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Irrigação e Drenagem - 2017 Edvaldo Filho dos Reis CAP. III - SISTEMA SOLO-ÁGUA-PLANTA E ATMOSFERA CONSIDERAÇÕES GERAIS Qualquer planejamento e qualquer operação de um projeto de irrigação com que se visem à máxima produção e à boa qualidade do produto, usando de maneira eficiente à água, requerem conhecimento das inter- relações entre solo-água-planta-atmosfera e manejo de irrigação. Em regiões áridas, onde a água é fator limitante, as pesquisas devem ser desenvolvidas visando planejar irrigações para alcançar máxima produção por unidade de água aplicada. Em outras condições, pode ser preferível orientar as pesquisas para a obtenção de máxima produção por unidade de área cultivada, por unidade de custo de mão-de-obra, por unidade de energia, ou para aumentar o emprego de mão-de-obra no meio rural, ou visando ao assentamento de famílias marginalizadas, ou para assegurar a estabilidade social na região. De modo geral, ao iniciar-se um projeto de irrigação, deve-se ter em mente: aumentar a produção, economizar trabalho e água, minimizar a deterioração da estrutura do solo e a perda de nutrientes, etc. Infelizmente, as práticas irrigatórias em uso são, geralmente, baseadas em costumes herdados ou em conveniências particulares, em vez de em corretas análises para as condições presentes. As finalidades básicas da irrigação podem ser assim resumidas: Fornecimento da água de forma a suprir as necessidades hídricas das culturas (parciais ou totais) e de modo a possibilitar o seu desenvolvimento e produção. Irrigação e Drenagem - 2017 Edvaldo Filho dos Reis Promover o lixiviamento e diluição do excesso de sais em áreas com problema de salinidade (áreas áridas e semiáridas). Há alguns princípios básicos que são úteis ao planejamento e à operação de um projeto de irrigação: A evapotranspiração diária de uma superfície coberta com vegetal rasteiro, na ausência de energia advectiva, dificilmente excede a evaporação de um recipiente raso que contenha água com superfície exposta às mesmas condições climáticas. Para que haja o máximo crescimento vegetativo, a transpiração de uma superfície vegetal deve ser mantida na sua capacidade potencial, nas condições climáticas prevalecentes. Durante o ciclo de irrigação, a tensão máxima que se deve permitir que a água do solo atinja, sem afetar a produção, é aquela na qual ainda haverá suficiente absorção d’água pela planta, de modo a protegê-la de progressiva deficiência d’água. A razão entre a água evapotranspirada pela cultura e a aplicada pela irrigação deve aproximar-se de 1, para que se tenha máxima eficiência de uso e de aplicação d’água. A técnica de irrigação, do ponto de vista didático, compreende duas situações: Engenharia de irrigação: Irrigação e Drenagem - 2017 Edvaldo Filho dos Reis Como irrigar método de irrigação e suas características. Ciência da irrigação: Quando e quanto irrigar. A análise desses dois pontos, leva em consideração: Solo: armazenamento, infiltração, salinidade, etc.; Água: disponibilidade e qualidade; Planta: espécie, fase de desenvolvimento, espaçamento, etc.; Clima: precipitação, umidade relativa, radiação, velocidade do vento e temperatura. Sistema de irrigação: método, tipo e características. Nas duas situações, tem-se que responder as seguintes questões: Quando irrigar? Quanto d’água aplicar? Como aplicar a água? Devem ser baseadas nos princípios já mencionados e em pesquisas locais e não em práticas específicas que tiveram sucesso em outras regiões. Questões, tais como até quanto por cento de “água útil”? ou até que tensão pode ser permitida na zona radicular de uma cultura sem reduzir a produção? Não têm a mesma resposta em todas as regiões. Irrigação e Drenagem - 2017 Edvaldo Filho dos Reis Esses limites devem ser determinados para cada situação ou extrapolados de outras regiões que tenham o mesmo clima e solo, em outras palavras, não há práticas específicas que possam ser generalizadas universalmente. O déficit d’água causa decréscimo acentuado nas atividades fisiológicas, principalmente na divisão e no crescimento das células e, em conseqüência, no crescimento das plantas. A capacidade de retenção d’água na zona radicular depende, basicamente, da textura e da estrutura do solo, da profundidade efetiva do sistema radicular da cultura e da profundidade da camada de solo. ÁGUA NECESSÁRIA A água necessária para a irrigação é um dos principais parâmetros para o correto planejamento, dimensionamento e manejo de um sistema de irrigação, bem como para avaliação de recursos hídricos disponíveis. Caso a quantidade de água necessária seja superdimensionada, têm- se como consequências sistemas de irrigação também superdimensionados, que elevam o custo de implantação e os gastos com energia elétrica ou combustível, provocando ainda aplicação de lâmina de irrigação excessiva. Uma lâmina excessiva poderá provocar elevação do lençol freático, erosão do solo e lixiviação de nutrientes, além de utilização da água de forma pouco racional. Caso a quantidade de água necessária seja subdimensionada, o sistema de irrigação poderá também ser subdimensionado e, como consequência direta, ter menor produtividade em função de uma irrigação deficiente, com todos seus malefícios adicionais, ou ainda Irrigação e Drenagem - 2017 Edvaldo Filho dos Reis conviver com a incapacidade de o sistema irrigar toda a área do projeto. A água necessária é a quantidade de água requerida pela cultura, em determinado período de tempo, de modo a não limitar seu crescimento e sua produção, nas condições climáticas locais, ou seja, é a quantidade de água necessária para atender à evapotranspiração e à lixiviação dos sais do solo. A irrigação total necessária (ITN) pode ser definida como a quantidade de água a ser suprida pela irrigação, de modo a complementar as precipitações efetivas, no atendimento à quantidade de água necessária à cultura. Para o planejamento do sistema de irrigação, a quantidade de irrigação necessária (ITN) pode ser determinada para períodos mensais, trimestrais ou para o ciclo da cultura. Neste caso, o comprimento do período a ser considerado nas análises é um parâmetro de muita importância. Quando se determina a máxima demanda da irrigação usando um período muito curto, por exemplo, analisando dados diários, obtém-se normalmente um valor muito alto para a máxima demanda de irrigação, o que leva ao superdimensionamento do projeto de irrigação. Quando se usa períodos muito longos, ou seja, analisando dados mensais ou trimestrais, normalmente o valor da máxima demanda de irrigação será baixo e, em consequência, ter-se-á um projeto de irrigação subdimensionado. O ideal, é que esse comprimento do período seja o mais próximo do turno de rega, para as nossas condições