nas últimas décadas, e vivenciamos atualmente uma virtualização das transações comerciais, e por consequência um isolamento virtual dos consumidores. Esta nova situação comercial tem posto como Pieritz (2010, p. 5) expressou: [...] muitas empresas encontram dificuldade em se manterem no mercado, por serem envolvidas por uma miopia de mercado em que os produtos fabricados atualmente pela empresa e a sua tecnologia são suficientes para mantê-las vendedoras no mercado. Não perceberam ainda que a tecnologia evoluiu, e principalmente o consumidor evoluiu, e busca novos produtos para consumir. Podemos complementar que o consumidor mudou tanto, que atualmente até a forma de adquirir os produtos é feita de forma diferente, através de diversas opções disponibilizadas ao mesmo. Como exemplos nós temos a venda através de telemarketing, ou tecnicamente falando, televendas (vendas por telefone, ou ainda, muitas vezes, conhecido simplesmente por 0800), entre outras formas que estão surgindo. É claro que ainda não ocorreu a migração completa de comercialização para a internet, mas esta ferramenta de transação comercial vem ampliando em muito a sua participação nos últimos anos. Mas não podemos esquecer que o “marketing moderno”, como o conhecemos atualmente, é um elemento novo nas estratégias comerciais. Cada dia mais vemos nas organizações que o marketing tem assumido uma importância fundamental para o atingimento de seu sucesso, e que atualmente o profissional precisa estar sintonizado com os conceitos básicos desta área. Conforme apresentado por Kotler (2000), Cobra (1997), Dias (2004), Malhotra et al. (2006), Sâmara e Barros (2006), Las Casas (1997), entre outros, assumem e descrevem que as UNIDADE 1 | O RELACIONAMENTO COMERCIAL E O MARKETING 4 empresas e os profissionais precisam evoluir, acompanhando as novas tendências de mercado, sintonizando-se com as novas tendências de consumo do mercado. A figura a seguir, apresenta um mix de imagens relacionando as tendências de comercialização moderna. FIGURA 1 – EVOLUÇÃO DO PROCESSO DE COMERCIALIZAÇÃO FONTE: O autor Conforme apresentado por Zenone (2010, p. xi): Mesmo com todos os avanços tecnológicos disponíveis e acessíveis, a maioria das empresas, e de uma maior conscientização por parte dos gestores sobre o ato de entender e atender o cliente, ainda percebemos que velhos hábitos, como o de “empurrar produtos”, e a preocupação de apenas efetivar uma venda, ainda estão muito presentes no cotidiano dos mercados. A tendência atual do mercado está apresentando um aumento da “competição” comercial de oferta ao mesmo consumidor, onde verificamos que um celular compete com um jantar, com uma televisão nova, com um eletrodoméstico, com uma peça de roupa etc., na mente do consumidor, e todos os competidores estão batalhando pelo mesmo dinheiro do consumidor, pois ele irá definir pela compra de um produto ou serviço, declinando das demais opções de compra, em sua maioria das vezes. TÓPICO 1 | A HISTÓRIA DAS RELAÇÕES COMERCIAIS E A EVOLUÇÃO DO MARKETING E DOS CONSUMIDORES 5 Se você estudar a evolução do mercado, verá que na metade do século passado, os consumidores possuíam poucas opções de produtos e marcas para atender as suas necessidades, enquanto que na atualidade o mesmo consumidor possui um numero expressivo de produtos e marcas para escolher. A figura a seguir, apresenta algumas marcas de automóveis disponíveis no mercado brasileiro na atualidade. FIGURA 2 – ALGUMAS MARCAS DE CARROS DISPONÍVEIS NO MERCADO BRASILEIRO FONTE: O autor UNI Olá, acadêmico(a)! Estamos começando a estudar uma nova disciplina, e você está diante de um tema importante para as organizações atuais, que é a venda e o relacionamento com os clientes. Atualmente verificamos o surgimento de novos fornecedores e produtos no mercado, assim o profissional precisa entender: 1. Por que o número de concorrentes está crescendo no mercado. 2. Por que a quantidade de produtos similares ofertados está aumentando. 3. A concorrência deixou de ser local e passou a ser global. 4. Ganhará a batalha na mente do consumidor, o fornecedor que estiver mais preparado com a sua oferta de produto (preço, qualidade, tecnologia, atendimento etc.); naturalmente terá maior êxito, maior penetração no mercado etc. 5. Atualmente o consumidor tem muitas opções de consumo a sua disposição. UNIDADE 1 | O RELACIONAMENTO COMERCIAL E O MARKETING 6 6. O marketing em todas as suas vertentes: (propaganda, web marketing, marketing viral etc., e o marketing de relacionamento são fundamentais ao sucesso de uma organização). Todos estes pontos e novos elementos que possam surgir como ferramentas de marketing e comunicação são fundamentais para CATIVARMOS OS CLIENTES E VENDERMOS OS NOSSOS PRODUTOS E SERVIÇOS. BOM ESTUDO! As transações comerciais tiveram um grande avanço nas últimas décadas, se comparadas ao período da industrialização (desde a era da industrialização, até os dias atuais), em que vamos nos aprofundar um pouco mais sobre o assunto. 2 A HISTÓRIA DA EVOLUÇÃO COMERCIAL ATÉ O MARKETING MODERNO Com a evolução das cidades modernas na IdadeMédia e da industrialização, surgiram diversas evoluções das necessidades das organizações para satisfazer as necessidades dos consumidores. A evolução industrial foi o propulsor da vida moderna que a humanidade tem vivenciado, conforme apresentado por Alvin Tofler, em seu livro a Terceira Onda, publicado, inicialmente, no ano de 1980 (figura a seguir). FIGURA 3 – A TERCEIRA ONDA – ALVIN TOFFLER FONTE: Toffler (1980) TÓPICO 1 | A HISTÓRIA DAS RELAÇÕES COMERCIAIS E A EVOLUÇÃO DO MARKETING E DOS CONSUMIDORES 7 Como podemos ver na figura anterior, quando verificamos a história da humanidade, a era industrial, ela está compreendida em um período muito pequeno na sua evolução. DICAS Apresentamos, a seguir, um texto com o resumo da evolução na história da humanidade, que nos leva a entender o complexo desenvolvimento comercial moderno. Boa leitura! UMA PERSPECTIVA HISTÓRICA A EVOLUÇÃO DOS CICLOS DA HUMANIDADE (Adaptação de slide da apresentação de Adolfo Menezes Melito, Presidente do Instituto da Economia Criativa e Presidente do Conselho de Economia Criativa da FECOMERCIO/SP na Campus Party Brasil, 2011): • Caçadores Coletores (3 milhões de anos atrás até 8.000 a.C. (predominância). Poder: coesão do clã / tribo garante subsistência. • Economia Agrícola (8.000 a.C. até 1.000 d.C. (predominância). Poder: posse da terra (patrimonialismo). • Economia Mercantilista (1.000 d.C. até 1.850 d.C. (predominância). Poder: controle das rotas de comércio (patrimonialismo). • Economia Industrial (1.850 d.C. até 1.99? d.C. (predominância). Poder: posse dos bens de capital (patrimonialismo). 1ª Revolução Industrial: máquinas = bens de capital (1.850 d.C. até 1.950 d.C. (predominância). 2ª Revolução Industrial: processos de produção de serviço = bens de capital (1.950 d.C. até 1.980 d.C. (predominância). 3ª Onda (Alvin Toffler): controle da Informação (TIC) = bens de capital (1.980 d.C. até 1.99? d.C. (predominância). Economia Criativa (ou Pós-Industrial, ou Economia do Conhecimento, ...) 1.99? d.C. até ?? Poder: capacidade de INOVAR = bens de capital. Pessoas Qualificadas (Criativas) são as “novas máquinas” (inovar (aprender + realizar) vence possuir (patrimonialismo (posse de capital ($), conhecimento, máquinas, processos). UNIDADE 1 | O RELACIONAMENTO COMERCIAL E O MARKETING 8 AGILIDADE vence TAMANHO. INOVAR = Identificar oportunidades/problemas + Desenvolver Ideias para extrair VALOR desta Identificação + Capturar o máximo do Valor Identificado (Execução das Ideias) + “Partir para outro Processo de Valor” antes do Identificado virar commodity. Uma das coisas “gritantes” na perspectiva histórica, acima, é a redução, exponencial, da Vida Útil dos Ciclos de Valor fazendo os produtos virarem commodities. Economia Criativa: a nova lógica para Geração de Valor. FONTE: Disponível em: <http://reflexeseconmicas.blogspot.com/2011/01/apagao-mao-obra- sua-rede-de-valor.html>. Acesso em: 22 dez. 2011. O comércio, sempre evoluiu com a evolução das necessidades comerciais das indústrias, mas com o advento da informática, e principalmente da internet, os consumidores evoluíram, e os processos de venda e comercialização precisaram evoluir também para acompanhar essa evolução, que se deu preferencialmente no mercado, pela concentração da população nas cidades. Para Santos et al. (2009, p. 91), o termo marketing teve sua origem do latim, da palavra: [...] mercare, termo que se referia ao ato de comercializar produtos na Roma Antiga. Foi nos Estados Unidos, porém, na década de 40, que a prática do marketing despontou, em razão da necessidade de esforço adicional para incrementar as vendas. Anteriormente, esse esforço era desnecessário, pois tudo o que era produzido, era vendido. Assim, pesquisando diversos autores como Kotler (2000), Dias (2003), Cobra (1997), Las Casas (1997), entre outros, podemos afirmar que com o estudo do marketing no início do século XX, surgiu daí uma nova forma de visualizar e compreender o mercado consumidor, buscando identificar e conhecer melhor as necessidades e os desejos dos consumidores, para que assim, as organizações produzissem o produto correto aos seus anseios de consumo, e assim, desenvolvendo as modernas práticas mercadológicas conforme cada uma das fases evolutivas das organizações industriais e comerciais, e por último, da evolução do próprio consumidor. Conforme os autores acima, podemos elaborar uma linha de tempo evolutiva das relações comerciais e do marketing, conforme apresentado na figura a seguir. TÓPICO 1 | A HISTÓRIA DAS RELAÇÕES COMERCIAIS E A EVOLUÇÃO DO MARKETING E DOS CONSUMIDORES 9 FIGURA 4 – A LINHA DO TEMPO FONTE Disponível em: <http://gersonrolim.blogspot.com/2009/06/internet-banking-atinge-325- milhoes-de.html>. Acesso em: 3 maio 2012. Os relacionamentos comerciais foram evoluindo, conforme cada fase apresentada na Figura 4, onde podemos descrever que no início, as relações eram de vendas puras, ou seja, um vendedor tinha um produto, e o cliente precisava deste produto para seu consumo e pronto. Havia poucos fabricantes e poucas opções de produtos disponíveis no mercado. Atualmente, a situação mudou muito em favor do consumidor, pois hoje ele não está limitado a comprar o produto só de uma loja. Pela internet, tem o mundo para negociar, além do que um produto lançado em qualquer país, quase que momentaneamente, fica conhecido ao mundo e aos consumidores “INTERESSADOS” em tal produto. Outra grande mudança que está ocorrendo, é que atualmente o consumidor tem diversas opções de consumo, pois temos diversos concorrentes no mercado, é só ver quantas marcas de carros de televisão, de computadores, de balas, de perfumes, de roupas etc. existem. autoativida de Lembre-se do seu manual, “não basta saber, tem que saber fazer”, por isso, a partir do que apresentamos sobre diversidade de produtos similares, marcas de produtos e concorrentes, apresento a você, acadêmico(a), um pequeno desafio de pesquisa prática: Liste o maior número possível de marcas de sabonete para banho que você conhece. UNIDADE 1 | O RELACIONAMENTO COMERCIAL E O MARKETING 10 As relações de consumo e os conceitos centrais de marketing estão diretamente ligados, conforme podemos ver na figura a seguir, que apresenta os conceitos centrais: necessidades, desejos, demandas, produtos, trocas, transações e mercados. Podemos dizer que o ciclo fica completo quando o relacionamento e as ações do marketing das organizações se harmonizam com o que os clientes esperam. FIGURA 5 – CONCEITOS CENTRAIS DE MARKETING FONTE: Tavares (apud NETTO, 2010, p. 162) As organizações precisam evoluir, principalmente por que o consumidor está evoluindo, e as relações comerciais e as ações de marketing precisam cada vez mais estar próximas ao consumidor. O relacionamento é fundamental para o sucesso das organizações, pois não se esqueça que o consumidor agora é do mundo, e não mais de uma cidade ou bairro. Conforme descrito por Zenone (2010, p. 2) em relação à disponibilidade de produtos: A globalização dos mercados e a constante evolução tecnológica estão proporcionando cada vez mais a diversificação dos produtos e serviços com o objetivo de se diferenciarem. Dessa forma, os clientes estão mais exigentes, seletivos e possuem ferramentas para verificar as propostas das empresas e buscar ofertas de maior valor. Eles esperam que as empresas façam mais do que informá-los ou satisfazê-los, que possam conquistá-los totalmente e, até mesmo, exceder as suas expectativas. Este ponto é importante, principalmente se levarmos em conta que Kotler e Keller (2006, p. 138) apresentam que o cliente é o único elemento gerador de lucro dentro de uma organização, pois, todos os demais setores organizacionais geram custos, e ressaltam que “as empresas devemestar orientadas para ele (nota do autor: o CLIENTE), colocando-o no topo do organograma e mantendo todos os setores focados para atender as suas expectativas”. TÓPICO 1 | A HISTÓRIA DAS RELAÇÕES COMERCIAIS E A EVOLUÇÃO DO MARKETING E DOS CONSUMIDORES 11 Pode-se afirmar que atualmente as organizações precisam estreitar o laço com o consumidor, buscando harmonizar as ações de marketing, buscando se relacionar melhor com o seu cliente, e acima de tudo trabalhando com lucro, pois de nada adianta fazer tudo isto e a organização ou o cliente ter prejuízo. Conforme apresentado por McKenna (1992, p. 5), “marketing é tudo e tudo é marketing”. Vamos conhecer um pouco mais sobre o novo consumidor? 3 ENTENDENDO O CONSUMIDOR PARA ENTENDERMOS O MARKETING DE RELACIONAMENTO Quando falamos de consumo e de consumidor, muitas vezes, não percebemos as mudanças que vêm ocorrendo no mercado, as relações de consumo, as novas formas de consumo, os novos produtos que estão sendo disponibilizados, novas marcas, concorrentes, tecnologia etc. Assim, podemos afirmar que sem entender o consumidor de determinado produto, não conseguimos definir estratégias de marketing adequadas a este público alvo. Nesta visão, é certo afirmar que o consumidor atual é diferente do consumidor dos anos de 1970, que será diferente do consumidor do ano de 2025. Veja a figura a seguir, que tenta retratar a diferença dos estilos relacionados à moda que foram consumidos no ano de 1970 e atual. FIGURA 6 – DIFERENÇA NO CONSUMO DO PRODUTO MODA NO ANO DE 1970, COMPARANDO COM A MODA ATUAL FONTE: Disponível em: <http://www.fashionbubbles.com/festas-tematicas/dancing-days/> e <http://www.passarelateen.com.br/tag/casual/>. Acesso em: 3 maio 2012. UNIDADE 1 | O RELACIONAMENTO COMERCIAL E O MARKETING 12 Buscando entender esta relação de consumo e de comportamentos, é que são estudadas no mercado as questões relacionadas ao comportamento do consumidor, que não são uma questão estanque e que têm mudado muito nos últimos anos. A área do comportamento do consumidor, segundo Kotler (2000), tem como objetivo estudar as pessoas, grupos e organizações identificando como elas selecionam, compram, usam e descartam produtos, serviços, ideias ou experiências de modo a satisfazer as suas vontades, necessidades e desejos. Para Poser (2005, p. 1) a natureza humana não muda, e ela apresenta que o “consumo é e sempre será uma atitude emocional”, e complementa escrevendo que “o relacionamento bom e perfeito faz a diferença em todas as relações de consumo em nossas vidas, sejam elas pessoais, profissionais ou empresariais”. (POSER, 2005, p. 2). Conforme Kotler (2000, p. 377-378), a adoção de novos produtos pelos consumidores obedece a cinco etapas, que são: 1. Conscientização: consumidor toma conhecimento da inovação, mas não tem informações a respeito dela. 2. Interesse: o consumidor é estimulado a procurar informações sobre a inovação. 3. Avaliação: o consumidor considera se experimentará a inovação. 4. Experimentação: o consumidor experimenta a inovação para poder avaliar melhor seu valor. 5. Adoção: o consumidor decide fazer uso total e regular da inovação. Uma forma de ver os consumidores no mercado é apresentada por Rogers e Scott (apud SANTOS; JESUS, 2012) que identificou cinco categorias de adotantes para novos produtos, que são: • inovadores (innovators) – são os primeiros 2,5 % de indivíduos que estão em contato com a inovação e que assumem os riscos de a utilizarem ou criarem; • adotadores (earlyadopters) – são os próximos 13,5 % dos indivíduos em um sistema a adotarem uma inovação. Eles são mais integrados ao sistema local que os inovadores e é a quem os potenciais adotadores pedirão conselho e informação sobre a inovação; • maioria inicial (earlymajority) – são os 34 % dos indivíduos a adotarem uma inovação antes da média das pessoas no sistema; • maioria tardia (later majority) – são os 34 % de céticos em um sistema. As inovações são recebidas com um ar cauteloso; assim, eles não as adotam até que a maior parte dos indivíduos do sistema tenha aceitado a novidade; • etardatários (laggards) – representam 16 % de indivíduos. São os últimos a adotarem a nova ideia. Como seus recursos são limitados, eles devem ter a certeza de que uma nova ideia não irá falhar e lhe trará bons resultados. TÓPICO 1 | A HISTÓRIA DAS RELAÇÕES COMERCIAIS E A EVOLUÇÃO DO MARKETING E DOS CONSUMIDORES 13 A representação gráfica apresentando estas categorias de adotantes para novos produtos está apresentada na figura a seguir. FIGURA 7 – CURVA DE ADOÇÃO DE NOVOS PRODUTOS PELOS CONSUMIDORES FONTE: Rogers (apud KOTLER, 2000, p. 379) Kotler (2000) apresenta 16 tendências que estão surgindo no mercado e influenciando o consumo e os consumidores, as quais estão apresentadas no quadro a seguir. QUADRO 1 – TENDÊNCIAS DE MERCADO TENDÊNCIA 1. Retorno às origens; a tendência de utilizar práticas antigas como âncoras ou suporte para os estilos de vida modernos. 2. Viver: o desejo de viver mais e de desfrutar mais a vida. O vegetarianismo, a medicina alternativa, a meditação e outras práticas para uma vida melhor e mais longa fazem parte dessa tendência. 3. Mudança de vida: o desejo de seguir um estilo de vida mais simples e menos agitado. Essa tendência é marcada por uma volta nostálgica aos valores das cidades do interior. 4. Formação de clãs: a crescente necessidade de se associar e pertencer a grupos para enfrentar um mundo mais caótico. Os profissionais de marketing estão respondendo com produtos, serviços e programas que ajudam os clientes a sentir que fazem parte de alguma coisa. 5. Encasulamento: o impulso de proteção quando o que acontece lá fora é muito difícil e assustador. As pessoas estão transformando suas casas em ninhos: decorando, assistindo a programas de TV e a filmes em vídeo, fazendo compras por meio de catálogos e utilizando secretárias eletrônicas para filtrar o mundo exterior. Casulos ‘socializados’ promovem reuniões em casa. Há também casulos ambulantes – pessoas que se fecham em seus carros com refeições para viagem e seu telefone celular. 6. Volta ao passado: a tendência de as pessoas agirem e se sentirem como se fossem mais jovens que sua idade cronológica. Gastam mais com roupas joviais e tinturas para os cabelos e têm um comportamento mais brincalhão. Elas também compram brinquedos de adultos, além de participar de acampamentos para adultos e de ‘aventuras’ nas férias. 7. Egonomia: o desejo de oferecer a si mesmo posses e experiências. A egonomia dá aos profissionais de marketing uma oportunidade de sucesso ao oferecer produtos, serviços e experiências customizados. 8. Aventura da fantasia: a necessidade de encontrar válvulas de escapes emocionais para compensar as rotinas diárias. As pessoas que seguem essa tendência vão a safáris nas férias ou gostam de comidas exóticas. Os profissionais de marketing podem aproveitar a oportunidades para criar produtos e serviços que explorem a fantasia. A tendência certamente estimulará o crescimento da realidade virtual durante a primeira década do novo milênio. UNIDADE 1 | O RELACIONAMENTO COMERCIAL E O MARKETING 14 9. Feminina mente: o reconhecimento de que homens e mulheres agem e pensam de maneira diferente. Um forte indicador do pensamento feminino é a popularidade de livros como homens são de Marte, mulheres são de Vênus. Como os relacionamentos são poderosos motivadores para as mulheres. 10. Queda de ícones: a ideia de que ‘se é grande, é ruim’. Para reagir a essa tendência, os profissionais de marketing estão descobrindo formas de pensar, agir e parecer menor. 11. Emancipação: a emancipação dos homens de seus papéis masculinos estereotipados. Os homens não precisam mais fazer o tipo machão, distante e forte. Essa tendência é revelada emanúncios que mostram homens cuidando com carinho de seus filhos e sendo atenciosos com suas esposas. 12. 99 vidas: a tentativa de aliviar as pressões do tempo fazendo muitas coisas de uma vez só. As pessoas tornam-se capazes de realizar ‘multitarefa’, como falar em um telefone celular enquanto navegam na internet. Os profissionais de marketing podem aproveitar a tendência as 99 vidas, criando um grupo de empreendimentos de marketing – lojas de serviços de tipo ‘tudo em suma só’. 13. Revanche do prazer: a busca clara e ‘assumida’ do prazer, em oposição ao autocontrole e à privação. Cansadas da onda de saúde do início dos anos 90, as pessoas agora estão consumindo mais carne vermelha, gorduras e açúcares e se afastando das comidas saudáveis. 14. S.O.S (Salve O Social): o desejo de tornar a sociedade mais responsável com relação à educação, à ética e ao meio ambiente. A melhor resposta para os profissionais de marketing é pedir a suas empresas que pratiquem um marketing mais socialmente responsável. 15. Pequenas indulgências: uma inclinação para se satisfazer com pequenos exageros, a fim de obter um estímulo emocional ocasional. 16. Consumidor vigilante: a intolerância para produtos de baixa qualidade e serviços inadequados. Os consumidores vigilantes querem que as empresas sejam mais conscientes e sensíveis. Por isso, reagem, boicotam, escrevem cartas e compram produtos verdes. FONTE: Kotler (2000, p. 160) São muitos os fatores que influenciam o consumidor no momento da compra de um produto, e Kotler (2000) apresenta um modelo de comportamento do consumidor, que apresentamos de forma resumida na figura a seguir. QUADRO 2 – MODELO DE ESTÍMULO E RESPOSTA DE KOTLER PARA O CONSUMIDOR Estímulos de marketing Outros estímulos Características do comprador Processo de decisão do comprador Decisão do comprador Produto Preço Praça Promoção Econômico Tecnológico Político Cultural Culturais Sociais Pessoais Psicológicas Reconhecimento de problemas Busca de informações Avaliação de alternativas Decisão de compra Comportamento após a compra Escolha do produto Escolha da marca Escolha do revendedor Frequência da compra Montante de compra FONTE: Kotler (2000, p. 183) Nesta figura podemos ver que o comprador é influenciado pelos estímulos do marketing e outros estímulos que influenciam sobre ele, porque temos a tecnologia e a cultura do consumidor como grande elemento estimulante. Estes estímulos relacionados com as características pessoais do comprador influenciam o TÓPICO 1 | A HISTÓRIA DAS RELAÇÕES COMERCIAIS E A EVOLUÇÃO DO MARKETING E DOS CONSUMIDORES 15 DICAS Para entendermos melhor os principais fatores que influenciam o comportamento de compra do consumidor, recomendamos a leitura do livro do Kotler, das páginas 182 a 206, onde você encontrará uma explicação detalhada dos principais elementos que influenciam o consumo individual. KOTLER, Philip. Administração de marketing. 10. ed. São Paulo: Prentice Hall, 2000. Existem outras edições deste livro, e o assunto pode estar focado em outros títulos e em outras páginas. Para entendermos melhor o consumidor, recomendamos também a leitura do livro Vamos às compras, de Paco Hunderhil. Este livro é um clássico no assunto e traz uma visão para compreensão do consumo moderno: UNDERHILL, Paco. Vamos às compras! A ciência do consumo. 16. ed. Rio de Janeiro: Campus, 2004. BOA LEITURA! processo de decisão do comprador, e assim as organizações precisam estar atentas ao que está acontecendo no mercado e com os consumidores, para não perderem o passo da onda de consumo. Mas, o mais importante aos que estudam o mercado, é atentar que o consumidor muda, e com isso, mudam também os seus desejos e suas necessidades, assim, o que ele compra e consome hoje, pode ser que não o faça amanhã. UNIDADE 1 | O RELACIONAMENTO COMERCIAL E O MARKETING 16 ENCANTANDO O CLIENTE EXTERNO E INTERNO Lobos – 1993 Esta é uma obra clássica da qualidade em serviços, com o charme de ser nacional. O autor coloca, de uma maneira sintética e, ao mesmo tempo, completa, outra visão sobre as variáveis componentes da qualidade em serviços. Para ele, não raro, confunde-se serviço com atendimento, porém, um atendimento por melhor que seja, por si só, não é capaz de satisfazer plenamente o cliente. Na verdade, a qualidade em serviços engloba três campos, a saber, atendimento, desempenho e custo. O desempenho é tido como a razão da existência do serviço e a ele estão relacionadas as seguintes dimensões: • validade, o serviço tem que ser efetivamente aquilo que se propõe a ser (por exemplo, um restaurante que fecha na hora do almoço não é válido); LEITURA COMPLEMENTAR Como tema atual nas rodas de marketing e relacionamento com os clientes, surge o termo “encantando o cliente” e para entendermos melhor esta visão, sugerimos a leitura de um texto clássico de Lobos (apud DEMO; PONTE, 2008, p. 58-60), apresentado a seguir. NOTA “Encantar o cliente” é um termo muito ouvido atualmente no varejo e em vendas. Para esclarecer melhor o assunto, trazemos um texto extraído do livro de Demo e Ponte (2008), que ajudará a compreender pontos importantes sobre este tema. Boa leitura! TÓPICO 1 | A HISTÓRIA DAS RELAÇÕES COMERCIAIS E A EVOLUÇÃO DO MARKETING E DOS CONSUMIDORES 17 • disponibilidade, o serviço tem que estar fisicamente disponível aos clientes, conforme prometido; precisão, alguns serviços só são válidos se executados exatamente como previsto (cumprimento de horários de voos, parâmetros cirúrgicos etc.); • rapidez, fator que ganhou novo fôlego como diferencial competitivo; • fidelidade às normas (ex.: cartórios, departamentos de contabilidade, englobam serviços que precisam atribuir legitimidade a algo e o processo relativo ao serviço deve ser seguido rigorosamente); • solução de problemas (ex.: consultorias técnicas, serviços de atendimento a reclamações etc.); • confiabilidade, o serviço precisa ser competente a longo prazo. Em se tratando da segunda dimensão, custos, é conveniente para as empresas prestadoras de serviços, estabelecer um preço que, ao mesmo tempo, lhe garanta margem de lucro e ofereça ao cliente a segurança de que pode pagá-lo (acessibilidade), a certeza de que a troca ilustra relações custo-benefício similares para ambas as partes (justiça), a confiança de não pagar diferente do que o faria em outras situações correlatas (competitividade) e o sentimento de a troca efetivada ter sido válida e oportuna, frente a outras trocas possíveis (custo de oportunidade). Quando a questão é atendimento, deve haver uma interação multivariável eficiente entre os seguintes elementos: • aparência das instalações, do pessoal, dos equipamentos e dos recursos de comunicação, sob a perspectiva do cliente; • disposição para servir ou “prestatividade” aos clientes; • segurança, evidenciada pelo conhecimento e domínio completos do serviço por parte dos colaboradores e habilidade em propiciar um clima de confiança e “certa” intimidade com os clientes; • a famosa e atualíssima personalização ou ainda customização, que ocorre quando a organização de serviços presta um atendimento tal que identifica os clientes como pessoas; • o chamado “high-touch”, ou “magic touch”, ou simplesmente, toque humano ou dose extra de carinho e atenção que os colaboradores dispensam aos clientes de maneira encantadora; • a capacidade da organização de reparar os erros cometidos em prejuízo do cliente, no afã de recuperá-los e transformar uma eventual insatisfação num promissor elo de fidelidade ou laço de lealdade entre as partes. Essas variáveis, em suma, constituem os elementos de avaliação dos clientes em relação à qualidade dos serviços, merecendo, portanto, atenção prioritária eespecial, segundo Lobos. Podemos destacar também e até recomendar que, com base nos critérios definidos em cada dimensão, elabore-se e valide-se estatisticamente um instrumento de pesquisa para avaliar a qualidade de um serviço prestado ao cliente. É possível traçar um diagnóstico bem interessante que permite a implementação de melhorias contínuas. UNIDADE 1 | O RELACIONAMENTO COMERCIAL E O MARKETING 18 Finalizaremos a síntese desta obra observando que, normalmente, as organizações que se destacam por seus serviços reúnem certas características, combinadas interativa e harmonicamente e definidas por Lobos como “quadrado dos serviços”, com os seguintes vértices: estratégias de serviços, gente voltada para a satisfação do cliente, sistemas internacionais considerados “amistosos” pelos usuários e estrutura de apoio, detalhados a seguir: Uma estratégia de serviços é uma fórmula distintiva do fornecimento do serviço. Ela reflete uma premissa bem escolhida sobre o que o serviço representa para o cliente, em termos de benefício, e que dá origem a uma determinada posição competitiva. Tal estratégia, segundo Lobos, deve ser percebida nitidamente pelos clientes e deve ser capaz de permeabilizar o comportamento expresso da linha de frente. Uma particularidade que caracteriza os serviços como bens intangíveis é que o cliente participa pessoalmente da sua consumação o que faz necessária a existência de sistemas interacionais tidos como amistosos entre clientes externos e internos. Cabe lembrar que o que ativa tais sistemas não são tão somente ações, mas também informações, provenientes dos clientes externos a partir de instruções fornecidas pela empresa. O vértice “gente orientada socialmente” justifica-se pela importância do fator pessoas, imprescindível quando a questão é qualidade em serviços (e, em nossa opinião, em todas as outras questões organizacionais também). Isso porque serviços são, em maiores ou menores proporções, atos sociais e, nesse sentido, boas maneiras e gestos afetuosos são partes absolutamente necessárias de um bom serviço. E, por fim, uma estrutura de apoio objetiva tornar os serviços competitivos, avaliando e atendendo os requisitos dos clientes externos e internos em toda a organização. Coloquialmente, essa estrutura seriam os famosos “bastidores”, sem os quais nenhum grande evento se configura e se transforma em sucesso (ou fracasso...). FONTE: Demo e Ponte (2008, p. 58-60) O tema consumidor e as relações existentes entre as empresas são muito extensos, e merecem dedicação pelas organizações que estão preocupados em se manter no mercado, pois como escreveu Swift (2001, p. 24), “conhecer os clientes aumenta a lucratividade”. E Gummesson (2010) descreve que a sociedade é uma rede de relacionamentos e os negócios também, assim, o marketing e as vendas fazem parte de nosso dia a dia como indivíduos, organização e sociedade, entendendo bem que os costumes e culturas são próprios de cada região, país e as organizações precisam se adaptar a cada situação específica para realizar negócios nas regiões obedecendo às culturas locais. 19 Neste tópico estudamos a história dos relacionamentos comerciais e a evolução do marketing e os consumidores, e os principais pontos abordados foram: • O consumidor mudou tanto, que atualmente até a forma de adquirir os produtos são feitos de formas diferentes, através de diversas opções disponibilizadas ao mesmo, e como exemplo atual, temos a internet como meio de compra e consultas pelos consumidores. • O “Marketing Moderno”, como o conhecemos atualmente, é um elemento novo nas estratégias comerciais das organizações e vem evoluindo a cada dia. Portanto, as empresas e os profissionais precisam evoluir, para poder acompanhar as novas tendências de mercado, e com as novas tendências de consumo, se ajustando às novas estratégias de marketing para atingir o público alvo da organização. • Atualmente verificamos o surgimento de novos fornecedores e de novos produtos no mercado. Assim, o profissional, ao desenvolver as estratégias de marketing de relacionamento com os consumidores, precisa lembrar que: • o número de concorrentes está crescendo no mercado; • a quantidade de produtos similares ofertados está aumentando; • a concorrência é global, não mais local; • ganhará a batalha na mente do consumidor, o fornecedor que estiver mais preparado com a sua oferta de produto (preço, qualidade, tecnologia, atendimento etc.); • o consumidor tem muitas opções de consumo à sua disposição; • o marketing (em todas as suas vertentes: propaganda, web marketing, marketing viral etc., e o marketing de relacionamento são fundamentais para o sucesso de uma organização). • As três eras evolutivas da mudança econômica mundial, segundo Alvin Toffler, são: a primeira onda, a agrícola; a segunda onda, a industrial e a terceira onda, a da informação. • INOVAR = Identificar oportunidades/problemas + desenvolver Ideias para extrair VALOR desta identificação + capturar o máximo do Valor Identificado (Execução das ideias) + “partir para outro Processo de Valor” antes do identificado virar commodities. RESUMO DO TÓPICO 1 20 • O comércio, sempre evoluiu com a evolução das necessidades comerciais das indústrias, mas com o advento da informática, e principalmente da internet, o consumidor evoluiu, e os processos de vendas e comercialização precisaram evoluir também para atendê-lo. • Kotler e Keller (2006, p. 138) apresentam que o cliente é o único elemento gerador de lucro dentro de uma organização, pois todos os demais setores organizacionais geram custos. • Conforme apresentado por McKenna (1992, p. 5), “Marketing é tudo e tudo é marketing”. • A área do comportamento do consumidor estuda as pessoas, grupos e organizações buscando identificar como elas selecionam, compram, usam e descartam produtos, serviços, ideias ou experiências de modo a satisfazer as suas vontades, necessidades e desejos. 21 Prezado(a) acadêmico(a)! Você estudou as questões históricas do marketing e a evolução do consumo. Para praticarmos a questão de consumo, escolha um perfil de consumidor e faça uma análise de como se comporta este consumidor. Como dica, você pode usar um destes públicos consumidores: perfil de consumidor hippie, jovem skatista, crianças de classe média, jovens de periferia, meninas teen, jovens estudantes universitários etc. AUTOATIVIDADE NOTA Esta pesquisa pode ser feita por observação, por consulta na internet, por questionário etc. 22 23 TÓPICO 2 INTRODUÇÃO AO MARKETING DE RELACIONAMENTO UNIDADE 1 1 INTRODUÇÃO O relacionamento com o cliente é um daqueles temas bastante controversos dentro das organizações, mas o que significa relacionamento? O que é um bom relacionamento, ou ainda, o que é um mau relacionamento? Muitas vezes falamos que gostamos de comprar determinado produto de marca X pela qualidade que ele apresenta, mas, muitas vezes, somos influenciados pelo vendedor que está nos apresentando o produto. Assim, o relacionamento é algo muito pessoal, mas o que as equipes de marketing de relacionamento buscam padronizar em sua forma de atender o consumidor, porém, ficando a característica ao consumidor, que a forma pessoal com que foi atendido era dirigida única e exclusivamente a ele. Como se dizia antigamente: O CLIENTE É O REI! Se bem que na atualidade o cliente é bem tratado sim pelas organizações, mas ele não é o rei não. O relacionamento entre a organização e o cliente atualmente tem evoluído muito, principalmente nas organizações multinacionais, onde a tecnologia e os investimentos nesta área são bastante grandes. UNI Mas o que seria relacionamento? Conforme o Dicionário Aurélio, relacionamento significa: s.m. Ato ou efeito de relacionar. / Amizade, intimidade:travar relacionamento com alguém. 24 UNIDADE 1 | O RELACIONAMENTO COMERCIAL E O MARKETING Conforme Kotler (2000), podemos entender marketing de relacionamento, como todas as ações exercidas pela empresa para manter um relacionamento comercial próximo com seus clientes e com isso conseguindo a sua fidelidade. É uma filosofia empresarial que busca fidelizar os seus clientes à empresa. Marketing de relacionamento, conforme (MADRUGA, 2006), é um processo contínuo entre a empresa e o cliente, no qual o cliente busca ser compreendido em suas necessidades e com este conhecimento a organização tenta criar um valor individualizado buscando relacionamentos duradouros. Como você pode ler, o marketing de relacionamento nada mais é do que trabalhar estratégias e ações nas organizações, de modo a desenvolver e manter os relacionamentos com os clientes, de modo a gerar negócios. Parece simples, mas não é. Atualmente podemos afirmar que são quatro pontos essências a serem trabalhados em boas estratégias de relacionamento, ou seja: • estratégias de relacionamento; • oferta do produto (empresa e concorrentes); • pessoas; • tecnologia (figura a seguir). FIGURA 8 – ELEMENTOS PARA ESTRUTURAR O RELACIONAMENTO NAS ORGANIZAÇÕES FONTE: O autor TÓPICO 2 | INTRODUÇÃO AO MARKETING DE RELACIONAMENTO 25 UNI Você estudará mais detalhadamente estes 4 elementos estruturantes do marketing de relacionamento na próxima unidade. Os relacionamentos permitem que as empresas trabalhem e explorem ao máximo os seus conhecimentos e inteligência adquirida sobre os clientes e de suas necessidades. O relacionamento para as organizações é muito mais do que a simples venda ou repetição da compra pelo cliente de um produto. Vamos agora conhecer alguns novos conceitos sobre o tema. 2 MARKETING DE RELACIONAMENTO: CONCEITOS BÁSICOS O relacionamento com os clientes se tornou estratégico para as organizações, e por isto, elas têm investido grandes volumes de dinheiro para conhecê-lo, e principalmente para se relacionar com o mesmo. Para Madruga (2006), as principais ações que as organizações precisam desenvolver para construírem uma relação duradoura com os seus clientes são: 1. aprender com os clientes; 2. revisar o mix de produtos ofertados; 3. identificar o valor de cada cliente; 4. aumentar volume de vendas e de forma melhor; 5. entender o cliente; 6. modernizar a empresa conforme necessidade de mercado; 7. apresentar ofertas adequadas; 8. controlar o tempo dos relacionamentos. Conforme apresentados por diversos autores como Kotler (2000), Cobra (1997), Netto (2011), Dias (2004), Slongo e Liberali (2004), Sabatino (2003), Barnes (2002), entre outros mais, afirmam que para uma organização manter um cliente em seu portfólio é menos oneroso, que sair à conquista de novos clientes constantemente e apresenta sinais de maturidade e conscientização da importância de se relacionar com seus clientes de forma consistente para a empresa. Existem autores que chegam a afirmar que conquistar um cliente novo chega a custar 10 vezes mais que manter um cliente que já faz parte do seu portfólio. Por isto, as empresas estão tão preocupadas com o marketing de relacionamento. 26 UNIDADE 1 | O RELACIONAMENTO COMERCIAL E O MARKETING Segundo Peppers (2005), o mais importante hoje não é simplesmente adquirir novos clientes, mas manter os clientes existentes em seu portfólio. As empresas vivem uma situação na qual precisam oferecer diferenciais entre as suas concorrências, preço e qualidade são fatores imprescindíveis, mas não se pode pensar que só esses fatores atendem aos clientes. O recurso mais escasso hoje são os clientes, por causa da oferta excessiva de produtos e serviços no mercado. Para desenvolver as ações de marketing de relacionamento, as organizações precisam revisar a sua estrutura de modo a desenvolver uma forma centralizada de trabalhar, onde os funcionários que lidam diretamente com o consumidor estejam aptos para praticarem as ações planejadas e responderem aos clientes da melhor forma possível. As atividades de atendimento ao cliente passaram por diversas mudanças através dos anos, e Zenone (2010, p. 17) apresentou estas mudanças de forma resumida, conforme apresentado na figura a seguir, e descreve que as mudanças foram “mudanças tanto físicas, devido aos avanços tecnológicos e ao aparecimento de novas ferramentas de interação, quanto estratégicas, pois este novo canal de relacionamento tornou-se um centro de redução de custos de atendimento como também para geração de receita.” FIGURA 9 – EVOLUÇÃO DA VISÃO DE ATENDIMENTO FONTE: Zenone (2010, p. 17) Barnes (2002) propõe o modelo dos 4 R do marketing do relacionamento, que se referem à(ao): Relacionamento, Retenção, Referência e Recuperação. Esta abordagem subentende que a empresa trabalhe os clientes há longo prazo, aumentando assim o valor do cliente. TÓPICO 2 | INTRODUÇÃO AO MARKETING DE RELACIONAMENTO 27 UNI Este conceito de VALOR DO CLIENTE, muitas vezes fica um pouco subjetivo, por isso vamos ver um pequeno exemplo. Vamos imaginar um vendedor de campo, aquele que precisa visitar os seus clientes diuturnamente, fazendo as visitas de carro. Vamos imaginar que este cliente encha o tanque de combustível 10 vezes por mês, com 45 litros de gasolina em média. O vendedor abastece o carro em um posto próximo a sua residência na maioria das vezes. Se o pessoal do posto de combustível, somente o ter como mais um cliente, não analisará que ele é um cliente de consumir 5.000 litros de gasolina ano em média. E se ele morasse há 10 anos neste local, ele consumiria aproximadamente 50.000 litros de combustível. Assim, será que o posto deveria considerá-lo somente mais um cliente? Esta pequena história relata bem o VALOR DE UM CLIENTE com o tempo. Por isto, as empresas precisam melhorar o seu relacionamento com os clientes. E esta história se repete em todas as empresas, com raras exceções para compras esporádicas de alguns produtos, como quando se toma um cafezinho em um bar de beira de estrada em uma viagem de férias, onde não retornaremos novamente. FIGURA 10 – VALOR DO CLIENTE FONTE: O autor Os 4 R, conforme Barnes (2002), significam: • Retenção: significa todos os atos e estratégias que a empresa faz para manter os clientes que deseja trabalhando ações de diferenciação de modo que exceda as suas expectativas deles. Reter clientes custa menos que buscar novos clientes. 