pode ser de 5, 10 ou 15 dias. Irrigação e Drenagem - 2017 Edvaldo Filho dos Reis A quantidade total de irrigação necessária (ITN) para um período pode ser estimada pelo balanço de água simplificada, ou seja: Ea sWsPeET ITN ITN - lâmina total necessária, no período; ET - somatório da evapotranspiração, no período; Pe - precipitação efetiva, no período; Ws - água proveniente do lenço freático, no período; s - variação no teor de umidade do solo, no período. Como normalmente Ws e s são valores pequenos, quando comparados com ET e Pe, estaequação pode ser escrita de forma mais simplificada: - Para as condição de irrigação suplementar: a e E PET ITN Pe: Precipitação efetiva, mm Ea: Eficiência de aplicação da irrigação, decimal - Para as condição de irrigação total: aE ET ITN A Evapotranspiração juntamente com a precipitação efetiva, são os dois principais parâmetros para estimar a quantidade de irrigação necessária. Na maioria das áreas irrigadas, nas regiões áridas e semi- áridas, faz-se a irrigação total, ou seja, nestas regiões a magnitude da precipitação efetiva é pouco significativa. Também nas regiões úmidas e semi-úmidas, quando o cultivo é realizado fora da época das chuvas, Irrigação e Drenagem - 2017 Edvaldo Filho dos Reis ou quando se têm frequentes períodos de “veranico”, a quantidade de irrigação é baseada exclusivamente na evatranspiração. A Evapotranspiração depende da planta, do solo e do clima. DETERMINAÇÃO DA EVAPOTRANSPIRAÇÃO A Evapotranspiração pode ser definida como a quantidade d’água evaporada e transpirada por uma superfície com vegetal, durante um determinado período. Isso inclui a evaporação da água no solo, a evaporação da água depositada pela irrigação, chuva ou orvalho na superfície das folhas e a transpiração vegetal. Pode ser expressa em valores totais, médios ou diários, em volume por unidade de área ou em lâmina d’água, no período considerado. O processo de evapotranspiração necessita de energia para a evaporação d’água, sendo assim, ele depende principalmente da quantidade de energia solar recebida. Evaporação de água do solo – em um solo saturado ou com o lençol freático próximo da superfície, sua evaporação aproxima-se da evaporação de recipiente com água, com a superfície livre exposta às mesmas condições atmosféricas. A intensidade de evaporação diminuirá com o aumento da profundidade do lençol freático. Transpiração – É o processo pelo qual a água vai da planta para a atmosfera através dos estômatos, sob a forma de vapor. Isso envolve um contínuo movimento de água do solo para as raízes, das raízes até as folhas e destas para a atmosfera. Quando a intensidade de transpiração de um vegetal exceder a sua absorção de água no solo, ocorrerá o murchamento. A velocidade de fluxo de água no caule varia muito, em condições normais pode ficar entre 0,30 a 1,80 m/h. Irrigação e Drenagem - 2017 Edvaldo Filho dos Reis A evaporação nada mais e do que a passagem da água do estado líquido para o estado de vapor, necessitando de aproximadamente 585 calorias por centímetro cúbico de água evaporada, á temperatura de ± 20ºC. Vê-se que a energia é essencial, sendo assim, cessará a transpiração com a sua falta. O efeito das estações do ano sobre a evaporação e a transpiração é consequência da variação da quantidade de energia radiante que atinge o solo, durante esses períodos. As condições climáticas de uma região influenciam diretamente na quantidade de água perdida pelo solo e pelas plantas, ou seja, na evapotranspiração. Este fator é muito importante no que diz respeito ao cálculo da água que deverá ser reposta pela irrigação. Irrigação e Drenagem - 2017 Edvaldo Filho dos Reis A evapotranspiração é função da quantidade de energia solar que chega à área considerada. Se a área não for tão coberta por vegetal, a energia que chaga a ela será parcialmente utilizada na ET, menor quantidade de água será evaporada e grande parte da energia utilizada para aquecimento do ar e do solo. Por isso, plantas isoladas ou pequenas áreas cultivadas próximas de áreas com solo descoberto serão sujeitas a maiores intensidades de ET, pois receberão energia solar diretamente sobre a área e ainda energia da massa de ar quente e com baixa umidade, proveniente da área sem vegetal. Este fenômeno é chamado de “efeito oásis”. As principais características atmosféricas que devem ser observadas para sua determinação são: pluviosidade, temperatura, insolação, umidade relativa do ar e ventos. A evapotranspiração é diferente para cada região, em função das diferentes condições climáticas, como também, varia de cultura para cultura. Evaporação Evaporação Evaporação Irrigação e Drenagem - 2017 Edvaldo Filho dos Reis A ET varia com as culturas (Quadro abaixo), o que é atribuído em parte à arquitetura foliar (ângulo da folha, altura e densidade), às características das folhas (numero de estômatos e de horas de sua abertura) e duração do ciclo e da época de cultivo. Quadro x – Água necessária durante o ciclo ou ano, para culturas: Algodão 550 – 1100 mm Feifão 300 – 600 mm Arroz 600 – 1200 mm Fumo 300 – 600 mm Banana 900 – 1800 mm Milho 400 – 800 mm Café 800 – 1200 mm Sorgo 300 – 600 mm Cana-de-açúcar 1000 – 1200 mm Tomate 300 – 600 mm Cebola 350 – 700 mm Verduras em geral 250 – 700mm Citrus 600 – 1200 mm Uva 500 – 1000 mm Determinação da Evapotranspiração Há vários métodos para determinação da evapotranspiração, os quais, em sua maioria, estimam a Evapotranspiração potencial, ou seja, a que ocorre quando não há deficiência de água no solo que limite seu uso para as plantas. Mas, em razão das características intrínsecas de cada cultura, a evapotranspiração potencial varia de cultura para cultura. Então, verificou-se a necessidade de definir a evapotranspiração potencial de uma cultura de referência (ETo), evapotranspiração potencial da cultura (ETPc) e a evapotranspiração real da cultura (ETc). Irrigação e Drenagem - 2017 Edvaldo Filho dos Reis Evapotranspiração potencial de Referência (ETo) - inicialmente foi definida como a evapotranspiração de uma superfície extensiva totalmente coberta com grama de tamanho uniforme, com altura variando de 8 a 15 cm, em fase de crescimento ativo, em um solo com ótimas condições de umidade. A ETo representa a demanda hídrica de uma região, sendo um termo que varia de região para região, ou seja, é dependente única e exclusivamente das condições climáticas presentes no local. Hoje é assim definida pela FAO (1997): ETo representa a evapotranspiração de uma cultura hipotética, de porte baixo (12 cm), com refletividade (albedo) de 0,23 e uma resistência da superfície de 70 s/m. Pode ser determinada de diversas formas. Evapotranspiração Potencial da Cultura (ETPc) - É a evapotranspiração de determinada cultura quando há ótimas condições de umidade e nutrientes no solo, de modo a possibilitar sua produção potencial desta cultura nas condições de campo. ocpc ET KET Kc : Coeficiente de cultura, tabelado Evapotranspiração Real da Cultura (ETrc) - É a evapotranspiração de determinada cultura sob condições normais de cultivo, isto é, sem a obrigatoriedade de o teor de umidade permanecer sempre próximo à capacidade de campo. (ETpc Etrc). A relação entre as duas pode sés expressa pela equação: Irrigação e Drenagem - 2017 Edvaldo Filho dos Reis pcsrc ET KET Ks : Coeficiente que depende da umidade do solo )1CTA(ln )1LAA(ln Ks LAA : Lâmina atual de água no solo, mm CTA : Capacidade total de água no solo, mm DETERMINAÇÃO ETo: Para determinação da Evapotranspiração potencial de Referência (ETo), existem os métodos diretos e indiretos. a) Os métodos diretos consistem em: Lisímetros, parcelas experimentais de campo, controle da umidade do solo, e método da entrada e saída em grandes áreas. Em condições de campo, estes métodos são pouco utilizados,devido a dificuldade para medições exatas. MÉTODO DO LISÍMETRO Lisímetros são tanques enterrados no solo, dentro dos quais mede-se a evapotranspiração. É o método mais preciso para determinação direta da ETo, desde que sejam instalados corretamente. Área igual ou maior a 2,0 m2; Profundidade igual ou maior a 1,0 m; Condições do solo dentro do lisímetro próximas às do solo externo; Irrigação e Drenagem - 2017 Edvaldo Filho dos Reis Vegetação dentro do lisímetro deve ser da mesma espécie, mesma densidade e altura da vegetação externa. Tipos de Lisímetros 1. Lisímetro de Percolação ou de Drenagem; 2. Lisímetro de Pesagem Mecânica; 3. Lisímetro Flutuante; 4. Lisímetro Hidráulico. Lisímetro de Percolação ou de Drenagem S DPI oET I : Irrigação no período, mm; P : Precipitação no período, mm; D : Drenagem no período, mm; S : área do tanque, em m2. Representação esquemática de um lisímetro de percolação Irrigação e Drenagem - 2017 Edvaldo Filho dos Reis Representação esquemática de um lisímetro de pesagem mecânica b) Os métodos indiretos consistem em: Evaporímetros e Equações 1) Evaporímetros: São equipamentos usados para medir a evaporação d’água. Existem dois tipos de evaporímetros: no primeiro, a superfície da água fica livremente exposta (Tanques de evaporação); no segundo se dá através de uma superfície porosa (Atmômetros). a) Tanque de Evaporação Método do Tanque Classe A Esse método consiste na utilização de um tanque de evaporação direta, com todas as medidas e instalações padronizadas, onde são feitas medidas, em milímetros, da água evaporada entre uma leitura e outra. Em virtude do custo relativamente baixo e de fácil manejo, tem sido empregado nos projetos de irrigação. Consiste: Irrigação e Drenagem - 2017 Edvaldo Filho dos Reis O evaporômetro em questão consiste num tanque circular de aço inoxidável ou chapa galvanizada, com 121 cm de diâmetro interno e 25,5 cm de profundidade, devendo ficar sobre um estrado de madeira de 15 cm de altura. O tanque deve ficar cheio de água até 5 cm da borda superior. O nível da água não deve baixar mais que 7,5 cm da borda superior, isto é, a oscilação máxima do nível de água dentro do tanque não deve ser superior a 2,5 cm. A evaporação então, é medida através de um micrômetro de gancho ou régua graduada, localizada dentro do poço tranqüilizador. Pelo fato dos processos de evaporação da água livre no tanque (EV) e a ETo, as condições meteorológicas da região e o local em que o tanque está instalado em relação ao meio circundante devem ser considerados. Doorenbos e Pruitt apresentaram os valores de Kt (Tabela Abaixo), em função dos dados meteorológicos da região e do meio em que está instalado o tanque. A lâmina evaporada, medida pelo tanque, é multiplicada por um coeficiente do tanque (Kt), para que obtenhamos a evapotranspiração. A evapotranspiração de referência pode ser calculada pela seguinte equação: vto E. KET Kt : Coeficiente de tanque, tabelado; Ev : Evaporação no tanque Classe A, mm. Irrigação e Drenagem - 2017 Edvaldo Filho dos Reis Tanque U. S. W. B. Classe A Exemplo: Período: 8 a 14 de setembro de 1985 Vento: média no período = 190 km/dia UR : média no período = 60%. Tanque circundado com grama (posição A) R (m) = 10 m Evaporação no tanque ‘classe A’ no período = 42 mm Pelo quadro Kt = 0,70 Então: ETo = Kt . EV = 0,70 x 42 = 29,4 mm no período; ou ETo = 4,2 mm/dia. Há vários outros tipos de tanques de evaporação como: Colorado, “Young Screen”, BPI, GGI-3000, Russo, Classe A modificado (coberto de tela com malha de 2,0 x 1,5 cm). Irrigação e Drenagem - 2017 Edvaldo Filho dos Reis A ETo determinada com uso do tanque Classe A apresenta precisão adequada para o manejo da irrigação com períodos de no mínimo de cinco dias. b) Atmômetros São evaporímetros nos quais a evaporação de água se dá através de uma superfície porosa. Sua instalação e operação são feitas com facilidades. Apresentam erro, em virtude da impregnação de sal ou poeira em seus poros. Outro grande problema dos atmômetros é que eles são mais sensíveis ao vento do que à radiação solar. Exemplos: Evaporímetros de Piche, Atmômetro de Ligingston e Atmômetro de Bellani. Irrigação e Drenagem - 2017 Edvaldo Filho dos Reis Tabela - Valores do coeficiente do tanque Classe A, em função dos dados meteorológicos da região e do meio em que está instalado segundo Doorenbos e Pruitt Exposição A Tanque circundado por grama Exposição B Tanque não circundado por grama UR% (média) Baixa <40% Média <40- 70% Alta >70% Baixa <40% Média <40- 70% Alta >70% Vento (km/dia) Posição do tanque R (m)* Posição do tanque R (m)* Leve <175 1 10 100 1000 0,55 0,65 0,70 0,75 0,65 0,75 0,80 0,85 0,75 0,85 0,85 0,85 1 10 100 1000 0,70 0,60 0,55 0,50 0,80 0,70 0,65 0,60 0,85 0,80 0,75 0,70 Moderado 175-425 1 10 100 1000 0,50 0,60 0,65 0,70 0,60 0,70 0,75 0,80 0,65 0,75 0,80 0,80 1 10 100 1000 0,65 0,55 0,50 0,45 0,75 0,65 0,60 0,55 0,80 0,70 0,65 0,60 Forte 425-700 1 10 100 1000 0,45 0,55 0,60 0,65 0,50 0,60 0,65 0,70 0,60 0,65 0,75 0,75 1 10 100 1000 0,60 0,50 0,45 0,40 0,65 0,55 0,50 0,45 0,70 0,75 0,60 0,55 Muito forte >700 1 10 100 1000 0,40 0,45 0,50 0,55 0,45 0,55 0,60 0,60 0,50 0,60 0,65 0,65 1 10 100 1000 0,50 0,45 0,40 0,35 0,60 0,50 0,45 0,40 0,65 0,55 0,50 0,45 Food and Agricultural Organization (FAO) Irrigação e Drenagem - 2017 Edvaldo Filho dos Reis Obs.: Para extensas áreas de solo nu, reduzir os valores de Kt em 20%, em condições de alta temperaturas e vento forte, e de 5 a 10%, em condições de temperatura, vento e umidade moderados. * Por R (m) entende-se a menor distância (expressa em metros) do centro do tanque ao limite da borda. b) Equações: Existe grande número de equações baseadas em dados meteorológicos, para cálculo da ET. A maioria delas é de aplicação difícil, na prática, não