28 UNIDADE 1 | O RELACIONAMENTO COMERCIAL E O MARKETING • Relacionamento: construir relacionamentos significa que a empresa precisa se aproximar dos clientes, buscando entendê-los e servi-los excedendo as suas expectativas. • Referência: a satisfação por um produto adquirido, ou pelo serviço prestado, faz com que os clientes divulguem esta satisfação a outrem de modo a servir de referência para novos consumidores. • Recuperação: recuperar clientes por falhas ocorridas em todo o processo da entrega do produto ou serviço ao cliente, ou de sua garantia e pós-venda. É importante não só recuperar o cliente, mas fazê-lo ver que ele é importante para a organização. (BARNES, 2002). Mas para que estes 4 R, os 4 elementos para estruturar o relacionamento nas organizações e outros pontos mais importantes para o marketing de relacionamento, Madruga (2006) destaca que um dos pontos primordiais ao processo é ter os funcionários que sejam bem treinados, principalmente, para possíveis imprevistos que possam ocorrer no processo, bem como tenham autonomia para solucionar o problema na hora da verdade, ou seja, quando o problema estiver ocorrendo com o cliente. Apresentamos a seguir um pequeno glossário dos principais termos relacionados ao atendimento. AÇÃO CORRETIVA - Atuação ou efeito implementado para eliminar as causas de uma não conformidade, defeito ou situaçãoindesejável detectada, a fim de evitar sua repetição. Notas: 1 - As ações corretivas podem envolver mudanças, como por exemplo, em procedimentos e sistemas, para obter a melhoria da qualidade em qualquer fase do ciclo da qualidade. 2 - Correção e ação corretiva são diferentes – correção se refere a um reparo, um retrabalho ou um ajuste e está relacionada à disposição de uma não conformidade existente; ação corretiva está relacionada à eliminação das causas de uma não conformidade. AÇÃO PREVENTIVA - Atuação ou efeito implementado para eliminar as causas de uma possível não conformidade, defeito ou situação indesejável, a fim de evitar sua ocorrência. ATENDIMENTO - Procedimento das pessoas que servem de elo entre a empresa e o cliente. ATRIBUTOS DO PRODUTO - Referem-se às propriedades importantes para um desempenho adequado do produto que, na percepção do cliente, possa exercer influência na sua preferência ou na sua fidelidade. Essas são características que normalmente diferenciamos produtos da organização em relação aos dos concorrentes, entre as quais se incluem preço e valor para o cliente. TÓPICO 2 | INTRODUÇÃO AO MARKETING DE RELACIONAMENTO 29 BANCO DE DADOS - Banco de dados é um arquivo de dados de clientes, cuja finalidade é armazenar informações importantes que possam definir e orientar o comportamento do consumidor. É importante que o banco de dados contenha informações realmente pertinentes e não apenas dados que em nada contribuirão para a empresa e suas constantes e rápidas necessidades de ação. Armazenamento de dados de forma ordenada, objetivando controlar a existência de duplicidade nas informações e facilitando o acesso às informações armazenadas. BARREIRA DE TRANSAÇÃO - Fator que inibe uma troca bem-sucedida entre a firma e o cliente. BENEFÍCIOS - Atributos ou conjunto destes que represente atendimento a desejos de um segmento ou mercado ou, ainda, o atributo que motiva o comportamento de compra. CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO - Meios que são utilizados para fazer com que os produtos e serviços saiam do produtor e cheguem ao cliente final. São os meios utilizados para se definir o P Praça (um dos 4Ps do marketing). COMMODITY - Produto que não apresenta diferenciação, como: chapas de aço, produtos químicos, papel, milho, feijão, entre outros. COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR - Processo pelo qual as pessoas ou os grupos de pessoas passam para selecionar, comparar, usar, utilizar, dispor de produtos, serviços e experiências para satisfazer suas necessidades e desejos. Maneira pela qual um indivíduo ou grupo toma decisões relacionadas à seleção, compra e uso dos bens e serviços. CONCORRÊNCIA - Entidades que disputam, por meio da prática da competitividade, a oferta de produtos ou serviços iguais, semelhantes, ou ainda, que atendam aos mesmos objetivos daqueles produzidos pela organização. CONSUMIDOR - Aquele que faz uso dos bens ou serviços, adquiridos por si ou por outros. CRM - Customer Relation ship Management - ou Gerenciamento do Relacionamento com o Cliente ou Marketing OnetoOne. ESTRATÉGIAS DE MARKETING - O conjunto de ações previstas para alcançar os objetivos de marketing. FIDELIDADE DE MARCA - Preferência contínua do consumidor em relação a um produto ou serviço. FIDELIDADE - Nível de preferência do consumidor a uma determinada marca ou veículo de comunicação. 30 UNIDADE 1 | O RELACIONAMENTO COMERCIAL E O MARKETING GARANTIA DA QUALIDADE - Conjunto de atividades planejadas e sistemáticas, implementadas no sistema de qualidade e demonstradas como necessárias, para prover confiança adequada em uma entidade que atenderá os requisitos para qualidade. Notas: 1- A garantia da qualidade visa simultaneamente aos objetivos internos e externos: a) garantia da qualidade interna dentro de uma organização, a garantia da qualidade dá confiança à administração; b) garantia da qualidade externa em situações contratuais ou outras, a garantia da qualidade dá confiança aos clientes ou a outros. 2 - Algumas ações do controle da qualidade e da garantia da qualidade são inter-relacionadas. 3 - Se os requisitos para a qualidade não refletirem inteiramente as necessidades do usuário, a garantia da qualidade pode não dar a confiança adequada. MARKETING - 1. Conjunto de atividades cujo objetivo é levar bens e serviços do produtor ao consumidor. A área de ação do marketing é mais ou menos ampla conforme o enfoque que lhe dê cada empresa. 2. Técnica de administração que sustenta que os objetivos organizacionais dependem da determinação das necessidades e desejos do mercado - alvo e da sua satisfação destes de maneira efetiva e eficiente do que os concorrentes. 3. Processo de planejamento, execução, preço, comunicação e distribuição de ideias, bens e serviços de modo a criar trocas que satisfaçam objetivos individuais e organizacionais. 4. Processo social e gerencial pelo qual indivíduos e grupos obtêm o que necessitam e desejam através da criação, oferta e troca de produtos de valor com outros. MERCADO - Conjunto de clientes e não clientes atuais e futuros para determinado produto, ou termo genérico de todos os mercados consumidores. Consiste em todos os consumidores potenciais que compartilham de uma necessidade ou desejo específico, dispostos e habilitados para fazer uma troca que satisfaça essa necessidade ou desejo. NECESSIDADE - Qualidade ou caráter de necessário, aquilo que é necessariamente exigência, aquilo que é inevitável, fatal. NECESSIDADES DOS CLIENTES - Expectativas e desejos dos clientes em relação a um produto ou serviço. VALOR - 1. Características agregadas ao produto ou serviço. 2. Benefício obtido como resultado da utilização e das experiências vividas com um produto ou serviço. É a percepção do cliente e das demais partes interessadas sobre o grau de atendimento das suas necessidades, considerando-se as características e atributos do produto, seu preço, a facilidade de aquisição, de manutenção e de uso, ao longo de todo seu ciclo de vida. As organizações buscam criar e entregar valor para todas as partes interessadas. Isto requer um balanceamento do valor na percepção dos clientes, acionistas, da força de trabalho e da sociedade. FONTE: Adaptado de: <http://www.portaldomarketing.com.br/Dicionario_de_Marketing.htm>. Acesso em: 12 maio 2012. TÓPICO 2 | INTRODUÇÃO AO MARKETING DE RELACIONAMENTO 31 NOTA Você poderá acessar o site pra consultar outros termos importantes na área de marketing e administração. Vamos fazer palavras cruzadas com os termos novos que você acabou de aprender. Bom exercício! 1 É a percepção do cliente e das demais partes interessadas sobre o grau de atendimento das suas necessidades, considerando-se as características e atributos do produto, seu preço, a facilidade de aquisição, de manutenção e de uso, ao longo de todo seu ciclo de vida. 2 Consiste em todos os consumidores potenciais que compartilham de uma necessidade ou desejo específico, dispostos e habilitados para fazer uma troca que satisfaça essa necessidade ou desejo. 3 Nível de preferência do consumidor a uma determinada marca ou veículo de comunicação. 4 Procedimento das pessoas que servem de elo entre a empresa e o cliente. 5 Qualidade ou caráter de necessário, aquilo que é necessariamente exigência, aquilo que é inevitável, fatal. 6 Atributos ou conjunto destes que represente atendimento a desejos de um segmento ou mercado ou, ainda, o atributo que motiva o comportamento de compra. 7 Produto que não apresenta diferenciação, como: chapas de aço, produtos químicos, papel, milho, feijão, entre outros. 8 Entidades que disputam, por meio da prática da competitividade, a oferta de produtos ou serviços iguais, semelhantes, ou ainda que atendam aos mesmos objetivos daqueles produzidos pela organização. 9 ___________________DE DISTRIBUIÇÃO 10 Processo social e gerencial pelo qual indivíduos e grupos obtêm o que necessitam e desejam através da criação, oferta e troca de produtos de valor com outros. AUTOATIVIDADE 32 UNIDADE 1 | O RELACIONAMENTO COMERCIAL E O MARKETING 11 _____________________________ do consumidor 12 Aquele que faz uso dos bens ou serviços, adquiridos por si ou por outros. 13 NECESSIDADES DOS ___________________________ 14 __________________ CORRETIVA 1 R 2 E 3 L 4 A 5 C 6 I 7 O 8 N 9 A 10 M 11 E 12 N 13 T 14 O UNI Se você já está estudando há mais de uma hora, é bom levantar, dar uma volta e, quem sabe, tomar um copo d’água. Vamos encerrar esta seção, com uma frase de Zenone (2010, p. 49), em que afirma: “Voltando à ideia em que o foco é o cliente, a prática do marketing de relacionamento exige que a empresa esteja disposta a conhecer o cliente, levando em consideração o que os clientes pensam, sentem e aceitam. O conceito acima só terá sentido se a empresa puder conhecer o cliente em sua totalidade”. TÓPICO 2 | INTRODUÇÃO AO MARKETING DE RELACIONAMENTO 33 3 O CONSUMIDOR, A EMPRESA E O MARKETING DE RELACIONAMENTO Atualmente a expressão marketing de relacionamento tem sido muito utilizada pelas organizações, e tem se tornado um elemento de diferenciação para o sucesso ou fracasso delas. São muitos os conceitos envolvidos nesta relação, mas o grande ponto de sucesso está na aplicação das ações de relacionamento na prática, e tem muito a ver com as pessoas que trabalham no atendimento ao cliente. O atendimento pela equipe de apoio, pelos vendedores e outras pessoas que fazem muitas vezes contatos com o cliente dentro das organizações são o primeiro ponto de referência do cliente com relação ao relacionamento. Assim, muitos clientes gostam de se relacionar e compram das empresas porque gostam de serem atendidas pelos seus funcionários. Uma frase que usualmente utilizo, e que ajuda muito a encontrar as pessoas certas para atender aos clientes é a de que: Para se trabalhar com o público (clientes/ outros públicos) é necessário que a pessoa (funcionário) goste de PESSOAS. Este conceito, apesar de simples e óbvio, é fundamental para os funcionários que trabalham com o público. Vamos imaginar a seguinte situação, em que o departamento comercial de determinada empresa fez toda a sua obrigação e o cliente está muito satisfeito como produto/ serviço adquirido. Mas ocorreu um problema com o cliente. Ele perdeu o documento de pagamento do produto e ainda não se lembrou deste pagamento. Aí entra em ação o setor de cobrança da empresa, e o “cobrador” trata mal o cliente. Qual você acha que será a lembrança do cliente em relação à empresa e a esta negociação? Não importa qual o setor que entra em contato com o cliente, todos precisam agir de forma profissional, e lembrar que estão tratando com o CLIENTE, e é ele que paga os salários de todos na empresa. Não se esqueça desta outra verdade no mundo dos negócios: Sem CLIENTE, não existe empresa. Assim as organizações precisam saber se relacionar bem e gerar uma visão positiva nos mesmos. ATENCAO 34 UNIDADE 1 | O RELACIONAMENTO COMERCIAL E O MARKETING Um dos pontos importantes do marketing de relacionamento, conforme apresentado por Kotler e Keller (2006, p. 16), é que o mesmo “tem como meta, construir relacionamentos de longo prazo mutuamente satisfatórios com partes- chave – clientes, fornecedores, distribuidores e outros parceiros de marketing – a fim de conquistar ou manter negócios com eles”. Precisamos desenvolver dentro das organizações estratégias adequadas para o consumidor, mas, as organizações também precisam entender que nem todos são consumidores para os seus produtos ou serviços, e têm situações que a empresa não pode atender ao consumidor, principalmente se quem está buscando consumir determinado produto, não é o foco da organização. O público alvo do produto carro Ferrari é o consumidor com altíssimo poder aquisitivo e que busca status em um produto sofisticado e esportivo. Por isto, a Ferrari lança carros de baixo custo, mas, é possível que cada vez mais ela lance produtos com maior valor monetário para o seu publico alvo. Vide figura a seguir. FIGURA 11 – BOM ATENDIMENTO X MAU ATENDIMENTO FONTE: O autor TÓPICO 2 | INTRODUÇÃO AO MARKETING DE RELACIONAMENTO 35 FIGURA 12 – PRODUTO SOFISTICADO – CARRO DA FERRARI FONTE: Disponível em: <http://www.google.com.br/imgres?q=logo+ferrari&hl=pt-BR&gbv =2&biw=1024&bih=522&tbm=isch&tbnid=EVaeguZsBlpu4M:&imgrefurl=http://ferrari-fiat.tk/ page/ 13&docid=bVjp8ttD8ASu7M&imgurl=http://ferrari-iat.tk/images/Ferrari_Cars/Ferrari_ Cars_5.jpg&w=1024&h=768&ei=giQ9T9CaCYHiggeP8ei4CA&zoom=1&iact=hc&vpx =496&vpy=2&dur=4722&hovh=194&hovw=259&tx=109&ty=145&sig=1163431651821299 43244&page=9&tbnh=152&tbnw=258&start=108&ndsp=13&ved=0CKkEEK0DMG4>. Acesso em: 5 maio 2012. Buscar trabalhar melhor possível a relação entre o CONSUMIDOR e A EMPRESA é o que buscaremos desenvolver na próxima unidade, aprofundando os tópicos sobre a aplicação do MARKETING DE RELACIONAMENTO. Isto somente é possível com estratégias consistentes, profissionais e tecnologia. NOTA A seguir apresentamos um texto extraído da internet, em que o autor traz verdades básicas em relação às relações de consumo. Analise e faça uma boa reflexão sobre como realmente o marketing de relacionamento está sendo aplicado dentro das organizações. Será que o consumidor está vendo o que as organizações estão investindo internamente em marketing de relacionamento, ou será que este investimento se perde no meio do caminho e o consumidor não percebe os esforços da organização? Boa reflexão e boa leitura! 36 UNIDADE 1 | O RELACIONAMENTO COMERCIAL E O MARKETING LEITURA COMPLEMENTAR Indiscutível o direito de ser atendimento com um mínimo de dignidade, quem escolhe determinado lugar/local para comprar merece. Cultura do bom atendimento, este é o começo de tudo. Nem todas as empresas têm essa consciência cristalizada na cabeça e no coração das pessoas que estão ali para executar uma das mais nobres funções da arte (ou seria má ciência?) de atrair, atender e conquistar clientes. Quanto maior a concorrência, mais essa necessidade se evidencia. Melhor, diferente e marcante. O que precisa ficar claro é que as pessoas (de todas as classes socioeconômicas), salvo raras exceções, não fazem mais compras simplesmente, ao prazer das empresas estilo toma-lá-dá-cá. Simples troca de dinheiro ou crédito por mercadorias. Elas já estão em outro estágio mais avançado do que as organizações em geral imaginam. Comprar já era. Agora a moda é viver uma experiência marcante em praticamente todas as relações de consumo. E não estamos nos referindo aos gestos de gentileza, sorriso, tapinha nas costas, cafezinho, ar condicionado, esses mimos que empresários e profissionais confundem como bom atendimento. Gentileza entra no campo da educação e da obrigatoriedade. Sua empresa pode ser campeã em mimos e ser tida e havida como um lugar onde se pratica mau atendimento. Experiência de compra tem a ver com o todo da loja. Ambiente, cores, variedade de produtos, agilidade no processo de atendimento (sistemas operacionais seguros e confiáveis), crédito, serviços, entrega e o nível de preparação das pessoas inseridas no processo de relacionamento com os clientes. Do porteiro ao presidente, não apenas os vendedores. Loja montada para satisfazer os clientes, não os investidores. A eles cabem os lucros, se fizerem uma boa loja. O Reinado é do Consumidor, mas nem Todos Respeitam Ao Gosto do Freguês TÓPICO 2 | INTRODUÇÃO AO MARKETING DE RELACIONAMENTO 37 Servir deve ser uma verdadeira missão. Quem trabalha com venda/atendimento/encantamento,precisa gostar de gente e entrar para o sacerdotado da prestação de serviço. Profunda paixão em servir. Realizar sonhos e conquistar o coração das pessoas. Escrever um filme de longa metragem juntos. Uma história com começo, meio, mas sem fim. Ou melhor, uma história com vários finais felizes no decorrer de um longo tempo. A resposta dos clientes será também única: UAU! FONTE: MOURA, Moacir. Disponível em: <http://ogerente.com/tid/2010/02/reinado-do- consumidor/>. Acesso em: 2 jan. 2012. 38 RESUMO DO TÓPICO 2 A evolução dos relacionamentos comerciais foi o principal foco de estudo deste tópico. Os principais pontos estudados foram: • Podemos entender marketing de relacionamento, como todas as ações desenvolvidas pelas organizações para manter um relacionamento comercial com seus clientes de forma contínua. É uma filosofia empresarial que busca fidelizar seus clientes à empresa. • Os quatro pontos essenciais a serem desenvolvidos em estratégias de relacionamento são: • estratégias de relacionamento; • oferta do produto (empresa e concorrentes); • pessoas; • tecnologia. • Os relacionamentos permitem que as empresas trabalhem e explorem ao máximo os seus conhecimentos e inteligência adquirida sobre os clientes e de suas necessidades. • O mais importante hoje não é simplesmente adquirir novos clientes, mas manter os clientes existentes em seu portfólio. • Para desenvolver as ações de marketing de relacionamento, as organizações precisam revisar a sua estrutura de modo a desenvolver uma forma centralizada de trabalhar, onde os funcionários que lidam diretamente com o consumidor estejam aptos para praticarem as ações planejadas e responderem da melhor forma possível aos clientes. • O autor Barnes (2002) propõe o modelo dos 4 R do marketing do relacionamento, que se referem a: Relacionamento, Retenção, Referência e Recuperação. • O atendimento pela equipe de apoio, pelos vendedores e outras pessoas que fazem muitas vezes contatos com o cliente dentro das organizações, são o primeiro ponto de referência do cliente com relação ao relacionamento. • Sem CLIENTE, não existe empresa. 39 Prezado(a) acadêmico(a)! Vamos revisar alguns conceitos principais trabalhados neste tópico. Bom exercício! 1 Por que os funcionários das empresas são importantes para as estratégias de marketing de relacionamento? 2 Defina marketing de relacionamento. 3 Explique os 4 R do marketing de relacionamento conforme definidos por Barnes. AUTOATIVIDADE 40 41 TÓPICO 3 A COMPLEXIDADE DAS RELAÇÕES COMERCIAIS NA ATUALIDADE UNIDADE 1 1 INTRODUÇÃO A evolução das relações de consumo é visível na sociedade moderna, em que o consumidor se vê livre e solto das amarras de produtos limitados e sem “vida” e com um olhar restrito sobre as necessidades do consumidor, marcas que não evoluíram, empresas que não acordaram para esta nova era de consumo e consumidor. Atualmente, o consumidor está em sua versão 2.0, conforme apresentado por alguns autores como Kotler, Kartajaya e Setiawan (2010), e podemos, muitas vezes, afirmar que as empresas fornecedoras estão em sua versão 1.0, ou ainda 0.0 quando analisamos a sua forma de relacionamento com os consumidores de seus produtos. No tópico anterior, trabalharam-se as relações dos consumidores, mas na prática precisamos entender que as organizações precisam evoluir mais em relação ao atendimento e relacionamento com os clientes. Conforme Kotler (apud KOTLER; KARTAJAYA; SETIAWAN, 2010, p. x): As pessoas se importam mais com as empresas que se importam com elas. Marketing 3.0 explicita o que as empresas precisam fazer para se destacar e ser valorizadas. Antes, bastava fabricar um produto a preços razoáveis. Depois, tornou-se importante incorporar ao produto emoção, não só funcionalidade. Agora, está se tornando importante apelar para o espírito humano. No mercado, verificamos diariamente uma batalha entre os concorrentes em um segmento de produto, brigando pela preferência de compra do consumidor, através de ações de marketing, comunicação, merchandising, entre outras ações, porém, muitas vezes, vemos as mesmas organizações não fazendo nenhuma ação para melhorar o relacionamento com os consumidores de seus produtos. Para complicar ainda mais esta tênue relação de consumo, os dois lados, consumidor e fabricante, ainda ficam medindo forças, onde quem sempre perde é a organização, pois o consumidor irá comprar o produto similar do concorrente. A complexidade desta relação já gerou e vai continuar gerando muitos debates, mas o mais importante é atentar para melhorar continuamente o relacionamento com os clientes e consumidores. UNIDADE 1 | O RELACIONAMENTO COMERCIAL E O MARKETING 42 Conforme apresentado por Zenone (2010, p. 11), “o consumidor passa a ser o centro das decisões de uma empresa. Ao invés de tomar decisões de negócios a partir da análise de suas capacidades (produção, finanças, recursos humanos etc.), muda-se o foco, e as necessidades do cliente e sua satisfação passam a dar início do processo”. A complexidade do relacionamento com o consumidor é o foco principal que as organizações buscam conhecer, de modo a permitir um desenvolvimento melhor de produtos e serviços, de modo a buscar melhores ações de marketing e principalmente de marketing de relacionamento. Afinal podemos afirmar que: Uma venda é somente uma venda, mas com um bom relacionamento uma venda pode ser muitas vendas mais. Conforme Swift (2001, p. viii), “o cliente deve ser o foco primário para a maioria das organizações”, e eu reafirmo que deve ser para todas as organizações que visam ao lucro, pois se alguma organização não tiver o cliente como principal foco, estará dando brecha para que o seu concorrente o faça, e assim o conquiste. 2 A COMPLEXIDADE DO MUNDO DO CONSUMO Atualmente, o consumidor possui muitas opções para satisfazer as suas necessidades e desejos no mundo do consumo, e são muitos os fatores que podem influenciá-lo para tal, conforme já descrevemos no Tópico 1. Esta complexidade pode ser influenciada por cinco fatores principais, que influenciam diretamente na decisão do consumidor comprar. São elas: • Necessidades e desejos pessoais. • Cultura e ambiente social. • Marketing. • Relação com a MARCA e • Produtos concorrentes. Estes cinco fatores estão constantemente influenciando o consumidor em seu processo de compra, conforme podemos verificar na figura a seguir, e vamos analisar cada um deles a seguir. TÓPICO 3 | A COMPLEXIDADE DAS RELAÇÕES COMERCIAIS NA ATUALIDADE 43 2.1 NECESSIDADES E DESEJOS PESSOAIS Um dos elementos mais difíceis de avaliar um consumidor está nas questões relacionadas às necessidades e desejos pessoais, pois são muitos os fatores que podem influenciar um indivíduo para formar os seus desejos e impulsos para o consumo. Um modelo que nos permite avaliar as necessidades e desejos pessoais é o modelo de Maslow. A pirâmide de necessidades de Maslow, conforme ele mesmo esboçou, está demonstrada na figura a seguir. FIGURA 13 – MODELO DE FATORES QUE INFLUENCIAM O PROCESSO DE COMPRA NO CONSUMIDOR FONTE: O autor 44 UNIDADE 1 | O RELACIONAMENTO COMERCIAL E O MARKETING FIGURA 14 – HIERARQUIA DE NECESSIDADES DE MASLOW FONTE: Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Abraham_Maslow>. Acesso em: 12 dez. 2009. As cinco necessidades de Maslow, ou seja, a Fisiológica, de Segurança, Relacionamento, Estima e Realização Pessoal, estão no âmago das decisões de consumo do indivíduo, sendo que as primeiras a serem trabalhadas por ele são as fisiológicas, e após estas atendidas, seguem-se para as seguintes da pirâmide. NOTA Caro(a) acadêmico(a)! Para aprofundar os conteúdos sobre as necessidades básicas do consumidor, leia o material a seguir, extraídode Pieritz Netto (2010): O básico que os consumidores necessitam para satisfazer necessidades conforme Abraham Harold Maslow, podem ser necessidades básicas, segurança, sociais (amor, relacionamento), estima e realização pessoal. Na figura anterior, apresentamos um detalhamento dos elementos que são considerados como necessidades em cada um dos pontos identificados por Maslow. Analisando as necessidades podemos definir ainda um conceito de necessidade básica, que para o ser humano são as necessidades fisiológicas, e no mundo moderno, vem surgindo novas necessidades advindas das questões de trabalho e lazer do ser humano moderno, sendo que no passado estas necessidades não existiam na forma como as conhecemos hoje. Para entendermos melhor este conceito, vamos analisar a necessidade fisiológica da sede no ser humano. Para satisfazermos está necessidade, podemos tomar um copo de água. TÓPICO 3 | A COMPLEXIDADE DAS RELAÇÕES COMERCIAIS NA ATUALIDADE 45 Porém, podemos satisfazer uma necessidade básica, com um produto diferenciado, tipo satisfazer a necessidade de sede, tomando um refrigerante. Podemos então concluir que as necessidades para uma pessoa estão relacionadas aos elementos básicos para a sua sobrevivência em sociedade, ou seja, necessidades fisiológicas (alimentar, vestir, moradia, sexo etc.). Precisamos entender ainda que com a evolução da sociedade, novas necessidades estão surgindo para o homem moderno, conforme já escrevemos, como exemplo temos: energia elétrica, telefone celular, internet, locomoção, educação etc. Apesar de a necessidade do ser humano ser algo importante a ser analisada quando desenvolvemos produtos, atualmente pela ação dos meios de comunicação, vemos outro elemento importante no processo de consumo das pessoas, que são os seus “desejos”. Para Tavares (2009), desejo pode ser entendido como sendo, “as necessidades humanas moldadas pela cultura e pelas características individuais. Os desejos são mutáveis e se modificam conforme as transformações ocorridas na sociedade”. Assim podemos voltar ao exemplo apresentado quando trabalhamos as necessidades, quando falamos que queremos saciar a nossa sede, porém, em vez de bebermos água, queremos tomar um refrigerante, porém o nosso desejo é mais específico ainda, pois queremos uma “coca-cola”. Como você pode ver, os principais desejos podem ser classificados como status, querer aparecer para o grupo de amigos, de participar de um grupo específico (exemplo: surfistas, skatistas, nerds, alta sociedade, religiosa etc.), autoafirmação etc. Desta forma, você pode ver que os desejos são muito específicos e dependem de cada indivíduo, e das influências geradas pelo ambiente em que ele está inserido e as influências dos meios de comunicação e do marketing das empresas. Tavares (ibid.) descreve ainda que o desejo é “como lacunas que jamais são preenchidas, o marketing deve se dirigir para criar novos desejos (produtos) com o objetivo de assegurar a sua própria existência”. FONTE: PIERITZ NETTO, Alfredo. Projeto de produto e processo. Indaial: Grupo UNIASSELVI, 2010. p. 160 a 162. Existem outros modelos que podem trabalhar a questão das necessidades humanas, mas o modelo de Maslow é o que mais tem sido validado e estudado nos ambientes acadêmicos. Você poderá pesquisar outros modelos na internet e em bibliografias das áreas afins como psicologia, motivação individual, marketing etc. 2.2 CULTURA E AMBIENTE SOCIAL Um dos principais elementos influenciadores no consumo dos indivíduos é a questão cultural a que ele está submetido e envolto. A cultura precisa ser entendida de forma individual, onde temos diversos fatores de influência, que vão desde questões arraigadas no indivíduo pela cultura familiar, religiosa, entre outros, a cultura do mercado em que está envolvido, como o ambiente em que vive como um bairro nobre de uma grande cidade, ou uma favela. Cada ambiente influencia as necessidades e desejos de cada indivíduo. Outro fator preponderante está na cultura de consumo incutido pelos programas e propagandas a que o indivíduo assiste e vê nos meios de comunicação. 46 UNIDADE 1 | O RELACIONAMENTO COMERCIAL E O MARKETING Gummesson (2010) escreve que a sociedade em que o indivíduo está inserido influencia a forma cultural que ele digere, influenciando a sua forma de consumir. A cultura individual é altamente influenciada pelo grupo social em que o indivíduo participa e atualmente também é grandemente influenciada pela comunicação de massa e pela internet. A internet tem uma grande influência, principalmente individualmente sobre o indivíduo, pois o indivíduo na frente de um computador pode se tornar participante de qualquer grupo que queira. Lembre-se de seu manual, “não basta saber, tem que saber fazer”, por isso, a partir do assunto discutido, relacionado à cultura, faça uma discussão em grupo sobre experiências pessoais na internet, projetando uma realidade diferente daquela que cada um vive. _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ AUTOATIVIDADE 2.3 MARKETING O marketing, principalmente o marketing de massa e o web marketing têm uma grande influência no processo de consumo moderno. Atualmente o consumidor é altamente influenciado pela mídia televisiva, pelas redes de relacionamento pela internet. Assim as mídias televisivas, impressas ou internet, ainda com campanhas de merchandising, e outras ferramentas de marketing têm grande influência, mesmo que muitas vezes momentâneas sobre o consumo de determinado produto. Porém isto também é verdadeiro no sentido contrário, pois se um produto não atende às necessidades e aos desejos do consumidor, poderá perder vendas rapidamente por comunicações nas redes sociais. IMPORTANT E Como exemplo da influência das campanhas de marketing no consumo, trazemos um pequeno texto publicado na internet no site da revista Veja. Após “Pôneis Malditos”, vendas da Nissan crescem 81% Picape Frontier alcançou o maior volume de vendas desde sua entrada no mercado brasileiro TÓPICO 3 | A COMPLEXIDADE DAS RELAÇÕES COMERCIAIS NA ATUALIDADE 47 Trecho do vídeo “Pôneis Malditos”, campanha publicitária da Nissan do Brasil (Reprodução/ Youtube) Após a polêmica propaganda “Pôneis Malditos”, que chegou a receber mais de 30 reclamações no Conar, a Nissan do Brasil terminou agosto com recorde de vendas para sua picape Frontier, desde que o modelo foi lançado no país, em 2002. A montadora japonesa vendeu 5.375 unidades em agosto, 81% a mais que o mesmo período de 2010. Já a Frontier registrou 1.488 picapes vendidas, ou 110% a mais que em agosto de 2010, segundo dados divulgados pela empresa. As vendas da Nissan aumentaram expressivamente em outros modelos, além da Frontier. O Sentra viu suas vendas subirem 127%, com 1.161 unidades; enquanto o Tiida acumulou alta de 120%, a 1.470 unidades. Já o Livina teve alta de 15% nas vendas, com 1.245 carros vendidos. Com os resultados, a Nissan aumentou sua participação de mercado para 1,8% em agosto. As metas para a empresa, no entanto, são adquirir 3% de participação em 2012. FONTE: Disponível <http://veja.abril.com.br/noticia/economia/apos-poneis-malditos-vendas- da-nissan-crescem-81>. Acesso em: 29 dez. 2011. 2.4 RELAÇÃO COM A MARCA A relação do consumidor com a marca é algo pessoal e pode ser influenciado pelos 4 fatores complementares que estamos estudando. A marca do produto é importante para destacar o produto de seus concorrentes, pois conforme Kotler (2000), Cobra (1997), Dias (2004), Netto (2010), Las Casas (1997), entreoutros autores, expressaram que um produto sem uma marca que o destaque na concorrência, é só mais um produto. Assim, qual o peso da marca como “OMO”, na linha de produtos de sabão em pó, contra uma marca POP. A mesma comparação nós podemos fazer com produtos de grifes famosos, onde o peso da grife influencia o comprador. Assim temos marcas como Ferrari, Lacoste, Armani, Apple, Harley Davison etc. 48 UNIDADE 1 | O RELACIONAMENTO COMERCIAL E O MARKETING As marcas dos produtos têm uma grande influência na decisão de compra dos consumidores em geral. NOTA Caro(a) acadêmico(a)! Você poderá revisar o tema MARCAS em seu Caderno de Estudos de MARKETING DE RELACIONAMENTO e em livros de marketing. Alguns livros já foram indicados anteriormente neste texto. 2.5 PRODUTOS CONCORRENTES Há tempos, conversando com um vendedor, ele comentou que determinada empresa, estava somente focada em seus produtos, esquecendo-se de analisar o que o mercado necessitava, e o que foi que aconteceu. A concorrência foi lá e atendeu à necessidade deste mercado. Assim, qualquer que seja o negócio, a organização precisa ficar atenta a que o mercado precisa, e também na ação dos seus principais concorrentes. Precisamos entender que quando falamos de consumo, são dois os principais tipos de concorrentes que uma organização tem no mercado, e são eles: • O concorrente com produtos similares ao da organização; e • Os concorrentes de outros ramos de negócio. O primeiro tipo, ou seja, os concorrentes com produtos similares ao da organização são os mais fáceis de serem reconhecidos, pois estão fornecendo um produto parecido com a organização. Como exemplo, vamos considerar a Fiat com seu carro Palio, os concorrentes diretos são o GOL da Volkswagen, o J3 da Jac Motors, O Fiesta da Ford etc. O segundo tipo, ou seja, os concorrentes de outros ramos de negócio, já são mais difíceis de serem identificados, pois podemos imaginar a seguinte situação, de que um consumidor saiu para comprar uma calça jeans da marca LEVI’S, mas passeando no shopping achou uma oferta de um aparelho de som em uma loja, e acabou comprando-o, e por consequência como não tinha mais dinheiro, desistiu da compra da calça jeans. Neste caso, o concorrente não foi outra marca de Jeans, mas sim um eletrodoméstico, ou seja, um concorrente de outro ramo de negócio. Verificamos esta mudança de rumo no consumo mais frequentemente em produtos com menor valor monetário, mas é muito difícil de ser medido, mas é um forte concorrente que as organizações têm. TÓPICO 3 | A COMPLEXIDADE DAS RELAÇÕES COMERCIAIS NA ATUALIDADE 49 Todos nós consumimos produtos por diversos motivos, e a complexidade de entender por que consumimos vem de que somos seres humanos com nosso livre arbítrio. Estes cinco fatores que influenciam diretamente na decisão do consumidor comprar; 1) necessidades e desejos pessoais; 2) cultura e ambiente social; 3) marketing; 4) relação com a MARCA e 5) produtos concorrentes, estão presentes em todo o processo de decisão de compra, e por isto mesmo precisa ser entendido por todo profissional que trabalha com marketing e marketing de relacionamento, pois estudando o que motiva as compras do consumidor, podemos elaborar estratégias de relacionamento que podem influenciar na decisão de compra, principalmente nos quatro primeiros fatores. 3 A COMPLEXIDADE DAS RELAÇÕES COMERCIAIS NA ATUALIDADE Uma frase apresentada por Swift (2001, p. 19) expressa bem a complexidade que são as transações comerciais nos dias atuais: “Todos estão atrás dos clientes de todos.” Conforme Swift (2001), as organizações estão buscando sempre o “cliente certo” para a “oferta certa” para os “canais certos” e na “hora certa”. Analisando estes 4 tópicos, já temos uma complexidade enorme para desenvolvermos em uma venda de produto. Um ponto importante que está influenciando as relações comerciais modernas está na questão tecnológica disponível ao consumidor. Para McKenna (1992, p. 1), “a tecnologia esta transformando as escolhas e as escolhas estão transformando o mercado” E McKenna (ibid) descreve que cada vez mais, “não é um marketing do “faça mais”, que simplesmente aumenta o volume de [...] vendas [...] mas na experiência e no conhecimento” que influenciará no processo de consumo. Verificamos no mercado uma proliferação de concorrentes nos diversos segmentos de produtos. Hoje é comum uma linha de produto ter dezenas e, às vezes, até centenas de produtos e marcas similares como concorrentes. A visão tradicional de consumo, apresentada por Kotler (2000), está relacionada às estruturas tradicionais de vendas, ligadas a atravessadores, vendedores, varejo tradicional, sendo que atualmente as funções tradicionais são mantidas (figura a seguir), mas as relações comerciais são mais amplas, surgindo um novo player que é a internet, conforme apresentado na Figura 16. 50 UNIDADE 1 | O RELACIONAMENTO COMERCIAL E O MARKETING FIGURA 15 – RELAÇÕES DE CONSUMO FONTE: Kotler (2000, p. 31) FIGURA 16 – NÍVEIS DE CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO FONTE: Kotler (2000) Conforme podemos ver na figura anterior, o que McKenna (1997, p. 48) expressou está cada vez mais coerente e expressivo no mercado atual: TÓPICO 3 | A COMPLEXIDADE DAS RELAÇÕES COMERCIAIS NA ATUALIDADE 51 FIGURA 17 – EMPRESAS DE VENDA PELA INTERNET FIGURA 18 – EMPRESAS DE COMPRA COLETIVA PELA INTERNET FONTE: O autor FONTE: O autor Para as empresas sobreviverem no mercado precisam estabelecer estratégias que sobrevivam às mudanças do mercado. Para isso precisam desenvolver relações com fornecedores e distribuidores, investidores, clientes e outras pessoas e empresas importantes. Essas relações são mais importantes do que os preços baixos, promoções instantâneas, ou até tecnologia avançada. As mudanças no ambiente de mercado podem alterar rapidamente preços e tecnologia, mas boas relações podem durar a vida toda. Neste sentido, também verificamos o aumento das formas de comercialização de um produto. Hoje o consumidor pode comprar um relógio de diversas formas diferentes, ou seja, ele pode ir a uma relojoaria no centro da cidade, ou em um shopping, ou pode ainda comprar pela internet, e aí temos as opções dos sites de compra como o Mercado Livre, Submarino etc. (figura a seguir). Os sites de compra coletiva como Peixe Urbano, Groupon etc. (Figura 18). 