só pela complexidade do cálculo, mas também por exigir grande número de elementos meteorológicos, somente fornecidos por estação de primeira classe. Método de Blaney-Criddle Foi desenvolvido relacionando os valores da ET mensal com o produto da temperatura média mensal pela percentagem mensal das horas anuais de luz solar, o que foi modificado pela FAO, incluindo ajustes climáticos locais, ou seja: P] 8,13)+T [(0,457cETo ETo : Evapotranspiração de referência, em mm/mês; T : Temperatura média mensal, em oC; P : Percentagem mensal das horas anuais de luz solar; c : Coeficiente regional de ajuste da equação.Irrigação e Drenagem - 2017 Edvaldo Filho dos Reis Os valores de P, que variam em função da latitude, estão apresentados em tabelas. Os do fator de ajuste “c”, que variam de acordo com as condições regionais de brilho solar, velocidade diurna do vento e umidade relativa mínima diurna, encontram-se em tabelas. Equação de Hargreaves-Samanis (1985) Para a utilização dessa equação é necessário somente os dados de temperatura e radiação, sendo esse segundo tabelado em função da latitude local. Porém a mesma tende a superestimar o valor da ETo, principalmente em climas úmidos, sendo necessária uma calibração regional para o ajuste da precisão da mesma. Uma forma de utilização dessas equações com boa precisão é feita através de simulações, utilizando-se um banco de dados meteorológicos (serie histórica) para a determinação da ETo por Penman-Monteith e por Hargreaves. Faz-se uma regressão dos valores e obtêm-se coeficientes de ajustes regionais que aumentam a precisão desse método. 17,8)(T)T(TRa0,0023408,0ETo méd 0,5 minmáx ETo: Evapotranspiração de referência, em mm/dia; Ra: radiação extraterrestre, em mm/dia; Tmáx: Temperatura máxima, em oC; Tmín: Temperatura mínima, em oC; Tméd: Temperatura média, em oC; Irrigação e Drenagem - 2017 Edvaldo Filho dos Reis Método Padrão: Equação de Penmam-Monteith É a equação padrão, mais completa e precisa na estimativa da evapotranspiração de referência (ETo), foi uma evolução da estimativa da ETo pelo método de Penman. Alem de incorporar os aspectos aerodinâmico e termodinâmico, inclui na sua dedução a resistência ao fluxo de calor sensível e vapor de água e a resistência à transferência de vapor da água. Com a evolução e maior disponibilidade das estações meteorológicas automáticas, que coletam e armazenam os dados meteorológicos, a utilização da equação padrão de Pennam-Monteith tem sido potencializada. )U0,34(1γ )e(eU 273T 37 γG)(Rn 0,408 ETo 2 as2 ETo: Evapotranspiração de referência, em mm/dia; Rn: Radiação líquida à superfície da cultura, MJ/m 2/dia; G: Densidade do fluxo de calor do solo, MJ/m2/dia; T: Temperatura do ar a 2,0 m de altura, 0C; u2: Velocidade de vento a 2,0 m de altura, m/s; es: Pressão de vapor de saturação, kPa; ea: Pressão atual de vapor, kPa; es – ea: Déficit de pressão de vapor de saturação, kPa; - Declividade da curva de pressão de vapor de saturação x temperatura, kPa/0C; γ : Constante psicrométrica, kPa/0C. Irrigação e Drenagem - 2017 Edvaldo Filho dos Reis b) Evapotranspiração Potencial da cultura (ETpc) A determinação da ETpc é fator de grande importância para poder calcular a quantidade de irrigação necessária (ITN) no período de máxima demanda de irrigação, a qual é fundamental para qualquer sistema de irrigação. Em condições normais de cultivo de plantas de ciclo curto, logo após o plantio, a ETpc é bem menor do que a evapotranspiração potencial de referência (ETo). Esta diferença vai diminuindo à medida que a cultura se desenvolve, ou seja, em razão do aumento foliar, tendendo para uma diferença mínima, em muitos casos chegando a ultrapassar o valor da ETo, quando a cultura atinge 80% de seu desenvolvimento vegetativo ou o inicio da formação dos primórdios florais, permanecendo nesta Irrigação e Drenagem - 2017 Edvaldo Filho dos Reis condição até o término da fase de enchimento dos grãos, após a qual a diferença volta a aumentar. Modelo de Curva de Kc Kc 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 0 Dias após o plantio Inicial Vegetativo Frutificação Maturação Irrigação e Drenagem - 2017 Edvaldo Filho dos Reis É a evapotranspiração de determinada cultura que se desenvolve em condições adequadas de umidade e fertilidade de solo. É estimada indiretamente a partir da ETo e dos coeficientes de cultura (Kc), que depende da cultura, do seu estágio de desenvolvimento, seu ciclo e das condições climáticas. È determinada através da multiplicação da evapotranspiração de referência e um coeficiente da cultura (Kc). Esse é o método FAO (boletim 56). A relação entre a evapotranspiração potencial de determinada cultura (ETpc) e a evapotranspiração potencial de referência (ETo) é expressa pela equação: ETo . KcETpc ou ETo ETpc Kc Onde: ETc = evapotranspiração da cultura em mm/dia; Kc = coeficiente da cultura (varia de 0,2 a 1,25); ETo = evapotranspiração potencial do cultivo de referência em mm/dia. Irrigação e Drenagem - 2017 Edvaldo Filho dos Reis Nesse padrão temos a ETo que representa a demanda de uma região qualquer, sendo variável de local para local, e o kc, que é um componente dependente da planta, é fixo, uma vez determinado, não variando segundo a região. Desta forma, o Kc é variável de acordo com a fase da cultura, e atua ajustando a demanda hídrica por fase. O método FAO divide o ciclo das culturas em quatro fases. Fase 1: O componente de evaporação é mais importante; Fase 2: A evaporação e a transpiração são importante; Fase 3: O componente de transpiração é mais importante; Fase 4: Redução na evaporação do solo e da transpiração da planta (fase de maturação da planta). Os valores de Kc variam com o tipo de culturas, estádio de desenvolvimento da cultura, comprimento do ciclo vegetativo da cultura e com as condições climáticas locais. Irrigação e Drenagem - 2017 Edvaldo Filho dos Reis Coeficiente cultural (Kc) em função do estádio de desenvolvimento da cultura Estádio de desenvolvimento Caracterização do estádio kC Inicial Da germinação até a cultura cobrir 10% da superfície do terreno, ou 10 a 15% do seu desenvolvimento vegetativo 0,2 a 0,6 Secundário ou de desenvolvimento vegetativo Do final do 10 estádio até a cultura cobrir de 70 a 80% da superfície do terreno ou atingir de 70 a 80% do seu desenvolvimento vegetativo Varia linearmente entre o 10 e 30 estádios Intermediário ou de produção Do final do segundo estádio até o inicio da maturação, também denominado estádio de produção 0,9 a 1,25 Final ou de maturação Do início da maturação até a colheita ou final da maturação Varia linearmente entre os valores do 30 estádio e de 0,4 a 1,0 Como foi dito, para o cálculo da irrigação total necessária (ITN), no período de máxima demanda, em nossas condições, devem-se usar períodos com intervalos de 5, 10 ou 15 dias, evitando os períodos muito curtos e os muito longos, como períodos diários ou mensais. DETERMINAÇÃO DA EVAPOTRANSPIRAÇÃO REAL DA CULTURA ETrc é a evapotranspiração de determinada cultura, em condições normais de cultivo, isto é, sem obrigatoriedade de o teor de umidade permanecer sempre próximo à capacidade de campo. Sendo assim, a ETrc será menor ou, no máximo, igual à ETpc (ETrc ≤ ETpc). Irrigação e Drenagem - 2017 Edvaldo Filho dos Reis Existem vários proposições para o cálculo da ETrc, das quais as baseadas na disponibilidade de umidade no solo parecem mais simples e mais realísticas. A relação entre a ETrc e a ETpc é expressa pela equação: ETrc = Ks . ETpcem que: Ks é o coeficiente que depende da umidade do solo Quando a umidade do solo está próxima da “Capacidade de campo” a evapotranspiração de uma cultura é mantida na sua potencialidade e determinada pelo tipo de cultura e principalmente pelas condições climáticas predominantes. À medida que o solo perde umidade, a ETrc apresenta valores abaixo da ETpc, a partir de determinado teor de umidade do solo. Se os fatores relacionados com a planta são constantes, o decréscimo da relação ETrc/ETpc com o decréscimo da umidade do solo pode ser o resultado do acréscimo da tensão com que a água está retida no solo ou do baixo valor de condutividade hidráulica do solo e dos tecidos das raízes, comparados com a maior demanda evaporativa da atmosfera. Há muitas controvérsias quanto ao efeito da umidade do solo no decréscimo da relação ETrc/ETpc. VEIHMEYER E HENDRICKSON: afirmaram que a evapotranspiração ocorre na razão potencial quando a umidade do solo está acima do ponto de murcha, caindo abruptamente quando aproxima desse valor. THORNTHWAITE E MATHER: verificaram um decréscimo linear da relação ETrc/ETpc com decréscimo da umidade do solo. PIERCE: concluiu que a ETrc manter-se-á acima de 90% da ETpc enquanto a umidade do solo estiver acima de, aproximadamente, um Irrigação e Drenagem - 2017 Edvaldo Filho dos Reis terço da água disponível. Depois, a ETrc cairá mais rapidamente, na forma exponencial, até a umidade do solo, no ponto de murcha. A maioria dos pesquisadores acredita que é ETrc é igual à ETpc durante algum tempo, decrescendo rapidamente a partir de determinado valor de umidade do solo, segundo uma forma exponencial, isto é, de acordo com os resultados experimentais de Pierce. Tomando por base os resultados de Pierce, Bernardo estabeleceu um “Coeficiente de umidade do solo” (Ks), para fins de conversão da ETpc em ETrc em função da disponibilidade de água no solo: )1,0CTA(ln )1,0LAA(ln )1,0)PM((CCLn )1,0PM)((UALn Ks LAA : Lâmina atual de água no solo, mm CTA : Capacidade total de água no solo, mm EXEMPLO: Determinar a ETrc de uma cultura de milho no período de 1º a 15 de janeiro, na região de ‘Dois Córregos”, sendo os dados locais: - Neste período normalmente não há chuva na região, e o desenvolvimento do milho está no estádio de produção (kc = 1,1); - ETo no período de 1º a 10 de janeiro = 6,0 mm/dia; - ETo no período de 11 a 20 de janeiro = 7,0 mm/dia; - Profundidade efetiva do sistema radicular = 0,25 m; - Usar um fator de disponibilidade (f) = 0,65; - Disponibilidade total d’água no solo = 1,6 mm/cm. Irrigação e Drenagem - 2017 Edvaldo Filho dos Reis Pelos dados, têm-se: CTA = DTA . Z = 1,6 . 25 = 40 mm CRA = f . CTA = 0,65 . 40 = 26 mm; IRN ≤ 26 mm Disponível de Água no solo (DAS) ≥ CTA – IRN ≥ 40 – 26 ≥ 14 mm Cálculo da ETrc na sub-área que foi irrigada no dia 1º de janeiro: dia 1(após a irrigação): LAA = CTA = 40 mm; ETo = 6,0 mm; kc = 1,1; ETpc = 6,6 mm; Ks = 1,0; ETrc = Ks . ETpc = 6,6. dia 1 (noite) ou dia 2 (manhã): LAA = 40 – 6,6 = 33,4; 95,0 7136,3 5381,3 )0,10,40( )0,14,33( )1,0(CTAln )1,0(LAAln Ks Ln Ln ETrc = 0,95 x 6,6 = 6,27 mm. dia 2 (noite) ou dia 3 (manhã): LAA = 33,4 – 6,27 = 27,13; Ks = 0,90; ETrc = 0,90 x 6,6 = 5,94 mm. dia 3 (noite) ou dia 4 (manhã): LAA = 27,13 – 5,94 = 21,19; Ks = 0,83; ETrc = 0,83 x 6,6 = 5,48 mm. dia 4 (noite) ou dia 5 (manhã): LAA = 21,19 – 5,48 = 15,71 Se não se irrigar na noite do dia 4 ou na manhã do dia 5, exceder-se-á ao limite preestabelecido da disponibilidade d’água do solo (DAS ≥ 26 mm). A ETrc nestes quatro dias foi igual a 24,29 mm, o que corresponde à IRN neste período. Se o sistema de irrigação tiver uma eficiência de irrigação de 80%, a lâmina total de irrigação a ser aplicada será de 30,36 mm. dia 5 (após a irrigação): LAA = CTA = 40 mm; ETo = 6,0 mm; kc = 1,1; ETpc = 6,6 mm; Ks = 1,0; ETrc = Ks . ETpc = 6,6. Irrigação e Drenagem - 2017 Edvaldo Filho dos Reis dia 5 (noite) ou dia 6 (manhã): LAA = 40 – 6,6 = 33,4; 95,0 7136,3 5381,3 )0,10,40( )0,14,33( )1,0(CTAln )1,0(LAAln Ks Ln Ln ETrc = 0,95 x 6,6 = 6,27 mm. dia 6 (noite) ou dia 7 (manhã): LAA = 33,4 – 6,27 = 27,13; Ks = 0,90; ETrc = 0,90 x 6,6 = 5,94 mm. dia 7 (noite) ou dia 8 (manhã): LAA = 27,13 – 5,94 = 21,19; Ks = 0,83; ETrc = 0,83 x 6,6 = 5,48 mm. dia 8 (noite) ou dia 9 (manhã): LAA = 21,19 – 5,48 = 15,71 Se não se irrigar na noite do dia 8 ou na manhã do dia 9, exceder-se-á ao limite preestabelecido da disponibilidade d’água do solo (DAS ≥ 26 mm). A ETrc nestes quatro dias foi igual a 24,29 mm, o que corresponde à IRN neste período. Se o sistema de irrigação tiver uma eficiência de irrigação de 80%, a lâmina total de irrigação a ser aplicada será de 30,36 mm. dia 9 (após a irrigação): LAA = CTA = 40 mm; ETo = 6,0 mm; kc = 1,1; ETpc = 6,6 mm; Ks = 1,0; ETrc = Ks . ETpc = 6,6. dia 9 (noite) ou dia 10 (manhã): LAA = 40 – 6,6 = 33,4; 95,0 7136,3 5381,3 )0,10,40( )0,14,33( )1,0(CTAln )1,0(LAAln Ks Ln Ln ETrc = 0,95 x 6,6 = 6,27 mm. dia 10 (noite) ou dia 11 (manhã): LAA = 33,4 – 6,27 = 27,13; Ks = 0,90; ETrc = 0,90 x 7,7 = 6,93 mm. Irrigação e Drenagem - 2017 Edvaldo Filho dos Reis dia 11 (noite) ou dia 12 (manhã): LAA = 27,13 – 6,93 = 20,20; Se não se irrigar na noite do dia 11 ou na manhã do dia 12, exceder- se-á ao limite preestabelecido da disponibilidade d’água do solo (DAS ≥ 26 mm). A ETrc nestes três dias foi igual a 19,80 mm, o que corresponde à IRN neste período. Se o sistema de irrigação tiver uma eficiência de irrigação de 80%, a lâmina total de irrigação a ser aplicada será de 24,75 mm. Se continuarem os cálculos, verificar-se-á que as próximas lâminas de irrigação serão maiores do que as primeiras, o que demonstra, para o caso de irrigação total, a importância de se determinar o período em que a ETpc será máxima, a fim de se poder dimensionar o projeto de irrigação baseado no período de máxima demanda evapotranspirométrica, a qual definirá a máxima demanda de irrigação. ÉPOCA DE IRRIGAÇÃO E TURNO DE REGA Sendo o propósito básico da irrigação, abastecer de água as plantas, de acordo com a necessidade destas, de modo que se obtenha ótima