52 UNIDADE 1 | O RELACIONAMENTO COMERCIAL E O MARKETING Como podemos ver, as relações comerciais estão cada vez mais dinâmicas, e novas formas de disponibilização dos produtos e serviços estão sendo desenvolvidas, graças à tecnologia de informação. McKenna (1992) escrevia da importância das organizações se adaptarem ao mercado, e colocou o conceito de “posicionamento dinâmico”, onde os quatro fatores de consumo precisam se adaptar às realidades comerciais, sob pena de este fato não ocorrer, poderá ser extraído do mercado. Assim, o consumidor precisa se atualizar em relação às necessidades de consumo, os produtos precisam se inovar, ou serem retirados do mercado, o mercado precisa evoluir, principalmente, nas formas de entrega de produtos ao consumidor (canais de distribuição), e por último as empresas fabricantes precisam evoluir para se manterem competitivas e fornecer produtos que agradem ao consumidor, e isto pode ser visualizado esquematicamente na figura a seguir. FIGURA 19 – POSICIONAMENTO DINÂMICO FONTE: Mckenna (1992, p. 49) Cada vez mais, o mercado, em todas as suas frentes, evoluiu e o consumo de produtos será cada vez maior, e as empresas que se prepararem e acompanharem também evoluirão, mas quem não acompanhar as mudanças irá comprometer o seu futuro. Pouco tempo atrás, os supermercados não abriam aos sábados à tarde, aos domingos, aos feriados, atualmente, conforme pesquisas, sábado e domingo já são os melhoresdias de vendas destes estabelecimentos. As organizações precisam ficar atentas aos sinais de seus consumidores. TÓPICO 3 | A COMPLEXIDADE DAS RELAÇÕES COMERCIAIS NA ATUALIDADE 53 NOTA As novas necessidades de consumo, os novos valores mercadológicos do consumidor são termos recorrentes sem nossas organizações preocupadas em atender melhor este NOVO CONSUMIDOR. Trazemos a seguir parte de um texto extraído da revista eletrônica TEMÁTICA do ano de 2007, que o(a) ajudará a compreender mais alguns pontos sobre este tema. Na referência do texto, tem o site para que você possa acessá-lo e ler este texto na íntegra. BOA LEITURA! Os valores mercadológicos, uma inovação do mercado moderno O consumidor conta com um mercado muito concorrido e uma legislação mais protecionista, apoiado pelo atual Código de Defesa do Consumidor. Diante desse cenário, empresas e corporações têm recriado valores para adicioná-los a seus produtos e serviços. Em décadas passadas, os produtos e serviços não tinham diferenças que fizessem o cliente ponderar sobre sua escolha, eles simplesmente existiam. Esse quadro tem mudado muito nas últimas duas décadas; os valores intangíveis também passaram a fazer parte do cotidiano tanto das empresas como dos consumidores. Para Maurício Ganganaet et al. (2003, p. 19), “a premissa é que eles comprarão os produtos e serviços ou adotaram os conceitos das organizações que, se houver, entregarem maior valor.” De fato, maximizar o produto, através de valores objetivos e subjetivos sobre determinada corporação é uma prática cada vez maior do consumidor moderno, que cria uma expectativa de valor e age de acordo com ela. Esse é um dos motivos para que a corporação sempre esteja em constante pesquisa e coleta de informações, uma vez que, calcada nessas premissas, a empresa encontrará formas de atender às demandas mercadológicas e manter relacionamentos duradouros. O livre-comércio vem eliminando distâncias e barreiras socioculturais. Países como China e Japão, por exemplo, não encontram dificuldades para exportar produtos e concorrer de maneira nivelada com os produtos do próprio país importador. EUA e outros países da Europa, além do Brasil, rendem-se à qualidade e aos preços dos produtos chineses e japoneses, o que dá ao consumidor destes lugares a vantagem de escolher o que comprar de acordo com o seu interesse. É justamente nesse contexto que as dificuldades econômicas surgem para algumas empresas, por outro lado, surgem também as chamadas janelas estratégicas; e o gestor da comunicação, em conjunto com o empresário, deve estar pronto para aproveitar tais oportunidades. No entendimento de Gangana et al. (2003, p. 20), “sempre haverá o momento certo para aproveitar as oportunidades ou superar as ameaças.” Esse é o grande trunfo que o profissional de comunicação pode apresentar à organização. FONTE: NICOLAU, Marcos; AZEVEDO, Mitchell. A conquista do consumidor moderno. Comunicação integrada entre marketing e relações públicas. Artigo originalmente publicado na Revista Eletrônica Temática, 2007, ano 3, n. 11. Disponível em: <http://www.insite.pro. br/2007/50.pdf>. Acesso em: 12 jan. 2012. 54 RESUMO DO TÓPICO 3 A evolução dos relacionamentos comerciais foi o principal foco de estudo deste tópico, e os principais pontos estudados foram: • O consumidor é o centro das decisões de uma empresa. • Uma venda é somente uma venda, mas com um bom relacionamento, uma venda pode ser muitas vendas mais. • A complexidade na decisão do consumidor comprar está ligada a necessidades e desejos pessoais; cultura e ambiente social; marketing; relação com a MARCA e produtos concorrentes, e todos estes fatores podem influenciar mais ou menos o consumidor na hora da compra. • As cinco necessidades apresentadas no modelo de Maslow são a fisiológica, de segurança, relacionamento, estima e realização pessoal. Estão no âmago das decisões de consumo do indivíduo, sendo que as primeiras a serem trabalhadas pelo indivíduo são as fisiológicas. • A cultura de um indivíduo é influenciada pela sociedade em que ele está inserido e esta influencia a sua forma de consumir. • O marketing, principalmente, o marketing de massa e a web marketing têm uma grande influência no processo de consumo moderno. • A marca de um produto é importante para destacar o produto de seus concorrentes. • A organização precisa ficar atenta às necessidades de mercado e às ações de seus concorrentes. 55 Prezado(a) acadêmico(a)! Exercite os conhecimentos adquiridos através dos exercícios a seguir: 1 Como a internet tem auxiliado os consumidores nos processos de consumo? 2 Explique a frase: “Uma venda é somente uma venda, mas com um bom relacionamento uma venda pode ser muitas vendas mais.” 3 Faça uma análise de você como consumidor, para o produto “curso superior em faculdade”, analisando os 5 pontos relacionados à decisão de o consumidor comprar: Necessidades e desejos pessoais: _______________________________________ Cultura e ambiente social: _____________________________________________ Marketing: ___________________________________________________________ Relação com a MARCA: _______________________________________________ Produtos concorrentes: ________________________________________________ AUTOATIVIDADE 56 57 UNIDADE 2 MARKETING DE RELACIONAMENTO: UMA FERRAMENTA PARA SE DIFERENCIAR NO MERCADO OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM PLANO DE ESTUDOS A partir desta unidade, o(a) acadêmico(a), deverá ser capaz de: • conhecer os fundamentos do marketing de relacionamento; • promover a reflexão e discussão sobre as ferramentas utilizadas no marketing de relacionamento; • fomentar o debate sobre a importância do marketing de relacionamento e do CRM para uma organização. Esta unidade aprofundará os conceitos relacionados ao tema Marketing de Relacionamento e de ferramentas tecnológicas utilizadas como suporte no seu processo de desenvolvimento, que será realizado através de quatro tópi- cos assim dispostos: TÓPICO 1 – CONCEITOS APLICADOS AO MARKETING DE RELACIONAMENTO TÓPICO 2 – O COMPORTAMENTO DOS CLIENTES E DOS FORNECEDORES (INDÚSTRIA, COMÉRCIO E PRESTADOR DE SERVIÇO) TÓPICO 3 – O CRM – CUSTOMER RELATIONSHIP MANAGEMENT – GESTÃO DO RELACIONAMENTO COM O CLIENTE TÓPICO 4 – ESTRATÉGIAS DE AUTOMACÃO APLICADAS AO MARKETING DE RELACIONAMENTO 58 59 TÓPICO 1 CONCEITOS APLICADOS AO MARKETING DE RELACIONAMENTO UNIDADE 2 1 INTRODUÇÃO Já foram apresentados alguns conceitos básicos relacionados ao marketing de relacionamento na Unidade 1 deste Caderno de Estudos. É importante salientar que dentro do marketing de relacionamento iremos utilizar também alguns conceitos que você aprendeu na disciplina de Marketing. Por isso é interessante, em algum momento, você rever os conteúdos dessa disciplina. Quando uma organização está focada no marketing de relacionamento, todas as suas ações de marketing são influenciadas, e os 4 P (Produto, Preço, Praça (distribuição) e Promoção (comunicação integrada de marketing) precisam ser ajustados à filosofia de relacionamento da empresa, e por consequência, toda a sua estratégia de negócios também sofrerá um up grade. Zenone (2010, p. 51) resume muito bem esta mudança quando descreve que “a empresa deverá estar disposta a mudar, começando pela adequação do composto de marketing a partir da perspectiva do cliente integrando todas as áreas organizacionais ao redor do cliente”. Até agora falamos da relação organização e consumidor, precisamos entender que esse consumidor, pode ser também outra organização, ou seja, é um relacionamento business to business, ou como é identificado no mundo dos negócios B2B. DICAS O termo business to business (B2B) se popularizou nos últimos anos, e significa negócios realizadosentre duas empresas. Um exemplo deste tipo de negócio é quando uma montadora de automóveis compra produtos de um fabricante de peças, ou quando um prestador de serviço executa um serviço em uma empresa etc. UNIDADE 2 | MARKETING DE RELACIONAMENTO: UMA FERRAMENTA PARA SE DIFERENCIAR NO MERCADO 60 Para Gummesson (2010), nas relações comerciais, são 12 propriedades importantes para fortalecer este relacionamento, os quais estão apresentados no quadro a seguir: QUADRO 3 – 12 PROPRIEDADES IMPORTANTES PARA FORTALECER ESTE RELACIONAMENTO COLABORAÇÃO PODER LONGEVIDADE COMPROMETIMENTO, DEPENDÊNCIA E IMPORTÂNCIA CONFIANÇA, RISCO E INCERTEZA ADAPTAÇÃO PROXIMIDADE E DISTANCIA FORMALIDADE, INFORMALIDADE E TRANSPARÊNCIA ROTINIZAÇÃO CONTEÚDO PROPRIEDADES PESSOAIS E SOCIAIS PROPRIEDADES DA PROPRIEDADE FONTE: Gummesson (2010) Assim, dentro destas doze propriedades apresentadas por Gummesson (2010), a relação entre o consumidor e as organizações busca desenvolver uma COLABORAÇÃO entre as partes, de forma amistosa, em que o PODER precisa ser equilibrado, buscando uma LONGEVIDADE nos negócios. Busca-se um COMPROMETIMENTO, de tal forma que se consiga transformar esta relação comercial em uma DEPENDÊNCIA IMPORTANTE entre as partes, trabalhadas através da criação de CONFIANÇA comercial e reduzindo os RISCOS e INCERTEZAS a todos, de tal forma que os negócios sejam realizados com uma FREQUÊNCIA adequada aos negócios. Para entendermos esta frequência, vamos ao exemplo da pessoa que vai comprar um carro, o ciclo médio para a compra de um novo veículo para esta pessoa é estimado em três anos em média no mercado, logo a frequência é de três anos, já para uma família que compra pãozinho diariamente para se alimentar, a sua frequência é de um dia. Nesta relação entre as partes, elas precisam se ADAPTAR, as ofertas (empresa) e desejos (consumidores), de forma que se ATRAIAM, e para isto é fundamental que a opção de aquisição do produto ou serviço esteja PRÓXIMO, ou disponível de forma fácil para o seu consumidor. Esta relação também precisa se ajustar às questões FORMAIS (legalidade), e também da FORMALIDADE e INFORMALIDADE das transações (aqui falando da forma de se comportar e negociar, e não na questão legal do negócio), além da ROTINIZAÇÃO do negócio. Um exemplo de rotinização das atividades comerciais está simplificadamente apresentado em muitas empresas de franquia, como as lojas do Boticário, Sub Way, entre outras. O procedimento ou rotinas de atendimento são padrões entre as lojas. O CONTEÚDO está relacionado ao produto em si e aos fatores monetários do negócio. As PROPRIEDADES PESSOAIS E SOCIAIS estão relacionadas às questões de fatores ligados à idade, sexo, status etc. Por último temos a questão PROPRIEDADE DAS PROPRIEDADES, ou seja, qual é a propriedade mais importante para cada um dos lados da negociação. TÓPICO 1 | CONCEITOS APLICADOS AO MARKETING DE RELACIONAMENTO 61 Quanto mais estudamos estes pontos apresentados por Gummesson (2010), mais próximos ficamos de desenvolver estratégias de relacionamento melhores, e quanto mais aprofundamos estes conhecimentos, melhores deverão ser as estratégias desenvolvidas. Este é um fato presenciado por todos, pois quanto mais experiência nós temos, menores serão as nossas probabilidades de errar, mas, mesmo assim, ainda existe a possibilidade do erro. Stone e Woodcock (apud ZENONE, 2010, p. 7) relatam que as estratégias de relacionamento e sua implementação trazem os seguintes benefícios às organizações: 1 Aumento da retenção e fidelidade do cliente: os clientes acabam se relacionando com a empresa por períodos mais longos, realizam um número maior de transações e com maior frequência (aumento do valor de tempo de vida). 2 Maior lucratividade por cliente ou por grupos de clientes que apresentam o mesmo perfil de compra, não apenas porque cada cliente compra mais, mas em função de: • Custos menores para conquistar os clientes (e desnecessidade de conseguir tantos clientes se você deseja um volume de negócios mais ou menos estável). • Redução de custos de venda e marketing (geralmente os clientes já existem e reagem mais e melhor ao seu marketing). Conforme podemos ler: FIGURA 20 – RELACIONAMENTO É LUCRO FONTE: O autor Então vamos estudar no próximo tópico, como aplicar os conceitos nas organizações, e aprofundar os quatro pontos essenciais que devem ser trabalhados no desenvolvimento das estratégias de relacionamento. UNIDADE 2 | MARKETING DE RELACIONAMENTO: UMA FERRAMENTA PARA SE DIFERENCIAR NO MERCADO 62 2 A APLICAÇÃO DOS CONCEITOS NAS ORGANIZAÇÕES Um dos grandes problemas evidenciados pelas organizações brasileiras está no fato de que elas, através de seus profissionais, geralmente qualificados com cursos superiores, muitas vezes, após adentrarem ao campo de trabalho, esquecerem aplicar o que aprenderam na academia. Portanto, todo o conhecimento adquirido na academia, deve ser aplicado no gerenciamento dos negócios. Para Zenone (2010, p. 8), a aplicação do marketing de relacionamento pelas organizações está ligada a servir como “um bloqueio à saída dos clientes, dificultando a entrada de novos concorrentes, uma vez que os clientes já estarão “protegidos” contra outras ações”. Madruga (2006) descreve que a forma de aplicação do marketing de relacionamento nas organizações está relacionada com o profissionalismo de seus funcionários e da sua gestão. Uma gestão focada em resultado focará o relacionamento em todo o seu conjunto, conforme os quatro pontos essenciais que devem ser trabalhados no desenvolvimento das estratégias de relacionamento, ou relembrando-as: • estratégias de relacionamento; • oferta do produto (empresa e concorrentes); • pessoas; • tecnologia. Desenvolvendo estes quatro pontos, conseguimos desenvolver as 12 propriedades apresentadas por Gummesson (2010) e estudadas anteriormente. Vamos detalhar mais estes quatro pontos focais do relacionamento. A teoria complementa a prática e vice-versa. Assim, erroneamente afirmam que a prática é diferente da teoria, e isto não é a verdade, pois a teoria das disciplinas estudadas fomenta a prática. Principalmente, nas áreas de ciências humanas, esta teoria vai evoluindo. Assim, o que se usava há 10 ou 20 anos pode ser que não é correto hoje, mas foi uma evolução teórica necessária. Assim, utilize a teoria estudada e a ajuste para a nova realidade em sua organização. Sem teoria não existe prática em qualquer área do saber humano. ATENCAO TÓPICO 1 | CONCEITOS APLICADOS AO MARKETING DE RELACIONAMENTO 63 2.1 ESTRATÉGIAS DE RELACIONAMENTO As estratégias de relacionamento aplicadas pelas organizações estão relacionadas ao que elas esperam realizar para reforçar o relacionamento entre o cliente/consumidor e a empresa. Buscando entender o conceito de estratégia temos uma definição pragmática apresentada por Ansoff em 1965. Ansoff, (1977), que define estratégia como um conjunto de regras de tomada de decisão em um ambiente com condições de desconhecimento parcial de informações e ações a serem seguidas, e as decisões estratégicas tomadas são em relação à empresa e ao ecossistema em que estão inseridas. O autor ainda descreve que são três os pontos básicos no processo de definição das estratégias e são dadas por ser 1) um processo racional e formal, 2) é um processo negociado, e 3) é um processo em construção permanente. Veja a figura a seguir. FIGURA 21 – PILARES DA CONSTRUÇÃO DE UMA ESTRATÉGIA FONTE: Ansoff (1977) Como já foi mencionado neste Caderno de Estudos, são vários os elementos que podem influenciar o consumidor, quanto à organização nas questões estratégicas de relacionamento. Na figura a seguir será apresentado um resumo sobre estes elementos (fatores ligados ao consumo do cliente) e na Figura 23 (fatores ligadosa decisões das organizações). UNIDADE 2 | MARKETING DE RELACIONAMENTO: UMA FERRAMENTA PARA SE DIFERENCIAR NO MERCADO 64 FIGURA 22 – FATORES LIGADOS AO CONSUMO DO CLIENTE INFLUENCIADORES NA ESTRATÉGIA FIGURA 23 – PILARES DA CONSTRUÇÃO DE UMA ESTRATÉGIA EMPRESARIAL FONTE: Zenone (2010, p. 12) FONTE: O autor TÓPICO 1 | CONCEITOS APLICADOS AO MARKETING DE RELACIONAMENTO 65 Analisando estas duas figuras, conseguimos entender melhor o conceito de planejamento estratégico apresentado por Oliveira (1993, p. 280), quando o define como “uma metodologia gerencial que permite estabelecer a direção a ser seguida pela empresa, visando maior grau de interação com o ambiente", ou seja, os gestores com seus objetivos empresariais (Figura 23), buscando desenvolver ações futuras (estratégias) para satisfazer o mercado (Figura 22). Zenone (2010, p. 13) descreve ainda que “após analisar o potencial de compra do consumidor, a empresa deve analisar o potencial de atendê-lo”. O autor ainda apresenta uma tabela correlacionando o potencial de compra com o potencial de atendimento e estratégias de relacionamento. Veja no quadro a seguir. QUADRO 4 – POTENCIAL DE COMPRA, POTENCIAL DE ATENDIMENTO E ESTRATÉGIAS DE RELACIONAMENTO Grupo Potencial de compra Potencial de atendimento Estratégias de relacionamento 1 Alto Alto A estratégia mais adequada é a de fidelização. A empresa deve desenvolver todos os esforços para satisfazer este grupo de clientes investindo em tecnologia, processos e pessoas. 2 Alto Baixo A empresa deve aumentar sua capacidade de atendimento investindo em desenvolvimento de novos produtos/serviços ou aumentando a oferta através de alianças estratégicas e disponibilizando das formas mais convenientes. 3 Baixo Alto A empresa deve estimular o consumidor à compra a partir de técnicas de comunicação com o objetivo de aumentar o potencial. 4 Baixo Baixo Este grupo de clientes exige da empresa investimentos tanto com o objetivo de aumentar o potencial de compra como também investimentos para aumentar o potencial de atendimento. Por isso, talvez seja o caso de a empresa buscar outro mercado de atuação. FONTE: Zenone (2010, p. 14) Entre as principais estratégias de relacionamento, podemos citar: • Todas as estratégias de marketing que envolvem comunicação, trocas, relações, pessoais, via internet ou outra forma, entre as partes. • Telemarketing, 0800, Call Center, Sac. • Estratégias de fidelização. • Vendedores e atendentes que estão em contato com os consumidores. • DBM (DataBase Marketing), CRM (Customer Relationship Manager) etc. UNIDADE 2 | MARKETING DE RELACIONAMENTO: UMA FERRAMENTA PARA SE DIFERENCIAR NO MERCADO 66 NOTA Caro(a) acadêmico(a)! Para aprofundar os seus conteúdos, sugerimos a leitura do resumo do texto “Estratégias de marketing de relacionamento que realmente trazem resultados”. O texto integral encontra-se disponível em: <http://www.bretzke-marketing.com. br/textos/artigos06.htm>. Acesso em: 12 fev. 2012. Recomendamos o acesso a este site, pois a empresa é uma das referências em marketing de relacionamento e sua aplicação em organizações. O material que segue foi resumido do site apresentado acima. Estratégias de Marketing de Relacionamento que Realmente trazem Resultados O marketing de relacionamento é uma filosofia de administração empresarial baseada na aceitação da orientação para o cliente e para o lucro por parte de toda a empresa, e no reconhecimento de que se deve buscar novas formas de comunicação para estabelecer um relacionamento profundo e duradouro com os clientes, prospects, fornecedores e todos os intermediários, como forma de obter uma vantagem competitiva sustentável. Portanto, marketing de relacionamento usa as ferramentas de Database Marketing, Telemarketing e Comunicação Dirigida, assentando-se sobre informações, conhecimento e experiência (knowledge-based e experience-based): - Sobre a tecnologia na qual compete; - Sobre a sua concorrência; - Sobre os seus clientes; - Sobre novas fontes de tecnologia que podem alterar o ambiente competitivo; - Sobre sua própria organização: 1. capacidades, 2. planos, 3. recursos, e 4. maneira de fazer negócio. Visando ao desenvolvimento de estratégias que objetivem, entre outros, o aumento da lealdade e o incremento das vendas. As principais características do marketing de relacionamento relacionadas com o paradigma de kwoledge-based, segundo McKenna, são: a) A integração do cliente no processo de planejamento dos produtos ou serviços, para garantir que os mesmos sejam desenvolvidos, não somente em função das necessidades e desejos do cliente, mas também de acordo com a sua estratégia. Isto é válido, principalmente, no mercado business-to-business. TÓPICO 1 | CONCEITOS APLICADOS AO MARKETING DE RELACIONAMENTO 67 b) O desenvolvimento de nichos de mercado onde o conhecimento da empresa sobre canais de distribuição e identificação de segmentos, leva a um ganho de mercado. c) Desenvolvimento da infraestrutura de fornecedores, vendas, parceiros, governo, e clientes, em que o relacionamento irá ajudar a criar e sustentar a imagem da empresa e o seu desenvolvimento tecnológico. Quanto aos aspectos de experience-based, o marketing de relacionamento enfatiza a interatividade, conectividade e criatividade, significando que: d) A empresa irá despender esforços mercadológicos e tempo com os seus clientes, monitorando constantemente as mudanças que ocorrem no ambiente competitivo, através de um Sistema de Suporte a Decisões Mercadológicas, possuindo um afinado sistema de Market Intelligence integrado a toda a empresa. e) Monitoramento constante da concorrência, dentro do conceito definido por Porter onde uma análise da concorrência é usada como um importante ponto de partida para prever as condições futuras da indústria. Em que os prováveis movimentos de cada concorrente e da sua capacidade de responder a mudanças pode determinar a perda ou ganho de vantagem competitiva da empresa. f) Desenvolvimento de um Sistema de Análise Mercadológica, que pelo feedback, (principalmente pela mensurabilidade) retorna a informação sobre mercado, concorrência, e comportamento dos clientes, fornecedores e outros intermediários, para o Sistema de Suporte à Decisão, aperfeiçoando o próprio sistema e permitindo uma tomada de decisão ágil e consistente, num processo contínuo de adaptação às condições mutantes do ambiente competitivo. A experiência nos tem mostrado que o marketing de relacionamento é aplicado com sucesso nas seguintes linhas estratégicas: 1. Suporte à Força de Vendas O marketing de relacionamento, como suporte à força de vendas, permite aumentar a produtividade do vendedor, realizando para ele todas as atividades de prospecção, apoio (ex.: envio de informações para o cliente), liberando tempo para que o vendedor se dedique ao trabalho de negociação e fechamento da venda. As funções específicas do MKR (marketing de relacionamento) como suporte à força de vendas são as seguintes: 1. Fazer a prospecção de clientes potenciais, separando aqueles efetivamente interessantes da enorme massa de compradores aparentes. Em outras palavras, identificar os prospects entre os suspects. 2. Identificar todas as pessoas chaves na cadeia decisória de compra do produto ou serviço para atingi-los com informações que deem sequência ao processo de vendas. UNIDADE 2 | MARKETING DE RELACIONAMENTO: UMA FERRAMENTA PARA SE DIFERENCIAR NO MERCADO 68 3. Através da informatização e estruturação de um Database, acionar campanhas de comunicação segmentada - através de comunicação dirigida (Mala Direta) ou telemarketing - visando romper barreiras iniciais, fornecer argumentos básicos, fazer uma pré-venda do conceito do produto/serviço e, acima de tudo,colocar o vendedor em uma posição favorável perante o prospect já predisposto a iniciar a negociação. 4. Gerenciar o trabalho de vendas, pois ao qualificar o prospect através do MKR, a empresa entrega para seus vendedores apenas as oportunidades realmente interessantes, tornando o esforço de vendas mais eficiente e controlável, impedindo que boa parte dessa função de Marketing fique na dependência do estilo pessoal e da sorte de cada vendedor. Isto é possível através da construção de algoritmos que percorrem, o database. 5. Apoiar todo o processo de venda. Pois, com as informações contidas no database sobre cada prospect - tais como decisores efetivos, comportamento de compra e perfil da empresa, entre outras - o vendedor pode ser mais eficiente em todo o seu trabalho, contando com excelente apoio do sistema de marketing de relacionamento para agilizar até o fechamento da venda. 6. Possibilitar uma perfeita mensuração de resultados. Pela capacidade de acompanhamento do sistema e o controle objetivo da ação do vendedor, a empresa pode avaliar com precisão os resultados do trabalho de cada um e aferir a eficácia de sua força de vendas como um todo. 2. Geração de Leads É uma das aplicações como maior potencial de crescimento, inclusive no Brasil. Consiste numa série de ações que buscam gerar nomes qualificados para revendedores e força de vendas. 3. Cross Selling É a venda de outro produto (complementar ou não) a clientes ou consumidores atuais de um determinado produto. Através das ferramentas que dão suporte ao Marketing de Relacionamento, são detectadas as necessidades e as oportunidades de venda: - O Banco de Dados e sistemas de suporte à decisão permitem identificar público-alvo, produto/necessidade. - O telemarketing e a comunicação dirigida possibilitam a ativação e estímulo à compra e meio de resposta. 4. Vendas Diretas A aplicação do ferramental do marketing de relacionamento como canal de vendas (ativo ou receptivo), fazendo parte dos canais de marketing para venda e distribuição de produtos e serviços tem sido bem-sucedidas no Brasil. TÓPICO 1 | CONCEITOS APLICADOS AO MARKETING DE RELACIONAMENTO 69 O canal de marketing tradicional normalmente pode ter vários intermediários, entre o fabricante e o consumidor final, diferente da venda direta. Nesta última, as duas principais funções do canal de distribuição são: 1. Como intermediário 2. Como agente facilitador As principais características do Canal de Venda Direta são: Imediatismo "immediacy": Concentração Personalização Mensurabilidade • A mensurabilidade é particularmente importante na aferição dos resultados do canal de vendas, pois permite o teste. O teste pode ser realizado em relação: - Ao mix de mídia utilizado. - À estratégia de comunicação. - Ao tipo de oferta. - Ao produto ou mix de produtos (principalmente no caso de catálogos). Conveniência. 5. Promoção de Vendas Através do Banco de Dados é possível segmentar a base de clientes utilizando critérios como o FRVC (Frequência, Regência, Valor e Categoria de Produto). E assim, realizar promoções dirigidas, de acordo com a necessidade da empresa (desova de estoques etc.) e o potencial de conversão do cliente. Além disso, pode-se "premiar" os melhores clientes com ofertas especiais, descontos diferenciados, gerando satisfação, oportunidade e conveniência. 6. Programas de Fidelização A decisão de repetir a compra pode estar baseada em fatores objetivos e subjetivos. A fidelização pode resultar de características intrínsecas e extrínsecas dos produtos ou de valores. Nos dois casos a fidelidade se relaciona com a satisfação com o produto ou seus atributos - essa satisfação pode ser real ou apenas uma percepção. Estimular a repetição da compra através de um círculo vicioso de desconto e promoções faz com que os consumidores comprem o produto ou serviço por razões periféricas às qualidades dos mesmos. Para construir a fidelização é essencial entender as necessidades, desejos e valores, pois constantemente a comunicação, nesse contexto, deve reforçar a percepção sobre o produto ou serviço com a mensagem certa, na hora certa. FONTE: Adaptado de: <http://www.bretzke-marketing.com.br/textos/artigos06.htm>. Acesso em: 12 fev. 2012. UNIDADE 2 | MARKETING DE RELACIONAMENTO: UMA FERRAMENTA PARA SE DIFERENCIAR NO MERCADO 70 Quando falamos sobre estratégias de relacionamento, podemos lançar mão de diversas opções nos mais variados focos de marketing, mas o que precisamos entender, é que elas precisam estar concatenadas com os objetivos organizacionais, a necessidade do consumidor, e preferencialmente ter os outros três pontos também atendidos. Vamos entender os demais elementos chaves para trabalhar o relacionamento. 2.2 OFERTA DO PRODUTO (EMPRESA E CONCORRENTES) Um dos grandes focos para o relacionamento do consumidor e a organização está relacionado com os produtos por ela ofertados no mercado. O consumidor busca se relacionar com as organizações e adquirir produtos que sejam compatíveis com as suas necessidades e desejos pessoais, influenciados pelos diversos fatores ambientais e sociais. A oferta de produtos está relacionada a: • Características específicas dos produtos. • Características técnicas. • Design. • Características físicas (odor, peso etc.). • Características da oferta: preços, condições de pagamento, promoção etc. • Características de oferta da empresa (características de negociação, como exemplo venda casada etc.). • Característica de oferta de concorrência (exemplo: a influência de prazo de garantia dado pela concorrência em um produto etc.). • Características especiais do produto. Veja o exemplo apresentado a seguir. Para você entender um pouco sobre produtos procurados por públicos específicos, podemos citar um dos cafés mais caros do mundo O café é comido por jacus (aves) e depois é expelido pelas fezes e recolhido. Depois as sementes são processadas gerando um dos cafés de mais fino sabor. Veja um pouco mais sobre este café: Café do Jacu, caro e exótico 26/03/2009 Autor: Julio Huber TÓPICO 1 | CONCEITOS APLICADOS AO MARKETING DE RELACIONAMENTO 71 A TRIBUNA - VITÓRIA-ES - DOMINGO - 22/03/2009 – REGIONAL – Página 14 Em Domingos Martins, café feito com sementes ingeridas pelo pássaro jacu é vendido a cerca de R$ 240,00 o quilo Você já imaginou tomar um cafezinho feito com os grãos tirados das fezes de uma ave? E se esse café custasse algo em torno de R$240,00 o quilo? Esse café existe. Trata-se do Jacu BIRD Coffee, ou Café do Jacu, que é produzido na fazenda Camocim, em Pedra Azul, Domingos Martins. Parece estranho, mas esse café exótico é um dos mais caros do mundo e o mais caro do Estado. Para se ter uma ideia, a maior parte da produção é vendida para as melhores cafeterias de Tóquio, Londres, Los Angeles e São Francisco. No Espírito Santo, apenas a Casa do Porto, em Vitória, a Estalagem Petra e o restaurante Don Lorenzoni, em Pedra Azul, comercializam o Café do Jacu. O motivo de ser tão caro, e raro, é porque passa por um processo diferente dos tradicionais. Os grãos do Jacu Bird são colhidos das fezes de uma ave chamada jacu, que come os melhores frutos do cafeeiro, aqueles sem defeito e completamente maduros. Considerado uma ameaça para o lucro dos cafeicultores, pois em certos cafezais comiam até 10% da produção, o jacu passou de vilão a grande colaborador do cafeicultor e empresário Henrique Sloper, proprietário da Fazenda Camocim, em Domingos Martins. Após saber que o café mais caro do mundo – o Kopi Luwak –, da Indonésia, é produzido a partir dos grãos encontrados nas fezes do civeta, um tipo de gato selvagem, Sloper resolveu fazer a experiência com os grãos encontrados nas fezes dos jacus que devoravam a produção de arábica em sua propriedade. E oresultado o deixou animado. Além de ser um produto exótico, o sabor do café surpreendeu até os melhores especialistas em degustação do país. A provadora e consultora de café de São Paulo Eliana Relvas provou o Café do Jacu e afirmou que vale a pena. “O sabor desse café é equilibrado e muito bom. Fica um gosto bom na boca. O mais diferenciado é que se trata de um produto exótico”, disse Eliana. A primeira produção do Café do Jacu ocorreu em 2006, com poucos quilos. Em 2008, atingiu cerca de 150 quilos. Agora, toda a produção é exportada. O preço? Quem dá é o produtor, que só vende quando encontra alguém que pague o valor que ele quer. “Por ser um produto exótico e o único no mundo, só vendo quando o meu comprador paga o valor que eu estipulo. Essa é uma prova de que a natureza e o homem podem viver em harmonia, pois sem o jacu esse café seria como outro qualquer”, disse Sloper. UNIDADE 2 | MARKETING DE RELACIONAMENTO: UMA FERRAMENTA PARA SE DIFERENCIAR NO MERCADO 72 PRODUTO É SUCESSO EM RESTAURANTES DOMINGOS MARTINS – A procura pelo Jacu Bird Coffe vem aumentando em restaurantes e cafeterias no Estado, como na Estalagem Petra, em Pedra Azul, restaurantes Don Lorenzoni, em Venda Nova do Imigrante, e Casa do Porto, na Praia do Canto, Vitória. O proprietário do restaurante Don Lorenzoni, Fernando Lorenzoni, disse que o estabelecimento já se tornou referência na venda do Café do Jacu. Segundo ele, são vendidos pelo menos 150 cafezinhos por mês, a R$ 8,00 cada. “Quem já experimentou, não quer saber de outro. Começamos a vender o produto há uns oito meses e a procura só tem aumentado. Com a chegada do inverno, acredito que será ainda melhor. Após saborear as nossas massas especiais, nada melhor que tomar um Café do Jacu”, disse. A atendente da Estalagem Petra Priscila Machado Moraes observou que muitas pessoas que não conhecem o café se assustam quando são informadas que o motivo do alto preço é em função dos grãos serem retirados das fezes do Jacu. “Muitas pessoas conhecem o café e vêm aqui só para comprá-lo. Mas, quem pergunta o motivo do preço diferenciado fica assustado quando explicamos”, comentou. A Casa do Porto, na Praia do Canto, Vitória, também vende o exótico café. Lá, são oferecidos em sachê, para preparar um cafezinho, além do pacote com 250g de pó ou de grãos torrados. OS PREÇOS CASA DO PORTO, PRAIA DO CANTO, VITÓRIA Sachê para um cafezinho: R$ 2,50 Pacote com 250g do pó: R$ 59,00 ESTALAGEM PETRA, KM 90 DA BR-262, PEDRA AZUL Pacote com 250 gramas do pó: R$90,00 Um cafezinho do jacu: 4,50 Cafezinho tradicional: R$ 0,50 RESTAURANTE DON LORENZONI, KM 102 DA BR-262, VENDA NOVA DO IMIGRANTE Cafezinho do jacu: R$ 8,00 Pacote com 250 gramas do pó: R$90,00 OBS: No Restaurante Sampaulim, localizado na Rod. ES 164, Km 69 em Pedra Azul, o Café Jacu Bird pode ser degustado por R$ 7,00 a xícara. FONTE: HUBER, Julio. Café do Jacu, caro e exótico. Disponível em: <http://www. revistacafeicultura.com.br /index.php?tipo=ler&mat=20245>. Acesso em: 21 jan. 2012. TÓPICO 1 | CONCEITOS APLICADOS AO MARKETING DE RELACIONAMENTO 73 Lembre-se do seu manual, “não basta saber, tem que saber fazer”, por isso, como forma de fixação deste conhecimento, faça uma pesquisa sobre outros produtos diferenciados, que podem ser encontrados no mercado e escreva-os. AUTOATIVIDADE O produto é um elemento fundamental, para o sucesso das estratégias de relacionamento, pois os clientes somente terão interesse em se relacionar com empresas que possuam produtos adequados a sua necessidade e desejo, e vimos ações mais fortes de relacionamento em produtos com maior grau de sofisticação, status. Sem um produto ou serviço adequado, não se consegue manter estratégias de relacionamento consistentes. 2.3 PESSOAS As pessoas referidas aqui nestes fatores chaves são todas envolvidas dentro e fora da organização e têm contato direto ou indireto com o cliente. Quando tratamos de pessoas em relação ao marketing de relacionamento, temos que analisar dois grandes fatores, que são: Pessoas adequadas para tratar com os clientes. Um ponto importante a ser considerado é a postura, a forma de trabalho e atendimento. São muitos os fatores que temos que considerar neste ponto, mas o primeiro ponto a ser considerado é ajustar o perfil do atendente com o perfil do cliente, levando-se em conta o objetivo de seu trabalho na organização. Assim, quem atender ao cliente para executar uma venda, precisa estar sintonizado com ele, ser amistoso, além de gerar confiança, entre outros fatores. Já para quem vai trabalhar com a área de garantia (pós-vendas), precisa gerar confiança no cliente, maturidade de entender os problemas gerados pelos produtos (já que o cliente não pode ter e usufruir do mesmo por algum tempo). Estes são alguns exemplos de perfis para determinadas empresas se ajustarem as suas necessidades. Cada organização precisa identificar os perfis adequados a cada função de contato com o cliente. Conforme um dito popular no mundo dos negócios: UNIDADE 2 | MARKETING DE RELACIONAMENTO: UMA FERRAMENTA PARA SE DIFERENCIAR NO MERCADO 74 As pessoas são o principal ativo de um negócio. FONTE: Disponível: <http://www.oemprego.com.br/blog/5-maneiras-de-se-divertir-mais-no- trabalho/>. Acessado em: 12 fev. 2012. Treinamento O treinamento é um dos elementos essenciais para o sucesso de um programa de relacionamento, pois é aí que iremos ensinar as pessoas a como deverão agir sobre os diversos pontos relacionados à questão das estratégias de relacionamento. Ou seja, o treinamento é fundamental para o sucesso das estratégias de relacionamento. Muitas estratégias de relacionamento não atingem os seus objetivos, porque as pessoas não receberam as orientações adequadas para colocá-las em prática. Por isto planeje adequadamente todos os pontos essenciais da estratégia de relacionamento nestes quatro elementos que são estudados de forma detalhada. Elabore um treinamento adequado abrangendo todos estes fatores. ATENCAO Por último, falaremos sobre as tecnologias necessárias para dar suporte às estratégias de relacionamento. TÓPICO 1 | CONCEITOS APLICADOS AO MARKETING DE RELACIONAMENTO 75 Customer Relationship Management ou Gerenciamento do Relacionamento, como o próprio nome indica é a integração entre o Marketing e a tecnologia da Informação para prover a empresa de meios mais eficazes e integrados para atender, reconhecer e cuidar do cliente, em tempo real e transformar estes dados em informações que disseminadas pela organização permitem que o cliente seja “conhecido” e cuidado por todos. 2.4 TECNOLOGIA As estratégias de relacionamento modernas estão intimamente interligadas com as novas tecnologias de informação e têm evoluído constantemente. Atualmente, os softwares (programas computacionais) e hardwares (equipamentos) têm evoluído de modo a dar suporte às questões de velocidade de processamento e de respostas rápidas aos consumidores. A tecnologia sempre foi uma aliada do marketing de relacionamento, começando com o telefone, o 0800, telemarketing, call center, DBM (Database Marketing), CRM, redes de relacionamento etc., e vem evoluindo constantemente, por isto, precisamos ficar atentos às novidades tecnológicas para as nossas estratégias. Podemos afirmar categoricamente que as estratégias de relacionamento poderiam ficar comprometidas, se não houvesse um avanço contínuo da tecnologia. Atualmente, a principal tecnologia estratégica esta no CRM integrado ao ERP da organização, com a interação com as redes sociais. Pois conforme Bretzke (2012), o CRM pode ser entendido como: FONTE: Disponível em: <http://www.bretzke-marketing.com.br/textos/artigos04.htm>. Acesso em: 17 mar. 2012. UNI Nos Tópico 3 e 4 desta unidade, você estudará mais aprofundadamente as questõestecnológicas, CRM e suas ferramentas utilizadas no marketing de relacionamento. A tecnologia é algo que geralmente instiga as pessoas, estamos disponibilizando um texto extraído do site: Disponível em: <http://www.techoje.com.br/site/techoje/categoria/ detalhe _artigo/835>. Acesso em: 12 fev. 2012. O texto a seguir, aborda alguns pontos interessantes para sua reflexão. ATENCAO UNIDADE 2 | MARKETING DE RELACIONAMENTO: UMA FERRAMENTA PARA SE DIFERENCIAR NO MERCADO 76 AUTOMAÇÃO DO RELACIONAMENTO De acordo com Madruga (2004), incrivelmente, enquanto a automação do relacionamento com o consumidor é disseminada nas organizações, cresce a necessidade de colaboradores mais experientes e hábeis para negociações especiais com clientes. Inicialmente, há uma concorrência de recursos, mas como a demanda reprimida por relacionamento é muito grande, haverá nos próximos anos diversas ofertas de novos empregos no setor de relacionamento com o consumidor. Ainda para Madruga (2004), a gestão do relacionamento com o cliente nos ensina que seu comportamento é paradoxal. Embora a tecnologia viabilize o contato entre ele e a empresa, há sinais de que o excesso de automatização pode não ser bem recebido por uma categoria de clientes que gostariam de um atendimento humano e especializado. As organizações, motivadas pelos resultados de automação e perspectiva de redução de custos, continuam investindo. Segundo Persona (2007), o lado nefasto dessa tecnologia, pelo menos para quem vende, é que o cliente tem também poder para divulgar aos quatro ventos sua insatisfação com a compra, com o produto e até com o vendedor, o que não é nada agradável. Percebendo tudo isso, o profissional de vendas irá enxergar que também pode fazer uso das novas tecnologias para se antecipar ao cliente que é o real papel de quem vende deve assumir. Se antes a venda não passava de atender a uma necessidade ou desejo, hoje ela deve ir além e apontar perspectivas futuras. Madruga (2004) afirma que a tecnologia definitivamente é uma grande aliada do profissional de marketing de relacionamento, desde que ele saiba dominá-la. Já foi o tempo em que as pessoas que trabalhavam na gestão do relacionamento com o cliente se orgulhavam de anotar tudo em papel e de não precisarem de computador. As novas exigências dos consumidores definitivamente transformaram rotinas de trabalho burocráticas e manuais em workflows inteligentes, integrados por computadores e operacionalizados por colaboradores competentes. Para Persona (2007), tudo o que puder ser automatizado será, portanto a venda verdadeira, aquela que informa, ajuda, esclarece e cria um momento de satisfação e encanto, continuará a existir, porque máquinas não conseguem criar um momento emocional como fazem os humanos. Madruga (2004) comenta que o CRM e o marketing de relacionamento andam lado a lado e juntos formam uma força empresarial sem precedentes na conquista, gestão e satisfação dos clientes. Os profissionais que entenderem essa sinergia poderão se beneficiar com resultados sustentados e duradouros. TÓPICO 1 | CONCEITOS APLICADOS AO MARKETING DE RELACIONAMENTO 77 Segundo Madruga (2004), assim como os profissionais de vendas, executivos de todo o mundo estão repensando a forma de gerenciar o relacionamento com clientes e, definitivamente, estão se voltando para construir estratégias e dirigir recursos para as áreas que interagem com os clientes e parceiros. Madruga vem advogando junto com tantos outros renomados brasileiros, há muitos anos, para que o marketing estratégico, o marketing direto, o call center, o e-commerce, o varejo e a força de vendas entrem definitivamente na era do marketing de relacionamento, CRM e no processo de venda consultiva. FONTE: LORETO, Alessandra F. et al. Marketing de relacionamento e o papel do engenheiro de vendas. Disponível em: < http://www.techoje.com.br/site/techoje/categoria/detalhe_artigo/835>. Acesso em: 12 fev. 2012. O marketing de relacionamento é um processo que continuamente precisamos desenvolver e quando aplicamos estes quatro pontos de forma profissional, os resultados poderão ser sentidos por todos, e principalmente pelos clientes que deverão ser atendidos dentro de suas expectativas. Vamos agora estudar como as organizações trabalham o marketing de relacionamento. 