produção em quantidade e qualidade, deve-se irrigar antes que a razão entre a quantidade d’água no solo e a quantidade de demanda pela evapotranspiração diminua muito, fazendo com que a deficiência de água venha influenciar a produção, em quantidade e, ou, qualidade. As quantidades de água requeridas por uma cultura e a resposta da cultura à irrigação variam com o tipo de solo, tipo de cultura, os estádios de crescimento e as condições climáticas da região, sendo Irrigação e Drenagem - 2017 Edvaldo Filho dos Reis então impossível determinar um turno de rega fixo para cada cultura, em todo o globo. As plantas diferem entre si, quanto à tolerância, a limites máximos da tensão d’água no solo, antes das irrigações. Umas respondem a maiores teores d’água no solo, enquanto outras apresentam maiores resistências, sem prejudicar a produção. O turno de rega deve ser determinado, de modo que permita o suprimento d’água às plantas, de acordo com suas necessidades nos diferentes estádios do seu desenvolvimento e dentro das limitações de vazão e distribuição d’água existente. É usado para calcular os projetos de irrigação,no que diz respeito ao dimensionamento das tubulações e das motobombas, e, é em função do período de maior demanda de irrigação. Depende das características físicas do solo, das condições climáticas regionais e do tipo e estádio de desenvolvimento da cultura. O turno de rega pode ser definido: é o intervalo, em dias, entre duas irrigações sucessivas. Pode ser calculado pela equação: ETpc CRA TR , em dias; ou PeETpc CRA TR , em dias. Obs.: O projeto de irrigação deve ser dimensionado em função do menor turno de rega encontrado nos diversos períodos do ciclo da cultura, isto é, para período em que a ETpc, no caso de irrigação total, tenha o maior valor, ou seja, para período de máxima demanda de irrigação. Uma vez Irrigação e Drenagem - 2017 Edvaldo Filho dos Reis determinado o turno de rega, a época da próxima irrigação será o nº de dias correspondente ao turno de rega, a partir da última irrigação. Grande parte do sucesso de um programa de irrigação depende da determinação correta do turno de rega, ou seja, do intervalo, em dias, entre duas irrigações sucessivas. O turno de rega deve ser determinado, de modo que permita o suprimento d’água às plantas, de acordo com as suas necessidades nos diferentes estádios do seu desenvolvimento e dentro das limitações de vazão e distribuição d’água existente. Fatores como “capacidade de retenção d’água pelo solo”, profundidade efetiva das raízes, que determinam a quantidade d’água útil para as plantas, clima e percentagem de superfície coberta, que afetam a capacidade de uso d’água, devem ser considerados quando se determinam o turno de rega. Sendo assim, antes de iniciar um projeto de irrigação, o local deve ser analisado, em termos de solo-planta-clima e manejo: Fator solo – No solo devem-se considerar estrutura, textura, profundidade, velocidade de infiltração, drenagem, aeração, capacidade de retenção d’água, condutividade hidráulica, posição do lençol freático, salinidade, fertilidade, etc. Fator planta – Considerando variedade, características radiculares, resistência à seca, estádios de crescimento, período crítico, qual o órgão da planta que será colhido (grão, folhas, caule, etc.), efeito da deficiência d’água, quantidade e qualidade do produto, etc. Irrigação e Drenagem - 2017 Edvaldo Filho dos Reis Fator clima – Considerando temperatura, radiação solar, vento, umidade, comprimento do dia, ciclo de desenvolvimento da cultura, etc. Fator manejo – Aqui, podem-se considerar época de plantio, densidade, período alta demanda evapotranspirométrica, época da colheita, aplicação de fertilizante, etc. O bom desenvolvimento da cultura e sua máxima produtividade é o objetivo principal da irrigação. Alguns fatores da planta, tais como estágio de desenvolvimento, tipo de produto a colher e a profundidade do seu sistema radicular, definem desde a época de maior necessidade de água até a forma ou o melhor tipo de irrigação. Com relação ao estágio de desenvolvimento, bem como o tipo de produto a colher existem fases no ciclo da cultura em que esta necessita de mais água, e fases em que as irrigações devem ser reduzidas ou mesmo paralisadas, a fim de se evitar queda de produção ou de qualidade, como é o caso de algumas leguminosas (ervilha, grão de bico), que têm a qualidade de seus produtos diminuída se forem irrigadas durante o processo de formação dos grãos (Marouelli, Silva & Silva, 1994). A profundidade do sistema radicular é considerada como aquela em que 80% das raízes se desenvolvem, sendo importante para cálculo da lâmina de água que será aplicada. Tabela . Profundidade efetiva do sistema radicular de algumas culturas. Cultura Profundidade (P)cm Cultura Profundidade (P)cm Abóbora 75-100 Cana-de-açúcar 120-200 Alface 20-30 Café 150-300 Alho 20-40 Cebola 30-50 Irrigação e Drenagem - 2017 Edvaldo Filho dos Reis Arroz 40-60 Feijão 40-60 Banana 50-80 Laranja 120-160 Batata 30-75 Uva 100-200 daptada de Raposo(1980) citada por Andrade Júnior (1992) IRRIGAÇÃO INADEQUADA IRRIGAÇÃO INADEQUADA Irrigação e Drenagem - 2017 Edvaldo Filho dos Reis IRRIGAÇÃO ADEQUADA UNIFORMIDADE DE DISTRIBUIÇÃO MÉTODO PARA DETERMINAÇÃO DA ÉPOCA DE IRRIGAÇÃO Existem seis métodos mais generalizados para a determinação da época de irrigação: MEDIÇÃO DA DEFICIÊNCIA DE ÁGUA NA PLANTA – é a maneira mais direta e mais real para saber quanto à planta está com deficiência de água. Esta medição pode ser através da turgescência ou teor de umidade em uma parte vegetal, abertura estomatal, da intensidade da transpiração vegetal, da concentração osmótica do suco celular, etc. Alguns fatores têm limitado o uso deste método em irrigação: o valor encontrado por ele varia com a parte da planta selecionada e sua idade, com a hora do dia em que se faz a medição; e, além disso, sua aplicação requer aparelhos especiais. SINTOMAS DA DEFICIÊNCIA DE ÁGUA NA PLANTA – este método é muito promissor, e deve-se desenvolver pesquisa no intuito de obter sintomas visuais nítidos e práticos, para que haja maior utilização na determinação da época da irrigação. Irrigação e Drenagem - 2017 Edvaldo Filho dos Reis Há alguns sintomas característicos de deficiência de água: enrolamento da folha, encurtamento dos entrenós, coloração da folha, ângulo de inserção das folhas, etc.; infelizmente, quando estes sintomas se manifestam, a planta já se encontra sob deficiência de água há algum tempo, o que prejudicará sua produção. MEDIÇÃO DO TEOR DE UMIDADE NO SOLO – é um método muito usado e consiste em determinar, de forma direta ou indireta, o teor de umidade do solo, por um dos métodos visto no Capítulo II, devendo-se fazer a irrigação quando o teor de umidade do solo atingir o limite preestabelecido. Este método demanda muita mão-de-obra, mas em compensação é muito preciso, pois ele é função tanto da demanda evapotranspirométrica diária como dos diferentes estádios de desenvolvimento da cultura. O limite do teor de umidade ou a lâmina real máxima a ser aplicada deve ser estabelecido para cada cultura nos diferentes tipos de solos e regiões geográficas. MEDIÇÃO DA TENSÃO DE ÁGUA NO SOLO – também é um método muito usado em países com maior nível tecnológico e consiste em determinar de forma direta ou indireta a tensão de água no solo, através de tensiômetro, ou da curva característica de água no solo via o teor de umidade. É um método muito preciso, pois ele fundamenta na determinação da tensão com que a água está retida no solo; esta tensão é a mesma com que as plantas encontram a água no solo que será adsorvida por suas radicelas. Por isso, é um método de análise imediata e muito Irrigação e Drenagem - 2017 Edvaldo Filho dos Reis usado em sistemas automatizados de irrigação, principalmente por aspersão e localizada. DETERMINAÇÃO DA EVAPOTRANSPIRAÇÃO – tem-se dado, ultimamente, muita ênfase às pesquisas com o objetivo de determinar a época da irrigação, baseando-se na determinação da evapotranspiração ou evaporação. A medição da evaporação em evaporímetros parece ter grande potencial de uso, em razão de sua simplicidade de construção, instalação, manuseio e baixo custo. Este método pode ser usado de duas maneiras distintas: 1) Definindo-se a lâmina real máxima a ser aplicada por irrigação paracada estádio de desenvolvimento da cultura, em virtude da cultura, do solo e do clima da região, e, por meio do cálculo diário da ETc, verificando-se quando aquela lâmina for consumida pela planta e aplicar nova irrigação; 2) Determinando-se, por meio de pesquisa, a relação entre diferentes lâminas de irrigação, com base na evapotranspiração e a produção da cultura. MÉTODO DO TURNO DE REGA – este método é o mais usado, principalmente em médios e grandes projetos de irrigação, em que se tem de coordenar a distribuição de água entre várias parcelas, normalmente pertencentes a diferentes usuários. É o método também usado para calcular os projetos de irrigação, no que diz respeito ao dimensionamento da vazão, das tubulações e das motobombas, em virtude do período de maior demanda de irrigação. Com este método calculam-se, previamente, os turnos de rega ou intervalos entre irrigações consecutivas, de cada estádio de Irrigação e Drenagem - 2017 Edvaldo Filho dos Reis desenvolvimento da cultura, os quais dependem das características físicas do solo, das condições climáticas regionais e do tipo e estádio de desenvolvimento da cultura. Exemplo: 1) Em experimentos de irrigação de café em solos argilosos, determinamos os seguintes índices médios de umidade: Capacidade de campo = 32% Ponto de murchamento = 19% Densidade do solo = 1,2 g/cm3 a) Determinar a capacidade total d’água do solo, em mm, até a profundidade de 30 cm? mm8,46 10 30.2,1.)19(32 10 Z.D.)Pm(Cc CTA s V = (Cc – Pm) Ds . Z = 468 m 3/ha b) Qual a quantidade de água disponível, quando a umidade do solo, for de 50%? mm, 10 ,..,.)(32 10 Z.D.)Pm(Cc CTA s 423 500302119 V = (32- 19). 1,2 . 30 . 0,5 = 234m3/ha Irrigação e Drenagem - 2017 Edvaldo Filho dos Reis c) Qual a quantidade d’água que deve ser aplicado, quando deseja reiniciar as irrigações, todas as vezes que a umidade disponível decresce a: 1. 70% de água disponível; 2. 35% de água disponível; 3. 0% de água disponível. CRA = CTA . f No 1o caso contém 70% de água disponível, faltam 30% para repor ou completar; No 2o, 35% de água disponível, faltam 65% para repor ou completar; e No 3o, 0% de água disponível, faltam 100% para repor ou completar; CRA = 46,8 . 0,30 = 14,04 mm ou 140,4 m3/ha CRA = 46,8. 0,65 = 30,42 mm ou 304,2 m3/ha CRA = 46,8. 1,00 = 46,80 mm ou 468,0 m3/ha d) Determinar a profundidade que atinge uma chuva de 30 mm ( toda ela uniformemente infiltrada) se o solo estiver: 1. no ponto de murchamento 2. 30% da água disponível d.1) CRA . 10 = (Cc – Pm) . Ds . Z . f 300 = (32 – 19 ) . 1,2 . Z . 1 Z = 300 / 15,6 = 19,23 cm d.2) Qual a profundidade a ser alcançada pela chuva, quando o solo está com 30% de água disponível será: Faltam 70% para completar até a capacidade de campo, então: Irrigação e Drenagem - 2017 Edvaldo Filho dos Reis CRA . 10 = (Cc – Pm) . Ds . Z . f 30 . 10 = ( 32 – 19) . 1,2 . Z . 0,7 300 = 9,34 . Z Z = 300 / 10,92 Z = 27,47 cm 2) O café tem uma evapotranspiração nos meses quentes, em determinada região, de aproximadamente 130 mm por mês: a) Qual o turno de rega, quando o solo apresenta as características abaixo: Capacidade de campo = 22% Ponto de murchamento = 14% Densidade do solo = 1,2 g/cm3 Profundidade efetiva do sistema radicular = 30 cm Fator de disponibilidade = 0,60 CTA = mm8,28 10 30.20,1.)14(22 10 Z.D.)Pm(Cc s ou V = 288 m 3/ha CRA = CTA . f = 28,8 . 0,6 = 17,28 mm ETpc = 130/30 = 4,33 mm/dia TR = CRA / ETpc = 17,28 / 4,33 = 3,99 dias 4 dias Portanto, de 4 em 4 dias, deve ser aplicado 17,28 mm de irrigação ou ter chuva no período com esta lâmina. 3) Determinar a quantidade de água ser aplicada e o turno de rega, nos meses de julho, agosto e setembro, para a cultura do café, segundo os dados abaixo: Irrigação e Drenagem - 2017 Edvaldo Filho dos Reis Capacidade de campo = 21% Ponto de murchamento = 14% Densidade do solo = 1,15 g/cm3 Profundidade efetiva do sistema radicular = 30 cm Fator de disponibilidade = 0,60 Evapotranspiração nos meses de agosto a setembro, de aproximadamente 140 mm / mês. CTA = mm15,24 10 30.15,1.)14(21 10 Z.D.)Pm(Cc s ou V = 241,5 m3/ha CRA = CTA . f =24,15 . 0,6 = 14,49 mm ETpc = 140/30 = 4,67 mm/dia TR = CRA / ETpc = 14,49 / 4,67 = 3,10 dias 3 dias Portanto, de 3 em 3 dias, deve ser aplicado 14,01 mm de irrigação ou ter chuva no período com esta lâmina. 4) Determinar a quantidade de água ser aplicada e a umidade em que se encontrava o solo no dia 4, para a cultura do café (3 anos), considerando que o solo encontrava na capacidade de campo(Cc) no dia 1, segundo os dados abaixo: Período – 1 a 4 de determinado mês Evapotranspiração de referencia (ETo) = 3,7 mm/dia Capacidade de campo = 18% Ponto de murchamento = 12% Densidade do solo = 1,15 g/cm3 Irrigação e Drenagem - 2017 Edvaldo Filho dos Reis Profundidade efetiva do sistema radicular = 30 cm Coeficiente cultural (Kc) = 0,95 Resolução: ETpc = Kc . ETo = 0,95 . 