3 AS ORGANIZAÇÕES E O MARKETING DE RELACIONAMENTO O marketing de relacionamento é aplicado em todas as organizações existentes, mas o que diferem entre as suas concepções está na forma como é implantado, e principalmente como ela é trabalhada na cultura da empresa. Uma empresa que tem uma cultura de relacionamento bem estruturada, também terá os quatro pontos focais do marketing de relacionamento bem estruturados, principalmente estruturados para gerar o crescimento da empresa e consequentemente dar mais lucro. Demo e Ponte (2008, p. 23) afirmam que um dos principais pontos que uma estratégia de relacionamento é a “decisão estratégica mais importante é a escolha dos clientes estratégicos” e os autores apoiam esta definição afirmando que “Todos são importantes (clientes), porém invariavelmente, alguns são mais lucrativos que outros para a empresa.” As ferramentas tecnológicas como o CRM, permitem aos gestores, juntamente com os analistas de CRM, identificar estes clientes mais lucrativos, como também outros pontos estratégicos ao sucesso do negócio. (figura a seguir) UNIDADE 2 | MARKETING DE RELACIONAMENTO: UMA FERRAMENTA PARA SE DIFERENCIAR NO MERCADO 78 FIGURA 24 – OS DOIS TIPOS DE CLIENTES EMPRESARIAIS FONTE: O autor O mundo do consumo é dinâmico e, conforme o tipo de consumidor, nós teremos produtos específicos ao seu consumo. Podemos ver no quadro a seguir, que conforme o tipo de produto, temos que ter ações específicas de relacionamento entre clientes e empresa. QUADRO 5 – CLASSIFICAÇÃO DE PRODUTOS E CARACTERÍSTICAS COMODITIES PRODUTOS DE USO INTERMEDIÁRIO PRODUTOS SUPÉRFLUOS DE GERAÇÃO DE STATUS Uso comum diário Baixo esforço de aquisição Grande consumo Baixo custo Produtos padronizados Marketing de relacionamento de massa Alto consumo Não gera status o seu consumo Produtos de grande uso com alguma diferenciação Esforço pra aquisição médio baixo Custo médio / baixo Produtos com diferenciação Marketing de relacionamento de massa Médio / alto consumo Diferenciação mas não gera status Produtos diferenciados Vendas em locais diferenciados ou exclusivos Esforço de aquisição alto e exclusivo Grande valor agregado Marketing diferenciado Grande valor no relacionamento diferenciado Baixo consumo Status FONTE: O autor Dentro deste esforço de relacionamento, as organizações precisam ajustar a sua conduta de trabalho, e, conforme apresentado por Gummesson (2010), Madruga (2006), Poser (2005), esta mudança precisa ser arraigada inclusive na cultura da organização. Conforme foi apresentado no tópico anterior, as pessoas devem ser o foco principal desta ação. Para que as organizações se estruturem adequadamente para entender o cliente e atendê-lo, elas precisam conforme Madruga (2006), desenvolver um bom sistema de CRM, implantando um processo de trabalho em toda a organização orientado para atender ao cliente em suas necessidades, suportadas uso intenso da TÓPICO 1 | CONCEITOS APLICADOS AO MARKETING DE RELACIONAMENTO 79 informação do cliente, suportado por sistemas de informatização das atividades de vendas, marketing e serviços. DICAS O Database Marketing (DBM), junto com o sistema de ERP (Enterprise Resourcing Planning) da empresa e o conjunto de filosofia do CRM com os seus softwares, e a integração de todas estas ferramentas é que permitem aos funcionários desenvolverem uma rede de relacionamento com os clientes da organização, pois sem informação, como um funcionáriopoderá resolver os problemas dos clientes? Conforme Bretzke (2012): Essa integração singular pressupõe que a empresa esteja disposta a manter um relacionamento suportado por processos operacionais mais ágeis e selecione a tecnologia adequada, e isto requer metodologia, expertise e experiência comprovada neste tipo de solução. É uma grande virada no conceito de atendimento ao cliente, que extrapola a prática existente em qualidade, e possibilidade de aumentar a fidelidade do cliente e consequentemente a rentabilidade. FONTE: Disponível em: <http://www.bretzke-marketing.com.br/textos/artigos04.htm>. Acesso em: 17 mar. 2012. Atualmente todos os esforços dentro das organizações estão sendo realizado no sentido de aumentar a sua rentabilidade, é por isto, que as estratégias de relacionamento é tão primordial para as organizações. NOTA Como aprendizado complementar, sugerimos que o acadêmico(a) assista ao vídeo “Tá dando onda”, e correlacione o filme com o tema relacionamento estudado neste tópico. BOM FILME! UNIDADE 2 | MARKETING DE RELACIONAMENTO: UMA FERRAMENTA PARA SE DIFERENCIAR NO MERCADO 80 LEITURA COMPLEMENTAR NOTA Como leitura complementar, sugerimos a leitura do texto de Carlos Eduardo Machado Munhoz, publicado no site: <www.portaldomarketing.com.br>, que traz a temática do marketing de relacionamento para a sua aplicação a pequenas empresas. O MARKETING DE RELACIONAMENTO PARA PEQUENAS EMPRESAS Diversas fontes de informação relacionadas a novas formas de gestão empresarial têm abordado uma ferramenta que vem ganhando espaço em grandes empresas no mundo inteiro, o CRM (Customer Relationship Management, ou Gerenciamento de Relacionamento com o Cliente). Nestas recentes discussões têm sido apresentados valores elevados quando se fala sobre o custo para implementação do CRM – valores que podem variar entre R$ 20 mil e R$ 5 milhões. A primeira coisa a se esclarecer quando o assunto é CRM diz respeito justamente a estes valores apresentados. Ao contrário do que muita gente pode ser levada a pensar, o CRM não se resume a um software que a empresa compra, instala e começa a usar. Se isto fosse verdade, bastaria a empresa instalar o software de CRM (e há vários no mercado) para dizer que faz o marketing de relacionamento – o que está muito longe da realidade. O marketing de relacionamento, antes de resumir-se a um software, é na verdade uma filosofia da empresa. Premissa: é necessário haver um relacionamento com o cliente para que só então ele possa ser gerenciado. Muitas empresas têm adotado softwares sofisticados de gerenciamento com o cliente, mas esquecem-se de que elas deveriam, antes, construir um relacionamento com seus consumidores – e isso não é tarefa para nenhum software. Primeiramente, tentemos compreender que “relacionamento” é uma palavra com significado bastante objetivo: pode haver um relacionamento entre duas pessoas (amizade, casamento etc.), entre duas empresas (fornecedor- comprador, produtor-distribuidor etc.) e finalmente entre a empresa e seus consumidores. Muitas características são comuns a todos estes relacionamentos. A princípio, o respeito: seja o respeito para contratos e/ou normas estabelecidas de comum acordo, seja pelo respeito às características individuais (e únicas) de cada um dos envolvidos no relacionamento para com a outra parte. TÓPICO 1 | CONCEITOS APLICADOS AO MARKETING DE RELACIONAMENTO 81 Com isso em mente fica mais fácil entender o marketing de relacionamento: ele será o responsável por gerenciar, da melhor forma, o relacionamento da empresa com seus consumidores, fornecedores, outras empresas (concorrentes inclusive) etc. Neste ponto a filosofia do CRM vai ser a grande diferença – desde que bem aplicada. O cliente tem uma percepção de produto que engloba diversos fatores: preço, qualidade, entrega no prazo, utilidade, atendimento, durabilidade etc. Estes fatores variam, evidentemente, de acordo com os produtos envolvidos. No geral, podemos dizer que a percepção de produto por parte com consumidor se divide entre itens tangíveis e intangíveis - os tangíveis são aqueles facilmente mensuráveis, como preço (pode ser diretamente comparado, em números). Os elementos intangíveis, entretanto, são o grande diferencial entre os mais diversos produtos, especialmente os do tipo commodity. Aos fatores intangíveis cabe a tarefa de mostrar ao cliente que a empresa é única, e trata cada um de seus clientes de maneira igualmente única – são itens como o tipo de atendimento, a presteza de informações, a eficácia na resolução de problemas, a percepção das atuais e futuras necessidades e desejos de seus clientes etc. A percepção intangível é difícil de ser medida, mas recentemente tem sido extremamente valorizada. O CRM surgiu então como uma poderosa ferramenta (na visão de muitos, erroneamente, trata-se apenas de um software para gerenciar o relacionamento, quando na verdade o CRM diz mais respeito à filosofia do que à tecnologia) para valorizar a percepção do intangível por parte do cliente. Levantamento realizado pelo Ibope apontou que 58% das pessoas que compram via Internet o fazem por conveniência, 49% são atraídos pela facilidade de fazer pesquisas/comparações, e 43% pelo preço. Vemos que entre as 3 respostas mais votadas, duas são aspectos intangíveis - somente o preço pode ser facilmente medido. No mesmo levantamento - realizado uma semana antes do Dia das Mães de 2001 - concluiu-se que 80% pretendem voltar a comprar pela Internet em datas especiais. Ou seja: esses 80% serão atraídos pelos aspectos intangíveis da percepção do produto - e podem representar um volume generoso financeiramente. Devemos lembrar que essas características não existem apenas no comércio eletrônico, mas também no varejo “tradicional”. O Banco do Brasil, por exemplo, tem que gerenciar o relacionamento com cerca de 13 milhões de correntistas - seria impossível fazer isso sem a informática. Entretanto, é inútil investir em tecnologia e esquecer-se de que as pessoas são o mais importante do processo de gerenciar o relacionamento. Daí a necessidade de investir nos funcionários juntamente com os investimentos em equipamentos/ softwares. O funcionário precisa ter novas visões da função de atendimento ao cliente, precisa estar preocupado e motivado em demonstrar a vontade de criar vínculos com o consumidor em nome da empresa etc. UNIDADE 2 | MARKETING DE RELACIONAMENTO: UMA FERRAMENTA PARA SE DIFERENCIAR NO MERCADO 82 A partir de uma breve análise de estudos e pesquisas realizadas entre as micro, pequenas e médias empresas brasileiras, é possível afirmar que grande parte delas já tem um relacionamento com o seu cliente, em decorrência principalmente do seu próprio tamanho: diferentemente do Banco do Brasil, por exemplo, as pequenas empresas não têm cerca de 13 milhões de clientes diretos. Desta maneira, o investimento necessário para se ter um sólido marketing de relacionamento diminuiu, na mesma proporção: os sistemas informatizados (hardware+software) necessários para gerenciar 1.000 clientes exigem um investimento muito menor do que aqueles demandados por 13 milhões de clientes. Desta maneira, o investimento em TI (Tecnologia de Informação) não deve ser tido como um fator restritivo para que micro e pequenas empresas adotem o marketing de relacionamento – analisemos, por exemplo, uma pequena empresa do comércio. Atualmente é possível comprar um microcomputador, com no máximo, R$ 1.500,00. O investimento em software varia muito de acordo com as necessidades de cada empresa – mas, como exemplo, suponhamos que a empresa invista mais R$ 1.500,00 em alguns aplicativos básicos (softwares para gerenciamento de e-mails e fax, banco de dados, planilha eletrônica e editor de textos). Isso é tudo que a empresa precisa, em termos de equipamentos(hardware + software), para iniciar o marketing de relacionamento. O próximo passo será crucial: mostrar aos funcionários a importância do bom relacionamento com os clientes – e isso não inclui APENAS o bom atendimento na hora da venda, mas principalmente a manutenção de um RELACIONAMENTO de longo prazo, no qual o respeito seja indispensável. Com o fator humano bem aliado ao fator tecnológico, o marketing de relacionamento mostra-se consideravelmente simples: caberá à empresa (o pequeno comércio do nosso exemplo) cadastrar seus clientes, montando um banco de dados completo, que deverá ser constantemente atualizado. Este banco de dados (BD) deverá ser montado com o consentimento de cada um dos clientes incluídos, para evitar “chateações” como malas-diretas sem propósito, ligações telefônicas inoportunas etc. O BD deverá contemplar, ainda, registros do histórico de cada cliente: o que ele comprou, quando, como pagou etc. O primeiro passo é tentar identificar padrões nas compras, formas de pagamento, datas das compras, volume, tipo de entrega (cliente retira ou solicita o transporte), local da entrega, entre outros fatores. Deverão ser priorizados aqueles fatores relevantes para a empresa – e detalhá-los sem conhecer bem a empresa em questão é impossível. Na sequência, deve-se verificar se é possível agrupar os clientes em diferentes características – por exemplo: a empresa pode ter o grupo de clientes que sempre parcela o pagamento no cheque, outro grupo que sempre paga à vista e pede descontos, um terceiro grupo que paga sempre com cartão de crédito e assim por diante. Novamente: os fatores utilizados para “filtrar” os diferentes grupos (processo chamado de “segmentação”) devem ser escolhidos conforme cada caso específico. TÓPICO 1 | CONCEITOS APLICADOS AO MARKETING DE RELACIONAMENTO 83 O próximo passo é um pouco mais complicado: abrange a análise detalhada dos dados mostrados a partir da manipulação deste banco de dados dos clientes, para que a empresa consiga determinar quais estratégias deverão ser utilizadas. Podemos, ainda utilizando o exemplo do comércio, citar uma característica relativa ao mix de produtos da loja (ou seja, o portfólio de produtos que a loja oferece aos clientes): possivelmente uma análise de dados, realizada em conjunto com uma pesquisa feita entre os clientes mais lucrativos (é fundamental segmentar os clientes em termos de lucratividade, pois geralmente 20% dos clientes são responsáveis por 80% das receitas), possa indicar se os clientes têm sentido falta de algum produto em especial. A partir desta constatação, é necessário verificar o custo de oportunidade de incluir novos itens no mix de produtos. O mesmo raciocínio vale, evidentemente, para um “enxugamento” do portfólio, excluindo produtos que têm pouco giro ou baixa lucratividade. Este tipo de análise nos leva, naturalmente, ao passo seguinte: a capacidade de identificar novos produtos e/ou serviços que possam interessar aos clientes mais lucrativos. Antecipar os desejos dos seus consumidores é uma situação perseguida por todas as empresas mais modernas, em termos de administração. Trata-se, pois, do primeiro passo no sentido da fidelização do cliente – conseguir que, apesar de haver grande concorrência, o cliente escolha a sua empresa e não a concorrente. Neste momento, podemos considerar que algumas marcas conseguem um elevado índice de fidelização de seus clientes – e a maioria delas não consegue esta vantagem a partir de uma guerra de preços. Ao contrário: marcas que conseguem a fidelização de seus clientes em elevados índices geralmente conseguem cobrar um preço maior do que o praticado pelos concorrentes, pois oferecem um “algo a mais”, na percepção (intangível) do cliente. Para identificar os desejos, anseios e necessidades dos clientes antes mesmo que eles consigam percebê-los a empresa deverá consolidar um relacionamento baseado na confiança, prestar atenção redobrada nos dados internos e externos (pesquisas com clientes, com possíveis clientes, relatórios de venda, relatórios de pós-venda etc.), ao mesmo tempo em que acompanha a evolução do mercado (fornecedores e concorrentes). FONTE: MUNHOZ, Carlos E. M. O marketing de relacionamento para pequenas empresas. Disponível em: <http://www.portaldomarketing.com.br/Artigos/Marketing%20de%20 Relacionamento%20para%20pequenas%20empresas.htm>. Acesso em: 12 jan. 2012. 84 RESUMO DO TÓPICO 1 Neste tópico, você estudou os seguintes pontos: • As estratégias de relacionamento e sua implementação trazem os seguintes benefícios às organizações, Aumento da retenção e fidelidade do cliente e aumento da lucratividade através da redução dos custos para conquistar os clientes e pela redução de custos de venda e marketing. • Relacionamento significa lucro para as organizações. • As estratégias de relacionamento aplicadas pelas organizações estão relacionadas ao que elas buscam realizar para reforçar o relacionamento entre o cliente/ consumidor e a empresa. • Após analisar o potencial de compra do consumidor, a empresa deve analisar o potencial de atendê-lo de forma viável. • As principais estratégias de relacionamento são: • Todas as estratégias de marketing que envolvem comunicação, trocas, relações, pessoais, via internet ou outra forma, entre as partes. • Telemarketing, 0800, Call Center, Sac. • Estratégias de fidelização. • Vendedores e atendentes que estão em contato com os consumidores. • DBM (DataBase Marketing), CRM (Customer Relationship Manager) etc. • O marketing de relacionamento utiliza as ferramentas assentando-se sobre informações, conhecimento e experiência sobre tecnologia, concorrência, seus clientes, novas fontes de tecnologia que podem alterar o ambiente competitivo e sobre sua própria organização. • Um dos grandes focos para o relacionamento consumidor e organização são os produtos por ela ofertados no mercado. O consumidor busca se relacionar com organizações e adquirir produtos que são compatíveis com as suas necessidades e desejos pessoais, influenciados pelos diversos fatores ambientais e sociais. • Quando tratamos de pessoas em relação ao marketing de relacionamento, temos que analisar dois grandes fatores: ter pessoas adequadas para tratar os clientes e o treinamento técnico das mesmas. 85 • As estratégias de relacionamento modernas estão interligadas com as novas tecnologias de informação. • O marketing de relacionamento é aplicado em todas as organizações existentes, mas o que difere entre as suas concepções está na forma como é implantado, e principalmente como ela é trabalhada na cultura da empresa. 86 AUTOATIVIDADE Prezado(a) acadêmico(a)! Vamos realizar os exercícios de revisão deste tópico. Bom exercício! 1 Cite três exemplos de estratégias de relacionamento que podem ser utilizadas pelas organizações. 2 O marketing de relacionamento pode ser utilizado por pequenas empresas? Explique. 3 Por que a tecnologia é importante para o marketing de relacionamento? 87 TÓPICO 2 O COMPORTAMENTO DOS CLIENTES E DOS FORNECEDORES (INDÚSTRIA, COMÉRCIO E PRESTADOR DE SERVIÇO) UNIDADE 2 1 INTRODUÇÃO Um dos pontos importantes que os executores das estratégias de relacionamento nas organizações precisam ter claro para si, é que em todas as ações de relacionamento estamos tratando com pessoas. As pessoas são os consumidores, que as organizações querem que consumam mais, os funcionários que atenderão os clientes, e mais as pessoas/funcionários que servirão de staff nas organizações dão suporte para que as funções internas e externas da organização sejam realizadas. Assim, tudo funciona através das pessoas. O marketing de relacionamento funciona através das pessoas. Gummesson (2010, p. 31) descreve que “a sociedade é uma rede de relacionamentos e os negóciostambém”, logo precisamos desenvolver esta rede de forma consistente para a organização. Conforme Gummesson (2010), a interação que ocorre entre o cliente e os fornecedores é apresentada de forma resumida na figura a seguir. Um dos pontos que precisamos ressaltar é que todas estas interações são dadas por pessoas em seus mais diversos níveis. FIGURA 25 – A RELAÇÃO CLIENTES E EMPRESA E MERCADO SIMPLIFICADO FONTE: Gummesson (2010, p. 95) 88 UNIDADE 2 | MARKETING DE RELACIONAMENTO: UMA FERRAMENTA PARA SE DIFERENCIAR NO MERCADO Kotler (2000, p. 35) afirma que “cada vez mais, a concorrência não é entre empresas, mas entre redes de marketing, e o prêmio é conferido à empresa que tiver construído a melhor rede. O princípio operacional é simples: construa uma rede efetiva de relacionamentos com os principais públicos interessados e os lucros serão uma consequência.” Assim, podemos utilizar o conceito de Janela de Overton, onde em uma linha escalar, colocamos de um lado da escala o cliente, e do outro lado a empresa, e assim a interação entre ambos vai se deslocando conforme a realidade momentânea influenciada por diversos fatores ambientais e internos a organização, conforme apresentado na figura a seguir. FIGURA 26 – JANELA DE OVERTON FONTE: O autor Analisando o modelo da janela de Overton, podemos afirmar que as estratégias de relacionamento utilizadas atualmente, tendem para o lado do cliente, mas, por consequência, os lucros maiores tendem para organização, pois, como já estudamos, são muitas as vantagens para a organização. 2 O RELACIONAMENTO E O COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR E SUA RELAÇÃO COM AS ORGANIZAÇÕES O comportamento do consumidor já foi estudado em diversos pontos deste caderno, e como já apresentamos, é fundamental para as organizações conhecerem as reações dos consumidores sob diversos focos, pois com estes conhecimentos, a organização poderá desenvolver estratégias de marketing e de marketing de relacionamento mais acertadas para o seu público-alvo. Compreender as necessidades e os desejos dos clientes, conforme Kotler (2000, p. 43), “nem sempre é uma tarefa fácil. Alguns consumidores têm necessidades das quais não têm plena consciência. Ou não conseguem articular essas necessidades [...] responder apenas à necessidade declarada pode não ser o bastante para o cliente.” As organizações, através de seus analistas, pessoal TÓPICO 2 | O COMPORTAMENTO DOS CLIENTES E DOS FORNECEDORES (INDÚSTRIA, COMÉRCIO E PRESTADOR DE SERVIÇO) 89 de marketing e de desenvolvimento de produtos precisa buscar afunilamento destas percepções e informações de modo a poderem desenvolver estratégias de relacionamento com os clientes. Em um estudo desenvolvido por Berry e Parasuraman (1992), concluíram que a qualidade dos serviços prestados pode ser avaliada sob a ótica de cinco dimensões, que são: • Confiabilidade: é dado pela capacidade da organização prestar o serviço prometido de modo confiável e com precisão, satisfazendo as necessidades básicas dos clientes dentro do prazo estipulado e na quantidade exigida. • Tangíveis: são as características tangíveis associadas ao produto/serviço, como a aparência física das instalações, equipamentos, pessoas e materiais de marketing. • Sensibilidade: a sensibilidade está associada às questões da organização se dispor a ajudar o cliente e proporcionar com presteza um serviço. • Segurança: são os fatores relacionados ao conhecimento e a cortesia dos atendentes e a sua habilidade em transmitir confiança ao consumidor. • Empatia: é o grau de sintonização e empatia gerada pelos atendentes junto aos clientes. O comportamento das organizações, conforme Madruga (2006), por outro lado, é de desenvolver produtos adequados ao mercado, com estratégias de cativar o cliente, principalmente, para gerar relacionamentos duradouros e geradores de lucro. Segundo Kotler (2000, p. 58), “[...] algumas das empresas mais bem- sucedidas estão elevando expectativas e encontrando formas de garantir seu desempenho superior” principalmente por meio da satisfação plena do cliente. Conforme Zenone (2007, p. 21), “[...]por isso, saber identificar a ocorrência de eventos que determina mudanças nas necessidades passa a ser fundamental para, cada vez mais, participar da vida de cada um dos clientes que a empresa tem como objetivo atender”. DICAS Para entendermos um pouco mais sobre a interação dos sistemas de informação de mercado (SIM), apresentamos um texto extraído de Zenone (2007), de seu livro CRM – Customer Relationship Management. BOA LEITURA! Por isso uma empresa não pode se lograr de estruturar um bom sistema de informação de mercado (SIM). Entende-se por sistema de informação de mercado a união das seguintes ferramentas: pesquisa de mercado, database marketing e sistema de informação gerencial. • Pesquisa de mercado – é um instrumento de coleta de informações externas com o objetivo de identificar, analisar determinados problemas mercadológicos enfrentados pela empresa ou indicar oportunidades ou ameaças no mercado de atuação da empresa. • Database marketing – ferramenta que permite arquivar e analisar informações provenientes do mercado. Com o banco de dados, a empresa pode gerenciar o relacionamento e, também, criar ações individuais e diretas para cada um de seus públicos-alvo. 90 UNIDADE 2 | MARKETING DE RELACIONAMENTO: UMA FERRAMENTA PARA SE DIFERENCIAR NO MERCADO • Sistema de informação gerencial – é a busca de informações internas que possibilitem identificar os pontos fortes e fracos da empresa em relação a sua atuação no mercado. Por intermédio do sistema gerencial, a empresa analisa o potencial ou capacidade produtiva, financeira, tecnológica, de logística, de recursos humanos etc. Contudo, além de um sistema de informação de mercado, é fundamental que a empresa consiga processar as informações transformando-as em estratégia de mercado. Isso é muito importante já que muitas empresas nos últimos anos construíram verdadeiros “bancos de dados”, ou seja, estruturas com uma enorme quantidade de informações, mas com baixa utilização destas para o desenvolvimento de estratégias mercadológicas. Uma empresa deve passar mais tempo desenvolvendo estratégias baseadas nas informações coletadas do que propriamente coletando informações. Resumindo: informações de mercado são fundamentais para uma empresa moderna, mas somente a adequada utilização trará o diferencial competitivo necessário para sua sobrevivência. FONTE: ZENONE, Luiz C. CRM: customer relationship management. São Paulo: Novatec, 2007. p. 21-22. São muitos os fatores com que uma organização deve se preocupar em manter uma boa estratégia de relacionamento com o mercado. Adaptando o conceito de Kotler (2000), deve se buscar estratégias de relacionamento criativas, e não ficar somente com estratégias de reação. “Um profissional de marketing reativo encontra uma necessidade declarada e a preenche. Um profissional de marketing pró-ativo vê adiante, pensando nas necessidades que os clientes possam vir a ter no futuro próximo. Um profissional de marketing criativo descobre e produz soluções que os clientes não pediram, mas às quais respondem com entusiasmo.” (KOTLER, 2000, p. 43). Assim, quando tratamos do comportamento humano, do cliente e da indústria, buscamos integrar os quatro pontos focais do marketing de relacionamento de modo a gerar uma sinergia entre eles, de modo a atender às necessidades e desejos dos clientes. TÓPICO 2 | O COMPORTAMENTO DOS CLIENTES E DOS FORNECEDORES (INDÚSTRIA, COMÉRCIO E PRESTADOR DE SERVIÇO) 91 3 O MARKETING DE RELACIONAMENTO NA ORGANIZAÇÃO Um ponto importante para se implantar estratégias de relacionamento em uma organização, é entender que precisamos ter disponíveis profissionais realmente comprometidos com este objetivo. Conforme colocadoanteriormente, a questão de se relacionar bem com o cliente precisa ser algo cultural ao negócio, e não só uma jogada de campanha de marketing, pois o cliente sabe quando algo que lhe apresentam é superficial, ou é algo permanente e concreto. Conforme Swift (2001), a gestão do relacionamento deve ser um processo organizacional de evolução contínua em que constantemente surgem novas variáveis para serem entendidas e gerenciadas, e isto tanto é verdade, pois é consequência da evolução do próprio mercado. Um exemplo típico da evolução do mercado é a própria evolução dos produtos que consumimos, como no exemplo de máquinas de escrever, que atualmente são raras e difíceis de encontrar para comprá-las, pois o mercado deseja o moderno, o computador, o tablet (figura a seguir). FIGURA 27 – EVOLUÇÃO DO MERCADO EM TERMOS DE DIGITAÇÃO FONTE: O autor A evolução da metodologia e dos processos de relacionamento está intimamente ligada à evolução da tecnologia da informação, da educação e do treinamento, tanto dos funcionários como dos consumidores, em um processo contínuo de evolução. Desta evolução, podemos afirmar que o ciclo do processo de relacionamento vai se formando, conforme podemos ver no diagrama apresentado na figura a seguir e desenvolvida por Zenone (2007). Este processo inicia com o mercado e os 92 UNIDADE 2 | MARKETING DE RELACIONAMENTO: UMA FERRAMENTA PARA SE DIFERENCIAR NO MERCADO consumidores adquirindo os produtos, o mapeamento deste mercado e possíveis tendências através de sistemas e setores de inteligência de mercado, abastecendo os sistemas de informação da empresa e os seus gestores com informações importantes para a administração do negócio. Entendendo estas informações, precisamos atender ao público interno da organização e aos consumidores, com produtos e atendimento aos compradores em suas necessidades. É nesta fase que a estrutura da organização interage novamente com o mercado através da venda de produtos, relacionamento, atendimento e outras formas mais. FIGURA 28 – CICLO DO PROCESSO DE RELACIONAMENTO COM O MERCADO FONTE: Zenone (2007, p. 37) Se as organizações agirem de forma consistente, veremos a afirmação de Mckenna (1992) se concretizar e gerar crescimento para as organizações. Conforme Mckenna (1992, p. 7), “o objetivo é ganhar o mercado, não apenas vender produto”. Para Gummesson (2010), cada indivíduo na organização é uma fonte de relacionamento, e todos precisam estar preparados para lidar com o cliente, e para isto, todos os funcionários precisam entender o que precisam fazer. Para que realmente o processo funcione, a empresa precisa estar focada na gestão dos seus clientes, e não simplesmente ser comprada pelo mercado. Conforme Madruga (2004), o marketing de relacionamento tem com objetivo, um processo contínuo no qual o cliente tenta ser compreendido nas suas necessidades e serem criados valores individualizados e relacionamentos duradouros. O relacionamento está TÓPICO 2 | O COMPORTAMENTO DOS CLIENTES E DOS FORNECEDORES (INDÚSTRIA, COMÉRCIO E PRESTADOR DE SERVIÇO) 93 além da simples venda ou repetição da compra pelo mesmo produto no mesmo estabelecimento. Sabe-se que manter um cliente no portfólio é menos oneroso, e apresenta sinais de estabilidade para a empresa. Madruga (2006) descreve que para a implantação do marketing de relacionamento em uma organização precisa de pelo menos ser trabalhado em seis pontos essenciais ao processo, que são: 1. Elaboração conjunta de nova visão e cultura empresarial voltada para os clientes e parceiros. A empresa deseja e age de forma integrada na busca da excelência no relacionamento interno e externo. 2. Construção de objetivos de marketing de relacionamento conectados à visão e sempre de natureza límpida. Os objetivos são entendidos, negociados e acompanhados por toda a organização. 3. Estabelecimento das estratégias de marketing de relacionamento voltadas para a criação de valores em conjunto com os clientes. As trocas relacionais de sucesso e as estratégias são inúmeras, claras e focadas. 4. Implementação de ações táticas com o foco no relacionamento colaborativo com clientes. Elas são apoiadas por uma infraestrutura que traz segurança e precisão para os funcionários que estão na linha de frente com o cliente. 5. Obtenção de benefícios mútuos, isto é, empresas e clientes tiram proveito da cooperação ocorrida em vários momentos de contato. A empresa entende melhor as necessidades do cliente, que se prontifica a fornecer informações valiosas a seu respeito, produtos e serviços. 6. Direção da ação, capacitação e envolvimento dos colaboradores da empresa para relacionamentos superiores. A maior contribuição para gerar diferenciais competitivos no contato com o cliente sempre é dada pelos colaboradores, desde que treinados e encorajados e motivados. (MADRUGA, 2006, p. 22). Os seis pontos apresentados por (MADRUGA, 2006) desenvolvem um processo de aprofundamento nas informações que as empresas precisam entender sobre o processo de relacionamento com os clientes levando a entender que estes são ativos a longo prazo, e que poderá levar a empresa ao sucesso no futuro, desde que cuide adequadamente deste ATIVO. Conforme Swift (2001, p. 12), a Gerência de Relacionamento com Clientes (CRM) “é uma abordagem empresarial destinada a entender e influenciar o comportamento dos clientes, por meio de comunicações significativas para melhorar as compras, a retenção, a lealdade e a lucratividade deles.” Para encerrarmos este tópico, Swift (2001, p. 13) apresenta uma verdade fundamental para entendermos as estratégias de relacionamento e as formas de se relacionar de uma organização. Swift (2001, p. 13) afirma que “No fim das contas, cada empresa deve decidir o que significa CRM para a sua organização e para o futuro de seu sucesso no mercado.” Com esta afirmação, podemos entender o porquê quando desenvolvemos um processo de relacionamento em uma organização, por mais que utilizamos sempre o mesmo processo, as mesmas ferramentas e as mesmas estratégias, mesmo assim, de uma organização para outra, sempre teremos questões particulares para cada negócio. 94 UNIDADE 2 | MARKETING DE RELACIONAMENTO: UMA FERRAMENTA PARA SE DIFERENCIAR NO MERCADO DICAS Como leitura complementar, apresentamos uma entrevista do professor Marcelo Miyashita, ao Jornal Empregue-se falando sobre o Marketing de relacionamento, o seu passo a passo. BOA LEITURA! LEITURA COMPLEMENTAR Entrevista: MARKETING DE RELACIONAMENTO: PASSO A PASSO Professor Marcelo Miyashita dá dicas importantes de como implementá-lo nas empresas. Nesta edição, o Jornal EMPREGUE-SE traz uma entrevista com o professor Marcelo Miyashita. Consultor e palestrante da Miyashita Consulting. Ele leciona em diversas instituições de ensino, tais como a Cásper Líbero, PUC-SP, Trevisan, Fundação Getúlio Vargas, entre outras. Nesta entrevista, Miyashita fala sobre a importância do marketing de relacionamento para as empresas de varejo e dá dicas importantes sobre como implementá-lo. Como você define marketing de relacionamento? Marcelo Miyashita: O que caracteriza o marketing nas empresas é a aplicação da orientação para o mercado como um processo interno de gestão. Portanto, marketing de relacionamento é a gestão do relacionamento de uma organização com seu mercado. E o que é a gestão do relacionamento? É o trabalho de gerir de forma estruturada, sistematizada e planejada as diversas ações de relacionamento da instituição com seus diversos públicos. Relacionamento que precisa ser uniforme e mensurável. Nesse sentido, o marketing de relacionamento vai além do relacionamento humano entre as pessoas da empresa e as pessoas do cliente, por exemplo. Claro que nada substitui a empatia e o relacionamento pessoa-pessoa. Mas, se uma organização nãoestabelece políticas, normas e não define o que é qualidade, ela irá depender muito do empenho humano. E nem sempre temos equipes e pessoas com níveis uniformes de qualidade de atendimento e prestação de serviços. Portanto, todas as empresas têm relacionamentos com seus públicos, mas nem todas têm marketing de relacionamento. Outra questão importante é que o marketing de relacionamento, ao promover eventos, encontros institucionais e ações de comunicação dirigida, acaba por realizar um “follow-up institucional”. Isto é, mantém contatos vivos e fortalece o trabalho humano das pessoas da linha de frente – que sabem da importância do follow-up e são até cobradas por isso. TÓPICO 2 | O COMPORTAMENTO DOS CLIENTES E DOS FORNECEDORES (INDÚSTRIA, COMÉRCIO E PRESTADOR DE SERVIÇO) 95 Como um lojista que nunca utilizou o marketing de relacionamento pode começar? Qual é o ponto de partida? MM: O ponto de partida é analisar seu processo de atendimento e prestação de serviços. Primeiramente, há um processo? Ou será que cada funcionário desempenha atividades conforme sua qualificação e formação? Implantar um controle de qualidade em serviços significa, antes de tudo, estudar o desempenho de cada pessoa e buscar propor padrões e normas. Além de claro, empreender processos de capacitação e treinamento de pessoas e rever modelos de gerência e até administração. É preciso arrumar a casa antes de se pensar em voos maiores. Feito isso, há uma segurança maior sobre a prestação de serviços que, por conseguinte, gera mais clientes satisfeitos e estimula suas indicações para seus contatos. Com base nisso, pode-se empreender um segundo passo: desenvolver um programa de tratamento especial para clientes valiosos para o negócio. Um programa de cliente VIP se baseia em três pilares: oferta de benefícios exclusivos, tangíveis e valiosos; comunicação dirigida; e atividades presenciais, com eventos e encontros. Fazendo isso, uma loja se aproxima institucionalmente de seus clientes, fortalecendo o trabalho de relacionamento humano de sua linha de frente e estimulando as indicações desses clientes para seus conhecidos. Quem faz mais e mais próximo, é mais comentado e indicado. Qual o maior erro que se pode cometer no relacionamento com um cliente? MM: É passar direto do primeiro passo para o segundo. Ou seja, buscar empreender um programa de clientes VIPs quando o básico ainda nem está pronto e funcionando como um relógio. Acaba tornando-se até um contrassenso: como uma empresa que atende mal, ou sem qualidade definida, pode tentar melhorar seu nível com alguns poucos clientes? Parece até meã- culpa. Cliente não é bobo e sabe que não adianta vir com flores depois se, na hora do atendimento, não há qualidade. O estrago está feito e, nessa situação, flores não revertem. O que pode reverter é um desconto, um preço menor. Essa é a penalidade para quem não trabalha com qualidade hoje em dia. Para continuar interessante para o cliente, precisa abaixar sua margem, pois não consegue que o cliente o escolha pelo que a empresa oferece. E cliente que escolhe em função de preço, sabemos, é menos fiel e mais volátil. Qual é a estrutura mínima necessária para realizar um trabalho de marketing de relacionamento? MM: Varia conforme o tamanho do negócio. Vamos pensar numa empresa com uma a três lojas. Ela precisa, primeiro, estruturar uma área de marketing. Num primeiro momento, isso significa a contratação de um profissional de nível júnior a pleno, que deverá realizar um trabalho de analista de marketing. Ou seja, ele irá analisar “como as coisas são feitas atualmente”. Realizará pesquisas continuamente, 96 UNIDADE 2 | MARKETING DE RELACIONAMENTO: UMA FERRAMENTA PARA SE DIFERENCIAR NO MERCADO implementará processos para isso, estudará as pessoas que trabalham na linha de frente e as relações de chefia e liderança, e buscará mensurar níveis de satisfação e percepção de qualidade junto aos clientes mais frequentes. Feito isso, ele terá um diagnóstico e poderá propor um plano de ação baseado em melhorias nos processos, na gestão interna e nas relações com os clientes. Esse profissional poderá também ser um consultor autônomo, contratado por tempo determinado para realizar esse tipo de serviço. Para implantar o prognóstico, pode ser necessária a contratação de estagiários de marketing ou mesmo mais profissionais de nível júnior a pleno, já que, a partir de agora, as atribuições do departamento passam de pesquisa e análise, para também coordenação e operação. Deixam de só trabalhar com a informação e começam a trabalhar com as pessoas. Comunicar, treinar e integrar são novos processos que precisam ser coordenados e realizados. Claro que, a partir desse momento, o trabalho deixa de ser só interno e passa a envolver fornecedores externos, como agências, gráficas, empresas de eventos, marketing direto, treinamentos e palestras, softwares, sistemas etc. Qual é o custo médio para implementar um sistema eficiente de marketing de relacionamento? MM: Como dito, varia conforme o tamanho do negócio. Eu sempre recomendo, para pequenas empresas, que busquem empreender internamente uma área de marketing. É menos custoso e envolve mais aprendizado, porém demora um pouco mais para dar resultados. No entanto, os custos de estruturação são geralmente baixos, concentrados nas despesas de pessoal para a área. Os custos começam a subir quando o marketing vai para a operação, quando são estipulados os Programas de Atendimento, de Qualidade em Serviços, de Comunicação externa e interna e de Marketing de Relacionamento com clientes especiais. Como referência, é prudente enxergar os custos como reinvestimentos do negócio. Recomendamos que seja reinvestida uma faixa média de até 10% sobre o lucro da empresa em ações de marketing. Lembrando sempre que não há regras, cada empresário deve compreender a importância do reinvestimento no seu negócio e dispor o capital suficiente para isso. Outra questão importante é que há uma curva de investimento em marketing, em que numa primeira fase os investimentos são internos e estruturais, portanto, baixos, e, numa segunda fase, externos e comunicacionais. Porém, planejáveis. Quais são as três principais dicas que você daria nesse sentido para um empresário? MM: Primeiro, empreenda o marketing na sua empresa. Não adianta nada sair por aí feito doido contratando fornecedores que prometem a solução final e única para o seu negócio. Marketing não pode ser visto como uma jogada de comunicação. E muitas empresas, infelizmente, fazem isso. Por isso enxergam marketing sempre como um custo ou uma aposta incerta. Marketing é uma área em que como em outras na empresa, precisa ser estruturado e empreendido. TÓPICO 2 | O COMPORTAMENTO DOS CLIENTES E DOS FORNECEDORES (INDÚSTRIA, COMÉRCIO E PRESTADOR DE SERVIÇO) 97 Segundo, essa é velha, mas pouco praticada. Está claro que não há muita diferenciação nos produtos que são vendidos. E, quando há, seu conceito não é bem transmitido pelo atendimento. Então, o que faz a diferença nesse negócio é o atendimento. Não é mais o processo de compra, estoque e financeiro que, no geral, é sabido e desenvolvido. Percebo que, nesse mercado, o trabalho junto à área de atendimento poderia ser mais estruturado, apoiado em marketing e bons processos de liderança. E não só no talento de seus atendentes, que é importante, mas não costuma ser homogêneo numa equipe. E, terceiro, levante sempre informações sobre o cliente, sua satisfação e seu perfil. Quanto mais informações conseguirmos reunir, mais conhecemos cada cliente. O bom atendente sabe disso, por isso faz de seu caderno sua bola de cristal. A questão é que a empresa como organização precisa ter essas informações captadas formalmente. E só terá se ela empreender processos de pesquisas estruturadas e constantes.E, além disso, precisará criar ações atraentes para que seus clientes forneçam mais informações e eles só farão isso ao perceber que há ganhos nisso, que a empresa pode oferecer mais atenção, cuidado e conteúdo que sejam do interesse deles. FONTE: JORNAL Empregue-se, Aracaju, n. 16, ano 2, 24 mar. 2008, p. 11. Disponível em: <http:// miyashita.com.br/?id=119&index=0&filter=0&pg=40&m=251>. Acesso em: 28 jan. 2012. 98 RESUMO DO TÓPICO 2 Neste tópico, estudou-se sobre uma visão geral da aplicação do marketing de relacionamento nas organizações e os seus clientes/consumidores, e os principais pontos abordados foram: • O marketing de relacionamento funciona através das pessoas. • O princípio operacional do marketing de relacionamento é simples: uma rede efetiva de relacionamentos com os principais públicos interessados e os lucros serão uma consequência. • A qualidade dos serviços prestados pode ser avaliada sob a ótica de cinco dimensões, que são: confiabilidade; fatores tangíveis; sensibilidade; segurança e empatia. • O sistema de informação de mercado (SIM) é a união das seguintes ferramentas: pesquisa de mercado, database marketing e sistema de informação gerencial. • Resumindo: informações de mercado são fundamentais para uma empresa moderna, mas somente a sua adequada utilização trará o diferencial competitivo necessário para sua sobrevivência. • A evolução da metodologia e dos processos de relacionamento está intimamente ligada à evolução da tecnologia da informação, à educação e ao treinamento tanto dos funcionários como dos consumidores e à evolução dos consumidores. • Cada indivíduo na organização é uma fonte de relacionamento, e todos precisam estar preparados para lidar com o cliente. • O relacionamento da organização com os seus clientes precisam ser uniformes e mensuráveis. 99 AUTOATIVIDADE Prezado(a) acadêmico(a)! Vamos realizar os exercícios de revisão deste tópico. Bom exercício! 1 A qualidade dos serviços prestados pela organização é avaliada pelos consumidores sob a ótica de cinco dimensões. Quais são estas dimensões? Explique cada uma delas. 2 Cada organização desenvolve as suas ações de relacionamento com o mercado. Swift descreveu esta verdade na seguinte frase: “No fim das contas, cada empresa deve decidir o que significa CRM para a sua organização e para o futuro de seu sucesso no mercado”. (SWIFT, 2001, p. 13). Explique-a. 100 101 TÓPICO 3 O CRM – CUSTOMER RELATIONSHIP MANAGEMENT – GESTÃO DO RELACIONAMENTO COM O CLIENTE UNIDADE 2 1 INTRODUÇÃO O título desta unidade traz a referência de o marketing de relacionamento ser uma ferramenta da organização para se diferenciar no mercado. Já estudamos que a tecnologia é um elemento fundamental para esta diferenciação. O CRM, na atualidade e juntamente com o apoio de algumas ferramentas, como bancos de dados e programas computacionais fazem a diferença na operacionalização das estratégias de relacionamento nas organizações. A metodologia e os softwares específicos de CRM, conforme Madruga (2006), surgiram no mercado no início da década de 90, que se originou de empresas de softwares com uma filosofia para apoiar o Departamento de Marketing. Surgiu como uma ferramenta de análise e desenvolvimento de informações empresariais, mas esta evolução ocorreu devido à evolução da tecnologia da informação. Conforme McKenna (1992), o CRM tem como base a integração do marketing e da tecnologia da informação, de modo a apresentar a organização e seus atendentes com informação para atender mais eficazmente o seu cliente, em tempo real, ou como apresentado por Demo e Ponte (2008), “na hora da verdade”. Isto quer dizer, no momento em que o cliente está precisando da intervenção da empresa ou do atendente. Esta conjunção de informação permite transformar estes dados do cliente em informações úteis, permitindo que o “cliente” inicialmente desconhecido, se torne uma pessoa “conhecida” ao atendente e assim tenha um tratamento personalizado, diferenciado. Conforme Swift (2001), a concepção tecnológica do CRM envolve a obtenção de dados do cliente por toda a empresa, consolidando-os em um banco de dados central, disponibilizar uma equipe ou software para analisar estes dados consolidados, e fazer o caminho inverso, disponibilizando os resultados obtidos na análise aos atendentes que irão tratar com os clientes (figura a seguir). 102 UNIDADE 2 | MARKETING DE RELACIONAMENTO: UMA FERRAMENTA PARA SE DIFERENCIAR NO MERCADO FIGURA 29 – O PROCESSO DE GERENCIAMENTO DE CRM FONTE: Swift (2001, p. 36) O processo de gerenciamento do CRM, conforme apresentado na figura anterior, ressalta que todo o processo é cíclico, de aprendizado e ação, mas a ferramenta não se restringe somente a analisar o cliente exclusivamente, mas a sua utilização permitirá aos gestores mensurar diversos pontos no processo comercial e marketing. A ênfase que precisamos entender é que o marketing de relacionamento e o CRM andam juntos buscando atender ao cliente. Um ponto expressado por Gummesson (2010) e também por Netto (2002) é que a tecnologia por si só, é só mais um peso para a organização (como, por exemplo, uma máquina produtiva que não é utilizada) caso ela não seja aplicada aos seus fins e desenvolva o seu objetivo para que foi adquirido. Vamos aprofundar mais o tema CRM. 2 CRM (GESTÃO DO RELACIONAMENTO COM O CLIENTE) O CRM (Customer Relationship Management) é uma abordagem que vem cada vez mais tomando importância nas organizações, e conforme McKenna (1992) coloca o cliente no centro das decisões mais importantes do negócio. O sistema é desenvolvido e trabalhado para identificar e antecipar as necessidades dos clientes, buscando uma forma de satisfazer as suas necessidades. O CRM na visão de McKenna (ibid) pode ser considerado um sistema integrado de gestão e o seu principal foco é a captação de todos os dados disponíveis do cliente, em conjunto com procedimentos e processos organizados, formatando um modelo de gestão de negócios, e principalmente influenciando na cultura da organização. Zenone (2010, p. 64) descreve ainda que para se “extrair todo o valor do CRM para a empresa, deve-se estabelecer um esforço contínuo e integrado entre todas as áreas organizacionais”. TÓPICO 3 | O CRM – CUSTOMER RELATIONSHIP MANAGEMENT – GESTÃO DO RELACIONAMENTO COM O CLIENTE 103 NOTA “CRM não é somente um software, mas também uma filosofia. Projetos de CRM não são fatos isolados, e sim parte de um programa maior englobando toda a organização”. (ZENONE, 2010, p. 66). Quando analisamos a base para o desenvolvimento de um CRM, precisamos entender que os dados são a base para estruturar um bom programa de CRM. Na figura a seguir, apresentamos de forma sucinta um esboço de um database. Muitos dados apresentados na figura podem advir de outros softwares empresariais, como, por exemplo, o ERP, o SIM (sistema de informação de marketing) etc. Mas muitas informações precisam também ser captadas do mercado, principalmente para a parte analítica e estratégica do CRM. Conforme Swift (2001, p. xi): Para aumentar o seu retorno sobre o investimento (ROI), as informações certas e as tecnologias de Relacionamento são críticas para alcançar o CRM eficaz. Agora é possível: 1 Saber quem são seus clientes e quem são seus melhores clientes. 2 Estimular a compra deles ou saber o que eles não vão comprar. 3 Saber a hora e como eles compram. 4 Conhecer as preferências e torná-los clientes leais. 5 Definir as características que definem o cliente grande/lucrativo. 6 Modelar canais que são melhores para atender às necessidades dos clientes. 7 Predizer o que eles podem ou irão comprar no futuro. 8 Reter melhores clientes por muitos anos. FIGURA 30 – DATABASE PARA UM PROGRAMA DE CRM FONTE: Zenone (2010, p.54) 104 UNIDADE 2 | MARKETING DE RELACIONAMENTO: UMA FERRAMENTA PARA SE DIFERENCIAR NO MERCADO No quadro a seguir, apresentamos os principais benefícios que podem ser obtidos com a implantação do CRM, conforme apresentado por Bretzke (2000). QUADRO 6 – PRINCIPAIS BENEFÍCIOS ESPERADOS COM A IMPLANTAÇÃO DO CRM Aumentar o conhecimento sobre o cliente. Registrar, manter e tratar um grande volume de informações sobre o cliente permitindo a recuperação em tempo real de modo a estabelecer um atendimento diferenciado. Aumentar a retenção e fidelidade do cliente pela experiência. Aperfeiçoar o processo decisório sobre o composto mercadológico, estratégias de relacionamento e empresarial. Melhorar o fluxo de pedido e atendimento pós-venda. Aperfeiçoar serviços e produtos para clientes por meio da customização em massa. Diferenciar seus serviços e produtos dos concorrentes, entregando o que o cliente deseja. Estabelecer uma comunicação próxima e sistemática com os clientes. Diminuir os custos da venda, do atendimento ao pedido e ao pós-venda. FONTE: Bretzke (2000) Trabalhando o processo evolutivo do CRM, Peppers e Rogers (2001), Valente (2002) Zenone (2010) e outros autores afirmam que existem três tipos de estratégias de CRM, que são: o CRM operacional, o colaborativo e o analítico. Sua evolução e focos de trabalho estão demonstrados na figura a seguir. FIGURA 31 – DESCRIÇÃO DOS ESTÁGIOS EVOLUTIVOS DO CRM FONTE: Meta Group (apud VALENTE, 2002, p. 89) TÓPICO 3 | O CRM – CUSTOMER RELATIONSHIP MANAGEMENT – GESTÃO DO RELACIONAMENTO COM O CLIENTE 105 2.1 CRM OPERACIONAL 2.2 CRM COLABORATIVO 2.3 CRM ANALÍTICO O CRM Operacional trabalha a integração da tecnologia de informação com as operações da empresa de contato com o cliente e o seu suporte buscando proporcionar o melhor atendimento possível da organização ao cliente. Como apresentado por Swift (2001), integra o back office (conhecido como a retaguarda ou pessoal de apoio na organização e atividades realizadas internamente na organização), do móbile (contatos móveis, principalmente com o advento dos celulares, notebook, tablet etc.), ou virtual office. As organizações precisam entender, que todas as frentes de contato com os clientes precisam ser envolvidas neste processo. Podemos afirmar que consiste na automação dos processos operacionais de relacionamento com o cliente. Podemos exemplificar esta fase com as áreas de call center, vendas pessoais, atendimento ao cliente etc. Conforme Zenone (2010), engloba as ações e ferramentas de contato direto com o cliente, e a aplicação dos serviços, onde ocorre a interação entre ele e a empresa. Como exemplo temos o e-mail, internet, redes sociais, SAC, telemarketing, 0800, redes sociais, entre outros. Para Gummesson (2010), os vários canais de contato devem estar preparados para permitir a interação e o fluxo adequado dos dados e informações para toda a organização. O CRM Analítico pode ser considerado como a fonte da inteligência do processo conforme Peppers e Rogers (2001). No processo de análise das informações para estruturar o CRM analítico, precisamos ter dentro das organizações profissionais adequados para a execução de estratégias de relacionamento com os clientes, acompanhamento de seus hábitos de consumo e identificar suas necessidades entre outros pontos importantes, buscando trabalhar a sua satisfação e fidelidade. O CRM analítico é de fundamental importância para a consolidação do processo total de gestão de clientes, pois é ele que trabalha e analisa as informações dos clientes e do mercado, buscando auxiliar e definir as estratégias adequadas à organização. Trabalha, principalmente, com a análise dos dados obtidos pelo CRM operacional. Conforme Zenone (2010, p. 68), o CRM analítico é “a fonte de toda a inteligência do processo”, pois vem dele as análises de todos os dados pertinentes ao negócio e principalmente dos clientes, não só internos à organização, mas também devendo pesquisar e captar informações destes clientes no mercado, além 106 UNIDADE 2 | MARKETING DE RELACIONAMENTO: UMA FERRAMENTA PARA SE DIFERENCIAR NO MERCADO dos players que podem influenciar os resultados do negócio. O CRM analítico, conforme Peppers e Rogers (2001), ajuda no processo de desenvolvimento de estratégias de segmentação de clientes, identificação de perfis de clientes, análise de rentabilidade de clientes, identificação de oportunidades de venda, estratégias de marketing, entre outros pontos mais relacionados às questões de atendimento e ampliação de vendas para a organização. Para entendermos melhor a integração do CRM operacional, com o colaborativo e o analítico, apresentamos a figura a seguir, em que são apresentadas as principais ferramentas tecnologicas utilizadas por cada tipo de CRM. Conforme podemos analisar nesta figura, as tecnologias apresentadas estão disponíveis para a maioria de organizações, mas o grande ponto para sua implementaçao, está realmente nas questões da organização incorporar a filosofia de gestão de relacionamento, bem como preparar os funcionários de front office. FIGURA 32 – CRM OPERACIONAL, COLABORATIVO E ANALÍTICO E SISTEMAS DE SUPORTE FONTE: Meta Group (apud VALENTE, 2002, p. 91) Pela figura, conseguimos visualizar que a área de software e hardware sao essenciais ao sucesso de um programa de gestão de relacionamento através do CRM, e Zenone (2010, p. 67) argumenta que para a implantação de um bom projeto de CRM, é que o mesmo seja estruturado de forma consistente. “significa focar na organização, processos e pessoas de marketing. Significa também integrar sistemas aplicativos com o database de CRM.” TÓPICO 3 | O CRM – CUSTOMER RELATIONSHIP MANAGEMENT – GESTÃO DO RELACIONAMENTO COM O CLIENTE 107 AUTOATIVIDADE Caro(a) acadêmico(a)! Sugerimos que você faça uma pesquisa na internet em empresas desenvolvedoras de softwares de CRM e em empresas de consultoria no segmento para identificar como funciona a prática do CRM e as telas de utilização. Faça uma análise. _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ O CRM é a ponta do sistema empresarial que foca as atividades com os clientes, conforme podemos visualizar na figura a seguir. FIGURA 33 – O SISTEMA EMPRESARIAL E O CRM FONTE: Disponível em: <http://informacaoesistemas.blogspot.com/2009/11/conceitos-e- caracteristicas-dos.html>. Acesso em: 28 jan. 2012. Esta figura mostra que o conjunto de processos conhecidos como CRM, é responsável pela geração das receitas na organização, fato este já mencionado por diversas vezes dentro deste Caderno de Estudos. Logo tudo o que mencionamos até o presente momento é fundamental para o sucesso de um CRM. No próximo tópico, apresentaremos mais informações sobre este tema. 108 UNIDADE 2 | MARKETING DE RELACIONAMENTO: UMA FERRAMENTA PARA SE DIFERENCIAR NO MERCADO 3 A PRÁTICA DO CRM A prática do CRM nas organizações pode ser influenciada por diversos fatores, principalmente, os internos à organização, influenciados por dois grandes focos, pessoas e tecnologia, e focos menores, mas, mesmo assim importantes como estratégias de relacionamentos, investimentos, banco de dados etc. Também existem fatores externos como o mercado, a concorrência e o consumidor. Sakamoto (apud UAPI, 2012, p. 58) apresenta um diagrama esquemático que aprofunda o detalhamento das interações de um sistema empresariale principalmente o do CRM, que permite o entendimento global do sistema de informação de uma organização. O CRM, na visão de Sakamoto (apud UAPI, 2012, p. 58), serve como fonte de informações internas agrupadas no SI (sistema de informação) empresarial que dão suporte ao marketing, vendas e atendimento ao cliente de modo a abastecer de informações importantes para desenvolver a gestão da cadeia de valor dos clientes, buscando uma administração compartilhada das principais funções e processos do negócio. FIGURA 34 – O SISTEMA EMPRESARIAL E O CRM FONTE: Sakamoto in UAPI. Sistema de informação. UFPI. Piauí. 2007, p. 58. Disponível em: <http://www.ufpi.br/uapi/conteudo/disciplinas/sistemas/ download/Sistema_informacao_completo%20revisado%20final.pdf>. Acesso em: 12 fev. 2012. TÓPICO 3 | O CRM – CUSTOMER RELATIONSHIP MANAGEMENT – GESTÃO DO RELACIONAMENTO COM O CLIENTE 109 FONTE: Rocha in UAPI. Sistema de informação. UFPI. Piaui. 2007, p. 87. Disponível em: <http://www.ufpi.br/uapi/conteudo/disciplinas/sistemas/ download/Sistema_informacao_completo%20revisado%20final.pdf>. Acesso em: 12 fev. 2012. Como em todo o processo de informações em uma organização e na sociedade em geral, verifica-se que para as organizações um fator importante para o sucesso é o gerenciamento do fluxo de informações e a sua análise para a definição de estratégias de relacionamento e acompanhamento das ações da concorrência e clientes. O CRM quando aplicado de forma correta, ele permite o crescimento da organização de forma consistente, porém é um processo que vai se consolidando aos poucos, e é apresentado pelos passos de amadurecimento do processo, conforme apresentado por Rocha (apud UAPI, 2012), passando pelas fases de processo disciplinado, padronizado, previsível e em sua última fase de aperfeiçoamento contínuo, em que todo o processo vai se aperfeiçoando se acordo com as necessidades do contexto geral, ou seja, a indústria, as pessoas (funcionários) com as necessidades de mercado (cliente e consumidores). FIGURA 35 – PROCESSO EVOLUCIONÁRIO DE UM SISTEMA O processo de aperfeiçoamento contínuo é uma situação irreversível para as organizações modernas, pois precisam se reinventar continuamente para acompanhar as necessidades do mercado e de seus clientes. Quantos exemplos temos de empresas que não acompanharam as tendências de mercado, tecnológicas entre outras vertentes e, atualmente, são empresas em declínio ou com participações bem menores do que já possuíam no passado (exemplo de empresas: Kodak, OLIVETTI, Mesbla etc.). Um sistema de melhoria contínua para um projeto de CRM deverá ter um ciclo contínuo, em que os principais pontos a serem trabalhados são: (1) definir as estratégias, ações e pontos cruciais para o CRM; (2) medir os pontos de controle 110 UNIDADE 2 | MARKETING DE RELACIONAMENTO: UMA FERRAMENTA PARA SE DIFERENCIAR NO MERCADO definidos; (3) analisar os dados medidos e outras informações pertinentes do mercado; (4) melhorar os pontos identificados como prioritários ao projeto de CRM, e por último (5) controlar o processo e as melhorias implantadas. Este ciclo tem que ser contínuo, pois o mercado e os clientes não param. (figura a seguir). FIGURA 36 – PROCESSO MELHORIA CONTÍNUA FONTE: Disponível em: <http://igeinformationsystem.wordpress. com/2011/11/13/crm/>. Acesso em: 12 fev. 2012. Quando deixamos de nos aprimorarmos conforme apresentado na figura anterior, podemos comprometer o projeto de CRM da organização. Zoltners, Sinha e Zoltners (2004, p. 370) apresentam um quadro que resume os principais pontos que podem gerar riscos ao sucesso para a implantação de um projeto de CRM. Os riscos são apresentados no quadro a seguir: QUADRO 7 – RISCOS À IMPLANTAÇÃO DE UM CRM RAZÕES GERAIS: Os objetivos do projeto são confusos e mudam constantemente. Os administradores do projeto de CRM se preocupam com a tecnologia, e não com os negócios. Vantagens mensuráveis são inexistentes ou superestimadas. Os níveis de custo e esforço são gravemente subestimados. NÃO FUNCIONA: É a primeira implementação de uma nova tecnologia, e os componentes não funcionam na escala necessária numa implementação real. O esforço necessário é gravemente subestimado. O alcance do projeto cresce até ficar tão grande que não funciona. Fica impossível coordenar os múltiplos fornecedores. É complicado demais transferir dados dos sistemas antigos para os novos. TÓPICO 3 | O CRM – CUSTOMER RELATIONSHIP MANAGEMENT – GESTÃO DO RELACIONAMENTO COM O CLIENTE 111 NÃO É USADO: Os usuários não sabem como usá-lo. Os usuários veem poucos benefícios concretos. A infraestrutura não consegue acompanhar as mudanças nas pessoas, nos sistemas e no ambiente econômico. FONTE: Zoltners, Sinha e Zoltners (2004, p. 370) Zoltners, Sinha e Zoltners (2004, p. 369) ressaltam que o objetivo de qualquer projeto de CRM é de duas categorias: “aumentar a eficácia e melhorar a eficiência. O aumento de eficácia procura elevar os lucros, enquanto que o aumento de eficiência facilita os processos para reduzir a duração do ciclo e os custos.” Para encerrarmos o assunto sobre o CRM, o conjunto do processo precisará desenvolver o seu foco de trabalho em três áreas dentro das organizações, que são, conforme Madruga (2006), a automatização da gestão de marketing, a automatização da gestão comercial, dos canais e da força de vendas, e por último a gestão dos serviços ao cliente. Dentro desta interface tecnológica precisamos lembrar que as pessoas é que vão analisar, utilizar os dados e aplicar as estratégias definidas. Assim, caímos novamente em treinamento e pessoas adequadas ao processo. Para que o acadêmico possa avaliar um projeto de CRM, vamos apresentar alguns critérios desenvolvidos por Zoltners, Sinha e Zoltners (2004), que apresentam critérios diretos e indiretos à organização, apresentados de forma resumida no quadro a seguir. QUADRO 8 – CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DE UM PROJETO DE CRM DIRETO INDIRETO QUALITATIVO Satisfação do usuário. Qualidade do relacionamento com o cliente. Qualidade do contato com o cliente. Qualidade da comunicação intraorganização. Qualidade da coordenação do cliente intraorganização. QUANTITATIVO Tempo útil do sistema. Utilização do sistema. Qualidade dos dados. Tempo de treinamento. Tempo administrativo. Eficácia da definição do público alvo. Retenção do cliente. Resultados das vendas. FONTE: Zoltners, Sinha e Zoltners (2004, p. 384) A prática do CRM se faz todos os dias dentro das organizações, equilibrando entre o estratégico e o operacional, entre os clientes e os funcionários, de forma contínua, aprendendo mais todos os dias, como se relacionar melhor com os clientes. 112 UNIDADE 2 | MARKETING DE RELACIONAMENTO: UMA FERRAMENTA PARA SE DIFERENCIAR NO MERCADO UNI Muito se escreveu sobre CRM, a literatura e a internet também possuem muito material interessante sobre o tema, mas quando você desenvolver trabalhos nesta área, tente aprofundar mais, conhecer como funciona na prática, visitando empresas que tenham implantado projetos consistentes para poderem servir como referência. DICAS A leitura complementar desta unidade é um texto de autoria da Profª. Miriam Bretzke, que foi extraído do site de sua empresa. A professora é consultora e uma das principais especialistas de CRM do Brasil. BOA LEITURA! LEITURA COMPLEMENTAR CRM É MAIS DO QUE TECNOLOGIA. É PRINCIPALMENTE UMA DECISÃO ESTRATÉGICA Miriam Bretzke Como o CRM está sendo divulgado no mercado pelos fornecedores de tecnologia, notamos uma ênfase muito grande na solução da informatização de Call Center. Como a maioria das empresas no Brasil ainda não tem uma cultura do uso da informação com database integrado, existe a tendência de implantar a solução parcialmente, desperdiçando a grande oportunidadede voltar à empresa para o cliente e iniciar a prática efetiva do marketing de relacionamento. A tecnologia de CRM sem o redesenho dos processos e um modelo de relacionamento que faça uma entrega sustentada de valor a longo prazo para o cliente, será apenas um projeto de informatização de Call Center ou de vendas, não conduzindo efetivamente ao estágio da resposta em tempo real. Portanto, para evitar a tendência de tratar o CRM como tecnologia, recomendamos que a empresa assuma a estratégia de CRM em quatro etapas: Definição e planejamento do modelo de relacionamento. Redesenho dos processos de atendimento do cliente. Seleção da solução. Implantação da tecnologia de CRM. TÓPICO 3 | O CRM – CUSTOMER RELATIONSHIP MANAGEMENT – GESTÃO DO RELACIONAMENTO COM O CLIENTE 113 Um dos maiores erros que ocorre nos projetos de CRM, e que leva inevitavelmente a subutilização dessa técnica, é iniciar a implantação pela seleção da solução e pela compra do hardware como se esta decisão fosse resolver todos os problemas da empresa. Normalmente, a empresa investe somas significativas de recursos, porém não o suficiente e nem onde deveria para promover a mudança cultural e organizacional que é necessário para competir em tempo real. O ideal é seguir os passos abaixo, mesmo que o investimento seja um pouco maior, pois a melhoria alcança a empresa toda e os resultados serão surpreendentes em aumento de vendas, retenção dos clientes e diminuição de custos na administração do cliente. Os principais passos para uma implantação bem sucedida são: 1. Definição e Planejamento do Modelo de Relacionamento Começa-se definindo como o cliente será tratado, quais os eventos de relacionamentos que gerarão resposta, e em que tempo, e como o plano de comunicação deverá ser desenvolvido para construir o relacionamento e fazer a entrega de valor proposta pela estratégia competitiva da empresa. Esta etapa é importante, pois a especificação e customização dos softwares de CRM e o redesenho dos processos dependem dessa definição. Nessa etapa, é indispensável o envolvimento da alta direção, pois implica uma série de decisões que determinarão uma mudança de postura em relação ao cliente, atendimento e diversas outras atividades realizadas que precisam ser repensadas para adaptar a empresa à nova realidade competitiva em tempo real. 2. Redesenho dos Processos de Atendimento do Cliente: É o levantamento e documentação dos processos do atendimento ao cliente, desde o pedido de uma visita, o atendimento telefônico, a venda pelo telemarketing, até o fluxo do pedido dentro da empresa. Atendimento significa não só o atendimento ao telefone, mas, sim, todas as atividades que visam a atender ao cliente, sejam no pedido de compra, numa reclamação, na baixa de uma fatura, no envio de uma literatura. A empresa passa a ter tempos de resposta condicionados pela expectativa do cliente e não pelas limitações operacionais, impostas anteriormente pela própria tecnologia que era lenta comparada com o que se tem a disposição atualmente e principalmente com o advento da internet, que define o padrão de resposta a que o cliente está acostumado. 3. Seleção da Solução A decisão pela solução de CRM passa pela seleção do software, que é determinada pelo modelo de relacionamento. O software, por sua vez, determinará qual é o melhor hardware para compor essa solução. O hardware inclui os computadores, o equipamento de telefonia, o DAC e vários outros equipamentos. 114 UNIDADE 2 | MARKETING DE RELACIONAMENTO: UMA FERRAMENTA PARA SE DIFERENCIAR NO MERCADO 4. Implantação da Tecnologia de CRM É a aplicação, em toda a empresa, do processo de revisar a forma de pensar o negócio. Técnicas, tecnologias e processos são agora implantados para materializar a estratégia de CRM, incluindo telemarketing receptivo e ativo, informatização da força das vendas, terminais ponto de venda, canais virtuais e muito mais. Essa implantação pode ser escalonada, mas deve obedecer a um ritmo que não interrompa a revisão dos processos operacionais ou cause descrédito na estratégia proposta. Independente do tipo de técnica ou tecnologia selecionada, é preciso que a empresa assegure que cada atividade relacionada com o contato com o cliente seja parametrizada e contemplada nas diversas pontas do atendimento e que haja a retroalimentação do database marketing e acompanhamento, até o final do ciclo de relacionamento. Como podemos verificar, o Customer Relationship Management (CRM) é um dos métodos mais sofisticados e eficientes, que transformam a maneira como as empresas podem aumentar a rentabilidade dos clientes atuais. Além disso, o uso da internet como canal de relacionamento e de vendas, é amplamente facilitado e viabilizado por este novo método, que ainda é praticado por poucas empresas, porém cujos resultados são largamente compensadores em clientes mais leais, maior satisfação com a marca, e um nível de proximidade nunca antes experimentado. Além de estar preparado para atender no primeiro toque, é preciso responder ao e-mail ou ao fax assim que chega à empresa, e incorporar todos os dados de contato no Database Marketing para gerar uma comunicação continuada e com pertinência por qualquer meio (telefone, mala direta, e-mail e pessoal). FONTE: Disponível em: <http://www.bretzke-marketing.com.br/textos/artigos04.htm>. Acesso em: 10 maio 2012. 115 RESUMO DO TÓPICO 3 O CRM foi o foco central do tema estudado neste tópico e o acadêmico(a) estudou: • O CRM tem como base a integração do marketing e da tecnologia da informação de modo a trabalhar a organização e seus atendentes com informação para atender mais eficazmente ao seu cliente, em tempo real. • A concepção tecnológica do CRM envolve a obtenção de dados do cliente por toda a empresa, consolidando-os em um banco de dados central, disponibilizar uma equipe ou software para analisar estes dados consolidados, e fazer o caminho inverso, disponibilizando os resultados obtidos na análise aos atendentes que irão atender aos clientes. • Os principais benefícios que podem ser obtidos com a implantação do CRM são: Aumentar o conhecimento sobre o cliente. Registrar, manter e tratar um grande volume de informações sobre o cliente permitindo a recuperação em tempo real de modo a estabelecer um atendimento diferenciado. Aumentar a retenção e fidelidade do cliente pela experiência. Aperfeiçoar o processo decisório sobre o composto mercadológico, estratégias de relacionamento e empresarial. Melhorar o fluxo de pedido e atendimento pós-venda. Aperfeiçoar serviços e produtos para clientes por meio da customização em massa. Diferenciar seus serviços e produtos dos concorrentes, entregando o que o cliente deseja. Estabelecer uma comunicação próxima e sistemática com os clientes. Diminuir os custos da venda, do atendimento ao pedido e ao pós-venda. • Existem três tipos de estratégias de CRM, que são: o operacional, o colaborativo e o analítico. • O CRM operacional trabalha a integração da tecnologia de informação com as operações da empresa de contato com o cliente e o seu suporte buscando proporcionar o melhor atendimento possível da organização ao cliente. • CRM colaborativo engloba as ações e ferramentas de contato direto com o cliente e a aplicação dos serviços, onde ocorre a interação entre ele e a empresa. 116 • O CRM analítico é “a fonte de toda a inteligência do processo”, pois vem dele as análises de todos os dados pertinentes ao negócio e principalmente dos clientes, não só internos à organização, mas também devendo pesquisar e captar informações destes clientes no mercado, além dos players que podem influenciar os resultados do negócio. • Um sistema de melhoria contínua para um projeto de CRM deverá ter um ciclo contínuo, em que os principais pontos a serem trabalhadossão: (1) definir as estratégias, ações e pontos cruciais para o CRM; (2) medir os pontos de controle definidos; (3) analisar os dados medidos e outras informações pertinentes do mercado; (4) melhorar os pontos identificados como prioritários ao projeto de CRM, e por último (5) controlar o processo e as melhorias implantadas. • O Customer Relationship Management (CRM) é um dos métodos mais eficientes, que transformam a maneira como as empresas podem aumentar a rentabilidade dos clientes atuais. 117 Prezado(a) acadêmico(a)! O assunto CRM é muito interessante e sugerimos agora para você fazer os seguintes exercícios de revisão. 1 Um dos pontos primordiais do CRM tem como base a integração do marketing e da tecnologia da informação. Explique o porquê da integração do marketing com a tecnologia. 2 Explique por que o processo de gerenciamento de CRM é um processo de aprendizado contínuo. 3 Qual é a inter-relação entre o CRM operacional, analítico e colaborativo? 4 Como podemos avaliar a implantação de um projeto de CRM? 5 Quais são os principais pontos que podem gerar risco ao sucesso para a implantação de um projeto de CRM? AUTOATIVIDADE 118 119 TÓPICO 4 ESTRATÉGIAS DE AUTOMAÇÃO APLICADAS AO MARKETING DE RELACIONAMENTO UNIDADE 2 1 INTRODUÇÃO A estratégia de desenvolvimento de um processo de gestão de relacionamento, através da sistemática do CRM, envolve uma integração entre as informações dos clientes disponíveis no database da empresa, com estratégias de marketing, de atendimento, de envolvimento das pessoas, e por último uma mudança de postura de toda a empresa. No mundo moderno somos constantemente influenciados por novas tecnologias, tanto na base do equipamento (hardware) como de tecnologia de informação e software. A tecnologia de informação, juntamente com os dispositivos de arquivamento de dados, conhecidos como banco de dados, é que propiciou a evolução dos sistemas de gestão de relacionamento, principalmente quando se foca em desenvolver um CRM Colaborativo. As organizações que buscam a excelência de vendas e relacionamento com os clientes precisam buscar a expertise também em TI (Tecnologia da Informação), pois conforme Swift (2001, p. 69), “as organizações com TI mais bem sucedidas constituíram unidade de negócio para forjar um ambiente de data warehouse que transforma as informações em conhecimento e fornece amplo acesso a dados históricos muito detalhados”. UNI Olá, caro(a) acadêmico(a)! No ramo da tecnologia da informação (TI), os profissionais costumam trabalhar com diversas siglas e termos em inglês, que já se tornaram parte das terminologias técnicas do setor. Para facilitar a sua compreensão, segue a explicação de algumas siglas e termos técnicos de informática utilizados neste material: BANCO DE DADOS ou DATABASE (DB): Um conjunto de informações relacionadas entre si, referentes a um mesmo assunto e organizadas de maneira útil, com o propósito de servir de base para que o usuário recupere informações, tire conclusões e tome decisões. (1) Banco de dados é um arquivo de dados de clientes, cuja finalidade é armazenar informações importantes que possam definir e orientar o comportamento do consumidor. É importante que o banco 120 UNIDADE 2 | MARKETING DE RELACIONAMENTO: UMA FERRAMENTA PARA SE DIFERENCIAR NO MERCADO de dados contenha informações realmente pertinentes e não apenas dados que em nada contribuirão para a empresa e suas constantes e rápidas necessidades de ação. Armazenamento de dados de forma ordenada, objetivando controlar a existência de duplicidade nas informações e facilitando o acesso ás informações armazenadas. (2) DADOS - Qualquer tipo de informação (em um processador de texto, programa de imagem etc.) processada pelo computador. (1) Números ou informações que descrevem alguma característica. (2) DATA WAREHOUSE: Técnica que envolve a coleta de dados de computadores de grande porte e seu armazenamento em outro banco de dados de modo que possam ser analisados para a descoberta de tendências ou a sugestão de novas estratégias. (1) Armazenamento de dados. Banco de dados centralizador de todas as informações importantes sobre clientes. (2) DBM DATABASE MARKETING): Marketing desenvolvido a partir do banco de dados de clientes. Aprofunda a captação e a utilização das informações efetuando múltiplos cruzamentos das informações. (2) SISTEMA GERENCIADOR DE BANCOS DE DADOS (SGBD): software construído para facilitar as atividades de definição, construção e manipulação de bancos de dados. TI: Tecnologia da Informação FONTE: (1) Disponível em: <http://www.marcosoft.info/dicinfo.htm#D->. Acesso em: 2 fev. 2012. (2) Disponível em: <http://www.portaldomarketing.com.br/Dicionario_de_Marketing/D.htm>. Acesso em: 2 fev. 2012. Conforme Swift (2001), a cadeia de informações é bastante extensa, e os principais pontos foram sintetizados pelo autor através da figura a seguir, e analisando mais detalhadamente, podemos perceber a importância da TI, para trabalhar o relacionamento entre a organização e os clientes. FIGURA 37 – CADEIA DE INFORMAÇÕES SOBRE O CLIENTE E A ORGANIZAÇÃO FONTE: Swift (2001, p. 70) TÓPICO 4 | ESTRATÉGIAS DE AUTOMAÇÃO APLICADAS AO MARKETING DE RELACIONAMENTO 121 Para trabalhar com toda esta gama de informações, é que lançamos mão de diversas tecnologias para dar suporte às decisões e estratégias da organização, bem como as pessoas que tratam com os clientes. Neste tópico, nós estudaremos as seguintes tecnologias de apoio à gestão de relacionamento: Tecnologias de integração e banco de dados, call center e contact center, ferramentas do front office. Bom aprendizado! 2 TECNOLOGIAS DE INTEGRAÇÃO E BANCO DE DADOS As tecnologias de informação e sistemas de arquivamento de dados evoluíram muito nos últimos anos, e principalmente devido a esta expansão, principalmente dos bancos de dados ou também conhecidos como Database ou DB, é que as organizações estão conseguindo guardar volumes enormes de dados sobre os clientes e suas transações com a empresa. Banco de dados é definido por Oliveira (1991) como um sistema que reúne e mantém de forma organizada informações relacionadas em uma determinada ordem lógica de modo que possa facilmente ser recuperado por um sistema especialista. O autor apresenta como exemplo simplista para entendermos o conceito, o da lista telefônica, pois nela temos todos os dados referentes a uma pessoa ou instituição em uma linha de apresentação, sendo esta forma de apresentação dentro do banco de dados conhecido como registros. Cada tipo ou categoria da informação como o nome, telefone etc. está separada em colunas, que são chamadas de campos na informática. Conforme o Departamento de Cultura e Tecnologia da UFMS (2012), podemos entender como Sistema Gerenciador de Banco de Dados (SGBD), como todo dispositivo que é usado para armazenar informações de modo que permitam às pessoas examiná-las de forma organizada. Entre as principais atividades dos SGDB (Sistema Gerenciador de Banco de Dados), podemos citar: • Armazenamento dos dados e metadados. • Recuperação de dados armazenados de forma eficiente. • Tratamento correto e eficiente de acessos simultâneos aos dados armazenados. • A garantia de satisfação das restrições impostas sobre os dados. • Processamento e execução de comandos da LDD e da LMD do modelo de dados correspondente. • Garantia da recuperação contra falhas. • Suporte a gerência de backups. FONTE: Disponível: <http://www.dct.ufms.br/~edson/bd1/bd1.pdf>. Acesso em: 2 fev. 2012. 122 UNIDADE 2 | MARKETING DE RELACIONAMENTO: UMA FERRAMENTA PARA SE DIFERENCIAR NO MERCADO Entre os principais aplicativos de banco de dados podemos citar a Microsoft Access, Microsoft SQL Server, Oracle, entre outros. Na informática, assim como emoutros campos do mercado, temos uma tendência que está tomando forma consistentemente nos últimos anos, que é a existência de duas grandes vertentes, ou seja, a de existir grandes sistemas em nível mundial, ou termos empresas menores com ação local. Esta situação é bem característica na área de sistemas de CRM, onde temos as grandes softwares houses mundiais como SAP, MICROSIGA, entre outras, e o outro extremo são as softwares houses locais. Caro(a) acadêmico(a)! Sugerimos que você faça uma pesquisa na internet para identificar empresas locais que trabalham com softwares de CRM, identificando características específicas da empresa e dos softwares. Boa pesquisa! AUTOATIVIDADE O software de CRM, geralmente é implantado totalmente nas organizações, mas a sua aplicabilidade é realizada por partes, geralmente ocorrendo a sua evolução junto à equipe interna, e que irá aplicar no seu dia a dia. Aqui convém ao acadêmico retornar às figuras 32 e 33 do tópico anterior, pois geralmente a implantação do CRM precisa evoluir buscando atingir a sua forma mais completa, conforme representado nas mesmas. Dificilmente uma organização consegue sair de uma situação insipiente em relação ao CRM, e em pouco tempo estar na situação de auge. A condição normal é uma evolução contínua com aprendizado contínuo, até o amadurecimento da metodologia como um todo. Esta evolução tem sido muito comum em implantação de novos sistemas dentro das organizações, conforme o próprio autor já acompanhou em diversas implantações em empresas que trabalhou. O software de CRM geralmente possui os seguintes módulos básicos de trabalho, sendo que estes módulos podem receber denominações diferentes de um software house para outra, e são identificados de forma esquemática na figura a seguir. TÓPICO 4 | ESTRATÉGIAS DE AUTOMAÇÃO APLICADAS AO MARKETING DE RELACIONAMENTO 123 FIGURA 38 – ESTRUTURA BÁSICA DE UM SOFTWARE DE CRM FONTE: O autor Conforme foi apresentado por Zenone (2010), as tecnologias integradoras do CRM estão correlacionadas ao software de CRM, o Banco de dados (Database), e as tecnologias que integram a automação e o contato com os clientes. UNI Caro(a) acadêmico(a), com relação ao software de CRM, você deve compreender o que estudamos anteriormente, ou seja, o CRM operacional, o analítico e o colaborativo. A integração precisa ocorrer em todos estes níveis de execução. 