14,8 = 14,06 mm Deve-se repor ou aplicar uma lâmina de 14,06 mm neste período. Qual a umidade? AET = 10 Z.D.)U(Cc s AET = água evapotranspirada 10 30.15,1.)U(18 06,14 140,6 – 621,0 = -34,5 U 480,4 = 34,5 . U U = 13,92 % 6792,0 70,20 06,14 f 5) Um produtor necessita saber o consumo total de água para o cultivo de uma lavoura de feijão, plantada em 01/03/2013 em Alegre-ES. Calcule a evapotranspiração, por dia, por estádio e total, informando qual a época de máxima demanda evapotranspirativa da cultura cultivada nas condições descritas abaixo: Planta: Feijão, plantio no dia 01/mar; Duração dos estádios de desenvolvimento: 15; 30; 30 e 15 dias; Kc fases 1, 3 e 4: 0,35; 1,20 e 0,50; Clima: Valores de ETo média mensal para Alegre-ES; Mês 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 ETo (mm/dia) 6,8 6,5 5,8 4,7 3,7 3,5 3,8 4,7 5,2 5,7 6,3 6,5 Resolução: Irrigação e Drenagem - 2017 Edvaldo Filho dos Reis O valor de Kc da fase 2 foi encontrado pela interpolação (média) entre os valores de Kc da fase 1 e 3 (método FAO). Meses Março Abril Maio ETo 5,8 4,7 3,7 Estádio I II II III III IV Período 15 15 15 15 15 15 Kc 0,35 0,78 0,78 1,20 1,20 0,50 ETpc = Kc.ETo 2,03 4,52 3,67 5,64 4,44 1,85 ETpc (período) 30,45 67,80 55,05 84,60 66,60 27,75 Total (estádio) 30,45 122,85 151,2 27,75 Dessa forma as necessidades hídricas totais da cultura do feijão serão: 30,45 + 122,85 + 151,20 + 27,75 = 332,25 mm, o que corresponderia a um volume de 3.322,50 m3/ha. O pico máximo de demanda diária seria na segunda quinzena do mês de abril, com uma demanda diária 5,64 mm/dia. 6) Dadas às condições de solo, planta, clima e irrigação, calcule o que se pede: Solo: CC = 25% (em peso); PM = 13% (em peso); Ds = 1,25 g/cm 3; Local: Linhares; Planta: feijão, plantio no dia 15 de março de 2011; Profundidade do sistema radicular: 25 cm; Duração dos estádios de desenvolvimento: 15; 20; 30 e 15 dias; Usar 60% da água disponível; Irrigação: Aspersão, eficiência de 85% e Ks = 1; Kc dos estádios I, III e IV: 0,45; 1,25 e 0,30 (usar método FAO); Clima:Tabela abaixo: Irrigação e Drenagem - 2017 Edvaldo Filho dos Reis Mês 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 ETo (mm/dia) 6,9 6,6 5,9 4,8 4,7 3,7 3,9 4,9 5,5 6,0 6,3 6,5 Pede-se: a) Calcule a lâmina líquida e bruta de irrigação; b) Calcule a evapotranspiração: por dia, por estádio e total; c) Calcule o turno de rega; d) Lâmina na primeira irrigação supondo o solo no PMP; e) Supondo a umidade do solo igual a 20% (em peso), calcule a lâmina de irrigação; f) Qual o volume de água necessária para irrigar 20 ha supondo irrigação na letra e. Resolução: a) mm5,22 10 6,0.25.25,1.)13(25 10 f . Z.Da.)Pm(Cc IRN Lâmina liquida = 22,5 mm mm26,47 0,85 22,5 Ea IRN ITN Lâmina bruta = 26,47 mm. b) O valor de Kc da fase 2 foi encontrado pela interpolação (média) entre os valores de Kc da fase 1 e 3 (método FAO). Irrigação e Drenagem - 2017 Edvaldo Filho dos Reis Meses Março Abril Maio Junho ETo 5,9 4,8 4,7 3,7 Estádio I II III III IV IV Período 15 20 10 20 10 5 Kc 0,45 0,85 1,25 1,25 0,30 0,30 ETpc = Kc.ETo 2,66 4,08 6,0 5,88 1,41 1,11 ETpc (período) 39,9 81,6 60,0 117,6 14,1 5,55 Total (estádio) 39,9 81,6 177,6 19,65 As necessidades hídricas totais da cultura do feijão serão 318,75 mm; O pico máximo da demanda diária 6,0 mm/dia. c) dias 3 dias75,3 6,0 22,5 ETp IRN TR d) Lâmina bruta = mm12,44 0,85 . 10 1.25.25,1.)13(25 e) ITN = mm38,18 0,85. 10 25.25,1.)20(25 Ea.10 Z.Da.)Ua(Cc f) Vol. = 18,38 . 10 . 20 = 3676 m3. 7) Uma amostra de solo de 1000 cm3 tem peso úmido de 1460 g e seco de 1200 g. Sendo a 2,65 a densidade das partículas, calcular: (a) a umidade do solo à base de massa seca (b) a umidade do solo à base de volume; (c) a densidade do solo; (d) a porosidade total do solo; e (e) a porosidade livre de água. 8) Solução: (a) 1-gg217,0 1200 1200 - 1460 Ms Mw Us Irrigação e Drenagem - 2017 Edvaldo Filho dos Reis (b) %26cm.cm260,0 1000 260 Vt Mw 33 c) 3cm.g20,1 1000 1200 Vt Ms ds d) 33 cm.mc547,0 2,65 1,20 1P e) 33 cm.mc287,0260,0547,0PPr 8) Considere o manejo da irrigação na cultura do feijoeiro, com turno de rega variável, durante o período de pleno desenvolvimento vegetativo, utilizando o sistema de irrigação por aspersão. Neste exemplo será utilizado o método de Penman-Monteith para o cálculo da evapotranspiração de referência (ETo) e o manejo será baseado na ETc. Também será considerado que não há necessidade de lixiviação de sais. Para este período, considere os seguintes dados: Período de pleno desenvolvimento vegetativo da cultura – 60 a 75 dias após a emergência; Kc = 1,15; Profundidade efetiva das raízes (z) = 0,25 m; Fator de disponibilidade de água no solo (f) = 0,40; Umidade do solo na capacidade de campo (UCC) = 0,27 g g-1 (27%); Umidade do solo no ponto de murcha (UPM) = 0,13 g g-1 (13%); Densidade do solo (ds) = 1,2 g . cm-3. Irrigação e Drenagem - 2017 Edvaldo Filho dos Reis Solução: mm0,42252,1 10 1327 Zds 10 PM- CC CTA mm8,1640,0.0,42fCTAIRN Água residual no solo antes da irrigação = 42,0 – 16,8 = 25,2 mm. A irrigação será realizada no final do dia em que a água disponível atual no solo (DAA), atingir, aproximadamente, 25,2 mm. DAE ET0 mm Kc ETc mm Pe mm IRN mm DAA Início Final 42,0 60 3,42 1,15 3,93 42,00 38,07 61 4,00 1,15 4,60 38,07 33,47 62 4,25 1,15 4,89 33,47 28,58 63 2,90 1,15 3,34 10,0 38,58 35,20 64 2,33 1,15 2,68 35,20 32,52 65 1,91 1,15 2,20 32,52 30,32 66 2,30 1,15 2,65 14,35 30,32 27,65/42,0 67 2,50 1,15 2,88 42,00 39,12 68 3,35 1,15 3,85 4,0 39,12 39,27 69 4,00 1,15 4,60 39,27 34,67 70 4,25 1,15 4,89 34,67 29,78 71 3,90 1,15 4,86 4,0 33,78 28,92 72 3,50 1,15 4,03 5,0 33,92 29,89 73 3,08 1,15 3,54 15,65 29,89 26,35/42,0 74 3,25 1,15 3,74 42,00 38,26 75 3,30 1,15 3,80 38,26 34,46 Irrigação e Drenagem - 2017 Edvaldo Filho dos Reis 9) Considere o manejo de irrigação de uma cultura utilizando o método do balanço hídrico, com ETo calculada pelo método de Penman- Monteith, utilizando-se os valores de Kc médio para o período, divulgados pelo Boletim FAO-56. No exemplo, o manejo da irrigação será efetuado para um período de 16 dias (70 DAT a 85 DAT). Considere que o turno de rega será de 4 dias e o solo possui DTA = 120 mm m-1 e que a profundidade efetiva das raízes nesse período é 0,25 m, portanto, CTA = 30 mm. Determine a irrigação real necessária a cada dia corresponde a TR = 4 dias, assumido que no início do dia 70 a umidade do solo correspondia à capacidade de campo. No quadro abaixo são apresentados os cálculos necessários ao manejo da irrigação com TR = 4 dias: DAE ET0 mm Kc ETc mm Pe mm IRN mm DAA Início Final 70 3,30 1,20 3,96 30,00 26,04 71 3,00 1,20 3,60 26,04 22,44 72 4,10 1,20 4,92 22,44 17,52 73 3,90 1,20 4,68 10,0 7,16 17,52 22,84/30,0 74 3,20 1,20 3,84 30,00 26,16 75 3,60 1,20 4,32 26,16 21,84 76 4,30 1,20 5,16 21,84 16,68 77 4,50 1,20 5,40 18,72 16,68 11,28/30,0 78 4,20 1,20 5,04 30,00 24,96 79 4,00 1,20 4,80 4,0 28,96 24,16 80 4,25 1,20 5,10 24,16 19,06/30,0 81 4,20 1,20 5,04 15,98 19,06 14,02/30,0 82 3,50 1,20 4,20 5,0 30,00 30,00 83 4,30 1,20 5,16 4,0 30,00 28,84 84 4,25 1,20 5,10 28,84 23,74 85 4,20 1,20 5,04 11,30 23,74 18,70/30,0
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