124 UNIDADE 2 | MARKETING DE RELACIONAMENTO: UMA FERRAMENTA PARA SE DIFERENCIAR NO MERCADO 3 CALL CENTER E CONTACT CENTER E FERRAMENTAS DO FRONT OFFICE Conforme já apresentamos anteriormente, o CRM moderno está associado à evolução do marketing com a associação com a TI (Tecnologia da Informação) de modo a gerar uma presteza no atendimento ao cliente. Para que um CRM tenha sucesso, uma das principais ferramentas tecnológicas de contato com os clientes atualmente são os softwares de Call Center (Central de Atendimento), e a sua estrutura de atendimento, bem como todo o processo organizacional contínuo de trabalho. Atualmente, conforme Bretzke (2000), verifica-se que os clientes buscam o contato com as organizações através do telefone, ou seja, por uma estrutura de Call Center, e estão cada vez menos tolerantes com as organizações que não possuem uma estrutura eficaz de atendimento. Muitas organizações não reconhecem, ou não percebem que na maioria dos casos, os clientes têm como o Call Center como a sua primeira forma de entrar em contato e assim não se preocupam em oferecer um serviço de atendimento adequado, frustrando as expectativas do cliente quanto a um atendimento personalizado. As organizações, na maioria de vezes, têm o Call Center apenas como um canal que presta esclarecimentos e registra as reclamações dos clientes, não gerando um vínculo de confiança aos clientes. Na visão de Matoso (2000), as organizações perceberam a importância da comunicação através do tipo Call Center, mas o modelo de relacionamento desenvolvido pela maioria dos Call Center está baseada em um tratamento padronizado a todos os clientes e apresentam dificuldades em gerar um relacionamento mais amigável e menos mecânico com quem tem ligado de modo a solucionar as dúvidas dos clientes por telefone. Conforme já apresentamos para o CRM, também para o Call Center, um dos principais pontos para se trabalhar para o sucesso no atendimento, está nos atendentes, que não são preparados para desenvolver um bom atendimento, apresentando pouca habilidade no processamento das informações, de modo a melhor direcionar o atendimento e gerar satisfação aos clientes. TÓPICO 4 | ESTRATÉGIAS DE AUTOMAÇÃO APLICADAS AO MARKETING DE RELACIONAMENTO 125 IMPORTANT E Conforme Kotler e Keller (2006, p. 16), “construa uma rede de relacionamento efetiva com os principais públicos interessados e os lucros serão uma consequência”. FONTE: Disponível em: <http://cristocentrismobasico.blogspot.com.br/2011/04/desde- quando-dinheiro-e-semente.html>. Acesso em: 28 fev. 2012. Conforme Christofoletti (2005): Enquanto televendas são simplesmente vendas por telefone, o telemarketing estende sua aplicação a serviços direcionados ao cliente. Telemarketing estabelece fator importante na estratégia do tratamento com o cliente, assumindo novas funções que o transformam em um centro de atendimento ao cliente. Essa evolução faz com que o termo telemarketing seja substituindo por Call Center. As ações e aplicações do telemarketing requerem a integração das informações da empresa. É muito importante que as pessoas que irão trabalhar com Call Center estejam aptas a manipular informações sobre produtos, serviços, mercado e concorrente. O Call Center será uma das maiores, senão a maior linha de frente, que lidará diretamente com o cliente. A confiança nas informações que os operadores prestam será de suma importância para a manutenção desses clientes na lista de clientes ativos e lucrativos das empresas que adotam o Call Center. Muitas pessoas confundem os conceitos de Call Center com telemarketing, em seguida, compreenderemos melhor estes conceitos. 126 UNIDADE 2 | MARKETING DE RELACIONAMENTO: UMA FERRAMENTA PARA SE DIFERENCIAR NO MERCADO Segundo Dantas (2000, p. 69), o conceito de telemarketing é dado por “a utilização planejada de recursos de telecomunicações e informática como forma de se obter lucro direto ou indireto, através da satisfação do mercado consumidor de qualquer bem ou serviço”. Já Possas (2012, p. 4) define telemarketing como “todas e quaisquer atividades desenvolvidas através de sistemas de telemática e múltiplas mídias, objetivando ações padronizadas e contínuas de marketing”. Como pode ser visto nestes conceitos, o telemarketing está relacionado às formas de comunicação com o cliente, principalmente utilizando o telefone. O telemarketing é uma das ferramentas de marketing utilizadas pelas organizações, que vem evoluindo a sua participação através de usos de outras ferramentas de comunicação com o cliente, como as ferramentas de relacionamento na internet. Conforme Bretzke (2000), o telemarketing, também conhecido popularmente como “venda por telefone”, é uma ferramenta que atua de forma ativa ou receptiva (também conhecida como telemarketing passivo) através de central de atendimento a clientes e serve como canal de comunicação e vendas. Apesar de o público interpretar o telemarketing de forma simplória de vendas por telefone, conforme Zenone (2010), o processo completo envolve a aplicação integrada e sistemática de tecnologias de telecomunicações e processamento de dados, com sistemas administrativos, com o objetivo de otimizar o mix das comunicações de marketing sempre buscando atingir os clientes da organização, com o foco de gerar vendas, e gerar um canal de comunicação direto. Para Mancini (2006), as principais aplicações do telemarketingnas organizações são: • busca pedidos de venda; • pesquisa de mercado e obtenção de Informações; • atendimento a consultas de clientes sobre pedidos, disponibilidade de estoque, crédito, faturamento; • agenda e controle dos contatos; • elaboração de campanhas de marketing. Ainda, Mancini (2006) define telemarketing ativo como um serviço desenvolvido pelas organizações em que o contato é feito no sentido empresa- cliente, tendo como retaguarda todo um serviço pré-contato de busca e qualificação de possíveis contatos, de modo a aumentar o grau de assertividade nos contatos. O autor ainda define o telemarketing receptivo como o serviço em que o contato é feito no sentido cliente-empresa. As principais características do telemarketing ativo e receptivo estão apresentadas no quadro a seguir: TÓPICO 4 | ESTRATÉGIAS DE AUTOMAÇÃO APLICADAS AO MARKETING DE RELACIONAMENTO 127 QUADRO 9 – CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DE UM PROJETO DE CRM TELEMARKETING ATIVO TELEMARKETING RECEPTIVO Requer cadastro para ligações. Roteiro estruturado para as ligações. Operador comanda o contato. Picos previstos de ligações. Aproveita as mídias disponíveis. Maior conhecimento de técnicas pelo atendente. Mais questionamentos dos Prospects durante o contato dirigido ao objetivo. Estrutura ajustado ao tamanho do esforço de venda. A organização busca os contatos. O cadastro é gerado nos contatos. Requer roteiro estruturado para abordagem. O público comanda a ligação. Picos de demandas sazonais. Depende das mídias disponíveis (número de ramais etc.). Menos questionamentos aos clientes durante o contato. Exige maior conhecimento do produto pelo operador. Equipamentos e estrutura devem estar adequados à demanda. O cliente busca entrar em contato com a organização. FONTE: Mancini (2006) A organização é vista pelo cliente, conforme Swift (2001), como uma operação única e independe da forma de mídia utilizada por ele para contato, ou seja, por telefone, internet, fax etc. e todas as mídias devem ser integradas ao Call Center. Conforme Possas (2012, p. 4), o Call Center “é um dos mais importantes usos do telemarketing e está em grande expansão principalmente no Brasil”. O conceito de Call Center, também conhecido como Central de atendimento, apresentado por Mancini (2006), é dado por um conjunto de soluções e facilidades (equipamentos, sistemas e pessoal) que tem como objetivo fazer a interface entre os clientes e a empresa, gerando um relacionamento contínuo e duradouro, visando a um conjunto de soluções integradas, entre os prospects, clientes e fornecedores com a organização permitindo o gerenciamento do relacionamento com os clientes. A evolução do Call Center, com a integração de soluções com a informática, leva a estrutura ao conceito de Contact Center, que, conforme Possas (2012, p. 5), descreve: As novas tecnologias e o domínio da gestão de mudanças culturais podem elevar o relacionamento com clientes a patamares nunca antes atingidos. Dentro deste contexto, o Call Center transforma-se num Contact Center, gerenciando todo o relacionamento com os Clientes, seja através da Internet (e-mail e chats - salas de bate papo), fax ou telefone, respondendo em tempo real e, principalmente, permitindo que a agilidade seja um diferencial competitivo. No entanto, esta evolução tecnológica, ao que se percebe, parece correr muito a frente da evolução e enriquecimento da mão de obra destinada a este tipo de processo. Muitas inovações e transformações na área tecnológica foram colocadas em primeiro plano, enquanto, ao contrário, foram escassas as discussões sobre a competência devida aos trabalhadores de telemarketing e de Call Centers. É necessário encontrar formas para avaliar e incentivar uma evolução social que acompanhe a rápida evolução tecnológica e que, além disso, consiga conjugar as transformações que a tecnologia e sociedade podem provocar. 128 UNIDADE 2 | MARKETING DE RELACIONAMENTO: UMA FERRAMENTA PARA SE DIFERENCIAR NO MERCADO A evolução histórica do marketing de relacionamento é influenciada pela tecnologia como já estudamos, assim como a tecnologia tem influenciado todo o processo de contato com os clientes, desde o telemarketing, evoluindo para o Call Center e atualmente com a integração total e arquivamento das informações e contatos pelas diversas mídias têm originado os centros de contact center, compreendendo, conforme Possas (2012), um vasto conjunto de recursos materiais, softwares e hardwares e mídias diversas e recursos humanos da organização, tendo por finalidade a prestação de um ou mais serviços aos clientes. DICAS Como sugestão, apresentamos os sites a seguir, que permitirão a você ampliar o seu conhecimento sobre telemarketing, call center e contact center: Telemarketing: <http://www. fernandofeijo.com/telemkt1.htm>. Call Center: <http://books.google.com.br/books?hl=pt-BR &lr=&id=bnerdWKmXzgC&oi=fnd&pg=PA7&dq=defini%C3%A7%C3%A3o+call+center&ots=P3 P4dslI31&sig=7XMpoaaGfvWiYkRJGBYKA_fpoTY#v=onepage&q=defini%C3%A7%C3%A3o%20 call%20center&f=false>. Os administradores ainda contam com diversas ferramentas de trabalho no front office, mas sempre ligados às questões tecnológicas que permitem agilidade de contato e resposta sobre situações específicas relacionadas a pedidos de clientes e outros pontos importantes ao atendente ou vendedor para pronta resposta aos clientes. Atualmente os notebooks, tablets, bluetooth, softwares, banco de dados, entre outras ferramentas são pontos importantes para a evolução que está ocorrendo. Os tablets são uma nova fonte de agilidade de informação para o relacionamento com os clientes e os vendedores (figura a seguir). FIGURA 39 – TABLET COMO FERRAMENTA DE AGILIDADE DE INFORMAÇÃO EM CONTATOS COMERCIAIS COM OS CLIENTES FONTE: Disponível em <http://www.jangadeiroonline.com.br/tag/tablets/> Acesso em: 28 fev. 2012. TÓPICO 4 | ESTRATÉGIAS DE AUTOMAÇÃO APLICADAS AO MARKETING DE RELACIONAMENTO 129 DICAS Apresentamos como leitura complementar desta unidade, o Decreto lei nº 6.523, de 31 de julho de 2008, que regulamenta as normas gerais sobre o serviço de atendimento ao consumidor SAC, que tem influência direta nos serviços de Telemarketing, Call Center e Contact Center. BOA LEITURA! LEITURA COMPLEMENTAR DECRETO Nº 6.523, DE 31 DE JULHO DE 2008 Vigência: Regulamenta a Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990, para fixar normas gerais sobre o Serviço de Atendimento ao Consumidor - SAC. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, inciso IV, da Constituição, e tendo em vista o disposto na Lei n° 8.078, de 11 de setembro de 1990, DECRETA: Art. 1° Este Decreto regulamenta a Lei n° 8.078, de 11 de setembro de 1990, e fixa normas gerais sobre o Serviço de Atendimento ao Consumidor - SAC por telefone, no âmbito dos fornecedores de serviços regulados pelo Poder Público federal, com vistas à observância dos direitos básicos do consumidor de obter informação adequada e clara sobre os serviços que contratar e de manter-se protegido contra práticas abusivas ou ilegais impostas no fornecimento desses serviços. CAPÍTULO I DO ÂMBITO DA APLICAÇÃO Art. 2° Para os fins deste Decreto, compreende-se por SAC o serviço de atendimento telefônico das prestadoras de serviços regulados que tenham como finalidade resolver as demandas dos consumidores sobre informação, dúvida, reclamação, suspensão ou cancelamento de contratos e de serviços. Parágrafo único. Excluem-se do âmbito de aplicação deste Decreto a oferta e a contratação de produtos e serviços realizados por telefone. CAPÍTULO II DA ACESSIBILIDADE DO SERVIÇO Art. 3° As ligações para o SAC serão gratuitas e o atendimento das solicitações e demandas previsto neste Decreto não deverá resultar em qualquer ônus para o consumidor. 130UNIDADE 2 | MARKETING DE RELACIONAMENTO: UMA FERRAMENTA PARA SE DIFERENCIAR NO MERCADO Art. 4° O SAC garantirá ao consumidor, no primeiro menu eletrônico, as opções de contato com o atendente, de reclamação e de cancelamento de contratos e serviços. § 1° A opção de contatar o atendimento pessoal constará de todas as subdivisões do menu eletrônico. § 2° O consumidor não terá a sua ligação finalizada pelo fornecedor antes da conclusão do atendimento. § 3° O acesso inicial ao atendente não será condicionado ao prévio fornecimento de dados pelo consumidor. § 4° Regulamentação específica tratará do tempo máximo necessário para o contato direto com o atendente, quando essa opção for selecionada. Art. 5° O SAC estará disponível, ininterruptamente, durante vinte e quatro horas por dia e sete dias por semana, ressalvado o disposto em normas específicas. Art. 6° O acesso das pessoas com deficiência auditiva ou de fala será garantido pelo SAC, em caráter preferencial, facultado à empresa atribuir número telefônico específico para este fim. Art. 7° O número do SAC constará de forma clara e objetiva em todos os documentos e materiais impressos entregues ao consumidor no momento da contratação do serviço e durante o seu fornecimento, bem como na página eletrônica da empresa na INTERNET. Parágrafo único. No caso de empresa ou grupo empresarial que oferte serviços conjuntamente, será garantido ao consumidor o acesso, ainda que por meio de diversos números de telefone, a canal único que possibilite o atendimento de demanda relativa a qualquer um dos serviços oferecidos. CAPÍTULO III DA QUALIDADE DO ATENDIMENTO Art. 8° O SAC obedecerá aos princípios da dignidade, boa-fé, transparência, eficiência, eficácia, celeridade e cordialidade. Art. 9° O atendente, para exercer suas funções no SAC, deve ser capacitado com as habilidades técnicas e procedimentais necessárias para realizar o adequado atendimento ao consumidor, em linguagem clara. Art. 10. Ressalvados os casos de reclamação e de cancelamento de serviços, o SAC garantirá a transferência imediata ao setor competente para atendimento definitivo da demanda, caso o primeiro atendente não tenha essa atribuição. § 1° A transferência dessa ligação será efetivada em até sessenta segundos. § 2° Nos casos de reclamação e cancelamento de serviço, não será admitida a transferência da ligação, devendo todos os atendentes possuir atribuições para executar essas funções. § 3° O sistema informatizado garantirá ao atendente o acesso ao histórico de demandas do consumidor. TÓPICO 4 | ESTRATÉGIAS DE AUTOMAÇÃO APLICADAS AO MARKETING DE RELACIONAMENTO 131 Art. 11. Os dados pessoais do consumidor serão preservados, mantidos em sigilo e utilizados exclusivamente para os fins do atendimento. Art. 12. É vedado solicitar a repetição da demanda do consumidor após seu registro pelo primeiro atendente. Art. 13. O sistema informatizado deve ser programado tecnicamente de modo a garantir a agilidade, a segurança das informações e o respeito ao consumidor. Art. 14. É vedada a veiculação de mensagens publicitárias durante o tempo de espera para o atendimento, salvo se houver prévio consentimento do consumidor. CAPÍTULO IV DO ACOMPANHAMENTO DE DEMANDAS Art. 15. Será permitido o acompanhamento pelo consumidor de todas as suas demandas por meio de registro numérico, que lhe será informado no início do atendimento. § 1° Para fins do disposto no caput, será utilizada sequência numérica única para identificar todos os atendimentos. § 2° O registro numérico, com data, hora e objeto da demanda, será informado ao consumidor e, se por este solicitado, enviado por correspondência ou por meio eletrônico, a critério do consumidor. § 3° É obrigatória a manutenção da gravação das chamadas efetuadas para o SAC, pelo prazo mínimo de noventa dias, durante o qual o consumidor poderá requerer acesso ao seu conteúdo. § 4° O registro eletrônico do atendimento será mantido à disposição do consumidor e do órgão ou entidade fiscalizadora por um período mínimo de dois anos após a solução da demanda. Art. 16. O consumidor terá direito de acesso ao conteúdo do histórico de suas demandas, que lhe será enviado, quando solicitado, no prazo máximo de setenta e duas horas, por correspondência ou por meio eletrônico, a seu critério. CAPÍTULO V DO PROCEDIMENTO PARA A RESOLUÇÃO DE DEMANDAS Art. 17. As informações solicitadas pelo consumidor serão prestadas imediatamente e suas reclamações, resolvidas no prazo máximo de cinco dias úteis a contar do registro. § 1° O consumidor será informado sobre a resolução de sua demanda e, sempre que solicitar, ser-lhe-á enviada a comprovação pertinente por correspondência ou por meio eletrônico, a seu critério. § 2° A resposta do fornecedor será clara e objetiva e deverá abordar todos os pontos da demanda do consumidor. § 3° Quando a demanda versar sobre serviço não solicitado ou cobrança indevida, a cobrança será suspensa imediatamente, salvo se o fornecedor indicar o instrumento por meio do qual o serviço foi contratado e comprovar que o valor é efetivamente devido. 132 UNIDADE 2 | MARKETING DE RELACIONAMENTO: UMA FERRAMENTA PARA SE DIFERENCIAR NO MERCADO CAPÍTULO VI DO PEDIDO DE CANCELAMENTO DO SERVIÇO Art. 18. O SAC receberá e processará imediatamente o pedido de cancelamento de serviço feito pelo consumidor. § 1° O pedido de cancelamento será permitido e assegurado ao consumidor por todos os meios disponíveis para a contratação do serviço. § 2° Os efeitos do cancelamento serão imediatos à solicitação do consumidor, ainda que o seu processamento técnico necessite de prazo, e independe de seu adimplemento contratual. § 3° O comprovante do pedido de cancelamento será expedido por correspondência ou por meio eletrônico, a critério do consumidor. CAPÍTULO VII DAS DISPOSIÇÕES FINAIS Art. 19. A inobservância das condutas descritas neste Decreto ensejará aplicação das sanções previstas no art. 56 da Lei n° 8.078, de 1990, sem prejuízo das constantes dos regulamentos específicos dos órgãos e entidades reguladoras. Art. 20. Os órgãos competentes, quando necessário, expedirão normas complementares e específicas para execução do disposto neste Decreto. Art. 21. Os direitos previstos neste Decreto não excluem outros, decorrentes de regulamentações expedidas pelos órgãos e entidades reguladores, desde que mais benéficos para o consumidor. Art. 22. Este Decreto entra em vigor em 1º de dezembro de 2008. Brasília, 31 de julho de 2008; 187º da Independência e 120º da República. LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA Tarso Genro Este texto não substitui o publicado no DOU de 1º. 8. 2008. FONTE: Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-010/2008/decreto/ d6523.htm>. Acesso em: 10 maio 2012. 133 RESUMO DO TÓPICO 4 Neste tópico estudamos as principais ferramentas de apoio ao CRM e o marketing de relacionamento. Os pontos abordados abrangeram: • A estratégia de desenvolvimento de um processo de gestão de relacionamento, através da sistemática do CRM, envolve uma integração entre as informações dos clientes disponíveis no database da empresa, com estratégias de marketing, de atendimento, de envolvimento das pessoas, e por último, uma mudança de postura de toda a empresa. • Banco de dados é um arquivo de dados de clientes, cuja finalidade é armazenar informações importantes que possam definir e orientar ações influenciando o comportamento do consumidor. • As tecnologias integradoras do CRM estão correlacionadas ao software de CRM, o banco de dados (Database) e as tecnologias que integram a automação e o contato com os clientes. • Os clientes buscam o contato com as organizações através do telefone, ou seja, por uma estrutura de Call Center, e estão cadavez menos tolerantes com as organizações que não possuam uma estrutura eficaz de atendimento. • O telemarketing, também conhecido popularmente como “venda por telefone”, é uma ferramenta que atua de forma ativa ou receptiva (também conhecida como telemarketing passivo) através de central de atendimento a clientes e serve como canal de comunicação e vendas. • As principais aplicações do telemarketing nas organizações são: • busca pedidos de venda; • pesquisa de mercado e obtenção de Informações; • atendimento a consultas de clientes sobre pedidos; disponibilidade de estoque; crédito; faturamento; • agenda e controle dos contatos; • elaboração de campanhas de marketing. • Telemarketing ativo é definido como um serviço desenvolvido pelas organizações em que o contato é feito no sentido empresa-cliente, tendo como retaguarda todo um serviço pré-contato de busca e qualificação de possíveis contatos, de modo a aumentar o grau de assertividade nos contatos. 134 • Telemarketing receptivo como o serviço onde o contato é feito no sentido cliente- empresa. • Call Center, também conhecido como Central de atendimento, é definido como um conjunto de soluções e facilidades (equipamentos, sistemas e pessoal) que tem como objetivo fazer o interface entre os clientes e a empresa, gerando um relacionamento contínuo e duradouro, visando a um conjunto de soluções integradas, entre os prospects, clientes e fornecedores com a organização permitindo o gerenciamento do relacionamento com os clientes. • A evolução do Call Center, com a integração de soluções com a informática, levam a estrutura ao conceito de Contact Center. • O Decreto-Lei nº 6.523, de 31 de julho de 2008, regulamenta as normas gerais sobre o serviço de atendimento ao consumidor SAC, que tem influência direta nos serviços de Telemarketing, Call Center e Contact Center. 135 Prezado(a) acadêmico(a)! O assunto CRM é muito interessante. Sugerimos agora para você fazer os seguintes exercícios de revisão. 1 Quais são os principais focos trabalhados no CRM sobre a cadeia de informações sobre o cliente e a organização? 2 Quais são as principais atividades de um Sistema Gerenciador de Banco de Dados? 3 Quais são os focos principais que foram citados na Lei n° 8.078, de 11 de setembro de 1990, para fixar normas gerais sobre o Serviço de Atendimento ao Consumidor - SAC? AUTOATIVIDADE 136 137 UNIDADE 3 O MARKETING DE RELACIONAMENTO COMO ESTRATÉGIA DE SUCESSO OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM PLANO DE ESTUDOS A partir desta unidade, o(a) acadêmico(a) deverá ser capaz de: • conhecer as principais estratégias de relacionamento utilizadas pelas or- ganizações modernas; • identificar ações práticas de relacionamento com foco no cliente; • analisar estratégias de relacionamento utilizadas no mercado pelas em- presas; • refletir sobre a importância estratégica do marketing de relacionamento para as organizações; • coordenar ações de CRM e marketing de relacionamento; • validar características do novo mercado e do novo consumidor para com- por estratégias de relacionamento. Esta unidade pretende despertar no acadêmico, um maior interesse pela estra- tégica do marketing de relacionamento, bem como as ações desenvolvidas em sua aplicação dentro das organizações. Para que isto aconteça, estudaremos: TÓPICO 1 – ESTRATÉGIAS DE MARKETING E DE RELACIONAMENTO TÓPICO 2 – O MAPA ESTRATÉGICO DO RELACIONAMENTO TÓPICO 3 – O NOVO MERCADO, NOVO CONSUMIDOR, NOVO RELACIONAMENTO, UM NOVO FOCO PARA AS ORGANIZAÇÕES 138 139 TÓPICO 1 ESTRATÉGIAS DE MARKETING E DE RELACIONAMENTO UNIDADE 3 1 INTRODUÇÃO Estamos iniciando a última unidade do Caderno de Estudos. Gostaria de colocar duas verdades fundamentais para o mundo dos negócios, são elas: 1. O planejamento e desenvolvimento de estratégias são fundamentais para o sucesso do negócio. Você poderá dizer que muitas empresas começaram o seu desenvolvimento sem estratégias definidas, ou que ainda trabalham sem uma estratégia clara do negócio. Sim, isto é verdade, porém, conforme pesquisa do SEBRAE, muitas empresas quebram em seus primeiros anos de vida, por que o mercado é mais dinâmico que elas, e elas não possuem estratégias consistentes de trabalho. 2. Nenhuma empresa sobrevive sem clientes. Muitas empresas acham que são donas do mercado, e que os clientes têm que se sujeitar aos seus produtos e aos seus interesses, muitas vezes chamando os seus clientes de “chatos”, ou elementos que só incomodam no processo. Atualmente, o cliente é o elo fundamental de toda e qualquer organização, e as organizações precisam desse cliente para continuar crescendo. Não existe organização no mundo que sobreviva sem clientes. A satisfação dos clientes vem antes dos produtos e dos serviços, que é um princípio básico do mercado, portanto, as empresas devem: • oferecer o produto correto; • oferecer um preço justo; • oferecer produtos de qualidade; • entregar os produtos no prazo correto, de acordo com a solicitação do cliente; • oferecer garantias para o produto em relação ao seu uso; • atender adequadamente ao cliente em suas solicitações, principalmente no pós- vendas; • superar as expectativas dos clientes de forma inovadora. Atualmente as estratégias de marketing, estão buscando cada vez mais desenvolver um apelo de individualidade em suas campanhas, e por isso, a resposta esperada pelo cliente também é um atendimento personalizado. Portanto, uma estratégia de relacionamento agradável, sempre cria expectativa para o cliente. UNIDADE 3 | O MARKETING DE RELACIONAMENTO COMO ESTRATÉGIA DE SUCESSO 140 Uma estratégia de marketing precisa desenvolver alguns princípios básicos, que são: 1. Ser criativa. 2. Ser honesta e ética com o seu público-alvo (clientes e a empresa). 3. Gerar resultados positivos. E como consequência a estes pontos, ou princípios básicos relacionados às estratégias, o marketing de relacionamento precisa dar suporte e consequentemente buscar a primazia das ações da empresa com os clientes. UNI Não existe estratégia de marketing que gere sucesso para organização sem um bom marketing de relacionamento com os seus clientes. 2 ESTRATÉGIAS DE MARKETING A origem da palavra estratégia vem do grego, da palavra “stratego”, que é a combinação de duas palavras gregas: “Stratos” (exército) com a palavra “ag” (liderar), e seu significado literal quer dizer “a função do general do exército”, ou seja, o ato de pensar o que fazer para atingir o sucesso no front da batalha, logo por que não o front da batalha para atingir o consumidor. Mintzberg (2004) descreve que uma estratégia é uma forma de pensar sobre o futuro, utilizando-se de decisões presentes, buscando formalizar e articular formas de se atingir resultados nos diversos campos da organização. A estratégia definida no âmbito organizacional, e de acordo com Kotler (2000) é fundamental para garantir um futuro melhor para as organizações, as estratégias de marketing devem ser consideradas como o primeiro passo. Conforme Kotler (2000), uma análise consistente dos 5 P (Produto, Preço, Praça – Distribuição, Promoção – Comunicação e Pessoas) do marketing servem de referência para se desenvolver estratégias consistentes de marketing para a organização. Ao analisar os 5 P de forma consistente, os responsáveis pela organização poderão entender melhor o mercado e seus players de forma a traçar melhores estratégias e de forma mais consistentes. TÓPICO 1 | ESTRATÉGIAS DE MARKETING E DE RELACIONAMENTO 141 IMPORTANT E Você já estudou sobre planejamento estratégico, então é importante lembrar que: As estratégias constroem antecipadamente o futuro do negócio, mas a organização precisa agir conforme planejado, ou corrigindo as suas estratégias para concretizaro que planejou. Conforme Kotler (2000, p. 23), “o futuro não está à nossa frente. Ele já aconteceu”. Kotler (2000, p. 86) define o planejamento estratégico orientado para o mercado como sendo “o processo gerencial de desenvolver e manter um ajuste viável entre objetivos, habilidades e recursos de uma organização e as oportunidades de um mercado em contínua mudança. O objetivo do planejamento estratégico é dar forma aos negócios e produtos de uma empresa, de modo que eles possibilitem o lucro e o crescimento almejado.” O autor ainda descreve que é preciso entender o planejamento estratégico para entender a administração de marketing. E, para entender o planejamento estratégico, precisamos reconhecer que as maiores empresa organizam-se em quatro níveis: o nível corporativo, o nível de divisão, o nível de unidade de negócios e o nível de produto. (KOTLER, 2000). A visão estratégica do mercado é fundamental para uma organização ter sucesso, e as estratégias de marketing e a busca das vantagens competitivas são pontos cruciais para o atingimento deste. “O plano de marketing estratégico estabelece os objetivos gerais e a estratégia de marketing com base em uma análise da situação e das oportunidades de mercado atuais.” (KOTLER, 2000, p. 86). As estratégias de marketing podem enveredar por diversos caminhos, que precisam ser analisados de forma adequada, identificando quais estratégias são mais adequados ao momento e aos objetivos da organização. Como diz um dito popular, “o caminho se faz ao se caminhar”, o mesmo pode ser adaptado ao planejamento estratégico de marketing e às estratégias, que devem ser ajustadas conforme são implementadas. Esta visão de se ajustar as realidades do mercado à execução de um planejamento estratégico, temos na figura a seguir a apresentação desta realidade. UNIDADE 3 | O MARKETING DE RELACIONAMENTO COMO ESTRATÉGIA DE SUCESSO 142 FIGURA 40 – AJUSTES ESTRATÉGICOS FONTE: Mintzberg, Ahlstrand e Lampel (2000) As estratégias de marketing na visão de Dias (2004) levam a uma consonância maior da organização com as necessidades e desejos do cliente, buscando definir estratégias para procurar atendê-lo de forma adequada, antecipando-se aos concorrentes e às tendências de mercado. Conforme apresentado pelos diversos autores, os principais campos de desenvolvimento de estratégias de marketing estão na estrutura dos 5 “P” de marketing, ou seja: • estratégias de PRODUTO; • estratégias de PREÇO; • estratégias de PRAÇA; • estratégias de PROMOÇÃO e • estratégias para PESSOAS (visão expandida dos 4 “P”). Estes 5 pontos são os baluartes para a definição macro das estratégias de marketing. Com estas definições, podemos desenvolver mais especificamente as diversas ações de marketing em relação ao “P” de Promoção, onde estão as principais ferramentas de comunicação, conforme apresentado no quadro a seguir. TÓPICO 1 | ESTRATÉGIAS DE MARKETING E DE RELACIONAMENTO 143 QUADRO 10 – FERRAMENTAS DE COMUNICAÇÃO QUE PODEM SER UTILIZADAS EM UMA ESTRATÉGIA DE MARKETING Propaganda Promoção de Vendas Relações Públicas Venda Pessoal Marketing Direto Anúncios impressos de rádio e televisão Concursos, sorteios, loterias Kits para a imprensa Apresentações de vendas Catálogos Anúncios em embalagens Brindes Apresentações de vendas Convenções de vendas Lista de clientes (mailing lists) Encartes em embalagens Amostra grátis Seminários Programas de incentivo Telemarketing Anúncios em projeções Feiras e convenções Relatórios anuais Distribuição de amostras Compra eletrônica Catálogos e folhetos Exposições Doações de caridade Feiras e convenções Compra por televisão Anuários Demonstrações Patrocínio Fax Propaganda Promoção de Vendas Relações Públicas Venda Pessoal Marketing Direto Reprodução de anúncios Cuponagem Publicações Cartazes luminosos Descontos Relações com a comunidade Correio de voz (voice mail) Anúncio em lojas Financiamento a juros baixos Lobbying Displays de ponto- de-venda Entretenimento Mídias especiais Materiais audiovisuais Promoção de trocas Revista da empresa Símbolos e logos Programas de fidelização Eventos Videoteipes Distribuição de adesivos FONTE: Costa (1996) Atualmente, temos várias ferramentas de comunicação através dos meios eletrônicos como a internet, os sites de relacionamento, os sites de compras em grupo, entre outros. Assim, temos todas as vertentes do marketing como fontes inspiradoras de estratégias, conforme apresentado no quadro a seguir. QUADRO 11 – TIPOS DE MARKETING Marketing Tradicional Marketing Direto Marketing Relacionamento Marketing de Massa Marketing Nicho Marketing Parceria Marketing Ecomarketing E-mail Marketing Endomarketing Marketing 1 a 1 Marketing Ambiental Marketing Cultural Marketing de Fidelização Marketing de Experiência / Marketing Experiência Marketing de Guerra e Marketing de Guerrilha UNIDADE 3 | O MARKETING DE RELACIONAMENTO COMO ESTRATÉGIA DE SUCESSO 144 Marketing de Incentivo Marketing de Percepção Marketing de Permissão Marketing de Resposta Marketing de Retenção Marketing de Segmento Marketing de Serviços Marketing de Transação Marketing de Varejo Marketing Eleitoral Marketing Esportivo Marketing Ético Marketing Experiencial Marketing Experimental Marketing Institucional Marketing Internacional Marketing Multinível Marketing Permissivo Marketing Turístico Marketing Viral Web-marketing FONTE: O autor DICAS Caro(a) acadêmico(a)! Sugerimos que você leia o texto relacionado aos Tipos de Marketing, desenvolvido pelo autor Daniel Portillo Serrano. Disponível em: <http://www. portaldomarketing.com.br/Artigos/Tipos_de_Marketing.htm>. Acesso em: 2 fev. 2012. Este texto traz uma explicação sucinta sobre os diversos tipos de marketing e poderá esclarecer possíveis dúvidas sobre eles. Para encerrarmos este tópico, descreveremos um ponto importante apresentado por Kotler (2000, p. 89), “um negócio precisa ser visto como um processo de satisfação do cliente, não como um processo de produção de mercadorias. Os produtos são transitórios, mas as necessidades básicas e os grupos de clientes são eternos.” Já, Bretzke (2000) afirma que todas as formas de marketing são importantes para as organizações, mas o marketing de relacionamento é fundamental para o sucesso das estratégias. No próximo tópico, aprofundaremos mais o assunto. Então, conforme Kotler (2000, p. 85), “é mais importante adotar a estratégia correta do que buscar o lucro imediato”. DICAS Para aprofundar os seus conhecimentos, sugerimos a leitura da entrevista do profissional Mario Persona sobre “A importância do marketing” no site: <http://www. mariopersona.com.br/entrevista_jeronimos_estrategia.html>. Acesso em: 28 fev. 2012. TÓPICO 1 | ESTRATÉGIAS DE MARKETING E DE RELACIONAMENTO 145 FIGURA 41 – SITE MARIO PERSONA FONTE: Disponível em: <http://www.mariopersona.com.br/entrevista_jeronimos_estrategia. html>. Acesso em: 28 fev. 2012. As estratégias de relacionamento estão ligadas ao suporte dado pela organização através de suas estratégias de marketing. Podemos então, afirmar categoricamente que não existe uma estratégia de marketing que se mantenha no mercado sem uma estratégia consistente de relacionamento. Bretzke (2000) afirma que o marketing de relacionamento e o CRM servem de apoio a todas as estratégias de marketing. As estratégias de relacionamento geralmente são complexas em sua formatação, conforme Zenone (2010, p. 73), pois trabalham com 4 elementos bastante complexos de interpretação e implementação de estratégia, que são: “ clientes, produtos, canais e tecnologia”. Cada um destes elementos já é complexo entre si, pela sua própria natureza, e ajustar estratégiaspara cada um deles e consoantes entre si, são de fundamental importância ao sucesso de uma estratégia de marketing de relacionamento (figura a seguir). 3 ESTRATÉGIAS DE RELACIONAMENTO UNIDADE 3 | O MARKETING DE RELACIONAMENTO COMO ESTRATÉGIA DE SUCESSO 146 FIGURA 42 – PRINCIPAIS ELEMENTOS ESTRATÉGICOS DO MARKETING DE RELACIONAMENTO FONTE: Clientes. Disponível em: <http://tourdaexperiencia.blogspot.com.br/>. Produto. Disponível em: <http://ademircamillo.wordpress.com/2008/09/07/procter-gamble/>. Canais. Disponível em: <http://www.mundoeducacao.com.br/geografia/meios-transporte.htm>. Tecnologia. Disponível em: <http://www.serpontel.com.br/informatica/>. Acesso em: 2 mar. 2012. No quadro a seguir, apresentamos de forma sucinta as principais variáveis que poderão ser analisadas e trabalhadas no desenvolvimento estratégico de cada um dos quatro pontos fundamentais conforme descrito por Zenone (2010). QUADRO 12 – TIPOS DE MARKETING CLIENTES Perfil dos clientes Volume de consumo Identificar necessidades e desejos dos consumidores Forma de atendimento pela organização Estratégia de relacionamento PRODUTOS Tipo de produtos Análise de produtos da concorrência Tecnologia nos produtos CANAIS Análise dos canais de comunicação atuais Análise dos canais de comunicação dos concorrentes Novos canais de comunicação Call-center, e-mail etc. TECNOLOGIA Software e hardware CRM Adaptação dos atendentes a tecnologia Upgrade FONTE: Zenone (2010) TÓPICO 1 | ESTRATÉGIAS DE MARKETING E DE RELACIONAMENTO 147 O quadro anterior é um resumo de alguns pontos principais, outros pontos poderão ser analisados e trabalhados, conforme as necessidades identificadas para o atingimento dos resultados previamente estabelecidos pela empresa (objetivos). A estratégia é uma ferramenta e através dela podemos obter resultados, desde que sejam estabelecidas metas. Se atingirmos as metas, atingiremos nosso objetivo. Conforme Bretzke (2000), através do uso de estratégias de relacionamento, passa-se a desenvolver ferramentas para conhecer melhor o seu cliente, seus gostos, preferências, hábitos e costumes, e com estas informações desenvolverá novas estratégias organizacionais de produto, preço, praça e comunicação, de modo a influenciar o consumidor ao se oferecer novos produtos, buscando uma melhor relação custo-benefício e aumento de consumo dos mesmos. As estratégias de relacionamento trabalham nas três frentes, ou seja, antes da compra, no processo de compra, no pós-venda e em cada fase onde são utilizadas ferramentas específicas de ação que podem influenciar o consumidor, e as principais delas estão apresentados no quadro a seguir. QUADRO 13 – ESTRATÉGIAS DE RELACIONAMENTO NAS FASES DE COMPRA Pré-compra • Informação do produto e outros. • Esclarecimentos sobre o processo de compra (financiamentos, prazos de entrega etc.). • Apoio ao comprador, através de referências de outros consumidores satisfeitos. • Informações sobre a empresa, garantias etc. • Propaganda e outras formas de divulgação etc. Processo de compra • Esclarecimentos sobre processo de compra. • Onde encontrar o produto. • Transporte etc. Pós-venda • Garantia de produto. • Assistência técnica. • Estratégias de fidelização. • Satisfação do cliente etc. FONTE: O autor Conforme Madruga (2006), as estratégias das organizações estão voltadas à customização, diferenciação, inovação e principalmente ao relacionamento com geração de valor ao consumidor. Assim, o marketing individualizado (marketing 1 to 1) e personalizado gera um grande diferencial competitivo, pois entende melhor seu mercado, buscando antecipar-se às ações da concorrência, principalmente em relação ao seu maior patrimônio, que são os consumidores de seus produtos. Conforme Bretzke (2000), ao analisar as informações obtidas dos consumidores pelos gestores comerciais e de marketing, eles podem utilizá-las para a definição das estratégias do marketing de relacionamento de valor, gerando estratégias mais assertivas para a organização em relação ao mercado. UNIDADE 3 | O MARKETING DE RELACIONAMENTO COMO ESTRATÉGIA DE SUCESSO 148 As estratégias de relacionamento conforme Peppers e Rogers (1994) são fundamentais para satisfazer o cliente, dando-lhe suporte e apoio, criando um elo entre o produto adquirido e a organização, além de servir como base para a organização desenvolver melhores estratégias de relacionamento, bem como para as estratégias gerais da organização. Conforme exposto por Peppers e Rogers (1994), estamos em uma era em que as pessoas não compram somente produtos e serviços, elas querem algo a mais da sua organização. Elas buscam a excelência no atendimento, benefícios, status e exclusividade, e as organizações somente poderão atingir este grau de excelência, desenvolvendo melhores estratégias de marketing de relacionamento. Assim, terminamos este tópico com uma frase para a sua reflexão. As estratégias de relacionamento são a base do sucesso de uma organização, pois se não houver um bom relacionamento com o cliente, ele provavelmente procurará outras fontes para satisfazer as suas necessidades e seus desejos de compras. No próximo tópico, aprofundaremos mais o tema de estratégias de relacionamento e do CRM, mas, agora, vamos fazer a leitura complementar, a revisão e os exercícios. LEITURA COMPLEMENTAR ESTRATÉGIAS DE MARKETING Rafael Mauricio Menshhein Dentro do marketing, podem-se perceber inúmeras estratégias, planos desenhados para atingir objetivos e determinar qual é o melhor caminho a ser seguido no mercado, suas possíveis alterações e também reações que devem estar devidamente detalhadas para que não apareçam surpresas ao longo do tempo, especialmente perda de mercado porque não se lembrou de um ou outro fator que pode ser uma variável que trará o sucesso do concorrente. Em mercados competitivos, todos são, não há como não olhar com muito cuidado, realizar estudos e determinar as melhores estratégias para cada novo, ou mesmo já inserido no mercado, produto ou serviço, pois muito mais do que apenas criar, é necessário que o marketing faça um acompanhamento contínuo do andamento do mercado como um todo, desde os fornecedores até seus concorrentes. As estratégias podem ser classificadas em termos como: 1 - Quanto à dominância de mercado: • Estratégia de liderança teste. • Desafiante. • Seguidor. • Nicho de mercado. TÓPICO 1 | ESTRATÉGIAS DE MARKETING E DE RELACIONAMENTO 149 2 - Classificação genérica de Michael Porter: • Liderança de custos. • Diferenciação de produto. • Segmentação de mercado. 3 - Quanto à inovação: • Pioneiros. • Seguidores imediatos. • Seguidores tardios. 4 - Estratégia de crescimento: • Integração horizontal. • Integração vertical. • Diversificação (ou Conglomeração). • Intensificação. 5 - Quanto à agressividade: • Construir. • Segurar. • Ceifar ou colher. 6 - Pode haver um esquema detalhado como: • Prospector. • Analisador. • Defensor. • Reagir. Cada uma das estratégias visa enquadrar-se melhor ao estilo do produto, seu mercado, o que a empresa pretende atingir e muitas variáveis que são definidas nos planejamentos, mas para que cada estratégia possa surtir o efeito esperado é vital o conhecimento do produto, seu mercado, o público-alvo e da concorrência, um simples descuido pode resultar em “surpresas desagradáveis” e então pode chegar ao ponto de não existir tempo hábil para mudar a estratégia e corrigir o erro. Muito mais do que alocar a estratégia correta, é importante manter estudos constantes do mercado, avaliar a necessidade ou não de aumentar sua participação no mercado, correr riscos que estão já estabelecidos e apontam como contra-atacar a concorrência em caso desta conseguir colocar-se um pouco à frente na disputa por um mercado-alvo. FONTE:MENSHHEIN, Rafael Maurício. Estratégias de marketing. Portal do Marketing, 2006. Disponível em: <http://www.portaldomarketing.com.br/Artigos1/Estrategias_de_marketing.htm>. Acesso em: 15 mar. 2012. 150 Neste tópico, estudamos as estratégias de marketing e de relacionamento, em que: • Vimos que uma estratégia de marketing precisa desenvolver alguns princípios básicos, que são determinantes, onde as empresas precisam ser: criativas; honestas e éticas com o seu público-alvo (clientes e a empresa) e gerar resultado. • Estudamos que a origem da palavra estratégia vem do grego, da palavra “stratego”, que é a combinação de duas palavras gregas que são “Stratos” (exército) com a palavra “ag” (liderar). Seu significado literal quer dizer “a função do general do exército”, ou seja, o ato de pensar o que fazer para atingir o sucesso no front da batalha, logo, por que não o front da batalha para atingir o consumidor. • Vimos que uma estratégia nada mais é do que uma forma de pensar sobre o futuro, utilizando-se de decisões presentes, buscando formalizar e articular formas de se atingir resultados nos diversos campos da organização. • A visão estratégica do mercado é fundamental para uma organização ter sucesso, e as estratégias de marketing e a busca das vantagens competitivas são pontos cruciais para atingimento deste. • As estratégias de marketing podem enveredar por diversos caminhos, os quais precisam ser analisados de forma adequada, identificando quais estratégias são mais adequadas ao momento e aos objetivos da organização. • Vimos que os principais campos de desenvolvimento de estratégias de marketing estão na estrutura dos 5 P de marketing, ou seja: estratégias de PRODUTO; estratégias de PREÇO; estratégias de PRAÇA; estratégias de PROMOÇÃO e estratégias para PESSOAS (visão expandida dos 4 P). • Podemos afirmar que não existe uma estratégia de marketing que se mantenha no mercado sem uma estratégia consistente de relacionamento. • Vimos que ao utilizar estratégias de relacionamento adequadas pelas organizações, ela passa a desenvolver ferramentas para conhecer melhor o seu cliente, seus gostos, preferências, hábitos e costumes. Com estas informações desenvolverá novas estratégias organizacionais de produto, preço, praça e comunicação de modo a influenciar o consumidor ao se oferecer novos produtos, buscando uma melhor relação custo-benefício e aumento de consumo dos mesmos. RESUMO DO TÓPICO 1 151 • Estudamos que as estratégias de relacionamento trabalham nas três frentes de influência no consumidor, ou seja, antes da compra, no processo de compra e no pós-venda, e em cada fase, podem ser utilizadas as ferramentas adequadas e específicas para esta ação. • Vimos que as estratégias de relacionamento são a base do sucesso de uma organização, pois, sem um bom relacionamento com o cliente, ele procurara outras fontes para satisfazer as suas necessidades e desejos de compras. DICAS Para um aprofundamento destes temas, sugiro que você leia o capítulo III: A conquista de mercados: planejamento estratégico orientado para o mercado, do livro: KOTLER, Philip. Administração de marketing – 10. ed. São Paulo: Prentice Hall, 2000. 152 Prezado(a) acadêmico(a)! Sugerimos agora que você faça os seguintes exercícios de revisão. 1 No mundo coorporativo, o desenvolvimento de estratégias de marketing vem para auxiliar no desenvolvimento do próprio negócio. Analise as afirmativas a seguir: I – A estratégia é uma forma de pensar o presente, utilizando-se de decisões passadas, buscando formalizar e articular formas de se atingir resultados nos diversos campos da organização. II – A visão estratégica do mercado é fundamental para uma organização ter sucesso, e as estratégias de marketing e a busca das vantagens competitivas são pontos cruciais para atingimento destas. III – As estratégias de marketing podem enveredar por diversos caminhos, os quais precisam ser analisados de forma adequada, identificando quais estratégias são mais adequados ao momento e aos objetivos da organização. IV – As estratégias de marketing levam a uma consonância maior da organização com a necessidade e desejos do cliente, buscando definir estratégias para atendê-lo de forma adequada, e antecipando-se aos concorrentes e às tendências de mercado. Agora, assinale a alternativa CORRETA: ( ) Somente a afirmativa IV está correta. ( ) As afirmativas II e III estão corretas. ( ) As afirmativas II, III e IV estão corretas. ( ) Somente a afirmativa I está correta. 2 Complete as lacunas da sentença a seguir: “As estratégias de ________________________ são a base do ______________ de uma organização, pois sem um bom relacionamento com o_____________________, ele procurará outras fontes para satisfazer o seu desejo de_________________.” Agora, assinale a alternativa CORRETA: ( ) relacionamento – sucesso – cliente - compras. ( ) marketing – crescimento – concorrentes - produção. ( ) relacionamento – fracasso – vendedor - vendas. ( ) relacionamento – aumento – colaborador – satisfação. AUTOATIVIDADE 153 TÓPICO 2 O MAPA ESTRATÉGICO DO RELACIONAMENTO UNIDADE 3 1 INTRODUÇÃO Atualmente um dos principais focos das organizações é o desenvolvimento de estratégias de relacionamento com os clientes, de modo que eles comprem e continuem comprando da organização. A maioria das organizações está preocupada com os clientes que continuem comprando. Na visão de McKenna (1992) sobre a evolução dos sistemas produtivos e por consequência o marketing, é de que na era da produção em massa o foco é o marketing de massa. Atualmente com a era da produção flexível é necessário ter um marketing flexível ajustado às novas vertentes de consumo. Precisamos abrir um parênteses para alguns esclarecimentos sobre a evolução que vem ocorrendo dentro das organizações em relação às formas produtivas, o marketing de relacionamento, as estratégias de ação etc. Tudo isto, advém do novo consumidor, que está mais “antenado” com as novidades ocasionadas pelas relações globalizadas, principalmente com o advento da internet, gerando um consumo mais dinâmico em todas as áreas. Por isto, as organizações precisam estar constantemente melhorando as estratégias de atendimento a este consumidor, bem como, as suas formas de relacionamento com ele. UNI Você estudará na próxima unidade mais aprofundadamente o tema “O novo consumidor e a sua influência nas atividades do marketing de relacionamento”. 154 UNIDADE 3 | O MARKETING DE RELACIONAMENTO COMO ESTRATÉGIA DE SUCESSO FIGURA 43 – NOVOS TEMPLOS DE CONSUMO FONTE: Disponível em: <http://promoview.com.br/shopping/81581-shoppings-vivem- momento-de-expansao/>. Acesso em: 3 mar. 2012. Conforme Mintzberg (2004), a estratégia é o mapa a seguir de toda a organização, e assim iremos aprofundar mais sobre este foco neste tópico. 2 “STRATEGO” – ESTRATÉGIA, UM CAMINHO SEM VOLTA Um dos grandes diferenciais das organizações de sucesso para as organizações medianas é que as primeiras têm um “mapa” a ser seguido, ou seja, uma visão estratégica do que deverá ser alcançado. Não é diferente com relação ao marketing de relacionamento, pois sem deixarmos claro aonde a organização espera chegar, dificilmente atingirá os objetivos almejados, e como em “alto mar, onde podem soprar ventos de todos os quadrantes (lados)”, em uma organização, poderão surgir novos fatos que exigirão dos administradores tomadas de decisão para adaptar as estratégias traçadas para novos patamares ajustados à nova realidade. O que precisamos entender, é que o ambiente empresarial não é estático, muito pelo contrário, ele é bem dinâmico, com novos fatos surgindo constantemente e exigindo novas estratégias de ação. TÓPICO 2 | O MAPA ESTRATÉGICO DO RELACIONAMENTO155 DICAS Caro(a) acadêmico(a)! Tudo o que você estudou até o presente momento é cabível à análise e à definição de estratégias para trabalhar com marketing de relacionamento e com o CRM, assim você consegue ver a complexidade que podem tomar as estratégias. Conforme se estudou na Unidade 2, os principais focos das estratégias de marketing de relacionamento estão em: • Estratégias de relacionamento. • Oferta do produto (empresa e concorrentes). • Pessoas. • Tecnologia. Mas não devemos esquecer que tudo o que se estudou pode fazer parte ou compor uma estratégia de relacionamento. FIGURA 44 – ESTRATÉGIAS DE RELACIONAMENTO FONTE: Disponível em <http://cabradm.blogspot.com.br/2011/01/o-que-e-estrategia. html>. Acesso em: 12 mar. 2012. As estratégias de relacionamento precisam ser ajustadas conforme a fase em que o CRM se encontra, ou seja, operacional, analítico e colaborativo. Precisamos lembrar que as estratégias de relacionamento são estratégias de serviços prestados pelas organizações e, por isto, precisamos estar atentos às cinco dimensões da qualidade dos serviços prestados, conforme descritas por Berry e Parasuraman (1992), (confiabilidade, tangíveis, sensibilidade, segurança e empatia) que precisam estar compreendidas nas estratégias e ações de relacionamento. Para Madruga (2006), a compreensão geral de todo o processo e da operacionalização do marketing de relacionamento e dos consumidores são fundamentais para desenvolvimento de estratégias mais assertivas. 156 UNIDADE 3 | O MARKETING DE RELACIONAMENTO COMO ESTRATÉGIA DE SUCESSO Não podemos esquecer que no desenvolvimento das estratégias de relacionamento, o primeiro foco para gerar o sucesso de uma empresa é o cliente, sendo que todas as estratégias desenvolvidas são para atingir o maior número possível de clientes, buscando consolidar o relacionamento entre o cliente e a organização. As estratégias modernas de relacionamento preconizadas por McKenna (1992) devem se basear em gerar conhecimento e experiência ao consumidor. Para desenvolvermos as estratégias precisamos ampliar o conhecimento da organização sobre o cliente, a tecnologia, a concorrência, a organização e os seus recursos, conforme já enfocamos. Para McKenna (1992), o marketing de relacionamento deve gerar TAMBÉM experiências ao consumidor, através do armazenamento dos dados históricos de consumo dos clientes na empresa, e outras fontes como pelo monitoramento da concorrência, pela análise do mercado e outras fontes de informação. Um ponto importante de uma análise detalhada dos dados coletados pela organização está no desenvolvimento de estratégias mais acertadas para toda a organização, mas, principalmente, no fornecimento de dados mais seguros para o desenvolvimento de novas oportunidades de negócios e no apoio ao lançamento de novos produtos, bem como, na abertura de novos mercados. Podemos afirmar que a visão estratégica de relacionamento busca focar os seguintes pontos principais em uma organização: 1. Conhecer melhor o cliente e o mercado. 2. Acompanhar a concorrência e neutralizá-la. 3. Desenvolver novos produtos. 4. Desenvolver novos mercados. 5. Comunicar ao mercado informações sobre a empresa (propaganda, relacionamentos, institucional, os produtos etc.). 6. Desenvolver um bom relacionamento com os clientes, criando uma imagem positiva nos mesmos. Gummesson (2005), Slongo (2004), Poser (2005), entre outros autores, afirmam que as empresas precisam desenvolver uma visão ampliada de interação, utilizando o binômio valor para o consumidor e relacionamento, onde o primeiro busca desenvolver a percepção dos atributos e benefícios do produto gerando um valor ao consumidor e desfazendo o conceito de preço cobrado, e o segundo foco busca desenvolver a interação estabelecida entre a empresa e o cliente. É desta visão que surge um novo paradigma, Gronroos (2004) diferencia o marketing transacional/tradicional do marketing de relacionamento, que nos permite entender e desenvolver estratégias mais acertadas. As principais características que diferenciam o marketing transacional e de relacionamento estão apresentadas no quadro a seguir. TÓPICO 2 | O MAPA ESTRATÉGICO DO RELACIONAMENTO 157 QUADRO 14 – O CONTÍNUO DE ESTRATÉGIA DE MARKETING E MARKETING DE RELACIONAMENTO O MOTO-CONTÍNUO DA ESTRATÉGIA MARKETING DE TRANSAÇÃO MARKETING DE RELACIONAMENTO Unidade de análise Troca única Relacionamento Perspectiva de tempo Foco no curto prazo Foco no longo prazo Função de marketing dominante Marketing mix Marketing interativo (apoiado por atividades de marketing mix) Elasticidade de preço Clientes tendem a ser mais sensíveis ao preço Clientes tendem a ser menos sensíveis ao preço Dimensão de qualidade dominante Qualidade de resultado (dimensão de qualidade técnica) é dominante Qualidade de interações (dimensões da qualidade funcional) cresce em importância e pode se tornar dominante Medição de satisfação do cliente Monitoração da participação de mercado (abordagem indireta) Gerenciamento da base de clientes (abordagem direta) Sistema de informações de clientes Levantamentos “ad hoc” da satisfação de clientes Sistema de feedback do cliente em tempo real Interdependência entre marketing, operações e gestão de recursos humanos Interface sem importância estratégica ou com importância limitada Interface de substancial importância estratégica O papel do marketing interno/ endomarketing Endomarketing sem importância ou com importância limitada para o sucesso Endomarketing tem substancial importância estratégica para o sucesso FONTE: Grönroos (2004, p. 313) Para encerrarmos este assunto, vamos desenvolver um quadro sucinto que apresenta as principais estratégias dentro das visões estudadas até o presente momento neste Caderno de Estudos. IMPORTANT E Este material permitirá que você analise estratégias de relacionamento de empresas concorrentes, bem como desenvolva suas próprias estratégias para a organização. Porém, salientamos que antes de “receitas de bolo”, precisamos ser criativos no desenvolvimento das estratégias, e que as sugestões aqui apresentadas devem servir ao profissional apenas de referência para o desenvolvimento de suas estratégias, bem como, poderá haver necessidades de estratégias outras, conforme necessidade da organização. O quadro a seguir apresenta as principais estratégias que podem ser desenvolvidas considerando as 3 fases de aplicação do CRM, relacionadas com os 4 pontos de foco estratégico do marketing de relacionamento. Lembramos que poderão ser desenvolvidas outras estratégias conforme a necessidade da organização e visão dos estrategistas. 158 UNIDADE 3 | O MARKETING DE RELACIONAMENTO COMO ESTRATÉGIA DE SUCESSO QUADRO 15 – CARACTERÍSTICAS DAS ESTRATÉGIAS DE MARKETING DE RELACIONAMENTO E FOCOS ESTRATÉGICOS EM CADA FASE DO CRM CRM OPERACIONAL CRM ANALITICO CRM COLABORATIVO ESTRATEGIAS DE RELACIONAMENTO - Contato/apoio ao cliente. - Garantia e assistência técnica. - 0800. - Obtenção de informação do cliente. - Muitas vezes telemarketing receptivo. - Muitas vezes afastado do cliente. - Busca responder só o básico ao cliente. - Foca nas analises das informações extraídas e registradas dos clientes. - Desenvolve mais ações em relação a produtos e tentando neutralizar pontos negativos identificados. - O DBM é fundamental ao processo. - Geralmente reage a fatos já ocorridos e, algumas vezes, tenta se antecipar a problemas futuros. - Relacionamento colaborativo com os clientes. - Criação de comunidades para troca de experiência e outros de interesse. - Criação de elo colaborativo com o cliente. - Utilização de mídias sociais. - Aproximação dos clientes. - Desenvolvimentode soluções muitas vezes conjuntas com os usuários/ clientes. OFERTA DE PRODUTO - Geralmente contribui pouco, ou os ajustes muitas vezes são de reação a fatos já incorridos. - Quando estamos nesta fase, as análises de informação captadas são um bom baluarte para o desenvolvimento de novos produtos. - Sintonia com a necessidade de mercado. - Os consumidores são participantes no desenvolvimento de novos produtos. - Maior assertividade nos novos produtos. - O mercado aguarda novos produtos. PESSOAS - Treinamento nas questões básicas de atendimento e telemarketing. - Respostas programadas e pouco criativas. - Relacionamento muitas vezes frio. - Foco no atendimento e em analistas. - Respostas dirigidas pelas análises. - Atendentes altamente treinados para solucionar problemas com os clientes. - Telemarketing ativo. - Profissionais em todas as áreas pra achar as melhores soluções pra empresa e para os clientes. - São fundamentais ao sucesso do relacionamento. TECNOLOGIA - Tecnologia e hardware básico para atendimento. - Tecnologia e hardware básico para atendimento. - Softwares de analises apurados. - Tecnologia e hardware como foco para atendimento e resposta ao cliente. - Softwares integrados em todas as áreas. - Tecnologia fundamental para o sucesso. - Tecnologia como foco para desenvolver campanhas de comunicação. FONTE: O autor Como você pôde ver no quadro acima, ele é um mapa interessante para o desenvolvimento das estratégias de relacionamento, mas lembre-se de que são as pessoas que desenvolvem as estratégias. TÓPICO 2 | O MAPA ESTRATÉGICO DO RELACIONAMENTO 159 Aproveite o que aprendemos sobre estratégias de relacionamento e principalmente o Quadro 15 e faça uma análise das estratégias de atendimento de uma empresa. Utilize este exercício para fazer uma discussão em sala de aula. ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ AUTOATIVIDADE UNI Um bom mapa é fundamental para se chegar ao destino, mas são os ajustes do timoneiro que fazem a embarcação chegar ao porto. 3 O CAMINHO PARA O SUCESSO, A EXECUÇÃO DO PLANEJADO Um dos principais problemas do planejamento estratégico e das estratégias está em sua execução. Algumas empresas até são boas em planejar, em definir estratégias, mas na hora de colocar em ação, o processo não se concretiza. Os métodos tradicionais de transação comercial, de atrair e reter clientes estão se mostrando inadequados, principalmente para as organizações que precisam conquistar novos espaços no mercado. Conforme podemos ler em Sabatino (2003), o aumento da competição no mercado e a popularização da Web estão mudando o cenário de negócios e principalmente diminuída a fidelidade dos clientes as empresas Gummesson (2005) afirma que as organizações precisaram mudar a sua forma de negociar para se manterem competitivas no mercado, e as estratégias de relacionamento é o caminho para saírem do mundo orientado a produtos e entrar em um novo mundo orientado para clientes. Conforme Bretzke (2000), os principais problemas para desenvolver as estratégias de relacionamento e de CRM em uma organização são: • Dificuldades para mudar a cultura atual da empresa. • Dificuldades em mudar os processos de negócios existentes. • Dificuldades em adaptar e atualizar os sistemas da empresa. 160 UNIDADE 3 | O MARKETING DE RELACIONAMENTO COMO ESTRATÉGIA DE SUCESSO Para lograrmos êxito neste processo de implantação das estratégias de relacionamento, precisamos transpassar estas barreiras apresentadas por Bretzke (2000), lembrando que em todas elas, o funcionário é o elo fundamental para se atingir o sucesso. Vide figura a seguir. FIGURA 45 – PESSOAS: O ELO FUNDAMENTAL DAS ORGANIZAÇÕES FONTE: Disponível em: <http://www.claudionasajon.com.br/index.php/category/ gestao-empresarial/>. Acesso em: 11 mar. 2012. As pessoas são o elo fundamental de sucesso ou insucesso de uma organização. Pela sua experiência e conhecimento de outras disciplinas da administração, liste quais são os principais fatores ligados às pessoas que influenciam no sucesso ou fracasso de implantação de mudanças em uma organização. _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ AUTOATIVIDADE O desenvolvimento das estratégias de relacionamento tem a ver com as pessoas em todos os níveis, do operacional ao pensante (estratégico), pois só assim conseguiremos desenvolver adequadamente as ações necessárias de relacionamento. TÓPICO 2 | O MAPA ESTRATÉGICO DO RELACIONAMENTO 161 FIGURA 46 – O PROCESSO DE FORMAÇÃO DE CULTURA DE CRM FONTE: Peppers & Rogers Group - CRM Series - Marketing 1 to 1: aumentando o valor de seus clientes com CRM – 2004. Disponível em: <http://www.1to1.com.br/view. aspx?itemId=32393>. Acesso em: 12 mar. 2012. Além das pessoas, Peppers e Rogers (1997) descrevem que outros dois fatores podem gerar problemas na implantação das estratégias nas organizações. São elas, a ênfase dos administradores em se obter resultados rápidos e, muitas vezes, também a baixa atenção aos processos do negócio. Estes três pontos precisam ser bem trabalhados para que as estratégias de relacionamento atinjam a sua plenitude de resultado. Muitas organizações não implementam adequadamente as suas estratégias de relacionamento por medo da reação ou da falta de conhecimento de seus administradores e funcionários sobre o tema de forma mais aprofundada, e por isto não atingem plenamente os resultados que podiam advir de um marketing de relacionamento bem estruturado. Um fator que muitas vezes inibe a administração na implantação do marketing de relacionamento está no investimento a ser executado em hardware, software e nas pessoas, que muitas vezes acham caro este investimento, mas deixo a reflexão, será que não é muito mais cara a perda de seus clientes e muitas vezes do próprio mercado? Investir em relacionamento é investir no futuro do negócio. Conforme Peppers e Rogers (1997), o processo de formação da cultura e das estratégias de CRM e de relacionamento pode ser resumido conforme apresentado na figura a seguir. 162 UNIDADE 3 | O MARKETING DE RELACIONAMENTO COMO ESTRATÉGIA DE SUCESSO NOTA Caro(a) acadêmico(a)! Para melhor entendermos o beneficio da implantação e o desenvolvimento das estratégias de relacionamento, apresentamos, a seguir, como Leitura Complementar, uma pesquisa bem abrangente que traz informações sobre a importância desta ferramenta para as organizações. Boa leitura! LEITURA COMPLEMENTAR A IMPORTÂNCIA DO CRM NAS GRANDES ORGANIZAÇÕES BRASILEIRAS Marcelo Bandeira Leite Santos Resumo: Este artigo tem como tema o Customer Relationship Management (CRM) e sua importância como ferramenta tecnológica, diferencial competitivo e melhora na gestão do relacionamento com o cliente. Com base em uma pesquisa do tipo bibliográfica, serão demonstrados alguns dos benefícios da sua implementação, principalmente no Brasil, como a conquista e a fidelização do cliente. Palavras-chave: CRM; Inovação Tecnológica; Marketing de relacionamento. Introdução Um dos desafios de uma empresa é conquistar e manter clientes,responsáveis diretos por seus resultados operacionais ao final de cada período. Trata-se de uma tarefa de difícil realização, pois, atualmente, as pessoas têm à sua disposição uma gama enorme de marcas, produtos e preços (COBRA, 2003). Toda organização atualmente tem de ser competitiva e se manter à frente da concorrência, fatores que, frequentemente, trazem preocupações e incentivam a busca por tecnologias mais adequadas ou pela inovação tecnológica, fator essencial para o aumento da produção da empresa. O Customer Relationship Management (CRM) – ou Gerenciamento do Relacionamento com o Cliente – diz respeito à substituição do foco no produto para o foco no cliente. Trata-se de uma ferramenta tecnológica que tem como base a conquista e a manutenção do cliente. Busca a integração entre empresa e cliente, priorizando os já existentes, principalmente aqueles que são considerados por ela mais valiosos (ZENONE, 2001). TÓPICO 2 | O MAPA ESTRATÉGICO DO RELACIONAMENTO 163 O CRM pode ser definido como a administração do relacionamento individualizado com os clientes, que foca a geração, o desenvolvimento e a otimização destas relações (TELLES, 2003). Em outras palavras, o CRM é considerado uma ferramenta inovadora, que identifica, atrai e retém clientes, cujo objetivo é o aumento do lucro da organização. A Relação do Marketing de Relacionamento e da Tecnologia com o CRM Para Zenone (2001), o CRM tem como objetivo a compreensão do comportamento dos clientes atuais e dos futuros. As estratégias de marketing de relacionamento também são aplicadas para gerenciar a relação com o cliente, a fim de aumentar a percepção da marca, como forma de maximizar os lucros da organização e fidelizar o cliente (COBRA, 2003). A interação entre o CRM e o Marketing de Relacionamento é patente e, muitas vezes, seus conceitos se confundem. Pode-se dizer, no entanto, que o CRM é a aplicação prática da teoria do Marketing de Relacionamento. Um bom exemplo disto é o tratamento individualizado que o CRM dispensa a cada cliente, fruto da filosofia e estratégia do Marketing de Relacionamento (COBRA, 2003). De acordo com Zenone (2001), inovação Tecnológica diz respeito a um processo que envolve criação, desenvolvimento, uso e divulgação de uma ideia ou produto novo. Trata-se de um processo organizacional contínuo, que visa à preservação do mercado e o aumento da competitividade empresarial. Mais importante do que o surgimento de várias inovações é o uso criativo dos conhecimentos que a organização já possui. O CRM, por exemplo, faz uso das informações já existentes, buscando melhorar e desenvolver uma nova política de relacionamento com o cliente. A ferramenta tecnológica de Gerenciamento do Relacionamento com o Cliente é uma grande aliada ao processo de fidelização, pois diferencia os clientes, separando aqueles que são mais valiosos para a organização. O CRM no Brasil No Brasil, as organizações estão investindo significativamente no CRM, ainda que algumas não façam o uso correto desta ferramenta. A maioria das empresas brasileiras, no entanto, visualiza o Gerenciamento do Relacionamento com o Cliente como um meio positivo para se relacionar com seu cliente, ponto essencial para a sua sobrevivência em um mercado cada vez mais competitivo (MADRUGA, 2004). 164 UNIDADE 3 | O MARKETING DE RELACIONAMENTO COMO ESTRATÉGIA DE SUCESSO O investimento e o retorno da implementação do CRM são alguns dos entraves à utilização desta ferramenta pelas companhias brasileiras. Em função disto, é aconselhável que as organizações, interessadas em seu uso, contratem somente pessoas e empresas realmente qualificadas em processos e tecnologias inerentes a ela (MADRUGA, 2004). Um diferencial importante na implantação da ferramenta CRM é a possibilidade de sua implementação em fases, divididas por departamentos, o que facilita a sua assimilação pela organização como um todo. Segundo Madruga (2004), as empresas brasileiras devem considerar as seguintes questões quando do interesse na implementação do CRM: 1 Participação da cúpula administrativa: a ferramenta não deve ficar sob responsabilidade de setores e\ou departamentos sem poder de decisão pertinente. 2 Interação total e irrestrita entre todas as áreas da organização responsáveis pela aplicabilidade e aplicação do CRM. 3 Conhecimento profundo da cultura da empresa e do seu perfil de negócio, haja vista tratar-se de uma ferramenta que influencia um dos principais pontos da sobrevivência de uma organização: seus clientes. 4 Conhecimentos sólidos sobre os processos de implementação do CRM. A Pesquisa do CRM no Brasil Em 2003, uma pesquisa realizada pelo Peppers and Rogers Group (filial do Brasil) tinha como principal objetivo demonstrar a visão que as empresas nacionais tinham a respeito do CRM. Os resultados desta pesquisa foram comparados com os de outra pesquisa, realizada em 2001, também pelo mesmo escritório, e servem ainda hoje como base para o entendimento do panorama do CRM no Brasil. Participaram desta pesquisa responsáveis das áreas de relacionamento da empresa com o cliente, executivos da área de marketing, diretores e presidentes de 106 companhias. Em termos de participação no mercado, estas companhias se dividiam da seguinte forma: TÓPICO 2 | O MAPA ESTRATÉGICO DO RELACIONAMENTO 165 FONTE: Peppers & Rogers Group, 2003 Um dos pontos percebidos nesta pesquisa é que a maioria das empresas brasileiras ainda não visualiza o CRM como uma ferramenta de aumento da lucratividade do seu negócio, mas tão somente como estratégia de relacionamento com o cliente. Quando indagadas sobre a vontade de iniciar um programa de CRM (Figura 2), o resultado da pesquisa demonstrava um cenário positivo. FIGURA 1. PARTICIPAÇÃO NO MERCADO DAS COMPANHIAS PESQUISADAS FONTE: Peppers & Rogers Group, 2003 FIGURA 2. PRETENSÃO DE INICIAR UM PROGRAMA DE CRM 166 UNIDADE 3 | O MARKETING DE RELACIONAMENTO COMO ESTRATÉGIA DE SUCESSO Recente pesquisa da Accenture e Ec-Metrics, durante o Congresso Nacional das Relações Empresa-Cliente 2006 (CONAREC, 2006), mostrou que 90,2% dos executivos entrevistados afirmaram ter efetuado investimentos nesta ferramenta nos últimos três anos; para 60, 8%, a área de CRM será a de maior investimento nos próximos anos. (B2B Magazine, 2007) A pesquisa realizada pelo Peppers and Rogers Group (2003) procurou também saber quais eram os objetivos das organizações, em médio prazo, com a utilização do CRM (Figura 3). FONTE: Peppers & Rogers Group, 2003 As empresas do Brasil que ainda não fazem uso do CRM veem esta ferramenta simplesmente como uma forma de manter sua base de clientes, sem fazer distinção alguma entre eles, e não consideram tanto a questão da lucratividade. Em outra questão levantada nesta pesquisa, apenas um número reduzido de empresas (cerca de 10%) demonstrou não realizar a correta coleta de dados de clientes, passo essencial para a utilização do CRM. O call center, seguido pelos canais de venda e vendas diretas, oferece a maior parte da informação captada pelas companhias nacionais que fazem a coleta de dados de seus clientes. A figura 4 demonstra como as empresas brasileiras se comportam com relação à coleta de informação dos seus clientes. FIGURA 3. OBJETIVOS EM MÉDIO PRAZO COM A UTILIZAÇÃO DO CRM TÓPICO 2 | O MAPA ESTRATÉGICO DO RELACIONAMENTO 167 FONTE: Peppers & Rogers Group, 2003 FONTE: Peppers & Rogers Group, 2003 Observa-se uma tendência de mudança neste quesito: as informações, que, até então, eram essencialmente obtidas por meio das vendas, começam a ser coletadas por outros meios fora da área comercial. A figura seguinte demonstra os indicadores do resultado do CRM no negócio das empresas. FIGURA 4. FORMA DE COLETA DE INFORMAÇÕES SOBRE OS CLIENTES FIGURA5. RESULTADOS DO CRM NO NEGÓCIO DAS EMPRESAS BRASILEIRAS Em relação à pesquisa de 2001 (também realizada pelo Peppers and Rogers Group), é patente o crescimento do conceito de “Lucratividade por cliente” e o estabelecimento da “Satisfação dos clientes” como o indicativo mais significativo da funcionalidade do CRM no Brasil. 168 UNIDADE 3 | O MARKETING DE RELACIONAMENTO COMO ESTRATÉGIA DE SUCESSO O aumento das receitas é um dos objetivos futuros para 90,2% dos executivos entrevistados pela Accenture e Ec-Metrics (2006). A figura a seguir demonstra como as organizações brasileiras fazem uso das informações sobre seus clientes: FONTE: Peppers & Rogers Group, 2003 FIGURA 6. FORMAS DE USO DAS INFORMAÇÕES COLETADAS SOBRE OS CLIENTES Enquanto a intenção principal é desenvolver relacionamento com os clientes individuais, a prática ainda mostra que isto está longe de acontecer, haja vista a valorização de dados das transações comerciais. A criação de produtos e serviços novos também sofre grande influência destas informações. Conclusão Atualmente, em um mercado global extremamente competitivo, o uso da ferramenta conhecida como Customer Relationship Management (CRM) – ou Gerenciamento do Relacionamento com o Cliente – em conjunto com a tecnologia e as práticas de marketing – é fator indispensável para qualquer organização conquistar e manter clientes. (TELLES, 2003) A relação entre empresa e cliente, quando particularmente intensificada (função essencial do CRM, embasada pelas práticas de marketing) gera uma vantagem competitiva; quando adequadamente utilizada, auxilia a tomada de decisões. A tecnologia agiliza e flexibiliza as práticas do CRM. (TELLES, 2003) TÓPICO 2 | O MAPA ESTRATÉGICO DO RELACIONAMENTO 169 No Brasil, uma inclinação ao uso do CRM por parte das organizações começa a ser observada, ainda que em um ritmo muito lento. Um dos fatores que contribui para esta lentidão é a cultura organizacional brasileira, que não demonstra familiaridade com as questões de investimento e medição do retorno do uso Gerenciamento do Relacionamento com o Cliente. (MADRUGA, 2004) As pesquisas citadas neste artigo demonstraram que muitas empresas nacionais conseguem aferir através do aumento da sua lucratividade os resultados conquistados pelo uso do CRM. Observa-se um interesse cada vez maior pela aplicação desta ferramenta nas empresas brasileiras, mesmo que, em um primeiro momento, o objetivo principal seja manter os clientes já conquistados, sem considerar ainda a quantificação de retorno financeiro derivado desta prática ou outras possibilidades de utilização dos dados obtidos pelo uso da ferramenta. Referências B2B Magazine. Cresce adoção de CRM. Março de 2007. Disponível em: <http:// www.b2bmagazine.com.br/web/interna.asp?id_canais=4&id_subcanais=19&id_ noticia=18429&nome=&descricao=&foto=&colunista=1&pg>. COBRA, M. Administração de marketing no Brasil. São Paulo: Cobra, 2003. Peppers & Rogers Group. O CRM ganha força no país. Estudo Brasil. HSM Management, São Paulo, v. 7, n. 38, maio./jun., 2003. MADRUGA, R. Guia de implementação de marketing de relacionamento e CRM: o que e como todas as empresas brasileiras devem fazer para conquistar, reter e encantar seus clientes. São Paulo: Atlas, 2004. TELLES, R. Marketing empresarial B2B. São Paulo: Saraiva, 2003. ZENONE, L. C. Customer Relationship Management (CRM) – conceitos e estratégias: mudando a estratégia sem comprometer o negócio. São Paulo: Atlas, 2001. FONTE: Disponível em: <http://www.portaldomarketing.com.br/Artigos/ Importancia_do_CRM_nas_grandes_organizacoes_brasileiras.htm>. Acesso em: 11 mar. 2012. A presente pesquisa que você acabou de ler, por si só já mostra a importância do marketing de relacionamento e da ferramenta de CRM para uma organização, basta implantar as estratégias de forma adequada e fazer acontecer. 170 UNIDADE 3 | O MARKETING DE RELACIONAMENTO COMO ESTRATÉGIA DE SUCESSO DICAS Como dica, sugerimos a leitura de estudo apresentado no XIII-SEMEAD 2010, com o título de: Os Impactos da implantação do CRM: estudo de caso em uma organização que atua na área de saúde, de Lucas Santos Cerqueira e Ana Rita dos Santos Barreiro Santiago. Disponível em: <http://www.ead.fea.usp.br/semead/13semead/resultado/trabalhosPDF/52.pdf>, onde os autores trabalham um estudo sobre a implantação do CRM em uma empresa. Boa leitura! UNI A tecnologia não constrói as relações com os clientes, é a empresa, através de seus funcionários que o faz. 171 Os principais assuntos abordados referentes ao MAPA ESTRATÉGICO DO RELACIONAMENTO foram os seguintes: • Vimos que nos dias de hoje um dos principais focos das organizações é o desenvolvimento estratégico de relacionamento com os clientes, de modo que eles comprem e continuem comprando da organização. • Vimos que temos um consumidor, mais “antenado” com as novidades advindas de todo o mundo ligados pela internet, gerando um consumo mais dinâmico em todas as áreas. • Estudamos que as organizações precisam constantemente se rearranjar em suas estratégias de atendimento a este consumidor, bem como as suas formas de relacionar-se com ele. • Vimos que um dos grandes diferenciais das organizações de sucesso, para as organizações medianas, é que as primeiras têm um “mapa” a ser seguido, ou seja, uma visão estratégica do que deverá ser alcançado, sabe onde estão e onde querem chegar. • Não é diferente com relação ao marketing de relacionamento, pois sem deixarmos claro aonde a organização espera chegar, dificilmente atingirá os objetivos almejados. • O que precisamos entender é que o ambiente empresarial não é estático, muito pelo contrário, ele é bem dinâmico, com novos fatos surgindo constantemente e exigindo novas estratégias de ação. • As estratégias de relacionamento precisam ser ajustadas conforme a fase em que o CRM se encontra, ou seja, operacional, analítico e colaborativo. • No desenvolvimento das estratégias de relacionamento, o primeiro foco para gerar o sucesso de uma empresa se destaca o cliente, sendo que todas as estratégias desenvolvidas são para atingir o maior número possível de clientes buscando consolidar o relacionamento entre o cliente e a organização. • Um dos principais problemas do planejamento estratégico e das estratégias está em sua execução. • Algumas empresas até são boas em planejar, em definir estratégias, mas na hora de colocar em ação, o processo não se concretiza. RESUMO DO TÓPICO 2 172 • Os métodos tradicionais de transação comercial, de atrair e reter clientes estão se mostrando inadequados para as organizações que precisam conquistar novos espaços no mercado. • Vimos que o aumento da competição no mercado e a popularização da Web estão mudando o cenário de negócios e principalmente eliminando a fidelidade dos clientes com as empresas. • O desenvolvimento das estratégias de relacionamento tem a ver com as pessoas em todos os níveis, do operacional ao pensante (estratégico), pois só assim conseguiremos desenvolver adequadamente as ações necessárias de relacionamento. 173 AUTOATIVIDADE Prezado(a) acadêmico(a)! Apresentamos a seguir alguns exercícios de revisão para ver a sua retenção sobre o assunto estudado. 1 Na contemporaneidade, as organizações devem compreender a importância do desenvolvimento de estratégias de relacionamento, classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas: ( ) A maioria das organizações está preocupada com os clientes para que eles continuem comprando dela. ( ) Atualmente, com a era da produção flexível, é necessário ter um marketing flexível ajustado às novas vertentes de consumo. ( ) As estratégias são aquelas planejadas a gerações, e que devem acompanhar as variações do mercado sem serem modificadas,pois as ações mercadológicas são as mesmas. ( ) O novo consumidor, mais “antenado” com as novidades advindas de todo o mundo ligadas pela internet, gerando um consumo mais dinâmico em todas as áreas. Agora, assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA: a) ( ) V – V – F – V. b) ( ) F – V – F – V. c) ( ) V – F – F – V. d) ( ) F – V – V – V. 2 No campo das estratégias, nossas organizações necessitam ter um mapa a ser seguido, assinale a alternativa CORRETA: a) ( ) As organizações devem deixar claro em seu planejamento onde esperam chegar, pois com seu mapa estratégico dificilmente atingirão os objetivos almejados. b) ( ) Nas organizações, surgem novos fatos a todo o momento, que exigirão dos gestores tomada de decisão para adaptar as estratégias traçadas para novos patamares ajustados à nova realidade. c) ( ) O ambiente organizacional é estático, pois seus consumidores ao adquirirem seus produtos, sempre consomem as mesmas coisas, assim, exigem das organizações novas estratégias de ação. d) ( ) As organizações não precisam focar suas estratégias de marketing de relacionamento nas: estratégias de relacionamento, oferta do produto (empresa e concorrentes), pessoas, e tecnologia. 174 175 TÓPICO 3 O NOVO MERCADO, NOVO CONSUMIDOR, NOVO RELACIONAMENTO, UM NOVO FOCO PARA AS ORGANIZAÇÕES UNIDADE 3 1 INTRODUÇÃO A dinâmica do mercado tem evoluído muito nos últimos anos, em todas as frentes, desde os processos administrativos, as tecnologias nas empresas, nos produtos, no processo de compra via internet, nas mudanças de hábitos de consumo das pessoas, e em um contexto global, todo o dia a dia das pessoas mudaram. Se você fizer um retrospecto dos últimos 20 anos, atualmente o mundo vive outra realidade. E os negócios também. O novo consumidor, ou como alguns autores chamaram de consumidor 2.0, ou outra denominação que utilizem nos meios acadêmicos, é pouco descritivo para a grande evolução que tem ocorrido no perfil de seu consumo em nível mundial. Se em nível mundial está ocorrendo esta grande evolução, os avanços no Brasil são maiores ainda com toda a evolução que vem ocorrendo no poder de consumo do brasileiro e com a ascensão das classes sociais. Atualmente, o consumidor vem assumindo uma nova postura de compra e consumo de produtos, buscando cada vez mais o valor do produto para si, do que o mero custo ou produto barato. Fato este marcado no mercado brasileiro com a explosão de consumo, surgimento de shopping centers, compra pela internet, influência das mídias sociais, e a vinda ao país de grifes internacionais, tudo enfocado no aumento do consumo, e também na busca do consumidor de produtos mais afinados ao seu gosto. 176 UNIDADE 3 | O MARKETING DE RELACIONAMENTO COMO ESTRATÉGIA DE SUCESSO FIGURA 47 – SHOPPING CENTERS O NOVO CONSUMO FONTE: Disponível em: <http://de.wikipedia.org/wiki/Datei:Villach_Atrio_Shopping_ Center_11082007 _11.jpg>. Acesso em: 14 mar. 2012. Para este novo consumidor, também as relações comerciais precisaram evoluir, tanto no tocante às vendas face a face, como também as relações dos consumidores com as organizações, e neste tocante, vimos cada vez mais a importância das estratégias de relacionamento trabalhadas por elas. A busca do conhecimento passa pela exercitação e de autoanálises. Para isto, faça uma avaliação de como evoluíram os processos de compras na sua visão de consumidor nos últimos 5 anos. ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ AUTOATIVIDADE TÓPICO 3 | O NOVO MERCADO, NOVO CONSUMIDOR, NOVO RELACIONAMENTO UM NOVO FOCO PARA AS ORGANIZAÇÕES 177 UNI Entender o consumidor é entender o principal foco das organizações que é VENDER, por isto é tão importante trabalhar o relacionamento. 2 O NOVO CONSUMIDOR MODERNO Vamos começar este tópico pedindo para que você reflita sobre o que é o NOVO CONSUMIDOR, se todos nós consumimos, e o que tem de diferente neste ato. A verdade é que individualmente o ser humano não percebe as pequenas mudanças de consumo que vão se incorporando a este ato no seu dia a dia. São coisas simples como a visita constante a shopping centers por diversos motivos como ir ao cinema, comer um sorvete, beber uma cerveja, encontrar amigos, visitar lojas de marcas famosas, redes de lojas etc., ou ainda navegar na internet para ver as novidades em informática, novos livros e suas críticas, fazer compras com cartão de crédito/débito etc. Estes fatos apresentados vão se consolidando em nosso dia a dia, e nem verificamos grandes mudanças em nossos hábitos, pois eles vão se incorporando paulatinamente em nós. Mas, o que estas mudanças têm a ver com o processo comercial, com as organizações e com o relacionamento que são o foco deste Caderno de Estudos? A verdade é que todas estas mudanças citadas influenciaram alguns negócios, e em algumas situações até com influências tão drásticas que podem ter até levado organizações a processos de falência, mas em contrapartida, também surgiram muitos negócios novos. NOTA Prezado(a) acadêmico(a)! Trouxemos um texto para a sua reflexão sobre as mudanças de consumo. O tema é “templos de consumo”. Boa leitura! 178 UNIDADE 3 | O MARKETING DE RELACIONAMENTO COMO ESTRATÉGIA DE SUCESSO TEMPLOS DE CONSUMO EM MOMENTO DE EXPANSÃO Impulsionados pelo crescimento do varejo, os shopping centers vivem um bom momento no Brasil. Com expectativa de crescimento de 15% nas vendas este ano, o setor já registrou um aumento de 13,75% nos primeiros oito meses de 2010. Em 2009, o mercado faturou R$ 71 bilhões. De olho no bom desempenho, grupos como BR Malls, Aliansce, Ancar e Iguatemi investem em expansão e em novos empreendimentos. Segundo dados da Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce), mais de 20 shoppings serão inaugurados no Brasil até 2012. O conforto, a praticidade e a segurança dos centros comerciais atraem os consumidores e levam as empresas a investirem em serviços para concentrar o máximo de possibilidades num só lugar e atrair o consumidor. É o caso do Shopping Nova América, do Grupo Ancar. Localizado na Zona Norte do Rio de Janeiro, o empreendimento receberá R$ 250 milhões dos R$ 640 milhões que a companhia destinará para expansão até novembro de 2012. Ao lado do Nova América, outros dois shoppings serão ampliados e um quarto será construído em Campinas, São Paulo. TÓPICO 3 | O NOVO MERCADO, NOVO CONSUMIDOR, NOVO RELACIONAMENTO UM NOVO FOCO PARA AS ORGANIZAÇÕES 179 Nova América deve dobrar de tamanho Com um crescimento de 18% nas vendas de seus 16 shoppings em 2010, o Ancar garantiu um faturamento de R$ 3,5 bilhões até agosto e espera fechar o ano em R$ 7 bilhões. Em seu portfólio, o grupo conta com empreendimentos como Rio Design Barra e Leblon, no Rio de Janeiro, e os shoppings Eldorado e Metro Itaquera, em São Paulo. O plano de expansão do Nova América (foto) prevê que o shopping dobre de tamanho, com mais três torres comerciais com 914 salas e 12 lojas corporativas, para empresas maiores. O shopping, que já conta com uma unidade da Universidade Estácio de Sá e a área comercial da White Martins, receberá ainda duas torres de estacionamento e uma academia, para proporcionar a tão valorizada comodidade ao cliente. O espaço de lojas também crescerá, com três novas âncoras: Renner, Riachuelo e uma terceira em negociação. Os outros dois shoppings que serão ampliados pelo grupo são o Rio Design Barra,na Zona Oeste da capital fluminense, e o Center Vale Shopping, em São José dos Campos, São Paulo. Cada expansão custará cerca de R$ 50 milhões. O Rio Design Barra, voltado para o público AB, ganhará novos restaurantes e terá seu cinema reformado, com salas vip e cadeiras mais amplas. Já o centro comercial de São José dos Campos contará com 100 novas lojas. O Grupo Iguatemi também acredita na expansão para aquecer o setor. A companhia, que conta com 14 empreendimentos, espera chegar a 20 até 2013. GAD desenvolve projeto do Shopping Iguatemi. Somente no segundo semestre de 2010, o lucro líquido cresceu 57,6%, chegando a R$ 34,7 milhões e as vendas aumentaram 16,4% em relação ao mesmo período de 2009. Para crescer ainda mais, a empresa investiu R$ 654 milhões na inauguração e no desenvolvimento dos shoppings Iguatemi Brasília, Iguatemi Jundiaí, Iguatemi Ribeirão Preto, Iguatemi Alphaville e JK Iguatemi. 180 UNIDADE 3 | O MARKETING DE RELACIONAMENTO COMO ESTRATÉGIA DE SUCESSO A estratégia inclui ainda a expansão do Praia de Belas, em Porto Alegre (RS). A primeira fase do projeto foi inaugurada em julho e ampliou a área do shopping em 1240m². Já o Iguatemi São Paulo, primeiro shopping inaugurado no Brasil, em 1966, pode se orgulhar de ser o 11º metro quadrado mais caro entre as principais áreas de comércio do mundo, segundo o ranking da agência imobiliária internacional Cushman & Wakefield. Custando US$ 360,00 (cerca de R$ 630,00), o espaço do centro de compras paulista é mais caro que qualquer outra locação comercial entre os mercados emergentes. Ao longo dos quase 44 anos, o Iguatemi São Paulo também conseguiu construir uma marca forte. O empreendimento é o único shopping a aparecer na lista das 50 marcas mais valiosas, da consultoria BrandAnalytcs, garantindo a 42ª posição na última edição do ranking. “Esse é o reconhecimento de um trabalho de muitos anos. O Iguatemi é o primeiro shopping brasileiro e conseguiu se manter com pioneirismo e vanguarda. Tudo o que fazemos é para proporcionar uma experiência única, o que é nossa premissa”, diz Fábio Kow, Gerente Geral do Iguatemi São Paulo, em entrevista ao Mundo do Marketing. O shopping aposta em serviços diferenciados como personal shopper, fraldário e concierge, que dá dicas de restaurantes, hotéis e lazer em geral aos clientes. Outro diferencial do Iguatemi é o conjunto de marcas de peso que ele abriga. Nos corredores, os consumidores encontram lojas de grifes como Tiffany & Co., Salvatore Ferragamo, Louis Vuitton, Gucci e Christian Louboutin. A partir do fim de outubro, será também a vez da Chanel. Na mesma linha que o Iguatemi São Paulo aparece o carioca Fashion Mall, com foco nos consumidores AB. O shopping de 28 anos de idade passa por um reposicionamento para revitalizar tanto o espaço físico quanto a marca. A mudança começa pelo slogan. O empreendimento deixa de usar o “Shopping & Charme e você” para adotar apenas “Fashion Mall – Rio de Janeiro”. A iniciativa pretende aproximar a imagem da marca Fashion Mall ao lifestyle carioca e inclui também uma reforma na arquitetura, com a inserção de elementos que lembram a cidade. TÓPICO 3 | O NOVO MERCADO, NOVO CONSUMIDOR, NOVO RELACIONAMENTO UM NOVO FOCO PARA AS ORGANIZAÇÕES 181 Pertencente ao BR Malls, o Fashion Mall é um dos 35 empreendimentos operados pelo grupo, que viu sua receita bruta crescer 340,7% desde 2006, atingindo R$ 429,1 milhões em 2009, a partir, principalmente, das aquisições que expandiram a base de aluguel. O aquecimento do setor, que conta hoje com 397 shoppings no país, segundo dados da Abrasce, também indica um crescimento do número de shoppings fora do eixo Rio-São Paulo. Pensando nisso, a Aliansce se prepara para inaugurar empreendimentos em Belo Horizonte, Maceió e Belém, e ainda desenvolve projetos de expansão para o Carioca Shopping, o Boulevard Shopping Campina Grande, o Iguatemi Salvador e o Bangu Shopping. As vendas dos shoppings da companhia tiveram um crescimento de 24,2% no segundo trimestre deste ano, enquanto o lucro líquido expandiu 134,4% comparado ao mesmo período de 2009, alcançando R$ 16,3 milhões. Explorar novos mercados é praticamente uma necessidade para o setor no Brasil. “Há crescimento fora das capitais, vemos cidades médias tendo o segundo e até o terceiro shopping. Na medida em que as cidades menores tiverem densidade econômica, terão estrutura para abrir um shopping, podendo inclusive atender aos consumidores de cidades próximas”, explica Antônio Carlos Ruótolo, diretor de Geonegócios do Ibope Inteligência. FONTE: TERRA, Thiago. Disponível em: <http://promoview.com.br/shopping/81581-shoppings- vivem-momento-de-expansao/>. Acesso em: 15 mar. 2012. Conforme você pôde ler no texto, as oportunidades são grandes, e podemos afirmar que elas estão surgindo em função das mudanças incorridas nos consumidores. 182 UNIDADE 3 | O MARKETING DE RELACIONAMENTO COMO ESTRATÉGIA DE SUCESSO O consumidor, conforme Bretzke (2000), vem se ajustando às novas condições de mercado continuamente, principalmente em relação às novas tecnologias e na forma de tratar as organizações, buscando uma sintonia maior com elas através de relacionamentos mais próximos. Conforme Paco Underhill (2004) em seu clássico livro “Vamos às Compras”, uma das maiores deficiências dos administradores está no desconhecimento de quem são os seus clientes, o que compram, por que compram, como compram são algumas perguntas que deveriam ser melhor estudadas. Na visão de Underhill (2004), conhecer o que os consumidores querem, como eles tomam suas decisões de compra e a utilização dos produtos é fundamental para que as organizações tenham êxito em seu mercado. IMPORTANT E O livro de Paco Underhill “VAMOS ÀS COMPRAS” tornou-se um clássico que trabalha as questões do consumo moderno e remodela diversas teorias nas questões relacionadas aos consumidores, seu perfil e sobre o que as empresas precisam conhecer para melhorar o atendimento e seu relacionamento. É uma boa dica de leitura para você conhecer mais sobre o tema. FONTE: Underhill, 2004 Material resumido sobre o tema também pode ser acessado no site: <http://www.administradores.com.br/informe-se/artigos/vamos-as-compras-resumo-do- livro-paco-underhill/28193/>. O consumo é o que gera a VENDA, logo as organizações precisam pesquisar quais são os fatores, as necessidades, os desejos, os locais de consumo, entre outros fatores para melhorar as suas vendas, e trabalhar o relacionamento com seus clientes. Todos os autores que você estudou neste caderno, e entre os quais podemos citar Bretzke (2000), Sabatino (2003), Kotler (2000), Poser (2005), Madruga (2006), McKenna (1992), Peppers e Rogers (1994) afirmam que o marketing de relacionamento em todas as suas vertentes é o elo que servirá de reforço para as organizações venderem mais aos seus clientes, e como eles afirmam, é o elo que sustentará as organizações. TÓPICO 3 | O NOVO MERCADO, NOVO CONSUMIDOR, NOVO RELACIONAMENTO UM NOVO FOCO PARA AS ORGANIZAÇÕES 183 Sabatino (2003) reforça que as organizações somente conseguirão fidelizar o cliente se conhecê-lo, e desenvolver técnicas de relacionamento eficazes, buscando satisfazê-lo em nos mínimos detalhes, mas o leitor lembra, principalmente, no bom atendimento. Conforme Kotler (2000), os principais fatores que influenciam o processo de compras no consumidor são os fatores culturais, sociais, pessoais e psicológicos do comprador, conforme podemos visualizar na figura a seguir. FIGURA 48 – FATORES QUE INFLUENCIAM NO PROCESSO DE DECISÃO DE COMPRA FONTE: Kotler (2000) Quando desenvolvemos um estudo mais aprofundado sobre os hábitos de consumo dos consumidores, e entendemos corretamente as suas motivações; e o modelo apresentado por Kotler (2000) serve como referência; conforme Poser(2005), as organizações podem desenvolver ações de relacionamento mais acertadas, principalmente campanhas de marketing mais dirigidas. Para Sabatino (2003, p. 15), a “fidelização e poder de consumo estão diretamente ligados”, e por isto é necessário desenvolver o relacionamento para reforçar a fidelização dos clientes. Conforme Kotler (2000, p. 56) expôs sobre os consumidores: [...] eles formam uma expectativa de valor e agem com base nela. A probabilidade de satisfação e repetição da compra depende de a oferta atender ou não a essa expectativa de valor [...] Valor entregue ao cliente é a diferença entre o valor total para o cliente e o custo total para o cliente. O valor total para o cliente é o conjunto de benefícios que os clientes esperam de um determinado produto ou serviço. O custo total para o cliente é o conjunto de custo em que os consumidores esperam incorrer para avaliar, obter, utilizar e descartar um produto ou serviço. O autor ainda traz o contraponto desta visão para as organizações quando escreve que: 184 UNIDADE 3 | O MARKETING DE RELACIONAMENTO COMO ESTRATÉGIA DE SUCESSO A proposta de Valor de uma empresa é muito mais do que se posicionar em um único atributo; é uma declaração sobre a experiência resultante que os clientes obterão com a oferta e seu relacionamento com o fornecedor. A marca deverá representar uma promessa relativa à experiência total resultante que os clientes podem esperar. Se a promessa será ou não cumprida, depende da capacidade da empresa em gerir seu sistema de entrega de valor. O sistema de entrega de valor inclui todas as experiências de comunicação e canais que o cliente terá a caminho da obtenção da oferta [...]. Para empresas centradas no cliente, a satisfação de clientes é ao mesmo tempo uma meta e uma ferramenta de marketing. Empresas que alcançam altos índices de satisfação de clientes fazem questão que seu mercado alvo saiba disso. (KOTLER, 2000, p. 59). Dentro desta concepção de mudanças que vem ocorrendo dentro do mercado, principalmente em relação às questões de consumo, as organizações precisam vivenciar uma nova proposta de valor nesta nova época, que é o VALOR DO MERCADO CONSUMIDOR, pois não é só o foco no consumo ou no consumidor, mas sim todo o contexto dos mercados em volta do consumo. UNI Você poderá entender melhor a concepção apresentada acima, quando começa a analisar os diversos focos de mercado em nível nacional, pois se pegarmos os shopping centers em nível de Brasil, podemos verificar um padrão em suas instalações, ambientes e lojas, o mesmo vem ocorrendo com as grandes redes de lojas (Americanas, Magazine Luiza, BIG, Pão de Açúcar, Boticário etc.), mas também temos os mercados locais, como o mercado de artesanato na cidade de Gramado (RS), o Mercado Público em Salvador, São Paulo e os mercados de todas as cidades caracterizados por suas características regionais. Mas cada vez verificamos uma padronização de produtos e posturas nos diversos mercados tradicionais. Exemplo desta última afirmação está no mercado na Basílica de Aparecida do Norte, onde além dos produtos religiosos, encontramos barracas de camelôs ofertando tudo quanto é tipo de produto como rádios, binóculos, pen drive etc. Nas fotos a seguir você pode verificar as questões de arquitetura, ambiente etc., que compõem a dinâmica destes mercados. FONTE: Fotos externas dos mercados públicos: <http://www2.portoalegre.rs.gov.br mercadopublico/default.php?p_secao=32>. 17 mar. 2012. TÓPICO 3 | O NOVO MERCADO, NOVO CONSUMIDOR, NOVO RELACIONAMENTO UM NOVO FOCO PARA AS ORGANIZAÇÕES 185 FONTE: Disponível em: <http://www.dicasdelazer.com.br/mercado-municipal-de-sao- paulo/>. Acesso em: 17 mar. 2012. Você, acadêmico(a), precisa entender que cada mercado tem as suas características e as empresas precisam se adaptar a estas realidades. A cidade de São Paulo apresenta diversas regiões, bairros ou ruas de comércio específico, como a Rua Santa Ifigênia, tradicional em materiais elétricos e eletrônicos, a Rua 25 de Março, área de presentes e camelôs, o bairro do Brás e a região do Bom Retiro na parte de confecções etc. As empresas que trabalham nestes segmentos têm que achar formas de vender nestas áreas, bem como achar a melhor forma de se relacionar com os lojistas e clientes que compram nestas regiões. Só como curiosidade, em dias próximos ao Natal, a região da Rua 25 de Março chega a ter mais de um milhão de pessoas circulando por dia. Tradicional sanduíche de mortadela no mercado público de São Paulo FONTE: Disponível em: <http://extrabacon.wordpress.com/>. Acesso em: 17 mar. 2012. UNI Ao trabalhar o MARKETING DE RELACIONAMENTO, precisamos ajustar as estratégias ao maior foco possível de clientes alvos. 186 UNIDADE 3 | O MARKETING DE RELACIONAMENTO COMO ESTRATÉGIA DE SUCESSO 3 COM RELACIONAMENTO NÃO SE BRINCA As grandes organizações estão começando a sentir que estão perdendo espaço nos mercados, principalmente pelo foco de relacionamento com os clientes, o bordão de preço, prazo de entrega e prazo de pagamento, foi ampliado com o padrão de qualidade, exclusividade (ser diferenciado), atendimento e principalmente o relacionamento da empresa com os clientes e a comunidade, ou como apresentado na administração, com os stakeholders. IMPORTANT E Caro(a) acadêmico(a)! Apresentamos a seguir o conceito de stakeholders para a sua revisão. Conforme Freeman (apud BOAVENTURA; FISCHMANN, 2012), um conceito amplamente utilizado para stakeholders é de que “são grupos ou indivíduos, que podem influenciar, ou serem influenciados, pelas ações, decisões, políticas, práticas ou objetivos da organização”. Podemos definir simplificadamente stakeholders como todos os grupos de indivíduos que se inter-relacionam com as organizações de forma direta ou indireta. Conforme Madruga (2006), na filosofia do marketing de relacionamento, não existe mais espaço nas empresas para funcionários que trabalham de forma isolada e sim as organizações buscam desenvolver equipes sinérgicas comprometidas e com liberdade para inovar e entender as necessidades dos clientes. A sinergia transpassa as fronteiras da empresa, indo além no mercado, buscando integrar hardware, software, estratégias de marketing, relacionamento, as tecnologias de comunicação, e principalmente as pessoas atores do processo (funcionários, clientes/consumidores, fornecedores etc.). O marketing de relacionamento na visão de Kotler (2000, p. 35) “estabelece sólidas ligações econômicas, técnicas e sociais entre as partes. Ele reduz o dinheiro e o tempo investidos nas transações. Nos casos mais bem sucedidos, as transações deixam de ser negociadas de tempos em tempos e se tornam rotineiras.” O autor ainda descreve que “cada vez mais, a concorrência não é entre empresas, mas entre redes de marketing, sendo o prêmio conferido à empresa que tiver construído a melhor rede. O princípio operacional é simples: construa uma rede efetiva de relacionamentos com os principais públicos interessados e os lucros serão uma consequência.” (KOTLER, 2000). Os clientes atuais sabem o que querem e evitam empresas que o atendem mal, agem com displicência, e não se interessam com os seus problemas, gerando uma percepção de desencantamento pelo mesmo, gerando por fim um desinteresse pela empresa e seus produtos, gerando uma imagem negativa. Infelizmente o pior não é somente esta posição deste cliente, mas muitas vezes ele influencia também outros, principalmente por meios eletrônicos através das mídias sociais. TÓPICO 3 | O NOVO MERCADO, NOVO CONSUMIDOR, NOVO RELACIONAMENTO UM NOVO FOCO PARA AS ORGANIZAÇÕES 187 O atendimento é um elo importante no relacionamento entre as organizações e os clientes. Faça um relato sobre alguma experiência negativa que você teve em algum atendimento ou compra realizada e descreva qualera a solução que você esperava. Liste também quais são os principais fatores de que as organizações deveriam cuidar no relacionamento com os clientes. AUTOATIVIDADE FIGURA 49 – RELACIONAMENTO COM O CLIENTE FONTE: Disponível em: <http://gestaodeempresas.net/o-que-nunca-deve- dizer-aos-seus-clientes>. Acesso em: 2 mar. 2012. Conforme Martins (2012), os clientes podem ser subdivididos em três categorias, de acordo com suas exigências de qualidade: • Aqueles que veem o desempenho ou a singularidade de um produto como componente especial de valor. Eles estão interessados no melhor produto, em suas características que vão gerar os resultados desejados. Portanto, o produto estabelece o valor. • Aqueles que dão muito valor ao atendimento e aconselhamento personalizados. Eles estão mais preocupados com seus requisitos individuais e suas necessidades não podem ser satisfeitas por produtos padronizados ou preços justos. • Aqueles que buscam o menor custo total, combinando preço e confiabilidade. Eles estão querendo um atendimento rápido e sem amolações. Para cada tipo de cliente precisamos desenvolver formas de atendê-lo adequadamente, e as estratégias precisam ser específicas, e isto as organizações somente conseguirão com definições de estratégias claras de marketing de relacionamento, de CRM, com investimento em tecnologia e em pessoas para executar estas estratégias como já estudamos. Conforme exposto por McKenna (1992, p. 1), na data em que escreveu este livro, expos que “há vinte anos, havia 188 UNIDADE 3 | O MARKETING DE RELACIONAMENTO COMO ESTRATÉGIA DE SUCESSO menos de 50.000 computadores em uso, atualmente (data de lançamento do livro- NOTA DO AUTOR) atualmente, são comprados mais de 50.000 computadores por dia”. O autor ainda apresenta que entre os anos de 1985 a 1989, nos EUA, conforme pesquisa realizada em supermercados, foram lançados 12.055 novos produtos por ano, e atualmente devem ser mais de 25.000 novos produtos lançados por ano, e isto demonstra, que as empresas precisam melhorar o seu relacionamento para que as pessoas escolham os seus produtos e os consumam. Grimaldi e Mancuso (apud PORTALUPPI et al., 2012) descrevem que o cliente busca a qualidade do atendimento avaliando os seguintes fatores: • Presteza: desejo de ajudar o cliente e fornecer pronto serviço. • Competência: capacitação dos recursos humanos e tecnológicos. • Cortesia: educação, respeito, consideração e cordialidade com o cliente. • Confiabilidade: transmissão de confiança e honestidade. • Segurança: sigilo nos negócios, segurança pessoal e do patrimônio. • Facilidade de acesso: aos fornecedores, produtos e serviços, incluindo facilidade de contato com o pessoal. • Comunicação: manter o cliente, fornecendo instruções de uso adequado por meio de manuais. • Adaptabilidade: capacidade de resposta a situações não previstas. • Imagem: visão ou conceito formado sobre a empresa. Quando analisamos o referencial proposto pelo autor, verificamos que a percepção dos consumidores está relacionada num foco total em relação à empresa, ao produto e principalmente na presteza do atendimento pessoal, e por isto as estratégias de relacionamento não podem unicamente se postar em um único foco. Com tantas opções de consumo, tantas empresas tentam atingir os mesmos consumidores. Os clientes estão também se munindo de ferramentas para escolherem as melhores opções de consumo, e as empresas precisam se preparar para esta competição de mercado, principalmente para se relacionar com seus clientes, e não somente para vender para ele. Aqui podemos reforçar o título deste último tópico, ou seja, com relacionamento não se brinca, pois os clientes buscam quem melhor lhes atende em suas necessidades. Assim os responsáveis pelo desenvolvimento do marketing de relacionamento nas empresas buscam conciliar as ferramentas do CRM, buscando atingir os seguintes benefícios, conforme apresentados por Madruga (2006) e resumidos no quadro a seguir. TÓPICO 3 | O NOVO MERCADO, NOVO CONSUMIDOR, NOVO RELACIONAMENTO UM NOVO FOCO PARA AS ORGANIZAÇÕES 189 QUADRO 16 – BENEFÍCIOS DO CRM Integrar o cliente como um participante dos processos organizacionais de inovação e desenvolvimento de novos produtos e serviços. Permitir à empresa customizar as suas ações respondendo de forma individualizada às necessidades dos consumidores, minimizando seus custos com ações de marketing entre outros por conhecer melhor os seus clientes. Manter um canal permanente de comunicação efetiva com seus clientes buscando criar e sustentar um relacionamento mais direto com seus stakeholders. Criar valor superior ao cliente, em relação a produto e serviço prestado. FONTE: Madruga (2006) O relacionamento em uma empresa com os seus clientes é grandemente influenciado pela tecnologia que suporta as suas ações, mas precisamos lembrar que o relacionamento não é uma máquina ou um telefone que fará, mas, sim, pessoas com informações e estrutura adequada para atender ao cliente da forma que ele espera. Muitas vezes, a empresa investe muito dinheiro em tecnologia, mas não investe o montante necessário como deveria para promover a mudança cultural e organizacional necessária para competir “em tempo real” no mercado. Quando falamos em tempo real, é preciso entender que as organizações não podem perder o timing do que está realmente acontecendo em seu mercado em suas diversas frentes. Por causa deste timing, sempre devemos focar que as estratégias de relacionamento devem se assentar em dois pilares conforme Bretzke (2000), ou seja: • Desenvolver um processo de trabalho orientado para o cliente e disponibilizar a todos na empresa que dele possam fazer uso; e • Utilizar intensivamente as informações obtidas dos clientes através dos bancos de dados e as tecnologias para tomar decisões de vendas, marketing e prestação de serviços. Conforme os autores McKenna (1992), Bretzke (2000), Madruga (2006), Poser (2005), Gummesson (2005), entre outros, todos afirmam que o fator humano é o elemento fundamental no sucesso do CRM e das estratégias de marketing de relacionamento nas organizações. Assim, as organizações precisam desenvolver estratégias para ajudar seus funcionários a enxergar que as mudanças são fundamentais para melhorar o seu relacionamento com os clientes e o mercado. O CRM é uma ferramenta importante neste processo. Bretzke (2000) ainda descreve que a empresa, em seu processo de transformação para atuar com o CRM e as estratégias de relacionamento, poderá enfrentar três obstáculos que são a resistência organizada de seus funcionários ou de setores específicos da organização; ou ainda ter problemas de aprendizagem lenta do processo; e um dos piores é o esquecimento rápido do que se está implantando, voltando aos procedimentos antigos de trabalho, prejudicando todas as estratégias traçadas pela organização. 190 UNIDADE 3 | O MARKETING DE RELACIONAMENTO COMO ESTRATÉGIA DE SUCESSO Esses obstáculos serão superados mais rapidamente, conforme Bretzke (2000), se a empresa possuir um conjunto de estratégias norteadoras, articuladas por profissionais experientes para a função, e uma infraestrutura de TI que apoie a estratégia de CRM e os seus sistemas serem adequados às estratégias traçadas. DICAS Como sugestão, indicamos a leitura de artigo da revista Exame, nº 991, de 4 de maio de 2011, que traz o artigo de capa EM GUERRA COM O CONSUMIDOR, onde você poderá desfrutar de algumas informações pertinentes sobre o tema relacionamento e as dificuldades que são manter estratégias nesta área pelas organizações. Conforme você poderá ler, muitas dificuldades fogem da alçada dos administradores, e por isto podem ser gerados por fatores não controláveis pelas organizações. O artigo completo está disponível no site: <http://exame.abril.com.br/revista-exame/edicoes/0991/noticias/em-guerra-com-o-consumidor?page=1&slug_name=em-guerra-com-o-consumidor>. FONTE: Disponível em <http://exame.abril.com.br/revista-exame/edicoes/0991/>. Acesso em: 15 mar. 2012. Neste artigo também temos o ranking das empresas com melhor atendimento no ano de 2010, conforme pesquisa realizada pelo IBRC (Instituto Brasileiro de Relacionamento com o Cliente) em 2010, das quais listamos a seguir as 10 primeiras empresas melhor posicionadas. 1 Bradesco 2 Porto Seguro 3 O Boticário 4 Natura 5 Magazine Luiza 6 Coca-Cola 7 Fiat 8 Livraria Saraiva 9 Microsoft 10 Citibank FONTE: Disponível em: <http://exame.abril.com.br/marketing/ranking-do-atendimento-ao- cliente/>. Acesso em: 15 mar. 2012. TÓPICO 3 | O NOVO MERCADO, NOVO CONSUMIDOR, NOVO RELACIONAMENTO UM NOVO FOCO PARA AS ORGANIZAÇÕES 191 Muitas vezes buscamos algo extraordinário para as nossas ações de relacionamento, mas as pessoas, ou melhor, o cliente só quer ser bem atendido e com inteligência, ou seja, não gosta de ser tratado como um “burro”, mas sim de forma educada e atenciosa. A maioria dos clientes conhecem os limites de atendimento, os limites dos funcionários e só querem resolver os seus problemas de forma amigável e sem problema para eles, e não querem ouvir uma montanha de desculpas e protelações. Relacionamento é simples, mas é trabalhoso. Tudo o que fazemos conforme descrito por Swift (2001, p. 80), é trabalhar o relacionamento para “mantermos o cliente comprando da empresa”, conforme apresentado na figura que apresenta esta valoração e ruptura do pensamento do marketing tradicional para o foco no cliente. FIGURA 50 – CRIANDO VALOR DE NEGÓCIO COM FOCO NO CLIENTE FONTE: Swift (2003, p. 90) O relacionamento está no centro desta mudança de foco do marketing tradicional, para o foco no cliente, e o CRM é o que fará a diferença para as organizações, desde que implantadas de forma adequada conforme estudamos neste Caderno de Estudos. Swift (2003, p. 98-99) descreve que para estratégias consistentes precisamos ter informações consistentes do cliente e mercado para orientar os estrategistas a definir melhor suas estratégias, e para isto, buscamos, com os dados coletados dos clientes, desenvolver os seguintes pontos dentro das organizações: 192 UNIDADE 3 | O MARKETING DE RELACIONAMENTO COMO ESTRATÉGIA DE SUCESSO • Lucratividade de clientes. • Retenção de clientes. • Segmentação de clientes. • Prospecção de clientes. • Otimização de canais. • Marketing dirigido. • Gerenciamento de riscos. • Redução de fraudes. • Análise da cesta de compras. • Previsão de demanda. • Otimização de preços. Mas podemos ainda acrescentar: • Melhorar o atendimento aos clientes. • Otimizar estratégias de mercado. • Auxiliar no lançamento de novos produtos. • Acompanhar o mercado e a concorrência etc. Kotler (2000) descreve as orientações das empresas, conforme as suas ações, apresenta as seguintes orientações: • Orientação de produção. • Orientação de produto. • Orientação de vendas. • Orientação de marketing. • Orientação de marketing societal. Todas estas orientações apresentadas por Kotler tiveram a sua validade na história da evolução empresarial, e atualmente podemos afirmar que estamos vivenciando uma nova orientação das empresas, ou seja, a orientação para o consumidor, ou seja, a empresa que não orientar as suas ações em todos os seus campos para o CONSUMIDOR, estará definindo um futuro não muito promissor aos seus negócios. Esta nova orientação é um novo paradigma empresarial, pois os administradores estão acostumados ao controle das suas ações, de suas ideias, mas agora surge um foco muito mais forte influenciando esta decisão, mas que a estrutura da organização tem pouco controle sobre o mesmo, pois se os consumidores não gostarem dos produtos, ou de alguma ação que uma organização tenha realizado, ele o consumidor, simplesmente deixa de comprar os seus produtos. Para que as organizações não caiam nesta armadilha, precisarão desenvolver ações de relacionamentos que realmente encantem os seus consumidores. TÓPICO 3 | O NOVO MERCADO, NOVO CONSUMIDOR, NOVO RELACIONAMENTO UM NOVO FOCO PARA AS ORGANIZAÇÕES 193 DICAS Para encerrarmos os conteúdos deste Caderno de Estudos, vamos sugerir a você, caro(a) acadêmico(a), assistir a um vídeo com uma entrevista a uma das principais autoras utilizados neste caderno, que é a professora Miriam Bretzke. Ela, neste vídeo, explica diversos pontos do CRM, a sua aplicação. Faça um bom aproveitamento deste vídeo em sua vida profissional. No mesmo site, encontram-se outras dicas para você se aprofundar sobre o tema. FONTE: Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=bMEYvhpmu1g>. Acesso em: 14 mar. 2012. Muitas vezes achamos que as ações de relacionamento são algo extravagante que o mercado, os consumidores e clientes querem, mas isto não é verdade. O que eles querem, na maioria das vezes, é ter alguém a quem recorrer na organização, que lhe deem ouvido e atenção, só isto mesmo. A satisfação do comprador após a realização de uma compra, conforme Kotler (2000), está associada ao desempenho da oferta em relação às expectativas deste comprador, e as formas de a empresa se relacionar com ele. Só para lembrar, Kotler (2000) afirma que se tem uma estimativa de que o custo para atrair um novo cliente é cinco vezes maior que o custo de manter um cliente atual satisfeito. Para encerrarmos este tópico e o caderno, queremos trazer a ideia central das estratégias de relacionamento, inicialmente apresentada no livro de Peppers e Rogers (1994), e também citada nas últimas páginas do livro de Swift (2003, p. 305), que são: 194 UNIDADE 3 | O MARKETING DE RELACIONAMENTO COMO ESTRATÉGIA DE SUCESSO • Identidade. • Diferenciação. • Interação. • Personalização. Logo sempre que desenvolvermos estratégias de relacionamento, ações de marketing de relacionamento, atendemos a um cliente em nossas organizações. Estes quatro pontos precisam estar presentes, ou seja, o consumidor gostará de ter a sua identidade preservada e atendida de forma profissional, de forma diferenciada, pois não quer se sentir como mais um do processo, esperando interagir com os atendentes e com a empresa, e não ser atendido de forma mecânica, ou até por uma máquina, e por último ser atendido de forma personalizada, e não friamente, com um script mecânico e sem vida. Tem-se muito mais a se escrever sobre o relacionamento, mas mais importante que escrever é aplicar o que foi aqui desenvolvido em nossas organizações, pois como já escrevemos neste caderno, RELACIONAMENTO É (DINHEIRO), não levar a sério o cliente e o relacionamento poderá trazer consequências graves às organizações. UNI O relacionamento, o marketing de relacionamento e o CRM não são uma ferramenta de trabalho, são uma filosofia a ser seguida pelas organizações, que geram lucros aos negócios e mantêm o emprego de todos os funcionários da empresa. MENSAGEM FINAL Foi muito bom estar aqui com você, acadêmico(a), e espero que também tenha gostado deste Caderno de Estudo. A minha experiência profissional e acadêmica me mostrou que sem o relacionamento não somos ninguém. Todos nós podemos aplicar e desenvolver os conceitos aqui explanados, pois todos se relacionam com alguém, amigos, familiares etc. Somos todos consumidores de produtos diversos e de serviços e temos experiências as mais variadas no segmento de relacionamento, aproveite, tire um tempo e reflita sobre os seus relacionamentos e o que poderia fazer para melhorá-los. E viva o relacionamento! Professor Alfredo Pieritz Netto 195 Você estudou, neste tópico, a importância da implantação das estratégias de CRM e de relacionamento no contexto geral das organizações. Os principais pontos foram: • Atualmente, o consumidor vem assumindo uma nova postura de comprae consumo de produtos, buscando cada vez mais o valor do produto para si, do que o mero custo ou produto barato. • Entender o consumidor é entender o principal foco das organizações que é VENDER, por isto é tão importante trabalhar o relacionamento. • Os novos templos de consumo atraem, a cada dia, mais consumidores e as organizações precisam se preparar para atuar neles. • O consumidor vem se ajustando às novas condições de mercado continuamente, principalmente em relação às novas tecnologias e na forma de tratar as organizações, buscando uma sintonia maior com elas através de relacionamentos mais próximos. • O consumo é o que gera a VENDA, logo as organizações precisam pesquisar quais são os fatores, as necessidades, os desejos, os locais de consumo, entre outros fatores para melhorar as suas vendas, e trabalhar o relacionamento com seus clientes. • Os principais fatores que influenciam o processo de compras no consumidor são os fatores culturais, sociais, pessoais e psicológicos do comprador. • As grandes organizações estão começando a sentir que estão perdendo espaço nos mercados principalmente pelo foco de relacionamento com os clientes. • Na filosofia do marketing de relacionamento, não existe mais espaço nas empresas para funcionários que trabalham de forma isolada e sim as organizações devem buscar desenvolver equipes sinérgicas comprometidas e com liberdade para inovar e entender às necessidades dos clientes. • O cliente busca a qualidade do atendimento avaliando fatores como, presteza, competência, cortesia, confiabilidade, segurança, facilidade de acesso, comunicação, adaptabilidade e imagem da empresa. RESUMO DO TÓPICO 3 196 • A ideia central das estratégias de relacionamento está ligada à: • identidade; • diferenciação; • interação; • personalização. 197 AUTOATIVIDADE Prezado(a) acadêmico(a)! Sugerimos agora para você fazer os seguintes exercícios de revisão. 1 Quais são as características dos novos templos de consumo? 2 Quais são os principais focos de problemas identificados pelos consumidores, conforme você identificou na leitura do artigo “Em guerra com o consumidor”, da revista Exame? 3 O relacionamento se beneficia da ferramenta CRM para atingir os seus benefícios dentro de uma organização. Quais são os principais benefícios que uma organização pode obter com a utilização do CRM? 198 199 REFERÊNCIAS ANSOFF, I. Estratégia empresarial. São Paulo: McGraw-hill, 1977. AZEVEDO, Abaeté de. Marketing de resultado. São Paulo: M. Books, 2004. BARNES, James G. Segredos da gestão pelo relacionamento com os clientes CRM. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2002. 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